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Volume 2
1ª EDIÇÃO
científica digital
2023 - GUARUJÁ - SP
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Prof. Dr. Joachin Melo Azevedo Neto
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Prof. Dr. Flávio Aparecido de Almeida Prof. Dr. Wescley Viana Evangelista
Profª. Dra. Francine Náthalie Ferraresi Queluz Prof. Dr. Willian Carboni Viana
Profª. Dra. Geuciane Felipe Guerim Fernandes Prof. Dr. Willian Douglas Guilherme
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
A COLABORAÇÃO INTÉRPRETE
COMPOSITOR NA ELABORAÇÃO DA
OBRA “UMA LÁGRIMA” DE ARTHUR
RINALDI
Artigo original publicado em: 2014 - XXIV Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música
Oferecimento de obra científica e/ou literária com autorização do(s) autor(es) conforme Art. 5, inc. I da Lei de Direitos Autorais -
Lei 9610/98.
10.37885/230914329
RESUMO
Exemplo 1: Compassos 111 a 115, principal gesto musical da música “Uma Lágrima”
2 arcos de contrabaixo;
Exemplo x: pequeno arco de violino e baqueta sendo segurados por uma mão, possibilitando a
execução dos compasso 77 à 81.
Exemplo x: compassos 132 à 135, trecho onde faz-se necessário o uso de baquetas nas duas mãos
e arco.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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Côrtes, Roberto Victório, Rodrigo Hyppólito, Ivan Chiarelli, Jorge Vidales, Samuel Peruzzolo e Arthur
Rinaldi (compositores). Augusto Moralez (intérprete, vibrafone). São Paulo: produção independente.
Compact Disc. 2012
DEANE, Christopher. Morning Dove Sonnet. Nova Iorque: Dean Music, 1983. Partitura
Marcus Ianoni
Univervidade Federal Fluminense (UFF)
10.37885/230814044
RESUMO
1 Apesar do título da tabela de Marenco (2016) referir-se ao período 1966-2014, o último dado fornecido é de
2010.
2 Consultar Capes (2010).
3 Escolhemos periódicos A1, A2 e B1, pois, pertencendo aos extratos superiores do Qualis, têm especial importân-
cia na avaliação da produção científica dos programas de pós-graduação realizada pela Capes.
4 No processo da revolução marginalista, a disciplina passou a ser chamada de economics (ciência da economia).
5 Os autores traduziram as citações, que estão em bit.ly/2TNchIi. Acesso: 13 jan. 2019.
6 A divisão do trabalho põe em primeiro plano a produtividade, considerada essencial, dois séculos depois, pelos
modelos de explicação do crescimento econômico.
7 Segundo Domingues (1991), ao buscar entender os princípios responsáveis pelo bom funcionamento do sistema
econômico, Smith influenciou-se pelo modelo de ciência de Isaac Newton. Se este encontrou a gravitação
universal, Smith viu no interesse individual a força de caução do sistema econômico.
8 Marginalistas (dedutivistas) e históricos (indutivistas) chegaram a travar grande contenda metodológica no final
do século XIX, da qual participaram Carl Menger, Max Weber, Gustav Schmoller etc
9 Schumpeter foi, inclusive, uma referência para teorias de cunho heterodoxo na ciência econômica.
10 Schumpeter cunhou o termo vício ricardiano em referência às exortações de políticas traçadas por David
Ricardo a partir de tratamentos extremamente abstratos da teoria das vantagens comparativas. Apesar da
importância dos modelos abstratos, a defesa de direções políticas deveria incluir diversas mediações, incluindo
as relacionadas às condições específicas dos respectivos países (Silveira, 1991).
11 As novas configurações do capitalismo foram respostas à crise de 1930. Um exemplo político importante é a
coalizão do New Deal, constituída a partir de Roosevelt (Gourevitch, 1986).
12 Nos anos de 1970, despontaria uma nova geração neokeynesiana, com formulações que, fundadas na micro-
economia, incorporaram noções como expectativas racionais, falhas de mercado e competição imperfeita,
visando aprimorar o mainstream.
13 Consultar Oreiro (2012), Ferrari Filho & Fonseca (2013) e Prado (2001).
14 O pensamento conservador da New Right também combinava o resgate do nacionalismo, a proteção contra o
comunismo e a preservação dos valores da família tradicional contra certas mudanças relacionadas às transfor-
mações do Pós-Guerra.
15 O discurso neoliberal penetrou também no debate do desenvolvimento econômico. No pós-guerra, uma
geração de economistas defendeu o planejamento e a intervenção do Estado para suprir os limites do mercado.
Desde os anos 1970, consolida-se uma nova geração, que crítica a intervenção estatal e retoma a defesa dos
mercados desregulados. Na teoria da escolha pública, as falhas do Estado são consideradas mais graves que as
de mercado (Meier, 2001).
16 Em outras palavras, a globalização econômica e financeira complicou a chance de Estados soberanos, relativa-
mente insulados, regularem a economia e perseguirem políticas de promoção do pleno emprego.
17 Na medida em que essa teoria considerava a sorte dos países em desenvolvimento em grande parte determi-
nada pela estrutura e organização da economia internacional, algumas de suas formulações deixaram pouco
espaço para a autonomia nacional.
18 A IPE incorpora o impacto das formas de organização da economia-mundo sobre os Estados nacionais
(Wallerstein, 1979), mas deixa também campo aberto para entender o papel das ideias na consolidação de uma
hegemonia global.
19 O estudo das legislações, desenvolvido por John R. Commons foi uma das contribuições dessa escola.
20 Consultar Hall & Taylor, 2003; Alt & Alesina, 1996; Weingast & Wittman, 2006; Limongi, 1994.
21 A teoria dos jogos estuda os diferentes resultados das escolhas, institucionalmente mediadas, dos agentes
econômicos em interação nos mercados, conforme suas preferências (utilidades).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
23 Selecionamos esse periódico por ele possuir um padrão editorial afim à tradição interdisciplinar da EP, tanto
que abre espaço para autores não economistas. As principais revistas nacionais do mainstream neoclássico
são: Estudos Econômicos (FEA-USP), Pesquisa e Planejamento Econômico (PPE-IPEA) e a Revista Brasileira de
Economia (FGV-RJ).
24 Não levantamos dados sobre a economia política na Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI).
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Artigo original publicado em: 2022 - Barbarói, Santa Cruz do Sul, n.62 , p.<92-110>.
Oferecimento de obra científica e/ou literária com autorização do(s) autor(es) conforme Art. 5, inc. I da Lei de Direitos Autorais -
Lei 9610/98.
10.37885/230713779
RESUMO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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FORMAS E TEMPERAMENTOS DA
“ESCRAVA ANASTÁCIA”, SANTA
AFRO-BRASILEIRA
10.37885/231014668
RESUMO
A agência ativada por meio de trocas com os santos não está simplesmente
presente ou ausente, mas se manifesta de acordo com a forma das configu-
rações materiais e sociais dos santos e do temperamento evocado pela mani-
festação de determinado santo. Neste ensaio, retomo a história de uma santa
afro-brasileira, conhecida como Escrava Anastácia, e a forma como diferentes
grupos étnico-raciais a representam, de acordo com diferentes efeitos sociais.
