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CENTRO DE UMBANDA CABOCLO FOLHA SECA!

YLÊ AXÉ OPA EWÉ


APOSTILA IV - CULTO UMBANDISTA
O CULTO UMBANDISTA
A Umbanda tem como lugar de culto o templo, terreiro ou Centro, que é o local onde os
Umbandistas se encontram para realização de suas giras, sessões.
O chefe do culto no Centro é o(a) Dirigente ou Padrinho/Madrinha que é quem coordena
as sessões/giras e que irá incorporar o guia chefe que comandará a espiritualidade e a
materialidade do local dos trabalhos. Normalmente, esse guia que comanda é um Preto-
Velho/Preta-Velha ou Caboclo/Cabocla (varia de casa para casa, de Linha Doutrinária
para Linha Doutrinária).
O Terreiro é dividido em duas partes, o congá (espaço da gira) onde ficam os médiuns
de trabalho e os cambonos, e a assistência, onde se acomodam as pessoas que vem em
busca de auxílio espiritual.
O culto na Umbanda é chamado de Gira ou Jira (no idioma quimbundo: nijra, caminho),
é a reunião, o agrupamento de vários espíritos de uma determinada categoria, que se
manifestam através da incorporação nos médiuns. O termo também é usado para as
sessões de desenvolvimento dos médiuns novos, quando as entidades preparadas para
esse fim o fazem "girar", facilitando assim a incorporação de seus guias nas primeiras
vezes. A gira pode ser festiva, de trabalho ou fechada (gira de desenvolvimento e
aprendizado). Podem ser abertas ao público, como também podem ser privadas para
pessoas específicas que desejam entrar em contato com determinado espírito a fim de
obter orientações e destinações para a sua vida.
Normalmente, a abertura de uma gira, é composta de saudações (congá, atabaque),
de orações - inclusive as cristãs, como Pai Nosso e a Ave Maria, entre outras, variando de
Casa para Casa - defumação com ervas especiais e cantos de melodias chamadas por
nós de pontos cantados. Após isso, saudam-se as linhas e começa-se o trabalho. Após o
trabalho, são cantados os pontos para subida, ou desencorporação das entidades nos
corpos dos médiuns.
Em toda gira existe um grupo muito importante chamado de curimba, os integrantes
desse grupo são os tocadores de atabaques, instrumento considerado sagrado na
Umbanda. Eles acompanham as vibrações e ditam o ritmo da gira, sendo de extrema
importância para manter o lado espiritual elevado e totalmente ativo.

- CURIMBA -
Curimba é o nome que damos para o grupo responsável pelos toques e cantos
sagrados dentro de um Terreiro de Umbanda. São eles que tocam os atabaques e
também cantam os pontos cantados, sendo de suma importância para o bom andamento
das Giras.

Quem integra a Curimba na Umbanda?


Termos:
• Curimbeiro(a): quando dirigido a uma pessoa só, tem o significado de cantor(a) do
ritual.
• Atabaqueiro: é aquele que percussiona.
Tanto os curimbeiros, como os atabaqueiros tocam e cantam. No entanto, é o
curimbeiro que “puxa” os pontos e que recebe ordens e orientações diretas dos guias e da
chefe de terreiro. É o curimbeiro que, autorizado pelo dirigente dos trabalhos, possui uma
pequena autonomia de ir puxando os pontos conforme sua intuição vai lhe guiando no
transcorrer dos trabalhos. É função primordial do curimbeiro criar uma sintonia com o
dirigente dos trabalhos, para que a Curimba auxilie ao máximo no que for preciso e nas
diversas situações que podem ocorrer durante a gira.

Qual a importância da Curimba em um terreiro de Umbanda?


A Curimba tem um papel fundamental no ritual Umbandista. É por meio da entoação
dos diversos pontos cantados e da percussão dos atabaques que a Curimba movimenta
as energias no Congá, criando condições para a formação da corrente mediúnica e
sustentando essa corrente do início ao fim dos trabalhos.
As vibrações criadas pela Curimba (ondas energéticas sonoras criadas pela voz e pelo
som dos atabaques) vão se espalhando por todo o Terreiro e vão dissolvendo energias
negativas e pesadas, diluindo miasmas (sujeira), limpando e criando uma atmosfera
psíquica com condições ideais para a realização das Giras. A Curimba transforma–se em
um verdadeiro “pólo” irradiador de energia dentro do Terreiro, potencializando ainda mais
as vibrações dos Guias e Orixás
A Curimba também ajuda o Digirente dos trabalhos na determinação das diversas
partes que compõem uma gira (defumação, abertura dos trabalhos, chamada dos guias,
firmeza do terreiro, passe, quebra de demanda, limpeza, trabalhos, despedida dos guias,
encerramento), diante da necessidade do momento.
Uma Curimba firme e segura, que canta e toca bem os pontos certos na hora certa, só
traz benefícios a todos. Por outro lado, uma Curimba insegura, que canta e toca mau os
pontos errados na hora errada, traz enormes prejuízos à corrente mediúnica, atrapalha a
incorporação dos médiuns, não estimula as energias de maneira adequada, favorece a
dispersão mental e a criação de diversos buracos negros na corrente, prejudicando todos
da gira.

