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1º Volume
1ª Edição
Belém-PA
2020
4
https://doi.org/10.46898/rfb.9786558890164.
A154
ISBN: 978-65-5889-016-4.
DOI: 10.46898/rfb.9786558890164.
CDD 372.357
Conselho Editorial:
Prof. Dr. Ednilson Sergio Ramalho de Souza - UFOPA (Editor-Chefe).
Prof.ª Drª. Roberta Modesto Braga - UFPA.
Prof. Me. Laecio Nobre de Macedo - UFMA.
Prof. Dr. Rodolfo Maduro Almeida - UFOPA.
Prof.ª Drª. Ana Angelica Mathias Macedo - IFMA.
Prof. Me. Francisco Robson Alves da Silva - IFPA.
Prof.ª Drª. Elizabeth Gomes Souza - UFPA.
Prof.ª Me. Neuma Teixeira dos Santos - UFRA.
Prof.ª Me. Antônia Edna Silva dos Santos - UEPA.
Prof. Dr. Carlos Erick Brito de Sousa - UFMA.
Prof. Dr. Orlando José de Almeida Filho - UFSJ.
Prof.ª Drª. Isabella Macário Ferro Cavalcanti - UFPE.
Revisão de texto:
Os autores.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO...................................................................................................................7
Telma Regina Stroparo
CAPÍTULO 1
MERCADO DE PROTEÍNAS: REFLEXOS DOS ESCÂNDALOS DE 2017 NOS IN-
DICADORES DE ENDIVIDAMENTO...............................................................................9
OLIVEIRA, Natan de
STROPARO, Telma Regina
DOI: 10.46898/rfb.9786558890164.1
CAPÍTULO 2
“IMPORTÂNCIA DOS CONHECIMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO NA RECU-
PERAÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA NO IMPACTO DA PANDEMIA CORONA-
VÍRUS (COVID-19)”.............................................................................................................23
NASCIMENTO, Gicélia Lima Santos do
PIZOLATO, Celia de Lima
QUEIROZ, Fleuri Cândido
PERNICE, Michele Abib
DOI: 10.46898/rfb.9786558890164.2
CAPÍTULO 3
RECUPERAÇÃO JUDICIAL: O CASO DA EMPRESA OGX.......................................33
STROPARO, Marina
STROPARO, Telma Regina
DOI: 10.46898/rfb.9786558890164.3
CAPÍTULO 4
APLICAÇÃO DO CICLO PDCA NO SETOR DE LICITAÇÃO DA PREFEITURA
DE DOUTOR SEVERIANO/RN.........................................................................................49
BENTO, Francisca Joselânia da Silva
HOLANDA, João Clécio de Sousa
DOI: 10.46898/rfb.9786558890164.4
CAPÍTULO 5
ADMISSÃO DO DOCUMENTO ELETRÔNICO COMO MEIO DE PROVA NO
PROCESSO CIVIL: ASPECTOS DE VALIDADE E SEGURANÇA............................61
OLIVEIRA, Diego Bianchi
DOI: 10.46898/rfb.9786558890164.5
ÍNDICE REMISSIVO............................................................................................................78
7
APRESENTAÇÃO
É com muita satisfação que apresento aos leitores a obra intitulada PESQUISAS
EM TEMAS DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS, Vol 1, composta por uma cole-
tânia de artigos científicos, abrangendo as áreas de Administração, Contabilidade e
Direito, cujo objetivo é dar publicidade e divulgar importantes estudos desenvolvidos
no âmbito de universidades brasileiras e, dessa forma, contribuir para o incremento e
melhoria da ciência.
Trata se, portanto, de uma obra que abrange diversos aspectos e interfaces das
ciências sociais e suas relações com a sociedade, quer por meio de organizações priva-
das, entes públicos ou judiciário.
Boa leitura!!
DOI: 10.46898/rfb.9786558890164.1
Resumo
1 Introdução
Após este escândalo, a empresa passou por uma investigação da Policia Federal,
sofrendo mais um escândalo envolvendo o banco BNDES (G1.COM, 2017), com isso,
seus sócios assinaram uma delação premiada, os quais cooperando com as investiga-
ções se livraram de algumas penas.
Por meio de análise contábil, o contador consegue índices que podem facilitar a
compreensão das demonstrações contábeis, Matarazzo (2010) descreve índice como
sendo uma relação das contas das Demonstrações Financeiras, o qual evidencia certos
aspectos sobre a situação econômica da empresa. O autor também reforça que para se
OLIVEIRA, Natan de
STROPARO, Telma Regina
PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
VOLUME 1
11
fazer uma boa análise não é necessário um grande número de índices, mas sim de um
conjunto de índices que façam o gestor conhecer e analisar com mais clareza a situação
da empresa.
O impacto na mídia e o corte nas exportações das empresas, pode gerar grandes
quedas em suas demonstrações, fazendo com que o nível de endividamento aumente,
trazendo impactos nas tomadas de decisões das empresas.
2 Referencial teórico
Capítulo 1
MERCADO DE PROTEÍNAS: REFLEXOS DOS ESCÂNDALOS DE 2017 NOS INDICADORES DE ENDIVIDAMENTO
PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
VOLUME 1
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era da globalização, ressaltando que debates específicos deveriam ser conduzidos nas
universidades no que diz respeito à possibilidade de as áreas de estratégia auxiliarem
de maneira expressiva no entendimento de como a sociedade contemporânea deve
progredir (BARTUNEK, 2002).
