Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Gestão Pública: Ensaios Teóricos
Gestão Pública: Ensaios Teóricos
2ª Edição
Belém-PA
2020
4
https://doi.org/10.46898/rfb.9786599152498.
G393
ISBN: 978-65-991524-9-8.
DOI: 10.46898/rfb.9786599152498.
Conselho Editorial:
Prof. Dr. Ednilson Sergio Ramalho de Souza - UFOPA (Editor-Chefe).
Prof.ª Drª. Roberta Modesto Braga - UFPA.
Prof. Me. Laecio Nobre de Macedo - UFMA.
Prof. Dr. Rodolfo Maduro Almeida - UFOPA.
Prof.ª Drª. Ana Angelica Mathias Macedo - IFMA.
Prof. Me. Francisco Robson Alves da Silva - IFPA.
Prof.ª Drª. Elizabeth Gomes Souza - UFPA.
Prof.ª Me. Neuma Teixeira dos Santos - UFRA.
Prof.ª Me. Antônia Edna Silva dos Santos - UEPA.
Prof. Dr. Carlos Erick Brito de Sousa - UFMA.
Prof. Dr. Orlando José de Almeida Filho - UFSJ.
Prof.ª Drª. Isabella Macário Ferro Cavalcanti - UFPE.
Arte da capa:
Edjane Gomes de Souza.
Diagramação:
Laiane Borges de Souza.
Revisão de texto:
Os autores.
SUMÁRIO
PREFÁCIO.................................................................................................................................8
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................11
CAPÍTULO 1
INDICADORES SOCIAIS APLICADOS NA GESTÃO PÚBLICA: UM ESTUDO
SOBRE OS AVANÇOS E RETROCESSOS NO BRASIL..............................................13
JUSTINO, Gildeci José.
FARIAS, Carolina Juliana Lindbergh.
DOI: 10.46898/rfb.9786599152498.1.
CAPÍTULO 2
ANÁLISE DE MEIOS PARA INCREMENTAR A RECEITA A PARTIR DE
RECUROS PRÓPRIOS DO MUNICÍPIO DE TIMBAÚBA..........................................35
SOUZA, Guilherme Alexandre Xavier de.
CRUZ, José Humberto Nascimento.
DOI: 10.46898/rfb.9786599152498.2.
CAPÍTULO 3
CINE TEATRO RECREIOS BENJAMIN: ESTIGMA CULTURAL DA CIDADE DE
TIMBAÚBA-PE......................................................................................................................53
SANTOS, Alexandre José Barboza dos.
DOI: 10.46898/rfb.9786599152498.3.
CAPÍTULO 4
PROGRAMA HABITACIONAL “MINHA CASA MINHA VIDA”: IMPACTOS
SOCIAIS NO MUNICÍPIO DE TIMBAÚBA-PE.............................................................67
SILVA, Carlos Claudino Ferreira da.
LUNA, Adriana Dornelas de.
DOI: 10.46898/rfb.9786599152498.4.
CAPÍTULO 5
FUNDO MUNICIPAL PREVIDÊNCIARIO DE TIMBAÚBA: UMA ANÁLISE DO
GRAU DE SATISFAÇÃO DOS BENEFICIARIOS NOS ATENDIMENTOS...........85
SILVA, Eliane Pereira da.
SANTOS, Alexandre José Barboza dos.
DOI: 10.46898/rfb.9786599152498.5.
CAPÍTULO 6
AUDITORIA GOVERNAMENTAL: UM ESTUDO SOBRE TÉCNICAS E
FISCALIZAÇÃO NA CIDADE DE MACAPARANA-PE............................................111
SILVA, Jucelo do Nascimento.
FARIAS, Carolina Juliana Lindbergh.
DOI: 10.46898/rfb.9786599152498.6.
7
CAPÍTULO 7
O IMPACTO FINANCEIRO NA ARRECADAÇÃO DO IMPOSTO SOBRE
SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA (ISSQN) SOBRE OS SERVIÇOS
NOTARIAIS E DE REGISTROS PÚBLICOS NO MUNICÍPIO DE TIMBAÚBA-PE
.................................................................................................................................................129
FERREIRA, Ana Cláudia Correia.
ALVES, Maria do Carmo Maracajá.
DOI: 10.46898/rfb.9786599152498.7.
CAPÍTULO 8
CONTROLE INTERNO: O CERNE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA................149
SILVA, Madelon Cristiany da.
LUNA, Adriana Dornelas de.
DOI: 10.46898/rfb.9786599152498.8.
CAPÍTULO 9
DIREITOS FUNDAMENTAIS DO IDOSO CONSTITUÍDO SOB A LEI 10.741/2003
E AS GARANTIAS DE SUA EFETIVAÇÃO..................................................................161
SOUZA, Margareth Nascimento de.
LUNA, Adriana Dornelas de.
DOI: 10.46898/rfb.9786599152498.9.
CAPÍTULO 10
DO PATRIMONIALISMO A GESTÃO PÚBLICA GERENCIAL: A EVOLUÇÃO
NECESSÁRIA.......................................................................................................................175
ALMEIDA, Matheus Coelho de Lucena.
SANTOS, Alexandre José Barboza dos.
DOI: 10.46898/rfb.9786599152498.10.
CAPÍTULO 11
PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO NA GESTÃO MUNICIPAL..........................189
SILVA, Danilo Braz da Cunha e.
DOI: 10.46898/rfb.9786599152498.11.
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
PREFÁCIO
Um dos principais pontos que caracteriza a humanidade, e que a distingue das
demais espécies, é a capacidade de gerar conhecimento. Não apenas de adquiri-lo,
ou de conseguir acessá-lo, mas de ser capaz de gerar e difundir esse conhecimento. É
o conhecimento, antes de qualquer coisa, que permite a evolução humana. Diferente
dos animais, que em sua maioria transmitem apenas instinto aos seus descendentes, o
gênero humano se diferencia por criar teorias, pensar sua realidade, tentar explicá-la,
gerando conhecimento, que será analisado, testado e validado por outros, permitindo
a evolução do próprio pensar e da explicação da realidade que se descortina. E esse
conhecimento pode ser transmitido às gerações seguintes. A catalogação, registro e
análise do conhecimento desenvolvido é fundamental, pois facilita o acesso a ele, a
sua difusão e perpetuação, além da possibilidade de crítica e ajustes, correções ou,
até, comprovação de que aquele conhecimento é ultrapassado ou necessita de com-
plementos.
Em outras palavras, há temas para todos os gostos, para aqueles que se interes-
sam pela administração pública, e que, com certeza, encontrarão no conhecimento de-
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
10
senvolvido pela presente obra uma importante contribuição para a própria formação
e para complementar o próprio cabedal do saber, já que o indivíduo se destaca por
aquilo que ele é e pelo que possui de conhecimento.
Desejo a todos que lerão a presente obra a grata aquisição do saber, e que esse sa-
ber possa ser aplicado para benefício da realidade e de melhoria da sociedade, fazendo
com que o conhecimento gerado seja transmitido a outras gerações, e o trabalho dos
que o produziram seja perpetuado nos que o lerem. E que jamais esqueçam a impor-
tância do conhecimento, pois, como disse Francis Bacon, “A soberania do homem está
oculta em seu conhecimento”.
11
APRESENTAÇÃO
Gestão Pública: ensaios teóricos, destaca aspectos instrumentais da gestão públi-
ca, especialmente ferramentas e soluções a ela relacionadas. Assim sendo, o mesmo
foi escrito por várias mãos, onde os escritos foram realizados por professores, alunos
e outros colaboradores. Todos esses possuem em comum a interação com ações e
atividades na área de gestão pública. Na sua grande maioria, a cerne da obra foi de-
senvolvida com alicerce em pesquisas realizadas em vários cursos das áreas de Gestão
Pública pelos autores.
Neste sentido, surgiu a ideia de unir por meio de uma obra literária, todas essas
valiosas pesquisas que estavam fragmentadas, com o intuito de contribuir para o estu-
do e construção de conhecimento científico no contexto da gestão pública.
O respectivo material, faz alusão a diversas áreas da gestão pública, com apre-
sentação de estudos de casos concretos pesquisados pelos autores. Assim sendo, esse
material pode ser muito útil a pesquisadores e demais estudiosos da área.
Boa leitura!
DOI: 10.46898/rfb.9786599152498.1.
1 Mestre em Matemática pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB); Especialista em Ensino da Matemática pela
Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE); Especialista em Gestão Pública pela Universidade Federal
Rural de Pernambuco (UFRPE); graduado em Matemática pela Universidade de Pernambuco (UPE). Professor
da Faculdade de Timbaúba (FACET) nas disciplinas de Gestão Municipal, Administração Financeira, Gestão de
Finanças Corporativas, Análise de Projetos e Orçamento empresarial, Estatística, Bioestatística, Análise Financeira e
investimento, Matemática Discreta, Gestão Financeira, Introdução à Ciência Atuarial, Finanças Empresariais. Professor
da Pós-graduação em Psicopedagogia. Professor da Escola Santa Maria - Timbaúba e Professor efetivo do Estado de
Pernambuco.
2 Possui Mestrado em Ciências Contábeis (UNB), Especialização em Auditoria Fiscal e Tributária(UFPE), Graduação
em Ciências Contábeis (UFMT) e Curso de Contabilidade Internacional no setor Público e Privado pelo CFC/UNB(2008
e 2009).
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
14
A importância do tema
E ste capítulo tem como tema central Indicadores Sociais e como eles ganharam
um papel de suma relevância a partir de 1988 e sua contribuição na elabora-
ção de políticas sociais. Para isso, por meio de levantamento bibliográfico de estudos
anteriores, apresenta-se inicialmente a história dos indicadores sociais, aspectos im-
portantes da sua coleta e construção, fontes de dados, conceituação e sua importância
na formulação, implementação e avaliação de políticas públicas. Por fim, mostra-se a
sua utilidade nas diversas áreas da administração e políticas públicas bem como suas
potencialidades e limitações. O capítulo está estruturado da seguinte forma:
• Introdução
• Uma breve história sobre o surgimento dos Indicadores Sociais
-Indicadores Sociais na Gestão Pública
• Aspectos Conceituais para a Construção de Indicadores Sociais na Gestão
Pública
• Análise e conclusão
• Considerações finais
• Questões para análise e discussão
• Referências
1 Introdução
15
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), entre outros, fazendo com que a socieda-
de se interessasse pelos indicadores e, assim, compreendê-los é de suma importância.
De acordo com Jannuzzi (2017), “este interesse crescente pelo uso de indicadores
na Administração Pública também está relacionado ao aprimoramento do controle
social do estado brasileiro no final da década de 80. Isto significa que a sociedade, os
meios de comunicação, os sindicatos, entre outras instituições, tiveram maior poder
de fiscalização dos gastos públicos. Dessa forma, pôde-se exigir o uso mais eficiente e
eficaz dos indicadores, através de dados que dessem respaldo para um planejamento
melhor de questões sociais e políticas.
Segundo Jannuzzi (2017) para que essas ideias sejam entendidas e aplicadas pre-
cisa utilizar medidas que vão traduzir de forma eficaz conceitos abstratos. Essas me-
didas são os indicadores sociais, que podem ser representados por fotografias que vão
retratar a realidade social de uma comunidade, município ou estado.
De acordo com Almeida (2012) a análise da qualidade de vida aborda uma repre-
sentação social criada a partir de parâmetros subjetivos (bem-estar, felicidade, amor,
prazer, realização pessoal) e objetivos, cujas referências são a satisfação das necessi-
dades básicas e das necessidades criadas pelo grau de desenvolvimento econômico e
social de determinada sociedade.
CAPÍTULO 1
INDICADORES SOCIAIS APLICADOS NA GESTÃO PÚBLICA: UM ESTUDO SOBRE OS AVANÇOS E RETROCESSOS NO
BRASIL.
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
16
Um dos grandes desafios, para a gestão pública em todo Brasil, é melhorar os pa-
drões de vida da população com programas que priorizem a educação, a infraestrutu-
ra e a saúde, para fornecer maiores oportunidades na melhoria da qualidade de vida.
Qualidade de vida é uma ideia largamente difundida na sociedade, correndo-se o
risco de haver uma banalização do assunto pelo seu uso ambíguo, indiscriminado
ou oportunista como acontece, por exemplo, com muitos textos que prometem ele-
var a qualidade de vida do indivíduo lançando mão de estatísticas muitas vezes ir-
reais para comprovar suas afirmações. De um lado, se tem a exploração oportunista
de um conceito o que resulta na sua depreciação e, de outro, o reconhecimento de
que esse conceito exprime uma meta nobre a ser perseguida, o que resulta na preser-
vação de seu significado e valor. (ALMEIDA,2012, p.63)
17
De acordo com Jannuzzi (2017), os indicadores sociais servem para retratar a rea-
lidade social; tal como medidores, são instrumentos que permitem avaliar a medida
do ambiente social. De forma mais clara, um indicador social é uma medida, dotada
de significado social, que vai facilitar o entendimento de determinado conceito social
abstrato. Sendo assim, emergiu a seguinte pergunta de pesquisa: como devem ser uti-
lizados os indicadores sociais para melhorar a gestão pública?
É numa perspectiva de contribuição para uma gestão pública eficaz que os in-
dicadores sociais são elos entre modelos explicativos da teoria social e a evidência
cotidiana, empírica, dos fenômenos sociais observados. Geralmente, prestam-se a sub-
sidiar as atividades de planejamento governamental nas esferas municipal, estadual e
federal.
CAPÍTULO 1
INDICADORES SOCIAIS APLICADOS NA GESTÃO PÚBLICA: UM ESTUDO SOBRE OS AVANÇOS E RETROCESSOS NO
BRASIL.
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
18
Segundo Coelho (2014), esta forma de Estado começou a aparecer após a crise
econômica de 1929, a queda da bolsa de valores de New York, para garantir o mínimo
possível de igualdade social. A mudança ocorreu de forma lenta a partir da percepção
de que o crescimento industrial, o livre mercado e o crescimento econômico nas so-
ciedades capitalistas, não estavam se traduzindo em melhores condições de vida para
população, e sim em aumento da pobreza.
19
De acordo com Jannuzzi (2017), o indicador PIB (Produto Interno Bruto) per ca-
pita até agora usado como medida do nível de desenvolvimento socioeconômico pelos
países, mostrava-se desapropriado para mensurar o estado de bem-estar social, pois
em vários países, o aumento do PIB, continuavam altos os índices de pobreza e inten-
sificavam-se as desigualdades sociais.
Nos países centrais, tal medida tampouco se prestava aos objetivos de monitora-
mento efetivo da mudança social em seus múltiplos aspectos ou de subsidiar a for-
mulação de políticas sociais nas diversas áreas. A gestão de novas políticas públi-
cas, que caracterizavam a estruturação do estado de Bem-Estar Social, demandava
a produção de outros indicadores mais específicos e referidos a outros aspectos da
realidade socioeconômica. (JANNUZZI,2017, p.18)
CAPÍTULO 1
INDICADORES SOCIAIS APLICADOS NA GESTÃO PÚBLICA: UM ESTUDO SOBRE OS AVANÇOS E RETROCESSOS NO
BRASIL.
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
20
Todos estes assuntos foram tratados com base em pesquisas realizadas pelo IBGE
que acabou tendo uma periodicidade irregular até 1998, quando se criou a Síntese de
Indicadores sociais, publicada anualmente desde então.
No plano interno a instituição procurou incorporar as novas recomendações inter-
nacionais ao seu processo de trabalho, adaptando-a ao plano de trabalho do grupo,
que estava voltado à apreensão dos fenômenos sociais em sua totalidade. Tal proce-
21
Para Milléo (2005) os indicadores sociais foram construídos a partir das seguintes
concepções: primeiro a ideia de que é possível repartir e estudar o social mediante o
uso de “conceitos substitutos”; segundo a ideia de que se pode, através destes subs-
titutos, construir equivalências matemáticas ao que é, por princípio, descontínuo e
movediço.
CAPÍTULO 1
INDICADORES SOCIAIS APLICADOS NA GESTÃO PÚBLICA: UM ESTUDO SOBRE OS AVANÇOS E RETROCESSOS NO
BRASIL.
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
22
É preciso observar que deve ser fiscalizado e acompanhado a aplicação nas de-
cisões tomadas, dependendo do tipo de intervenção, podem-se utilizar dados levan-
tados em pesquisas anteriores; em outras situações, pode ser necessário efetuar um
levantamento particular, de natureza quantitativa ou qualitativa.
23
Segundo Barbieri (2010), estes Indicadores têm como foco avaliar o quanto a sus-
tentabilidade e a responsabilidade social têm sido incorporadas nos negócios, auxi-
liando a definição de estratégias, políticas e processos.
CAPÍTULO 1
INDICADORES SOCIAIS APLICADOS NA GESTÃO PÚBLICA: UM ESTUDO SOBRE OS AVANÇOS E RETROCESSOS NO
BRASIL.
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
24
Os indicadores sociais podem ser classificados de acordo com suas áreas temáti-
cas, segundo Jannuzzi (2017), temos:
25
CAPÍTULO 1
INDICADORES SOCIAIS APLICADOS NA GESTÃO PÚBLICA: UM ESTUDO SOBRE OS AVANÇOS E RETROCESSOS NO
BRASIL.
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
26
De acordo com Guimarães, Feichas (2009) para que indicadores sejam instrumen-
tos de um processo de mudança rumo ao conceito de desenvolvimento sustentável,
eles devem ter características que permitam: mensurar diferentes dimensões de forma
a apreender a complexidade dos fenômenos sociais; possibilitar a participação da so-
ciedade no processo de definição do desenvolvimento; comunicar tendências, subsi-
diando o processo de tomada de decisões; e relacionar variáveis, já que a realidade não
é linear nem unidimensional.
27
CAPÍTULO 1
INDICADORES SOCIAIS APLICADOS NA GESTÃO PÚBLICA: UM ESTUDO SOBRE OS AVANÇOS E RETROCESSOS NO
BRASIL.
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
28
Foi observado em sites, artigos, livros, dados que comprovem a importância dos
indicadores sociais para uma gestão pública de qualidade, bem como sua contribuição
na interpretação da realidade social.
29
Fonte: O autor
Por fim, apresenta-se, de forma sucinta, a importância dos indicadores sociais,
que quando usados de forma responsável, transparente e adequada, podem direcionar
as atividades do poder público.
5 Análise e discussão
CAPÍTULO 1
INDICADORES SOCIAIS APLICADOS NA GESTÃO PÚBLICA: UM ESTUDO SOBRE OS AVANÇOS E RETROCESSOS NO
BRASIL.
