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                                       O caráter sacrificial do rito


Faz de conto III
Tonia Aleixo, Ceicão
     O Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA), em seus graus superiores, tem Maciel
início com o grau quatro, no qual se desenvolve o simbolismo da R$ 50,00
reconstrução do psiquismo dilacerado do homem, através da alegoria dos
Século XXI. Coletânea
ritos vinculados ao funeral do Mestre Hiram e a punição de seus assassinos. Nacional em Verso e
Nesse grau, o Mestre Maçom, tendo, simbolicamente, atravessado a primeira Prosa.
Edson Freire, Tania
câmara, que é a da Maçonaria azul, dedicada aos “Pequenos Mistérios”, Francischini
iniciará uma escalada em busca dos verdadeiros conhecimentos esotéricos, R$ 1,00

que nas antigas disciplinas iniciáticas correspondia aos “Grandes Mistérios”. Como anunciar nesta vitrine?

Por isso, ao ingressar nos graus superiores, o iniciado recebe o titulo de


Mestre Secreto, pois é a partir desse degrau da Escada de Jacó que ele
começará a desvendar o conteúdo esotérico, propriamente dito, da
Maçonaria, na forma como a coloca o Rito Escocês.

        Os ensinamentos dos graus quatro a seis repousam na alegoria do


aperfeiçoamento do túmulo do Mestre Hiram, simbologia que significa que o
iniciado deve cumprir as cerimônias devidas ao corpo do Mestre, para que,
mediante esse processo ritual, o seu próprio psiquismo seja
convenientemente preparado para os ensinamentos que receberá nos graus
seguintes. É um processo que se fundamenta nos antigos ensinamentos
iniciáticos egípcios, mediante o qual Isis e seus seguidores prestam aos restos
mortais de Osíris o culto devido, próprio para atrair os influxos mágicos da
energia cósmica presente nos céus e na terra, e com isso proporcionar a
ressurreição do deus num outra esfera de existência. 

            

f d á d l d d é
O fundamento iniciático da lenda do Mestre Hiram é
uma tradição bastante antiga. Ela diz que, para que
uma instituição tenha condições de sobreviver através
dos tempos, é preciso que seu personagem central
desapareça de uma forma notável. Morto violentamente
como Hiram Abif, Jesus Cristo, Thomas A! Beckett,
William Wallace ou Joana D!Arc por exemplo, ou
misteriosamente como Enoque, Moisés, Robin Hood ou o
Rei Arthur. Esse tipo de desaparecimento faz parte da
mística geral das lendas e é o principal responsável pela
aura de romantismo que as cerca.   Nas lendas da
construção dos grandes edifícios sempre se integrou um
componente de sacrifício ritual, que pode ser entendido
como o “sacrifício da fundação, ou sacrifício da
completação”. A Bíblia (Reis III, 62) informa que na
consagração do Templo, Salomão imolou vinte e dois mil
bois e 120 mil ovelhas. Descontando o exagero dessa
informação, pois talvez nem em toda Israel da época
houvesse um contingente de animais desse porte, ela
nos dá bem uma idéia da importância ritual dessa
tradição.

Esse ritual tinha a finalidade mística de dar estabilidade ao


edifício e era realizado sempre que se iniciava um grande
empreendimento, fosse ele de caráter arquitetônico ou
político-social. Assim, as grandes edificações antigas, de uma
maneira geral, tiveram suas lendas sacrificiais, da mesma
forma que as realizações políticas que marcaram o
estabelecimento das primeiras civilizações.  É nesse sentido,
por exemplo, que James Frazer nos mostra que os mitos da criação,
em todas as lendas antigas que versam sobre esse tema, têm uma mesma
estrutura arquetípica. Destarte, a noção do deus morto e regenerado, que
é arquetípico em várias religiões, é uma estrutura psíquica que tem a ver
com o simbolismo da natureza em seus ciclos regenerativos. Ele também
se liga aos ciclos de poder, observáveis na estrutura das sociedades
antigas, no sentido de que é somente pela morte do rei anterior que o novo
rei pode assumir. Daí o ciclo morte-regeneração-ressurreição assumir essa
compostura arquetípica no Inconsciente Coletivo da humanidade e ser
reproduzido em todos os chamados Mistérios celebrados pelos povos
antigos. [1]