Segundo relatado por Silva et al (2012) casos de natureza fraudulenta nas corpo-
rações têm surgido com frequência, o que pode estar afetando a confiança dos investi-
dores, o desempenho no mercado de ações, e até mesmo influenciando nos índices de
liquidez. O que por conta de tais escândalos, têm gerado desconfiança sobre a qualida-
de e fidedignidade dos relatórios contábeis das empresas.
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Diversos podem ser os motivos pelos quais uma empresa escolhe manipular seus
resultados. Consenza (2003), indica que os ganhos de uma empresa ao disfarçar seus
resultados podem ser significativos, principalmente para alguns gestores, que têm
seus rendimentos ligados à performance das ações da empresa na bolsa de valores. O
principal intuito da manipulação dos resultados é ludibriar o investidor, se valendo de
uma política contábil, que pode ser um tanto sutil, quanto mais agressiva (CONSEN-
ZA, 2003).
O crescimento da exportação da carne bovina fez com que no ano de 2017 o Bra-
sil atingisse a cifra de U$$ 6,3 bilhões em exportações de carne bovina, cujo principal
importador da carne brasileira é Hong Kong, importando mais de U$$ 1 bilhão, equi-
valente a 248 mil toneladas de carne bovina (ABIEC, 2019).
Os dados fornecidos pela análise das demonstrações contábeis são gerados pelos
registros das transações realizadas como: compra, venda, pagamento, recebimento,
despesas, depreciação, estoque, entre outras. Sendo que todas essas transações geram
números, que organizados pelo contador com ferramentas e técnicas originam dados
(MATARAZZO, 2010).
Capítulo 1
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A partir das demonstrações contábeis são aplicados índices financeiros que de-
monstrem, de forma relativa, o desempenho das organizações, sendo de interesse dos
acionistas, bem como de outras partes interessadas, como credores, fornecedores, fun-
cionários, entre outros (GITMAN, 2010)
É importante enfatizar que a análise dos índices não deve ser feita de maneira
isolada. A análise dos indicadores é primordial nas decisões empresariais, constituída
basicamente de três pilares essenciais nas decisões empresariais, sendo: (i) Tripé deci-
sorial, que corresponde a situação financeira, ou seja, a capacidade de pagamento da
empresa; (ii) A estrutura do capital, que é o dinheiro dos proprietários ou de fornece-
dores, que equivale a entrada de recursos na empresa; e (iii) A posição econômica, que
é relativa ao lucro e a rentabilidade da empresa. (MARION, 2012).
Existem os índices de liquidez, que segundo Marion (2012) são utilizados a fim
de avaliar a capacidade de pagamento da empresa, ou seja, organizam um juízo sobre
a empresa para averiguar se a mesma tem potencial de saldo para quitar seus compro-
missos.
Os índices de rentabilidade são apontados por Hoji (2014) como a análise sob o
ponto de vista da empresa, mostrando o quanto é a taxa de retorno da empresa para
cada valor por ela investido em ativo total, ou seja, do ponto de vista do proprietário
retrata o quanto para cada valor que foi investido do capital próprio foi a sua taxa de
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retorno, são divididos em Giro do Ativo, Margem líquida, Margem bruta e Margem
operacional.
Capítulo 1
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3 Metodologia
4 Resultados e discussões
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Capítulo 1
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Composição do
0,93% 1,05% 0,94% 0,99% 1,02%
Endividamento
Imobilização do
0,10% -0,07% 0,09% 0,01% -0,04%
Patrimônio Líquido
Imobilização de Recursos
0,07% -0,04% 0,06% 0,01% -0,02%
não Correntes
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Capítulo 1
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5. Considerações Finais
Dado ao exposto, não é possível afirmar que há relação entre escândalos financei-
ros e piora nos indicadores de endividamento.
Referências
ABIEC. Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne. 2019. Disponível em:
<http://www.abiec.com.br/ExportacoesPorAno.aspx>. Acesso em 27 mai. 2019.
BRUNI, Adriano Leal. Análise contábil e financeira. 2 ed., São Paulo, Atlas, 2011.
OLIVEIRA, Natan de
STROPARO, Telma Regina
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Cooper, D.R., & Schindler, P.S. Métodos de pesquisa em administração 10a.ed. Porto Ale-
gre: Bookman, 2011
COSENZA, J. P. Contabilidade criativa, em que nem sempre dois mais dois são quatro. Re-
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sidade Regional do Nordeste do Estado do Rio Grande do Sul – IJUÍ – RS.,Ano VI, n. 17, p.
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27 mar. 2017. Disponível em: <http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2017/03/
funcionarios-da-peccin-de-jaragua-do-sul-recebem-aviso-previo.html> Acesso em: 08 abr.
2017.
G1. JBS é investigada em cinco operações da Polícia Federal. G1.com, São Paulo, 18 mai.
2017. Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2017/05/jbs-e-investi-
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MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contábeis. 7. ed. São Paulo Atlas, 2012.
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SOUZA, Felipe Pohl. O mercado da carne bovina no brasil. Revista Acadêmica: Ciência Ani-
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TREVIZAN, Karina. Com Carne Fraca e delação, JBS perde R$16 bilhões em valor de mer-
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-de-mercado-2-meses.ghtml> Acesso em : 07 jun. 2017.
