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UFRJ – Escola Politécnica - 2021

Professores Julio Holtz e Manoel Justino


(Rev. 2)

Cap. 9 - Verificação dos Estados Limites de Serviço


em Vigas de Edifícios

Rio de Janeiro
2021
EEA-581
Fundamentos de Concreto Armado I

9. Verificação dos Estados Limites de Serviço em


vigas de edifícios – Itens abordados

Ações e combinações.
Momento de fissuração.
Flechas no Estádio I.
Análise da seção fissurada no Estádio II.
Flechas imediatas e diferidas. Flechas limites.
Verificação do Estado Limite de Fissuração. Abertura de
fissuras. Critério da NBR-6118.
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VERIFICAÇÃO DOS ESTADOS LIMITES DE
SERVIÇO EM VIGAS DE EDIFÍCIO
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COMBINAÇÕES DO ESTADO LIMITE DE SERVIÇO (ELS)

• Combinações quase permanentes de serviço (CQP) - Estas ações podem atuar durante grande parte do
período da vida da estrutura e sua consideração pode ser necessária na verificação do estado limite de
deformações excessivas.

• Combinações freqüentes de serviço (CF) - Estas ações se repetem muitas vezes durante o período de
vida da estrutura e sua consideração pode ser necessária na verificação dos estados limites de formação
de fissuras, de formação de estruturas e de vibrações excessivas. Podem também ser consideradas para
verificações de estados limites de deformações excessivas decorrentes de vento ou temperatura que
podem comprometer as vedações.

• Combinações raras (CR) - Estas ações ocorrem algumas vezes durante o período de vida da estrutura e
sua consideração pode ser necessária na verificação do estado limite de formação de fissuras.
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3. Combinações de ações no Estado Limite de Serviço (ELS)

Combinações raras (CR) - ocorrem algumas vezes durante o


período de vida da estrutura e sua consideração pode ser necessária na
verificação do estado limite de formação de fissuras. A ação variável
principal Fq1 é tomada com seu valor característico Fq1k e todas as
demais ações tomadas com seus valores frequentes 1Fqk:
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• No ELS as estruturas
trabalham parcialmente
no Estádio I e
parcialmente no Estádio II.

• A separação entre essas


duas partes é definida
pelo momento de
fissuração.
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Este momento de fissuração pode ser calculado em função da tensão de


tração sT no estádio I, que deve ser menor do que a tensão resistente fct no
concreto:

Da equação anterior, pode-se calcular o momento de fissuração MR, sendo que a NBR-6118
(2014) introduz um fator de correção para a determinação deste momento:
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Flechas máximas no Estádio I. No cálculo das flechas, deve ser considerado


o módulo de elasticidade secante ECS do concreto:
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Flechas máximas no Estádio I. No cálculo das flechas, deve ser considerado


o módulo de elasticidade secante ECS do concreto:
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6. Análise da seção fissurada no Estádio II

Na verificação do Estado limite de Deformações Excessivas (ELS-DEF), deve-


se considerar a Combinação Quase Permanente (CQP) com a seção
transversal fissurada para a determinação do momento de inércia III da
seção fissurada.

Nestas condições, é preciso determinar a posição da linha neutra em função


do momento M solicitante e da área As das armaduras longitudinais.
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6. Análise da seção fissurada no Estádio II

A figura abaixo mostra o caso de uma seção retangular com armadura simples.

O diagrama de tensões no concreto é linear e apenas a parte comprimida é


considerada, pois a resistência à tração do concreto é nula.
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6. Análise da seção fissurada no Estádio II


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6. Análise da seção fissurada no Estádio II


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6. Análise da seção fissurada no Estádio II


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6. Análise da seção fissurada no Estádio II


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6. Análise da seção fissurada no Estádio II


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6. Análise da seção fissurada no Estádio II


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6. Análise da seção fissurada no Estádio II


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6. Análise da seção fissurada no Estádio II


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6. Análise da seção fissurada no Estádio II


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7. Flechas nas vigas no Estádio II

• Os deslocamentos em uma viga analisada isoladamente e submetida a uma combinação de ações, dependem de diversos fatores
tais como da rigidez efetiva de sua seção transversal, da armadura existente, das fissuras, das deformações diferidas no tempo e
das propriedades dos materiais.

