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SEGUNDA AVALIAÇÃO – EMBRIOLOGIA

PRIMEIRA AULA: GASTRULAÇÃO


Processo pelo qual as TRÊS CAMADAS germinativas que são precursoras de todos os
tecidos embrionários, e a orientação axial são estabelecidas nos embriões.
Ectoderma Embrionário: dá origem à epiderme, ao SNC e SNP, ao olho, à orelha interna
e como células da crista neural, a muitos tecidos conjuntivos da cabeça.
Endoderma Embrionário: é a fonte dos revestimentos epiteliais, das vias respiratórias,
do trato digestivo e células glandulares dos órgãos associados.
Mesoderma Embrionário: dá origem a todos os músculos esqueléticos, às células
sanguíneas e ao revestimento dos vasos sanguíneos, a todo músculo liso visceral, e órgãos dos
sistemas reprodutivo e secretor e à maior parte do sistema cardiovascular.

LINHA PRIMITIVA:

O primeiro sinal da gastrulação é o aparecimento da linha primitiva. A linha primitiva


resulta da proliferação e migração das células do epiblasto para o plano mediano do disco
embrionário.
Enquanto a linha primitiva se alonga pela adição de células à sua extremidade caudal, a
extremidade cranial se prolifera e forma o NÓ PRIMITIVO.
Concomitantemente, forma-se o SULCO PRIMITIVO que se continua com uma pequena
depressão no nó primitivo, a FOSSETA PRIMITIVA. O sulco e a fosseta primitivas resultam da
invaginação (movimento p/ dentro) das células epiblásticas.
Pouco tempo depois do aparecimento da linha primitiva, células abandonam sua
superfície profunda e formam o MESÊNQUIMA. O mesênquima forma os tecidos de sustentação
do embrião. Parte do mesênquima forma o mesoblasto (mesoderma indiferenciado), que forma
o MESODERMA EMBRIONÁRIO.
Células do epiblasto, assim como do nó primitivo e de outras partes da linha primitiva,
deslocam o hipoblasto, formando o ENDODERMA EMBRIONÁRIO.
As células que permanecem no epiblasto formam o ECTODERMA EMBRIONÁRIO.

DESTINO DA LINHA PRIMITIVA:

A linha primitiva forma ativamente o mesoderma pelo ingresso de células até o início da
quarta semana; depois disso, a produção de mesoderma torna-se mais lenta. A linha primitiva
diminui de tamanho relativo e torna-se uma estrutura insignificante na região sacrococcígea do
embrião. Normalmente a linha primitiva sofre mudanças degenerativas e desaparece no fim da
quarta semana.
Restos da linha primitiva podem persistir e dar origem a um tumor — o TERATOMA
SACROCOCCÍGEO. Esses tumores contêm vários tipos de tecidos contendo elementos das três
camadas germinativas em estágios incompletos de diferenciação. Os teratomas sacrococcígeos
são geralmente diagnosticados por ultra-sonografia, e a maioria dos tumores é benigna.
Geralmente são retirados cirurgicamente, e o prognóstico é bom.

PROCESSO NOTOCORDAL:

O processo notocordal é formado a partir da migração no sentido cefálico de células


mesenquimais pelo nó primitivo. O processo notocordal cresce em sentido cranial entre a ecto
e endoderme até a placa pré-cordal (uma pequena área circular de células endodérmicas
colunares, onde o ectoderma e o endoderma estão em contato). A placa pré-cordal é o
primórdio da MEMBRANA BUCOFARÍNGEA, localizada no futuro local da cavidade oral. Podendo
também ter um papel como um centro sinalizador para controlar o desenvolvimento de
estruturas cranianas.
Células da linha primitiva migram lateralmente ao processo notocordal para formar a
ÁREA CARDIOGÊNICA, onde o primórdio do coração começa a se desenvolver no fim da terceira
semana.
Caudalmente à linha primitiva, há uma área circular — a membrana cloacal — que indica
o local do futuro ânus. Ali e na membrana bucofaríngea, o disco embrionário permanece
bilaminar porque, nesses locais, o ectoderma e o endoderma estão fundidos, impedindo, dessa
maneira, a migração de células mesenquimais entre os folhetos. Na metade da terceira semana,
o mesoderma intra-embrionário separa o ectoderma do endoderma em todos os lugares,
exceto: • Cefalicamente, na membrana bucofaríngea.
• No plano mediano, onde se localiza o processo notocordal.
• Caudalmente, na membrana cloacal.

