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27/11/2021 12:54 Análise de índices e indicadores financeiros

Análise de índices e indicadores financeiros


Finanças e Orçamento

1.
Introdução
As publicações contábeis nos apresentam uma gama de informações relevantes. Algumas são de
rápida visualização e não exigem uma tratativa mais robusta dos dados para obtermos um
entendimento.

Temos como exemplo a leitura e Lucro Líquido dentro do DRE. A informação já está lá consolidada
para gente e, assim, saberemos quase que imediatamente se a empresa foi lucrativa ou não.

De maneira semelhante, ao bater o olho no Balanço Patrimonial você é capaz de identificar a


disposição dos ativos e passivos da empresa e inferir sobre sua situação.

Para uma leitura indireta, utilizamos a técnica de análise vertical e horizontal; temos um primeiro
tipo de manipulação de dados – e aqui nos referimos à manipulação como tratativa dos dados a fim
de obter uma leitura mais aprofundada dos dados.

Porém, até a referida técnica não é capaz de ir no máximo de detalhe que estas publicações têm a
oferecer. Os índices e indicadores são então mais um pool de ferramentas à disposição para
extração de informações.

Antes de apresentarmos quais são indicadores e índices, vamos definir alguns conceitos a seguir.

Índice é uma construção realizada dentro de um campo de estudo que visa demonstrar o
estado de uma determinada variável.
Indicador é um modelo quantitativo simples e usual de medir de maneira agregada
determinado variável.

Sugerimos que consulte o material para conhecer mais sobre índices e indicadores neste link.

Uma vez que alinhamos o que é um índice e um indicador, vamos ver como podemos utilizá-los em
nossos estudos sobre a situação da empresa.

Existem algumas variáveis chaves que merecem atenção quando falamos de conhecer uma empresa.
São elas:

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1. Liquidez;
2. Endividamento;
3. Rentabilidade;
4. Alavancagem;
5. Prazos Médio e Capital de Giro.

Cada categoria tem um aspecto especial a ser estudado e o somatório de todos nos fornece uma
visão global da situação da empresa. Neste Tópico, estudaremos os principais existentes dentro das
categorias apresentadas, exceto pela alavancagem, que será estudado em tópico específico.

2.
Índices de liquidez

Liquidez.

Os índices de liquidez são responsáveis por mensurar a empresa em função da sua capacidade de
utilizar os recursos do ativo para realizar o pagamento das obrigações – de curto e longo prazo -
assumidas.

A regra geral destes índices é:

Quanto maior for o índice, melhor a situação

Repare o destaque na palavra “geral”. Isto quer dizer que é uma regra generalista e serve para
basear a situação da empresa de maneira ordinária. Todo excesso, até de liquidez, leva a prejuízos.

Por avaliar os ativos, um alto índice de liquidez pode indicar:

I. Retenção de estoques: a empresa que não gira seus estoques tende a ter pior rentabilidade da
operação, está com estrutura operacional desalinhada de sua necessidade;
II. Retenção desnecessária de ativos: a empresa poderia estar empregando melhor seus ativos ou
está com ativos ociosos que não estão gerando resultados.

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Mas, de maneira macro, podemos falar que a situação da empresa será mais confortável à medida
que os índices de liquidez forem maiores e, assim, utilizar este direcionador quando estudamos esta
categoria de índice.

ÍNDICE DE LIQUIDEZ GERAL (ILG)

Quando falamos de geral, estamos falando do todo. Portanto, este índice é responsável por nos
mostrar a situação da empresa em relação ao pagamento de passivos de curto e de longo prazo.

O índice é mostrado para nos mostrar o quanto de ativos existe para cada unidade de passivo. De
maneira lúdica, o quanto de R$ existe para cada R$ 1,00 de dívida.

Sua fórmula é:

Este índice é a primeira medida de avaliação que se faz e mostra a situação agregada da empresa,
revelando se existe a capacidade de pagamento de todos os compromissos.

Contudo, você deve ter notado que o ILG não diz muito sobre a situação da empresa em momentos
diferentes, como o curto prazo. Então, sua apuração por si só não é suficiente para explicar o
agregado da empresa em termos de liquidez.

ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE (ILC)

Este índice de liquidez nos presenteia com a situação da empresa em relação ao passivo de curto
prazo.  Em outras palavras, nos mostra o quanto de ativo de curto prazo existe para cobrir uma
unidade monetária (R$ 1,00) de passivo de curto prazo.