Abordo a forma como os santos se manifestam e assumem determinado
estado. O temperamento é inseparável da “presença” das entidades intangí-
veis. Neste ensaio, aproveito essas disjunções radicais entre as formas pelas
quais um mesmo santo se manifesta - Anastácia como mártir sofredora, como
companheira serena, como objeto erótico - para reconsiderar a manifestação
dos santos na intersecção entre forma e temperamento. Enfocando os santos e
sua personalidade, retomo termos conhecidos, como vontade e agência. Pensar
por meio do temperamento nos remete a conjunturas materiais e reverberações
emocionais cuja agência é difusa, mas, não obstante, gera predisposições para
agir de certas maneiras.
1 Para Mott (1993), Rosa possivelmente foi a primeira autora nascida na África que publicou no Brasil. A produção
sobre suas visões foi tão vasta que acabou chamando a atenção das autoridades. Em uma dessas visões, ela
teria sido torturada e depois teria amamentado Jesus. Em 1765, foi acusada pelo Gabinete da Inquisição e
julgada em Lisboa. Seu destino depois disso é desconhecido.
Os santos e os temperamentos
7 N.T.: Tradução livre do original, “the public instauration of an invisible quality through a speech act or an image.
Under all guises chosen to consider it, religion embodies, religion incarnates, religion renders present in visible
and tangible manifestations the various alterations of being, the manifold expressions of non-self, and the
potencies which contain all their acts.”
8 A noção de Wittgenstein de “semelhança de família”, Familienähnlichkeit, postulou que as coisas podem ser rela-
cionadas por uma série de semelhanças sobrepostas, em vez de um único termo de relação. Em Investigações
filosóficas, 1953.
9 Talvez aqui seja necessário começar pelo reconhecimento da importância comparativa do sofrimento como uma
tecnologia ritual em muitas tradições. Para o povo dacota, por exemplo, certos membros heróicos da tribo são
martirizados durante a Dança do Sol para despertar a piedade e benevolência de Wakantanka, pelo bem da
comunidade. Ou se pensa na figura do bodhisattva no Budismo Maaiana, que, pelo menos em algumas versões,
renuncia ao estado de Buda e pratica o ascetismo radical a fim de salvar os outros do samsara, o ciclo da morte,
renascimento e sofrimento. Poderíamos mencionar vários exemplos comparativos. O sofrimento como forma
de acumular benefícios e, por meio de várias técnicas, transmiti-los através do tempo e do espaço para outros
corpos é um tropo típico de muitas religiões, embora essa prática deva ser questionada.
10 Kristina Wirtz revive um termo antiquado, “perspicience”, para nomear esse tipo particular de conhecimento; no
contexto afro-cubano, também pode ser denominado “conocimiento ou claridad” (2014, p. 124).
12 Charles Hirschkind sugere que a ideia de que a religião é “essencialmente” midiática, o que pode exigir pres-
suposições teológicas do tipo protestante de essência interior, então externalizada, de modo redutor. Mas, ele
argumenta, o Alcorão não é mediador das tradições do Islã, muito menos uma expressão redutora; antes, é a
tradição; mesmo que uma bola de futebol não seja mediadora do jogo de futebol, ela é constitutiva dele (Hirs-
chkind 2011, p. 93).
13 Sanctorum Mater (Rome 2007), Parte I, “Causes of Beatification and Canonization”, ver Título II, Artigo 4, http://
www.vatican.va/roman_curia/congregations/csaints/documents/rc_con_csaints_doc_20070517_sanctorum-
-mater_en.html - Reputation_of_Holiness_or_of_Martyrdom_and_of_Intercessory_Power, acesso em: 06 abr.
2018.
14 Optamos por “objeto” em vez de “coisa.” Bill Brown, como citado em Engelke (2007, p. 27), definiu “coisa”
como um material perigoso que não “funciona” para nós, pois está vazia de presença ou poder. No entanto,
ainda assim muitas entidades oscilam entre o status de “objeto” e “coisa”. Como será mostrado adiante, não há
consenso se a Escrava é imagem ou ícone, “coisa” ou “objeto”.
15 N.T.: Tradução livre do original, “In visions they saw specific deities, places, or situations while in trance they
would be overcome by a feeling or mood”
16 N.T.: Tradução livre do original, “we hardly know what really goes on between hand and metal, not to mention
how this fluctuates with our moods.”
17 N.T.: No original, “an incarnate in general is entirely defined by its very movement of becoming (visible, audible,
tangible, efficient, representable, lovable, horrific…).”
18 Ressalto que vários dos santos católicos mais celebrados também carecem de existência “histórica”, incluindo
vários que permeiam a história da Escrava Anastácia, como São Jorge e São Miguel. Agradeço a Richard
Reinhardt pela observação.
Tornando-se
19 Aqui, também, há exceções, como o “santo de Auschwitz” Maximilian Kolbe, morto pelos nazistas em 14 de
agosto de 1941. Agradeço a Richard Reinhardt por apontar uma comparação entre santos “sem vontade”.
20 O que chama a atenção no caso da encarnada, a santa chamada Escrava Anastácia, é que “ela”, na verdade,
era uma imagem - um desenho -, que “encarnou” a história da escravidão no Brasil. Para mais detalhes sobre
a Anastácia como representante ou composto de histórias de mulheres reais escravizadas, ver Mary Karasch
(1986).
21 Ver Karasch, 1986; Sheriff, 1996; Burdick, 1998; Dias de Souza, 2007; Handler e Hayes, 2009; Wood, 2011; Paiva,
2014.
Imagem 2: Jacques Arago, “Châtiment des esclaves, Brésil,” Souvenir d’un aveugle. Voyage autour
du monde, 1839.
Arago presumiu que a revolta estivesse a caminho, mas enquanto isso (en
attendant) apresentou seu relato de testemunha ocular de tortura: “Enquanto
23 “… voyez cet homme qui passe là, avec un anneau de fer auquel est adaptée verticalement une épée du meme
metal, le tout serrant assez fortement le cou ; c’est un esclave qui a tenté de s’échapper, et que son maître signale
ainsi comme un vagabond…”
24 “En voici un autre dont le visage est entièrement couvert d’un masque de fer, où l’on a pratiqué deux trous
pour les yeux, et qui est fermé derrière la tête avec un fort cadenas. Le misérable se sentait trop malheureux,
il mangeait de la terre et du gravier pour en inir avec le fouet ; il expiera sous le fouet sa criminelle tentative de
suicide.”
25 É importante observar que a descrição textual de uma máscara de ferro com orifícios para os olhos não corres-
ponde à máscara representada, que apenas impede de comer e talvez falar. Além disso, os dois instrumentos
de tortura, que aparem separados no texto de Arago, viram um só na imagem. Assim, pode ser um equívoco
presumir que Arago pretendesse que o texto escrito correspondesse ao desenho. Ele pode tê-los visto como
representações distintas.