NOTOCORDA:

Sinais instrutivos (indutores que ocorrem naturalmente) da região de linha primitiva


induzem as células precursoras notocordais a formarem a NOTOCORDA, ela:
• Define o eixo primitivo do embrião dando-lhe uma certa rigidez.
• Fornece os sinais necessários para o desenvolvimento do esqueleto axial (ossos da
cabeça e da coluna vertebral) e do sistema nervoso central.
• Contribui na formação dos discos intervertebrais.

FORMAÇÃO DA NOTOCORDA: O processo notocordal estende-se desde o nó primitivo


até a placa pré-cordal, onde ocorre a fusão do assoalho notocordal com o endoderma
subjacente. As regiões fundidas sofrem degeneração gradual formando aberturas que logo se
tornam confluentes e o canal notocordal desaparece (A parte proximal do canal notocordal
persiste, temporariamente, como o canal NEUROENTÉRICO, que forma uma comunicação
transitória entre as cavidades dos sacos amniótico e vitelino). Iniciando na extremidade cefálica,
as células notocordais proliferam e a placa notocordal dobra-se para formar a notocorda. A
notocorda destaca-se do endoderma. Este se reestabelece como camada contínua.
A notocorda se estende da membrana bucofaríngea ao nó primitivo. A notocorda
degenera e desaparece quando os corpos vertebrais se formam, mas persiste como o NÚCLEO
PULPOSO de cada disco intervertebral. A notocorda funciona como o indutor primário (centro
sinalizador) do embrião inicial. A notocorda em desenvolvimento induz o ectoderma
sobrejacente a espessar-se e formar a placa neural o primórdio do sistema nervoso central
(SNC).
Observação: Tumores benignos e malignos (cordomas) podem se formar a partir de de
restos vestigiais da notocorda.

ALANTÓIDE:

O alantóide surge por volta do 16◦ dia. É um pequeno divertículo do saco vitelino. Em
embriões de répteis, pássaros e alguns mamíferos, esse saco endodérmico tem função
respiratória e/ou de reservatório para a urina durante a vida embrionária. Nos embriões
humanos, o alantóide permanece muito pequeno, mas o mesodermo alantóide se expande
abaixo do córion e forma os vasos sanguíneos que servirão à placenta. Os vasos sanguíneos do
alantóide tornam-se as artérias umbilicais
A parte proximal do divertículo alantóide original persiste durante a maior parte do
desenvolvimento como uma linha chamada ÚRACO, que se estende da bexiga até a região
umbilical. O úraco é representado nos adultos pelo ligamento umbilical mediano.

SEGUNDA AULA: NEURULAÇÃO

Os processos envolvidos na formação da placa neural e pregas neurais e fechamento


dessas pregas para formar o tubo neural constituem a NEURULAÇÃO. Esses processos iniciam-
se por volta da metade da terceira semana e completa-se no fim da quarta semana.

PLACA NEURAL E TUBO NEURAL

Com o desenvolvimento da notocorda, o ectoderma embrionário acima dela se espessa,


formando uma placa alongada, em forma de chinelo, de células epiteliais espessadas, a PLACA
NEURAL. O ectoderma da placa neural (neuroectoderma) dá origem ao SNC — encéfalo e
medula espinhal. O neuroectoderma também dá origem a várias outras estruturas, como a
retina, por exemplo. Enquanto a notocorda se alonga, a placa neural se alarga e se estende
cefalicamente até a membrana bucofaríngea.
Por volta do décimo oitavo dia, a placa neural se invagina ao longo do seu eixo central,
formando um SULCO NEURAL mediano, com PREGAS NEURAIS em ambos os lados. As pregas
neurais tornam-se particularmente proeminentes na extremidade cefálica do embrião e
constituem os primeiros sinais do desenvolvimento do encéfalo. No fim da terceira semana, as
pregas neurais já começaram a se aproximar e a se fundir, convertendo a placa neural em TUBO
NEURAL, o primórdio do SNC. O tubo neural logo se separa do ectoderma da superfície, assim
que as pregas neurais se encontram. Subsequentemente, o ectoderma da superfície diferencia-
se na epiderme. A formação do tubo neural é um processo celular complexo e multifatorial que
envolve uma cascata de mecanismos moleculares e fatores extrínsecos

FORMAÇÃO DA CRISTA NEURAL

Com a fusão das pregas neurais para formar o tubo neural, algumas células
neuroectodérmicas, dispostas ao longo da crista de cada prega neural, perdem sua afinidade
com o epitélio e adesões às células vizinhas. Quando o tubo neural se separa do ectoderma da
superfície, as células da crista neural formam uma massa achatada irregular, a CRISTA NEURAL,
entre o tubo neural e o ectoderma superficial suprajacente.
As células da crista neural originam gânglios e nervos sensoriais e cranianos, medula da
glândula supra-renal, melanócitos, cartilagem dos arcos branquiais, mesênquima da cabeça,
células de Schwann, Revestimento meníngeo do encéfalo.