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
30
Portanto, é válido afirmar que o uso crescente desses indicadores atua potenciali-
zando a efetividade de políticas públicas desde que tenham a capacidade de refletir o
conceito abstrato a que se referem e a qualidade dos dados usados.
6 Considerações finais
O foco principal desse trabalho foi oferecer uma introdução ao estudo dos indi-
cadores sociais e como eles ganharam um papel de suma importância, a partir de 1988,
bem como sua contribuição na elaboração de políticas sociais. Apresenta-se a defini-
ção do conceito, a construção, as propriedades desejáveis dos indicadores e alguns
critérios para classificá-los. Depois disso, o foco recaiu sobre a observação de como os
indicadores sociais são utilizados para orientação das políticas públicas, tornando-as
mais eficientes.
31
Referências
ALMEIDA, Marcos Antonio Bettine de; GUTIERREZ, Gustavo Luis; MARQUES, Re-
nato. Qualidade de Vida: definição, conceitos e interfaces com outras áreas, de pes-
quisa. São Paulo: EACH/USP, 2012.
32
FARIAS, Carolina Juliana Lindbergh; MORAES FILHO, Rodolfo Araújo de. Práticas
de responsabilidade socioambiental empresarial nas usinas do setor sucroalcoo-
leiro: estado da arte. RACE, Revista de Administração, Contabilidade e Economia,
Joaçaba: Ed. Unoesc, v. 13, n. 3, p. 859-890, set./dez. 2014. Disponível em: <http://
editora.unoesc.edu.br/index.php/race>. Acesso em: 18/02/2020.
Gil, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 6ª. ed. São Paulo : Atlas,
2018.
JANNUZZI, Paulo de Martino. Indicadores sociais no Brasil. 6ª ed. São Paulo: Alí-
nea, 2017.
MALAVOTA, Leandro M. História, Memória e seus usos: por que falar sobre os In-
dicadores Sociais? Rio de Janeiro: IBGE, 2017.
MILLÉO, José Carlos. A utilização dos indicadores sociais pela geografia: uma
análise crítica. Niterói: s.n., 2005.
PARAHOS, R.; FIGUEIREDO FILHO, D. B.; ROCHA, E. C.; SILVA JÚNIOR, J. A.;
MAIA, R. G. Building social indicators: a review of the speciaized literature. Pers-
pectivas, são Paulo, v.44, p.147-173, jul./dez.2013.
33
TORRES, H.G; FERREIRA, M.P; DINI, N.P. Indicadores sociais: por que construir
novos indicadores como o IPRS. São Paulo em Perspectiva, 2003.
CAPÍTULO 1
INDICADORES SOCIAIS APLICADOS NA GESTÃO PÚBLICA: UM ESTUDO SOBRE OS AVANÇOS E RETROCESSOS NO
BRASIL.
34
CAPÍTULO 2
DOI: 10.46898/rfb.9786599152498.2.
1 Graduado em Ciências Contábeis pela Faculdade de Ciências de Timbaúba (FACET). Especialização em Gestão
Pública pelo Instituto Federal de Pernambuco (IFPE).
2 Possui Mestrado em Ciências Contábeis (UNB), Especialização em Auditoria Fiscal e Tributária(UFPE), Graduação
em Ciências Contábeis (UFMT) e Curso de Contabilidade Internacional no setor Público e Privado pelo CFC/UNB(2008
e 2009).
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
36
Resumo
E ste artigo teve como objetivo principal descobrir maneiras de como incre-
mentar a receita pública no município de Timbaúba para que o mesmo não
fique dependendo apenas dos repasses do Governo Federal e do Governo Estadual.
Executando uma pesquisa bibliográfica e fazendo uma análise documental nos balan-
cetes da receita dos últimos três anos do município de Timbaúba foi observado que a
arrecadação das receitas tributárias vem melhorando, mas que podem melhorar mais
ainda para custear as despesas do município e oferecer melhoras nos serviços ofere-
cidos a população. Para resolver o problema foram apresentadas boas práticas que
podem ser utilizadas para melhorar a previsão e execução da receita pública, boas prá-
ticas para melhorar a arrecadação de ISS, IPTU, ITR e outras receitas diversas. Diante
das técnicas apresentadas as quais já foram utilizadas em outras cidades foi concluído
que se o gestor do município de Timbaúba aplica-las vai obter uma grande melhora na
previsão e arrecadação de receitas próprias.
Abstract
This article had as main objective to discover ways of increasing the public reve-
nue in the municipality of Timbaúba so that it does not depend only on the passings
of the Federal Government and the State Government. Carrying out a bibliographical
research and doing a documentary analysis in the balance sheets of the last three years
revenue of the municipality of Timbaúba, it was observed that the collection of tax
revenues has been improving, but that can improve even more to defray the expenses
of the municipality and offer improvements in the services offered the population. To
solve the problem, good practices have been presented that can be used to improve
public revenue forecasting and execution, good practices to improve the collection of
ISS, IPTU, ITR and other miscellaneous income. In view of the techniques presented,
which have already been used in other cities, it was concluded that if the manager of
the municipality of Timbaúba applies them, a great improvement in the forecasting
and collection of own revenues will be obtained.
Key words: Good practices in forecasting and collecting revenues; Public Accounting;
Public budget; Proposed public revenues.
1. Introdução
37
pública e privada, gerando assim uma bola de neve que cada vez mais vem aumentan-
do. Muitas empresas privadas estão fechando as portas ou reduzindo o seu quadro de
funcionários. Consequentemente, com o fechamento de empresas o governo arrecada
menos impostos, aumenta o número de desempregados e dependentes dos programas
sociais.
A maioria dos municípios do Brasil possui uma arrecadação própria muito pe-
quena e dependem quase que exclusivamente dos repasses do FPM (Fundo de Par-
ticipação dos Municípios) do Governo Federal, do ICMS (Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços) do Governo Estadual e do FPE (Fundo de Participação
dos Estados) do Governo Estadual. Esses repasses são usados para pagar a folha de
pagamento, manter a cidade limpa, oferecer os serviços básicos de educação, saúde,
segurança, entre outros, ou seja, manter a “máquina funcionando”.
Para delimitar a obtenção de dados para a realização dessa pesquisa, foi esco-
lhido o município de Timbaúba - PE, cidade da Zona da Mata Norte de Pernambuco,
onde segundo o último censo realizado em 2017 pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) possui 53.825 habitantes.
CAPÍTULO 2
ANÁLISE DE MEIOS PARA INCREMENTAR A RECEITA A PARTIR DE RECUROS PRÓPRIOS DO MUNICÍPIO DE TIM-
BAÚBA
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
38
pública própria municipal, boas práticas para melhorar a arrecadação de IPTU, boas
práticas para melhorar a arrecadação de ISS, boas práticas para melhorar a arrecada-
ção de ITR, outras boas práticas para melhorar a arrecadação, análise dos dados apre-
sentados e a conclusão.
2. Referencial teórico
2.1.Orçamento Público
Segundo FILHO (2010, P. 05), orçamento público é uma ferramenta legal de pla-
nejamento das entidades de Administração Pública onde são apresentadas as receitas
previstas e despesas fixadas que serão realizadas pelo ente, em um determinado perío-
do, objetivando a execução de programas de governo, bem como as transferências, os
pagamentos de dívidas, etc.
39
Podemos dizer que a Lei 4.320/64 anda em conjunto com o Plano Plurianual
(PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA)
que estão previstas no Art. 165 da Constituição Federal de 1988.
Plano Plurianual (PPA)
CAPÍTULO 2
ANÁLISE DE MEIOS PARA INCREMENTAR A RECEITA A PARTIR DE RECUROS PRÓPRIOS DO MUNICÍPIO DE TIM-
BAÚBA
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
40
Apenas programas existentes no PPA serão permitidos na LOA, pelo fato de que
acompanhando a execução da LOA poderemos verificar o cumprimento das metas
estabelecidas no PPA.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO, vai definir como será elaborada a Lei
Orçamentária Anual, como também as metas e prioridades para aquele o período de
um ano. A LDO é elaborada pelo Ministério do Planejamento com apoio técnico do
Ministério da Fazenda. Após a sua elaboração, o Presidente da República tem até dia
quinze de abril (15/04) de cada ano para enviar o projeto ao congresso nacional. Che-
gando no Congresso, o projeto é discutido e alterado na comissão Mista de Orçamento
e depois será votado no Plenário do Congresso até o dia dezessete de julho (17/07). O
Projeto de lei da LDO é o único que se não for votado impede o congresso de entrar
em recesso.
41
Bezerra Filho (2008) explica que Receita Pública são todos os ingressos auferidos
pelo poder público, em qualquer esfera governamental, para alocação e cobertura das
despesas públicas.
Conforme a Lei 4.320/64 a entrada de receita pública pode ser do tipo orçamen-
tária extraorçamentária, onde as receitas orçamentárias são aquelas previstas no orça-
mento e as extraorçamentárias não possuem previsão orçamentária.
Receita extraorçamentária é aquela que ingressa nos cofres públicos, mas não é
de propriedade do Governo segundo Bezerra Filho (2008).
O gestor não pode contar com as receitas extraorçamentárias para custear des-
pesas públicas previstas no orçamento, pois o ingresso dessas receitas proverá futuras
despesas extraorçamentárias que podem ser valores consignáveis, títulos de fiança,
repasses financeiros, caução, etc. As receitas podem ser divididas em receitas correntes
e receitas de capital.
§ 1º “São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições, patrimonial,
agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos
financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando des-
tinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes.”
§ 2o “São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros
oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos;
os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados
a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do
Orçamento Corrente.” (Lei nº 4.320/64).
Dentro das receitas correntes ainda temos as receitas tributárias as quais serão
o foco para a nossa pesquisa, visto que um município com uma boa arrecadação tri-
butária terá mais recursos disponíveis para melhorar o funcionamento da máquina
pública.
CAPÍTULO 2
ANÁLISE DE MEIOS PARA INCREMENTAR A RECEITA A PARTIR DE RECUROS PRÓPRIOS DO MUNICÍPIO DE TIM-
BAÚBA
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
42
É uma lei que veio para tentar controlar os gastos dos Estados e Municípios, ten-
tando por condições na arrecadação de tributos desses entes públicos. Esta lei também
veio promovendo a transparência dos gastos públicos. A lei obriga que os entes pú-
blicos apresentem detalhadamente suas finanças ao Tribunal de Contas (da União dos
Estados ou dos Municípios), onde esses órgãos podem aprovar ou não as contas, se
caso a conta for reprovada, será instaurada uma investigação em relação ao poder Exe-
cutivo, gerando multa ou a proibição de poder disputar nova eleição. A LRF estabelece
normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, tendo
como amparo o Capítulo II, do Título VI, da Constituição Federal. Portanto conforme
Freitas (2013), a LRF veio para estabelecer normas de orientação das finanças públicas,
Embora seja o Poder Executivo o principal agente responsável pelas finanças pú-
blicas e, por isso, o foco da Lei de Responsabilidade Fiscal, os Poderes Legislativo e
Judiciário também são submetidos à referida norma.
Santos e Alves (2011) explicam que a LRF direciona aos municípios um espírito
inovador da gestão responsável, evitando um déficit ocasionado pela superestimação
da receita no orçamento.
43
receita ou sem reduzir outras despesas já existentes. Com isso o governante consegue
sempre pagar suas despesas sem comprometer o orçamento do ente público.
Segundo Scarpin e Slomski (2005), defendem em sua pesquisa que após o surgi-
mento da Lei de Responsabilidade Fiscal houve uma melhora no relacionamento entre
as receitas previstas e as realizadas.
3. Metodologia
Quanto aos procedimentos essa pesquisa é bibliográfica porque toma como obje-
to apenas livros e artigos científicos, buscando relações entre conceitos, características
e ideias conforme conceitua Almeida (2011). Gil (2009) também afirma que a pesquisa
bibliográfica é importante para o trabalho, pois sua principal vantagem reside no fato
de que permite ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais
ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente.
Trata-se também de uma análise documental onde o universo utilizado para esse
artigo foi a Prefeitura Municipal de Timbaúba – PE, através da análise dos balanços
e relatórios contábeis disponibilizados no portal da transparência do município e dos
Relatórios Resumidos da Execução Orçamentária (RREO) referentes aos anos de 2015,
2016 e 2017.
4. Ressultados e discussão
4.1Análise documental dos dados orçamentários do município de Timbaúba
CAPÍTULO 2
ANÁLISE DE MEIOS PARA INCREMENTAR A RECEITA A PARTIR DE RECUROS PRÓPRIOS DO MUNICÍPIO DE TIM-
BAÚBA
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
44
O município de Timbaúba, o qual foi escolhido para essa pesquisa, fica localiza-
do na região da Zona da Mata Norte de Pernambuco e possui uma população estima-
da em 53.083 pessoas em uma área de 292.985 km2 de acordo com o IBGE.
45
Scarpin e Slomski (2005), mostram em sua pesquisa que desde que a Lei de Res-
ponsabilidade Fiscal entrou em vigor, os procedimentos de natureza orçamentária co-
meçaram a ser influenciados de forma positiva pois passou-se a ter mais planejamento,
CAPÍTULO 2
ANÁLISE DE MEIOS PARA INCREMENTAR A RECEITA A PARTIR DE RECUROS PRÓPRIOS DO MUNICÍPIO DE TIM-
BAÚBA
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
46
Com uma previsão eficaz de acordo com a realidade do município, o gestor é be-
neficiado com o aumento das receitas tributárias e controle das despesas ocasionando
um equilíbrio nas contas públicas viabilizando a realização de novos investimentos e
o atendimento as demandas locais maximizando a aplicação dos recursos disponíveis
(ZONATTO; HEIN, 2013).
De acordo com Fiirst et al. (2015), uma previsão de receita eficaz é de suma im-
portância para as atividades de planejamento, avaliação e controle no que se refere a
arrecadação e aplicação de recursos públicos.
Atualmente temos tecnologia suficiente para fazer um trabalho bem feito no sen-
tido de reforçar o monitoramento dos contribuintes inadimplentes de IPTU. Um bom
exemplo do uso da tecnologia são os serviços de geoprocessamento, esses serviços são
perfeitos para fazer uma atualização cadastral nos imóveis da cidade, visto que, na
maioria das cidades o cadastro imobiliário está desatualizado.
47
CAPÍTULO 2
ANÁLISE DE MEIOS PARA INCREMENTAR A RECEITA A PARTIR DE RECUROS PRÓPRIOS DO MUNICÍPIO DE TIM-
BAÚBA
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
48
Marchezin, Azevedo e Concordia (2012) explicam que para que o serviço se sujei-
te à cobrança do ISS deve constar na lista de atividades previstas na Lei Complemen-
tar e cabe a cada município, através de lei ordinária, discriminar sua lista de serviços
usando como a base a lista já existente na Lei Complementar nº 116/2003.
Segundo Silva (2017) são boas práticas para melhorar a arrecadação de ISS: im-
plantação de um núcleo de inteligência e planejamento fiscal; gestão e fiscalização dos
contribuintes optantes pelo Simples Nacional; criação de uma central de cobrança de
débitos; instituição da nota fiscal incentivada/premiada e revisão anual dos contri-
buintes estimados, fixos, isentos e imunes. Dentre as boas práticas citadas acima pode-
mos destacar a gestão e fiscalização dos contribuintes optantes pelo simples nacional,
pois desde que o regime foi criado em 2007, alguns gestores pensam que o Simples
Nacional não tem representatividade na arrecadação. Diversas análises e amostras
realizadas nos municípios constataram que esse é um nicho onde ocorrem as maiores
sonegações fiscais devido à fala de lastro das informações prestadas pelos contribuin-
tes (SILVA, 2017). Utilizando ferramentas de controle e cruzamentos de declarações
por intermédio de sistemas informatizados é possível gerir o ISS de forma eficiente.
Segundo Brasília (2009), uma boa prática para o município aumentar a arrecada-
ção de ITR é fazer um convênio para fiscalização e lançamento de créditos tributários
do ITR. Esse convênio está regulamentado pelo Decreto Federal nº 6.433/2008 onde
instituiu o Comitê Gestor do ITR – CGITR. O município que assinar esse convênio pas-
sará a receber um repasse de 100% da arrecadação do ITR, ou seja, o valor repassado
que era de 50% passará a ser de 100% aumentando consideravelmente a arrecadação
desse imposto.
49
Uma prática que está acontecendo com frequência em vários municípios é a Li-
citação para gerenciamento da folha de pagamento que segundo Brasília (2009) o Su-
premo Tribunal Federal – STF já analisou o tema e deu total liberdade para os Entes
Públicos realizem esse procedimento.
A possibilidade de realizar a licitação dessa operação traz benefícios ao Ente Muni-
cipal, tendo em vista que o banco, ao obter a concessão do gerenciamento, paga ao
Município valores para realizar a administração da folha de pagamento.
Isso pode ser mais uma alternativa para o Ente Público incrementar sua receita na
tentativa de buscar soluções viáveis para o atual momento de crise (BRASÍLIA,
2009).
CAPÍTULO 2
ANÁLISE DE MEIOS PARA INCREMENTAR A RECEITA A PARTIR DE RECUROS PRÓPRIOS DO MUNICÍPIO DE TIM-
BAÚBA
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
50
ter sido bem inferior a previsão, a mesma obteve uma melhora nos últimos 3 anos. Mas
para um município com mais de 50 mil habitantes esses números ainda são pequenos
se forem comparados a outros municípios de mesmo porte que já vêm aplicando vá-
rias boas práticas para melhorarem suas arrecadações.
Para obter mais informações para saber se essas boas práticas que estão sendo
aplicadas atualmente nessa gestão irão realmente incrementar a receita pública no mu-
nicípio de Timbaúba, será necessário realizar uma outra pesquisa para poder compa-
rar os números da arrecadação antes de depois da implantação dessas ações.
Referências
ALMEIDA, Mário de Souza. Elaboração de projeto, TCC, dissertação e tese: uma
abordagem simples, prática e objetiva. São Paulo: Atlas, 2011.
51
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas,
2009.
PIRES, João Batista Fortes de Souza. Contabilidade Pública Teoria e Prática. 9. ed.
Brasília: Franco & Fortes, 2006.
CAPÍTULO 2
ANÁLISE DE MEIOS PARA INCREMENTAR A RECEITA A PARTIR DE RECUROS PRÓPRIOS DO MUNICÍPIO DE TIM-
BAÚBA
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
52
SILVA, Sandra Regina Oliveira da. Boas Práticas Tributárias. São Paulo: Canal Tri-
butário, 2017. Disponível em: < http://www.canaltributario.com.br/boas-praticas-
-tributarias/>. Acesso em: 19 maio 2018.