• A determinação das flechas nas vigas é feita no Estado Limite de Deformações Excessivas (ELS-DEF) para as combinações
quase permanentes (CQP), considerando as seguintes ações:

✓ ações de longa duração (cargas permanentes)

✓ ações de curta duração (cargas acidentais).


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7. Flechas nas vigas no Estádio II

• As ações de longa duração provocam uma deformação lenta (fluência) na estrutura ao longo do tempo. A flecha adicional
diferida no tempo fg proveniente das cargas g de longa duração (cargas permanentes) em função da fluência pode ser calculada
de maneira aproximada pela seguinte expressão:

f - flecha diferida no tempo para ações permanentes


fog - flecha imediata para ações permanentes
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7. Flechas nas vigas no Estádio II

• De acordo com a NBR-6118(2014):

t - tempo, em meses, quando se deseja o valor da flecha diferida


t0 - idade, em meses, relativa à aplicação da carga de longa duração
r’ – taxa geométrica de armadura longitudinal de compressão
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7. Flechas nas vigas no Estádio II

• De acordo com a NBR-6118(2014):

• O valor de (t) é um coeficiente em função do tempo que pode ser calculado pela expressão da NBR-
6118(2014):
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7. Flechas nas vigas no Estádio II

• De acordo com a NBR-6118(2014):

• O valor de (t) é um coeficiente em função do tempo que pode ser calculado pela expressão da NBR-
6118(2014):
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7. Flechas nas vigas no Estádio II

• Flecha para as Combinações de Ações em Serviço (ELS) para vigas usuais

Pela equação anterior, os valores do coeficiente (t) para vigas de edifícios usuais podem ser:

Neste caso, o coeficiente D será o seguinte:

Adotando uma taxa geométrica r' da armadura longitudinal de compressão igual a zero o coeficiente af pode ser considerado para
lajes de edifícios usuais:
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7. Flechas nas vigas no Estádio II

• Flecha para as Combinações de Ações em Serviço (ELS) para vigas usuais

Assim sendo, a flecha devido às cargas de longa duração pode ser considerada igual a:

Considerando o efeito da fluência nas cargas de longa duração, a flecha total para os valores em serviço, pode ser estimada por:

fTOTAL flecha total considerando o efeito da fluência


fog soma das flechas imediatas para ações permanentes
fq flecha imediata para ações variáveis (cargas acidentais)
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7. Flechas nas vigas no Estádio II

• Flecha para as Combinações de Ações em Serviço (ELS) para vigas usuais

Para combinação quase permanente de serviço (CQP):

2 = 0,3 para edifícios residenciais.


2 = 0,4 para edifícios comerciais.
2 = 0,6 para bibliotecas, arquivos, oficinas e garagens.
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8. Flechas limites

• De acordo com a NBR-6118 (2014), as flechas limites são valores práticos utilizados para verificação em
serviço do estado limite de deformações excessivas da estrutura.
• Essa norma apresenta uma classificação para a definição dos limites dos deslocamentos:
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8. Flechas limites

• De acordo com a NBR-6118 (2014), as flechas limites são valores práticos utilizados para verificação em
serviço do estado limite de deformações excessivas da estrutura.
• Essa norma apresenta uma classificação para a definição dos limites dos deslocamentos:
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8. Flechas limites

• De acordo com a NBR-6118 (2014), as flechas limites são valores práticos utilizados para verificação em
serviço do estado limite de deformações excessivas da estrutura.
• Essa norma apresenta uma classificação para a definição dos limites dos deslocamentos:

Vigas em balanço

De acordo com a NBR-6118(2014), quando a laje estiver em balanço, o vão ℓ equivalente a ser considerado deve ser o dobro do
comprimento do balanço.
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8. Flechas limites
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9. Verificação do Estado Limite de Fissuração nas vigas

• Nas estruturas• deDe


concreto
acordo com
armado,
a NBR-6118
a fissuração
(2014),
sempre
as flechas
acontece
limites
por causa
são valores
da baixa resistência do
concreto à tração.práticos utilizados para verificação em serviço do estado limite de
• Conforme mostrado deformações
por LEONHARDT
excessivas
(1979),
da estrutura.
as fissuras também podem acontecer por causa de
esforços de coação
• Essa interno
normae apresenta
externos, uma
principalmente
classificação
naspara
primeiras
a definição
horasdos
após
limites
a concretagem,
dos tendo
em vista que o concreto
deslocamentos:
novo tem pouca resistência á tração.
• A retração do concreto também pode provocar tensões de tração que podem provocar fissuras.