OLIVEIRA, Natan de
STROPARO, Telma Regina
CAPÍTULO 2
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Resumo
1. Introdução
Atualmente o mundo em especial o Brasil caminham para uma das piores re-
cessões econômica da história, devido a Pandemia provocado pelo novo Coronavírus
(COVID-19). As equipes econômicas estão divulgando a diminuição do PIB (produto
interno bruto) Brasileiro. O impacto ocorre com o problema social, econômico e gover-
namental enfrentados em fatos reais no ano de 2020.
1.3 Objetivos
1.4 Justificativa
É considerado como ferramenta que fomenta uma etapa da gestão por processos
e ressalta a importância da realização do planejamento estratégico Institucional como
ferramenta para obtenção de resultados mais qualificados na aplicação da gestão por
processos de forma clara e proficiente.
Capítulo 2
“IMPORTÂNCIA DOS CONHECIMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO NA RECUPERAÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA NO IMPAC-
TO DA PANDEMIA CORONAVÍRUS (COVID-19)”.
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A definição de novas estratégias a serem adotadas pelas empresas seja qual for
o seu ramo de atuação, poderá diferencia-la dos concorrentes. Se for bem articulada,
o plano de ação estratégico, corroborará para favorecer a situação da empresa em re-
lação aos concorrentes e também estabelecer uma vantagem competitiva. Estratégias
podem ser conceituadas como o caminho a ser seguido no intuito de alcançar os obje-
tivos definidos por uma organização.
Ansoff e McDonnell (1993) afirmam que existem quatro tipos distintos de abor-
dagens que devem ser consideradas na definição de estratégia.
empresas não conseguem trabalhar com home office, devido o seguimento da empresa
ser somente comercio presencial no atendimento ao cliente.
2. Referencial Teórico
2.1 Recessão
2.2 Pandemia
Capítulo 2
“IMPORTÂNCIA DOS CONHECIMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO NA RECUPERAÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA NO IMPAC-
TO DA PANDEMIA CORONAVÍRUS (COVID-19)”.
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2.4 Coronavírus
Dificuldades para respirar (em casos mais agravantes). Em alguns casos pode
agir de forma fatal.
3. Metodologia da Pesquisa
Capítulo 2
“IMPORTÂNCIA DOS CONHECIMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO NA RECUPERAÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA NO IMPAC-
TO DA PANDEMIA CORONAVÍRUS (COVID-19)”.
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Podemos testificar que a parada nacional econômica pode acarretar um forte im-
pacto, através das necessidades sociais que os indivíduos necessitam, através da visua-
lização da pirâmide de Maslow que apresentam 05 categorias de necessidades huma-
nas: fisiológicas, segurança, social, estima e realizações pessoais. A pirâmide corrobora
para uma nova visão diante dos fatos sociais e econômicos apresentados nesse estudo,
engajados nas ferramentas da administração com uma visão linear.
Figura 2: Pirâmide de Maslow
4. Resultados e Discussão
5. Considerações Finais
Capítulo 2
“IMPORTÂNCIA DOS CONHECIMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO NA RECUPERAÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA NO IMPAC-
TO DA PANDEMIA CORONAVÍRUS (COVID-19)”.
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Referências
BRESSER-PEREIRA, L. C.; OREIRO, J. L.; MARCONI, N. Macroeconomia desenvol-
vimentista. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
https://www.eosconsultores.com.br/8-fundamentos-da-excelencia-em-gestao/
(acesso em, 12 de março de 2020).
SANCHES VÁSQUEZ, Adolfo. Ètica. 16º ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1996.
STROPARO, Marina1
STROPARO, Telma Regina2
DOI: 10.46898/rfb.9786558890164.3
Resumo
1 Introdução
STROPARO, Marina
STROPARO, Telma Regina
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2 Referencial teórico
A atual legislação foi aprovada já sob a égide do Código Civil de 2002, adotando
a teoria italiana inspirada no Codice Civille de 1942. Introduziu no sistema legislativo
brasileiro o conceito de empresa em substituição à teoria dos atos de comércio inspira-
dora do Código Comercial de 1850. (CALÇAS & GARCIA, 2020)
A Lei n. 11.101 de 2005 instituiu o processo de recuperação judicial que foi conce-
bido e merece ser compreendido como uma espécie de favor legal em que a devedora
busca saldar e repactuar seus créditos mediante condições diferenciadas e prazos alar-
gados. (DE ANDRADE & CAVALCANTI, 2020)
Capítulo 3
RECUPERAÇÃO JUDICIAL: O CASO DA EMPRESA OGX
PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
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No que tange aos créditos que seriam atingidos, o Decreto-lei estabelecia que
apenas os créditos quirografários teriam análise no processo. Tais créditos são os que
possuem maior número de credores. Se a excussão da garantia real não foi suficiente
para cobrir o valor integral do crédito, o saldo se inclui entre os quirografários. (FAZ-
ZIO JUNIOR, 2008, p.82)
Como afirma Oliveira (2005, p. 250) “Trata-se de uma forma de beneficiar a em-
presa em dificuldade econômica, com a abertura de prazos e de condições especiais e
facilitadoras para o pagamento de suas obrigações”.