26 A petição e as cartas solicitando a canonização, bem como a rejeição do arcebispo, estão arquivados no Museu
do Negro. Agradeço ao Diretor do Museu Ricardo Passos por ajudar a localizá-las.
27 De acordo com Dias de Souza, o comunicado da Diocese foi redigido por Dom Romeu Brigenti. A legitimidade
de “almas dos escravos” é uma das razões pelas quais a Escrava Anastácia é apresentada como integrante
desse grupo na Igreja do Rosário da Bahia. Isso permite que sua presença seja tolerada nos limites do espaço
da Igreja.
Imagem 5: O ícone de Anastácia posicionado em relação às figuras dos espíritos do preto velho
(foto do autor).
Apesar de ser rejeitada como santa de boa fé, Anastácia passa a existir
normalmente - isto é, ela “é” mesmo que, segundo a Igreja, nunca “tenha exis-
tido”. Por exemplo, embora ninguém com quem falei a tenha visto incorporada
em um corpo vivo, um informante explicou com detalhes que a possessão é
relativa. Alguns santos, disse ele, não “possuem”, mas mesmo assim “encos-
tam” em corpos vivos. Possessão como incorporação é uma questão de grau,
continuou ele, um grau de chegar perto de um corpo humano. Para a Escrava
Anastácia, como uma quase santa que nunca existiu de fato, mas sempre esteve
presente, - intersticial em todos os sentidos - as formas possíveis de aparição
permaneceram em aberto. E como a presença é alcançada e com quais formas
e temperamentos? Aqui, considero três diferentes formas e locais de aparição.
Imagem 6: Escrava Anastácia no Museu do Negro em maio de 2016, em espaço que serve como
santuário e local de exposição de sua história (foto do autor).
34 A data foi instituída como feriado escolar em 2003, e como feriado nacional em 2011.
35 É importante observar o tom informal e íntimo de se dirigir a ela (tua força), incomum em orações para outros
santos.
36 N.T.: Tradução livre do original “helps negras in small, everyday ways to value themselves physically, challenge
dominant aesthetic values, cope with spousal abuse, and imagine possibilities of racial healing based upon a
fusion of real experiences with utopian hope.”
Imagem 8: A vidente e mãe de santo, Tia Rita, trabalhando do lado de fora da igreja. Sua tenda fica
no fundo do velário (foto do autor).
37 Aqui, o termo ‘sincretismo’ é usado com certa relutância por indicar imprecisão e remeter a implicações vagas
de tradições puras em contraste com tradições mistas. Pode ser mais produtivo falar de afiliações sobrepostas;
de práticas multirreligiosas, “arenas em movimento” (Sweet, 2003, p. 114, 203), e culto estratégico de “paralelis-
mos” e “dupla participação” (Parés, 2013, p. 76-77) dentro de ecologias religiosas mais abrangentes e heterogê-
neas. Sobre as genealogias do sincretismo, ver, entre outros, Johnson 2016.
38 Declaração da Venerável Ordem Terceira do Rosário de Nossa Senhora às Portas do Carmos (Irmandade dos
Homens Pretos).
39 A Igreja Católica Brasileira foi fundada em 1945 por um dissidente católico romano, o Padre Carlos Duarte
Costa, que se opôs à estreita relação entre o regime ditatorial do presidente Getúlio Vargas e da Igreja Católica
Romana. Costa acusou a Igreja Católica Romana de simpatizar com o nazismo, e também se opôs à infalibili-
dade papal, o celibato do sacerdócio e outras questões. Padres da (independente) Igreja Católica Brasileira há
muito apoiam rituais sincréticos populares, incluindo os da Umbanda, por isso não admira que também tenham
apoiado a devoção à Escrava Anastácia. De acordo com Roger Bastide, “Or il sufit de lire le journal de ce parti,
Luta, pour voir ses prêtres assister à from 1945 aux séances du spiritisme de Umbanda, bénir les statues de
Vierges identiiées avec Yémanja, dires des messes dans les sanctuaires des macoumbas, acheter des terrenos
pour que les nègres puissent y célebrer leurs fêtes si ‘nationalement brésiliennes ’et que l’Église romaine a
pourtant interdites” (1960, p. 324).
40 Embora o proprietário tenha insistido que essas imagens representavam “escravas” assim como a Anastácia, e
nada tenham a ver com os pretos velhos da umbanda.
41 https://www.facebook.com/pg/EscravaAnastacia/reviews/, acesso em 25 de janeiro de 2016.
Imagem 10: Santuário Católico da Anastácia, Oswaldo Cruz, subúrbio da região norte do Rio (foto
do autor).
Imagem 11: Escrava Anastácia praticamente escondida entre outras imagens no Mercadão de
Madureira (foto do autor).
Imagem 12: Rosário à venda na loja católica, Bazar Padre Normand, Madureira (foto do autor).
42 No website, http://centropaijoaodeangola.com/escrava-anastácia.php
45 marketing@adrianadegreas.com.br
46 Como escreveu Georges Bataille, tais atos de forma alguma violam os impulsos genuinamente “sagrados”; ao
contrário (por exemplo, 1986, p. 90).
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RESUMEN
PABLO NERUDA
Foto 2. La playa que se llama Isla Negra, cerca de Valparaíso, aquí frente a la Casa Neruda, 2016,
Chile. (Autor).
Isla Negra
Foto 3. La Chascona, flota sobre la cumbre de unos de los famosos cerros de Valparaíso, Chile,
2016 (Autor).
Foto 4. Casa de Isla Negra de Neruda desde la playa, Chile, 2016 (Autor).
Foto 5. Machu Picchu (montaña nueva en quechua), en primer plan, en oposición a Huayna Pichu
(montaña vieja), al fondo, entre las nubes, 1997, Perú. (Autor).
En esta casa de la Isla Negra está ocurriendo una gran fiesta (en la película),
la guerra termino hace tres años, Neruda se disfraza de Lawrence de Arabia, el
guerrero del desierto, cuando aparece declama con su conocida (y registrada
en audio e imagen para siempre, solo con buscar en internet) voz, ‘puedo decir
los versos más tristes esta noche’, la mitología Neruda está puesta en escena.
Cuando Neruda vuelve al Senado para ver lo que ocurre, va hasta la
casa de un político de las elites chilenas Arturo Alessandri Palma (1868-1950),
el narrador en off nos informa que Alessandri tiene un cajón en su escritorio,
donde se pone ‘Chile’, o sea, todos los chilenos son sus siervos. El juego de
diálogo entre los dos es uno de los puntos altos de la película, Alessandri le
pregunta cómo quieren, los de izquierda, gobernar, Neruda dice que con una
estructura como la de los soviets rusos. Alessandri infiere irónico, los pasillos
estarán llenos de cascara de maní, las leyes serán escritas con faltas de orto-
grafía, Neruda contesta, -pero los cementerios no estarán llenos de cadáveres
de los oponentes políticos.