Nesse sentido, também, são as lendas sobre as pirâmides


egípcias acerca do seu arquiteto, Amenhutep, e os faraós que
as patrocinaram; a Torre de Babel com a lenda de Ninrode, o
rei babilônico que a mandou construir, o Partenon com seus
arquitetos, a Castelo da Bastilha, o Louvre, o Teatro da
Ópera de Paris com seu fantasma, etc. É verdade que nos
grandes edifícios mortuários do antigo Egito esse costume
tinha um objetivo bem prático. Imolava-se o arquiteto e seus
construtores para que o segredo da câmara principal, onde o
defunto e seus tesouros eram depositados, não fosse violada.
Cumpria-se, entretanto, com essa medida de cautela, o
sacrifício da completação.

                                                               

A disposição da Loja

     Não é improvável, portanto, que os maçons especulativos, ao adotarem a


alegoria do Templo de Salomão para fundamentar o simbolismo da sua idéia
de construção de um edifício espiritual, quisessem fazer do seu Mestre
Arquiteto o “sacrificado da fundação”, para fins de que sua “edificação”
ganhasse estabilidade. Essa disposição está inserta, inclusive, na alegoria que
chama aos dois Vigilantes de Booz e Jakin, as duas colunas mestras do
Templo de Salomão, que em termos estruturais, tinham a função de
proporcionar firmeza e estabilidade para aquele sagrado edifício
proporcionar firmeza e estabilidade para aquele sagrado edifício.

     Para o maçom que se inicia nos graus superiores do REAA, as alegorias
relativas ao encontro, sepultamento e homenagens prestadas ao Mestre
Arquiteto do Templo de Salomão, significam que ele iniciará uma viagem
intima, interna, dentro de si mesmo e de um grupo, em busca de
ensinamentos que não estão escritos em lugar algum, mas que foram
conservados através de alegorias e símbolos, que lhe serão passados por
tradição oral. Esses segredos estão ligados, como se disse, á construção do
Templo de Salomão, e ao mito da morte e renascimento simbólico do espírito
do Mestre Hiram, que doravante será incorporado ao novo Mestre elevado.

        Por isso é que o iniciado encontrará na Loja do quarto grau um


“Salomão”, personificado na figura do presidente da loja, chamado de
Poderosíssimo.  Ali estarão também o Rei de Tiro, que também se chama
Hiram, e dois Adonhirans, simbolizados pelos Vigilantes.

Alguns autores maçons sustentam a tese de que o Hiram arquiteto era,


na verdade, filho de Hiram, rei de Tiro e se chamava, de fato,
Adonhiram.   Essa tese tem a sua razão de ser. É que o nome
Adonhiram é um composto de Adon (ou Aton)+ Hiram. Adon é o
designativo comum de uma divindade muito reverenciada no mundo
antigo, tanto no Egito quanto na Palestina. Os próprios hebreus
chamavam ao seu Deus de Adonai, o Senhor. Isso significa que Adon é
designativo de Senhor, e que Adon(Hiram) pode, muito bem, ser  o
próprio Hiram Abiff que os maçons referenciam como seu maior
mestre. Destarte, é possível que Adonhiram, ou Hiram  Abiff, seja, na
verdade, um personagem arquetípico, criado para dar veículo a um
segredo arcano de especial significado na história do Templo do Rei
Salomão.[2]