DESENVOLVIMENTO DOS SOMITOS

Além da notocorda, as células derivadas do nó primitivo formam o MESODERMA


PARAXIAL. Próximo ao fim da terceira semana, o mesoderma paraxial diferencia-se e começa a
dividir-se em pares de corpos cubóides, os SOMITOS, que se formam em uma sequência
cefalocaudal. Esses blocos de mesoderma estão localizados em cada lado do tubo neural em
desenvolvimento. Como os somitos são bem proeminentes durante a quarta e quinta semanas,
eles são usados como um dos vários critérios para determinar a idade do embrião. Cerca de 38
pares de somitos são formados durante o período somítico do desenvolvimento humano (20a
ao 30s dia). No fim da quinta semana, 42 a 44 pares de somitos estão presentes.
Dão origem ao esqueleto axial (cabeça, pescoço e tronco), vértebras, costelas e parte do
osso occipital, musculatura associada ao esqueleto axial e derme da pele.
DESENVOLVIMENTO DO CELOMA INTRA-EMBRIONÁRIO

O primórdio do celoma intra-embrionário (cavidade do corpo do embrião) surge como


espaços celômicos isolados no mesoderma lateral e no mesoderma cardiogênico (formador do
coração). Esses espaços logo coalescem, formando uma única cavidade em forma de ferradura,
o CELOMA INTRA-EMBRIONÁRIO, que divide o mesoderma lateral em duas camadas:
• A camada parietal, ou SOMÁTICA, do mesoderma lateral, localizada sob o epitélio
ectodérmico e contínua ao mesoderma extra-embrionário, que cobre o âmnio.
• A camada visceral, ou ESPLÂNCNICA, do mesoderma lateral, adjacente ao endoderma
e contínua ao mesoderma extraembrionário que cobre o saco vitelino.
O mesoderma somático e o ectoderma sobrejacente do embrião formam a parede do
corpo do embrião ou SOMATOPLEURA. Enquanto o mesoderma esplâncnico e o endoderma
subjacente do embrião formam o intestino do embrião ou ESPLANCNOPLEURA.
Durante o segundo mês, o celoma intra-embrionário está dividido em três cavidades
corporais: • Cavidade pericárdica. • Cavidades pleurais. • Cavidade peritoneal.

DESENVOLVIMENTO INICIAL DO SISTEMA CARDIOVASCULAR

No fim da segunda semana, a nutrição do embrião é obtida do sangue materno, por


difusão através do celoma extra-embrionário e do saco vitelino. No início da terceira semana,
iniciam-se a VASCULOGÊNESE e a ANGIOGÊNESE, ou formação de vasos sangüíneos, no
MESODERMA EXTRA-EMBRIONÁRIO do saco vitelino, do pedículo do embrião e do córion.
Durante a terceira semana, desenvolve-se o primórdio de uma circulação uteroplacentária.
A vasculogênese é a formação de novos canais vasculares pela reunião de precursores
celulares individuais chamados angioblastos. A angiogênese é a formação de novos vasos pela
ramificação de vasos preexistentes.
As células sanguíneas desenvolvem-se a partir de células endoteliais dos vasos à medida
que eles se desenvolvem nas paredes do saco vitelino e do alantóide, no fim da terceira semana.
A formação do sangue (hematogênese) só começa na quinta semana.

SISTEMA CARDIOVASCULAR PRIMITIVO

O coração está representado por um par de tubos cardíacos endoteliais. No fim da


terceira semana, os tubos cardíacos já se fundiram, formando um coração tubular, que está
unido a vasos no embrião, no saco vitelino, no córion e no pedículo do embrião, formando o
sistema cardiovascular primitivo. No fim da terceira semana, o sangue circula e o coração
começa a bater no vigésimo primeiro dia ou vigésimo segundo dia. O sistema cardiovascular é o
primeiro sistema de órgãos que alcança um estado funcional.