A antiga lei de falências adotava medidas que raramente poderiam tirar a em-
presa da insolvência, como afirma Coelho (2005): O processo falimentar configurado
STROPARO, Marina
STROPARO, Telma Regina
PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
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no Decreto Lei n. 7.661/45 comportava duas fases bem marcadas. Na primeira, desen-
volvia-se processo de conhecimento, cujos objetivos eram os de definir o ativo e o pas-
sivo do falido e investigar a ocorrência de eventual crime falimentar. Somente depois
de concluída essa fase, tinha início a liquidação, isto é, a venda dos bens da massa e o
pagamento dos credores.
Segundo Oliveira (2005), esta lei deu espaço para que as empresas economica-
mente viáveis, que estejam passando por dificuldades financeiras, possam ser reestru-
turadas.
A LFRE cita que o contador é um dos profissionais que poderá dar o respaldo
necessário ao processo de recuperação judicial. Segundo o artigo da referida Lei em
seu Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente ad-
vogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica espe-
cializada. (BRASIL, 2005).
Capítulo 3
RECUPERAÇÃO JUDICIAL: O CASO DA EMPRESA OGX
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aos credores, se não tiver uma contabilidade boa, se o administrador judicial não tiver
credibilidade já é um ponto muito falho na recuperação. Torna-se evidente, portanto,
a participação do contador no processo de recuperação judicial, para alicerçar o plano
de recuperação com a análise financeira da empresa por meio de seus relatórios e/
ou demonstrativos, facilitando uma analise mais critica para os outros profissionais
envolvidos no processo (UESSLER, 2012)
O plano de recuperação será aprovado se tiver votos de pelo menos, dois terços
de todos os credores.
3 Procedimentos metodológicos
STROPARO, Marina
STROPARO, Telma Regina
PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
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Endividamento
Endividamento EG Capital de Terceiros/ Ativo Total x 100
Geral
Fonte: Adaptado de Matarazzo (2017)
Para uma melhor compreensão da situação financeira da empresa OGX, buscou-
-se analisar os demonstrativos financeiros para assim quantificar sua liquidez ou sol-
vência. Para tanto, foram realizados os cálculos dos índices de: Endividamento Geral,
Liquidez Corrente e Liquidez Geral. O Indicador de Endividamento Geral é respon-
Capítulo 3
RECUPERAÇÃO JUDICIAL: O CASO DA EMPRESA OGX
PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
VOLUME 1
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A OGX Petróleo e Gás S.A (OGX), é uma das empresas pertencentes ao grupo
EBX do empresário Eike Batista. Com sua formação em 2007, possuía blocos de ex-
ploração de petróleo nas Bacias de Campos, Espírito Santo, Santos, Pará-Maranhão
e Parnaíba, além dessas bacias localizadas em território brasileiro, era do controle da
OGX, as bacias de Cesar – Ranchería, localizadas na Colômbia.
Em 2013, a Companhia assinou contratos com mais quatro blocos, estes situados
nas bacias do Ceará e de Potiguar, com parcerias com empresas de renome no merca-
do, como a Exxon Mobil, QGEP e E&P.
STROPARO, Marina
STROPARO, Telma Regina
PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
VOLUME 1
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Para alinhar seu plano econômico e reestruturar seu capital, a OGX implementou
medidas para evitar a insolvência eminente a que estava destinada. Institui-se o “Plan
Support Agreement”, em que os credores que possuíam a maioria dos títulos de dívi-
da, dentre outras questões, concordavam e apoiavam o Plano de Recuperação Judicial.
Em setembro de 2015, a OGX já estava tecnicamente falida, pois não possuía re-
cursos suficientes para manter sua produção e possuía dividas infindáveis, com forne-
cedores e investidores.
5 Indicadores contábeis
Capítulo 3
RECUPERAÇÃO JUDICIAL: O CASO DA EMPRESA OGX
PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
VOLUME 1
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GA 0% -23,99% 21,77%
ML 0% 13,42% 10,03%
Fonte: Os autores
Evidencia- se, na Tabela 2, em 2012 apresentava 52,55% de liquidez geral, o que
indicava que um ano antes de entrar em recuperação judicial, a empresa possuía uma
margem de sobra suficiente para saldar suas dívidas, pois nesse índice quanto maior
o resultado, melhor.
STROPARO, Marina
STROPARO, Telma Regina
PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
VOLUME 1
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Ressaltando-se que no ano de 2012 a empresa ainda trabalhava com boas mar-
gens de sobra, como constata-se no grupo de liquidez, no índice de giro de ativo, os
resultados não eram otimistas, apresentando nulidade, ou seja, 0%. Em 2013, em de-
corrência do baixo resultado do ano anterior e não possuindo estoque suficiente para
comercialização, o resultado obtido foi de aproximadamente - 23,99%, passando em
2014 para – 21,77% e 0 % em 2015.
Em 2013, a OGX possuía 54,26% de ativos financiados por terceiros; tal resultado
apresenta-se como razoável, tendo-se em vista que percentuais próximos a 50% ou que
Capítulo 3
RECUPERAÇÃO JUDICIAL: O CASO DA EMPRESA OGX
PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
VOLUME 1
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ultrapassem até 5%, são aceitáveis. No entanto, houve uma guinada no que concernen-
te a este índice, pois no ano seguinte a empresa apresentou 342,66% de comprometi-
mento com terceiros e em 2014, houve uma variação positiva, que resultou em 94,99%.
Consoante a isto, ressalta-se que variações positivas não garantem constância de bons
resultados, pois em 2015 o grau de comprometimento com terceiros atingiu seu ápice,
passando para 1420%.
