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ATUALIDADES
Multilateralismo chinês
ATUALIDADES Alessandra de Fatima Alves
Multilateralismo chinês
Presenciamos o mundo afastar-se da unipolaridade, passar para a bipolaridade e, agora, a adotar a multi-
polaridade. Os EUA não estão em declínio; no entanto, sua influência diminui conforme outros países, como China
e Índia, emergem. A multipolaridade se remete não apenas às economias emergentes, mas também às organiza-
ções formadas pelos Estados e por atores não estatais. Assim, essa multipolaridade heterogênea exige mudanças
estruturais – a mudança de paradigma na economia e na estrutura política global resultou em um ajuste estrutural
no sistema de governança global. O G-20 demonstrou que os países desenvolvidos e em desenvolvimento podem
sentar juntos à mesa; ao mesmo tempo, vários novos mecanismos, como o BRICS, o Banco Asiático de Investimento
em Infraestrutura (AIIB), o Fundo da Rota da Seda etc., indicam que as economias emergentes são capazes de
remodelar ou que se dispõem a complementar os mecanismos de governança existentes com novos mecanismos.
Como membros fundadores de vários desses mecanismos, a Índia e a China estão tendo um papel importante na
construção de pontes entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento e acrescentando maiores
riquezas à economia global.
Na parada militar comemorativa dos 60 anos da China Popular, o mundo ficou igualmente surpreendido ao
verificar a existência de dezenas de novos modelos de veículos blindados do Exército, todos eles de concepção pró-
pria e cobrindo o amplo leque das capacidades militares terrestres – já se foi o tempo em que a China se limitava
a fazer cópias dos modelos russos já obsoletos.
O salto mais importante da China, porém, foi dado em termos de seu arsenal nuclear e das capacidades
aeroespaciais. O arsenal nuclear conta com 442 mísseis de longo e médio alcance, dos quais 36 encontram-se em
três submarinos nucleares estratégicos, e centenas de ogivas nucleares táticas, que podem ser lançadas por mísseis
de cruzeiro, aviões ou foguetes. Em resumo, a China alcançou a capacidade de destruição mútua assegurada em
relação a qualquer outro poder, o que a coloca em um clube muito restrito.

Mísseis chineses desfilam em caminhões, perto de Praça da Paz Celestial.

Nos últimos vinte anos, a China tornou-se a segunda economia mundial e o segundo poder militar. Em
1990, por exemplo, o país tinha uma Marinha essencialmente de negação das águas costeiras, onde avultava
uma numerosa frota de lanchas, submarinos costeiros e aviões de ataque convencionais de pequeno raio de ação.

