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I

INTRODUÇÃO

Ao longo do tempo e conforme novos membros foram


chegando, percebeu-se a necessidade de criar um
estudo próprio em que a doutrina da casa fosse
explicada de forma clara e direta sobre dois focos
centrais: a Umbanda e a Mediunidade.

Criamos, então, um curso básico que deve ser encarado


como um primeiro passo na compreensão da religião e
do maravilhoso universo mediúnico, cabendo a cada
um, porém, o esforço próprio na busca de maiores
esclarecimentos.

Dentro do tempo disponível para este estudo (um ano),


foram propostos temas-chaves e princípios
fundamentais que, se estudos a sério, sem dúvida
lançarão bases sólidas para estudos posteriores.

Para levar a efeito esta jornada esta apostila foi


elaborada. Os temas foram expostos com referências
diversas e serão comentados no decorrer de cada aula,
razão pela qual a simples leitura da apostila não basta
para compreender todo o alcance do curso.

Como material de apoio (além da Bibliografia ao final),


foram colocados no próprio texto indicações de sites,
livros, áudios e vídeos, materiais mais do que
suficientes para um curso introdutório.
NASCIMENTO DA RELIGIÃO
1. Cabula e a Macumba Carioca, leia aqui.
2. Leia sobre o surgimento da Umbanda, aqui.
3. Assistia a palestra de Alexandre Cumino: História
da Umbanda.
4. Ouça na voz do Zélio e do Caboclo das Sete
Encruzilhadas o surgimento da religião, aqui.
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA
RELIGIÃO
“Aqui inicia-se um novo culto em que os espíritos de
pretos velhos africanos, que haviam sido escravos e
que desencarnaram não encontram campo de ação nos
remanescentes das seitas negras, já deturpadas e
dirigidas quase que exclusivamente para os trabalhos
de feitiçaria, e os índios nativos da nossa terra,
poderão trabalhar em benefícios dos seus irmãos
encarnados, qualquer que seja a cor, raça, credo ou
posição social. A prática da caridade no sentido do
amor fraterno será a característica principal deste
culto, que tem base no Evangelho de Jesus e como
mestre supremo Cristo".

Frase dita pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas (C7E)


em sua primeira manifestação na casa do Zélio.
C7E – PAI ANTÔNIO – ORIXÁ
MALLET
1. Sobre o Caboclo das Sete Encruzilhadas, ler: O
Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de
Umbanda, de Leal de Souza, pág. 66.

2. Sobre Pai Antônio, ler: O Espiritismo, a Magia


e as Sete Linhas de Umbanda, de Leal de
Souza, págs. 58/59.

3. Sobre Orixá Mallet, ler: O Espiritismo, a


Magia e as Sete Linhas de Umbanda, de
Leal de Souza, pág. 61.

Acesse o livro em PDF.


ORIXÁS
1. Em nossa casa, Orixá (Ori = Cabeça; Xá = Senhor)
é visto como uma entidade (não força da natureza
ou Divindade) muito evoluída. Esta visão,
ensinada por Pai Cipriano, está de acordo com o
relato de Leal de Souza (o mais antigo livro sobre
Umbanda que se tem notícias, de 1933, aprendido
diretamente com o Zélio), que diz:

“O Orixá é uma entidade de hierarquia superior e


representa, em missões especiais, de prazo variável, o
alto chefe de sua linha. É pelos seus encargos
comparável a um general, ora incumbido da inspeção
das falanges, ora encarregado de auxiliar a atividade
de centros necessitados de amparo, e, nesta hipótese
fica subordinado ao guia geral do agrupamento a que
pertencem tais centros.” O Espiritismo, a Magia e
as Sete linhas de Umbanda, Pág. 61.

2. A filiação aos Orixás nada mais é do que uma


referência simbólica para arquétipos de
personalidade atribuídos aos Orixás, assim como
se fez com o panteão Grego ou Romano.

3. Para compreender as características de cada


Orixá, ver: Os Orixás, Pierre Verger, a partir
da pág. 71.

4. Como saber quem são seus Orixás, veja aqui.


SINCRETISMO AFRO-
CATÓLICO
1. O primeiro processo sincrético não foi,
exatamente, dos Orixás Africanos com os Santos
Católicos e, sim, entre os próprios Orixás que
eram cultuados separadamente pelo povo
Yourubá e de acordo com a proteção espiritual de
cada cidade. No Brasil, os negros para manter sua
tradição religiosa, reuniram os Orixás num único
panteão. Para saber mais, ler: Orixás, Pierre
Verger, pág. 08.