Sua fórmula é:

A título de curiosidade, temos uma relação interessante entre a Liquidez Corrente e o Capital
Circulante Líquido (CCL).

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Fique ligado!
Capital Circulante Líquido (CCL) é a diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante, definido
pela fórmula CCL = AC – PC.

Valor da liquidez corrente Situação do CCL

Maior que 1 O CCL será positivo

Igual a 1 O CCL será nulo

Menor que 1 O CCL será negativo

Essa relação direta entre o ILC e CCL nos mostra que, quanto maior for a liquidez corrente, maior
será a capacidade da empresa em financiar sua necessidade de capital de giro.

ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA (ILS)

Pode parecer estranho numa leitura mais superficial as palavras “Liquidez Seca”, mas este índice
nos mostra a fração monetária do ativo circulante capaz de pagar o passivo de curto prazo.

Confuso? Talvez a fórmula ajude a entender:

Ou seja, estamos medindo o quanto de disponibilidades monetárias (ou seja, tudo aquilo que não é
estoque) do ativo existe para pagar o passivo de curto prazo.

ÍNDICE DE LIQUIDEZ IMEDIATA (ILI)

Aqui, estamos preocupados em medir somente o quanto de passivo será quitado com as
disponibilidades (caixa e aplicação financeira, apenas) da empresa.

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Este índice costuma ser baixo, pois as empresas não tendem a manter fortes volumes de caixa e
aplicações, já que os recursos são empregados na operação. Repare que, diferentemente do ILS,
aqui só tratamos as disponibilidades de curto prazo no quociente da equação.

Para finalizar o estudo dos índices de liquidez, fornecemos uma tabela resumo:

3.
Índices de endividamento

Endividamento.

Estudaremos agora os índices que mostram a estrutura de capital da empresa. Ou, em outras
palavras, o grau de endividamento da instituição. Lembrando o que aprendemos em tópico
anterior: o lado do passivo é como a empresa toma recursos para financiar suas operações.

Portanto, quando fazemos o estudo da estrutura de capital, fazemos o trabalho de entendimento


sobre a forma como a empresa se financia.

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GRAU DE ENDIVIDAMENTO (GE)

Este índice nos mostra qual o percentual de capital de terceiros existe em cada uma unidade
monetária (R$ 1,00) aplicados no ativo.

De maneira matemática:

Aqui, o direcionador geral que temos é do tipo quanto menor, melhor! Mas, tenha em mente
que estamos falando de algo generalizado e que o conhecimento aprofundado da empresa vai além
deste direcionador.

DEPENDÊNCIA FINANCEIRA (DF)

Já o índice de dependência financeira nos apresenta a quantidade de passivo exigível existe para
cada unidade monetária do patrimônio líquido.

De maneira matemática:

Novamente, o direcionador geral será do tipo quanto menor, melhor! Isto sem levar em
consideração que estamos falando de algo generalizado e que o conhecimento aprofundado da
empresa vai além deste direcionador.

COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO (CE)

A composição do investimento é o índice que nos mostrará o percentual da dívida com terceiros que
é de curto prazo. Desta maneira, saberemos a concentração de dívida com terceiros em função do
tempo.

De maneira matemática:

A exemplo dos demais índices de endividamento, temos como direcionador geral o tipo quanto
menor, melhor! Isto sem levar em consideração que estamos falando de algo generalizado e que
o conhecimento aprofundado da empresa vai além deste direcionador.

GRAU DE IMOBILIZAÇÃO DO CAPITAL PRÓPRIO (GICP)

Índice responsável por mostrar o quociente existente entre o ativo fixo e o patrimônio líquido.
Deste modo, temos o percentual de capital próprio que está imobilizado pela empresa.

De maneira matemática:

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Tal qual os demais índices de endividamento, temos como direcionador geral o tipo quanto
menor, melhor!

GARANTIA DO CAPITAL DE TERCEIROS (GCT)

Nos mostra o quanto de patrimônio líquido (recursos dos sócios) existe para cada unidade (R$
1,00) de dívida exigível com terceiros.

De maneira matemática:

Tal qual os demais índices de endividamento, temos como direcionador geral o tipo quanto
menor, melhor!