Como devemos nos portar em relação à Curimba?


Todos nós devemos cantar e vibrar junto com a Curimba. Bater palmas (exceto na hora
das consultas) e cantar de maneira harmoniosa fortalece a
circulação de energias pelo Congá e beneficia a todos. Caso não saiba ou não entenda
determinada parte de um ponto, pergunte para quem sabe, nunca devemos cantar um
ponto usando palavras erradas ou de maneira equivocada ou
incompleta, pois aí o nosso canto perde parte do seu potencial.

“Uma Curimba pode tanto elevar como afundar um terreiro.”


- Engels de Xangô (Escola de Curimba Aldeia de Caboclos)
NOTA: Só para esclarecimento, muitas pessoas dizem que são os Atabaques
juntamente com seus atabaqueiros, que chamam as Entidades de Luz, isso claro é uma
inverdade, pois todas as Entidades já se encontram no espaço físico e espiritual de um
Terreiro, bem antes mesmo do começo dos trabalhos. Os Atabaques são responsáveis
pela concentração dos médiuns, e também como uma sustentadora da manifestação dos
Guias. O que realmente invoca os guias e os Orixás são os nossos pensamentos e
sentimentos positivos vibrados em vossas direções. Muitas vezes ao cantar expressamos
esses sentimentos, mas é o amor aos Guias e Orixás a verdadeira invocação de
Umbanda.
Portanto não é verídico a pregação de alguns supostos Curimbeiros, que dizem que
são eles que trazem e levam determinada Entidade de Luz, a seu bel prazer. Porém essa
prepotência não pode ser aceita em nenhum Terreiro. A Curimba pode sim auxiliar
extremamente com seu toque no Atabaque, mas dentro da determinação dos Dirientes e
das Entidades.
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• ATABAQUES
O atabaque é um instrumento musical que chegou ao Brasil através das mãos dos
negros africanos escravizados. É usado em quase todo ritual afro-brasileiro, típico do
Candomblé e da Umbanda e das outras religiões afro-brasileiras ou influenciadas pelas
tradições africanas. É de uso tradicional na música ritual e religiosa, empregados para
convocar os Guias e Orixás. O nome se originou do termo árabe al-Tabaq, que significa
"prato". Os atabaques são tambores estreitos e altos, afunilados usando apenas um couro
(este pode ser de couro de boi, veado ou bode) e construídos para atrair diferentes
vibrações quando são tocados. Eles mantêm o ambiente sob uma vibração homogênea,
fazendo com que todos os médiuns permaneçam em atenção mediúnica.
O Atabaque é um instrumento Sagrado na Umbanda. Utilizado nos trabalhos espirituais
para produzir vibrações energéticas, que são direcionadas pelo guia chefe e enviadas aos
atabaques, que as modulam e distribuem aos médiuns da corrente.
Normalmente todos os Terreiros de Umbanda tem a apresentação do Atabaque, que
com seu toque, sua cadência, sua força e luz espiritual, auxilia extremamente a
concentração, vibração e incorporação dos médiuns que estão desenvolvidos
mediunicamente e espiritualmente para esse trabalho.
Antigamente, o atabaque era visto como um instrumento de feiticeiros, pelo fato de que
foram os negros escravos que os trouxeram. Primeiramente os atabaques surgiram na
região Nordeste, provavelmente na Bahia, e nessa região o instrumento sempre foi alvo
da polícia baiana, pois estava terminantemente proibido de ser tocado durante o Estado
Novo. Para tocar poderia somente ser feito na clandestinidade. Esse fato foi terminado
apenas quando em certa ocasião, em uma viagem ao Rio de Janeiro, Mãe Aninha,
fundadora do Ilê Axé do Opô Afonjá , em São Gonçalo do Retiro, usou de sua influência e
conseguiu uma audiência com o presidente Getúlio Vargas . Ela só queria cultuar a
religião dos seus antepassados e Getúlio não teria como resistir ao pedido legítimo de
uma criatura tão doce. O encontro de Aninha com o presidente do Brasil resultaria no
Decreto 1.202, que permitiu o uso dos atabaques nos terreiros. O acontecimento é
considerado um passo importante para a liberação definitiva do controle policial sobre os
candomblés, o que só ocorreu em 1976, no governo de Roberto Santos. Na ocasião, a
notícia foi recebida com entusiasmo pelo povo de santo da Bahia, em plena festa da
"Lavagem do Bonfim ".
E assim temos até hoje essa maravilhosa vibração provinda da energia dos amados
Guias e Curimbeiros/Atabaqueiros/Ogãs, e do Sagrado som do toque dos Atabaques,
sendo eles para Umbanda, Candomblé, ou qualquer outra religião afro-brasileira
existente.
Anteriormente ao Atabaque, se deu início um instrumento antigo conhecido como
"macumba", utilizado para as percussões musicais, e esse instrumento era formado por
uma casca de árvore e duas varetas de bambu, que eram batidos sobre a casca, um tanto
parecido com o reco-reco de origem africana.
OBS: Macumba é o nome de uma espécie de árvore africana.