2. Veja uma tabela de relação entre Santos e Orixás,


aqui.

3. Sobre sincretismo Afro-Católico, ler: Orixás,


Pierre Verger, pág. 15.

4. Sobre um ponto de vista acadêmico, veja.

5. Sincretismo em nossa casa: Oxalá (Jesus);


Ogum (São Jorge); Oxóssi (São Sebastião);
Xangô (São Jerônimo); Iemanjá (Nossa
Senhora dos Navegantes); Oxum (Nossa
Senhora Aparecida); Iansã (Santa
Bárbara).
SETE LINHAS
1. Não há consenso sobre quais sejam as sete linhas
de Umbanda, pois cada autor as definiu de uma
forma. Contudo, hoje em dia, acredita-se que o
termo SETE seja uma referência ao chamado
“número perfeito”, veja aqui.

2. Em nossa casa, a expressão “sete linhas” é uma


referência aos sete Orixás cultuados na casa:
Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xângo, Iemanjá,
Oxum e Iansã.

3. Quando dizemos, portanto, que tal Caboclo é de


Ogum, isto significa dizer que tal Caboclo é da
linha de Ogum. Linha, neste contexto, é algo
ligado ao Orixá. Porém, também utilizamos a
expressão “linhas de trabalho” que se refere às
entidades que atuam nos terreiros. Em nossa casa,
são: Preto-velho, Caboclo, Criança, Baiano,
Cigano, Exu, Pombagira e Malandro.

4. Veja como eram entendidas as sete linhas na


Tenda Nossa Senhora da piedade, leia: O
Espiritismo, a magia e as sete linhas de
Umbanda, pág. 52.
FALAGENS DE TRABALHO
1. As expressões “Linhas” e “falanges” comumente
são usadas como sinônimos, mas não o são. As
linhas, como vimos, estão ligadas aos Orixás. Já as
falanges são verdadeiros “batalhões” de entidades
que trabalham dentro de uma linha.

Ex. O guia-chefe do nosso terreiro é o Pai Cipriano


das Almas, um preto-velho da falange DAS ALMAS
e que atua na linha de Omulu (orixá regente da sua
linha de trabalho).

2. Não se sabe quantas falanges existem, pois são


várias. Apenas de pretos-velhos, poderíamos citar:
Almas, Angola, Cambinda, Aruanda, Guiné, de
Minas, do Cruzeiro, da Calunga, etc.

3. As falanges podem ser entendidas como


“especializações” de grupos de entidades. É claro
que toda entidade está apta para realizar qualquer
serviço espiritual, mas as entidades DA
CALUNGA, por exemplo, estão mais ligadas aos
trabalhos realizados no cemitério; já as das
ENCRUZILHADAS costumam atuar muito em
nossos caminhos, direcionamentos, orientações,
etc. Claro, esses são apenas breves exemplos e,
acima de tudo, é preciso considerar que cada
entidade possui uma personalidade e livre-
arbítrio.

4. Pra mais informações, ler: O Espiritismo, a


magia e as sete linhas de Umbanda, pág.
53.
RITUAIS DE UMBANDA
1. “Um ritual é um conjunto de gestos, palavras e
formalidades, geralmente imbuídos de um valor
simbólico, cuja performance é, usualmente,
prescrita e codificada por uma religião ou pelas
tradições da comunidade.” Wikipédia.

2. A Umbanda possui diversos rituais que, à


primeira vista, causam estranheza aos novatos.

3. O que nem sempre se compreende é que o ritual


não é o fim, mas o meio. O ritual é a preparação
para algo. Então, todos os rituais em nosso
terreiro objetivam determinadas coisas.

4. O ritual de abertura, por exemplo: Oração,


saudações, defumações, batimento de cabeça,
chamada dos guias, possui uma única função:
preparar o ambiente, os médiuns e a consulência
para a chegada dos guias espirituais.

5. Em nossa casa, temos rituais de:


Abertura/Encerramento, Batismo, casamento,
fechamento de corpo e das almas e, algum dia,
fúnebre.

6. Para saber mais sobre rituais, ouça este podcast.


ELEMENTOS DE TRABALHO
1. Em seus trabalhos espirituais, a Umbanda faz uso
de diversos elementos de trabalho: Vela, fumo,
bebida, pólvora, etc.