DOI: 10.46898/rfb.9786599152498.3.
1 Bacharel em Ciências Contábeis (FACET); Especialista em Auditoria Fiscal e Tributária (UFPE); Mestre em Gestão
Pública (UFPE)
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
54
Resumo
E ste artigo tem por objetivo apresentar o Cine Teatro Recreios Benjamin, como
templo Cultural da cidade de Timbaúba-PE, onde o mesmo marcou profun-
damente várias gerações por haver concentrado uma vivência cultural, passando a
ser considerado como um bem de valor coletivo. Sendo este detentor de um valor
arquitetônico, contudo ele é bem mais que apenas uma construção, é um titular de um
valor cultural, é um lugar de memórias de vários gêneros artísticos do município de
Timbaúba. O espaço foi tombado pelo patrimônio histórico do estado de Pernambuco
por meio do decreto nº 8.444 em 28/02/1983. Tal ato foi encarado como uma grande
conquista para o município timbaubense por se reconhecer o valor expressivo deste
imóvel na conjuntura urbana. No entanto, o ato do tombamento não causou efeito
estabilizador no sentido de conservação, pois a situação do imóvel hoje é deplorável
com preservação precaríssima, carecendo urgentemente de passar por um restauro,
caso contrário corre o risco de desabar. Diante desta o presente artigo descreve sobre
seu histórico, o tombamento e seus efeitos.
Abstract
This article presents the Cine Teatro Recreios Benjamin, as the cultural temple
of, Timbaúba, Pernambuco, where it has deeply marked may generations for have
concentrated a great cultural experience, being considered an asset of collective value.
It is the owner of an architectural value, however it is much more than just a single
building, it is a holder of a cultural value, a place of memories of various artistic genres
in the county. The same became cultural heritage of Pernambuco by the decree No.
8444 in 02/28/1983, and such act was seen as an excellent achievement to timbaubense
people for recognize the significant value provided in the urban property. Meanwhile
this act of putting under governmental trust did not cause stabilizing effect in the line
of the conservation, because the situation of the property today is deplorable with an
extremely precarious preservation, needing to be repaired otherwise it runs the risk of
collapse. Then this article describes its history, property and the effects.
1. Introdução
55
A cultura é algo peculiar às sociedades humanas, isto se dá pelo fato de que pa-
drões, condutas, formas de organização política ou econômica, e o relacionamento dos
próprios grupos humanos estarem atrelados ao aspecto cultural.
Cada sociedade possui sua realidade cultural de forma bem particularizada, isto
justifica o fato das culturas e sociedades humanas se relacionarem de modo desigual.
No entanto, da mesma forma que a diversidade cultural proporciona um relaciona-
mento desigual entre culturas e sociedades humanas ela aproxima de forma bastante
significativa os grupos sociais que compartilham da mesma conduta cultural, é assim
que surge a identidade cultural de um determinado povo.
56
Em meados de 1912 até 1920 o cinema brasileiro possuía uma expressão relati-
vamente lenta onde as exibições predominantes eram de cinejornal e documentários
institucionais sobre empresas, ou ainda as importantes famílias encomendavam o re-
gistro de casamentos ou batizados. Os filmes desse tempo destacam-se as obras céle-
bres da literatura brasileira, principalmente as do período romântico. (MIUCCI, 2009)
Com o desejo de se criar um núcleo que intensificasse a cultura local com uma
edificação fixa, surge a iniciativa particular do Jornalista Jader de Andrade2 em 1913,
onde ele cria “Cinema Timbaúba”, posteriormente denominado de o “Excelsior” e,
por fim em 1916, o Cine Teatro Recreios Benjamin. (SUNA, 1992). Este recebe tal nome
para homenagear o sobrinho do seu fundador que se chamava “Benjamin” cujo tio o
tinha com muito apreço. O mesmo situa-se em uma das principais ruas, hoje denomi-
nada de Dr. Alcebíades n° 17, ou seja, “na principal artéria da cidade”.
Surge um templo cultural para os amantes das artes sejam cênicas, cinematográ-
ficas ou musicais, um ponto de recreios e entretenimento com encontros dançantes e
conferências literárias que consequentemente exalava cultura. Como o cinema desen-
volvia-se lentamente nesse espaço de tempo, o teatro como arte tão antiga fomenta-
va-se em terras timbaubenses onde gente da terra esmerava-se em espetáculos locais.
57
O Cine Recreios Benjamin passou por uma primeira reforma e foi reinaugurado
em 07 de setembro de 1924, posteriormente em 1926 foi efetuada uma nova reforma.
Suas dimensões de palco são assentadas no tamanho do Teatro Santa Isabel da capital
pernambucana; sua estrutura é composta de colunas de metal artisticamente trabalha-
das, servindo de apoio a cobertura; conta com um fosso para orquestra e oito camarins
para atores, sua fachada de inspiração eclética, ostenta cinco largas pontas protegidas
por um alpendre. (REVISTA DO CENTENÁRIO, 1982)
Nos meados de 1926, foram apresentados vários espetáculos pelo “GRUPO RO-
SAS”, constituído por alunos da Professora Ana Eufrásia4 , em maio de 1928, exibiu-se
o “QUARTETO MUSICAL DE GOIANA”, com pianista recém chegado de Paris, em
novembro do mesmo ano a “TUNA PORTUGUESA” do Recife, nos anos de 1929 a
3 2 Professora, escritora, jornalista, poetiza e pesquisadora educacional. Manteve coluna nos seguintes jornais: Jornal do Comércio,
Folha da Manhã e Diário da Noite
4 Professora, que educou várias gerações timbaubenses, em sua homenagem existe uma escola estadual que carrega o seu nome.
CAPÍTULO 3
CINE TEATRO RECREIOS BENJAMIN: ESTIGMA CULTURAL DA CIDADE DE TIMBAÚBA-PE
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
58
1933 não encontra-se registros das apresentações, contudo nesse período não ocorriam
interrupção nas programações ora teatro, ora filmes e até mesmo bailes. Já em 1934 foi
encenado o drama: “BEIJO DE JUDAS”, com integrantes do Centro Dramático de Tim-
baúba, o qual era constituído por Jovens da sociedade local. No mesmo ano a comédia:
“O BOMBOZINHO” foi apresentado pelo Centro Dramático de Viriato Correia. De
1935 a 1937, outro período que não se sabe ao certo quais foram as programações, po-
rém já em 1938 foi apresentada a peça “EVA NA POLÍTICA”, pelo Centro Dramático
Valdemar de Oliveira, no ano seguinte a comédia “COMPRA-SE UM MARIDO” de
José Wanderley. (SUNA, 1992)
O Tradicional Colégio Normal Santa Maria, fundado em 1938 por freiras alemãs,
utilizava o Cine Teatro Recreios Benjamin para uma infinidade de eventos escolares
inclusive as suas formaturas. Como nos afirma Costa (2003, 152.):
As alunas consideravam uma importante singular, porque apresentavam peças com
instrumentos, dramatizações, músicas e danças no Cine Teatro Recreios Benjamin,
com público pagante. Havia polcas, cantigas e danças de Portugal, marchas, sonatas,
coros orfeônicos escolares, partituras de autores alemães...
Para o teatro, a alunas do Colégio Normal Santa Maria apresentavam peças como
“Theatro Infantil”, composta por versos do Prof. Américo G. Costa, com música de
Francisco, “Sangue que Ora”, em três atos “Ondas do Danúbio Azul”; “O Gazeteiro”,
“Os Morangos” em 2 atos, entre outras. Algumas apresentações para público pagante,
a arrecadação era destinada as obras de caridade ou para as missões cristãs católicas.
(COSTA, 2003)
Nos anos 70, o Cine Teatro Recreios Benjamin passou pela sua última reforma.
Foram instalados novos projetores, substituídos os bancos por cadeiras, e a substitui-
ção da tela de projeção por outra de maiores dimensões e construído o piso em declive
para dar maior visibilidade aos espectadores, (em razão do piso não ser mais nivela-
do, deixou-se de ocorrer os bailes que eram realizados em suas dependências), porém
as reformas não alteraram a sua arquitetura original. (REVISTA DO CENTENÁRIO,
59
Podemos dizer que o valor das coisas, além do aspecto monetário, é continua-
mente uma construção subjetiva. É apurado pelos indivíduos por meio do uso, da
apreciação estética ou por questões afetivas como identificação no objeto de parte da
história da sua vida, da identidade de sua comunidade. (Patrimônios de Pernambuco,
2009) O Cine Teatro Recreios Benjamin além de ser detentor de um valor arquitetôni-
co, é bem mais que apenas uma construção é titular de um valor cultural, é um lugar
de memórias de vários gêneros artísticos do município de Timbaúba.
4. O tombamento
Nos meados de 1980 surge a notícia da possibilidade deste templo cultural tor-
nar-se um bem tombado pelo patrimônio histórico estadual. Devido este rumor, em
14 de dezembro de 1980, seu palco voltou a vida com a apresentação da peça: “UM
SÁBADO EM 30”, pelo teatro de amadores de Pernambuco, espetáculo de autoria de
Luiz Marinho Falcão5 , timbaubense que, ainda de calças curtas fez sua estreia no palco
do Recreios. Já em 1981, a 1º de agosto, mais uma peça de Luiz Marinho foi apresen-
tada desta vez, “VIVA O CORDÃO ENCARNADO”, também com o Grupo de Teatro
de Pernambuco, sob a direção de Leandro Filho, peça que valeu ao autor o PRÊMIO
MOLIERE da França em 1978. (REVISTA DO CENTENÁRIO, 1982)
5 Nascido em Timbaúba em 1926, Teatrólogo de projeção nacional e internacional, autor de várias obras e detentor de vários
prêmios, entre eles da Academia Pernambucana de Letras e o prêmio Moliere na França em 1978.
CAPÍTULO 3
CINE TEATRO RECREIOS BENJAMIN: ESTIGMA CULTURAL DA CIDADE DE TIMBAÚBA-PE
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
60
O Cine Teatro Recreios Benjamin, foi tombado pelo patrimônio histórico do esta-
do de Pernambuco por meio do decreto nº 8.444 em 28/02/1983, e tal ato foi encarado
como uma grande conquista para o município timbaubense por se reconhecer o valor
expressivo desde imóvel na conjuntura urbana. Contudo o ato do tombamento foi
interpretado por parte da comunidade com um teor de equívoco, uma vez que a di-
vulgação da revista comemorativa do centenário publicada pela Prefeitura Municipal
em fevereiro de 1982, na página 32 descreve:
caso se concretize o tombamento, poderá o Recreios Benjamin reviver seus áureos
tempos, se tiver ajuda do Serviço Nacional de Teatro e de outras entidades simila-
res, bem como dos poderes públicos de âmbito Federal, Estadual e Municipal, para
mantê-lo, conservá-lo e administrá-lo.
61
O desfecho final do Cine Teatro Recreios Benjamin ocorreu em março 1991, onde
parou de funcionar, exceto com realização esporádica de alguns shows musicais com
artistas locais. (SUNA, 1992)
Sem dúvida alguma o Tombamento do Cine Teatro Recreios Benjamin foi uma
grande conquista para a cidade, no entanto essa conquista, não provocou um efeito
estabilizador esperado. Pois se tratando de um bem de propriedade privada, o Tomba-
mento não suscitou nenhuma atitude dos proprietários no sentido de sua manutenção.
CAPÍTULO 3
CINE TEATRO RECREIOS BENJAMIN: ESTIGMA CULTURAL DA CIDADE DE TIMBAÚBA-PE
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
62
todavia declara que o assunto esbarra no fato de o mesmo não ao pertencer ao mu-
nicípio ou estado.
Contudo é bom ressaltar que a relação entre grupos envolvidos com as políticas
de patrimônio é, frequentemente, conflituosa. Neste contexto: “a antinomia entre o
público e posse exprime a dificuldade de pensar o patrimônio histórico como um bem
coletivo numa sociedade que privilegia a propriedade privada”. O Bem tombado fica
submetido a uma posição ambígua na qual a “coisa” recebe a tutela do Estado que
pretende com isso proteger o “valor cultural” que a coisa expressa. O proprietário tem
a posse da “coisa” e é a “coisa” que lhe interessa. O estado se interessa pelo “valor cul-
tural”, o qual somente pode ser protegido se a “coisa” estiver preservada. (TAMASO,
2007)
A tensão entre proprietários e o poder público pode ser dirimida com a aplicação
do aparato legal, até parcialmente já citado neste trabalho. A Fundação do Patrimônio
Histórico e Artístico de Pernambuco, através de parecer de 04/2011, afirma:
convém salientar a importância da recuperação e preservação do Cine Teatro Re-
creios Benjamin, anseio de toda a sociedade timbaubense, para cultura pernambuca-
na. O imóvel, que teve seu valor cultural reconhecido pelo Estado através do Tom-
bamento homologado em 1983 constitui ao lado do Cine Teatro Guarani em Triunfo,
do Politheama, em Goiana e do Apolo, em Palmares, os mais expressivos exempla-
res do gênero do interior do Estado. Sua recuperação e revitalização em muito con-
tribuirá para o fortalecimento da nossa cultura, sendo de bom alvitre o compromisso
assumido pelo governador para reabilitação desta Casa de Espetáculos.
Em nota através do seu site a Prefeitura Municipal da cidade diz que tem feito
todos os esforços para que este espaço cultural volte a ter o público em suas cadeiras,
afirmando que já existe um projeto elaborado pela Prefeitura com a FUNDARPE na
possibilidade de ocorrer o restauro. Até porque o mesmo sendo de propriedade parti-
cular estar sob a administração da prefeitura local há muitos anos.
63
Cabe então aguardar os trâmites burocráticos e legais desse pleito social, pois a
sociedade anseia e faz votos de que as providências não ocorram tarde demais, para
que as gerações futuras não corram o risco de chegar a conhecer o seu passado exclu-
sivamente por meio de um álbum de fotografias.
6. Considerações finais
O restauro precisa ocorrer por três motivos, por este ser um espaço cultural do
qual a cidade carece, também pelas origens culturais que ele revela e em fim pela gran-
de afeição que o povo a ele devota. Pois, sem demasia, o Cine Teatro Recreios Benja-
min é um estigma cultural da cidade de Timbaúba.
Referências
BRASIL, do Decreto Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937. Disponível em:< www.
mpes.gov.br>. Acesso em 12.09.2017.
COSTA, Adriane Camilo. O Cinema como Mediador na Educação para Cultura Vi-
sual. Dissertação. Universidade Federal de Goiás. Faculdade de Artes Visuais. Goiâ-
nia, 2009.
CAPÍTULO 3
CINE TEATRO RECREIOS BENJAMIN: ESTIGMA CULTURAL DA CIDADE DE TIMBAÚBA-PE
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
64
FUNARI, Pedro Paulo Abreu. Patrimônio Histórico e Cultural. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Ed., 2006.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5 ed. São Paulo: Atlas,
2006.
LOPES, Jorge. O fazer trabalho científico em ciências sociais aplicadas. Recife: Edi-
tora Universitária da UFPE, 2006.
SILVA, Daniel Roberto Reis. De Cine- Teatro à alma da cidade: Cine Teatro Central
e Construção dos Discursos da Categoria Patrimônio na cidade de Juiz de Fora.
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-
graduação em Sociologia e Antropologia – Rio de Janeiro, 2007.
SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura? – São Paulo: Editora Brasiliense, 2004.
65
CAPÍTULO 3
CINE TEATRO RECREIOS BENJAMIN: ESTIGMA CULTURAL DA CIDADE DE TIMBAÚBA-PE
66
CAPÍTULO 4
DOI: 10.46898/rfb.9786599152498.4.
68
Resumo
E ste estudo tem como objetivo principal analisar de forma clara a satisfação
dos moradores contemplados pelo programa habitacional do Governo Fede-
ral “Minha Casa Minha Vida” como alternativa eficaz contra o déficit populacional. O
estudo também analisa as condições da qualidade de vida, no que tange aos serviços
públicos básicos oferecidos pelo Município de Timbaúba-PE, na localidade onde foi
desenvolvido o projeto habitacional. Aponta estatísticas produzidas por meio de cole-
ta de dados primários junto aos moradores contemplados após alguns anos da entrega
dos domicílios, e revela os pontos positivos e negativos do programa por perspectiva
dos moradores. O trabalho evidencia as estratégias utilizadas pelo Programa Habita-
cional, os meios que tornaram o projeto realidade, as condições oferecidas e o desen-
volvimento do projeto. O desenvolvimento do trabalho promoveu uma visualização
básica sobre os conceitos e fundamentos do Programa Minha Casa Minha Vida assim
como sua finalidade primária para minimizar o déficit populacional. Diferentes aspec-
tos foram incorporados neste trabalho revelando assim importância imensurável uma
vez que analisa a consolidação das informações por meio do levantamento de dados
junto aos moradores residentes.
Abstract
69
1. Introdução
CAPÍTULO 4
PROGRAMA HABITACIONAL “MINHA CASA MINHA VIDA”: IMPACTOS SOCIAIS NO MUNICÍPIO DE TIMBAÚBA-PE
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
70
O Manual do Programa Minha Casa Minha Vida publicado pela Caixa Econômi-
ca Federal (2014), afirma que:
O Programa Minha Casa Minha Vida — tem como objetivo atender às necessidades
de habitação da população de baixa renda nas áreas urbanas, garantindo o acesso à
moradia digna com padrões mínimos de sustentabilidade, segurança e habitabilida-
de. O programa concede financiamento diretamente aos beneficiários (Pessoa Física)
ou à Entidade Organizadora (Pessoa Jurídica), que reúne os beneficiários, utilizando
recursos provenientes do Orçamento Geral da União — OGU, depositados no Fun-
do de Desenvolvimento Social — FDS. Conforme Decreto nº 103, de 22 de abril de
1991*, o Fundo de Desenvolvimento Social é destinado ao financiamento de projetos
de investimentos de relevante interesse social nas áreas de habitação popular, sanea-
mento básico, infraestrutura urbana e equipamentos comunitários.
A relação entre o Programa Minha Casa Minha Vida e a lei nº 11.977 de 7 de julho
de 2009, na visão de Pacheco (2017), prevê:
[...] condições para a implementação do Subprograma de Habitação Urbana, entre
as quais a exigência de que os terrenos se localizem em áreas consolidadas da malha
urbana ou que estejam em expansão, que sua construção seja em áreas providas de
infraestrutura básica e que o projeto esteja adequado do ponto de vista ambiental.