Após o instrumento "macumba", nasceu o Atabaque pelas mãos dos africanos, e esse é
feito em madeira, e os aros de ferro que sustentam o couro, que são esticados de uma
forma na qual fique com um som limpo e agradável.
Na Umbanda temos três tipos de Atabaques, que são utilizados para dar a cadência
dos toques e assim fazer com que a vibração mediúnica dos filhos da casa se condensem
com a vibração das Entidades de luz e dos Orixás
Esses Atabaques são conhecidos como: Rum, Rumpi e Lê.
RUM: Esse Atabaque é o maior de todos, normalmente tem 1,20 M (um
metro e vinte centímetros) de altura, fora a base. Ele que registra o som
mais grave. É através dele que as energias chegam no Terreiro, é dele que
vem a cadência mestra, ou seja, é dele que deve vir o maior patamar de
vibrações espirituais para os trabalhos mediúnicos, chamado
também de "Puxador".
O Atabaque Rum sempre deverá ser tocado pelo Ogã/Curimbeiro Mestre, e
só poderá ser tocado por outro atabaqueiro caso tenha permissão deste,
fora isso, caso tenha uma Gira na qual o Ogã/Curimbeiro Mestre não possa
estar presente, esse Atabaque deverá ficar em silêncio, coberto com seu
pano branco.
O curimbeiro/ogã tocador do Rum deve ser um sacerdote muito bem
preparado, pois este é o atabaque que foi consagrado ao espírito dirigente
da casa.
A função desse Atabaque é dar os primeiros toques nos pontos, repicar e
conduzir os trabalhos impulsionando energias, isso justifica tamanha
importância e respeito por se tratar do Atabaque do Ogã/Curimbeiro Mestre.
RUMPI:Esse Atabaque é de tamanho médio, varia entre 80 CM à 1 M
(oitenta centímetros à um metro) de altura, fora a base. Tem o som entre o
grave e o agudo. É o Atabaque que faz a proteção, e é ele que tem a
responsabilidade de fazer a maioria de dobras, ou seja, repiques
diferenciados, com uma entonação bem forte.
O Rumpi é consagrado normalmente ao guia da mãe de santo fundadora da
casa. Só pode ser tocado por qualquer outro filho considerado um
atabaqueiro, ou que tenha autorização de tocá-lo. A função do Rumpi é dar
somente o ritmo do toque e manter a harmonia, tendo sua importância
particular, pois ele é responsável por sustentar a energia básica trabalhada
pelo toque.
LÊ: Esse é o caçula dos Atabaques, de tamanho menor, ele pode medir
entre 45 à 60 CM (quarenta e cinco à sessenta centímetros) de altura, fora a
base. Seu som registra o tom agudo, e ele que faz a ligação entre o som
dos Atabaques e o som do canto.
Esse instrumento é consagrado a Exú ou a algum outro guia especial da
casa. É utilizado pelos aprendizes atabaqueiros e curimbeiros, e devemos
respeitá-lo da mesma forma do que os outros Atabaques.
O Atabaque Lê, deve seguir sempre os toques do Rumpi. Pode ocorrer de
que o guia chefe indique futuros Ogãs e atabaqueiros, e o Ogã mestre tem
o direito de compartilhar ou não desta indicação. Caso seja compartilhada,
cabe a ele designar o Atabaque que será tocado pelo iniciante.
Os Atabaques devem ser tratados com o máximo de respeito, como são instrumentos
sagrados não devem sair do terreiro, a não ser para trabalhos especiais (como por
exemplo giras na praia, muito comuns no final do ano) e nenhuma pessoa desautorizada
deverá tocá-los, o que poderia colocar em risco o equilíbrio da gira e a faixa mediúnica
dos médiuns da corrente.
Antes de usar o atabaque deve-se pedir permissão ao Pai Oxalá e a entidade
responsável pelos trabalhos na gira (ou também, a entidade responsável por aquele
atabaque), tocando o couro e pedindo força e dignidade para o manuseio daquele
instrumento.
Quando fora de uso, os atabaques, devem ser cobertos com pano próprio, de cor
branco, e só podem ser retirados pelos responsáveis de cada instrumento, ou por alguma
pessoa autorizada.