2. Cada elemento possui uma função específica e


precisa ser manipulado com cuidado: A diferença
entre veneno e remédio é a dose!

3. A vela é a maneira mais prática, barata e segura


para manter ativo o fogo, cuja energia é utilizada
para desagregar fluidos; O fumo (tabaco) é uma
erva sagrada e com profunda utilidade em
trabalhos de limpeza energética, além de fortificar
o transe mediúnico; a cachaça atua com muita
propriedade na limpeza, funcionando como
verdadeiro desinfetante espiritual e a pólvora é o
recurso mais forte para cortar qualquer laço
espiritual inferior com entidades perversas.

4. Veja por que as entidades comem, bebem e


fumam.

5. Leia mais sobre o uso de elementos, em: O


Espiritismo, a magia e a sete linhas de
Umbanda, pág. 47.

6. Além dos elementos citados, um bastante


presente nos trabalhos de Umbanda é a guia
(colar de contas).
CONGÁ
1. Congá, Gongá ou, simplesmente, altar, é o local
onde estão fixadas as imagens dos santos
católicos, dos orixás ou dos guias.

2. A única imagem essencial, segundo o Pai


Cipriano, é a de Jesus, que geralmente está no
centro ou é a mais alta. Todas as demais podem
ser acrescentadas de acordo com o gosto e/ou a fé
de quem o produz.

3. A principal função de um congá é a de estimular a


fé naquele que o olha. As imagens de santos, já
imersas na cultura popular, frequentemente
despertam a fé nos consulentes e faz com quem
orem.

4. As orações quando dirigidas ao Congá, fazem com


as onda mentais se imanem às imagens ali
expostas, razão pela qual as imagens passam a ser
muito mais do que imagens, mas verdadeiros
focos irradiadores de paz e tranquilidade.

5. Em nossa casa, apenas a cambone-chefe pode


tocar ou limpar as imagens, isto por que, se não
tivermos respeito ou amor pelo símbolo ali
exposto, o nosso toque fará com que a energia
depositada seja imediatamente neutralizada.

6. A saudação ao congá deve ser feita sempre que se


entra no terreiro, não apenas como uma forma de
respeito, mas para se por em sintonia com as
vibrações que dele promanam.

7. Para ver como a fé em um Santo Católico pode


mesmo ajudar um espírito em suas orações, leia:
Ação e Reação, pág. 147 à 153.

8. Veja mais sobre Congá, aqui.


FIRMEZAS E
ASSENTAMENTOS
1. Firmezas são pontos de força criados
temporariamente para uma finalidade.
Assentamento são pontos de forças fixos.

Ex.: Se eu acendo uma vela para meu anjo de guarda,


fazendo uma oração, eu estou fazendo uma firmeza.
Aquele local onde acendi a vela se torna um ponto de
força, onde a minha onda mental, acrescida pela
vibração de alguma entidade que responderá à minha
rogativa, ali estará durante algum tempo.

A tronqueira do terreiro, por outro lado, é um ponto


fixo, ela se torna um assentamento. A função é a mesma
da firmeza, com a diferença de que não se trata de algo
temporário, mas definido para isso de forma contínua.

2. Não há necessidade dos médiuns terem


assentamentos em suas casas, mas é muito útil
que, vez ou outra, façam firmezas.

3. Tanto as firmezas quanto os assentamentos


devem tender à simplicidade, por que não importa
o tamanho e forma e, sim, a fé com que é feito.

4. Para saber mais, veja este vídeo.


MEDIUNIDADE
1. “Todo aquele que sente, num grau qualquer, a
influência dos Espíritos é, por esse fato, médium.
Essa faculdade é inerente ao homem; não
constitui, portanto, um privilé- gio exclusivo. Por
isso mesmo, raras são as pessoas que dela não
possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se
que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia,
usualmente, assim só se qualificam aqueles em
quem a faculdade mediúnica se mostra bem
caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de
certa intensidade, o que então depende de uma
organização mais ou menos sensitiva. É de
notar-se, além disso, que essa faculdade não se
revela, da mesma maneira, em todos.
Geralmente, os médiuns têm uma aptidão
especial para os fenômenos desta, ou daquela
ordem, donde resulta que formam tantas
variedades, quantas são as espécies de
manifestações”.