Aliás, as únicas referências documentais acerca de Hiram são aquelas


constantes da Bíblia, que foram também comentadas por Flávio Josefo na sua
História das Antiguidades dos Judeus. Mas em todas essas referências, Hiram
sempre aparece como filho de uma mulher viúva, da tribo de Dan ou de
Naftali.  Já o nome Adonirham aparece nas crônicas bíblicas como sendo o
mestre encarregado do trabalho de cortar e aparelhar as madeiras para o
templo. Trabalhava nas florestas do Líbano, comandando 30 mil operários,
segundo se diz em Reis 4,6. A Bíblia (Reis 12:18),  diz que esse Adoniram
foi morto a pedradas por uma multidão furiosa com sua sanha de recolher
tributos, o que nos leva a deduzir que, depois da construção do templo,
Salomão deve tê-lo premiado com um posto de governador em uma das
províncias de Israel. É bom lembrar que no rito Adonhiramita, o papel de
Hiram é desempenhado por Adonhiram. Na Loja do quarto grau do REAA,
entretanto, só opera um Adonihram, já que o altar onde o segundo
personagem com esse nome deveria estar corresponde ao lugar do Mestre
Hiram, que foi assassinado. Assim, no lugar do Segundo Vigilante há um
pano preto, ornado com lágrimas prateadas, representando uma mortalha,
designativa da morte daquele Mestre. 

                                          O significado das alegorias

     O templo maçônico, no quarto grau e seguintes, representa o Templo de


Jerusalém, onde Oriente e Ocidente estão separados por uma balaustrada.
Suas paredes são cobertas por cortinas negras com gotas de lágrimas
prateadas. Toda a decoração da Loja lembra um oficio fúnebre, na tradição
judaica. Ali se evoca a morte violenta de Hiram Abiff e a necessidade de
prestar-lhes as devidas exéquias.

     O Mestre Secreto corresponde á Loja de Perfeição no seu quarto grau.


Todos os utensílios presentes na decoração da loja simbolizam um aspecto da
mística iniciática que ali se quer transmitir. O triângulo inscrito no circulo, e
dentro dele a estrela com letra Z (iod), é o emblema do grau. Significa
eternidade, universo perfeito, equilíbrio, raio que dá a vida, (estrela de cinco
pontas, estrela flamigera)  e esplendor, que é o significado da letra Z ( ziz em
h b i ) i it t d t l [3] t i l b t
hebraico), inscrita no centro da estrela [3]; a mesa triangular coberta com
uma toalha negra, respingada de lágrimas prateadas, com o malhete e a
coroa de oliveira e louro em cima, significa o pranto derramado pelos
irmãos pela morte do Mestre assassinado;  as coroas significam o seu
triunfo final sobre a morte, já que ele revive no novo mestre que ali é
elevado.

      Os três candelabros (hanukah), de nove braços, sobre as mesas, têm


significados cabalísticos extraídos das relações entre os números múltiplos de
três, que, de acordo com alguns cabalistas, seria a essência das causas em que
o universo se fundamenta, ou seja, as chamadas trindades. Por isso, a idade
de Mestre Adonhiram(ou Hiram) é informada no ritual como sendo de 27
anos completos e as pancadas são em numero de sete. Esse número é
resultado da multiplicação do nove, número perfeito, por três, o número
sagrado.[4]

      A Arca da Aliança, no canto á direita do Oriente, iluminada por um


candelabro (menorah) de sete braços, significa a aliança entre o homem e
Deus, e a chave de marfim que ali aparece significa “segredo” ou “sigilo”.
Ela é também símbolo de “abertura”, “ iniciação”, “ingresso” numa ordem
superior de conhecimento, ou seja, o início de uma nova vida num plano
superior de consciência. Por isso é que na sua extremidade está inscrita a
letra “Z”, que é a palavra de passe do grau, ou seja, a senha para a entrada
nos “Grandes Mistérios”. 

     Já para os místicos hebreus, cultores da Cabala, saber o conteúdo da Arca


da Aliança significava estar de posse do segredo dos segredos. Assim, chave
de marfim também tem esse significado. O seu possuidor pode entrar na
posse de um segredo só compartilhado pelos iniciados nos mistérios de grau
superior.  O Mestre Secreto adquire o direito de vir a conhecê-lo no decorrer
da sua escalada pela Escada de Jacó, o que implica, evidentemente, no dever
de guardar, sobre ele, o mais estrito silêncio. Assim, a chave significa
também “fechar”.