• Assim sendo as causas das fissuras são as seguintes:

✓ baixa resistência do concreto à tração


✓ esforços de coação nas primeiras horas após a concretagem
✓ retração do concreto
Quais os principais tipos de retração do concreto?
De acordo com os manuais de engenharia civil, essa retração pode ser dividida em:

1. Retração plástica

É o tipo mais comum de retração. Caracteriza-se pela eliminação de água pelo fenômeno da
exsudação (“suor do concreto”), que ocorre pouco antes do início da “pega” ou seu
endurecimento.

Fatores como exposição do material ao calor excessivo, ventos fortes, baixa umidade relativa do
ar, entre outras situações podem ocasionar o fenômeno.

Para esses casos, a correta adição da sílica ativa é capaz de diminuir o transtorno, pois reduz a
evaporação de água no concreto e, consequentemente, diminui as chances de retração.
2. Retração química

Já esse tipo ocorre na fase de hidratação do concreto (endurecimento) graças à diferença de


volume entre o cimento, a água e as substâncias resultantes dessa hidratação.

Nessa fase, são formadas substâncias como o hidróxido de cálcio, a etringita e o silicato de cálcio
hidratado, que, graças ao seu reduzido volume em relação ao cimento à a água, acabam
diminuindo também o volume do concreto.

3. Retração hidráulica

Outro tipo de retração do concreto é a “retração hidráulica ou por secagem”. Também se


caracteriza por uma diminuição do seu volume, resultante da perda de água do material quando
ele já se apresenta em estado sólido.
Essa perda acontece em razão de, mesmo na fase de hidratação, a água ainda não estar
completamente ligada ao concreto através dos fenômenos físico-químicos conhecidos. Além
disso, devido a reações causadas por erros na dosagem do concreto, essa água é liberada em
grande quantidade.

4. Retração térmica

A retração térmica se dá pela liberação de calor durante o processo de endurecimento do concreto,


que, inicialmente, aumenta de volume para depois diminuir durante o resfriamento.

É também conhecida como “retração exotérmica”, pois o que ocorre é uma reação química que
resulta na transmissão de calor do interior de um objeto para o meio ambiente.
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9. Verificação do Estado Limite de Fissuração nas vigas

• A fissuração •excessiva pode


De acordo com comprometer a durabilidade
a NBR-6118 (2014), da estrutura
as flechas limites por causa dos efeitos
são valores
da corrosão. práticos utilizados para verificação em serviço do estado limite de
deformações excessivas da estrutura.
• Essa também
norma apresenta umaaclassificação para ea adefinição
• As fissuras podem prejudicar funcionalidade estéticados
da limites dos como a
obra, bem
deslocamentos:
própria segurança da estrutura. Os malefícios das fissuras são então:

✓ corrosão das armaduras que afeta a durabilidade


✓ funcionalidade
✓ estética
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9. Verificação do Estado Limite de Fissuração nas vigas


Viga simplesmente apoiada
com muitas fissuras

Abertura de fissura
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9. Verificação do Estado Limite de Fissuração nas vigas


• Na região das fissuras de flexão transversais à armadura principal, o risco da corrosão do aço depende da qualidade
do concreto e da espessura do cobrimento das armaduras.

• Em muitos casos é preciso aumentar a resistência do concreto e aumentar o cobrimento das armaduras para se
evitar a corrosão.
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9. Verificação do Estado Limite de Fissuração nas vigas


• Tipos de fissuras

De acordo com LEONHARDT (1979), as fissuras podem ser dos seguintes tipos:

• Microfissuras e fissuras na estrutura interna – fissuras muito finas e curtas


• Fissuras de separação – atravessam toda a seção transversal
• Fissuras de flexão – fissuras começam no bordo tracionado e terminam na linha
neutra
• Fissuras de convergência – apenas umas poucas fissuras avançam até a linha neutra
• Fissuras intermediárias e de aderência – fissuras finas que atingem apenas a
camada externa
• Fissuras de cisalhamento – fissuras devido às tensões de tração inclinadas
• Fissuras longitudinais – causadas pelo aumento do volume da barra (corrosão)
• Fissuras superficiais ou em rede – causadas por retração ou variações de
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9. Verificação do Estado Limite de Fissuração nas vigas


• Abertura máxima das fissuras

✓ Para melhorar o bom desempenho da estrutura, é preciso controlar a abertura de fissuras.