TERCEIRA AULA: FECHAMENTO DO EMBRIÃO:

Um importante acontecimento no estabelecimento da forma do corpo é o


DOBRAMENTO DO DISCO EMBRIONÁRIO trilaminar plano em um embrião mais ou menos
cilíndrico. O dobramento se dá nos planos mediano e horizontal e é decorrente do rápido
crescimento do embrião. A velocidade de crescimento nas laterais do disco embrionário não
acompanha o ritmo de crescimento do eixo maior enquanto o embrião aumenta rapidamente
de comprimento.

DOBRAMENTO DO EMBRIÃO NO PLANO MEDIAL:


O dobramento ventral das extremidades do embrião produz as pregas cefálica e caudal.
PREGA CEFÁLICA: No início da quarta semana, as pregas neurais da região cefálica tornaram-se
mais espessas, formando o primórdio do encéfalo. O encéfalo anterior em desenvolvimento
cresce em direção cefálica, além da membrana bucofaríngea, e coloca-se sobre o coração em
desenvolvimento. Simultaneamente, o septo transverso, o coração primitivo, o celoma
pericárdico e a membrana bucofaríngea se deslocam na superfície ventral do embrião. Durante
o dobramento longitudinal, parte do endoderma do saco vitelino é incorporada no embrião,
formando o intestino anterior (primórdio da faringe, do esôfago). O intestino anterior situa-se
entre o encéfalo e o coração.

PREGA CAUDAL: O dobramento da extremidade caudal do embrião resulta, basicamente, do


crescimento da parte distal do tubo neural — primórdio da medula espinhal. Com o crescimento
do embrião, a eminência caudal (região da cauda) se projeta sobre a membrana cloacal (futura
região do ânus). Durante o dobramento, parte da camada germinativa endodérmica é
incorporada ao embrião, formando o intestino posterior (primórdio do cólon descendente). A
porção terminal do intestino anterior logo se dilata levemente e forma a cloaca (primórdio da
bexiga e do reto). Antes do dobramento, a linha primitiva situa-se cranialmente à membrana
cloacal, depois do dobramento, ela assume uma posição caudal. O pedículo do embrião
(primórdio do cordão umbilical) prende-se à superfície ventral do embrião, e a alantoide.

DOBRAMENTO DO EMBRIÃO NO PLANO HORIZONTAL:


O dobramento lateral do embrião leva à formação das pregas laterais direita e esquerda. O
dobramento lateral é resultado do rápido crescimento da medula espinhal e dos somitos. Com
a formação das paredes abdominais, parte da camada germinativa endodérmica é incorporada
ao embrião, formando o intestino médio (primórdio do intestino delgado etc.). Entretanto,
inicialmente há uma ampla comunicação entre o intestino médio e o saco vitelino mas, depois
do dobramento lateral, esta comunicação é reduzida, formando o pedículo vitelino. A região de
ligação do âmnio com a superfície ventral do embrião fica, também, reduzida a uma região
umbilical relativamente estreita. Transformação do pedículo do embrião no cordão umbilical.

PRINCIPAIS EVENTOS DA QUARTA À OITAVA SEMANA:

Quarta semana: Durante a quarta semana, ocorrem grandes mudanças na forma do corpo. O
tubo neural forma-se em frente aos somitos, mas é amplamente aberto nos neuroporos. No 24º
dia o 1º par de arcos faríngeos (formação da mandíbula e parte da maxila) é visível. No 26º dia
3 pares de arcos faríngeos são visíveis, surgem os brotos dos membros superiores, o neuróporo
cefálico se fecha, as fossetas óticas (primórdio das orelhas internas) e os placoides ectodérmicos
do cristalino são visíveis. O coração forma uma grande saliência ventral e bombeia sangue. No
fim da 4ª semana: brotos dos membros inferiores, fechamento do neuróporo caudal,
rudimentos de muitos sistemas, principalmente sistema cardiovascular estão presentes.

Quinta semana: Durante a quinta semana, são pequenas as mudanças na forma do corpo em
comparação com as que ocorrem durante a quarta semana, mas o crescimento da cabeça
excede o crescimento das outras regiões. O aumento da cabeça é causado principalmente pelo
rápido desenvolvimento do encéfalo e das proeminências. O 2º arco faríngeo cresce para formar
o seio cervical. Surgem as cristas mesonéfricas – indicando o local dos rins mesonéfricos (órgãos
excretores provisórios).

Sexta semana: Embrião apresenta resposta reflexa ao toque e contrações musculares do tronco
e membros. Desenvolvimento do cotovelo, placas das mãos e raios digitais (primórdio dos
dedos) e posteriormente, dos membros inferiores. Saliências auriculares – pavilhão auditivo
externo. Olhos evidentes (pigmentação da retina). Cabeça desproporcionalmente maior que o
tronco. Herniação fisiológica dos intestinos para o celoma extraembrionário – cavidade
abdominal ainda é pequena para acomodar o crescimento rápido do intestino.