A chave de marfim não era um mero adorno utilizado pelas antigas


sociedades. Ela simbolizava, na verdade, o poder sobre a própria vida.
Esse símbolo sempre aparece nas mãos dos deuses egípcios e dos
faraós. De acordo com Wallis Budge, os egípcios acreditavam que
somente os deuses tinham poder sobre a vida, razão pela qual esse
símbolo geralmente acompanhava suas representações. No caso, sendo
o faraó um deus, pois que era representante deles na terra, ele também
detinha esse poder, razão pela qual ele também era sempre
representado com esse símbolo nas mãos. Na simbologia do grau
quatro, a chave de marfim é uma reminiscência á
famosa Ankh, símbolo egípcio que representa a união
entre as divindades Ísis e Osíris. Essa união simbolizava
o renascimento da nação egípcia através das cheias do
Nilo. Por isso, uma das principais funções dos chamados
Mistérios era a de homenagear a natureza através desses rituais
para que ela  proporcionasse a cheia periódica do rio, fundamental para
a sobrevivência daquela civilização. [5]

      Assim, Mestre Secreto é o iniciado que entra na posse dos segredos só
reservados aos iniciados que ultrapassaram o território do simbolismo da
Maçonaria azul e penetra, agora, no domínio pleno do esoterismo dos graus
superiores. No simbolismo do grau, a Loja, pelo fato de guardar a Arca da
Aliança, representa também o Tabernáculo, onde se situa o altar do “Santo
dos Santos”. Na tradição hebraica, esse era o local onde originalmente se
depositavam as Táboas da Lei, o Decálogo, expressão probante do acordo
feito entre Deus e o povo de Israel.. Mais tarde, nas sinagogas judaicas se
consagrou um altar ao “Santo dos Santos”, local onde somente o Sumo-
sacerdote podia entrar para falar “pessoalmente” com o Senhor
sacerdote podia entrar para falar pessoalmente com o Senhor.

     Sabe-se que a Arca da Aliança desapareceu por ocasião da conquista de


Jerusalém levada a efeito pelos caldeus em 586 a C. Para o povo de Israel
essa perda foi como se a aliança entre eles e Deus tivesse sido quebrada.  De
acordo com vários profetas que escreveram após essa catástrofe, isso teria
ocorrido pelo fato do povo de Israel não ter guardado os preceitos da lei
mosaica. Esse é um dos motivos pelo qual a Maçonaria encarecerá sempre o
zelo pela lei, pois não pode haver ordem, harmonia e felicidade numa
sociedade onde o respeito á tradição e o zelo pelos acordos selados não forem
mantidos.[6]

O “ Ovo Cósmico”

        O Ritual do grau de Mestre Secreto se refere á Arca da


Aliança como sendo “ O ovo cósmico” ou a “ matriz
universal”, que encerra os germes da “ mônada”. A alusão a
essas expressões mostra de forma insofismável o quanto a
Arte Real possui de influência das tradições egípcias e
gnósticas, pois esse simbolismo está presente tanto na
religião egípcia quanto na filosofia gnóstica. Para os egípcios,
o “ovo cósmico” era o caos inicial, de onde o deus Toth havia
tirado o Sol, princípio criador de toda matéria existente no
universo. Esse “ovo” teria sido produzido pela ação da “luz
de Rá” sobre a “face do abismo”, fazendo surgir as “águas
primordiais”, de onde saíram todos os seres vivos.[7]

  