Neruda es vivido por el gran actor Luis Gnecco y Delia por Mercedes
Morán, el comisario Óscar Peluchonneau por el internacional y muy talentoso
Gael García Bernal. Pablo Larraín hace una adaptación de las memorias de
Neruda, ‘Confieso que he vivido’, el director ya había hecho una película sobre
la muerte de Salvador Allende, ‘Post Mortem’ de 2010, donde los personajes se
enfrentan, para definir si a Allende le han matado o él se suicidó, el 2011 se publicó
que un examen en el cadáver comprobó el suicidio. En 2016 también dirigió la
película ‘Jackie’, sobre la vida de la primera dama estadounidense, después de
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RESUMO
1 Foucault se refere à obra Le vite de’piú eccellenti pittori, scultori e architettori, de Giorgio Vasari.
3 Outros artistas também pintaram sujeitos de pouca visibilidade em Belém como Waldemar da Costa e Armando
Balloni.
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10.37885/231014607
RESUMO
1 Vertente sunita da prática muçulmana, o wahabismo tem fortes marcas de ortodoxia, conservadorismo e funda-
mentalismo, pregando um retorno de retórica puritana ao que seria o islamismo original.
2 Frequentemente confundido com sinônimos de guerra, a jihad se refere, originalmente, ao esforço dos fiéis
muçulmanos pelo próprio bem e pelo bem coletivo, sendo um dever também a defesa da própria fé islâmica. No
entanto, correntes mais fundamentalista associam essa defesa diretamente à uma luta literal contra os supostos
infiéis.
3 O termo mujahidin é o plural da palavra mujahid, que pode ser traduzido literalmente como combatente, mas
como possui frequente viés religioso, ganha a conotação de soldado em uma suposta guerra santa.
4 Segundo a concepção da fé muçulmana, existe uma comunidade mundial que engloba todos aqueles que
professam essa fé ao redor do mundo, sendo essa comunidade espiritual chamada de Ummah. O conceito
se difere de Mundo Muçulmano por não possuir conotação política. Um brasileiro convertido ao islã passa
a pertencer à Ummah citada no Alcorão, mas não faz parte do Mundo Muçulmano, em termos geopolíticos
(AYDIN, 2017).
5 Sendo assim denominados aqueles movimentos que visaram sucessivas derrubadas de governos considera-
dos desalinhados com as tendências globais de multilateralismo, pode-se destacar nos entornos da Rússia a
Revolução Bulldozer, ocorrida na Iugoslávia e resultando na queda de Slobodan Milošević , a Revolução Laranja,
ocorrida na Ucrânia em 2004, e a Revolução das Tulipas, que teve palco no Quirguistão, sendo a última aquela
mais violentamente reprimida.
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RESUMO
PROBLEMATIZAÇÃO DO NOVO
Junho de 2013 parece ser um corte temporal para alguns cientistas sociais,
os quais captaram algo novo nos movimentos sociais e suas práticas políticas.
Pequenos grupos com organização horizontal, aparentemente destituídos
de lideranças formais e utilizando-se das redes sociais para sua organização
e ação política passaram a ganhar maior destaque nas análises e reflexões
sociológicas. Em meio ao complexo contexto de manifestações e a pluralização
de organizações, encontravam-se presentes os diversos partidos de esquerda,
organizações de movimentos sociais já estruturados, mas também novas
experiências organizacionais, como o Movimento Passe Livre (MPL), que não
se vincularia a nenhuma dessas outras organizações civis. Maria Glória Gohn
(2017) o caracterizou como “novíssimo”.
Criado em 2005 em Porto Alegre, durante o Fórum Social Mundial1, o
MPL esteve vinculado ao movimento estudantil e com a pauta baseada na
mobilidade urbana dos estudantes. Em 2013, organizou atos contra o aumento
da tarifa do transporte público na cidade de São Paulo, mobilizando centenas
de estudantes universitários e secundaristas pelas redes sociais, o que resultou
em grandes manifestações e repressão violenta por parte da Polícia Militar.
Estudiosos que se debruçam sobre movimentos sociais caracterizaram o
MPL como um “novíssimo” movimento devido à sua forma apartidária, horizon-
tal, autônoma e a desvinculação, e mesmo recusa, de partidos políticos (Gohn,
1 Importante anotar a existência de experiências anteriores que, segundo o próprio MPL, influenciaram a
formação do movimento: “O MPL foi batizado na Plenária Nacional pelo Passe Livre, em janeiro de 2005, em
Porto Alegre, mas antes disso, há seis anos, já existia a Campanha pelo Passe Livre em Florianópolis. Fatos
históricos importantes na origem e na atuação do MPL são a Revolta do Buzu (Salvador, 2003) e as Revoltas da
Catraca (Florianópolis, 2004 e 2005)”. [Acesso: https://www.mpl.org.br/]
2 Entende-se por localidade os espaços de criação organização e atuação dos movimentos sociais e coletivos.
3 Debruçaremos no decorrer do artigo referências teóricas em defesa dos conselhos, cuja alusão parte das formas
de organizações históricas de conselhos operários e populares vistos em contextos históricos específicos (os
conselhos populares na França de 1871, os sovietes na Rússia em 1917, os conselhos populares na Revolução
Alemã de 1918-1919, e as organizações estudantis na França em 1968) cuja organização horizontal promoveram
decisões não hierarquizadas e a partir do consenso entre seus integrantes.
4 Dessa maneira, Sader incluiu entre os “novos sujeitos” aqueles que se articulavam e formulavam suas reivindi-
cações a partir de espaços sociais para além da fábrica, nos bairros, no campo, nas igrejas e as universidades,
ou seja, os clubes de mães, os grupos comunitários, as comissões de moradores, as comunidades de base da
Igreja etc.
5 A recepção de Thompson e seus usos pode ser encontrado em Mattos (2012) e Santos (2018).
6 Referimos a recepção das obras de E.P. Thompson e Castoriadis em trabalhos acadêmicos que dialogaram
com outras como as de Michel Foucault e Pierre Bourdieu. Sobre as recepções nas Ciências Sociais ler Perruso
(2008) e Santos (2018).
7 Sobre um conjunto de pesquisas que enfatizariam o “novo” e os “novos sujeitos” encontram-se em Perruso
(2008) e Santos (2018).
8 Marques e Marx (2019) entendem que a novidade está na ressignificação de repertórios herdados do passado,
e a própria Gohn (2014) relembra que “Do anarquismo e do socialismo libertário, grupos ressuscitam e renovam
leituras sobre a solidariedade, a liberdade dos indivíduos, a autogestão, e a esquecida fraternidade, retomada
nas ações de enfrentamento à repressão policial” (2014:432).
9 A noção de ressignificação e circularidade cultural está também presente em Carlos Ginzburg em O Queijo e
os Vermes (2006), apresentadas em seu personagem Menocchio no século XVI, uma releitura do cristianismo a
partir de um imaginário de um ambiente católico com a expansão protestante, a cultura ressignifica diante sua
mobilidade e as diferentes realidades, possibilitando uma relação recíproca entre o popular e o erudito.