É bem importante observar que o toque (volume) dos atabaques nunca deve
exceder as vozes da corrente. Quando o atabaque excede a corrente se desorganiza e o
médium perde a concentração, atrapalhando assim a desenvoltura na incorporação ou
nos trabalhos.
Para melhor entendimento e esclarecimento, vamos descrever o porque o Atabaque
tem toda essa ligação espiritual e divina com as religiões afro-brasileiras, frisando que
isso tem muito a ver com a sua confecção, e claro com o material empregado nessa
confecção.
O Atabaque é composto por 3 elementos naturais, que são: a madeira, o ferro e o
couro.
A madeira, que é regida por Xangô, tem a função de equilibrar a vibração do som e
sustentar o cumprimento da justiça divina durante os trabalhos.
O ferro, que é regido por Ogum, tem a função de fortalecer o trabalho realizado no
Atabaque, dando garra e força ao Ogã/Curimbeiro e os demais atabaqueiros, para
enfrentar as dificuldades que ocorrerem durante os trabalhos, e energeticamente garantir
a ordem.
O couro, que é regido por Exú, tem a função de atrair parte das energias condensadas
trabalhadas dentro do Congá, auxiliando na limpeza das mesmas, e quando o curimbeiro
toca o couro do Atabaque, a vibração produzida pelo toque, quebra a contra parte destas
energias, dissolvendo-as no astral.
Sendo assim, o Atabaque é responsável, juntamente com as Entidades, pela
manipulação de três energias básicas, que são: sustentação, ordem e movimento.
Vamos agora resumidamente demonstrar as ações do som do Atabaque dentro de uma
Gira de Umbanda, ou seja, como acontece toda essa vibração:
O atabaqueiro, ao tocar, aguça sua captação de energias, recebe de um Guia uma
certa carga de vibrações que se infiltra nos seus planos material e espiritual iniciando,
depois, um ciclo que terá término em suas mãos. Com a produção de energia calorífica,
através do toque no couro, o atabaqueiro fará a mistura com as vibrações das entidades e
as vibrações naturais dos médiuns, a sua energia e a do Guia irão circular na corrente
mediúnica começando dos médiuns mais preparados e passando para os iniciantes. Essa
energia, quando enfraquecida, volta para as mãos do atabaqueiro, onde será fortificada e
voltará a fazer o ciclo na corrente.
Percebe-se que tanto a presença física dos atabaques quanto a dos atabaqueiros é de
suma importância para a atração e distribuição das energias dentro da gira.
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NOTA: Poucas pessoas falam na importância de bater cabeça aos atabaques, em
diversos terreiros de Umbanda, somente os Dirigentes o faz. Mas este ato é importante
SIM!
Depois de todo conteúdo abordado aqui, sabemos que os atabaques são condutores
das energias de ligação com os orixás e entidades e que cada um representa uma
Entidade responsável específica. Na maioria das casas o povo de santo somente saúda o
couro num gesto muitas vezes automático.
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Quem bate a cabeça pro atabaque
Respeita uma energia que não se mede
E reconhece que a vida da nossa Umbanda
Soa num couro que apanha
Escorre no suor daquele que bate e daquele que canta
E encanta o preto velho, o caboclo e a criança!
Quem bate nesse couro que tanto apanha
Faz de seus braços e de suas mãos
A extensão da sua alma
Dá voz a Zambi e a todos os Orixás
Bate com força, bate com fé, bate com emoção
Quem bate num atabaque de terreiro
Passa pro couro as batidas do coração
Vamos saudar a curimba do terreiro
Que com força anuncia que o trabalho começou
A voz da Umbanda é o couro do atabaque
Que em meus ouvidos batem
E diz que Deus me abençoou
Pai Serafim convocando nossos guias
Que aqui chegam com alegria
Abençoar nossos irmãos
Som do atabaque impulsiona a vibração
O Ogã passa pro couro as batidas do coração