Para finalizar o estudo dos índices de endividamento, fornecemos uma tabela resumo:

4.
Índices de rentabilidade

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Rentabilidade.

O terceiro grupo de índices que iremos estudar está focado em analisar a rentabilidade da empresa.
Para tanto, passaremos a utilizar dados disponíveis no Balanço de Pagamento e no Demonstrativo
de Resultados do Exercício (DRE).

O contexto geral destes índices é do tipo quanto maior, melhor!

RETURN ON EQUITY (ROE)

Este índice é utilizado para medir a rentabilidade gerada por unidade do patrimônio líquido da
empresa. O ponto crucial do ROE é ser um indicador de eficiência do dinheiro dos sócios.

De maneira matemática:

Onde o Lucro Líquido (LL) é acumulado de doze meses e o PL é apurado ao final deste mesmo
período. Note que, para duas empresas do mesmo setor e mesmo Patrimônio Líquido, aquela que
apresentar maior lucro líquido terá maior rentabilidade.

O destaque em “empresas do mesmo setor” serve para lembrá-lo que este indicador não serve para
comprar empresas de setores e segmentos diferentes. Também devemos ter em mente que, por
comprar o resultado da empresa contra seu patrimônio líquido, o ROE é utilizado principalmente
pelos sócios.

Obviamente, isto ocorre, porque o PL é o próprio dinheiro dos acionistas que está aplicado na
empresa e nada mais justo que o sócio saber em quanto está sendo rentabilizado.

Para saber mais sobre o ROE, acesse este link.

RETURN ON ASSETS (ROA)

Este índice é utilizado para medir a rentabilidade gerada por unidade do ativo total da empresa. O
ponto crucial do ROA é ser um indicador de eficiência dos ativos da empresa.

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De maneira matemática:

Onde o Lucro Líquido (LL) é acumulado de doze meses e o Ativo Total (AT) é apurado ao final deste
mesmo período. Note que, para duas empresas do mesmo setor e mesmo AT, aquela que
apresentar maior lucro líquido terá maior rentabilidade.

O ROA é fundamental na mensuração da capacidade da empresa em gerar lucro a partir de seus


ativos e, por consequência, está ligado à medição de rentabilidade da operação da empresa.

Por isso, você também pode calcular o ROA a partir das seguintes fórmulas:

Para saber mais sobre o ROA, acesse este link.

RETURN ON INVESTMENT (ROI)

Este índice é utilizado para medir a rentabilidade gerada por unidade de um determinado
investimento, independentemente da forma de captação do recurso.

Aqui, iremos avaliar o quanto de retorno um determinado investimento gerou para aqueles que
dispuseram de recursos na sua execução.

Se pensarmos em uma empresa que realiza vários investimentos em produtos e serviços diferentes,
podemos calcular o ROI do projeto como:

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Assim, é possível saber quanto cada R$ 1,00 deste projeto gerou de retorno aos investidores. Se
pensarmos em uma empresa, em seu agregado, também será possível calcular o ROI.

De maneira matemática:

Onde os investimentos serão calculados através da diferença do Ativo Total com o passivo de
funcionamento.

Para saber mais sobre o ROI, acesse este link.

Para finalizar o estudo dos índices de endividamento, fornecemos uma tabela resumo:

5.
Conclusão
A utilização de índices constitui uma técnica complementar para avaliação da empresa. Enquanto a
análise horizontal-vertical forma a primeira linha de análise, os índices revelam com maior clareza
e profundidade aspectos relevantes da empresa.

Ao se usar em conjunto, os índices de rentabilidade, liquidez, endividamento e alavancagem dão


subsídios suficientes para tomada de decisão empresarial e de investimentos.
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6.
Referências
GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 12. ed. São Paulo, SP:
Pearson, 2010. xxiii, 775 p.

7.
Saiba +
Este material foi produzido a partir das referências abaixo. Caso tenha interesse em aumentar seu
conhecimento sobre o assunto, fique à vontade para consultá-las.

ROSS, Stephen A. et al. Administração financeira. 10. ed. Porto Alegre, RS: AMGH, 2015. xxvii,
1196 p.

FORTUNA, Eduardo. Mercado financeiro: produtos e serviços. 18. ed. rev. atual. e ampl. Rio de
Janeiro, RJ: Qualitymark, 2011. xxxii, 986, [1] p.

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