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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS GIL VICENTE

FICHA DE TRABALHO: DATAÇÃO RADIOMÉTRICA


10º ANO CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS

A datação radiométrica atribui a idade às formações geológicas em valores numéricos, geralmente milhões
de anos (M. a.). Para tal são usados métodos baseados no princípio da desintegração radioativa de
determinados elementos instáveis.
Nas rochas existem determinados elementos cujos núcleos são instáveis, o que significa que o núcleo dos
seus átomos se desintegra espontaneamente, permitindo a transformação dos referidos elementos
(isótopo-pai) em outros diferentes mais estáveis (isótopo-filho). Este fenómeno designa- se radioatividade.
Os isótopos radioativos desintegram-se espontaneamente a uma taxa regular através do tempo, isto é, a
velocidade a que decorre a desintegração é constante para cada elemento e não é afetada por condições
ambientais, como a temperatura e a pressão.
Os átomos iniciais de um isótopo radioativo são incorporados na estrutura dos cristais no momento da
génese desses cristais. O tempo necessário para que se dê a desintegração de metade do número de átomos
iniciais de uma amostra, originando átomos-filhos estáveis, designa-se por período de semitransformação,
semivida ou ainda meia vida do elemento (T1/2). Alguns elementos radiativos têm períodos de
semitransformação muito longos e outros têm períodos muito curtos (tabela I), sendo esses valores
utilizados na determinação da idade das rochas. A figura 1 representa, esquematicamente, o processo de
desintegração radioativa.
TABELA I

Figura 1 - Representação esquemática do processo de desintegração radioativa

A relação entre a quantidade de isótopo-pai e a quantidade de isótopo-filho permite, de uma forma


tecnicamente simples, chegar por cálculo à data do início da desintegração. Essa data corresponde ao
momento em que a rocha se formou e em que o «relógio radiométrico», que marcava zero, começou a
trabalhar. A idade da rocha será pois contada a partir do início da desintegração do isótopo-pai e será dada
pela fração ou pelo número de semividas decorrido até ao momento considerado.
Este método é simples, mas difícil de pôr em prática, porque as concentrações de isótopos radioativos
presentes nas rochas são muito baixas e difíceis de avaliar com precisão. Acontece ainda que o método não
dará resultados significativos se ao isótopo-pai presente na rocha se juntar outro isótopo após a sua
formação. Pode ainda suceder que, após a formação da rocha, algum isótopo- filho tenha podido escapar
dela. Testes sofisticados são necessários para nos asseguramos de que nada disso tenha acontecido.

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1. Tendo por base os elementos da tabela I e da figura 1 responde às questões que se seguem.
1.1 – Imagina que uma equipa de geólogos encontrou duas rochas, A e B, com as seguintes características:
A – Apresenta elevadas quantidades de chumbo e reduzidas quantidades de Urânio.
B – Apresenta elevadas quantidades de Urânio e reduzidas quantidades de chumbo.
1.1.1 – Indica, justificando devidamente a resposta qual das rochas é mais antiga.
1.2 – Supõe agora que a mesma equipa de geólogos encontrou uma rocha C com a mesma quantidade de
Potássio e de Árgon. Calcula a idade da rocha C em milhões de anos.
1.3 – Calcula a idade da rocha na fase 3 esquematizada na figura 1. Considera um período de semivida de 6
M.A.

2.Considera os dados expressos no gráfico


da figura 2 referentes à desintegração do
isótopo-pai U-235 no isótopo-filho Pb-207.

Supõe que num cristal de zircão existe


75% de U-235.

2.1 – Indica a percentagem de Pb-207 no


cristal.
2.2 – Qual a fração de semivida relativa a
essa situação?
2.3 – Calcula a idade do referido cristal.
2.4 – As camadas de areia de uma praia contêm, por vezes, cristais de zircão. Pode o zircão ser utilizado para
datar com precisão as camadas de areia em que se encontra? Fundamenta a tua resposta.

3. A figura 3 representa a
curva de transmutação de um
isótopo X num isótopo-filho Y.
3.1 – Se a rocha tiver 100M.a
de idade, indica qual a
percentagem presente do
isótopo x.
3.2 – Determina a idade da
rocha quando apresenta 35%
do isótopo X.
3.3 – Menciona percentagem
do isótopo-filho Y presente na
rocha se esta tiver 400 M.A.
3.4 – Refere qual o período de
transmutação do referido
isótopo X.

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