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1.
Introdução
Como saber se uma empresa está performando conforme o esperado? De que maneira podemos
saber se uma empresa está melhor que seus concorrentes? Por fim, como é feita a avaliação de uma
empresa, independentemente de seu ramo de atuação?
A resposta para todas essas perguntas é, de maneira mais fundamental, uma: através das
informações que temos a respeito desta empresa. O subsídio informacional é o mais importante
fator para avaliação e tomada de decisão em qualquer empresa.
Pensando nisso, as empresas consolidam suas informações em relatórios que detalham a situação
da empresa. Estes relatórios são de interesses dos stakeholders, a saber:
Gestores;
Contadores;
Órgãos públicos;
Receita federal;
Credores;
Fornecedores;
Bancos e instituições financeiras;
Analistas de mercado;
Público em geral.
Stakeholders são todos os agentes que formam um grupo de interesse em relação à determinada
informação, desempenho ou gestão.
Existem, ao menos, cinco publicações que as empresas podem fazer. Em geral, são publicados os
relatórios:
https://cead.uvv.br/graduacao/conteudo.php?aula=demonstracoes-financeiras-e-indicadores-economicos&dcp=financas-e-orcamento&topico=4 1/10
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2.
O Balanço Patrimonial (BP)
O Balanço Patrimonial – BP – é um relatório muito divulgado até fora do meio de finanças. É
comum ver publicações em jornais físicos e em páginas específicas da internet.
Este relatório apresenta a posição da empresa em termos patrimonial em uma determinada data
(ou posição patrimonial, como costuma ser falado no mercado). Uma palavra deve nos chamar
atenção: posição.
Isto quer dizer que o BP é um relatório estático e que demonstra, num dado período, como estava a
situação da empresa em termos de patrimônio. É importante ter em mente que, no dia seguinte,
essa posição pode ter mudado.
Por ser um relatório, o BP é uma estrutura pensada em refletir a realidade da empresa e é feito,
basicamente, no formato de um “quadro” com três divisões:
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É muito comum a utilização de siglas para identificar esses documentos, então, fique atento ao
conteúdo apresentado e suas respectivas siglas.
1. ATIVOS (AT): do lado esquerdo, ficam os ativos, que nada mais são que os bens e direitos que
a empresa possui. É a partir do controle dos ativos que a empresa espera receber benefícios
econômicos no presente e no futuro.
Os ativos são organizados em ordem de liquidez de maneira que os ativos mais líquidos são
elencados primeiro (no alto do quadro) e os ativos menos líquidos são elencados por último (na
parte de baixo do quadro).
1.2 ATIVOS NÃO CIRCULANTES (ANC): aqui, a gente irá registrar os bens e direitos duradouros,
de longo prazo e que possuem a finalidade de funcionamento regular da empresa. Eles não são
convertidos em direito no curto prazo e possuem características de ativos permanentes, podendo
ainda ser subdivididos em:
Realizável de longo prazo (RLP): são os bens e direitos que podem ser convertidos em dinheiro
após o próximo exercício social (geralmente, um ano);
Investimentos: estamos falando da participação societária em outras empresas e negócios,
terrenos, obras de arte. Em suma, são os bens e direitos que não utilizados diretamente na
operação da empresa;
Imobilizado: neste item, são registrados os ativos tangíveis – corpóreos – que a empresa utiliza
em sua operação, manutenção e funcionamento operacional. Por exemplo: veículos e
equipamentos;
Intangível: já neste item, nós iremos registrar os bens e direitos não corpóreos necessários à
manutenção da empresa. Por exemplo: marcas e direitos autorais.
2. PASSIVO (PV): No lado direito, são registros todos os deveres e obrigações presente da
empresa e que, por consequênciaa, irão gerar despesas e desembolso de recursos no futuro. Em
“miúdos”, é onde nós registramos tudo o que a empresa tem a desembolsar e que afetará o
ativo.
https://cead.uvv.br/graduacao/conteudo.php?aula=demonstracoes-financeiras-e-indicadores-economicos&dcp=financas-e-orcamento&topico=4 3/10
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Tal qual o ativo, o Passivo é ordenado por ordem de exigibilidade. Isso quer dizer que os passivos
que tenho que pagar no curto prazo são elencados primeiro (no alto do quadro) e os passivos que
tenho que pagar mais no futuro estão elencados por último (no final do quadro).