Além disso, a portaria nº168, de 12 de abril 2013, que regulamenta o Programa Mi-
nha Casa, Minha Vida financiado, com recursos do Fundo Público de Arrendamento
Residencial (FAR), estabelece que no raio de 2,5 km da área de construção do terreno
existam equipamentos urbanos e socias.
71
-se eficiente para certos pontos como, desenvolvimento da economia, peca em outros
como, efetividade nos indicadores habitacionais e pouca eficácia na estratégia de ges-
tão utilizada mesmo com recursos disponíveis (MARQUES, 2016).
De acordo com Böhm (2018) com o advento ao programa, entre os anos de 2009
e 2017 mais de 3 milhões de famílias foram beneficiadas diretamente pelo programa
com investimento acima dos R$ 300 bilhões de reais por parte do governo federal.
Ao longo do ano de 2017, carregado pela forte crise que se alastrou por todo o país, o
governo não conseguiu dar continuidade ao programa em comparação a anos anterio-
res. O programa, de janeiro a abril de 2017, favoreceu a população de até 3 salários-
-mínimos em menos de 2 mil das mais de 110 mil unidades contratadas. Isso mostra
a necessidade de haver novos estudos e alternativas mais eficazes para promover a
reestruturação do programa.
72
De acordo com Böhm (2018) estas questões podem ser respondidas de forma
bastante clara se observado os indicadores apresentados pelo programa. Segundo rela-
tório divulgado pelo Tribunal de Contas da União – TCU, segundo dados do processo
TC 034.402/2012-8, cerca de 60% dos empreendimentos construídos pelo programa
apresentam defeitos ou vícios construtivos ou inadequações nas dimensões, instala-
ções e matérias empregadas na residência e indisponibilidade de equipamentos de
lazer e uso comum. Estes dados são bastante preocupantes uma vez que estas famílias,
por sua vez, não encontram condições favoráveis a fixar residência, acarretando assim
no abandono das moradias voltando a marcar presença nos indicadores deficitários.
73
Dando início aos pontos negativos, é de grande validade refletir sobre todo o
planejamento que é feito em torno do empreendimento até a entrega às famílias con-
templadas.
A questão reside exatamente na entrega das moradias. Quando estas são reali-
zadas muitas não apresentam estruturas básicas mínimas para as novas famílias se
estabelecerem uma vez que se faz necessário haver um conjunto de incentivos para
que as famílias que estão a se deslocar para essas áreas continuem nelas. Falta de hos-
pitais, áreas de lazer, déficit de emprego e baixo poder atrativo do entorno onde são
construídas são exemplos da falta de estruturação de muitos projetos entregues (RO-
MAGNOLI, 2012).
De acordo com Carvalho (2016) o impacto da crise econômica em 2009 foi mini-
mizado por causa do programa. O mundo vivia na época grande recessão econômica
e com o advento ao programa, o Brasil pôde sentir em menor escala os efeitos da crise
uma vez que o projeto recém-aprovado gerou incentiva a indústria da construção civil
além de grandes expectativas.
CAPÍTULO 4
PROGRAMA HABITACIONAL “MINHA CASA MINHA VIDA”: IMPACTOS SOCIAIS NO MUNICÍPIO DE TIMBAÚBA-PE
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
74
Segundo Lauschner (2013) o problema habitacional do Brasil não é algo novo, re-
mota a décadas e que se intensificou com a Revolução Industrial acompanhado com a
aceleração de crescimento populacional principalmente na zona urbana. No entanto, é
importante destacar que o país criou o programa habitacional Minha Casa Minha Vida
pela medida provisória no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o
objetivo de diminuir o déficit habitacional no país e prospectar maior crescimento no
setor da construção civil gerando milhares de empregos diretos e indiretos. Isso pro-
moveria maior circulação de riqueza no país tornando a economia mais forte.
75
6. Procedimentos metodológicos
Segundo Gil (2008) a pesquisa, quanto aos procedimentos, é tanto de caráter bi-
bliográfico uma vez que para o desenvolvimento deste trabalho foi necessário estabe-
lecer critérios com base de informações em fontes bibliográficas destacando conceitos
e abordagens exploradas por diferentes autores quanto por levantamento de campo.
Por meio deste, houve necessidade de interrogação direta de uma amostra do quan-
titativo total de pessoas que residem em uma localidade do município de Timbaúba
para a coleta de informações.
CAPÍTULO 4
PROGRAMA HABITACIONAL “MINHA CASA MINHA VIDA”: IMPACTOS SOCIAIS NO MUNICÍPIO DE TIMBAÚBA-PE
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
76
Segundo Saporito (2015) nos últimos anos, o governo federal tem investido gran-
de volume de recursos destinado ao Programa Minha Casa Minha Vida para atender a
demanda da população para aquisição de empreendimentos habitacionais de interesse
social com o objetivo de minimizar o déficit habitacional manifestado principalmente
entre a população de baixa renda.
De acordo com Böhm (2018) um dos motivos mais evidentes apontadas no relató-
rio elaborado pela auditoria do TCU é a falta de infraestrutura. Pode-se citar a inexis-
tência de escolas, creches, unidades básicas de saúde, comércio e transporte público no
entorno onde são construídas as unidades de moradia para o programa. Essa questão
reflete a falta de planejamento e estruturação do projeto que deveria atender os requi-
sitos mínimos de sobrevivência para os futuros moradores da região.
77
CAPÍTULO 4
PROGRAMA HABITACIONAL “MINHA CASA MINHA VIDA”: IMPACTOS SOCIAIS NO MUNICÍPIO DE TIMBAÚBA-PE
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
78
79
CAPÍTULO 4
PROGRAMA HABITACIONAL “MINHA CASA MINHA VIDA”: IMPACTOS SOCIAIS NO MUNICÍPIO DE TIMBAÚBA-PE
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
80
81
Junto aos fatores apresentados somam-se o baixo índice de satisfação com ser-
viços de saneamento básico, coleta de lixo e abastecimento de água os quais repre-
sentam, respectivamente os percentuais de 18,75%; 22,50% e 26,25%. Tais resultados
demonstram a ausência de condições básicas de sobrevivência para esta parcela da
CAPÍTULO 4
PROGRAMA HABITACIONAL “MINHA CASA MINHA VIDA”: IMPACTOS SOCIAIS NO MUNICÍPIO DE TIMBAÚBA-PE
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
82
população timbaubense que por não apresentar situação econômica favorável se man-
têm no local.
8. Considerações finais
O cruzamento das informações obtidas pela pergunta objetiva “Se tivesse possi-
bilidade deixaria de morar neste local?” com a pergunta de satisfação “Qual o seu ní-
vel de satisfação de moradia neste local?” revela um grande percentual de moradores
insatisfeitos em continuar a residir na localidade. Concluindo assim, que a carência em
serviços públicos básicos, como saneamento, coleta de lixo e abastecimento de água
são deficientes na localidade provocando grande insatisfação dos moradores.
83
Portanto, pode-se destacar que famílias estão aderindo ao programa não por
convicção de melhoria de suas vidas, mas por oportunidade de moradia. O obstá-
culo que diversas famílias enfrentam diariamente restringe a obtenção de melhores
condições tendo em vista que o projeto Minha Casa Minha Vida apresenta todos as
ferramentas para promover melhores situações para esta parcela carente sociedade, no
entanto as condições oferecidas no local de desenvolvimento do projeto precisam estar
adequadas as necessidades básicas da população residente.
Este trabalho não só pode ser encarado como um recurso para o estudo sobre as
condições em que foi idealizado o programa habitacional, mas também reflete sobre a
possibilidade de reaver sua aplicabilidade assim como a metodologia de alocação de
recursos para que seja melhor gerido.
Referências
BÖHM, T. Minha Casa Minha Vida não reduziu déficit habitacional, afirma estudo.
Especial Cidadania, Jornal do Senado, Brasília, 20 de fevereiro de 2018.
GIL, A. C. Como elaborar projetas de pesquisas. 4. ed. - São Paulo: Atlas, 2002.
JORNAL DO COMÉRCIO. Minha Casa, Minha Vida tem R$ 470 milhões em repas-
ses atrasados, dizem construtoras Porto Alegre-RS, 15, agosto, 2019. Disponível em:
<https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/geral/2019/08/698390-minha-ca-
sa-minha-vida-tem-r-470-milhoes-em-repasses-atrasados-dizem-construtoras.html>
Acessado em 14 de janeiro de 2018.
CAPÍTULO 4
PROGRAMA HABITACIONAL “MINHA CASA MINHA VIDA”: IMPACTOS SOCIAIS NO MUNICÍPIO DE TIMBAÚBA-PE
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
84
em: <http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/blog/mao-na-roda/
post/mudancas-no-minha-casa-minha-vida-em-2018.html> Acessado em 15 de janei-
ro de 2018.
DOI: 10.46898/rfb.9786599152498.5.
86
Resumo
Abstract
The social security has as objective to provide protection to the citizen, in the face
of some fatality that may occur to him. This paper makes us understand some of the
history and how social security happened in Brazil. The paper explains how social se-
curity policies work in the country, such as social security, and the pillars that support
it, where one of these is social security, along with health and social assistance. Unders-
tanding the importance of care, and how the efficiency, in such service, directly affects
the satisfaction of the population. In general, this paper aims to analyze the degree of
satisfaction of the beneficiaries of the Municipal Social Security Fund of Timbaúba.
The methodology used was the field research, in which a questionnaire was used and
applied to the beneficiaries of the institution, by support in the bibliographic research,
made through books and researches in the internet. The obtained results showed how
much the quality of care affects in the satisfaction of people, and that the institution
analyzed offers very satisfactory and effective services.
1 Introdução
87
Uma das políticas públicas, que tem como dever garantir o bem-estar dos ci-
dadãos, é a seguridade social, a qual dividida em três pilares, esses sendo: direito à
saúde, previdência, e assistência social. Este conjunto de políticas públicas é oferecido
aos cidadãos, para que esses se sintam protegidos e amparados ao longo de sua vida.
Sendo assim, o tema do presente trabalho foi escolhido para analisar os atendi-
mentos prestados pelos agentes públicos, que, na atual situação do país, a população
tem cobrado cada vez mais qualidade em tais serviços. Sabe-se que, no Brasil, existe
uma precariedade relacionada ao atendimento de algumas instituições públicas, seja
pela falta de comprometimento dos agentes, ou pela falta de instruções partindo da
própria instituição. Então, a análise que foi feita teve como intuito, justamente, tentar
identificar os pontos que precisarão ser melhorados, para que as necessidades dos
cidadãos sejam supridas de maneira satisfatória. E, assim, respondendo à seguinte
problemática: Qual o grau de satisfação no atendimento dos beneficiários do Fundo
Municipal Previdenciário de Timbaúba? Julgando se a instituição realmente consegue
atingir um resultado positivo em relação à satisfação no atendimento de seus benefi-
ciários.
Tendo como objetivo geral, entrelaçar a revisão literária com pesquisa de campo,
evidenciando o grau de satisfação dos atendimentos dos beneficiários do Fundo Muni-
cipal Previdenciário de Timbaúba. Isto posto, os objetivos específicos serão: descrever
a criação e evolução histórica dos Fundos Previdenciários; evidenciar as características
peculiares; relacionar as políticas previdenciárias no Brasil; e, por fim, expor a análi-
se e interpretação relacionada ao grau de satisfação do atendimento dos usuários do
Fundo Municipal Previdenciário de Timbaúba, baseado nos dados obtidos por meio
da pesquisa em campo.
CAPÍTULO 5
FUNDO MUNICIPAL PREVIDÊNCIARIO DE TIMBAÚBA: UMA ANÁLISE DO GRAU DE SATISFAÇÃO DOS BENEFICIARIOS
NOS ATENDIMENTOS
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
88
O presente artigo está divido em sete partes, onde, no primeiro momento, será
contada uma breve história sobre o surgimento da previdência social no Brasil, junta-
mente com os principais períodos que representaram marcos em sua história.
Seguindo, são explicadas detalhadamente cada umas das políticas públicas pre-
videnciárias no Brasil, dando ênfase à previdência social, especificando cada um de
seus regimes.
89
No ano de 1543, Brás Cubas fundou a Santa Casa de Misericórdia, onde foi criado
um fundo de pensão como forma de proteção aos empregados da fundação. E, a partir
disso, foram criadas outras instituições, como por exemplo as Santas Casas de Salva-
dor e do Rio de Janeiro. (SOUSA, 2002).
Um dos principais marcos na história da previdência, foi a Lei criada pelo depu-
tado federal Elói de Chaves, em 1923, Lei n°. 4.682 de 24 de janeiro de 1923, recebendo
o nome do próprio deputado, a partir da qual foi criada a Caixa de Aposentadoria e
Pensões (CAP´s), na qual o principal alvo, na época, eram os trabalhadores ferroviá-
rios. E, futuramente, entre os anos 1926 e 1928, duas novas categorias também rece-
biam o benefício: portuários e marítimos, pela Lei n°. 5.109 de 20 de dezembro de 1926;
telégrafos e radiotelegráficos, pela Lei nº. 5.485 de 30 de junho de 1928. (MINISTÉRIO
DA FAZENDA, 2012)
90
No decorrer da Era Vargas, em 1930, foi criado o Ministério dos Negócios dos
Trabalhos, Indústrias e Comércios, com responsabilidades relacionadas à proteção do
trabalho e à previdência social. Com isso, foi extinto o sistema CAPs, e substituído
pelos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs). O primeiro IAP organizado foi o
dos marítimos, o IAPM, em 1933, que englobava os trabalhadores das empresas que
realizavam atividades de marinha mercante no Brasil. (ASSIS, 2012).
No ano de 1977, foi fundado, pela lei nº 6.439/77, o Sistema Nacional de Previdên-
cia e Assistência Social (Sinpas). Esse sistema englobou vários institutos, e, entre eles, o
já existente Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que ficou responsável pela
SILVA, Eliane Pereira da.
SANTOS, Alexandre José Barboza dos.
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
91
O sistema de Seguridade Social tem por intuito garantir o bem-estar, justiça so-
cial, e assegurar que o cidadão se sinta amparado, em casos da ocorrência de infortú-
nios sociais, como acidentes de trabalho, invalidez, doença, idade avançada, causando
a incapacidade do cidadão em exercer o seu trabalho. O Estado tem o dever de oferecer
ao cidadão todo e qualquer direito referente ao bem-estar.
CAPÍTULO 5
FUNDO MUNICIPAL PREVIDÊNCIARIO DE TIMBAÚBA: UMA ANÁLISE DO GRAU DE SATISFAÇÃO DOS BENEFICIARIOS
NOS ATENDIMENTOS
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
92
Essa política é representada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), criado pela Lei
n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, também chamada de “Lei Orgânica da Saúde”,
sendo de reponsabilidade do Ministério da Saúde. O SUS oferece ao cidadão consultas
médicas, tratamentos, exames, e todos os benefícios referentes à saúde da população.
2) Previdência Social – Previdência Social é um sistema de seguro social que
garante ao trabalhador uma aposentadoria, no caso de afastamento de suas
atividades, causado por ocorrências que o incapacitem de desenvolver o seu
trabalho.
93
tição simples, igualmente de caráter contributivo. Cada um desses órgãos, pode insti-
tuir, por lei, seus regimes próprios de previdência social, com o intuito de atender os
servidores, desde que possuam cargos efetivos. Nos Municípios que não possuem seu
próprio regime, os servidores, neste caso, são amparados pelo regime geral de previ-
dência social. (MENEZES, 2016).
De acordo com Ibrahim (2015), o seguimento de assistência social tem como obje-
tivo preencher as lacunas deixadas pela previdência social, visto que esta não abrange
todos os indivíduos, apenas os que contribuem para o sistema, juntamente com seus
dependentes.
CAPÍTULO 5
FUNDO MUNICIPAL PREVIDÊNCIARIO DE TIMBAÚBA: UMA ANÁLISE DO GRAU DE SATISFAÇÃO DOS BENEFICIARIOS
NOS ATENDIMENTOS
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
94
Princípios são um somatório de normas e regras que servem como base para todo
ordenamento jurídico.
95
Assim sendo, o financiamento da seguridade social seria feito por toda socieda-
de, disposto no art. 195 da Constituição Federal.
Determina a Constituição que a seguridade social será financiada por toda a socie-
dade, de forma direta e indireta, mediante recursos provenientes dos orçamentos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das contribuições sociais
(art. 195 da CF/1988, p. 152).
CAPÍTULO 5
FUNDO MUNICIPAL PREVIDÊNCIARIO DE TIMBAÚBA: UMA ANÁLISE DO GRAU DE SATISFAÇÃO DOS BENEFICIARIOS
NOS ATENDIMENTOS
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
96
É importante enfatizar que cada ente federativo dispõe do seu próprio regime.
Isto significa que cada Estado ou Município tem o poder de estabelecer suas próprias
leis dentro do Regime Próprio de Previdência Social.
Estes dois dispositivos legais dispõem sobre regras gerais para a organização
e funcionamento dos RPPS (Regimes Próprios de Previdência Social) dos servidores
públicos das esferas: federal, estadual e municipal.
97
Dentre as inúmeras facetas que a Lei de nº 2.743/2011 apresenta em seu bojo, cabe
destacar o seu artigo 24, que compreende a estrutura organizacional do mesmo em: I
Conselho Municipal de Previdência; II Conselho Fiscal; e III Gerência Previdenciária.
CAPÍTULO 5
FUNDO MUNICIPAL PREVIDÊNCIARIO DE TIMBAÚBA: UMA ANÁLISE DO GRAU DE SATISFAÇÃO DOS BENEFICIARIOS
NOS ATENDIMENTOS
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
98
A idade média entre o sexo feminino e masculino varia entre 66 e 72 anos, como
mostra o quadro a seguir.
99
Fonte: Estudo atuarial do Regime Próprio Social dos Servidores Públicos do Município de Tim-
baúba - PE
Para Corrêa (1993) a função das organizações públicas é prestar serviços de qua-
lidade, como por exemplo, no atendimento ao público, obedecendo os princípios fun-
damentais da Administração Pública, como a legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência.
Assim sendo, o foco principal do serviço público é o atendimento, que passa a ser
de suma importância para refletir a qualidade da organização.
CAPÍTULO 5
FUNDO MUNICIPAL PREVIDÊNCIARIO DE TIMBAÚBA: UMA ANÁLISE DO GRAU DE SATISFAÇÃO DOS BENEFICIARIOS
NOS ATENDIMENTOS
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
100
No entanto, apenas a atuação do agente público não basta para que a eficiência
no atendimento seja alcançada. A Administração Pública precisa investir na estrutura
dos órgãos, e na desburocratização para melhor atuação do mesmo (CUNHA, 2009).