Sétima semana: Modificações nos membros – chanfraduras entre os raios digitais – indicação
de formação dos dedos. Ossificação nos membros superiores é iniciada. Período crítico do
desenvolvimento dos membros – 26º ao 36º dia (7ª semana)

Oitava semana: Dedos das mãos formados, mas ainda unidos por membrana interdigital. Surge
o plexo vascular do couro cabeludo. Primeiros movimentos voluntários dos membros.
Ossificação femoral é iniciada, a eminência caudal desaparece, a cabeça ainda é
desproporcional, região do pescoço mais definida, pálpebras estão se fechando, os intestinos
ainda estão herniados (11ª semana o intestino retorna ao abdome).

QUARTA AULA: DA CONCEPÇÃO AO NASCIMENTO

Período Embrionário: • 3ª a 8ª semana do desenvolvimento. • Período crítico à ação de agentes


teratogênicos. • Formação dos primórdio dos órgãos e sistemas.
Período Fetal: • 9ª semana ao nascimento; • Maturação dos tecidos e órgãos; • Comprimento
do feto – CRL – Correlacionado à idade do feto em semanas • Crescimento rápido do corpo; –
Crescimento em comprimento: 3º,4º e 5º meses • Aumento de peso: 8º e 9º mês;

Primeiro mês: Fecundação: na tuba uterina. O blastocisto se implanta no útero. O coração já


bate e bombeia “sangue” no 21º dentro de um sistema circulatório fechado. Quatro semanas
após a fecundação, olho, ouvido e sistema respiratório começam a se formar.
Segundo mês: Com oito semanas o embrião cresce, os músculos se desenvolvem e ele começa
a se movimentar, embora ainda não sinta estes movimentos. Já possui pés definidos, e uma pele
quase transparente com veias e artérias visíveis nas terminações dos dedos.
Terceiro mês: O crescimento do corpo acelera. Aparecimento de centros primários de
ossificação. Estabelecimento da forma madura da genitália externa. Aumento do comprimento
dos membros. O intestino não está mais visível junto ao cordão umbilical. Diminuição da
eritropoiese pelo fígado e aumento pelo baço. Formação de urina que é lançada no líquido
amniótico.
Quarto mês: Diminuição do tamanho relativo da cabeça. Continuação do alongamento dos
membros. Os movimentos do feto são agora coordenados, ainda não são percebidos pela mãe.
Crescimento muito acelerado. Ossificação ativa do esqueleto. Olhos e orelhas em posições
próximas à definitiva. Ovários contendo folículos primordiais formados. Movimentos oculares
lentos. Determinação do padrão dos pêlos do couro cabeludo.
Quinto mês: Pode ouvir e reconhecer a voz da mãe. Redução do crescimento. Os movimentos
fetais já são percebidos pela mãe "chutes". Os membros atingem os tamanhos relativos finais.
Produção da vérnix caseosa para proteger a pele. Sobrancelhas e cabelos já são visíveis.
Formação do lanugo: pelagem fina. Formação de tecido adiposo multilocular. Formação de
útero e vagina. Início da descida dos testículos.
Sexto mês: Ganho significativo de peso; Pele enrugada e translúcida; Movimentos oculares
rápidos e respostas "piscar"; Pneumócitos tipo II começam a secretar surfactantes Presença de
dedos e unhas; Já é capaz de sobreviver fora do útero.
Sétimo mês: Pulmões capazes de respirar; O SN controla a respiração e a temperatura; Os olhos
estão abertos; Lanugo e cabelos bem evidentes; A hematopoiese está ocorrendo no baço até a
28ª semana, quando passa para a medula óssea; Aumento da gordura subcutânea, diminuindo
as rugas da pele.
Oitavo mês: 30 a 34 semanas reflexos pupilares à luz; Aspecto "rechonchudo" dos membros
superiores e inferiores; Aumento do tecido adiposo unilocular.
Nono mês: "Período de acabamento”. Feto com aspecto "roliço"; circunferência do abdome e
da cabeça aproximadamente iguais; Sistema Nervoso suficientemente maduro; Ganho diário de
14g de gordura, atingindo 16% do peso corporal;

Estimativa da idade fetal: medidas vértex-nádega ou do crânio e do fêmur do feto. O início da


contagem pode ser o dia da última menstruação ou a partir da suposta data da fecundação. Vale
ressaltar que entre estas duas datas passam-se duas semana.