A conclusão obtida através desse índice é que: Em 2012, ano que ainda traba-
lhava-se com boa margem de folga, a empresa apresentou índice aceitável, porém, os
anos que se seguem indicam que a referida empresa estava eminentemente insolvente.
O índice de capital de giro, estabelece qual a parcela de capital próprio está apli-
cada no ativo circulante. A OGX, caracterizada por trabalhar com investimentos de
terceiros, expressou resultados que apenas reafirmou seu cenário de crise. Em 2012,
2013, 2014 e 2015, os resultados foram: 0%, 5,26%, 12,08% e 0%, consecutivamente.
O índice de margem líquida, indica qual o valor de lucro, obtido através da ven-
da de mercadoria em determinado período. Em empresas, de ramos incertos, em que
variações são aceitáveis, conclui-se que não houve nesse índice, possibilidade de uma
análise mais enfática. Nos anos estudados, chegou-se aos seguintes resultados: 0%,
13,42%, 10,03% e 0%.
STROPARO, Marina
STROPARO, Telma Regina
PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
VOLUME 1
45
6 Conclusões
Referências
BATISTA, E.; D’AVILA, R. O X da questão. Rio de Janeiro; Sextante, 2011.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de Balanços. 10. ed. São Paulo. Atlas, 2009.
MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contábeis. 7. ed. São Paulo
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OLIVEIRA, Celso Marcelo. Comentários a Nova Lei de Falências. São Paulo: IOB
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tífica à prática da pesquisa e da extensão II. Caderno Pedagógico. Florianópolis:
UDESC, 2002.
SILVA. José p. Análise Financeira de Empresas. São Paulo: Atlas, 8 ed. 2001
SOUZA, D., & KUHN, V. F. O uso de metodologias contábeis para mensurar o valor
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VIRI, Natalia. OGX sai da bancarrota. O que sobrou? Quase nada. Brazil Journal.
2017. Disponível em https://braziljournal.com/ogx-sai-da-bancarrota-o-que-sobrou-
-quase-nada
Capítulo 3
RECUPERAÇÃO JUDICIAL: O CASO DA EMPRESA OGX
48
CAPÍTULO 4
DOI: 10.46898/rfb.9786558890164.4
1 joselaniabento@gmail.com
2 joaoclecio11@hotmail.com
PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
VOLUME 1
50
Resumo
1 Introdução
zado com qualidade e eficiência. Com isso, este estudo buscou responder a seguinte
pergunta: Aplicar o Ciclo PDCA no setor de licitação traz benefícios para a gestão
pública da Prefeitura Municipal de Doutor Severiano/RN?
2 Referencial teórico
2.1 Licitação pública
Capítulo 4
APLICAÇÃO DO CICLO PDCA NO SETOR DE LICITAÇÃO DA PREFEITURA DE DOUTOR SEVERIANO/RN
PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
VOLUME 1
52
Para Meirelles (2006, p. 303) “a proposta mais vantajosa é a que melhor atende ao
interesse da Administração, aquela que melhor servir aos objetivos da licitação, den-
tro do critério de julgamento estabelecido no edital ou convite”. O inciso 1º, do artigo
45, da Lei de Licitações nº 8.666/93, estabelece para os tipos licitatórios, com exceção
da modalidade concurso, que a seleção da proposta mais vantajosa se dá a partir de
quatro tipos de licitação: de menor preço, de melhor técnica, de técnica e preço e de
maior lance ou oferta, discorridos no Quadro 1, com base nos pensamentos de Mei-
relles (2006).
Quadro 1 – Tipos de Licitação
A licitação de menor preço é a mais comum. Nesse tipo, o fator
Menor Preço
decisivo, é o menor preço, por mínima que seja a diferença.
Na licitação da melhor técnica o que a administração pretende é a
obra, o serviço, o equipamento ou o material mais eficiente, mais
Melhor técnica
durável, mais aperfeiçoado, mais rápido, mais rentável, mais
adequado.
Na licitação de técnica e preço combinam-se estes dois fatores para a
Técnica e preço escolha final da proposta que apresente técnica satisfatória e preço
mais vantajoso.
Maior lance ou Nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso.
oferta
Fonte: Elaborado pelos autores (2020), adaptado do texto de Meirelles (2006, p. 303-304).
Resumidamente, a licitação consiste em uma série de atividades e atos ordena-
dos que visa alcançar um único resultado: o de escolher a melhor proposta para um
contrato de interesse da administração, dando a oportunidade a todos os interessados
(MADEIRA, 2008).
Fonte: Elaborado pelos autores com base em documentos disponibilizadas pela prefeitura (2020).
Como pode-se observar no organograma a secretaria de administração, finanças
e tesouraria é uma só, tendo os departamentos de Licitação, Tributação, Recursos Hu-
manos e a Contabilidade como seus subordinados.
Setor de licitação
Capítulo 4
APLICAÇÃO DO CICLO PDCA NO SETOR DE LICITAÇÃO DA PREFEITURA DE DOUTOR SEVERIANO/RN
PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
VOLUME 1
54
Esse Ciclo pode ser utilizado como um método para estruturar projetos de me-
lhoria. Refere a uma etapa lógica de quatro etapas repetitivas para melhoria contínua
e aprendizagem: planejar, realizar, controlar e agir (ASSEN et al., 2010).