2.1 PASSIVO CIRCULANTE (PC): tudo aquilo que a empresa tem de obrigação a ser realizada no
próximo exercício social – geralmente um ano. Exemplos que temos: fornecedores, salários,
empréstimos e tributos.
2.2 PASSIVO NÃO CIRCULANTE (PNC): são aquelas obrigações com vencimento em período
maior que o próximo exercício social. Um exemplo são os exigíveis de longo prazo.
Note que o passivo é formado de obrigações da empresa para com terceiros, ou seja, com
entidades que não aquelas proprietárias e pertencentes ao quadro social da empresa.
Capital Social;
Reserva de Capital;
Reserva de Lucros;
Ações em Tesouraria;
Ajuste de Avaliação Patrimonial.
Em outras palavras, para cada conta crédito, existirá uma conta débito, o que nos leva à seguinte
equação:
Rearranjando:
PL = ATIVO - PASSIVO
Bom, até aqui aprendemos o conteúdo sumarizado de maneira mais técnica e que é nivelador a
qualquer gestor. Agora, para pensarmos fora da caixa, reflita o seguinte:
Toda empresa é constituída e existe a partir dos sócios. Contudo, toda empresa precisa captar
recursos para alocar em ativos que vão ser utilizados para atividades operacionais com a finalidade
de remunerar (lucrar) os ativos.
Apesar das várias palavras técnicas, estamos falando de maneira simples que as empresas são
grandes transformadores que têm a finalidade de tomar dinheiro (de terceiros [passivo] e sócios
[PL]), aplicar na sua operação (ativos) e obter resultado econômico (lucro).
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Logo, podemos olhar para o BP e pensar que o lado direito (passivo e PL) é de onde entra o recurso
e o lado esquerdo (ativo) é onde aplicamos o recurso. Obviamente que a empresa irá devolver o
recurso captado.
Portanto, mais que bens e direitos, o ativo é onde a empresa aplica seus recursos. E,
analogamente, mais que obrigações e exigíveis, o passivo e PL é de onde vem o recurso.
E por que isso é importante estrategicamente? Para gerar valor e ter um bom posicionamento, a
empresa deve ser capaz de captar o melhor dinheiro com a taxa mais baixa possível e aplicá-lo nos
melhores ativos com maiores retornos.
Apesar de parecer simples, muitas empresas fazem justamente o contrário: não treinam seus
funcionários e os tornam improdutivos, pegam empréstimos caros com bancos ou os sócios
aportam muito dinheiro e tudo isso para financiar uma operação que não tem equipamentos e
sistemas adequados, que não consegue vender seu produto e que não consegue gerir suas
disponibilidades.
3.
A demonstração de resultado do exercício
(DRE)
O segundo relatório que temos se chama DEMONTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO
(DRE) que nos traz um resumo da operação da empresa e seu resultado líquido – ou seja, lucro ou
prejuízo.
Representação de DRE.
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Neste documento, nós iremos trabalhar com as receitas, despesas e seu resultado final, todos
marcados no regime de competência.
Fique ligado!
O regime de competência é aquele em que o registro contábil é realizado na data base de
ocorrência do fato. Por exemplo: uma venda em janeiro de R$ 1.000,00 parcelada em dez vezes será
contabilizada integralmente na publicação de janeiro.
Mas não se engane: o diagnóstico correto da empresa só pode ser emitido após leitura atenta do
DRE, BP e DFC.
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CUSTO DE VENDA: são os gastos que temos com a fabricação, distribuição e venda dos
produtos e serviços. Podem ser entendidos como custo de mercadoria venda (CMV),
custo de produtos vendidos (CPV) ou custo dos serviços prestados (CSP).
LUCRO BRUTO: é a diferença entre a receita líquida e o custo de venda e está ligado ao
resultado operacional da empresa.