As exigências dos cidadãos vêm sendo cada vez mais expressadas, na busca por
melhorias dos atendimentos nos setores públicos. Porém, a idealização do setor pú-
blico de servir a todos de forma igualitária acabou gerando margem a se servir mal a
quase todos, com raras exceções, em razão de que os indivíduos são diferentes e pos-
suem necessidades diferentes.
101
O gráfico 1 mostra que 20% dos beneficiários entrevistados possuem idade entre
00 a 59 anos, 30% encontram-se com idade entre 60 a 74, 34% com idade entre 75 a 84
anos, e 16%, de uma amostra de 50 pessoas, possuem idades entre 85 a 89 anos. Ou
seja, o maior percentual é de beneficiários entre 75 e 84 anos.
De acordo com o gráfico 02, pode-se observar que 24% dos beneficiários entre-
vistados são do sexo masculino, e 76% são do sexo feminino. Havendo, assim, uma
quantidade muito maior de mulheres do que de homens, nos dias que se seguiram às
entrevistas.
CAPÍTULO 5
FUNDO MUNICIPAL PREVIDÊNCIARIO DE TIMBAÚBA: UMA ANÁLISE DO GRAU DE SATISFAÇÃO DOS BENEFICIARIOS
NOS ATENDIMENTOS
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
102
Analisando o gráfico 03, consegue-se notar que 62% dos entrevistados (a maio-
ria), possui renda de 2 a 3 salários mínimos; 34% dos entrevistados recebem até 1 salá-
rio mínimo, e apenas 4% deles recebem de 3 a 5 salários mínimos.
Gráfico 04. Tipo de benefício
103
De acordo com as informações apresentadas pelo gráfico 06, 50% dos beneficiá-
rios consideram como boa a qualidade das informações repassadas pelos funcionários
do FUNPRETI, seguidos dos que consideram a qualidade das informações como ótima
(30%). Ou seja, 84% dos beneficiários classificam a qualidade da informação fornecida
pelos funcionários como boa ou ótima, indicando que eles conseguem transmitir as
informações com clareza e eficiência. 14% dos entrevistados classificam a qualidade
das informações como ruim, e 2% como péssimo.
CAPÍTULO 5
FUNDO MUNICIPAL PREVIDÊNCIARIO DE TIMBAÚBA: UMA ANÁLISE DO GRAU DE SATISFAÇÃO DOS BENEFICIARIOS
NOS ATENDIMENTOS
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
104
105
A tabela acima mostra que a maior parte dos beneficiários entrevistados conside-
ra o ambiente/instalações entre bom e ótimo, com exceção da comodidade, na qual a
quantidade de “ruim” superou a de “ótimo. Porém, alguns não tiveram uma opinião
concreta para opinar, o que pode prejudicar o entendimento quanto a esse item, prin-
cipalmente no que se refere a sinalização, já que 18 beneficiários não declararam sua
opinião quanto a isso.
Gráfico 09. Opinião quanto à localização do prédio do FUNPRETI
CAPÍTULO 5
FUNDO MUNICIPAL PREVIDÊNCIARIO DE TIMBAÚBA: UMA ANÁLISE DO GRAU DE SATISFAÇÃO DOS BENEFICIARIOS
NOS ATENDIMENTOS
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
106
9. Metodologia
107
Por fim, os dados foram tabulados e compilados, montando, assim onze gráficos
estatísticos e duas tabelas, que foram comentados, analisados e elucidados no tópico
8, deste trabalho, que trata da análise da pesquisa de campo, respondendo, então, à
problemática desta pesquisa.
Em virtude disso, existem, nos dias atuais, políticas públicas que reforçam a as-
sistência de proteção ao trabalhador, dando-lhe direitos fundamentais para o seu bem-
-estar e de sua família. Sem esquecer que, com o decorrer dos anos, os cidadãos, têm
cobrado cada vez mais seus direitos, incluindo o direito de ser bem atendido pelas
instituições públicas, tornando-se evidente que os atendimentos, de fato, precisam ser
melhorados. Porém, há uma grande evolução relacionada a esse serviço, onde algu-
mas instituições estão buscando formas de atendimento mais eficientes.
CAPÍTULO 5
FUNDO MUNICIPAL PREVIDÊNCIARIO DE TIMBAÚBA: UMA ANÁLISE DO GRAU DE SATISFAÇÃO DOS BENEFICIARIOS
NOS ATENDIMENTOS
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
108
suas necessidades, o que não é uma tarefa fácil, tendo em vista que a população está
mais exigente e conhecedora de seus direitos.
Referências
AMARAL, Tânia Raquel dos Santos. Análise de Performance de Fundos de Investi-
mentos em Previdência. 2013. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/dis-
poniveis/12/12139/tde-10122013-154317/en.php/> Acesso em: 27 jul. 2018.
ASSIS, Ana Regina Barboza de. A atuação do Vitória Prev – Instituto de Previdência
dos Servidores do Município da Vitória de Santo Antão (PE): avaliando a satisfa-
ção do público atendido. 2012. Disponível em: <https://repositorio.ufpe.br/bits-
tream/123456789/20212/1/2012-dissertação-AnaReginaBarbosaAssis.pdf/>. Acesso
em: 20 jun. 2018.
______, Lei de nº. 9.717, de 27 de novembro de 1998. Dispõe sobre regras gerais para
a organização e o funcionamento dos Regimes Próprios de Previdência Social dos
servidores públicos. Brasília, DF. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/LEIS/L9717.htm/> Acesso em: 28 nov. 2018.
109
CUNHA, Laura de Fátima Ferreira da. Atendimento ao cliente com ênfase na gestão
pública. 2009. Disponível em: https://bdjur.stj.jus.br/jspui/bitstream/2011/31581/
Atendimento_Cliente_Gestao_Publica_Laura%20Cunha.pdf/> Acesso em: 05 set.
2018.
GOES, Hugo. Manual de direito previdenciário. 7. ed. Rio de Janeiro: Ed. Ferreira,
2013.
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Cópia curso direito previdenciário, 20. ed. Revista e
atualizada. Rio de Janeiro: Editora Ímpetus: 2015.
MALLOY, James M.. Política de previdência social no Brasil. Rio de Janeiro: Graal,
1986.
MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
SÁ, Raquel. O que é previdência social?. Youtube, 11 nov. 2017. Disponível em: <ht-
tps://www.youtube.com/watch?v=e1gnyBq5YpQ&t=214s/>. Acesso em: 22 out.
2018.
SILVA, De Plácido e. Vocabulário Jurídico. 12. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1993.
CAPÍTULO 5
FUNDO MUNICIPAL PREVIDÊNCIARIO DE TIMBAÚBA: UMA ANÁLISE DO GRAU DE SATISFAÇÃO DOS BENEFICIARIOS
NOS ATENDIMENTOS
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
110
AUDITORIA GOVERNAMENTAL: UM
ESTUDO SOBRE TÉCNICAS E FISCALIZAÇÃO
NA CIDADE DE MACAPARANA-PE
DOI: 10.46898/rfb.9786599152498.6.
112
Resumo
Abstract
The present study seeks to identify through government audit how new techni-
ques and forms of inspection of public resources are carried out, also bearing in mind
the capacity to understand how to innovate to obtain satisfactory results, through the
appropriate use of resources. It is noticed that through inspection it is possible to:
guide, inspect, control and identify how the resources are applied, whether correctly
or not. And that through control, it is possible to observe its allocation, combating de-
viations and waste regarding its use. During audit work, it is possible to make inqui-
ries, analyze documents, make conferences and also analyze the physical content. This
article sought to identify in the city of Macaparana-PE, the population’s knowledge
of the governmental audit process, and to understand whether or not this knowledge
encourages the community to charge for the correct management of public resources.
The choice of the surveyed city was made randomly on the basis of the database of
complaints made by the population or by the Public Ministry. In order to carry out the
research, answers were found in structured questionnaires, answered electronically.
113
The reported data consider that, for the most part, the population does not play an
active role in demanding the correct application of government resources, it was also
identified that the statements made by the transparency portal are not in any way in-
tensively accessed in the region.
1. Introdução
Segundo retrata Brasil (2010) apud BRAGA, (2009) “a auditoria é utilizada para
comprovar, fiscalizar e visualizar como estão sendo aplicados os recursos públicos”.
De acordo com Sá (2002, p. 44) “a Auditoria governamental, é uma especialização den-
tro do campo da auditoria, pois apesar de seguir princípios e normas técnicas, apresen-
ta peculiaridades na aplicação e sistemática específica”. É utilizada para aprimorar,
supervisionar e orientar a aplicação correta dos recursos públicos na gestão pública, e
vem através de suas técnicas e conceitos, avaliando o desempenho das organizações
públicas.
CAPÍTULO 6
AUDITORIA GOVERNAMENTAL: UM ESTUDO SOBRE TÉCNICAS E FISCALIZAÇÃO NA CIDADE DE MACAPARANA-PE.
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
114
tal fato foi informado ao Ministério Público, aberto um Processo Administrativo Disci-
plinar (PAD)- (Prefeitura Municipal de Macaparana /2020).
Desde 2009 quando foi criado o Controle Interno do Município, através da Lei
Municipal nº 509/2009, são realizadas diversas auditorias internas, com o propósito
em direcionar os recursos públicos para serem utilizados de forma correta e os servi-
ços destinados a sociedade sejam disponibilizados com transparência.
115
2 Conceito de auditoria
No Brasil a auditoria surgiu na década de 30, por conta das empresas internacio-
nais que vieram se instalar no país e da taxação do imposto de renda. No entanto esse
procedimento veio a ficar nacionalmente conhecido por volta de 1968, ainda no século
do XX, através do Banco Central do Brasil, (Bacen) e em 1972 teve o maior reconheci-
mento pelo Bacen, a instituição do IBRACON e (CFC) o Conselho Federal de Contabi-
lidade (PAMPONET, 2009). Pode-se dizer então que a auditoria surgiu da necessidade
de investidores confirmarem se as demonstrações retratam a realidade patrimonial da
empresa (ATTIE, 2011).
Segundo a Constituição Federal, (CF) no artigo 71, inciso IV, cita os tipos de audi-
toria: Auditoria Contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial a serem
realizadas nos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário (BRASIL, 2017).
CAPÍTULO 6
AUDITORIA GOVERNAMENTAL: UM ESTUDO SOBRE TÉCNICAS E FISCALIZAÇÃO NA CIDADE DE MACAPARANA-PE.
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
116
Conforme Carvalho (2001), a auditoria tem por objetivo garantir resultados ope-
racionais na gerência pública que é exercida por servidores do quadro administrativo,
em todas as unidades e entidades públicas federais, observando os aspectos relacio-
nados à avaliação dos programas de governo e da gestão pública. Para Jund (2006) a
finalidade básica da auditoria na gestão pública é:
Comprovar a legalidade e legitimidade dos atos e fatos administrativos e avaliar os
resultados alcançados, quanto aos aspectos de eficiência, eficácia e economicamente
da gestão orçamentária, financeira, patrimonial, operacional, contábil e finalista das
unidades e das entidades da administração pública, em todas as esferas de gover-
no e níveis de poder, bem como a aplicação de recursos públicos por entidades de
direito privado, quando legalmente autorizadas nesse sentido (JUND, 2006 p. 648).
117
Para Wilian Attie (1984, p. 52) a auditoria interna é “uma atividade em franco
desenvolvimento e de grande importância para a administração de uma companhia”.
Tanto isto é verdade que a sua existência eficiente e atuante é considerada como um
ponto forte para efeito de controle interno.
Quanto à auditoria externa Cavalcanti (2007), relata que para assumir a responsa-
bilidade, o auditor externo deve ter conhecimento da atividade da entidade, de forma
suficiente para que lhe seja possível identificar e compreender as transações realizadas
pela mesma e as práticas contábeis aplicadas que possam ter efeitos relevantes sobre a
posição patrimonial e financeira da entidade.
Em relação à técnica, Araújo (1998) explicita que; a técnica utilizada é uma impor-
tante ferramenta de controle do Estado na busca da melhor alocação de seus recursos
– princípios da economicidade e eficiência, não só atuando para corrigir os desperdí-
cios, a “improbidade”, a negligência e a omissão, mas também e, “principalmente”,
antecipando-se a essas ocorrências, buscando garantir os resultados pretendidos, além
de destacar os impactos e benefícios sociais advindos.
CAPÍTULO 6
AUDITORIA GOVERNAMENTAL: UM ESTUDO SOBRE TÉCNICAS E FISCALIZAÇÃO NA CIDADE DE MACAPARANA-PE.
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
118
As técnicas que são aplicadas com mais frequência nas Auditorias Governamen-
tais realizadas são: Técnicas de obtenção de evidência física: inspeção física e observa-
ção direta; técnicas de obtenção de evidência documental: exame documental, circula-
rização e mapa de processo; técnicas de obtenção de evidência testemunhal: entrevista
e indagação escrita; técnicas de obtenção de evidência analítica: conferência de cál-
culos, conciliação, análise de contas, revisão analítica, extração eletrônica de dados e
cruzamento eletrônico de dados (CHAVES, 2011).
No Brasil a auditoria governamental é amparada pela lei 4.728 de 1965, que nor-
matizou o funcionamento do mercado financeiro e fez com que fosse obrigada, asua
prática no país, abrangendo a esfera federal, a estadual e a municipal.
119
4. Metodologia
CAPÍTULO 6
AUDITORIA GOVERNAMENTAL: UM ESTUDO SOBRE TÉCNICAS E FISCALIZAÇÃO NA CIDADE DE MACAPARANA-PE.
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
120
Fonte:Google Maps,2020.
121
zação, os que responderam saber sobre o assunto foi 58% do total (Gráfico1), porém a
pesquisa não buscou aprofundar sobre a veracidade das respostas, ou seja, se o fato os
que disseram conhecer o assunto, poderiam explicar o processo.
Fonte: O autor
Quanto ao conhecimento sobre auditoria governamental, a maioria dos respon-
dentes 78% (Gráfico 2), informaram já ter ouvido falar, por outro lado, 22% confir-
maram não ter conhecimento, sobre o processo de fiscalização das contas públicas.
Percebe-se que a apuração desses valores, os quais são considerados como ponto im-
portante para uma análise mais aprofundada, pode-se dizer que se trata, inclusive, que
o conhecimento da auditoria do Município, faz parte do exercício de cidadania
Gráfico 2 - Análise do conhecimento da população sobre Auditoria Governamental
Fonte: O autor
O Gráfico 3 abaixo, analisa sobre o conhecimento da população quanto as infor-
mações disponibilizadas no Portal de Transparência das contas Públicas. A análise
CAPÍTULO 6
AUDITORIA GOVERNAMENTAL: UM ESTUDO SOBRE TÉCNICAS E FISCALIZAÇÃO NA CIDADE DE MACAPARANA-PE.
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
122
permite identificar que 83% da população pesquisada entendem do que se trata o por-
tal da transparência, enquanto 17% relataram não ter conhecimento sobre o Portal.
Esse é um dado importante, pois se a maioria dos cidadãos tem esse conhecimen-
to sobre o Portal da Transparência, pode vir a se interessar em acessá-lo.
Gráfico 3 - Disposição quanto ao conhecimento ou não sobre Portal da Transparência
Fonte: O autor
Fonte: O autor
No gráfico 5 é relatado a percepção da população local quanto aos sites para fazer
algum tipo de denúncia, nota-se que a maioria, 45 pessoas, nunca acessaram nenhum
tipo de web site. Isso não é bom, a população deve se manter informada e ter consciên-
123
cia do que acontece em seu Município, está atualizada sobre as questões sócio edu-
cativa e econômica, além de denunciar algo que estiver incorreto. Por isso a inclusão
digital deve ser tida como prioridade, para que esses casos não aconteçam.
Gráfico 5 - Percepção da população quanto as denúncias.
Fonte: O autor
Fonte: O autor
Desta forma, temos uma população que precisara se adaptar à era digital para
aprender a usar essas novas ferramentas a seu favor, acompanhando, fiscalizando e se
necessário denunciando irregularidades no uso do dinheiro público.
Por outro lado, a Gestão Pública precisa se reinventar e entender que a evolução
dos meios de comunicação é algo irreversível e benéfico a todos os vértices, pois apro-
xima e traz mais oportunidade a população. Além do que, os sites de Transparência
das Contas Públicas têm proporcionado uma efetiva democratização da informação.
CAPÍTULO 6
AUDITORIA GOVERNAMENTAL: UM ESTUDO SOBRE TÉCNICAS E FISCALIZAÇÃO NA CIDADE DE MACAPARANA-PE.
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
124
7. Considerações finais
Cenário que exige a realização de uma pesquisa mais aprofundada, afinal é preci-
so sinalizar que os recursos governamentais não são do poder público e sim da comu-
nidade, os quais devem por direito saber como estão sendo realizados os investimentos
e o que fazer para combater possíveis irregularidades. Conscientizar a população de
um meio que além de servir como fonte de informação também vem sendo utilizado
como uma ferramenta que tem o intuito de aproximar os cidadãos dos representantes
do poder público e orientar a gestão a como se planejar e aplicar corretamente os re-
cursos dentro das necessidades da população.
Percebe-se que apesar dos dados, mostrar importantes fatos que podem ser con-
siderados para estudos posteriores, acredita-se que o crescimento das pesquisas e dos
trabalhos centrados em conscientização e monitoramento da população de Macapa-
rana- PE, possam influenciar no avanço da percepção local e maior empenho para
a averiguação e dos casos governamentais e utilização das ferramentas de acesso a
informação.
125
Referências
ARAÚJO, F. J. Auditoria Interna: O que é para quê. Revista Brasileira de Contabili-
dade, Nº 114. nov/dez, 1998.
ATTIE, Willian. Auditoria: Conceitos e Aplicações. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 1984.
ATTIE, Willian. Auditoria: Conceitos e Aplicações. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 2011.Au-
ditoria Governamental – Contas CNT. Disponível em: https://www.contas.cnt.br/
auditoriagovernamental/. Acessado em 20 de março de 2020.
CASTELLS, Manuel.A sociedade em rede. 5ª Edição. São Paulo. Paz e Terra. 2001.
CAPÍTULO 6
AUDITORIA GOVERNAMENTAL: UM ESTUDO SOBRE TÉCNICAS E FISCALIZAÇÃO NA CIDADE DE MACAPARANA-PE.
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
126
Juruá, 2011.
GIL, Antônio. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ªed. São Paulo: Atlas, 2002.
IIA-Instituto dos Auditores Internos do Brasil. Código de ética. Disponível em: <ht-
tps://iiabrasil.org.br/korbilload/upl/editorHTML/uploadDireto/cdigo-de-tica-v-
-editorHTML-00000010-09102019100736.pdf . Acessado em 31 de mar de 2020.
