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UFRN/CT/DEE

ELE0648 - TOPICOS ESPECIAIS EM TRANSMISSAO DE ENERGIA ELETRICA

ALUNO: LUCAS KELVIN ANDRADE FONSECA

MATRÍCULA: 20170052150

1. INTRODUÇÃO

A sobretensão é uma variação de tensão que está além da prevista para o sistema, ou
seja, acima do pensado e calculado, não importa se é entre fases, ou entre fase e terra. E
são fundamentalmente de dois tipos: externas ou internas. As sobretensões externas são
geradas de maneira externa ao sistema, como por descargas atmosféricas, já as internas
são causadas por falhas do próprio sistema, como por curto-circuitos.

No que diz respeito ao tempo de duração e amortecimento, as sobretensões podem


ser categorizadas em três: temporárias, de manobra ou atmosféricas.

2. CONCEITOS BÁSICOS

Determinar o tipo de sobretensão que ocorrem no sistema é importante para poder


coordenar e preparar isolamento de linhas, especificação de equipamentos e etc.

No que diz respeito as sobretensões temporárias, são obtidas com a solução da rede
em regime permanente, após alguma manobra ou ocorrência de defeito. Determinados
casos, essas sobretensões com longa duração podem apresentar constantes de tempo não
amortecidas, necessitando de avaliações no seu comportamento temporal. Uma causa de
sobretensão temporária são as energizações de linhas, na qual pode ser modelada como
um circuito pi, ou quadripolo:

a) Para linhas curtas:

Resolvendo o quadripolo, e tratando a admitância de forma desprezível, temos que:


b) Linha média

Usando o modelo pi e considerando as admitâncias:

Substituindo já com as constantes de quadripolo:

c) Linhas longas

Em linhas longas, os parâmetros são distribuídos:

Tomando na forma matricial:

Sendo Cq a constante do quadripolo, sendo I2= 0, e V1 = AV2 no caso de uma linha em


vazio.

EXEMPLO 1:

Analisar as sobretensões sustentadas no fim da linha de transmissão,


considerada média e supondo fonte ideal de tensão no início. Analisar, também, o
consumo de reativo da linha.
Resposta:

Para uma linha sem perdas, R = 0, e a constante A é menor que 1 devido a


predominância indutivas da linha. E desse modo, verificamos que há uma pequena
sobretensão, de 2,25%:
Consumo de reativos:
EXEMPLO 2:
Uma outra abordagem é fazer uma análise pelo divisor de tensão se tornando mais
simples:
EXEMPLO 3:

Utilizando os dados do exemplo 1,a linha com 150 km, calcular o reator que mantém
as tensões de início e fim de linha iguais.
3. EFEITO DA POTÊNCIA DE CURTO-CIRCUITO NA REDE.

Anteriormente, consideramos a energização da linha a partir do barramento infinito,


situação que não é facilmente encontrada. O que podemos encontrar são situações em
que a rede elétrica é forte ou fraca em termos de curto-circuito.

Ao energizarmos uma linha de transmissão, temos o seguinte circuito equivalente:

A tensão 𝑉2 pode ser obtida pela associação de quadripolos:

E V1 pode ser obtido calculando a impedância equivalente na linha de transmissão:


EXEMPLO 4:

Com os mesmos dados do exemplo 2, calcular a tensão no início da linha de


transmissão conectada a um sistema elétrico cuja corrente de curto-circuito simétrica
(trifásica) seja de 50 kA.

Sendo assim, descobrindo V1 notamos um aumento de 1,34%


4. REJEIÇÃO DE CARGA

Pelo aspecto da solução de uma rede em regime permanente, o circuito formado na


rejeição de carga é muito próximo do circuito na energização. A diferença principal nos dois
eventos é o nível de excitação dos geradores, sendo que na rejeição de carga esse nível pode
ser elevado. Normalmente a carga tem fator indutivo. Então, para compensar a queda de
tensão ∆𝑉 na linha de transmissão, a tensão E no gerador ou no início da linha deve ser maior
do que na carga.

Na rejeição de carga, com a abertura do disjuntor, ocorre uma sobretensão no fim da


linha, resultando uma solução em regime permanente da nova rede:

Se a tensão E é fixa depois da abertura do disjuntor, a tensão 𝑉′ será maior que a tensão E.
Normalmente o sistema de transmissão é preponderantemente indutivo, contribuindo mais
ainda para a elevação da tensão 𝑉′.