QUINTA AULA: PLACENTA

A placenta é o local básico das trocas de nutrientes e gases entre a mãe e o feto. A placenta é
um órgão maternofetal constituído por dois componentes: Uma porção fetal originária do saco
coriônico. Uma porção materna derivada do endométrio.
A placenta e o cordão umbilical funcionam como um sistema de transporte das substâncias que
passam entre a mãe e o feto. Ela tem funções de Proteção, Nutrição, Respiração, Excreção,
Produção de hormônios.

Com o crescimento do feto, o útero, o saco coriônico e a placenta aumentam de tamanho. A


placenta continua a crescer em tamanho e espessura até o feto ter cerca de 18 semanas (20
semanas de gestação). A placenta totalmente desenvolvida cobre de 15% a 30% da decídua e
pesa aproximadamente um sexto do peso do feto. A placenta tem duas partes:

• 0 componente fetal da placenta é formado pelo córion viloso. As vilosidades coriônicas que
dele se originam projetam-se para o espaço interviloso, que contém sangue materno.

• 0 componente materno da placenta é formado pela decídua basal, a parte da decídua


relacionada com o componente fetal da placenta. No fim do quarto mês, a decídua basal está
quase completamente substituída pelo componente fetal da placenta.

A parte fetal da placenta (córion viloso) prende-se à parte materna (decídua basal) pela capa
citotrofoblástica.

A Decídua:

A decídua refere-se ao endométrio gravídico, a camada funcional do endométrio de uma


mulher grávida que se separa do restante do útero após o parto (nascimento). As três regiões
da decídua recebem nomes de acordo com sua relação com o local da implantação: • A decídua
basal é a parte da decídua abaixo do concepto, que forma o componente materno da placenta.
• A decídua capsular é a parte superficial da decídua que cobre o concepto. • A decídua parietal
é toda a parte restante da decídua.

Reação da Decídua:

Reação que ocorre devido aos altos níveis de progesterona secretada pelo corpo lúteo. Aumento
de tamanho das células do tecido conjuntivo da decídua, proporcionado pelo acúmulo de
glicogênio e lipídios. O sinciociotrofoblasto altamente erosivo provoca a degeneração de células
da decídua – nutrição para o concepto.

Córion Viloso X Córion Liso:

Até o início da 8ª semana as vilosidades coriônicas cobrem todo o saco coriônico. Com o
crescimento do saco coriônico as vilosidades associadas à decídua capsular são comprimidas e
degeneram. Formação do Córion Liso – área nua, relativamente avascular. Formação do Córion
Frondoso – aumento das vilosidades associadas à decídua basal.
Córion Viloso + Decídua Basal à PLACENTA

Ultrassonografia do saco coriônico:

Usada na determinação da idade gestacional – pacientes com histórico menstrual incerto.


Saco Coriônico com tamanho entre 2 e 3 mm: Indicam idade gestacional de 4 semanas e 3 a 4
dias (aproximadamente 18 dias pós fertilização).

Circulação Placentária Fetal:

- Sangue pouco oxigenado atravessa as artérias umbilicais em direção à placenta;


- O sangue pouco oxigenado alcança as artérias da placa coriônica e subsequentemente os vasos
das vilosidades coriônicas;
- Nas vilosidades coriônicas o sangue fetal está muito próximo ao sangue materno fornecendo
um ambiente propício a trocas de nutrientes e gases;
- O sangue oxigenado segue dos capilares fetais para a veia umbilical que transporta o sangue
rico em oxigênio para o feto.
- Sangue chega ao espaço interviloso pelas artérias espiraladas da decídua basal;
- O sangue é lançado em jatos para a placa coriônica e, em sequência flui lentamente em torno
das vilosidades ramificadas;
- Ocorre a troca de produtos metabólicos e gasosos com o sangue fetal;
- O sangue retorna à circulação materna pelas veias endometriais.

Membrana Placentária:

Separa o sangue materno do fetal. Composta de tecidos extra-fetais: 1 – Sinciciotrofoblasto 2 –


Citotrofoblasto 3 – Tecido conjuntivo das vilosidades 4 – Endotélio dos capilares fetais.
Mecanismos de transporte: difusão simples, difusão facilitada, transporte ativo e pinocitose. A
membrana placentária não permite a passagem de: bactérias, heparina, IgM , IgS.

Transferência de gases: Oxigênio, CO2 e CO – difusão simples.


