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O Movimento Operário: Associativismo e Sindicalismo

Movimento operário- Conjunto de ações levadas a


cabo pelos trabalhadores assalariados, para a
organizam-se e cada vez mais multiplicam-se, estes
concretização das suas reivindicações.
reivindicam 8 horas de trabalho por dia, melhores
Desde sempre, os operários reagiram às duras salários, dia de descanso (folga) e a indeminização
condições de trabalho e de vida, porém tais em caso de acidente de trabalho, etc.
reações pecaram por falta de organização. Foi o
caso do ludismo (Ned Ludd), na Grã-Bretanha, que As propostas socialistas de
levou os operários a destruírem máquinas e a transformação revolucionária da
vandalizarem habitações de industriais, foi caso
sociedade
também de greves e movimentos violentos por
toda a Europa. As propostas socialistas que se desenvolveram no
século XIX, tiveram como objetivo denunciar os
As medidas de repressão contra os operários
excessos da exploração capitalista, eliminar a miséria
foram tão duras, que os mesmo foram perseguidos,
operária e implantar uma sociedade mais justa e
presos e até condenados à morte, desta forma, viu-
igualitária. Assim surgem duas teorias socialistas.
se a necessidade de uma organização mais
consistente, capaz de diminuir os seus problemas e Socialismo Utópico
de conduzir as suas reivindicações. Esta organização
assumiu-se, de duas formas, o associativismo e o O socialismo utópico distinguiu-se pelas suas
sindicalismo. propostas de reformas a nível social e económica.
Alguns dos principais pensadores foram Robert
Associativismo- Traduziu-se na criação de Owen, Saint-Simon, Charles Fourier. Esta teoria
associações de socorros mútuos, também chamados recusava a violência e defendia a criação de
de mutualidade ou sociedades fraternas. Os cooperativas de produção e de consumo de modo a
associados pagavam uma quota e eram apoiados em proporcionar uma sociedade mais justa socialmente.
caso de doença, greves, morte, acidentes e Pierre-Joseph Proudhon, foi o pensador mais
desemprego. extremista, pois defendia a organização de
cooperativa de produção, a abolição da propriedade
Sindicalismo- Consistiu na criação de
privada e do estado para terminar com a
associações de trabalhadores, para a defesa dos exploração humana. Propôs a criação de
seus interesses profissionais. Os operários associações mútuas onde todos trabalhariam, pondo
contribuíram com as quotas necessárias e os frutos do seu trabalho assim, esta proposta
sindicatos propunham-se a lutar pela melhoria dos consistia na criação de uma sociedade igualitária de
salários, estabilidade de emprego, melhores pequenos produtores associados em cooperativas
condições de higiene e segurança no trabalho e a que seriam capazes de assegurar o bem-estar, sem
regulamentação do horário de trabalho, recorrendo luta de classes ou intervenção do Estado.
á greve caso houvesse tal necessidade, como
forma de pressionar a entidade patronal. Socialismo Científico (Marxismo)
A legalização dos sindicatos, a influência de doutrinas Em meados do século XIX, surgiu uma nova forma
políticas como o socialismo e o anarquismo levaram de pensar sobre a sociedade, o socialismo científico,
ao crescimento dos sindicatos, a partir de 1870- desenvolvida por Karl Marx e Friedrich Engels. O
1880 tiveram um crescimento considerável. marxismo defende um modelo revolucionário de
transformação da sociedade, transformação essa
Em 1884, as Trade Unions
que se fazia através da luta de classes, entre a
(sindicatos britânicos) já se tinham transformados classe capitalista exploradora (burguesia) e a classe
em organizações em massa. Nos países trabalhadora, explorada e empobrecida
industrializados os sindicatos (proletariado). Apela também á união dos operários,
e à internacionalização do movimento sindical e
operário.
Segundo o marxismo, os capitalistas (burgueses)
retiravam as mais-valias do trabalho (lucro) e
acumulavam capital, assim o proletariado era
explorado na sua força de trabalho e deveria
conquistar o poder e controlar os meios de
produção. Deste modo o desenvolvimento das
sociedades eram feitos através dos modos de
produção, modos esses que eram o esclavagismo, o
feudalismo e o capitalismo.
A ditadura do proletariado era uma etapa intermédia
na construção do comunismo, para alcançar um
novo estado da evolução social, ou seja, uma
sociedade sem classes.
O capitalismo era substituído pelo comunismo,
marcado por uma sociedade sem classes na qual os
meios de produção eram controlados pelos
trabalhadores e culminava na etapa em que o
Estado deixava de ser necessário.