Letra de "Curimba de Terreiro" - Celso Cunha Neto

• PONTOS CANTADOS
Os 'pontos cantados' também conhecidos por 'curimbas' são músicas ritualísticas com
várias finalidades. Antigamente, o homem materialista mais ligado aos aspectos físicos,
buscou entender o verdadeiro propósito de sua existência, em virtude da necessidade de
se religar com o Criador, buscou diferentes formas de contato. Uma das formas
encontrada para a reaproximação com o Divino foi através da música, onde se exprimiam
o respeito, a obediência e o amor ao Pai Maior. Desta forma, os cânticos foram incluídos
nos rituais, sendo comum a todas as religiões, onde cada uma delas, com suas
características próprias, manifestavam sua adoração, devoção e servidão aos desígnios
do Plano Astral Superior. Desta forma, temos os Pontos Cantados na Umbanda, os
mantras indianos, os Cantos Gregorianos da Igreja Católica, ou os Cantos de Louvor à
Deus dos Protestantes.
Os pontos representam “orações cantadas”, com alto poder de realização e auxiliam
também na manutenção da ordem nos trabalhos espirituais, com os seus pontos de
“chamada” das linhas, “subida”, “firmeza”, “saudação”, etc. Eles ajudam a sustentar a
manifestação dos Guias.
As curimbas dividem-se em Pontos de Raiz (enviados pela espiritualidade), e Pontos
terrenos (elaborados por pessoas, diretamente). Os Pontos de Raiz ou espirituais jamais
podem ser modificados, pois são considerados, além de sagrados, pontos de força do
Congá. Já os Pontos cantados terrenos, são aceitos pela Espiritualidade, desde que
pautados na razão, bom senso, fé e amor de quem os compõe. Os cânticos, além de
identificarem cada Espírito que se manifesta, servem igualmente como condensadores de
energia, uma espécie de Mantra, que são palavras consagradas por seu alto potencial de
captação energética.
As funções dos pontos cantados são: Ritualística, onde os pontos “marcam” todas as
partes do ritual da casa como a defumação, abertura das Giras, entre outras; e
Concentradora, pois auxilia na concentração e foco dos médiuns para o atendimento,
pois os toques assim como os cantos envolvem suas mentes e o preparam para o
trabalho espiritual.

A IMPORTÂNCIA
Na Umbanda, um dos mais importantes fundamentos é o Ponto Cantado, são muito
mais que cantigas de Umbanda, são cantigas em louvor aos Orixás e as linhas das
Entidades trabalhadoras. O Ponto Cantado é um dos fundamentos mais importantes para
a harmonização e eficácia dos trabalhos dentro de um Templo Umbandista.
O Ponto Cantado é uma prece, ou invocação das diferentes Falanges para as
atividades ritualísticas no Centro de Umbanda. São verdadeiros mantras, rogativas, que
dinamizam forças da natureza e nos fazem entrar em contato íntimo com as Potências
Espirituais que nos regem. A harmonia dos sons é muito importante, pois gera uma
vibração que facilita a vinda das Entidades de Luz e a energia necessária para os
trabalhos, sendo uma verdadeira força mágica na Umbanda.

OS TIPOS DE PONTOS CANTADOS


Existem diversos tipos de pontos cantados e cada um obedece a um determinado fim:
- Louvor
- Visita (entoados ao receber uma visita e ao visitar outro terreiro)
- Defumação
- Abertura e fechamento dos trabalhos
- Bater cabeça
- Firmeza
- Específicos de entidades
- Chamada/Chegada das entidades
- Segurança e proteção
- Demanda (cantados apenas quando solicitados pelo Guia-Chefe, ou quando o
mesmo julgue necessário)
- Cruzamento do terreiro
- Consagração do Congá
- Subida/Retirada/Partida das entidades
- Agradecimento
- Vibração
- Fluidificação
- Doutrinação
- Cruzamento de linhas
- Cruzamento de falanges
- Pontos de batismo, casamenntos, etc...
É preciso sempre ter em mente que os pontos cantados na umbanda são parte
integrante de sua magia. Desta forma, os Pontos Cantados, por serem de grande
importância e fundamento, devem ser alvo de todo o cuidado, respeito e atenção por
parte daqueles que as utilizam, sendo ferramenta poderosa de auxílio às Entidades.
Em algumas ocasiões, determinadas pessoas até com boas intenções, mas sem
conhecimento, "puxam" pontos em horas não apropriadas e sem nenhuma afinidade com
o trabalho ora realizado. Tal fato pode causar transtornos à eficácia do que está sendo
feito, uma vez que podem atrair forças não afetas àquele labor, ou ainda despertar
energias contrárias ao trabalho espiritual.
Por isso é tão importante que os interessados em tocar e cantar procurem aprender os
fundamentos, os toques de nação e “como”, “o quê” e “quando” cantar.

PODE-SE CANTAR PONTOS DE UMBANDA FORA DO CONTEXTO DO TERREIRO?