5. COMPORTAMENTO DINÂMICO DA REJEIÇÃO DE CARGA

Máquinas elétricas são dotadas de reguladores de tensão e de velocidade, em particular o


regulador de tensão faz parte do sistema de excitação da máquina, que atua no sentido de
manter as tensões nos terminais em um valor pré-fixado de 1,0 a 1,05 pu.
Em uma rejeição de carga, a tensão nos terminais da máquina se eleva pelo fato de a linha
se comportar como uma carga capacitiva. Se não fosse a atuação dos reguladores, a tensão
nos terminais da máquina tenderia a se manter elevada:

6. VARIAÇÕES NA FREQUÊNCIA

Na rejeição de carga, os geradores tendem a aumentar a velocidade, e o aumento de


velocidade gera aumento de frequência da rede. Fazendo com que se aumente a impedância
série e diminua a reatância capacitiva

7. EFEITO DA SATURAÇÃO DE TRANSFORMADORES

Visualizando várias peculiaridade de sobretensões, incluindo transformadores, são comuns


aos estudos de energização e rejeição de carga. Na a rejeição de carga temos variações nas
forças eletromotrizes e nas impedâncias da rede. As tensões se elevam e as formas de onda
podem ficar desorganizadas devido à saturação de transformadores e reatores e presença de
harmônicos, podendo haver possíveis condições de ressonância.

8. CURTO-CIRCUITO

Ao olhar da sobretensão, só será tratado do curto monofásico, então examinemos algumas


condições de desequilíbrio, considerando apenas as reatâncias no sentido de facilitar as
interpretações. Observando que 𝐾 = 𝑋0/𝑋1 no local do curto, podemos examinar as condições
de um sistema em que as parcelas resistivas das impedâncias sejam bem inferiores às parcelas
indutivas. A seguir a fórmula aproximada do fator de sobretensão, para o caso de curto
monofásico:
EXEMPLO 5:

Calcular em um sistema com (𝑋1 = 𝑋0), durante o curto-circuito monofásico, as tensões


nas fases não defeituosas.

Para 𝑉𝑎= 0, temos, 𝑉0 + 𝑉1 + 𝑉2 = 0

O circuito equivalente em componentes simétrica é:

Aplicando o fator de sobretensão, K=1, encontramos:

Também se tem o caso em que há um curto em um sistema isolado onde X0 = infinito.


Como exemplo poderemos citar uma fase de um transformador com ligação e delta e uma fase
em contato com a terra.
EXEMPLO 6:

Curto da questão anterior, sendo em um sistema isolado e utilizando componentes simétricas


e diagramas de sequência.
EXEMPLO 7:

Também é possível o caso em que X0/X1 > 1. É o caso típico de um curto-circuito no


terminal em aberto de uma linha de transmissão, que poderia ocorrer durante a energização
ou na rejeição de carga. Imaginemos ainda que a linha seja longa para diminuir a influência da
impedância do sistema alimentador, aqui considerado como um barramento infinito.

Com um curto-circuito fase-terra no fim da linha, alimentada em 525 kV ( tensão de


linha ), calcular as tensões nas fases não defeituosas.

Dados:

Solução sem uso de capacitâncias:


Colocando na forma matricial e descobrindo Va , Vb , Vc, obtemos uma sobretensão
sustentada no fim da linha de 1,36 (412,4/303). Aplicando a fórmula do fator de sobretensão
com k=4,66 (𝑋0/𝑋1) encontramos:

Solução com uso de capacitâncias:

A impedância equivalente de Thèvenin, vista do final da linha, dos circuitos


equivalentes abaixo:
Descobrindo V1, V2, e V3:

E após isso, Va, Vb, e Vc:

O fator de sobretensão para k = 464,09/92,84 é 𝑓𝑠𝑡 = 1,378. Obteremos o


mesmo valor fazendo 430,723/(303x1,031). Com a inclusão das capacitâncias as
sobretensões aumentam.

9. BIBLIOGRAFIA
1. NOTAS DE AULA DE TÓPICOS ESPECIAIS EM TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
- SOBRETENSÃO

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