3 Metodologia
Diante das respostas obtidas, foi utilizada a análise de conteúdo, de modo a ex-
pressar os resultados obtidos, cuja análise permite a descrição sistemática e objetiva do
conteúdo da comunicação (LAKATOS; MARCONI, 2003).
4 Resultados e discussões
Assim, a Figura 2 apresenta a partir da visão do ciclo PDCA, uma perspectiva das
etapas que constituem o processo de licitação na Prefeitura Municipal de Doutor Seve-
Capítulo 4
APLICAÇÃO DO CICLO PDCA NO SETOR DE LICITAÇÃO DA PREFEITURA DE DOUTOR SEVERIANO/RN
PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
VOLUME 1
56
Fonte: Elaborado pelos autores com base nas informações coletas durante a pesquisa (2020)
riano/RN, objetivando obter uma melhoria contínua em todas as etapas do processo,
compreendendo a operacionalização, controle e planejamento.
5 Considerações finais
A pesquisa teve como objetivo analisar os benefícios gerados para a gestão pú-
blica da Prefeitura Municipal de Doutor Severiano/RN a partir da aplicação do Ciclo
PDCA. Entende-se que o objetivo proposto foi alcançado, na medida em que os dados
evidenciam os benefícios em haver melhoria contínua nos processos de compras pú-
blicas.
Capítulo 4
APLICAÇÃO DO CICLO PDCA NO SETOR DE LICITAÇÃO DA PREFEITURA DE DOUTOR SEVERIANO/RN
PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
VOLUME 1
58
Referências
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Capítulo 4
APLICAÇÃO DO CICLO PDCA NO SETOR DE LICITAÇÃO DA PREFEITURA DE DOUTOR SEVERIANO/RN
60
CAPÍTULO 5
DOI: 10.46898/rfb.9786558890164.5
1 Mestre em Direito. Especialista em Direito Imobiliário. Graduado em Direito e em Administração. Professor dos
cursos de Direito e Administração. Advogado. E-mail: diegobianchi@hotmail.com.br
PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
VOLUME 1
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Resumo
1 Introdução
A era digital trouxe a informatização das relações e dos objetos ao meio social,
e logo que a sociedade percebeu as facilidades e conveniências trazidas pelas novas
tecnologias informáticas, tratou logo de modernizar até mesmos os hábitos mais corri-
queiros. Os novos meios de comunicação, notadamente a Internet, mudaram a forma
como o homem se comunica e interage, dando vida ao que se chama de Sociedade da
Informação.
Para tanto, será discutido num primeiro momento quanto à extensão do conceito
de documento para o mundo digital. Em seguida far-se-á algumas considerações acer-
ca do direito probatório e a apresentação dos requisitos de validade e segurança do
documento eletrônico.
Nesse sentido, Gates4 destaca que “um documento pode ser qualquer corpo de
informação. Um artigo de jornal é um documento, mas a definição mais ampla inclui
também um programa de televisão, uma canção ou um vídeo game interativo”.
Capítulo 5
ADMISSÃO DO DOCUMENTO ELETRÔNICO COMO MEIO DE PROVA NO PROCESSO CIVIL: ASPECTOS DE VALIDADE E
SEGURANÇA
PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
VOLUME 1
64
Inicialmente é preciso ressaltar que o instituto da prova não está ligado unica-
mente ao direito processual. De acordo com Carnelutti10 a prova não é apenas o objeto
que serve para o conhecimento de um fato, mas também o próprio conhecimento for-
necido por tal objeto. Tanto a atividade judicial quanto a atividade jurídica são desen-
volvidas por meio de provas, razão pela qual não se encontra disciplinada apenas no
Código de Processo Civil (arts. 369 e ss.), mas no próprio Código Civil (arts. 212 e ss.).
A prova é o meio que se permite persuadir alguém a respeito de algo, isto é, tra-
ta-se da demonstração da verdade de determinado fato. Deveras, apesar da prova ter
como destinatário o juiz, justificando o tratamento preferencialmente processual, não
se pode ignorar “que os elementos substanciais da materialização dos fatos, atos, atos-
-fatos e negócios jurídicos pode ser disciplinada pelo código civil, o que não prejudica
o tratamento da matéria e a sua transposição para o processo civil”11.
determinado fato, isto é, tudo aquilo que for levado aos autos com o fim de convencer
o juiz de que determinado fato ocorreu será chamado de prova.
Com o exposto, resta claro a noção tripartida ensinada por Cambi15, já que dentro
dessa concepção plural a prova é ora atividade – conjunto de atos, realizados pelo juiz
e pelas partes, com a finalidade de reconstrução dos fatos –, ora meio – vista como um
instrumento pelo qual as informações sobre os fatos são introduzidas no processo – e
ora resultado – sinônimo de êxito ou de valoração, consubstanciado na convicção do
juiz.
Capítulo 5
ADMISSÃO DO DOCUMENTO ELETRÔNICO COMO MEIO DE PROVA NO PROCESSO CIVIL: ASPECTOS DE VALIDADE E
SEGURANÇA
PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
VOLUME 1
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Os meios de prova típicos são: o depoimento pessoal (art. 385 e ss.), a confissão
(art. 389 e ss.), a prova documental (art. 405 e ss.), a prova testemunhal (art. 442 e ss.),
a prova pericial (art. 464 e ss.), a inspeção judicial (art. 481 e ss.), a prova emprestada
(art. 372), e a ata notarial (art. 384) – todos previstos no Código de Processo Civil. No
entanto, a mesma codificação (art. 369) autoriza as partes empregar todos os meios le-
gais e moralmente legítimos para provar a verdade dos fatos, ainda que não previstos
na lei, admitindo-se meios de provas atípicos.