Os pontos de umbanda são entoados principalmente para entrar em sintonia com as
forças do astral, por isso não é recomendado que os umbandistas andem cantando os
pontos sem a devida intenção de invocar as falanges. Quando um ponto é - na linguagem
do terreiro - mal tirado – ou seja, mal cantado, cantado de maneira imprópria e fora do
ambiente religioso, o cântico não alcançará o efeito desejado, irá atrapalhar a
aproximação das falanges e até perturbar a energia do ambiente. Os pontos de umbanda
são cantados para buscar as forças espirituais das entidades, para atuarem diretamente
sobre os trabalhos que estão sendo realizados, portanto não devem ser cantados em vão.

- ANJO DA GUARDA -
Muito se fala sobre o assunto mas poucas pessoas realmente entendem a importância
do Anjo da Guarda, inclusive para nós, umbandistas.
Infelizmente a história sobre anjos é curta. Os gregos, que eram amantes da precisão,
os chamavam DAIMONES (gênio, anjo, ser sobrenatural). Os egípcios os explicaram
amplamente e com detalhes, mas tudo foi perdido, queimado na época da ascensão do
cristianismo primitivo do Ocidente. Hoje, o pouco que nos resta deriva dos estudos
cabalísticos desenvolvidos pelos judeus, que foram os primeiros a acreditar nesta energia.
A palavra hebraica para anjo é Malakl, que significa “Mensageiro”. As primeiras
descrições sobre anjos apareceram no Antigo Testamento. A menção mais antiga de um
anjo aparece em Ur, cidade do Oriente Médio, há mais de 4.000 a.C.
São Thomás de Aquino foi um estudioso do assunto. Ele dizia que os anjos são seres
cujos corpos e essências são formados de um tecido da chamada luz astral. Eles se
comunicam com os homens através da egrégora (força espiritual criada a partir da soma
de energias coletivas (mentais, emocionais) fruto da congregação de dois ou mais
indivíduos), podendo assim assumir formas físicas.
A auréola que circunda a cabeça dos anjos é de origem oriental. Nimbo (do latim
nimbus) é o nome dado ao disco ou aura parcial que emana da cabeça das divindades.
No Egito, a aura da cabeça foi atribuída ao deus solar Rá e mais tarde na Grécia ao deus
Apolo. Na iconografia cristã, o nimbo ou diadema é um reflexo da glória celeste e sua
origem ou lar, o céu. As asas e halos apareceram no século I. As asas representam a
rapidez com que os anjos se locomovem.
No Novo Testamento, anjos apareceram nos momentos marcantes da vida de Jesus:
nascimento, pregações, martírio e “ressurreição”. Depois da ascensão, Jesus foi colocado
junto ao Anjo Metatron. Alguns estudos aceitam a possibilidade dos três Reis Magos
serem Anjos materializados. Melchior (Rei da Luz), Baltazar (Rei do Ouro, guardião do
tesouro, do incenso e da paz profunda) e Gaspar (o etíope, que entregou a mirra contra a
corrupção)
A tradição católica dividiu os anjos em três grandes hierarquias, subdivididas cada uma
em três companhias: Serafins, que personificam a caridade divina; Querubins, que
refletem a sabedoria divina; Tronos, que proclamam a grandeza divina. Dominações, que
têm o governo geral do universo; Potências, que protegem as leis do mundo físico e mora;
Virtudes, que promovem prodígios. Principados, responsáveis pelos reinos, estados e
países; Arcanjos, responsáveis pela transmissão de mensagens importantes; Anjos, que
cuidam da segurança dos indivíduos.”

O ANJO DA GUARDA NA UMBANDA


Na Umbanda o Anjo da Guarda não é considerado um Guia ou Orixá, é um Espírito
Celestial, iluminado, de essência pura e de energia poderosíssima. Pertence à dimensão
celestial, dimensão esta de grande pureza e de grande atuação em todas as outras
dimensões subsequentes. Portanto, a essência e a energia dos Anjos atingem a todos
independente de religião, doutrina ou crença.
Para os médiuns, os Anjos da Guarda são tão importantes quanto os próprios Orixás e
Entidades, pois são eles que os protegem no momento da incorporação ou
desincorporação. Momento esse que acontece em segundos de desacoplamento do
corpo astral e que, por um mínimo descuido, podem sofrer um ataque do baixo astral com
a entrada de seres inferiores na corrente mediúnica do médium.
Saiba que quando o Orixá/Entidade está incorporado no médium, o Anjo da Guarda fica
ao lado, no entanto, no momento da desincorporação ou incorporação o Anjo da Guarda
se aproxima mais ativamente ajudando a manter o equilíbrio do médium.
Os Anjos de Guarda nos protegem e nos acompanham a cada dia, por isso é
aconselhável manter sempre acesa uma vela branca ao lado de um copo d’água e em
local alto para fazer nossas orações.