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Hoje, a Marinha chinesa tem um núcleo importante de É difícil prever a ideologia e a política econômica
submarinos nucleares (nove), prepara os seus primeiros da China de amanhã. Entretanto, dado seu peso de-
porta-aviões e navios de projeção de poder, conta com mográfico e, agora, também econômico e político, não
78 destróieres e fragatas modernos, além de mais de há dúvida de que o país será um ator essencial no ce-
meia centena de modernos submarinos não nucleares, nário mundial do século XXI. Para os demais países do
alguns capazes de lançar mísseis de cruzeiro com ogivas mundo e em primeiro lugar os seus países vizinhos, isso
nucleares ou convencionais. representa um desafio considerável de concorrência e
também um fator de dinamização. Antes, era o Japão;
Consolidação chinesa agora, é cada vez mais a China que atua como locomo-
tiva econômica regional. Para o resto do mundo, ela se
A adesão da China à Organização Mundial do apresenta, ao mesmo tempo, como um desafio e uma
Comércio (OMC), em 2001, consolidou a crescente oportunidade, ainda maior que o Japão das décadas de
abertura do país de maior população do mundo. Tal fato 1960 a 1980. Não é estranho que os empresários oci-
foi marcado por vários anos de difíceis negociações com dentais, frente à conjuntura pouco satisfatória de seus
os principais parceiros internacionais – Estados Unidos países, entusiasmem-se ao falar das possibilidades de
e União Europeia –, com os quais teve que concluir pré- expansão no “maior mercado do mundo“, nem que
vios acordos sobre as modalidades concretas da mú- muitos deles tenham medo das futuras avalanchas de
tua abertura das economias. Foi celebrada, portanto, têxteis e outros produtos baratos provenientes da Chi-
mesmo que de maneira superficial, como uma forma na. Isso será um grande desafio para os países menos
de triunfo final da economia de mercado. Após mais desenvolvidos, como os da América latina. Independen-
de vinte anos de reformas liberais, acabou oficialmente te de qual seja o papel da China no mundo de hoje e
o tradicional isolamento do maior dos países que, até de amanhã, este só poderá ser compreendido, evidente-
tempos recentes, estava ainda bem fechado. A China
mente, com uma rápida olhada sobre sua história.
será agora mais um parceiro da ordem global, embora
de peso e natureza bem particulares.
Com um quinto da população da Terra e uma
economia e um comércio exterior já equiparados aos do
Japão, os chineses pensam, com alguma razão, que só
podem ser parceiros em condições de igualdade com as
outras grandes potências, e não subordinados a elas. O
“comunismo chinês“, no fundo, sempre foi talvez mais
“chinês“ do que “comunista“, isto é, nacionalista e her-
deiro de uma tradição milenar que considera a China
não apenas como um país qualquer, mas como a civili-
zação central da humanidade. Do império à China atual
Com aproximadamente 1,4 bilhão de habitan-
tes – duas vezes e meia a população da América lati-
na, mas com apenas metade do território total e em
grandes extensões inabitável –, a China possui 21%
da população mundial. Esta proporção é semelhante a
que tinha no início da era moderna. Há cinco séculos, a
China contava com aproximadamente cem milhões de
habitantes. Naquela época, porém, o nível de vida e de
desenvolvimento geral era mais elevado que o da Euro-
Cerimônia de abertura das Olimpíadas de 2008, na China pa e, já no século XIX, seu PIB era seis vezes superior

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ao da Grã-Bretanha, segundo cálculos de um conhecido Com a chegada de Deng, dois anos após a morte
especialista de história econômica mundial. de Mao, a economia chinesa, quase totalmente fechada
Durante esse período e até o final do século XIX, desde 1949, abriu-se rapidamente e mostrou uma das
a China permaneceu praticamente fechada: “há séculos, maiores taxas de crescimento do mundo, por volta de
a China vive muito isolada, reclusa em suas tradições e 10% por ano. Todos os observadores concordam que
na contemplação de sua grandeza passada, orgulhosa da o nível de vida do chinês médio melhorou substancial-
sua imobilidade e desdenhosa dos bárbaros do Ocidente“ mente, especialmente entre os agricultores. Não só a
descreveram dois especialistas franceses, no ano de 1900. comida é hoje relativamente abundante, mas também
“A civilização moderna, barulhenta, expansiva e conquis- as bicicletas, os aparelhos de televisão e outros itens
tadora por necessidade econômica vinha bater às portas estão agora muito acessíveis à massa camponesa. A
hermeticamente fechadas do Império Celeste. Invadia a eletrificação, indicador essencial da eliminação da po-
Índia, começava a conquistar a Indochina, penetrava pelo breza, seria hoje comparável a dos países mais adianta-
norte até a ribeira do Pacífico, transformava em poucos dos, chegando a 98-99% da população. A fome, muito
anos o Japão. As raças europeias povoavam o mundo. A presente nas primeiras décadas da república e ainda
América e a Oceania animavam-se com uma nova vida, existente nos anos de Mao – sobretudo como conse
a África livrava seus segredos, mas a China seguia sendo quência do caos do “Grande Salto para Frente“, que fez
virgem de todo contato estrangeiro. Parecia que o povo milhões de vítimas –, parece ter desaparecido. A dieta
mais antigamente civilizado devia ser, também, o último a dos chineses, tão adeptos à boa comida, tem sido niti-
adotar os procedimentos e as modas da nova civilização“. damente diversificada.
As tensões derivadas desses mesmos progressos,
combinadas com uma estrutura política rígida de parti-
do único, levaram a uma séria crise política. Estudantes
e intelectuais, em particular, reivindicaram uma “quinta
modernização“ – a da política. A China está “na inter-
seção de duas das mais importantes tendências das úl-
timas décadas do século XX: o colapso do comunismo
e o surgimento da Ásia oriental como o maior centro de
produção industrial no mundo“. Ilustrando este último
ponto, entre 1970 e 1990, a participação da China no
Centro financeiro de Xangai, na China
mercado mundial saltou de 0,6% para 2,0%, relativa-
mente mais – a partir de um nível muito mais baixo, é
China contemporânea: um gigante em verdade – que o Japão e de maneira semelhante aos
marcha (de Mao Tsé-Tung a Deng Xiaoping) “quatro tigres“ que passaram, respectivamente, de
5,9% para 7,7% e de 2,5% para 7,0%.
Desde 1979 e sob a liderança do veterano diri-
gente Deng Xiaoping, falecido em 1997, a China come-
çou a se colocar na órbita da “modernização“ e da eco- Influência regional
nomia “globalizada“. Porém, convém aqui lembrar que econômica chinesa
a China já tinha bastante experiência em mudanças ra-
dicais: durante o século XX, passou por mais revoluções É importante salientar, em relação ao contexto re-
que qualquer outro país importante do mundo, desde gional e internacional da China, a cada vez mais estreita
o capitalismo semicolonial desenfreado das primeiras imbricação do que alguns autores chamam de “triângulo
décadas do século XX até a recente abertura, passando de crescimento da China meridional“ ou de “área econô-
pelas guerras civis, a guerra de libertação nacional con- mica chinesa“, que inclui as novas “regiões administra-
tra o Japão, o regime de Mao com suas coletivizações e tivas especiais“ de Hong Kong e de Macau, assim como
a Revolução Cultural. Taiwan. Com a incorporação de Hong Kong, o território