10 Numa referência à difusão entre velhas e novas formas, Tarrow (2009, p. 64-65) descreve que: “Muitas das
futuras mudanças no repertório do confronto apareceram pela primeira vez nesses grandes eventos, como a
tomada da Bastilha ou os Dias de Fevereiro em Paris. Mas seus fundamentos foram desenvolvidos nos inters-
tícios da prática cotidiana de confronto: como a petição de massa, que teve origem numa prosaica prática de
negócios na Inglaterra; a barricada que foi usada pela primeira vez para defender as vizinhanças de Paris dos
ladrões; e a insurreição urbana usada pela primeira vez para exigir trabalho em Grenoble antes de se tornar
instrumento de revolução na Bastilha”.
11 Guy Debord foi um dos principais nomes do movimento situacionista, destacado pela obra A Sociedade do
Espetáculo.
12 Os operaístas como Tronti e Negri acreditavam que o operário no capitalismo moderno se estendeu para além
da fábrica, introduzindo, assim, a noção de operário social a qual incorporava as demais lutas urbanas.
13 Prates sintetizou a proposta de autonomia em Castoriadis em três pontos: “o ideal de autonomia subentende
ainda uma mudança radical do sujeito em pelo menos três outros sentidos: 1) como não existe sociedade sem
lei, a lei existe para ser obedecida; mas ela pode e deve ser também questionada, debatida, numa sociedade
autônoma, composta por sujeitos autônomos; 2) se isso implica numa maior participação individual, por outro
lado não elimina por completo a resistência e o peso de muitas significações imaginárias sociais – sedimenta-
das na moral, na tradição, nos consensos, nos costumes, etc. –, o que evidencia ainda mais a dispare correlação
de forças existentes na vida social; 3) a autonomia visa transformar ainda a relação do sujeito com este outro
desconhecido que está inconscientemente internalizado em cada um de nós – e é por isso que ela não pode
alimentar a realização de todos os desejos do sujeito, mas deve surgir a partir do conhecimento do sujeito sobre
ele mesmo e do controle dos impulsos e manifestações de seus próprios desejos” (Prates, 2016:89).
14 Castoriadis (1982) compreende a noção de autonomia numa relação que se pressupõe também o “eu” e o
“outro”, ipseidade e alteridade.
15 Retirada de Giuseppe Pinot-Gallizio. Discurso Pintura Industrial e uma Arte Aplicável Unitária, Internationale
Situationniste N. 3 (dezembro de 1959).
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10.37885/230713760
RESUMO
DESENVOLVIMENTO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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10.37885/230914297
RESUMO
1 A obra foi adaptada para o meio áudio visual em: A Compadecida (1969), direção George Jonas (filme); Os
Trapalhões no Auto da Compadecida (1987), direção Roberto Farias (filme); O Auto da Compadecida (1999),
direção Guel Arraes (microssérie de TV); O Auto da Compadecida (2000), direção Guel Arraes (filme).
2 A divisão dos capítulos foi a seguinte: 1) testamento da cachorra, que narra o episódio da mulher do padeiro
(Dora – interpretada por Denise Fraga) que deseja enterrar sua cachorra em latim e João Grilo (Matheus Nach-
tergaele), para convencer o padre (Rogério Cardoso) a realizar a vontade de sua patroa, inventa que o animal
fez um testamento deixando uma quantia para a igreja; 2) O gato que descome dinheiro, episódio em que João
Grilo, com a ajuda de Chicó, na tentativa de ganhar algum dinheiro, vende para sua patroa, Dora, um gato “muito
lucrativo”, que defeca dinheiro; 3) A peleja de Chicó contra os dois ferrabrás, capítulo em que se desenrola a
paixão de Chicó (Selton Mello) por Rosinha (Virgínia Cavendish), filha do Major Antônio Moraes (Paulo Goulart).
João Grilo trama o casamento de Chicó com Rosinha, fazendo com que o amigo covarde derrote os dois
valentes da cidade, Vicentão (Bruno Garcia) e Cabo Setenta (Aramis Trindade), que também são apaixonados
pela moça; 4) O dia em que João Grilo se encontrou com o Diabo, o último episódio retrata o juízo final de João
Grilo e dos outros personagens mortos durante um ataque dos cangaceiros à cidade. Todos esses capítulos,
com exceção do terceiro, são baseados no enredo original da peça. O romance entre Rosinha e Chicó foi
inspirado em outros dois textos de Suassuna: O Santo e a Porca e Torturas de um Coração. (MASCARENHAS,
2006, p. 53)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Abordar a cultura popular brasileira em obras midiáticas não era algo novo,
mas em O Auto da Compadecida temos algo inovador. São múltiplos aspectos
que levam esse filme a se consagrar no cenário fílmico do Brasil. A adaptação
de Guel Arraes de um dos grandes clássicos da literatura do país, escrito por
Ariano Suassuna, e sua sensibilidade de incorporar outros textos de cordel,
soube ser empática e atingir o público. Este foi levado a se identificar com as
mazelas nordestinas a que os personagens estavam expostos, ultrapassando
a fronteira do regional e atingindo uma perspectiva de identidade nacional.
Junta-se a isso uma pitada de humor e sarcasmo, que deram à narrativa um
tom mais leve, apesar de todo o drama recorrente com João Grilo e os demais.
Com um roteiro e conteúdo bem amarrados, e atores de altíssima qualidade,
o diretor e sua equipe ainda tinham o diferencial de estarem trabalhando na
maior empresa de comunicação midiática do país e da América Latina, o Grupo
Globo. A partir de uma união entre modos de trabalho e interesses entre Rede
Globo de Televisão e Globo Filmes, nasceu a obra fílmica gravada no interior
nordestino em película, o que refletia o interesse de conversão tecnológica de
tal produto. A minissérie, exibida em 1999, foi um sucesso em horário nobre da
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10.37885/230914343
RESUMO
Aqui estão minha irmã, algum amigo que não consigo identificar,
e muitas outras pessoas. Todos estão me escutando, e eu estou
contando precisamente: O apito em três notas, a cama dura, do
meu vizinho que gostaria de empurrar para o lado, mas tenho
receio de acordá-lo porque é mais forte do que eu. Conto também
amplamente da nossa fome, e do controle de piolhos, e do Kapo
que me deu um soco no nariz e depois me mandou para lavar-me
porque sangrava. É com prazer intenso, físico, inexprimível, estar
em minha casa, entre as pessoas amigas, e ter tanta coisa para
contar: mas não me dou conta que os meus ouvintes não estão
me ouvindo (acompanhando, seguindo). Na verdade, todos eles
estão indiferentes: falam confusamente entre si, como se eu não
estivesse ali. A minha irmã me olha, se levanta e sai sem dizer uma
palavra. (LEVI, 2011, p.53)
O narrador nos resume o seu sonho, porém, conta mais coisas. Levi era
um estudioso dos testemunhos, conhecia e pesquisava a respeito dos sobrevi-
ventes e dedicava sua atenção aos sonhos. Em Os afogados e os sobreviventes, a
preocupação de Levi não era entender o sonho, mas sim transmitir, compartilhar
e meditar sobre a condição humana. Nesse fragmento, temos uma tentativa de
compreender “o virar as costas”. Após 40 anos a publicação de seu primeiro
livro, o desafio do narrador é demonstrar como o distanciamento temporal e
espacial de Auschwitz atingia as pessoas. Essa busca por narrar, contar, “por
meio de suas vozes ou memórias escritas”, confronta o distanciamento das
gerações do presente dessa experiência do passado.