A IMPORTÂNCIA DE ACENDER ANJO DA GUARDA


O que é firmar Anjo da Guarda?
Não se acende vela para o Anjo da Guarda como que se ele precisasse de "luz", muito
menos colocar o copo d'água porque ele tem sede. O fato é que acendemos uma vela
para nos firmar em sua energia, no momento em que é feito a firmeza estamos criando
um Elo com ele, um vínculo.
Anjo da guarda é um ser totalmente desprendido de ego, imagine um ser com evolução
altíssima, que trabalha em prol do nosso auxílio o caminhar espiritual sem querer ou pedir
nada em troca, esse ser precisa de luz? Quem precisa somos nós e não eles, com a vela
acesa teremos maior facilidade de sermos instruídos por eles, quando estamos nos
desviando de nosso caminhar é ele quem nos intui mudanças de atitudes ou posturas
para que voltemos a retidão.
Acender uma vela fortalece essa "troca", mas isso demanda orações e seriedde, o
importante é criar uma postura amigável, não simplesmente riscar o fósforo, converse
com ele, relembre com ele seus atos, peça ajuda na tomada de decisões, traga ele para
si, eu sei que é difícil criar um vínculo com um ser tão tênue, mas afinados com sua
energa sentiremos casa vez mais a sua presença, eles são nossos maiores guias, estão
mais próximos que qualquer outra energia desde que mantenhamos uma postura correta
pois o "errar" acaba os repelindo. Mas esse afastamento não se dá por eles, e sim de nós,
eles não conseguirão contato com nossa energia se cultivarmos pensamentos negativos,
egos de todo tipo.
A vela é acendida em nome do Anjo da Guarda, porém a energia é acesa em ós e
emanada por eles. O importante é sempre firmar seu Anjo da Guarda com calma e
serenidade, com o tempo e coração aberto, nada com pressa.
A importância da vela estar acima de nossas cabeças se dá pela maior facilidade de
conexão com nosso chakra coronário (que é por onde acontece a ligação do Anjo de
Guarda conosco), se a pessoa não tem uma casa espiritual onde firmar sua vela pode ser
em casa mesmo sem problema algum. A manutenção deve ser constante, por isso é
comum acender uma vela de 7 dias. Vela apagada não quer dizer que ele se revoltará,
que desistirá de te acompanhar ou coisa do tipo, vela apagada pode significar uma maior
dificuldade de comunicação da sua parte, acalme sua mente e se concentre melhor.

Firmar o Anjo da Guarda é nos firmar.