✓ As aberturas de fissuras devem obedecer aos limites recomendados pela NBR-6118(2014).
✓ A abertura máxima característica wk de fissuras em estruturas de concreto armado não deve
ser maior do que 0,2 mm a 0,4 mm sob a ação das combinações frequentes (CF).

Valores limites da abertura característica wk de fissuras – NBR-6118(2014)


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9. Verificação do Estado Limite de Fissuração nas vigas


• Controle da abertura das fissuras

✓ Pela NBR-6118(2014), nos projetos de estruturas correntes, a agressividade ambiental deve


ser classificada de acordo com a tabela abaixo.

Classes de agressividade ambiental – NBR-6118 (2014)


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9. Verificação do Estado Limite de Fissuração nas vigas


• Abertura máxima das fissuras

✓ De acordo com a NBR-6118 (2014), a verificação dos estados limites de formação de fissuras
(ELS-F) e de abertura de fissuras (ELS-W) é feita para as combinações frequentes de serviço
(CF).

✓ A abertura das fissuras pode ser influenciada por diversos fatores, tais como pelas restrições
às variações volumétricas da estrutura e pelas condições de execução da estrutura.
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9. Verificação do Estado Limite de Fissuração nas vigas


• Valor característico da abertura de fissuras wk

✓ Pela NBR-6118(2014), o valor característico da abertura de fissuras wk, determinado para cada
parte da região de envolvimento da armadura é o menor entre os obtidos pelas seguintes
expressões:
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9. Verificação do Estado Limite de Fissuração nas vigas


• Valor característico da abertura de fissuras wk

ss , f ,ES , rr são definidos para cada área de envolvimento analisada


Acr área da região de envolvimento protegida pela barra f
f diâmetro da barra que protege a região de envolvimento considerada
rr taxa de armadura em relação à área de envolvimento Acr
rr = As / Acr
ss tensão de tração no centro de gravidade da armadura, calculada no Estádio II
(No cálculo do Estádio II, a relação e entre os módulos de elasticidade pode ser considerado ae =
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9. Verificação do Estado Limite de Fissuração nas vigas


• Valor característico da abertura de fissuras wk

fct,m = 0,3 fck2/3 (em MPa) - resistência média à tração do concreto


Es módulo de elasticidade do aço da barra
1 coeficiente de conformação superficial da armadura
1 = 1,0 para barras lisas (CA-25)
1 = 1,4 para barras entalhadas (CA-60)
1 = 2,25 para barras nervuradas (CA-50)
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9. Verificação do Estado Limite de Fissuração nas vigas


• Abertura máxima das fissuras

✓ Nas vigas usuais, com altura menor do que 1,2m, pode-se considerar atendida a condição de
abertura de fissuras em toda a pele tracionada, se a abertura de fissuras calculada na região
das barras mais tracionadas for verificada e se existir uma armadura lateral.
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9. Verificação do Estado Limite de Fissuração nas vigas


• Área de concreto Acr de envolvimento das armaduras

✓ Para cada barra da armadura, que controla a fissuração do elemento estrutural, deve ser
considerada uma área Acr do concreto de envolvimento, formada por retângulos cujos lados
não distam mais do que 7,5f do eixo da barra.
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9. Verificação do Estado Limite de Fissuração nas vigas


• Área de concreto Acr de envolvimento das armaduras

✓ Toda a armadura de pele da viga na zona tracionada deve limitar a abertura de fissuras na
região Acr correspondente e que seja mantido um espaçamento menor ou igual a 15f.
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9. Verificação do Estado Limite de Fissuração nas vigas


• Área de concreto Acr de envolvimento das armaduras

✓ Por exemplo, quando houver apenas uma camada de armaduras na viga, a área Acr do
concreto de envolvimento das armaduras será:
Acr = b (d’ + 7,5f)
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9. Verificação do Estado Limite de Fissuração nas vigas


• Tensão de tração na armadura no Estádio II
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9. Verificação do Estado Limite de Fissuração nas vigas


• Controle da fissuração sem a verificação da abertura das fissuras

A NBR-6118(2014) permite dispensar a avaliação da abertura de fissuras e atender ao estado


limite de fissuração, desde que o dimensionamento da viga atenda ao valor máximo do diâmetro
e ao espaçamento das armaduras da tabela abaixo, bem como as exigências de cobrimento e de
armadura mínima.

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