O Livro dos Médiuns, pág. 234.

2. Veja mais sobre mediunidade ao longo da história,


aqui.
TIPOS DE MEDIUNIDADE
1. “As principais são: a dos médiuns de efeitos
físicos; a dos médiuns sensitivos, ou
impressionáveis; a dos audientes; a dos videntes;
a dos sonambúlicos; a dos curadores; a dos
pneumatógrafos; a dos escreventes, ou
psicógrafos”. O Livro dos Médiuns, item 159.

2. Leia sobre essas mediunidades, em: O Livro dos


Médiuns, págs. 235 à 254.
INCORPORAÇÃO
1. Apesar do termo, incorporação não significa que o
espírito entra no corpo do médium para trabalhar.
Na verdade, o espírito faz uma ligação entre seus
chakras e os do médium. Essa ligação permite ao
espírito enviar estímulos diretamente ao corpo
físico, onde o médium atuará como mero agente
receptor destes impulsos.

2. A incorporação é a mediunidade mais presente


hoje em dia e pode ser vista em diversas religiões
onde há transe mediúnico.

3. A incorporação é o carro-chefe da Umbanda.

4. Mecanismo da incorporação, veja aqui.

5. Técnicas para incorporar melhor, aqui e aqui.


RESGUARDO
1. Resguardo é um conjunto de coisas que o médium
não deve fazer até 24 horas antes dos trabalhos:
comer carne, ingerir bebida alcoólica, fumar ou
ter relação sexual. Estes são os quatro itens
principais.

2. A carne (vermelha ou branca) é de digestão difícil,


consumindo muita energia no processo, além de
conter, quase sempre, vibrações de sofrimento do
animal abatido. Por isso, não se deve comer carne
24h antes dos trabalhos.

3. A bebida alcoólica e o fumo são usados pelas


entidades. A diferença é que a entidade manipula
e direciona essas energias, já o encarnado que as
consome guarda para si, trazendo processos de
desequilíbrio a si mesmo. Por isso, não se deve
beber ou fumar 24 horas dos trabalhos.

4. O fumo guarda a mesma relação que o item


anterior.

5. A relação sexual é um movimento de intensa troca


energética, causando desgastes. Além disso, nem
sempre se consegue manter uma atmosfera sadia
dos pensamentos, o que pode produzir vibrações
baixas.

6. Além do resguardo, os guias recomendam fazer


um banho com ervas, da cabeça aos pés,
principalmente, com folhas de mangueira, através
da maceração.

7. Leia mais sobre o reguardo, aqui.


GRAUS DE CONSCIÊNCIA
1. O transe mediúnico provoca um estado alterado
de consciência, onde as percepções de tempo e
espaço sofrem distorções, causando,
frequentemente ao médium a impressão de que,
durante os trabalhos, o tempo passa de modo
diferente do que normalmente passa.

2. A incorporação se dá em três grandes


“modalidades” com infinitos graus entre si:
consciente, semi-consciente e
inconsciente.

3. O médium consciente tem a impressão de que é


ele quem está fazendo tudo. Ele percebe algo
diferente em seu corpo, mas age com tanta
naturalidade que questiona sua própria
mediunidade. É o gênero mais comum hoje em
dia, pois o médium é convidado a ser partícipe do
processo.

4. O médium semi-consciente está consciente do que


ocorre, porém, não controla com lucidez os
movimentos do próprio corpo. Frequentemente se
recorda dos atendimentos, mas é comum passar
por embaralhamento das lembranças.

5. O médium inconsciente é aquele que “dorme”


durante o transe mediúnico, permitindo a
entidade agir mais livremente e mais
incisivamente e ao retornar não se recorda do que
se passou durante os atendimentos.
6. Não existem modalidades melhores que as outras.
O que diferencia sempre é a postura do médium,
não seu grau de consciência.

7. Apesar de se referir ao fenômeno da psicografia, a


referência a seguir também se encaixa bem ao
fenômeno da incorporação, ler: O Livro dos
Médiuns, págs. 255 à 260.
OBSESSÃO

1. “Domínio que alguns Espíritos logram


adquirir sobre certas pessoas”.

2. Divide-se em três graus: Simples, fascinação e


subjugação.

3. A obsessão simples é o primeiro passo do processo e


é uma intromissão, geralmente sutil, e facilmente
perceptível, que o obsessor exerce sobre o médium.