Eficiência da membrana placentária é semelhante à pulmonar. O fluxo sanguíneo é mais
limitante que a membrana para determinar a quantidade de oxigênio que alcança o feto.
Transferência de Substâncias Nutricionais: Água – rapidamente transportada e em quantidades
crescentes com o avanço da gestação - por difusão simples; Glicose – difusão facilitada;
Aminoácidos – essenciais para o crescimento fetal – concentrações plasmáticas maiores no feto
do que na mãe - transporte ativo; Vitaminas – cruzam livremente a membrana placentária.
Transferência de Hormônios: Hormônios proteicos – não alcançam o feto em quantidades
significativas. Hormônios esteroides não conjugados – cruzam livremente a membrana
placentária. Testosterona cruza a membrana e pode causar masculinização de fetos femininos.
Transferência de Eletrólitos: Eletrólitos cruzam livremente a membrana placentária. Eletrólitos
recebidos pela mãe por via intravenosa afetam diretamente o estado eletrolítico fetal.
Transferência de Anticorpos Maternos: O feto produz pequenas quantidades de anticorpos,
sistema imune imaturo. Anticorpos maternos conferem imunidade passiva ao feto: Difteria,
sarampo, varíola. IgG – transferido prontamente. Transferrina – transporta ferro.
Transferência de Produtos Residuais: Ureia e ácido úrico e bilirrubina atravessam livremente a
membrana placentária.
Transferência de Fármacos/Drogas, e seus Metabólitos: Maioria das drogas atravessam a
membrana por difusão simples. Exceção: drogas com similaridade estrutural aos aminoácidos.
Ex. Metildopa. A maioria dos fármacos utilizados durante o parto atravessam a membrana
placentária rapidamente. Sedativos, analgésicos, bloqueadores neuromusculares, anestesias
inalatórias. Dependendo da concentração e tempo de exposição esses fármacos podem causar
depressão respiratória no neonato.

Síntese e Secreção Endócrinas Placentária:


Sinciciotrofoblasto sintetiza hormônios proteicos e esteroides. Hormônios proteicos: hCG –
similar ao LH a hCG mantem o corpo lúteo. Além disso, a hCG concede uma imunossupressão à
mulher, para que ela não rejeite o embrião. Somatotropina coriônica humana –
desenvolvimento fetal e das glândulas mamárias na mãe. Tirotropina coriônica humana;
Corticotropina coriônica humana.

Outros mecanismos de transporte placentário:


1 – Hemácias: podem passar em qualquer direção através de pequenas deformidades na
membrana placentária.
2 – Células: algumas células atravessam a membrana. Ex. Treponema pallidum, bactéria
causadora da sífilis.
3 – Protozoários e bactérias: causam lesões e deformidades na membrana placentária. Ex.:
Toxoplasma gondii.

Cordão Umbilical: Normalmente apresenta-se unido próximo ao centro da superfície fetal


placenta. Exame ultrassonográfico de Doppler colorido pode ser usado para diagnóstico pré-
natal de anormalidades estruturais do cordão umbilical e seus vasos. Possui comprimento
variável de 30 a 90 cm, com média de 55 cm. Cordões longos – podem enrolar-se ao feto ou
prolapsarse e ser comprimido entre o feto e a pelve materna causando hipóxia – maior que
5minutos – danos encefálicos. Cordões curtos - podem causar separação prematura da placenta
da parede uterina.

Líquido Amniótico: Possui papel importante no crescimento e desenvolvimento fetal. Volume:


30 mL na 10ª semana, 350 mL na 20ª semana e de 700 a 1000 mL na 37ª semana. Inicialmente
secretado pelas células do âmnio e posteriormente origina do líquido intersticial materno e
sangue do espaço interviloso da placenta. Também é secretado pelos sistemas respiratório (300
a 400 mL diários) e gastrointestinal fetais. A partir da 11ª semana o feto contribui para o líquido
amniótico com a excreção de urina na cavidade amniótica (aproximadamente 500 mL na
gestação adiantada).
Circulação e Composição do Líquido Amniótico: O conteúdo de água no líquido amniótico (LA)
é trocado a cada 3 horas. O LA é deglutido pelo feto e absorvido pelos sistemas respiratório e
digestório. Nos estágios finais da gestação o feto ingere cerca de 400 mL de LA por dia! Em
decorrência da entrada de urina no LA estudos podem ser conduzidos com amniocentese:
Estudos em células permitem diagnóstico de anormalidades cromossômicas. Altos níveis de
alfafetoproteína indicam a presença de defeito do tubo neural. Baixos níveis de alfafetoproteína
indicam aberrações cromossômicas. O líquido amniótico contém células epiteliais fetais
descamadas, proteínas, hormônios, carboidratos, gorduras, enzimas.
Importância do Líquido Amniótico: Possibilita o crescimento simétrico do embrião; Atua como
barreira a infecções; Impede a aderência do âmnio ao embrião e feto; Possibilita o
desenvolvimento normal dos pulmões; Amortece impactos; Possibilita o movimento livre do
feto – ajudando no desenvolvimento muscular e dos membros.