Internacionais Operárias
Marx apelava ao internacionalismo proletário, e
desde modo a luta de classe não conhecia
fronteiras, assim surgiu as associações
internacionais de trabalhadores, conhecidas por
internacionais operárias.
Karl Marx redigiu os estatutos da I Internacional,
em Londre, 1864, tinha secções em países
industrializados, apoiou várias greves e a insurreição
dos operários na capital francesa, em 1871,
conhecido como Comuna de Paris, fracassado
mostrou a necessidade de o proletariado se tornar
um partido mais autónomo, para conquistar poder
político e o exercício da ditadura do proletariado.
Em 1889, com a criação da II Internacional em Paris
pretendeu-se unir os vários partidos socialistas, que,
entretanto, se haviam formado na Europa,
estabelecer o 1º de Maio como o Dia Internacional
da Solidariedade operária (Dia Internacional do
Trabalhador), iniciar a luta pela jornada de oito horas
de trabalho, realizar reuniões periódicas, incentivar
e apoiar a criação de partidos socialistas nos
diferentes países.
Evolução democrática, Nacionalismo e Imperialismo
Na primeira metade do século XIX, o regime em Apesar da publicação das constituições e da
vigor era o Liberalismo Moderado, que negou o concessão do sufrágio universal, os soberanos
sufrágio universal e direto. Entre 1870 e 1914, o tinham a autoridade máxima, eles anulavam as leis
mundo ocidental caminhava de modo a aperfeiçoar o parlamentares, substituindo-as por decretos
sistema representativo liberal, para o imperiais, para além de se socorrerem da polícia
demoliberalismo. secreta para controlarem a oposição.

Da Monarquia à República Conservadorismo


A monarquia constitucional era o regime político A rigidez e o conservadorismo dominavam as
predominante no mundo ocidental, o Liberalismo sociedades imperiais. As velhas nobrezas tinham
limitou o poder dos monarcas, transformando-os em uma forte influência em cargos governativos e no
chefes do poder executivo, cabia-lhes reinar sem exército, bloqueando quaisquer princípios
governar. Embora diminuídas as suas prerrogativas, democráticos da igualdade de oportunidades.
a monarquia continuou a suscitar violentas críticas.
Em relação às Igrejas, gozavam da elevada
A Républica com os seus governantes eleitos e proteção dos Estados, que acumulavam privilégios e
temporários era considerada o regime mais livre e não reconheciam liberdade religiosa.
democrático, pois todos os seus órgãos resultavam
da escolha da nação soberana. Submissão das nacionalidades
O sufrágio universal Vários povos, minorias éticas, neste Estados
autoritários lutavam pela independência, porém os
A passagem do liberalismo para a democracia deu-se impérios não reconheciam quaisquer direitos a
com a implementação do sufrágio universal, quando esses povos.
as restrições financeiras ao exercício do poder
A submissão dessas nacionalidades pelos impérios
acabaram. O alargamento do corpo eleitoral deu-se
autoritários, levaram a movimentos e aspirações
quando a idade de voto diminuiu.
liberais por parte dos povos minoritários, que
Os cargos políticos passaram a ser remunerado ocorreram numa grande instabilidade política.
para permitir acesso aos mais abastados
(desfavorecidos). No entanto a democracia excluía Imperialismo e Colonialismo
algumas pessoas como por exemplo, as mulheres, Nas vésperas da primeira Guerra Mundial, a Europa
os negros e analfabetos. dominava o mundo, iniciava-se uma nova fase de
As Aspirações de Liberdade nos expansão, que coincide com a segunda metade do
século XIX.
Estados Autoritários
Esta nova fase de expansão ficou conhecida como
Na Europa Central e Oriental, resistiram regimes Imperialismo que assumiu diversas facetas, como,
autoritários como, o Império Alemão, o Império conquista territorial e colonialismo, controlo político
Austro-húngaro e o Império Russo, onde o poder indireto pelo estabelecimento de protetorados,
era baseado no conservadorismo, autoritarismo controlo económico através da obtenção de
(autocracia) e submissão de nacionalidades. concessões, em troca da execução de trabalho
públicos.
Autocracia
A expansão europeia foi marcada pelo colonialismo,
Nos Estados autoritários, os soberanos governavam que fez África e Ásia locais bastante desejados
de forma autocrática, sem conhecer limites à sua pelas potencias europeias, como por exemplo
autoridade. França, Portugal, Grã-Bretanha, Bélgica, Alemanha,
Itália, Rússia, Estados Unidos, etc.
Em 1884-1885 realizou-se a Conferência de Berlim,
que ditou as regras de partilha de África, criou o
Estado livre de Congo, sob soberania de Leopoldo
II da Bélgica, garantiu a liberdade de comércio nas
bacias de congo e Níger, proclamou o princípio da
ocupação efetiva, negando os direitos históricos.
Já na Ásia a expansão territorial europeia não se
revelou tão intensa.
Quando os mercados europeus se fecharam, devido
às medidas protecionistas, no final do século XIX, os
novos territórios forneceram as matérias-primas
garantindo o escoamento da produção industrial, o
alívio da pressão demográfica.
A consolidar as necessidades económicas e
demográficas, um nacionalismo exaltado, com
contornos racistas, afirmava-se com superioridade
potencias imperialistas e colonizadoras.

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