O absurdo não se tratava de Primo Levi buscar narrar aos seus leitores
sua experiência, mas analisar o espaço do testemunho diante daqueles que não
querem ouvir. Por que ouvir é considerado arrasador. Essa imagem construída
pelo narrador retratava o comportamento das vítimas e dos algozes que sabiam
que esse passado seria e foi tratado como insuportável e incomensurável por
aqueles que não experienciaram os campos. Ao ouvirem sobre Auschwitz,
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PSICOEDUCAÇÃO E ORIENTAÇÃO DE
PAIS EM GRUPO EM UM DISPOSITIVO DE
SAÚDE PÚBLICA: UM RELATO DE
EXPERIÊNCIA
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RESUMO
REFERENCIAL TEÓRICO
METODOLOGIA
LOCAL
PARTICIPANTES
MATERIAIS
DISCUSSÕES
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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10.37885/231014616
RESUMO
O presente capítulo aborda a educação tradicional guarani por meio das belas
palavras, considerada uma pedagogia própria. O trabalho é fruto de um conviver
com os guarani Nhandewa da região norte do Paraná, da escuta e do registro
das narrativas dos tudjás (sábios e sábias). O objetivo é construir subsídios
epistemológicos e metodológicos para a compreensão e sistematização dos
princípios e dos fundamentos da pedagogia guarani. A pesquisa, que é parte de
um doutorado em Educação, envolve uma metodologia colaborativa, ressignifi-
cada nos fundamentos da reciprocidade e da complementariedade, baseada na
cosmologia guarani. Trata-se de uma metodologia própria, articulando diferentes
fontes para compor uma narrativa sobre o modo de ser guarani e, neste sentido,
destaca-se a roda de conversa como ferramenta fundamental na construção
colaborativa, envolvendo os tudjás no fortalecimento dos conhecimentos e da
cultura guarani. Com isto, foi possível apresentar e refletir sobre o conceito de
tekoha (local onde se dão as condições do modo de ser guarani), bem como
compreender os aspectos da educação tradicional, da organização social e das
práticas de ensino aprendizagem.
OS GUARANI NHANDEWA
1 Segundo Medeiros (2020, p. 33), “história oral está contida na tradição oral”. Nas palavras da autora, que, que
refere Cavender Wilson, “as experiências pessoais, informações, eventos, incidentes podem se tornar tradição
oral no momento que acontecem ou que são contados, desde que a pessoa relatando a memória seja parte
de uma tradição oral” (idem, ibidem). Portanto, trago aqui o entendimento de história oral como relatos que
vão passado de geração para geração e que, frequentemente, essa história é incorporada pelas pessoas que a
narram.
2 Bruno Ferreira, em sua tese de doutorado diz que “a pesquisa colaborativa está fundada nas relações sociais
kaingang. [...] pesquisar dentro da organização indígena é basicamente um produto das relações entre colabo-
radores e atores étnicos que constroem sua metodologia para pesquisar juntos” (2020, p. 15). O autor defende
que a pesquisa colaborativa propicia o diálogo entre os conhecimentos acadêmicos e os métodos tradicionais
dos povos indígenas.
3 Saberes Indígenas na Escola é um programa de abrangência nacional do Ministério da Educação, executado
por universidades públicas desde 2013, que vem dando importante contribuição à formação continuada dos
professores indígenas a partir dos sábios e sábias e dos saberes próprios. Desenvolvido com um forte protago-
nismo dos professores e das professoras de cada povo, o programa associa a construção de materiais didáticos
à pesquisa, contribuindo para qualificar as escolas indígenas no Brasil.
Na cosmologia guarani também existe à yvy marãey, uma terra sem fim,
onde nada tem fim, é a terra perfeita onde tudo é bom; o lugar de Nhanderu e de
sua comunidade celestial. A busca pela yvy marãey é para ter melhores condições
de vida, seguir os elementos renovadores e para estar mais perto da possibilidade
de atingir a imortalidade. Dessa forma, para nós Guarani Nhandewa, o tekoha
supera o conceito de território, pois está associado a uma noção de mundo, um
lugar mítico, um mundo celestial, uma terra sem males.
O conceito de território para os guarani difere em muitos aspectos do
conceito ocidental. Ninguém se considera dono da terra e nem daquilo que nela
vive. A terra é uma dádiva recebida de Nhanderu, por isso, a consideram por
direito e dela usufruem de forma respeitosa, equilibrada e limitada. No tekoha
se pratica a reciprocidade, que é uma das mais importantes virtudes da vida
Outra passagem importante narrada por dona Lurdes foi sobre a ali-
mentação tradicional. Ela conta que consumiam alimentos tirados da própria
mata, que segundo ela ajudava no desenvolvimento físico e cultural. Da mata
retiravam o ei (mel) de eiru (abelha). Servindo-se também, das caças, pescas e
frutos. Sobre o uso do fogo, contou-me como este era feito:
[...] tirávamos o fogo da pedra mesmo, mas não era qualquer tipo de
pedra; era uma pedra que tinha pelos menos uns buraquinhos, aí
pegava uma pedra como se fosse um lápis, fazia no chão, e colocava
a pedra no chão, e daí ponha aquele pau no buraquinho da pedra e
rodava ele com a mão no buraquinho, e saia o fogo, se fazia também
batendo com a outra pedra. Mas não é qualquer pedra, tem que
ser uma pedra do rio, ela parece uma lousa, e, então, você bate
uma na outra e sai faísca de fogo, aí você colocava o capim seco
assim (abaixa as mãos) e chegava perto para passar as faíscas e
fazer o fogo. Saía bastante fumaça. (Lurdes, T.I. Laranjinha, 2018).
O bem viver guarani está cada vez mais ameaçado, e estão cientes
que as terras desmatadas e desprovidas das virtudes gerativas são fracas,
4 Carregar um cesto, suspendido com uma tira na cabeça é um modo tradicional dos Guarani. Preserva a saúde
do corpo, trata-se de uma prática ligada à cosmologia e à coletividade.