A doutrina ainda versa sobre a dinâmica que permite identificar cada um dos
momentos da prova no processo. De modo que, em geral, o procedimento probatório
passa por quatro estágios: proposição, admissão, produção e valoração da prova.
Por fim, a valoração das provas será feita na decisão, quando o órgão julgador
demonstrará que papel teve a prova na formação do seu convencimento29. Frisa-se
que o direito processual brasileiro se sujeita ao princípio da persuasão racional do
juiz, uma vez que, em regra, as provas não possuem valor preestabelecido. Portanto,
pode o magistrado convencer-se livremente com qualquer das evidências presentes
nos autos, desde que justifique os motivos pelos quais entende que certa prova gera
convencimento, ou as razões para que certa prova se sobreponha a outra30.
Feito tais apontamentos, infere-se que a prova “é todo meio retórico, regulado
pela lei, e dirigido a, dentro dos parâmetros fixados pelo direito e de critérios racio-
nais, convencer o Estado-juiz da validade das proposições, objeto de impugnação, fei-
tas no processo”31. Vale, ainda, dizer que “o juiz deve comparar aquilo que foi alegado
Capítulo 5
ADMISSÃO DO DOCUMENTO ELETRÔNICO COMO MEIO DE PROVA NO PROCESSO CIVIL: ASPECTOS DE VALIDADE E
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PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
VOLUME 1
68
com aquilo que foi provado, a fim de poder motivar a sua decisão, quando do exercício
da atividade de valoração da prova”32.
Entretanto, surge uma série de dúvidas quanto à origem e materialidade dos do-
cumentos produzidos em plataformas digitais, tendo em vista o receio de serem susce-
tíveis de manipulação, e, em consequência, possuir valoração diminuída ou desconsi-
derando-se seu critério-peso. No mesmo sentido, Dinamarco35 lembra que à época do
Código de Processo Civil de 1939 surgiram, igualmente, dúvidas quanto à validade e
eficácia dos documentos elaborados através da maquina de escrever, já que houve o
abandono dos documentos elaborados a próprio punho.
O “Código Civil de 2002 não auxilia muito, já que, embora preveja tal espécie de
documento (art. 225), exige, para seu valor probante, a ausência de impugnação de
exatidão pela parte contra quem seja ele utilizado, o que, normalmente, não ocorre”36.
rantia da origem e de seu signatário serão considerados originais para todos os efeitos
legais (art. 11), ainda pairam muitas dúvidas acerca de sua segurança jurídica.
38 BLUM, R. O. O processo eletrônico: assinaturas, provas, documentos e instrumentos digitais. In: BLUM, R. O. (coord.). Direito
Eletrônico: a internet e os tribunais. Bauru: Edipro, 2001, p. 44.
39 MARINONI, op. cit., p. 368-369.
40 DIDIER JUNIOR, op. cit., p. 216.
41 MARQUES, op. cit., p. 133.
42 MARINONI, op. cit., p. 367.
43 MARQUES, op. cit., loc. cit.
Capítulo 5
ADMISSÃO DO DOCUMENTO ELETRÔNICO COMO MEIO DE PROVA NO PROCESSO CIVIL: ASPECTOS DE VALIDADE E
SEGURANÇA
PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
VOLUME 1
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Além da autoria, para que o documento eletrônico possa servir de suporte pro-
batório é preciso conferir-lhe a sua integridade, isto é, ele não pode ser passível de
alteração após sua confecção. Quaisquer documentos – sejam físicos ou digitais –, “de-
vem, além da originalidade, possuir determinadas qualidades que não permitam que
sejam, totalmente ou em parte modificados, alterados, ou suprimidos sem que tal fato
não possa ser descoberto”.45
Para tanto, utiliza-se ainda de uma antiga ferramenta: a criptografia – que se trata
de “um processo matemático para embaralhar uma mensagem digital, tornando sua
leitura incompreensível por pessoas que não possuam a chave (código) para desemba-
ralhar a mensagem”47.
O software que permite a utilização dessa técnica, confere a assinatura com a se-
quencia de bits do documento digital, a fim de acusar a adulteração do mesmo, pro-
vando, desta sorte, a incongruência de informações entre a assinatura e o ciberdocu-
mento. De modo que, o documento assinado eletronicamente por meio da criptografia
assimétrica, será muito mais confiável que o documento tradicional ou físico48.
Atendendo aos requisitos ora mencionados, não há razão para que o documento
eletrônico assinado e certificado digitalmente não tenha força probante. Nos termos
do atual Código de Processo Civil (art. 439 e ss.), Medina51 explica que o juiz deverá,
atentando ao princípio do contraditório e às cautelas imprescindíveis no trato de tais
documentos, viabilizar a produção da prova por meio eletrônico. Contudo, adverte
que caso a ação tramite em forma tradicional (autos físicos), o documento deverá ser
convertido em forma impressa.