4. A fascinação já é um grau mais perigoso, pois o


médium tem suas ideias dominadas pela entidade que
pode induzi-lo ao erro ou ao ridículo com muita
naturalidade. Todos percebem os absurdos que
comete, menos o próprio médium.

5. A subjugação é a paralisação da vontade da pessoa,


completamente dominada pela entidade que a
manipula a seu bel prazer e produz os mais bizarros
comportamentos que, não raro, levam a sociedade a
julgar como louco o obsesdiado.

6. Para maiores detalhes, ler: O Livro dos Médiuns,


págs. 354 à 375.

7. Para compreender melhor o processo desobsessivo,


veja esta séria de dezoito vídeos, começando por
este.
8. Livro recomendado: Desobsessão – pelo espírito
André Luiz psicografado por Chico Xavier e Waldo
Vieira.
CONHECENDO OS GUIAS
1. A ansiedade por conhecer quem serão os nossos
guias é muito comum e praticamente todo médium
passa por isso.

2. Há uma certa expectação e inquietação por saber


se será um preto-velho ou uma preta-velha. E o
Caboclo? Será um caboclo de pena? (pena azul, pena
verde), será um caboclo da mata (mata virgem, mata
verde) e por aí vai.

3. Cabe dizer, contudo, que os médiuns devem se


esforçar para não se deixarem levar pela ansiedade,
cientes de que, no momento certo, a própria entidade
ou o guia-chefe revelarão o seu nome de falangeiro.

4. É importante ressaltar, ainda, que as entidades


são diferentes entre si, mas isso não quer dizer que
existam entidades mais fracas do que outras. Há
muitos médiuns que se deixam levar por nomes
reconhecidos, mas isso não tem aplicabilidade prática
alguma: você terá como guia exatamente a entidade
que precisa ter, tenha ela o nome que tiver.

5. Ouça estes áudios para saber como foi que


incorporei: preto-velho, caboclo, criança, cigano,
baiano, exu, pombagira e malandro.
REFORMA ÍNTIMA
1. Os médiuns, que fazem mau uso das suas
faculdades, que não se servem delas para o bem, ou
que não as aproveitam para se instruírem, sofrerão as
conseqüências dessa falta?

- “Se delas fizerem mau uso, serão punidos


duplamente, porque têm um meio a mais de se
esclarecerem e o não aproveitam. Aquele que vê
claro e tropeça é mais censurável do que o cego que
cai no fosso.” O Livro dos Médiuns, pág. 330.

2. “Quais as condições necessárias para que a


palavra dos Espíritos superiores nos chegue isenta de
qualquer alteração?

- Querer o bem; repulsar o egoísmo e o orgulho.


Ambas essas coisas são necessárias.” O Livro dos
Médiuns, pág. 333.

Reforma íntima pode ser definida como “o


enfrentamento de nossas imperfeições”. Para
ser bom médium não basta fazer um correto
desenvolvimento mediúnico, é preciso esforçar-se em
ser bom e isso é algo que somente nós podemos fazer.

3. Para maiores informações, ler este arquivo.

4. Literatura recomendada: Reforma íntima sem


martírio, Wanderley Oliveira.

5. Ler: O Livro dos Espíritos, questão 919ª.


NECESSIDADE DO ESTUDO
1. “Os efeitos inteligentes são aqueles para cuja
produção o Espírito se serve dos materiais
existentes no cérebro do médium”. O Livro dos
Médiuns, pág. 268.

2. Antigamente, dizia-se que o médium não devia


estudar, pois isto influenciaria na manifestação e
lançaria dúvida sobre se a informação provinha do
médium ou da entidade.

3. Hoje se sabe, porém, que quanto mais o médium


estuda, mais material mental ele oferece à
entidade que se manifestará por ele, facilitando o
trabalho.

4. O médium não deve estudar apenas sobre


Umbanda ou Mediunidade, mas sobre quaisquer
assuntos que tenha interesse, pois isso fará bem
ao cérebro e aumentará sua cultura.

5. O estudo, contudo, não deve intervir na


manifestação. Isto é, o médium não deve procurar
forçar seus novos conhecimentos às
manifestações, deixando isso à cargo da entidade.

6. Para maiores informações, ler: O Livro dos


Médiuns, págs. 311 à 319.