A minha vida hoje é ensinar essas crianças, pois minha vida é fazer
isso aí. Eu falo para essas crianças como que surge um cacique, eu
falo não é assim, eu quero ser um cacique, quem vai ver se você
serve para ser um cacique, não é a liderança. Eu comentei com
as crianças esses dias sobre as meninas que nós temos aqui, e
disse: [...] olha, você tem sua irmã, tem sua irmãzinha né? Então,
acredito que nenhum de vocês quer que alguém faça mal para ela,
então vocês têm que ter respeito com essas meninas e também
na sua casa com sua família e com todos [...]. Assim começa um
líder, um líder começa aqui, ele não é aquele que tem a razão em
tudo que fala - comentei muito com eles. O cacique ou um líder
indígena tem que ter muita responsabilidade, ele pode errar e
nem entender, mas conforme o tempo, se ele for um líder desde
criança, aí ele vai entender bem durante os quarenta ou cinquenta
anos, vamos dizer que ele ficou com aquilo dali guardado e fizeram
uma briga, e um dos dois chega aqui primeiro e diz: “Tião aquele
fez isso para mim”, eu pergunto por qual motivo? Então, eu digo
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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10.37885/231014610
ABSTRACT
From Westphalia to the Cold War, International Orders have risen and
fallen and with the birth and reinvention of rules, institutions, actors and power.
Over the last century, and in special after the II World War there is an expansion
of a International Liberal Order built based on “open and rule-based relations
among states” (IKENBERRY, 2011, p. 11). The construction of this order has largely
been shaped and influenced by the United States (U.S.).
As a dominant superpower, the U.S devised the international order as
a mirror of its own liberal values, which Ikenberry (2011, p. 04) defines as “not
just a collection of liberal democratic states but an international mutual-aid
society — a sort of global political club that provides members with tools for
economic and political advancement”. Hence, the principles, norms and rules
which settled the path for States and other international agents to interact with
each other in an orderly fashion were established by the ILO.
Daniel Deudney and John Ikenberry (1999) defined the major structures,
institutions and practices of what they conceptualized as the International Libe-
ral Order (DEUDNEY; IKENBERRY, 1999). Thus, the ILO is the set of collective
norms, rules and institutions regarding international security, trade and political
arrangements, which represents the “great American accomplishment of the
twentieth century” (IKENBERRY, 2017, p. 03) and the real possibility of engaging
international trade, economy and security in a collective sense in the aftermath
of the Second World War.
The International Monetary Fund (IMF), World Bank, World Trade Orga-
nization (as an enhancement from the GATT), the Organization for Economic
Co-operation and Development (OECD), the United Nation (UN) and the European
Union (EU) comprise a “loose array of multilateral institutions” (NYE JR, 2017,
p.03), which are the material manifestation of the ILO and which John Ruggie
(1982) would define as “embedded liberalism”.
Brands Hal (2016, p. 03) defines the International Liberal Order as “the
body of rules, norms, and institutions which govern relations among the key
players in the international environment”. According to Brands (2016), the
ILO can be broadly characterized by liberal norms and values, which includes
economic liberalism – represented by free trade and open markets – political
Since the advent of the GATT, the multilateral trading system evolution has
been closely related to the U.S. spread of the International Liberal Order (ILO)
during the bipolar dynamics (IKENBERRY, 2011). Thus, in light of this dichotomy
setting between the predominant socioeconomic models, Washington’s initiati-
ves in the economic and commercial fields with the purpose of safeguarding its
influence area through ILO’s values (SARAIVA, 2001). In the meantime, its new
doctrines, plans and institutions have supposed that underdeveloped countries
should abandon their protectionist politics in specific trade sectors in order to
condition themselves to trade liberalization (RÊGO, 1996).
After the eight negotiation rounds between the contracting parties in GATT,
the World Trade Organization (WTO) emergence has opened a new stage for
global interdependence, it corresponds to a framework of expanding countries’
rights and duties in international trade (KEOHANE, MILNER, 1996). In this regard,
after Uruguay Round, it has been stated that numerous concessions have been
taken in terms of access and market conditions through the reduction of tariff
barriers and the suspension of non-tariff barriers (RÊGO, 1996). In this view,
the commitments made by developed and underdeveloped countries have
been characterised by their different degrees of adaptation to the new rules of
international trade (QUIJANO, 2002).
During the period of commercial expansion in the 1990’s, the U.S.’ approach
has been predicated on narrative construction of trade protectionism. This nar-
rative has been closely tied to the reduction of the welfare of national political
communities, as an example the episodes of trade wars that have preceded,
increased and reflected the effects caused by international conflicts (CERVO,
2000). In reference to this narrative construction, the liberal stance sustained by
the U.S. may be perceived as dissonant behavior when it faces the protectionist
In spite of this, Chang (2004) argues that the U.S. idea of free trade as
fair trade is underpinned by the goal of expanding its degree of commercial
has introduced new concepts that were more U.S. centric than
facilitating the rules based international trading system. For example,
it introduced a policy to help small and medium-sized U.S. firms
respond to competitive imports from across the globe and help
them to become effective exporters. Trade Policy 2009 observes
that trade would be more beneficial for the world, and fairer for
everyone, if it would respect the basic rights of workers. For that
reason, the TP 2009 aims to incorporate labor provisions in trade
agreements (BHANDARI, KLAPHAKE, 2011, p. 75).
By virtue of the course of fair trade discourse and China’s rise in the
multilateral system, WTO negotiations under the Trump government have
been marked by an openly mercantilist stance towards the adverse effects of
“hyperglobalization”. Therefore, the assertiveness of the socioeconomic agents
and of an expressive part of the Congress has been in line with the restoration
of Executive’s protective policies, in view of the narrative of the asymmetrical
distribution that has been generated by international competition. Regarding the
integration in the global economy, the “new” U.S.’ trade policy in DDA has been
based on the realistic perspective of International Political Economy (IPE), which
is diametrically opposed to the ILO’s trade agenda perception (MENDONÇA,
THOMAZ, LIMA, VIGEVANI, 2019). This perception assumes that the dynamics
of International Trade presupposes the eminence of
The United States consistently supported the ILO over the past seven
decades, which led to the continuous growth and advance of it. As the Second
World War came to an end, the U.S. and its allies devised a political, economic,
and strategic order overtly conceived as a solution to the systemic conundrum
which led to the catastrophic early twentieth century (DEUDNEY; IKENBERRY,
1999). The U.S. championed the liberal project worldwide and engaged it in the
core of its interests both domestically and abroad, thus “Washington has made
the creation and advancement of a liberal international order the core, overriding
objective of its statecraft” (BRANDS, 2016, p. 05).
As Ikenberry (2011, p. 03) notes, “the United States engaged in the most
ambitious and far-reaching liberal order building the world had yet seen”. Although
American policy makers engaged themselves in distinct levels of commitment
to promoting the ILO, a slight consensus became clear during the past seven
decades that American interests and agendas were best served by an inter-
national environment compliant with its domestic ideals. Monten (2005, p. 08)
adds, “U.S. nationalism has historically been defined in terms of both adherence
to a set of liberal, universal political ideals and a perceived obligation to spread
those norms internationally”.
Over the Cold War period, the global agenda shifted periodically, but the
security of the West and its allies has always been the main subject of concern
in Washington. U.S. foreign policy relied on deterrence strategies to deal with
the threat the USSR posed not only to its existence as a nation but also to the
incipient liberal order. The demise of the USSR and the end of the Cold War
thereafter consolidated the American project as the sole possibility of engage-
ment in international affairs.