Caso não seja possível que o documento gerado em ambiente virtual seja certifi-
cado digitalmente, o novo Código de Processo Civil permite que a existência e o modo
de existir de algum fato ser atestados ou documentados, a requerimento do interessa-
do, mediante ata lavrada por tabelião (art. 384). Nesse sentido “mostra-se ao tabelião o
conteúdo disponibilizado na internet para que ele, a partir do que vê e constata, redija
a correspondente descrição em seus livros e lavre a ata notarial respectiva”53.
Capítulo 5
ADMISSÃO DO DOCUMENTO ELETRÔNICO COMO MEIO DE PROVA NO PROCESSO CIVIL: ASPECTOS DE VALIDADE E
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PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
VOLUME 1
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siderar todos os elementos aptos para decidir e para justificar racionalmente a sua
decisão.
de uma mesma chave possuída pelo emitente e pelo receptor da mensagem e que ser-
ve, simultaneamente, para codifica-la e descodifica-la”59.
Capítulo 5
ADMISSÃO DO DOCUMENTO ELETRÔNICO COMO MEIO DE PROVA NO PROCESSO CIVIL: ASPECTOS DE VALIDADE E
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PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
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A certificação digital, por sua vez, “tem por finalidade atestar a titularidade de
uma chave pública e é realizada por uma entidade conhecida como Autoridade Certi-
ficadora, responsável pela emissão, renovação e revogação de certificados digitais”67.
66 ALMEIDA FILHO, J. C. de A. Processo eletrônico e teoria geral do processo eletrônico: a informatização judicial no Brasil. 5.
ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015, p.
67 LEAL, S. R. C. S. Contratos eletrônicos: validade jurídica dos contratos via internet. São Paulo: Atlas, 2007, p. 166.
68 MARQUES, op. cit., p. 174.
69 NOGUEIRA, op. cit., p. 39.
70 ARAÚJO, F. C. de. Curso de direito processual civil: parte geral. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 737.
Considerações finais
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PESQUISAS EM TEMAS DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
VOLUME 1
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ADMISSÃO DO DOCUMENTO ELETRÔNICO COMO MEIO DE PROVA NO PROCESSO CIVIL: ASPECTOS DE VALIDADE E
SEGURANÇA
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L
A
Lei 36, 37, 45, 50, 56, 66, 67, 75
Administração 12, 21, 24, 25, 29, 30, 31, 32, 34, 46,
50, 52, 53, 56 Licitação 6, 49, 51, 53, 55, 57, 59
Aplicação 7, 24, 25, 27, 31, 41, 50, 51, 54, 55, 56, 57 Liquidez 7, 12, 14, 34, 39, 41, 42, 43
Ativo 14, 15, 16, 19, 20, 37, 43, 44 M
C Mercado 6, 9, 11, 13, 15, 17, 19, 21
Capital 7, 14, 15, 16, 40, 41, 43, 44, 45 Municipal 50, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 57
Civil 7, 30, 62, 63, 64, 65, 66, 68, 71, 74, 75, 76, 77 O
Contábeis 7, 10, 11, 12, 13, 14, 16, 21, 34, 36, 39,
41, 47 Organização 13, 26, 27, 28, 29, 53, 54, 57
Credores 14, 34, 35, 36, 37, 38, 41 P
D Patrimônio 11, 15, 16, 35
Direito 34, 37, 51, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 70, 71, 74, Processo 7, 25, 26, 32, 34, 35, 36, 37, 38, 45, 46, 50,
76, 77 51, 54, 55, 56, 57, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69,
70, 71, 72, 74, 75, 76, 77
Documental 10, 16, 34, 38, 62, 63, 66, 67, 68, 69, 77
Prova 7, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 71, 75, 76, 77
Documento 7, 62, 63, 64, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72,
73, 74, 75, 76, 77 Pública 50, 51, 54, 55, 57, 58, 72, 73, 74, 76
E R
Econômica 7, 10, 14, 22, 24, 25, 26, 30, 31, 36, 38, Recuperação 7, 24, 25, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 41, 42,
40, 43, 47 43, 45, 46, 47
Empresa 7, 10, 11, 13, 14, 15, 16, 18, 19, 20, 25, 26, Recursos 14, 15, 16, 19, 20, 27, 29, 31, 34, 37, 40,
27, 34, 35, 36, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 47, 41, 50, 51, 55, 56, 58, 71
53, 54, 58, 59 Relação 7, 10, 12, 15, 16, 19, 20, 26, 36, 40, 41, 55,
Endividamento 7, 10, 11, 15, 16, 18, 19, 20, 34, 35, 64, 65, 72
39, 43, 44, 45 Resultados 7, 10, 11, 12, 13, 16, 20, 24, 25, 27, 29,
34, 40, 43, 44, 45, 50, 54, 55, 57
F
S
Fatos 24, 25, 29, 30, 64, 65, 66, 67, 68, 69
Financeiros 7, 10, 11, 12, 14, 16, 19, 20, 35, 39, 41, Serviços 27, 29, 34, 51, 53, 57, 58
45, 50, 51, 58 Sociedade 62
Fins 5
T
G
Tribunais 64, 65, 68, 71, 76, 77
Gestão 12, 24, 25, 26, 28, 29, 31, 35, 45, 46, 50, 51,
54, 55, 56, 57, 58 V
Indicadores 7, 10, 11, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 34,
35, 39, 44, 45
Informações 11, 13, 14, 38, 54, 55, 56, 57, 63, 65,
69, 70, 71, 73, 74
Judicial 7, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 41, 42, 43, 45, 46,
47, 64, 66, 74, 76