O simbolismo do “ovo cósmico” aparece também nos


trabalhos de muitos filósofos gnósticos, entre os quais
Valentin, filósofo egípcio que introduziu no Cristianismo as
noções de pleroma, eons e o Drama de Sofia. Partindo da
Gnose de Basilidio, Valentin desenvolveu a idéia de que tudo
que existe no universo se originou a partir da interação entre
Bitos, (O Abismo, o Nada) com Sige, (O Silêncio), que era
sua parte feminina. Dessa união nasceu Propato,( O Amor),
que projetou para fora de si o Nous, que foi o primeiro eon..
Na filosofia grega o termo eon designa uma noção de tempo,
mas Valentin o toma como uma força abstrata, universal,
energética. Deus agiria no universo através desses
elementos, os eons, que são as unidades fundamentais a
partir das quais tudo é construído. A partir dessa idéia, os
gnósticos criaram uma cosmogonia que incluía, além dos
chamados “sete céus” existentes entre a terra e o território
divino, que era o “oitavo céu”, uma região intermediária entre
estas duas estruturas, que era povoada pelos eons. A ligação
entre a terra e o céu seria efetuada por esses elementos, que
existiam aos pares. Quando se tratava de estabelecer
comunicação entre o mundo material e mundo celeste, um
eon descia á terra. Como cada homem possui uma relação de
parentesco com os deuses, os eons se reconheciam em cada
homem e cada homem se reconhecia neles.A Maçonaria dos
graus superiores irá trabalhar muito com essas noções, razão
pela qual é útil a referência que já neste grau se faz á essas
tradições. [8]
A Gnose moderna substituiu a noção de eons pela idéia
do holom. Holons são domínios totalizantes, em que
cada parte contém o todo existente naquele domínio. A
melhor noção de eon, ou holom, pode ser encontrada na
Cabala. Na tradição cabalística existe uma letra, que
corresponde a um número, denominado aleph, que
resume a totalidade da realidade cósmica, condensada
num único signo alfa-numérico. Esse número representa
o Principio Criador, o Uno, a Totalidade Unificada, toda a
o c p o C ado , o U o, a ota dade U cada, toda a
realidade cósmica condensada na Árvore da Vida. Essa
também é uma noção aproveitada na Maçonaria, por
isso ela é referida aqui.[9]

                                 

                                        As obrigações do Mestre


Secreto

    Ao iniciado que é elevado a Mestre Secreto se diz que ele


“foi escolhido” no seio de “ numerosos irmãos, entusiastas,
inflamados pelo desejo de fazer o bem, guiados pelo ardor
da mocidade” (...) mas que essas qualidades não “ são
bastante para o sucesso nos embates da vida .(.....) que com
a morte de Hiram, causada pela “ ignorância e a tirania”
(....) Perdeu-se a Palavra de Amor  e o espírito, durante
séculos gemeu encarcerado” (..) estando seus “carrascos”
ainda vivos. (...). A Maçonaria foi criada para preparar a
libertação do espírito humano (...)  recrutando “ homens
experimentados e espíritos amadurecidos e resolutos”, a fim
de dar á Humanidade condutores hábeis pelo estudo, e
implacáveis no cumprimento do dever (...)  Hiram morto é o
espírito humano escravizado . A Maçonaria é tarefa de
libertação. É preciso, em primeiro lugar libertar vosso
espírito (...)  O primeiro sentimento é o Dever (....)  [10]

      Trata-se, portanto, de um discurso que recupera o


objetivo que sempre norteou a instituição de sociedades
iniciáticas, desde as mais antigas civilizações até os
modernos clubes fechados de hoje, que é o de selecionar “os
melhores” e treiná-los para uma missão. No caso da
Maçonaria, essa missão é a construção de uma sociedade
justa e perfeita, livre, igualitária e harmônica em todos os
sentidos. Em outras palavras, uma nova utopia.   

    Por isso é que do iniciado maçom também se exige as


mesmas obrigações impostas aos israelitas por ocasião da
primeira Aliança, ou seja, não adorar ídolos de pedra ou
metal, representando figuras humanas ou de animais, ou
ainda de quaisquer outras formas que houver na terra, nem
atribuir a Deus paixões e vícios humanos, ou nomeá-lo
segundo a imaginação do homem. Esses são preceitos
bíblicos, que foram impostos ao povo de Israel no Decálogo.

        Por fim, o Mestre Secreto é conclamado a combater a


ignorância em todos os campos. Isso implica num
conhecimento das coisas do céu e da terra. As coisas do céu
se aprendem mediante a busca sincera da Gnose divina, as
coisas da terra se conhecem através da prática de uma
filosofia de vida esclarecida. O aprendizado dessas duas
disciplinas é o objetivo do catecismo maçônico.     

     O juramento do Mestre Secreto representa também uma


aliança que ele faz com a Loja e com seus irmãos,
suportando as obrigações (de fidelidade, silêncio, lealdade e
obediência para com a Fraternidade, a pátria e a família),
que lhe são impostas como condição de elevação ao grau.

   
                                                                                                          

CONDENSADO DO NOSSO LIVRO “CONHECENDO A ARTE REAL’-


MADRAS- SÃO PAULO, 2003

[1] James Frazer- O Ramo de Ouro, Zahar Ed.