The relative stability in the second half of the twentieth century has
been credited to the spill-over effect of the ILO, which provided the incentives
for the former Soviet Republics as well as the Popular Republic of China and
most of other potential illiberal States to accommodate themselves to the ILO
as well. Nevertheless, Deudney and Ikenberry (1999) suggests it was only until
the demise of the USSR that the ILO became truly embedded worldwide, even
though the U.S championed it since the 50s.
The new U.S. narrative construction has been based on the idea
of environmental resources as global public goods through a
transnational view, which has assumed such political and strategic
value over the Cold War (GRASSO, 2013). On account of that,
The U.S. has taken a decisive stance in terms of promoting and
expanding the international climate change regime in the 1980s,
especially since the Vienna Convention in 1985. For this reason,
the debate on the environment has been shaped from a human
safety perspective of prevention as a consequence of the harmful
effects related to the increasing industrial competitiveness of
developing countries, as well as due to environmental accidents
in second and third world countries (GRASSO, 2013).
Regarding the U.S.’ stance in this period, Jamali and Rejeb (2014) say
that the marginalization of the international climate change regime represents
a unilateral notion of prevention costs as unquestionably superior to the repair
costs of economic sectors sensitive to the effects of climate change. This moment
of government transition in the environmental agenda implies the rupture of
Washington’s foreign policy with the narrative undertaken during previous
administrations.
CONCLUSION
The last seventy years the U.S. has served as a hegemonic superpower
and influenced the construction of the International Liberal Order. Over the
years as the global economy, societies and interest grew new actors gained
influence and power too. The debate on the collapse or endurance of the ILO
is yet to be defined, however it is clear that the U.S. is no longer the soly soldier
in a liberal project.
In that sense, the emergence of a multilateral trading system and in
consequence a globalized world was the cornerstone simultaneously to the ILO
and the influence of the U.S.. However, throughout presidential administrations,
Washington has shifted interests and largely impacted the economic develop-
ment of underdeveloped and in development countries. During the 1990’s and
2000’s, the U.S. was the key promoter of the multilateral system with the free
trade system being promoted as Fair trade. After the 2008 election, the Trump
administration has shifted to a much more ortodox and protectionist system.
This shift alongside with the emergence of new actors, such as China, created
the space for possible changes in the ILO.
History shows that wars, economic crisis, and social disruptions are gene-
rally the cause for changes in the International Orders. No different, although
arguably less dramatic the Global War on Terror also presents a fundamental
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REMISSIVO Escravidão: 75, 77, 90, 94, 95, 96, 104, 105, 106,
109, 112, 122, 123, 125
A F
Atenção Básica: 243, 250, 254 Fundamentalismo: 162, 163, 165, 166, 169
Auto da Compadecida: 211, 212, 213, 216, 218, G
219, 220, 221, 222, 223, 224
Guarani Nhandewa: 256, 257, 259, 260, 261,
Autonomismo: 181, 190, 193, 194, 196 262, 263, 265, 268, 269, 271, 272, 273, 274, 275
B I
Brasil: 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 30, 36, 40, 45, 47, Imagem: 77, 81, 85, 86, 88, 89, 90, 93, 94, 96, 97,
49, 50, 51, 52, 53, 54, 58, 60, 66, 68, 75, 76, 77, 82, 98, 100, 102, 103, 106, 108, 109, 110, 111, 112, 113, 114,
86, 90, 91, 92, 93, 98, 100, 101, 102, 103, 104, 106, 115, 116, 117, 118, 119, 120, 122, 123, 124, 150, 167, 186,
109, 112, 119, 122, 123, 128, 157, 158, 198, 200, 205, 205, 227, 230, 232, 233, 234, 235, 236, 238, 240
209, 210, 212, 213, 214, 215, 216, 217, 218, 221, 222,
223, 224, 240, 249, 254, 259, 260, 297 International Liberal Order: 277, 278, 279, 281,
288, 294
C Intérprete-Compositor: 10, 11
Catolicismo Popular: 101
L
Chechênia: 163, 164, 165, 166, 167, 168, 169, 171,
176, 177 Larraín: 131, 132, 135, 139, 141, 142, 143, 144
Chile: 130, 131, 132, 133, 134, 135, 136, 137, 138, M
139, 142, 143, 144, 283
Mobilidade Internacional: 201, 202, 203, 204,
Ciência Política: 19, 20, 21, 22, 23, 28, 29, 32, 36, 206
43, 44, 48, 49, 50, 51, 52, 53, 54
Movimentos Sociais: 42, 44, 180, 183, 184, 185,
Ciências Sociais: 18, 19, 20, 23, 40, 50, 54, 127, 186, 190, 196, 197, 199, 200
182, 186, 187, 197, 199, 223, 297
Cinema Brasileiro: 212, 214, 215, 223
N
Narrativa: 97, 104, 107, 142, 154, 217, 220, 222,
Colaboração: 9, 10, 11, 16, 99
223, 226, 227, 228, 229, 230, 231, 232, 233, 236,
Coletivos: 180, 181, 182, 184, 185, 186, 188, 189, 237, 238, 239, 240, 256
190, 195, 198, 199, 200
Narrativas Sagradas: 256
Convergência Tecnológica: 211, 212, 216, 217,
Neruda: 130, 131, 132, 133, 134, 135, 136, 137, 138,
219
139, 140, 141, 142, 143, 144, 145
Crianças e Adolescentes: 55, 56, 57, 58, 60, 61,
62, 63, 64, 65, 67, 69, 70, 72, 73 O
Orientação e Psicoeducação de Pais: 243,
D 249
Desenvolvimento Infantil: 243, 245
Oriente Médio: 162, 163, 164, 165, 167, 168, 170,
Dictadura: 131, 134 171, 172, 173, 174, 175, 176
E P
Economia Política: 18, 19, 20, 21, 22, 23, 25, 26, Percussão: 10, 14, 16
28, 29, 32, 34, 36, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 49, 50,
Performance Musical: 10
51, 52
Pintura: 147, 148, 152, 156, 157, 158, 159, 161, 195
Educação Tradicional: 256, 257, 271, 272, 273,
274, 275 Práticas Parentais: 243, 245
Escrava Anastácia: 74, 75, 76, 77, 78, 80, 85, 88, Profissionais: 27, 56, 57, 58, 68, 69, 70, 71, 72,
201, 202, 203, 204, 206, 207, 209, 215, 216, 250,
251, 253
R
Religiões Afro-Brasileiras: 82, 112, 116, 117
Ritual: 77, 79, 82, 87, 107, 116, 128, 129
Rússia: 163, 164, 165, 167, 168, 169, 170, 171, 172,
173, 174, 175, 176, 177, 184, 187
S
Serviço Social: 56, 57, 58, 69, 72
T
Temperamentos: 74, 80, 86, 88, 105, 123, 124,
125
Terapia Cognitivo-Comportamental em
Grupos: 243, 254
Testemunho: 226, 231, 235, 238, 239
Trauma: 105, 123, 226, 228, 239, 241
V
Violência Sexual: 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62,
63, 64, 66, 67, 68, 69, 70, 72, 73
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