JUND, Sérgio. Auditoria: Conceitos, Normas, Técnicas e Procedimentos. 7ª. Ed. Rio
de Janeiro: Campus, 2006.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 30ª ed. revis-
ta e atualizada até a Emenda Constitucional 71, de 29.11.2012. São Paulo: Malheiros
Editores, 2013.
PETER, Maria da Gloria Arrais; MACHADO, Marcus Vinicius Veras. Manual de Au-
ditoria Governamental. São Paulo: Atlas, 2003.
127
SÁ, Antonio Lopes de,Teoria da Contabilidade. 3ª Edição São Paulo: Atlas, 2002.
SILVA, Lino Martins da. Contabilidade Governamental. 7ª Edição São Paulo: Atlas,
2004.
CAPÍTULO 6
AUDITORIA GOVERNAMENTAL: UM ESTUDO SOBRE TÉCNICAS E FISCALIZAÇÃO NA CIDADE DE MACAPARANA-PE.
128
CAPÍTULO 7
O IMPACTO FINANCEIRO NA
ARRECADAÇÃO DO IMPOSTO SOBRE
SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA
(ISSQN) SOBRE OS SERVIÇOS NOTARIAIS E
DE REGISTROS PÚBLICOS NO MUNICÍPIO DE
TIMBAÚBA-PE
FERREIRA, Ana Cláudia Correia.1
ALVES, Maria do Carmo Maracajá.2
DOI: 10.46898/rfb.9786599152498.7.
130
Resumo
Abstract
This study has as main objective the analysis of the financial repercussion resul-
ting from the possible non-compliance with the legal determination of collection of the
Tax on Services of Any Nature (ISSQN), incident on the activity in the Extrajudicial
Notaries of the Municipality of Timbaúba-PE. The work highlights the importance of
the tax and its representativeness in terms of annual revenue and is based on resear-
ch in the applicable legislation and data collected from the Timbaúba Transparency
Portal, the National Council of Justice (CNJ), Open Justice and the Court of Justice of
Pernambuco (TJPE). For data collection, the period from 2005 to 2018 was considered,
of the administrative-financial activities of extrajudicial services, analyzing the docu-
mentary and bibliographic data, concluding that the municipality of Timbaúba did not
adhere to the state collection agreement, and possibly the form of tax collection was
neither specified nor acquired through the data collected in this work. This promotes
non-transparency of information about how the tax is being collected by the Munici-
pality of Timbaúba. The theme is of great relevance to Municipal Management, consi-
dering that the collection of this tax is crucial to the financial health of the city.
131
Keywords: Municipal taxes; Tax administration; taxes on Services of Any Nature; Mu-
nicipal Management.
1. Introdução
132
vida para os serviços de registros públicos, cartorários e notariais deve ser considerada
de grande valia. Além deste fato, deve se refletir que o gestor público é o responsável
por gerenciar a arrecadação para transformar recursos em melhoria das condições es-
truturais do município (BARRETO, 2005).
133
CAPÍTULO 7
O IMPACTO FINANCEIRO NA ARRECADAÇÃO DO IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA (ISSQN)
SOBRE OS SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTROS PÚBLICOS NO MUNICÍPIO DE TIMBAÚBA -PE
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
134
Para Bremaeker (2017), o imposto sobre os serviços de cartório não seria a solu-
ção para todos os problemas enfrentados pelo município, porém é inegável que diante
do exposto e da crise vivida pelos municípios brasileiros, este recurso serviria como
efeito colaborar para uma saúde financeira mais equilibrada e uma real alternativa
para reverter os recursos em melhorias da própria cidade.
Para o desenvolvimento deste trabalho, foi necessário criar uma linha de pesqui-
sa que agrega informações factuais, abordagens de registros constitucionais e evolução
de raciocínio teórico-científico baseado em dados estatísticos, decretos e resoluções
para o estabelecido tema de estudo.
135
baúba-PE. Para Gerhardt e Silveira (2009), a pesquisa exploratória tem como principal
objetivo familiarizar sobre o tema proposto e os fatos abordados. Tendo como base o
levantamento de dados, o trabalho conduziu informações para um estudo de caso. A
pesquisa com base exploratória descreve informações pontuais sobre o referido tema,
conceituando as variáveis em questão e abordando tópicos como improbidade ad-
ministrativa por descumprimento à Lei Complementar de recolhimento do ISSQN,
a constitucionalidade da incidência do tributo e o estudo sobre o município de Tim-
baúba, em específico acerca da aplicabilidade e cobrança do imposto.
Na etapa final foi feito uma breve conclusão sobre os fatos evidenciados e resul-
tados obtidos e justificados em questão assim como a mensuração quantitativa das
informações coletadas.
2. Referencial teórico
2.1. Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN
136
O imposto está atrelado ao sistema tributário nacional desde o ano de 1965, atra-
vés do artigo 15 da Emenda Constitucional nº 18. Seu principal objetivo é desenvolver
reformulações nos tributos orçamentários que está sobre a incidência nas diferentes
prestações de serviços realizadas por qualquer empresa privada ou profissional que
atue de forma autônoma. Sua geração advém do chamado fato gerador, ou seja, o mo-
mento em que a prestação de um determinado serviço exige o respectivo ônus para
o contribuinte, descrita em lei e assim determinada a obrigação tributária (BRASIL,
2019).
137
forma pode-se atribuir para a obtenção do ISSQN a seguinte fórmula: (base de cálculo)
x (alíquota) = valor quantitativo do ISSQN.
CAPÍTULO 7
O IMPACTO FINANCEIRO NA ARRECADAÇÃO DO IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA (ISSQN)
SOBRE OS SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTROS PÚBLICOS NO MUNICÍPIO DE TIMBAÚBA -PE
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
138
139
Para calcular o valor total arrecadado pelos estabelecimentos foi necessário usar
a seguinte fórmula:
CAPÍTULO 7
O IMPACTO FINANCEIRO NA ARRECADAÇÃO DO IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA (ISSQN)
SOBRE OS SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTROS PÚBLICOS NO MUNICÍPIO DE TIMBAÚBA -PE
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
140
V. T. A. (x) =
V. T. anual (x) = Valor Total Arrecadado por estabelecimento entre 2005 e 2018
Estes dados foram dispostos em ordem cronológica de 2005 a 2018, uma vez que
a condução deste trabalho busca auferir o total de imposto que não teria sido arrecada-
do desde a condição favorável imposta pelo Supremo Tribunal Federal – STF.
Fonte: Elaborado pela autora, com dados do Conselho Nacional de Justiça - CNJ, 2019.
Em virtude de os dados serem públicos e expressos no Conselho Nacional de
Justiça - CNJ, segue o nome dos 05 cartórios e serventias extrajudiciais em cada seção
da tabela.
141
É importante destacar que a base de cálculo utilizada faz menção aos valores
correspondentes aos anos em questão e não foram atualizados monetariamente para o
presente. Sobre o valor total arrecadado pelos estabelecimentos notariais, cartorários
e registradores é feita a incidência de 20% referente ao imposto destinado ao Tribunal
de Justiça de Pernambuco – PE.
V. T. (anual) =
Foi necessário realizar o cálculo que originou a tabela 2 pois a natureza dos emo-
lumentos dos estabelecimentos notariais, cartorários e registradores são obtidas a par-
tir dos descontos incidentes sobre este imposto.
CAPÍTULO 7
O IMPACTO FINANCEIRO NA ARRECADAÇÃO DO IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA (ISSQN)
SOBRE OS SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTROS PÚBLICOS NO MUNICÍPIO DE TIMBAÚBA -PE
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
142
Fonte: Elaborado pela autora, com dados do Conselho Nacional de Justiça - CNJ, 2019.
Através dos dados obtidos na tabela 2 foi necessário realizar outro cálculo. Este
por sua vez fornece o valor provável dos emolumentos dos notários, cartorários e re-
gistradores. Para isto foi necessário utilizar uma nova fórmula matemática descrita
logo abaixo.
V. E. (anual)=
Por meio da fórmula acima obteve-se uma nova tabela. Esta por sua vez refere-se
aos emolumentos dos notariais, cartorários e registradores de 2005 a 2018. É importan-
te destacar que é sobre os emolumentos a base de cálculo do Imposto Sobre Serviços
de Qualquer Natureza– ISSQN.
143
Fonte: Elaborado pela autora, com dados do Conselho Nacional de Justiça - CNJ, 2019.
Com esta alíquota é necessário construir uma nova tabela apresentando os valo-
res do ISS provável, calculado a partir dos emolumentos obtidos na tabela 3.
Não foi contabilizada a taxa referente ao Fundo Especial de Registro Civil do Es-
tado de Pernambuco - FERC/PE, entidade sem fins lucrativos constituído de recursos
privados, que corresponde a 10% sobre os emolumentos percebidos pelos estabeleci-
mentos notariais, cartorários e registradores conforme estabelecido por Lei Estadual nº
14.642/12 (FERC-PE, 2019).
CAPÍTULO 7
O IMPACTO FINANCEIRO NA ARRECADAÇÃO DO IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA (ISSQN)
SOBRE OS SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTROS PÚBLICOS NO MUNICÍPIO DE TIMBAÚBA -PE
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
144
Fonte: Elaborado pela autora, com dados do Conselho Nacional de Justiça - CNJ, 2019.
Observa-se, conforme a tabela 4, o total de imposto, referente ao ISSQN não co-
letado, estimado das 5 serventias extrajudiciais de 2005 a 2018 gira em torno de R$
529.172,08. O valor é expressivo uma vez que ultrapassa em mais de cinco vezes, por
exemplo, a receita contabilizada no mês de dezembro de 2018 com a alienação de bens
imóveis (PORTAL DA TRANSPARÊNCIA DE TIMBAÚBA, 2019).
Fica claro que o município que não exerce o direito de cobrança do imposto IS-
SQN perde uma parcela considerável de receita que poderia servir para a gestão Mu-
nicipal. A necessidade de entrar com consonância com órgãos como AMUPE para
realizar a parceria e executar a devida cobrança parte das estratégias de gestão que
cada administração municipal segue. No entanto pode-se ver que pelas informações
exploradas o quão oneroso é para o Município essa possível perda.
4. Considerações finais
Tendo em vista que a Lei Complementar n° 116 de 31 de julho de 2003 na sua lista
anexa, a qual estabelece as atividades que incidirão a tarifa do imposto fica claro que
diante das informações exploradas neste trabalho, há necessidade que cada município
do Território Nacional formalize a cobrança do imposto pois este é previsto em lei e de
direito a Gestão Municipal executá-la.
Pôde-se enxergar, diante dos conceitos da Lei n° 116 de 31 de julho de 2003, que
o Estado de Pernambuco possui um órgão responsável, Associação Municipalista de
145
Em virtude de não ter recebido no prazo determinado por Lei uma resposta
quanto a situação das receitas oriundas da arrecadação do ISSQN pelas Serventias
Extrajudiciais, o Município de Timbaúba teria renunciado uma receita estimada no pe-
ríodo de 2005 a 2018 de aproximadamente R$529.172,08 (quinhentos e vinte e nove mil
cento e setenta e dois reais e oito centavos). Este valor mostra a necessidade de reaver a
Política Tributária do Município neste campo e associada a esta questão, transparecer
sobre as medidas que estão sendo feitas sobre o recolhimento do imposto.
Referencias
BARRETO, A. F. ISS na Constituição e na Lei. 2ª edição revista, ampliada e atualiza-
da. São Paulo – SP: Editora Dialética, 2005.
146
CASSONE, V. Direito Tributário. 28ª ed. São Paulo – SP: Editora Atlas, 2018.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. - São Paulo: Atlas, 2008.
MANGIERI, F. R.; MELO, O. A. L. ISS sobre cartórios. 1ª ed. Bauru – SP: Editora
Edipro, 2008.
147
CAPÍTULO 7
O IMPACTO FINANCEIRO NA ARRECADAÇÃO DO IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA (ISSQN)
SOBRE OS SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTROS PÚBLICOS NO MUNICÍPIO DE TIMBAÚBA -PE
148
CAPÍTULO 8
DOI: 10.46898/rfb.9786599152498.8.
150
Resumo
Abstract
With the desire to pursue a higher quality public management, the present work
is based on a view of the importance and need of the internal control department in
public companies, presenting the manager’s concept and responsibilities, it also lists
the Constitutional laws that govern such function. It shows the need to conduct cash
inflows and outflows that the municipality collects and is obliged to pass on to its due
destination. Everyone knows that there are diversions of funds, federal and state re-
ceived and collection of municipal taxes that are not applied to the needs of society to
which they have destinations provided by law, and that due to corruption, everyone
suffers from malfunctions of service agencies: to family, students, patients, the elderly,
people with special needs, in short, everyone who needs a quality public service. The
general objective of the research is to point out the responsibility of internal control to
its function. Thus, demonstrating how much the internal control has to be incorrupti-
ble and impartial. Conducted through a bibliographic search, referenced by renowned
theorists in the area, who helped to show how efficient internal control can be for mu-
nicipal public management promoting real benefits to citizens.
151
1. Introdução
CAPÍTULO 8
CONTROLE INTERNO: O CERNE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
152
2. Fundamentação teórica
a. Conceito
De acordo com Castro (2018, p.285), “Os controles atuam em tempos e formas
diferentes, mas voltados para resultados comuns, visando assegurar a conformidade
da atividade a determinadas regras ou normas. Os controles foram divididos no tem-
153
O maior objetivo deste artigo na CF88 é fazer com que haja um acompanhamen-
to sério em tempo real de tudo é feito na empresa pública. Mesmo sabendo que todo
servidor público tem a função de controle interno, e que nunca se fez ser, por essa falta
de consciência e seriedade que chegou a se fazer necessário o surgimento do controle
interno.
CAPÍTULO 8
CONTROLE INTERNO: O CERNE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
154
Tal conselho é responsável por todas as ações dos gestores de controle interno,
podendo emitir sansões aos mesmos.
É nessa perspectiva que o controle interno deverá exercer sua função dentro
da empresa pública agindo do nível operacional ao nível gerencial sem envolver-se
emocionalmente com qualquer situação de descontentamento que fuja ao proposto as
decisões que fujam ao que foi estabelecida a todo planejamento, principalmente orça-
mentário.
Assim o gestor público terá que se atentar a lembrança sempre que o artigo 37 da
CF88 se refere aos seguintes deveres:
155
Todo sistema construído numa organização tende a ser avaliado. Afinal ele nas-
ceu na intenção de gerar benefícios para a mesma. O importante é que isto ocorra de
forma constante e que a todo investimento se componha em resultados satisfatórios,
gerando um custo X benefício.
CAPÍTULO 8
CONTROLE INTERNO: O CERNE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
156
O custo do controle interno não deve exceder aos benefícios que dele se espera obter.
Isso quer dizer que os controles mais sofisticados (normalmente mais onerosos) de-
vem ser estabelecidos para transações de valores relevantes, enquanto os controles
menos rígidos devem ser implantados para as transações menos importantes.
Não adianta a parte legal do controle interno não estar correspondendo a prática
exercida no cotidiano, é, portanto, obrigação do gestor de controle interno visitar o
que está descrito na legislação da organização e fazer valer todo vocativo descrito nele.
Exercendo assim suas atividades com responsabilidades devidas a função que ocupa
se salvaguardando mediante a legislação descritas na empresa pública e nos artigos da
Constituição Federal vigente do país.
E, por fim, tem como principal característica a pesquisa bibliográfica, ou seja, fo-
cada em artigos científicos, encontrados na internet e nas literaturas disponíveis.
4. Resultados
157
LA. NOVO, compreendendo que este é uma ferramenta intangível, que vem favorecer
para uma eficácia de melhores resultados. Demonstrando a seus clientes (os muníci-
pes) a aplicação de todos os recursos.
Assim embasado em todos os autores presentes neste trabalho, foi possível ve-
rificar que, o controle interno para o serviço público é de extrema necessidade para a
CAPÍTULO 8
CONTROLE INTERNO: O CERNE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
158
população que é merecedora dos benefícios como: serviços de educação, saúde, sanea-
mento entre tantos outros, possibilitando assim uma qualidade de vida a todos.
5. Considerações finais
Avaliando toda redação deste trabalho, a conclusão que se pode obter é que o
controle interno é o centro de equilíbrio financeiro da empresa, em pauta, a pública.
O qual de maneira muito segura e consciente, recebe, avalia e revisa a distribuição de
verbas e tributos aplicando em seus devidos destinos. Onde o gestor de Controle Inter-
no exerce sua função seguindo os artigos que estão descritos na Constituição Federal
de 1988 do nosso país e o regimento interno da organização a qual trabalha. Realizan-
do todas as atividades mediante uma visão de eficiência e eficácia realizada por todo
aprendizado destinado ao cargo, somado a isto uma ética profissional de grande valia.
Referências
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: abordagem moderna e completa / Mar-
celo Cavalcanti Almeida. – 9. ed. – [2. Reimpr.] – São Paulo: Atlas, 2019.
ALMEIDA, Maria Lúcia Pacheco de. Tipos de pesquisa. In: ALMEIDA, Maria Lúcia
Pacheco de. Como elaborar monografias. 4. ed rev. e atual. Belém: Cejup, 1996. Cap.
4, p. 101-110.
_____Auditoria contábil: teoria e prática – 10. ed. – [3a Reimpr.]. -São Paulo : Atlas,
2019.
159
CAPÍTULO 8
CONTROLE INTERNO: O CERNE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
160
CAPÍTULO 9
DOI: 10.46898/rfb.9786599152498.9.
162
Resumo
Abstract
The awakening of interest in this theme was due to the experience with the el-
derly in a reference hospital in Recife / PE, with the main motivation being the care
of a first-degree relative hospitalized and, at the time, the reading of the book “A old
age”, by Renata Lopes Siqueira to understand the moment lived and what is the im-
portance and priority that the State / Government, family and society gives to the
elderly in need of care and attention. Through a bibliographic survey and study, the
general objective is to present the Elderly Statute as a source of guarantee for the rights
of those who age. The Elderly Statute is of great importance in making fundamental
rights viable, but it also has many inefficiencies, whether due to lack of resources, lack
of political interest, legislative regulation or, even by rules that the State itself does
not comply with and does not inspect, leaving the elderly in a situation of neglect and
vulnerability where the Statute applies little or nothing to the needs of those who enter
old age and needs a base that takes care of and guides the most delicate phase of life.