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da China aumentou 0,01% e a sua população 0,5%, tos desta “área chinesa“ somavam 5,9% das expor-
mas seu PIB, cerca de 20% em dólares correntes (e qua- tações mundiais em 1994, deslocando a França para
se 5% em paridades de poder aquisitivo). Com Taiwan, o quarto lugar, ainda descontando, como se deve, as
seria mais um aumento em torno de 40% (ou de quase reexportações da China, que constituem o grosso dos
10%). Em dólares correntes, o PIB conjunto desta “área envios de Hong Kong ao exterior. Resumindo, a cres-
chinesa“ era, já em 1995, de 900 bilhões, pouco menos cente interconexão de Taiwan, de Hong Kong e da Re-
que o da Itália ou da Grã-Bretanha, mas, calculado em pública Popular pelo comércio e investimentos mútuos
paridades de poder aquisitivo, seria de quase 3,6 bilhões fazem surgir, independentemente das tensões políticas
(quase 3,2 para a República Popoular da China) contra recorrentes, um gigante econômico que supera ampla-
6,8 dos Estados Unidos e 2,7 do Japão. mente as cifras que correspondem apenas à China. A
maior parte dos investimentos “estrangeiros“ na China
provém de Hong Kong e, em muito menor escala, de
Taiwan. Por outro lado, a China Popular já é o primeiro
investidor exterior em Hong Kong há vários anos.

China no mundo do século XXI:


parceiro ou ameaça?
Porto de Xangai A longa trajetória de isolamento e de humilhações
recebidas do Ocidente, nos séculos XIX e XX, e fatores
Os vínculos entre a República Popular, Hong Kong e como o seu imenso peso demográfico e sua cultura origi-
Taiwan cresceram aceleradamente como consequência da nal fazem com que a China dificilmente seja um “parceiro
abertura chinesa. Das exportações de Taiwan, a porcenta- normal“ na ordem mundial. Terá suas próprias respostas
gem destinada a Hong Kong passou de menos de 10%, aos desafios da globalização liberal que podem ajudar
em 1980, para mais de 20%, em 1993, ultrapassando, em a corrigir certas aberrações da atual realidade mundial.
1995, as que se dirigiam aos Estados Unidos. Desde 1995, Com efeito, à medida que a China tenderá – por sua
uma manobra administrativa permite contornar a proibição dupla condição de país já bastante industrial, mas ainda
de laços comerciais diretos pela criação bastante artificial “em desenvolvimento“ – a compreender melhor que as
de um porto off-shore em Taiwan, teoricamente fora do outras grandes potências as necessidades dos países po-
seu território aduaneiro. Ironicamente, após as eleições bres, pode-se esperar que vá tomar posições mais favorá-
dos presidentes Lee Teng-hui e Chen Shui-bian, em 1996 veis a estes no cenário internacional, como na OMC, ain-
e 2000, – consideradas ambas como provocações a Pe- da dominada pelos países ocidentais. Seria imaginável,
quim e acompanhadas por fortes tensões bilaterais, inclu- em médio prazo, uma forma de aliança anti-hegemonia
sive militares –, as relações continuaram a intensificar-se estadunidense dirigida pela China e integrada por outros
ainda muito mais, não sem provocar temores em Taiwan países do “Terceiro Mundo“, como o Brasil, frente à qual
de uma crescente dependência da ilha frente a Mainland a Europa, associada à Rússia, teria talvez uma posição de
China, que tem quase 60 vezes mais habitantes e que nun- mediação entre o norte e o sul.
ca renunciou ao seu “direito“ de reconquistar a ilha, se Deng mudou mais a China, em seus 18 anos no
necessário pela força. Algo semelhante passou com as ex- poder, que Mao, em 27 anos, e em um sentido muito
portações de Hong Kong, onde o mercado chinês superou positivo de aproximação ao Ocidente. Mas o país não
o estadunidense no início dos anos 1990. deixa de ser inquietante “para o resto do Planeta, por-
A China, que exportava porcentagens similares que, se tiver êxito, deverá contar, em muito pouco tem-
para Hong Kong e para o Japão em 1980, enviava mais po, não só com um mercado gigantesco, mas também
de 40% do total ao enclave inglês, em 1992, contra com a emergência de uma superpotência provavelmen-
pouco mais de 10% ao Japão. No total, os três elemen- te despótica, imperialista e contaminadora“.

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O armamentismo chinês – ou o que se vê de da Ásia, o que deixa Pequim com uma margem de ma-
fora, pois os chineses salientam sempre o caráter de- nobra bem maior nas suas relações com seus vizinhos do
fensivo das suas despesas militares – e seus numerosos sul. Mas em 2002, se há tensões perigosas na Ásia, elas
conflitos com países da região, combinados com seu certamente não provêm da China; e se o desenvolvimen-
perfil de gigante frente a um grande número de países to chinês provoca preocupações para o meio ambiente
de dimensões mais modestas, não deixam, efetivamen- mundial, o Ocidente e, particularmente os Estados Unidos
te, de preocupar muitos asiáticos. Se as tensões internas teriam interesse em mostrar o bom exemplo.
reclamassem um inimigo externo para desviar a aten-
ção da população desses problemas, não seria difícil de O papel da China
encontrá-lo. Em um mundo cheio de afirmações nacio-
nalistas de pequenos Estados e grupos étnicos, Deng
tem legitimado novamente o nacionalismo de um país
muito grande. Com seus sucessores, as democracias te-
rão que cooperar para permitir que a China leve a térmi-
no sua modernização econômica e assegurar, ao mesmo
tempo, que a clarificação de seus objetivos nacionais
continue sem gerar ameaças para o resto da Ásia.
A China já tem o maior exército do mundo e
“está utilizando seu “boom“ econômico para financiar
um desenvolvimento militar que poderia desestabilizar
toda a Ásia. O país mantém, com efeito, desacordos so-
bre suas fronteiras marítimas ou territoriais com nove
de seus vizinhos, combateu com quatro deles no último
meio século e parece estar reivindicando como seu todo
o mar da China meridional, incluindo nele as rotas ma-
rítimas de maior importância, como a do petróleo do
Oriente Médio para o Japão. A influência econômica e política que a China
Está se transformando em uma superpotência re- pode exercer sobre os mecanismos de governança glo-
gional dominante de todo o continente. O Ocidente, em bal articula-se a partir de seus propulsores domésticos.
poucas palavras, ainda não começou a levar em conta Portanto, a maior contribuição que o país asiático pode
as consequências da transformação da China em uma dar ao G-20, ou a outros novos mecanismos, é manter
nação moderna: imagine-se um outro Japão, mais com um crescimento interno robusto e a paz e estabilidade
uma população superior em uma dúzia de vezes, mais as regionais. É por isso que as economias emergentes têm
armas nucleares. Houve, também, uma aproximação no- sido capazes de injetar bilhões de dólares nas institui-
tável entre a Rússia e a China, os dois gigantes territoriais ções de governança global existentes e de exercer pres-