DESPESAS FIXAS: ficam registrados todas as despesas da empresa com a parte administrativa,
financeira e qualquer outro. Lembre-se que despesa é todo dispêndio da empresa que não está
ligado à produção.
RESULTADO FINANCEIRO: em separado, registramos o resultado das operações de tesouraria
no que tange ao pagamento de operações financeiras e recebimento de aplicações financeiras.
LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (LAIR): nada mais é do que o Lucro Bruto reduzido
das (-) Despesas e do (+) Resultado Financeiro. Essa é a base para o cálculo do Imposto de
Renda (IR) e Contribuição Social sobre Lucro (CSLL)
IR/CSLL: são apurados os valores de IR e CSLL
LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES: são registrados os gastos com debêntures,
participações de administradores e previdência para colaboradores.
RESULTADO DO EXERCÍCIO: registro final que constará o lucro ou prejuízo do período.
A partir do DRE, seremos capazes de fazer uma avaliação profunda da empresa e sua operação.
Quando estudarmos, no próximo tópico, os tipos e ferramentas de análise que existem,
precisaremos ter bem visível em nossa mente este importante relatório.
4.
O demonstrativo de fluxo de caixa (DFC)
O terceiro documento que vamos estudar é o demonstrativo de fluxo de caixa (DFC), um relatório
que nos apresenta a saúde financeira da empresa. A primeira diferença existente entre o DFC e os
documentos que estudamos anteriormente é o regime de apuração:
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Representação de DFC.
Isto porque a função do DFC é nos fornecer um registro estruturado de todas as entras e saídas de
caixa da empresa dentro de um período. Comumente, o DFC é subdividido em:
1. Atividades Operacionais;
2. Atividades de Financiamento;
3. Atividades de Investimento.
(-) Impostos;
(-) Fornecedores;
(-) Funcionários.
Este é o método direito e torna mais claro os pagamentos e os recebimentos existentes. Contudo,
não é o método mais utilizado, já que, geralmente, a demonstração vem no método indireto.
Independentemente do método, o valor final será o mesmo, mas o método indireto está focado em
partir do resultado final (lucro líquido) e perfazendo o caminho das contas até o resultado final das
atividades operacionais.
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Do ponto de vista do caixa, pagar dívidas é algo que consome recursos monetário, já que o dinheiro
sai do caixa. Contrair dívida é igual a receber recursos, portanto, é uma entrada de recurso.
A entrada de recursos seguirá o mesmo rito, sendo advindas da venda destes bens ou alienação das
aplicações financeiras.
Quando somamos a totalidade dos grupos existentes (no mínimo, os três apresentados, embora
algumas empresas adicionam outros grupos), temos a variação de caixa.
Esta movimentação está ligada ao ativo circulante no balanço de pagamento e também se faz
lastreado aos indicadores de receitas e gastos do DRE, com a diferença imutável de ser apresentada
no DFC pela apuração de caixa.
Assim, o saldo final deste indicador já é a conciliação do caixa da empresa. Por exemplo:
5.
Conclusão
É muito importante ao gestor saber diferenciar os três documentos apresentados, especialmente,
pelo regime de apuração. Um diagnóstico completo da empresa só é possível quando avaliamos os
três demonstrativos e conseguimos ver de maneira global a ligação entre as informações de cada.
Este Tópico se reservou a demonstrar os demonstrativos e a função de cada um. No próximo tópico,
estudaremos as técnicas e ferramentas de análise desta informação.
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Referências
ROSS, Stephen A. et al. Administração financeira. 10. ed. Porto Alegre, RS: AMGH, 2015. xxvii,
1196 p.
7.
Saiba +
Esse material foi produzido a partir das referências abaixo. Caso tenha interesse em aumentar seu
conhecimento sobre o assunto, fique à vontade para consultá-las.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 12. ed. São Paulo, SP:
Pearson, 2010. xxiii, 775 p.
FORTUNA, Eduardo. Mercado financeiro: produtos e serviços. 18. ed. rev. atual. e ampl. Rio
de Janeiro, RJ: Qualitymark, 2011. xxxii, 986, [1] p.
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