7. Leia também este texto, aqui.


SABER OUVIR OS GUIAS
1. Ser médium não é atestado de salvo-conduto para
as provações da vida. O fato de ser médium não
trará benefício algum neste sentido.

2. Diferentemente das pessoas em geral, o médium


tem a possibilidade de se consultar, seja com seus
guias, seja com os de outrem. Isso lhe dá enorme
vantagem uma vez que as entidades, tendo maior
capacidade de visão sobre a vida, podem lhe
orientar com precisão.

3. Contudo, não basta se consultar, é preciso saber


ouvir. As giras vivem cheias de pessoas com
imensas reclamações, mas poucas se mostram
realmente motivadas a seguir as orientações
recebidas.

4. Veja seus guias como bons amigos e que querem


sempre o seu melhor, portanto, apesar de você ter
seu livre-arbítrio, procure sempre dar valor às
opiniões daqueles que aqui estão para te ajudar a
cumprir sua missão.
CONTÍNUO APRENDIZADO
1. O fim do desenvolvimento mediúnico (onde não
há tempo mínimo nem máximo) sinaliza apenas o
fim da primeira etapa do longo processo de
aprendizagem que dura a vida inteira e, às vezes,
mais de uma vida.

2. Em termos comparativos, pode-se dizer que o fim


do desenvolvimento mediúnico é semelhante à
saída da pré-escola, tendo ainda pelo caminho
todo o ensino fundamental, médio, a
universidade, etc.

3. Por esta razão, o médium precisa se ver como um


ser em perpétua construção e aprendizagem,
colocando-se à disposição dos que virão depois
dele, assim como coloca-se como aprendiz perante
os que sabem mais.

4. Pode ser que, ao longo dessa incrível jornada,


novas faculdades mediúnicas surjam, convidando
o médium a iniciar uma nova fase de
aprendizagem.

5. Tome muito cuidado para não se deixar levar pela


vaidade, pelo egoísmo ou pela prepotência,
julgando que por já ter certa experiência na vida
mediúnica você já saiba de tudo: ninguém sabe
tudo!
6. “Mil dias não bastam para aprender o
bem; mas para aprender o mal, uma hora
é demais.” Confúcio
AMOR AO IDEAL
1. Pai Cipriano nos ensina sempre que “desenvolver
a mediunidade é fácil, manter a chama acesa é
difícil”.

2. Todo médium, em algum momento, passará pela


tentação da desistência: Falta de confiança em si
mesmo, problema de relacionamento no terreiro,
dificuldades familiares ou financeiras, problemas
de saúde, etc. Muitas são as razões que, cedo ou
tarde, visitarão os médiuns;

3. Contudo, como diz o Evangelho (Mateus 24:13) -


“Aquele, porém, que continuar firme até o
final será salvo.”

4. O médium, quase sempre, começa pela


empolgação, mas permanece pelo amor: amor ao
próximo, amor à mediunidade, amor à caridade,
pois ela é a única condição capaz de libertar a
nossa própria alma da ignorância e fazê-la, assim,
evoluir.

5. As trevas também não darão tréguas e procurarão


se imiscuir em cada mau pensamento, buscando
atingir o médium. Aquele, porém, que recorre à
prece, é sempre amparado pelos guias.

6. Pode ser que, em algum momento, você perceba


que nossa casa não lhe atenda mais... Não tem
problema, você pode mudar de CASA, mas não
deixe, jamais, a CAUSA que abraçou quando você
respondeu três vezes ao velho que realmente
queria desenvolver a sua mediunidade.

Que oxalá nos abençoe!

Leonardo Montes
Bibliografia sugerida:
1. O Espiritismo, a magia e as sete linhas de
Umbanda, de Leal de Souza.

2. História da Umbanda no Brasil, Alexandre


Cumino.

3. História da Umbanda no Brasil Vol. 1, Diamantino


Fernandes Trindade.

4. As Origens da Umbanda, vol. 1, Padrinho Juruá.

5. Umbanda não é Macumba, Alexandre Cumino.

6. Orixás, Pierre Verger.

7. O Livro dos Espíritos, Allan Kardec.

8. O Livro dos Médiuns, Allan Kardec.

9. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan


Kardec.

10. Nos Domínios da Mediunidade, Chico


Xavier.

11. Diário de um Médium Iniciante, Leonardo


Montes.

Por fim, todos os vídeos do canal:


www.youtube.com/VozEspiritualista

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