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são para a realização de reformas e para obterem maior etc. Além disso, suas políticas macroeconômicas devem
representação. estar sincronizadas com as políticas sociais, que irão as-
Será graças a esses fortes propulsores domésti- segurar estabilidade à sociedade e aceitação do plane-
cos que as economias emergentes conseguirão apoiar jamento do governo.
ideias como a de um núcleo de infraestrutura global e

Aprofunde seus conhecimentos


a de um fundo global de infraestrutura, apresentadas
pela cúpula do G-20 de Brisbane, em 2014, e pelo Ban-
co Mundial. O presidente Xi Jinping apoiou essas ideias
por meio da iniciativa “Cinturão e Rota“, do Banco Asi- §§ Um conto chinês (2011) – direção: Sebastián
ático de Investimento em Infraestrutura, do Fundo da Borensztein – 99 minutos
Rota da Seda e de outros mecanismos. §§ Wild China (2008) – direção: Charlote Scott,
O crescimento doméstico pode ser estimulado Gavin Maxwell, Geroge Chan, Kathryn Jeffs – 60
de várias maneiras, já que a China tem contribuído com minutos
projetos de conectividade ambiciosos, que poderiam ser
§§ Memórias de Xangai (2010) – direção: Jia
implantados conjuntamente por meio de consultas e co-
Zhang-Ke – 125 minutos
ordenação em nível provincial e nacional. Por exemplo,
as cidades inteligentes baseadas em portos, parques in- §§ China (1973) – direção: Michelangelo
dustriais, armazéns, parques de logística e corredores de Antonioni – 208 minutos.
transporte, poderiam ser atreladas à iniciativa “Cinturão §§ Subindo o rio amarelo (2007) – direção:
e Rota“ da China.
Yung Chang – 93 minutos
No leste da Índia, o corredor econômico BCIM
poderia revolucionar a conectividade por terra e facilitar §§ O último trem para casa (2010) – direção:
não só o crescimento doméstico, mas também o regio- Lixin Fan – 85 minutos
nal, com a Asean. Similarmente, Índia e China poderiam §§ China Blue (2005) – direção: Micha X. Peled
negociar um corredor econômico maior, abrangendo o – 86 minutos
noroeste da China e o norte da Índia, que seria facil-
mente conectado por uma rede de estradas, ferrovias e
dutos de petróleo e gás. Desnecessário dizer, a fim de Bibliografia e fontes
materializar esses projetos, ambos os países precisam
VISENTIN, Paulo Fagundes. A Ásia no sistema interna-
assumir uma visão holística e de longo prazo de suas re- cional e a China como pivô. Conjuntura Internacional.
Belo Horizonte: v. 11, n. 1, p. 83-91, 1º sem. 2014.
lações, assim como a mudança global do Atlântico para
SUKUP, Viktor. A China frente à globalização: desa-
o Pacífico. Se a Índia e a China não se entenderem bem, fios e oportunidades. Revista Brasileira de Política In-
o BRICS deixará de existir. ternacional. Brasília: vol. 45, n. 2, jul.-dez. 2002.

Em quarto lugar, promovendo a transformação TELO, António José. Multipolar ou apolar? Um desconcertan-
te mundo novo. Relações Internacionais. Setembro, 2011.
da estrutura de governança global, a Índia e a China
CEPIK, Marco; MACHADO, Felipe. O comando do es-
precisam se tornar parceiras em seus respectivos desen- paço na grande estratégia chinesa: implicações para
a ordem internacional contemporânea. Carta Interna-
volvimentos. Houve mudanças positivas na segurança cional. vol. 6, n. 2, jul.-dez. 2011, p. 112-131.
bilateral, assim como nos ambientes de negócios; no <www.reservaer.com.br/estrategicos/china-brasil-seculoxxi.html>
entanto, dado o potencial de ambas, existe um imen- <https://br.sputniknews.com/mundo/201612197214303-
so âmbito de possibilidades. A fim de incentivar esse -base-nova-ordem-mundial-china-india-russia-eua>

potencial, ambas precisam iniciar planos, políticas ino- <www.chinahoje.net/brics-rumo-a-multipo-


laridade-e-a-governanca-global>
vadores de desenvolvimento e reformas estruturais em
<https://br.sputniknews.com/mundo/201604204238532-
áreas como impostos, investimentos, finanças, trabalhos -russia-china-india-mundo-multipolar>

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