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Enxertia | Inforagro

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A enxertia é um dos métodos de propagação de plantas mais


utilizados na atualidade. Possibilita cruzar características de
duas ou mais plantas que sejam da mesma família botânica
para criar outra planta mais resistente, produtiva, de porte
menor, com frutos de sabor diferenciado, mais precoce,
transformar plantas estéreis em produtivas, restaurar plantas
atacadas por pragas ou doenças, etc..

Tipos de Enxertia

Existem dois tipos de enxertia, são eles:

– Borbulhia: esse tipo de enxertia é efetuado através das


gemas da planta (broto) e em plantas de folhas perenes
como: citros, goiabeira, abacateiro e roseira. Para fazer a
enxertia com borbulhias, podem ser usados dois
procedimentos, o corte em (T) simples ou invertido.
– Garfagem: esse tipo de enxerte é feito utilizando galhos da
árvore que se quer enxertar. O ideal é que o diâmetro das
estacas não ultrapasse 2 cm, pois galhos muito grossos
possuem menor chance de sucesso. A enxertia por garfagem
é mais utilizada em plantas de folhas caducas, aquelas que
perdem as folhas no inverno como a videira, o pessegueiro e a
nectarina. Os tipos de enxertia por garfagem são: meia fenda
e fenda cheia.

A época recomendada para enxertia por borbulha é primavera


ou outono principalmente meados da primavera. E para
enxertia por garfagem meses de julho e agosto.

Escolha do Cavalo ou Porta Enxerto

A escolha do porta enxerto varia de espécie para espécie e a


finalidade do enxerte, por exemplo, se quiser formar uma
planta resistente a determinada doença que afeta o sistema
radicular mas também quer que ela tenha uma produção de
qualidade, o cavalo deverá ser de uma espécie resistente
àquela doença e o garfo ou borbulha deverá ser de uma outra
planta de mesma espécie que tenha uma boa produção.

Fazendo o Enxerte
– Borbulha: uma borbulha deve ser retirada da planta mãe,
que deve ter boa produção, formação homogênea da copa e
folhagem bem verde. A borbulha deve ter de 2 a 3 cm de
comprimento e aspectos físicos favoráveis.

No porta enxerto, com o auxílio de uma faca bem afiada,


corta-se a casca em formato de (T) comum ou invertido. O
corte na vertical deve ter 3 cm de comprimento e o horizontal
2 cm, sendo estes feitos o mais próximo do solo possível. A
borbulha é encaixada dentro do corte, tomando cuidado para
não colocá-la de ponta cabeça.

Depois de encaixar a borbulha, enrole uma fita de plástico


transparente envolta dela, deve ficar bem vedado para
impedir a entrada de água. Depois de 30 a 45 dias da
operação, se a borbulha estiver verde, retira-se a fita plástica
e corta-se o pedaço do cavalo acima da borbulha, a fim de
estimular o crescimento da mesma. Caso a borbulha esteja
morta, outro enxerte poderá ser feito utilizando o mesmo
cavalo.
A fita deve ser tirada em um dia nublado ou chuvoso e o
enxerte deve ser mantido em estufa ou local sombreado até
se estabilizar.

– Garfagem: na garfagem o porta enxerto deve ter de 16 a 25


cm de comprimento e diâmetro variável, mas não muito
grosso, o garfo possui de 15 a 20 cm de comprimento e o
diâmetro não deve ultrapassar os 2 cm.

Os garfos, assim como o porta enxerto, devem ser retirados


de plantas sadias, bem formadas e com boa produção. O
enxerto pode ser feito de duas formas, fenda lateral ou fenda
cheia. Na fenda lateral, o corte não deve ultrapassar os 3 cm
de comprimento e deve ser feito em forma de  bisel na
extremidade do porta enxerto, o mesmo se emprega ao garfo.

As duas partes são unidas e amarradas por um pedaço de


barbante, em seguida são vedadas com um pedaço de fita
plástica transparente, para evitar a entrada de água.

Na fenda cheia, não existem muitas diferenças, o certe agora


deve ser feito em forma de V no porta enxerto e de V invertido
no garfo. O corte não deve ultrapassar 3 cm de comprimento.

As duas partes são unidas e amarradas com um pedaço de


barbante, após isso são envoltas com fita plástica, para evitar
entrada de água.

Os enxertos de garfagem, assim como os de borbulha, devem


ser mantidos em local sombreado, estufas ou debaixo de
árvores, até que tenham se estabilizado e emitido as
primeiras brotações.

Cuidados

O porta enxerto também emite brotações, é preciso tomar


cuidado para não deixar que elas se desenvolvam, pois assim,
os brotos dos garfos ou borbulhas irão ficar raquíticos e
acabar morrendo.

A fita plástica só deve ser retirada quando a incisão feita nos


caules estiver totalmente cicatrizada, caso contrário, a ferida
se tornará porta de entrada para doenças.

Na hora do transplante das mudas, nunca segure o enxerto


sem apoiar o torrão com a outra mão, pois você pode acabar
abalando o sistema radicular ou até arrancando a mesma do
torrão.

Nunca deixe que mais de um broto se desenvolva. Conserve


dois brotos do enxerte até que estejam bem desenvolvidos, a
partir daí, elimine o broto que estiver mais fraco.

No enxerte de garfagem, a casca do cavalo deve ficar em


contato com a casca do enxerte, para que haja a circulação
de seiva elaborada em ambas as partes.
Veja também:

Materiais utilizados para fazer enxertia

Alporquia

Fonte: INFORAGRO

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