1982.                                                                                                    
                                           
[2] Ver a esse respeito Baigent e Leigh- O Templo e a Loja- Madras, 2005
[3] A letra iod,, na Cabala, representa o Principio Criador dos mundos
[4] A esse respeito veja-se René Guénon-  A Grande Tríade, São Paulo, Ed. Pensamento, sd.
           
[5] Ernest Wallis Budge- Os Deuses Egípcios, New Iork-1969
[6] Não somente os acordos selados com a Divindade (os preceitos
religiosos), mas também aqueles que se referem á vida em sociedade, ou
seja, o ordenamento jurídico e as tradições consagradas pela sociedade.
Daí a razão de encontrarmos tantas referências e alegorias, referentes aos
sistemas judiciários e as leis morais e sociais, nos chamados graus
superiores
[7]A mônada é um termo filosófico proposto pelo filósofo Leibnitz para
designar a substância psíquica única, individual , que possui em si a
tendência de agregar-se ás outras para constituir as coisas da natureza.
Equivale ao conceito de átomo nas teorias atomistas.
[8] Esses conceitos têm interessantes correspondências nas doutrinas da
Cabala, onde a Maçonaria se inspira em muitos de seus ensinamentos de
nível superior. É nessa conformação, por exemplo, que se busca o conceito
de que Deus é o Grande Arquiteto que “pensa” um universo para seus
Mestres (anjos) e pedreiros (homens) construírem. A esse respeito ver
Alexandrian, História da Filosofia Oculta-  Ed. Martins Fontes, São Paulo,
1983.
[9] Idem, Alexandrian, op. citado.
                                                                        
[10] Conforme o ritual, pg. 19 A 26

João Anatalino

Enviado por João Anatalino em 25/07/2013

Código do texto: T4404460

Classificação de conteúdo: seguro

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Comentários

26/08/2018 22:34 - Benedito Sergio L. Faria


[não autenticado]

Prezado Irmão João Anatalino


Excelente e brilhante texto, importante fonte para nosso
aprendizado .
Obrigado
TFA

24/08/2018 13:18 - Lázaro Clóvis Rodrígues


[não autenticado]

Ilustre Q.`.A.`.Ir.`. João Anatalino! Parabéns pelo excelente trabalho!.. parabenizo com
todas as letras!.. nota 1000... com esse brilhante trabalho, com certeza estou
aprendendo ainda mais..

12/05/2018 08:55 - VALDEMAR PACHECO DE SOUZA


[não autenticado]

G:. e V:. Ir:. João Natalino, gostei imensamente e lisongeio pela brilhante explanação,
que o GADU te abençoe sempre, junto a todos os seus, continue a nos homenagear, com
trabalhos tão significativos. Valdemar Pacheco de Souza, M:.I:. G 33, A:.R:.L:.S:. Paz e
Liberdade, Oriente de Jaguaquara BA, CEP 45.345-000.

02/01/2018 13:27 - Gualter Alves Barreto


[não autenticado]

Sábias palavras !
Belíssimo texto.
TFA
Barreto
Oriente de Belo Horizonte
GLMMG - Delta
Luminoso

31/12/2017 22:01 - Nilson


[não autenticado]

Caríssimo Irmão
TFA
Texto muito bem feito, o irmão está de parabéns. Que o GADU o
inspire ainda mais, na confecção de peças assim, tão bem preparadas. Tomo a liberdade
de apenas uma pequena correção, se me permite. Aonde se lê: "...Mais tarde, nas
sinagogas judaicas se consagrou um altar ao ?Santo dos Santos?,...", se comete um
equívoco, ao se dizer que o Santo dos Santos fora criado quando surgiram as Sinagogas.
Na verdade, as Sinagogas que surgiram muito tempo depois, não possuíam, este lugar
chamado Santo dos Santos, este compartimento tinha seu lugar no Tabernáculo erigido
quando da peregrinação do povo de Israel pelo deserto a caminho da Terra Prometida e
depois, aparece no Templo de Jerusalém. Cordialmente
Irm Nilson M.M.
Recife/PE.

Exibindo 5 de 12 comentários Adicionar comentário Ver mais

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João Anatalino
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