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dar em particular, pela palavra e exemplo. Não se trata aqui de um ensino formal, mas de pedagogia que
se desenvolve na urdidura da vida.
É importante destacar que a instrução só pode acontecer onde existe comunicação e comunhão. É
preciso construir pontes de comunicação entre os idosos e os jovens. O conflito de gerações precisa ser
resolvido antes que a instrução logre êxito.
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“trabalhando em casa”. Paulo está combatendo aqui aquele estilo de vida ocioso de algumas mulheres que
viviam andando de casa em casa, adotando um estilo de vida fútil (iT m 5.13).
John Stott é da opinião que não seria legítimo tomar esse versículo como base para estabelecer a
condição de permanecer em casa como um estereótipo para todas as mulheres, ou para proibir as esposas
de terem uma atividade profissional. O que de fato é afirmado é que a mulher que aceita a vocação do
casamento e tem marido e filhos deve amá-los, e não negligenciá-los. Assim, Paulo está se opondo não a
que a mulher tenha uma profissão, mas ao fato tão corriqueiro de se tornar ociosa e ficar indo de casa em
casa.
Hoje, o contexto é outro. H á muitas mulheres que negligenciam o marido, os filhos, a casa e
desperdiçam seu precioso tempo andando de loja em loja, comprando o que não precisam, com o dinheiro
que não têm, para impressionar pessoas que não conhecem.
Em quinto lugar, deveriam ser bondosas (2.5). A bondade é atitude de investir o melhor da vida na
vida dos outros. O único homem que é chamado de “bom” na Bíblia é Barnabé (At 11.24). A marca desse
homem foi investir na vida daqueles que haviam sido rejeitados. Ele investiu na vida de Saulo depois que
foi rejeitado em Jerusalém pelos discípulos (At 9.26,27) e na vida de João Marcos, depois que Paulo se
recusou a aceitá-lo na caravana da segunda viagem missionária (At 15.36-39).
Em sexto lugar, deveriam ser sujeitas ao marido (2.5). A submissão é uma palavra extremamente
distorcida e desgastada atualmente. H á muitos maridos que se valem dessa ordem paulina para
oprimirem sua mulher. Entretanto, há muitas mulheres que sentem urticária ao ouvir que precisam se
sujeitar a seu marido. Há aqueles que ainda pensam que a sujeição da mulher a seu marido implica
inferioridade daquela a este. Isso é um engano. Assim como Deus, o Filho, não é inferior a Deus, o Pai;
assim também, a mulher não é inferior ao marido (ICo 11.3).
Hans Burki está correto quando diz que não se trata aqui de uma subserviente e dócil rendição a
tudo o que o marido exige. Ela administrará o lar com bondade e em concordância com a vontade do
marido, não sem ele nem contra ele. A liberdade e a igualdade da mulher não contradizem a subordinação
ao marido, desde que essa subordinação aconteça de forma espontânea, e não segundo as concepções das
fantasias masculinas de superioridade, nem de sua cobiça por dominação.
O marido sábio permite que a esposa administre o lar, pois esse é o ministério dela. Apesar de a
esposa ser a “dona da casa”, o marido é o líder do lar, de modo que a esposa deve ser obediente. Mas
onde existe amor, a obediência não é dolorosa. O projeto de Deus no casamento não é a dominação do
superior sobre o inferior, mas igualdade sexual com complementaridade.
Qual motivação deveria regular a conduta da mulher crente? O vetor principal a nortear-lhe a
postura é “para que a palavra de Deus não seja difamada”. A insubmissão da esposa ao marido seria um
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escândalo para o evangelho. A nossa vida é uma ponte ou uma muralha; aproxima as pessoas de Deus ou
as afasta. Kelly está com a razão quando diz que o m undo de forma imediatamente culpará o próprio
evangelho por qualquer conduta da parte dos fiéis que seja chocante às susceptibilidades
contemporâneas.