1. Introdução
Ao ouvir a palavra idoso, logo nos vem à mente alguém velhinho, debilitado, frá-
gil e que precisa de cuidados o tempo todo. Essas pessoas são idosas sim, mas segun-
do o Estatuto do Idoso, a Lei 10.741/2003, “idoso é toda pessoa a partir dos 60 anos”.
SOUZA, Margareth Nascimento de.
LUNA, Adriana Dornelas de.
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
163
Assim, existem muitos idosos jovens, pessoas com total autonomia das suas vidas, que
trabalham, viajam, casam. Mas, que, entretanto, por terem idade “avançada” para a
sociedade e limitadas de algumas ações, sofrem preconceito e abusos da sociedade.
Essas pessoas têm todos os direitos de usufruir o que lhes garante o Estatuto do Idoso.
As pessoas idosas são patrimônio da sociedade e precisam ser cuidadas com carinho,
pois já viveram uma vida inteira de dedicação e construção da sociedade e tem uma
enorme experiência para transmitir aos jovens, afinal, os jovens de hoje são os idosos
de amanhã.
Segundo a última pesquisa mundial divulgada pela ONU, mais de 16% das pes-
soas com mais de sessenta anos, já sofreram algum tipo de abuso, negligência, abusos
físicos, psicológicos, emocionais e até sexuais, isso sem contar com o mais corriqueiro
abuso financeiro. A pessoa idosa está numa condição de vulnerabilidade. É por isso,
que essa condição estimula a prática de crimes e abusos contra os idosos e dessa forma,
precisam ser defendidos por toda a sociedade e pelo Estado.
Mas, será que o Estatuto do Idoso vem sendo cumprido desde que entrou em
vigor? Por causa de sua condição de vulnerabilidade, especialmente a tecnológica,
porque a tecnologia tem avançado numa velocidade muito rápida, os idosos têm sido
vítimas de fraude, especialmente as fraudes bancárias. Outra questão importante é a
questão da saúde, onde todo idoso precisa com mais frequência ir ao médico, fazer
mais cirurgias, mais exames e são frequentes as negativas dos planos de saúde para
autorizar os procedimentos e é frequente o descredenciamento dos hospitais da rede
sem o aviso prévio do cliente e sem falar do aumento abusivo de preços. Os idosos
deveriam ter um tratamento especial nessas situações, porque tem direito a uma espe-
cial proteção do estado e da sociedade. E dessa forma, foi criado o Estatuto do Idoso
para dar condições respaldadas em Lei e base constitucional para que se tenham as
garantias de sua efetividade na vida dos idosos, que é a Lei 10.741 que foi promulgada
em 1º de outubro de 2003, onde o dia primeiro de outubro fica assim sendo, o dia in-
ternacional do idoso. Embora já houvesse leis esparsas garantindo os direitos do idoso
e a própria Constituição Federal, onde o Art. 230 já estabelece direitos ao idoso, mas o
legislativo entendeu que era importante reunir esses direitos e criaram e estabeleceram
o Estatuto. Assim, este projeto tem o objetivo de apresentar o Estatuto do Idoso como
fonte de garantia dos direitos daqueles que envelhecem no que se refere ao cumpri-
mento dos direitos elencados nesta legislação específica criada para defender as pes-
CAPÍTULO 9
DIREITOS FUNDAMENTAIS DO IDOSO CONSTITUÍDO SOB A LEI 10.741/2003 E AS GARANTIAS DE SUA EFETIVAÇÃO
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
164
soas que fazem parte da Terceira Idade, bem como fazer uma análise das inovações
trazidas após a sua promulgação.
2 Fundamentação teórica
2.1 Condições de vida do idoso no Brasil
A ONU prevê que em 2025 estaremos com 36 milhões de idosos, deixando nosso
país em sexto lugar com o maior número de idosos do mundo e devemos estar tam-
bém entre os países que mais respeita e valoriza o idoso, sabendo que foi essa parte
da população a maior responsável por tudo que temos hoje, considerando que nossas
maiores conquistas se deram por homens e mulheres que foram jovens e hoje forma a
fase mais linda da vida: a terceira idade.
Mesmo com toda a Política Nacional a seu favor e o dever do Poder Público em
garantir os direitos essenciais, infelizmente o idoso não tem sido respeitado no que
tange ao atendimento prioritário em órgãos públicos e privados como garante o Art.
SOUZA, Margareth Nascimento de.
LUNA, Adriana Dornelas de.
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
165
Muitos idosos são abandonados pelas próprias famílias e o poder público é mui-
tas vezes inerte, infelizmente ignorando o fato de que os idosos precisam sobretudo
de carinho, atenção e aceitação na sociedade e mesmo com a ideia de que o idoso não
é um inválido, não é inútil e nem incapaz, pelo contrário, é a razão pela qual nossa so-
ciedade existe, porque o ser humano domina a cadeia alimentar por duas razões: por-
que tem capacidade de adaptação ao meio e porque transmite conhecimento. E quem
transmite conhecimento é o idoso e a curiosidade é que todas as sociedades, em todos
os cinco continentes são absolutamente unânimes no que diz respeito a reconhecer
esse direito do idoso, essa prerrogativa e essa utilidade, esse bem que a experiência e
maturidade trás a sociedade. Visto isso, é imprescindível que o Estado dê a atenção e
cuidado merecido a quem constrói e reconstrói a nossa história. História essa compos-
ta de saberes, vivências e tradições que os mais velhos passam de geração a geração.
Assim, não se trata de uma interpretação analógica, mas a própria letra da Lei,
o próprio Estatuto, a norma constitucional e infra constitucional expressa que a famí-
lia tem o dever de zelar pelo bem estar do idoso e é estendida a toda a sociedade. O
Estatuto do Idoso determina a obrigatoriedade, por exemplo, uma situação de maus
tratos e até mesmo de perigo contra um idoso, sob pena de responder criminalmente
por isso, então, não apenas a família, mas toda a sociedade responsável. No caso da
família, a legislação determina que o Estado deva supri-la dos recursos que forem
necessários ao atendimento médico, seja medicamento abaixo custo ou gratuito ou as-
sistência médica, prioridade em internação e ocupação preferencial em leitos hospita-
lares e infelizmente isso não tem acontecido nem sido cumprido. Infelizmente existem
famílias que colocam os seus idosos em segundo plano, sabendo que são os idosos que
nos fazem evoluir e desenvolver o mundo.
Um dos maiores problemas que hoje enfrenta a terceira idade e a total efetivação
do Estatuto do Idoso, é a falta de fonte de financiamento para cumprir as medidas
CAPÍTULO 9
DIREITOS FUNDAMENTAIS DO IDOSO CONSTITUÍDO SOB A LEI 10.741/2003 E AS GARANTIAS DE SUA EFETIVAÇÃO
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
166
previstas no Estatuto é uma falha grande e que “flerta” com a vontade política tan-
to a âmbito municipal como a âmbito estadual e até mesmo federal, embora que há
políticas públicas municipal, estadual e federal a fim de proteger o idoso, mas a falta
de recurso para cumprimento dessas políticas é um problema ainda enorme em nos-
sa sociedade para esta classe e que inibe muitas vezes as famílias de buscar o poder
público, exatamente pela falta de confiança por não acreditarem que o poder público
vai conseguir suprir. Às vezes se têm casos, como exemplo prático, de idosos que ne-
cessitam de curadores para serem interditados, mas não têm um membro da família
apto a ser curador daquele idoso, e é uma situação na qual o Estado deveria entrar
para suprir essa necessidade, mas infelizmente não há uma infraestrutura para isso,
deixando assim, o idoso a mercê da sorte, pois quem irá garantir o zelo pelos interesses
dele, pelo patrimônio e pela saúde e segurança desse idoso se não há um membro da
família apto para esta função e se o próprio Estado não interfere? Existe uma descon-
fiança, um descrédito por parte da sociedade no que tange ao poder público muito por
falta de política e falta de recursos e isto é um fato que nem mesmo com a entrada do
Estatuto pode ser mudada.
A idade de sessenta anos é mais adequada para classificar uma pessoa como ido-
sa, mesmo a média de vida tendo aumentado nos últimos anos, não nos esquecendo
jamais, por exemplo, que uma mulher de setenta ou oitenta anos hoje não é a mesma
que uma mulher de setenta ou oitenta anos há cinquenta anos atrás, mas, por outro
lado, a legislação precisava de um parâmetro, e num país de oito milhões de quilôme-
tros quadrados, você tem uma mulher de sessenta a sessenta e cinco anos de idade,
por exemplo, considerada bonita para os padrões da sociedade, que mora numa capi-
tal, no grande centro, que tenha acesso à cultura, saúde, qualificação, entretenimento,
cursos, lazer, ciclo de amigos, mas também se tem um Brasil da Amazônia, do Norte,
do interior, um Brasil de rincões onde as mulheres e homens da terceira idade não
tem a mesma assistência dos idosos do centro, é como se estes fossem os “idosos mais
idosos” do que aquela da cidade grande. Assim, a uniformização dos sessenta anos é
adequada, mas exige mudanças na sociedade que possa oferecer a todos sem distinção
de classe social uma melhor qualidade de vida, seja os idosos do centro da cidade aos
idosos do interior, pois há que se deixar claro que o Estatuto do Idoso eu garante os
direitos fundamentais a dignidade da pessoa na terceira idade não pertence apenas a
uma região, mas é único no Brasil inteiro e deve ser respeitado como tal.
Mesmo com o Estatuto em vigor desde 2003, não há uma cultura de respeito ao
idoso no Brasil, o que é assustador, pois há países tidos como desenvolvidos que tam-
bém não tem essa cultura, infelizmente, mas a maioria tem. A grande diferença é que
em alguns lugares o idoso é respeitado não por ser idoso, mas por ser cidadão, como
em alguns países onde a noção de cidadania, coletividade, civilização, bem público,
SOUZA, Margareth Nascimento de.
LUNA, Adriana Dornelas de.
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
167
Mas somos seres sociáveis e sociais, seres racionais e isso não deveria existir em
nosso meio, pois o idoso é um cidadão merecedor de toda a atenção e dignidade e ser
inserido no mesmo meio em que quando novo era valorizado e respeitado com todas
as limitações que ele tem e condições que lhes são dadas e que lhe devem ser outor-
gadas pelo Estatuto, pela sociedade, pelo Estado, mas que o respeito ao idoso começa
em casa para que nas demais esferas possa ser respeitadas e exigidas os direitos fun-
damentais e inerentes a sua dignidade. Começando em casa, o idoso terá condições de
ter qualidade de vida e cumprimento do que lhe garante o Estatuto, pois só assim a
família saberá junto a ele, cobrar do Estado o que de fato lhe é de direito.
A ONU prevê que até 2025 o Brasil esteja com 36 milhões de idosos, deixando-
-nos da sexta posição a nível mundial com o maior número de idosos, fator este, que se
dará pelo fato “avanço das ciências da saúde, sobretudo a medicina, permitindo com
isso que as pessoas alcancem a velhice com um equilíbrio físico e mental”. (Barros,
2002). Dessa forma, é imprescindível que cheguemos a este patamar nos orgulhando
de uma sociedade que prioriza, respeita e valoriza o idoso em todas as esferas sociais
e humanas e não apenas nos coloque em um patamar entre os países de maior número
de idosos se o que precisa ser priorizado ainda se refere ao respeito e a dignidade da
pessoa humana em sua velhice.
É importante salientar que Estatuto do Idoso é uma entre várias Leis que defi-
nem alguns direitos do idoso. Nem todos os direitos do idoso estão neste Estatuto,
muitos outros estão dispostos na Constituição Federal, como também no Código Civil
ou mesmo em Legislação esparsa. Após 15 anos da promulgação do Estatuto é que
esses direitos começaram a se aprimorar, através da Comissão de Defesa dos Direitos
da Pessoa Idosa, onde vários projetos foram enviados a toda a comissão em todas as
áreas. Alguns segmentos de idosos mais resistentes preferiam não mexer, deixando
como estava porque temiam perder direitos, o que na realidade não aconteceria, uma
CAPÍTULO 9
DIREITOS FUNDAMENTAIS DO IDOSO CONSTITUÍDO SOB A LEI 10.741/2003 E AS GARANTIAS DE SUA EFETIVAÇÃO
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
168
vez que foi promulgado em Lei. As alterações não diminuem nem retira os direitos
previstos no Estatuto, pois são alterações na área do transporte, habitação, trabalho
e emprego, porque uma série de sugestões foram sendo criadas e as comissões foram
apresentando e as mudanças sendo feitas. Essas Comissões separam os projetos por
temas que estão em tramitação e reúnem o que cada um tem de melhor e podem ser
agilizados e acelerados para que se possa ter até algumas correções que melhorem na
efetivação e cumprimento dos direitos estabelecidos e garantidos aos idosos mediante
a família, Estado e sociedade e essa são conquistas importantes.
3. Metodologia
Este artigo contou com a pesquisa bibliográfica e o estudo descritivo tendo como
principal sujeito de análise o idoso. Para Triviños, (1987, p. 112), “a pesquisa descritiva
exige do investigador uma série de informações sobre o que deseja pesquisar”.
Assim, buscou-se descrever fatos e situações vividas pelo idoso após a aprova-
ção do Estatuto do Idoso que entrou em vigor em outubro de 2003 e sua verdadeira
efetivação na vida dos sujeitos que compõe a terceira idade, bem como as principais
mudanças e inovações trazidas durante esses 15 anos de sua promulgação.
169
4. Resultados
Há mais de 50 anos o Brasil está sendo alertado por órgãos nacionais e interna-
cionais informando de que o país está envelhecendo e esse alerta trouxe para o estado
brasileiro o Estatuto do Idoso, criado pela Lei 10.741 e que ficou em tramitação no
Congresso Nacional durante sete anos, vindo a ser promulgado no dia 1º de outubro
de 2003. E foi só a partir desta data que o idoso começou a ganhar garantias e direitos
estabelecidos por lei, que vai desde os direitos civis, políticos, econômicos, sociais e
culturais. Apesar de todo o avanço após a criação do Estatuto do Idoso, a postura que a
sociedade e o governo tem adotado é ainda de não falar sobre o envelhecimento com a
mesma importância que se dá a outros assuntos cuja importância é relevante para esse
atual cenário brasileiro constituído por “mais avós do que netos”.
Embora o idoso viva a maior parte da vida dentro de uma família, a sua presença
tem sido um incomodo na realidade de muitos lares e hoje quem sofre mais com isso
são os idosos mais pobres e aqueles que têm dependências físicas e mentais, enquanto
o próprio estado brasileiro violenta o idoso quando ele promove um imaginário que
aterroriza os idosos, pois os coloca responsáveis pelos desequilíbrios das previdências,
das políticas sociais e de saúde. A defesa que todo cidadão deve fazer ao envelheci-
mento com dignidade e a defesa do direito à vida é uma etapa natural desde o seu nas-
cimento, pois só se envelhece bem se foi cuidado ao longo da vida, porque da célula à
sociedade, toda vida humana se encontra marcada pelo envelhecimento.
CAPÍTULO 9
DIREITOS FUNDAMENTAIS DO IDOSO CONSTITUÍDO SOB A LEI 10.741/2003 E AS GARANTIAS DE SUA EFETIVAÇÃO
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
170
de qualidade. Acesso a uma política que entenda o idoso e não chegue após dezesseis
anos da sua promulgação como se fosse uma novidade, porque é uma realidade que
merece ser discutida e respeitada.
Precisa-se que todas as políticas citadas no Estatuto digam o que estão fazendo
e se não fazem, porque não fazem e o que ainda falta para a sua integral efetivação. O
Estado deve averiguar se aquilo que o Estatuto estabelece, que o orçamento público
será destinado à pessoa idosa, está sendo cumprido, do contrário, a Lei estará sendo
descumprida e é dever de toda família e sociedade junto ao Estado fiscalizar para onde
está sendo investido o orçamento que é destinado para serem gastos com as políticas
de idosos.
É necessário ainda criar estruturas e isso é papel do Estado também, que poten-
cialize a aplicação do Estatuto no enfrentamento à violência, aos maus tratos, ao desca-
so, a falta de cuidados com a saúde e alimentação e a falta de moradia, pois o Estatuto
cria o artigo da denúncia, mas só denunciar não basta, é preciso enfrentar a violência
em suas múltiplas esferas e todas as políticas que tratam dessa questão deve sentar
à mesa e construir um plano de ação em enfrentamento à todos os tipos de violência
enfrentado pelo idoso. Um plano de ação que se responsabilize e que a família e a so-
ciedade participem e cobre.
171
CAPÍTULO 9
DIREITOS FUNDAMENTAIS DO IDOSO CONSTITUÍDO SOB A LEI 10.741/2003 E AS GARANTIAS DE SUA EFETIVAÇÃO
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
172
Nacional dos Idosos têm buscado apoio junto à sociedade, família e órgãos que se
preocupem com a sua total efetivação para um país equilibrado.
5. Considerações finais
Com o estudo sobre o Estatuto do Idoso que deu origem a este artigo, ficou claro
que mesmo diante de tantos avanços em favor dos idosos, o que falta hoje no Estatuto
são mecanismos que favoreçam a sua aplicação, tanto nas políticas como nas famílias.
Falta a construção de aplicadores que vão ajudar o Estado a perceber de fato o que
mudou e o que precisa melhorar e a participação dos conselhos de defesa e de cada
uma das políticas numa prestação de contas sobre a efetiva aplicação do Estatuto no
dia-a-dia e na realidade brasileira, onde precisa acontecer uma pactuação da atuação
dessas políticas garantindo esse pacto de envelhecimento ativo verdadeiramente as-
sumido pelo governo, que seria a criação de um plano de ação pelo enfrentamento a
violência e o trabalho assíduo no país de todos os órgãos responsáveis pela fiscalização
do cumprimento do Estatuto dos Idosos, pois se não tivermos uma estatura que cuide
do envelhecimento como causa, estaremos à mercê de sermos só mais uma política
entre tantas políticas. E a forma que o Estatuto tem sido tratado ainda é muito frágil e
não condiz com a grandeza e o respeito que a população idosa desse país merece.
Hoje o país está entre duas categorias de acordo com o Conselho Nacional dos
Idosos: pessoas que são idosas e as pessoas que serão idosas, assim, não basta o ido-
so defender seu envelhecimento, a luta pelo envelhecer com dignidade deve ser de
todo cidadão brasileiro, até por aqueles que ainda não nasceram. O estado brasileiro
precisa responder pelos idosos de hoje, mas precisa melhorar e atuar num país que
está envelhecendo e só o Estatuto não é ainda a garantia que os nossos idosos estejam
satisfeitos com seus direitos de fato efetivados ao ponto de um dia, quem sabe, não
mais precisarem recorrer às Leis para serem dignamente respeitados e honrados como
parte indestrutíveis e fundamentais na construção da memória que contará às futuras
gerações a história desse país.