Vesícula Umbilical: Não funciona como reservatório de vitelo, mas contribui para: Transferência
de nutrientes ao embrião durantes a 2ª e 3ª semana; Local de início da formação dos primeiros
vasos sanguíneos (no MEE); Formação do intestino primitivo – dará origem ao epitélio da
traqueia, brônquios, pulmões e trato digestório. Local onde surgem as células germinativas
primordiais. Sofre atrofia e regride com o avanço da gestação. Normalmente o ducto vitelino se
separa do intestino médio na 6ª semana, mas caso isso não ocorra (2% dos adultos) ele
permanecerá como o divertículo ileal (de Meckel).

Trabalho de Parto:
Estágio de dilatação: dilatação progressiva do cérvix – contrações dolorosas com intervalos
menores que 10 minutos. 12hs – primigrávidas e 7hs multíparas;
Estágio de Expulsão: inicia-se com a dilatação completa do cérvix e culmina com o nascimento
do bebê. 50 min. – primigrávidas e 20 min. – multíparas;
Estágio da placenta: expulsão da placenta e membranas fetais – 15min. Estágio de Recuperação:
contração das artérias espiraladas e contenção do sangramento excessivo;

QUINTA AULA: GÊMEOS E OUTRAS FORMAS DE GRAVIDEZ MÚLTIPLA

Gravidez Múltipla: Gestações que trazem mais riscos de morbidade e mortalidade ao feto. São
mais comuns com a administração exógena de hormônios. Dizigóticos ou monozigóticos. – 2/3
dos gêmeos são dizigóticos.

Gêmeos Dizigóticos: Interferência do genótipo materno: Decorrência da poliovulação


Dependente do nível de FSH  Dependente de causas genéticas.
Obs: Nível de FSH é mais alto em mulheres negras.
Gerados a partir da fecundação de dois ovócitos; Implantação do blastocisto em pontos
distintos: – Âmnio e saco coriônico e placenta separados. Implantação próxima dos blastocistos:
– Placenta fundidas.

Gêmeos Monozigóticos: Resultantes da fecundação de um único ovócito; – Possuem o mesmo


sexo; – São geneticamente idênticos; – Fenotipicamente muito parecidos.
Podem se formar de diferentes maneiras:
Formação de dois embrioblastos (65% dos casos): – Compartilham o saco coriônico e a placenta.
Formação de dois blastocistos (35% dos casos): – Âmnios, sacos coriônicos e placentas
separados.
Separação na etapa de disco embrionário: – Âmnio, saco coriônico e placenta comuns.

Gêmeos Siameses: Partição incompleta do disco embrionário. – Toracópagos; – Pigópagos; –


Craniópagos. Fatores associados: tireoideopatia, tratamento para infertilidade. Na Hungria
notou-se também uma associação entre o nascimento de teratópagos e o uso frequente de
esteroides sexuais no início da gestação.

Gêmeos Monozigóticos Conjugados: Os gêmeos MZ são sempre do mesmo sexo, mas existem
casos muito excepcionais: Gêmeos MZ com cariótipos diferentes, discordantes quanto ao sexo,
porque são compostos por um indivíduo do sexo masculino com cariótipo normal (46,XY) e por
outro, do sexo feminino, com síndrome de Turner (45,X), em consequência de perda de um
cromossomo Y no início do desenvolvimento embrionário.

Trigêmeos e outros tipos de gravidez múltipla: Trigêmeos podem provir de: – Um zigoto e serem
idênticos; – Dois zigotos e consistirem em dois gêmeos idênticos e um isolado; – Três zigotos e
serem do mesmo sexo ou de sexos diferentes. Quádruplos, quíntuplos, sêxtuplos e sétuplos
ocorrem combinações semelhantes.

Superfecundação: Fertilização de ovócitos emitidos em ovulações sucessivas durante um único


ciclo menstrual.
Superfecundação Heteropaterna: – Geração de gêmeos com pais diferentes n Dizigóticos, meio-
irmãos

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