Referências
BRAGA, Pérola Melissa Vianna. Direitos do Idoso de acordo com o Estatuto do Ido-
so. São Paulo: Quartier Latin do Brasil, 2005.
BRASIL. Lei Nº. 10.741 de 01 de outubro de 2003, que aprova o Estatuto do Idoso e
dá outras providências. Brasília: 2004
173
SIQUEIRA, Renata Lopes e ET. AL. A velhice: algumas considerações teóricas e con-
ceituais. In: Ciências & Saúde Coletiva, 2002 p.899-905.
CAPÍTULO 9
DIREITOS FUNDAMENTAIS DO IDOSO CONSTITUÍDO SOB A LEI 10.741/2003 E AS GARANTIAS DE SUA EFETIVAÇÃO
174
CAPÍTULO 10
DOI: 10.46898/rfb.9786599152498.10.
176
Resumo
E ste material tem como objetivo enfatizar a importância dos modelos de ges-
tão para a administração pública, dando ênfase ao foco gerenciador desse
processo evolutivo, partindo do patrimonialismo até a ascensão do modelo gerencial.
visto que cada tipo de gestão pública teve seu papel significativo para o desenvolvi-
mento de modelos que se fizeram essenciais para a administração do Estado. Nesse
sentido, far-se-á necessário uma visão ampla sobre a temática em estudo, Do Patri-
monialismo a Gestão Pública Gerencial: A Evolução Necessária. A temática dará re-
levância a um novo olhar a forma de administrar o Estado, apontando mudanças que
proporcionaram uma reflexão sobre sua atuação no mundo globalizado. Portanto, o
estudo contempla os três modelos de gestão: o patrimonialismo, o burocrático e o ge-
rencialismo, sabendo-se que estes têm características diferentes, mas compatíveis com
seu modelo de gestão. Portanto, foi feita uma pesquisa de cunho bibliográfico funda-
mentada na fala de estudiosos que nortearam a ampliação de conhecimentos sobre os
supracitados modelos de gestão pública.
Abstract
This material aims to emphasize the importance of management models for pu-
blic administration, emphasizing the managerial focus of this evolutionary process,
starting from patrimonialism until the rise of the managerial model. since each type of
public management had a significant role in the development of models that became
essential for the administration of the State. In this sense, it will be necessary to have
a broad view on the subject under study, From Patrimonialism to Public Management
Management: The Necessary Evolution. The theme will give relevance to a new look at
the way of administering the State, pointing out changes that provided a reflection on
its performance in the globalized world. Therefore, the study contemplates the three
management models: patrimonialism, bureaucratic and managerialism, knowing that
these have different characteristics, but compatible with their management model.
Therefore, a bibliographic research was conducted based on the speech of scholars
who guided the expansion of knowledge about the aforementioned public manage-
ment models.
177
Introdução
Sendo assim, a evolução dos modelos de gestão pública foi essencial no processo
administrativo, apresentando um novo olhar para gestão.
Dessa forma, será indispensável fazer a conexão do objetivo geral com os objeti-
vos específicos como: apresentar o modelo patrimonialista como oponente da demo-
cracia; descrever o paradigma burocrático, ascensão e queda; expor o modelo geren-
cial e seu imperativo na contemporaneidade.
Portanto esse estudo será elaborado em quatro capítulos, tendo como título: O
Patrimonialismo; O Paradigma Burocrático; O Modelo Gerencial e o quarto será a me-
todologia descrita à luz dos teóricos estudados.
1. O patrimonialismo
Nos dias atuais, muito tem se discutido sobre gestão pública e sua evolução.
Ela é dividida em três fases: patrimonialista, burocrática e gerencial. O modelo patri-
CAPÍTULO 10
DO PATRIMONIALISMO A GESTÃO PÚBLICA GERENCIAL: A EVOLUÇÃO NECESSÁRIA
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
178
Analisando a gestão pública e a sua evolução, sendo a sua primeira fase o patri-
monialismo, faz-se necessário entender suas características embasadas em elementos
típicos do modelo da gestão patrimonialista que são: autoridade centrada no poder
soberano de uma única pessoa; monopólio na definição das estratégias; ausência da
participação do povo; organização política voltada para um governo hereditário e vi-
talício em benefício próprio.
Sendo Assim, Santos (2014 p.356) afirma que: Era o modelo de administração
pública [...] em que o patrimônio e os serviços públicos eram usados pelos governantes
e pelos servidores como seu patrimônio particular, para garantir vantagens pessoais.
Outrossim, dá-se ênfase a fala de Vélez Rodríguez, (2006, p.13) que diz
A expressão mais extremada do patrimonialismo é, para weber, a patriarcal, que é
caracterizada como pré-burocrática. Nela a autoridade se baseia na submissão ao
pater-famílias em virtude de uma devoção rigorosamente pessoal. A expressão ori-
ginal do patriarcalismo é a autoridade paterna no seio da comunidade doméstica. O
patrimonialismo é uma extensão dessa autoridade tradicional para além das fron-
teiras do lar, conservando os traços domésticos de uma administração não racional.
179
2. O paradigma burocrático
CAPÍTULO 10
DO PATRIMONIALISMO A GESTÃO PÚBLICA GERENCIAL: A EVOLUÇÃO NECESSÁRIA
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
180
medida em que era encarado como uma ferramenta capaz de viabilizar a racionali-
dade técnica e a divisão social do trabalho.
Mediante a colocação de Weber, podemos afirmar que esse novo paradigma tem
como princípio garantir os direitos da população, de modo a seguir as normas formais
dentro da lei, evitando a ocorrência dos erros que aconteciam no patrimonialismo.
Dentro desse contexto, a inserção desse novo paradigma no Brasil foi de grande
valia para o serviço público visto que a entidade pública desfruta sempre de funcio-
nários qualificados para atender a população. Nesse sentido, existe uma análise de
desempenho do servidor público, evitando assim o comodismo, garantindo ao órgão
público o direito do desligamento do funcionário, no caso dele não exercer seus servi-
ços de forma adequada.
181
No decorrer dos anos, a evolução da gestão pública vem sendo estudada e dis-
cutida. A burocracia, por sua vez, é um modelo muito questionado, considerado com
muitos entraves. Entretanto, é valido salientar que a contribuição da burocracia para
a administração pública brasileira, garante o cumprimento das regras vigentes com
responsabilidade, obedecendo aos procedimentos que forem necessários no processo
de uma determinada atividade pública: a contratação de funcionários e a compra de
bens ou serviços. Sendo estas realizadas mediante os processos licitatórios pré-estabe-
lecidos, evitando o desvio de verbas e garantindo que todos os recursos públicos sejam
destinados a população.
A grande crise econômica do estado teve origem nos anos 70, mas só assumiu
caráter definitivo nos anos 80, tendo em vista algumas reformas que sucederam a um
ajuste na estrutura econômica do mesmo.
Segundo a fala de Pereira (1998), podemos afirmar que a crise do estado culmi-
nou na queda modelo burocrático visto que, com a globalização que estava ocorrendo,
ameaçava o estado de perder o seu controle econômico e social, fazendo-se necessário
uma nova reforma do estado.
CAPÍTULO 10
DO PATRIMONIALISMO A GESTÃO PÚBLICA GERENCIAL: A EVOLUÇÃO NECESSÁRIA
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
182
Dentro desse contexto, o Estado não estava conseguindo reverter tal crise, o aces-
so ao crédito estava restrito, dificultando a população superar aquele momento pelo
qual estava passando. Sendo assim, em 15 de março de 1990, Fernando Collor assume
a Presidência e coloca em prática um plano restritivo para a economia. Durante um pe-
ríodo de 18 meses, ele congelou as poupanças com valores acima de 50 mil cruzeiros,
tentando assim controlar a hiperinflação. Segundo Heron do Carmo “Entre dezembro
de 1989 e março de 1990, a inflação saiu de uma taxa em torno de 50% ao mês para a
faixa de aproximadamente 100% ao mês”.
Dessa forma o plano inserido por Fernando Color tinha como objetivo amenizar
a inflação, para isso ele congelou a poupança e os salários, meio encontrado para re-
duzir os preços que estavam em alta, e conseguir uma retomada econômica do país.
Sendo assim, houve um entendimento sobre a crise econômica, de que modo ela
estava afetando a economia brasileira, onde o país estava enfrentando uma crise fiscal
e econômica.
183
ção do novo paradigma, uma vez que, o mesmo tem como premissa diminuir os cus-
tos, tornando a administração pública mais eficiente e assim destinar os recursos para
atender aos anseios da população como: saúde, educação, infraestrutura e segurança.
Nesse sentido, com base na afirmação de Chiavenato, pode-se afirmar que o mo-
delo de gestão gerencial tem como característica marcante a busca pela eficiência, ou
seja, fazer mais com menos conseguindo assim atingir os seus objetivos com uma re-
dução de custos que o modelo busca, para isso o modelo desenvolve um controle sobre
os custos públicos, evitando assim custos desnecessários, e com essa economia gerada
o gestor público pode destinar as verbas de forma mais eficiente, alocando recursos
nas áreas que tenham uma maior prioridade e buscando atender as expectativas da
população.
CAPÍTULO 10
DO PATRIMONIALISMO A GESTÃO PÚBLICA GERENCIAL: A EVOLUÇÃO NECESSÁRIA
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
184
Nesse sentido, a reforma gerencial procura obter resultados valiosos com a des-
centralização dos níveis organizacionais e flexibilidade nas relações entre eles em bus-
ca de uma ascensão econômica voltada para o bem comum da sociedade.
Outrossim, sabe-se que toda reforma com medidas radicais gera pontos positivos
e negativos.
Nesse sentido, fica claro que toda e qualquer reforma tende a ser reavaliada à
medida que é implementada, procurando diagnosticar problemas ou não existentes.
185
Nesse sentido, foi no governo de Fernando Henrique Cardoso que foram firma-
das algumas decisões como, a criação do MARE (Ministério da Administração Federal
e Reforma do Estado) que colocou em prática o PDRAE (Plano Diretor da Reforma do
Aparelho do Estado). Dessa forma vale ressaltar a fala de Raphael Schickmann 2016,
que aponta como objetivos principais do PDRAE
A modernização das máquinas estatais nos três níveis de federação (municipal, es-
tadual e federal) para ganhos de eficiência e contribuição para o ajuste fiscal pro-
movido pelo governo, por meio de redução de possível excesso de servidores em
determinados órgãos, fixação de textos de remuneração, bem como alteração em
regras bem como alteração em regras de aposentadoria dos servidores.
Nos dias atuais, a população está cada vez mais ligada aos gastos públicos e para
onde eles são destinados.
CAPÍTULO 10
DO PATRIMONIALISMO A GESTÃO PÚBLICA GERENCIAL: A EVOLUÇÃO NECESSÁRIA
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
186
Com base na afirmação citada acima, pode-se dizer que a prestação de contas dos
resultados das ações do governo deve ser feita para firmar a transparência e o compro-
misso assumido por ele implementação de políticas públicas favoráveis à sociedade
que, por sua vez, tende a fiscalizar as entradas de verbas no estado através do portal
da transparência.
Metodologia
Conforme Almeida (2011, p.27) diz que “[...] a metodologia da pesquisa, que cor-
responde a um conjunto de procedimentos adotados em estudos aos quais se atribui a
confiabilidade do rigor científico”.
187
Considerações finais
Nesse sentido, foi dado ênfase aos tipos de gestão: patrimonialista, burocrática
e gerencial para melhor compreensão da história socioeconômica do país visto que as
mudanças entre eles foram surgindo com as necessidades prioritárias do Estado e da
Sociedade.
Referências
ALMEIDA, Mário de Souza. Elaboração de projeto, TCC, dissertação e tese: uma
abordagem simples, prática e objetiva - São Paulo: Atlas, 2011.
188
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 4. ed. [S.I.]: Editora da Universida-
de, 1963.
PEREIRA, Luiz Carlos Bresser. Reforma do Estado para a cidadania: a reforma ge-
rencial brasileira na perspectiva internacional – São Paulo: 34 ed. Brasília: ENAP,
1998.
SANTOS, Clezio Saldanha dos. Introdução à gestão pública. 2. ed. – São Paulo: Sa-
raiva, 2014.
PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO NA
GESTÃO MUNICIPAL
DOI: 10.46898/rfb.9786599152498.11.
190
Resumo
E ste artigo apresenta uma discussão teórica que parte das pesquisas realizadas
nos trabalhos de já executados como o Orçamento Participativo realizado na
cidade do Recife possui relevante tradição na implementação de programas institucio-
nalizados de participação popular na gestão pública municipal. Esse trabalho apresen-
ta uma análise comparativa entre os processos de participação implementados pelos
governos do Partido dos Trabalhadores ao longo de três gestões consecutivas (2001-
2012) e pelo Partido Socialista Brasileiro (2013-2016). Também o estudo do charrette
de sucesso promove a propriedade conjunta de soluções e tenta neutralizar atitudes
típicas de confronto entre residentes e desenvolvedores. Charrettes tendem a envolver
pequenos grupos, no entanto, os residentes participantes podem não representar to-
dos os residentes nem ter autoridade moral para representá-los. Por fim apresenta-se
um estudo planejamento participativo da comunidade na gestão pública municipal.
Abstract
This article presents a theoretical discussion that part of the research carried out
in the works already carried out, such as the Participatory Budget carried out in the
city of Recife, has a relevant tradition in the implementation of institutionalized pro-
grams of popular participation in municipal public management. This work presents a
comparative analysis between the participation processes implemented by the gover-
nments of the Workers’ Party over three consecutive administrations (2001-2012) and
by the Brazilian Socialist Party (2013-2016). The study of the successful charrette also
promotes joint ownership of solutions and attempts to neutralize typical attitudes of
confrontation between residents and developers. Carts tend to involve small groups,
however, participating residents may not represent all residents or have the moral
authority to represent them. Finally, a study of participatory community planning in
municipal public management is presented.
1. Orçamento participativo
191
mente para a sociedade. Com isso a sociedade civil passa a ocupar espaços que antes
lhe eram “furtados”.
CAPÍTULO 11
PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO NA GESTÃO MUNICIPAL
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
192
2. Charrette
193
CAPÍTULO 11
PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO NA GESTÃO MUNICIPAL
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
194
pela escola), todos os alunos devem colocar seus “lápis” e parar de trabalhar. Os alunos
então apresentam seu trabalho a colegas e professores em uma apresentação crítica.
O QUE É LICITAÇÃO?
195
Para uma gestão proba as ações da edilidade devem andar de acordo com a ne-
cessidade dos munícipes. Por esse motivo o planejamento se faz tão essencial para
ações eficientes e eficazes. Outrossim, as visões supra expostas são de extrema impor-
tância para a aplicação de uma inovação na gestão, não esquecendo dos projetos já
implantados e por algum motivo não continuado ou adequado para realidade.
Diante do cenário atual de total descrédito da população nos políticos e nas ges-
tões, esse é um momento ideal para conduzir abrindo as portas dos planejamentos das
gestões.
Assim, o que o planejamento nos traz um cenário “cool”, pois favorece a comu-
nicação, permite o planejamento do orçamento público, nos deixa mais próximo do
mercado, assegura a tomada das decisões, fortalece o relacionamento dos servidores,
minimiza os atritos no ambiente de trabalho e proporciona uma melhor interação dos
servidores municipais da edilidade.
Qual será os benefícios do planejamento bem feito. Esses atos de planejar tão
implícitos em nossas mentes tornam-se, um pouco complexo quando vamos pôr em
prática, pois mesmo sendo uma ação intrínseca do ser humano razoável, o tempo que
se gasta com o planejamento sempre é tido como desperdício, além de trabalhoso, por
ser uma ação onde se deve reunir uma associação de servidores da edilidade a fim de
elaborar prestimoso trabalho de planejar.
5. Planejamento integrado
CAPÍTULO 11
PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO NA GESTÃO MUNICIPAL
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
196
cargo eletivo do poder executivo. Toda via as promessas serem rotineiras a prática é
escassa, e sempre esquecida quando o em outrora candidato se torna o eleito.
Diante do cenário atual e da descrença em seus índices mais elevados de toda his-
tória política de nossa nação, devemos vislumbrar um horizonte com projetos que en-
volvam a sociedade civil nas decisões dos gestores públicos. De que forma poderemos
fazer isso acontecer? “Está aí uma boa pergunta”, para tanto teremos que apresentar
uma boa resposta. Vejamos, ao analisar o discorrido nos trabalhos dos “orçamentos
participativos e nos trabalhos de charrettes”, este trabalho buscou mesclar as ideias e
preparar uma ação semelhante aproveitando o melhor de ambos trabalhos.
197
No prazo determinado de 7 (sete) dias, com reuniões diárias com discussões so-
bre a viabilidade e necessidade de todas sugestões trazidas pelos pleitos dos morado-
res, chegando ao dia “D” o último dia de assembleia onde será determinado a ação que
será objeto do projeto da edilidade para aquela localidade, iniciará a parte interna do
procedimento licitatório.
Ainda para uma melhor clareza e eficiência e antes da etapa inicial do procedi-
mento licitatório na sua normalidade. Esse estudo propõe uma resposta para os re-
presentantes participantes da assembleia e para todos daquela comunidade, seguindo
da seguinte maneira, após concluída a etapa da assembleia e decidido a ação que será
tomada “obra a executar” a equipe da secretaria de Obras terá uma escala de prazo
para apresentar o projeto da futura obra. Em consulta ao Dr. Saulo Davi de Lima Silva,
Engenheiro Civil, nos foi informado que há cenários diversos para execução de cada
projeto de obras, mas poderemos balizar nos seguintes prazos do quadro a seguir:
CAPÍTULO 11
PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO NA GESTÃO MUNICIPAL
GESTÃO PÚBLICA: ENSAIOS TEÓRICOS - 2ed.
198
Referências
AMORIM, Victor Aguiar Jardim de. Licitações e contratos administrativos: teoria e
jurisprudência.
OLIVEIRA, Rafael Sérgio Lima de. AMORIM, Victor Aguiar Jardim de. Pregão Ele-
trônico Comentários ao Decreto Federal n°10.024/2019. Belo Horizonte: Fórum, 2020.
TORRES, Ronny Charles Lopes de. Leis de licitações comentadas. 6° edição. Salva-
dor: Jus Podivm, 2014.
TORRES, Ronny Charles Lopes de. MARRY, Michelle. Regime Diferenciado de Con-
tratações – RDC. Salvador: Jus Podivm, 2014.