ANJO DA GUARDA: PROTEÇÃO E INTUIÇÃO


Apesar de não sermos capazes de vê-lo, o nosso anjo da guarda está sempre ao
nosso lado. Muitos acreditam que a voz da nossa intuição nada mais é do que o nosso
anjo da guarda “soprando” em nossos ouvidos o que devemos e o que não devemos
fazer. Quando estamos para realizar um ato e simplesmente temos uma intuição: “Eu
sinto que não deveria fazer isso”, para os estudiosos desses seres angelicais, essa é a
prova de proteção e companhia do nosso anjo, pois muitas vezes nossa “intuição” está
certa. É o nosso anjo nos protegendo e evitando que nos dirijamos para caminhos que
possam nos prejudicar.
Para quem acredita em anjo da guarda, é muito mais fácil perceber a sua presença ao
nosso lado. Quem duvida ou é descrente, afasta o seu anjo e torna a percepção de sua
atuação muito mais difícil. O nosso anjo da guarda é aquela proteção e companhia
constante, por isso se faz importante orar, acender velas e oferecer copos de água para
ele.
- DEFUMAÇÃO -
" Defuma com as ervas da Jurema, defuma com arruda e guiné.. "
Você já deve ter se perguntado pelo porquê da existência do Rito de Defumação
durante as giras. Mesmo quem nunca foi à um terreiro, pode lembrar-se desse rito dentro
das missas (no início de cada missa os padres também realizam a defumação).
A defumação tem o objetivo de modificar a energia do ambiente ou templo e todo ser
vivo, elevando a psique do ser, purificando o ambiente, neutralizando e eliminando cargas
negativas como forma pensamento, larvas astrais e miasmas. Era usada principalmente
em rituais religiosos, mágicos e curativos. A defumação foi utilizada pelos Egípcios,
Sumérios, Babilônios, Hindus, Judeus, Gregos, Romanos, Índios e várias outras culturas
assim como as mais variadas Religiões.
Para a Umbanda a defumação é um ritual de extrema importância e seriedade, está
presente nos mais variados momentos. Um dos momentos mais utilizados é quando se
inicia os trabalhos dentro de um terreiro, é realizada a defumação do ambiente, dos
médiuns e da assistência afim de transformar a energia do ambiente, purificando,
equilibrando e trazendo um estado de relaxamento aos médiuns, assim como neutraliza e
desagrega toda forma de energia negativa atraída durante a semana pelos que ali estão
presentes. Ou Seja, tem a função principal limpar e equilibrar o ambiente de trabalho de
acordo com a necessidade.
Além da utilização para neutralização e descarrego também pode e deve ser utilizado
para fins de atrair boas energias e bons pensamentos.
Em geral a defumação na Umbanda é sempre acompanhada de pontos cantados
específicos para defumação.
Desde os tempos imemoriais, dos homens das cavernas, que a queima de ervas e
resinas é atribuída à possibilidade da modificação ambiental, através da defumação.
Ao queimarmos as ervas, liberamos em alguns minutos de defumação todo o poder
energético aglutinado em meses ou anos absorvido do solo da Terra, da energia dos raios
de sol, da lua, do ar, além dos próprios elementos constitutivos das ervas. Deste modo,
projeta-se uma força capaz de desagregar miasmas astrais que dominam a maioria dos
ambientes humanos, produto da baixa qualidade de pensamentos e desejos, como raiva,
vingança, inveja, orgulho, mágoa, etc.
Existem, para cada objetivo que se tem ao fazer-se uma defumação, diferentes tipos de
ervas, que associadas, permitem energizar e harmonizar pessoas e ambientes, pois ao
queimá-las, produzem reações agradáveis ou desagradáveis no mundo invisível. Há
vegetais cujas auras são agressivas, repulsivas, picantes ou corrosivas, que põem em
fuga alguns desencarnados de vibração inferior.
Existem dois tipos de defumação: a defumação de descarrego e defumação lustral.
• Defumação de Descarrego
Serve para afastar seres do baixo astral, e dissipar larvas astrais que impregnam um
ambiente, tornando-o pesado e de difícil convivência para as pessoas que nele habitam.
Pois bem, a defumação tem o poder de desagregar estas cargas, através dos elementos
que a compõe, pois interpenetra os campos astral, mental e a aura, tornando-os
novamente "libertos" de tal peso para produzirem seu funcionamento normal.
• Defumação Lustral
Além de afastar alguns resquícios que por ventura tenham ficado depois da defumação
dedescarrego, ela atrai para estes ambientes, correntes positivas dos Orixás, Caboclos, e
Pretos Velhos, que se encarregarão de abrir seus caminhos. Não esqueça que a
defumação lustral deverá ser feita depois da defumação de descarrego.
Um meio muito comum dos Espíritos de Luz realizarem a defumação também, é
através da queima do fumo, como: cigarros, cachimbos, palheiros, charutos, cigarrilhas,
incensos e etc. A queima deste composto gera um propriedade química favorável a
desintegração das energias negativas assim como traz o relaxamento ao médium
animado pelo Espírito.
Nós, do Centro de Umbanda Caboclo Folha Seca – não recomendamos aos médiuns
e a assistência sem prévia autorização a realização da defumação com ervas e brasa em
suas residências ou comércios, pois além do risco espiritual pela falta de preparo, de
amparo e de conhecimento, há o risco material ao qual a pessoa pode colocar fogo por
acidente em sua própria residência ou comercio ou até mesmo se queimar e gerar lesões
irreparáveis para si mesmo e aqueles que estão próximos. Recomendamos que os
utilizem os defumadores prontos em tabletes e/ou incensos.
Toda essa precaução é devido a seriedade e responsabilidade que devemos ter
quando se trata da espiritualidade e os rituais da Umbanda. A defumação utiliza em suma:
plantas, ervas, resinas, brasa e turibulo (incensório) e cada um desses elementos, assim
como cada erva tem seu proposito e seu fundamento. E Todo e qualquer trabalho deve se
ter a certeza do amparo espiritual com o devido conhecimento para que os trabalhos se
deem de forma tranquila e efetiva.
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OBSERVAÇÃO
O livro Magia de Redenção (obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís), dedica um
capítulo para explanar um pouco sobre a defumação e o seu sentido.

Todo o potencial que se elabora no seio da planta, durante os meses de


sua vivência no solo seivoso da terra, depois é liberto em alguns minutos
da defumação, projetando em torno um potencial de forças, que, além de
sua manifestação propriamente física, ainda desagregam miasmas e
bacilos astralinos disseminados no ambiente humano.

- Ramatís

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*** Curiosidade ***


Como já citado acima, a defumação tem o poder de “desagregar miasmas e bacilos
astralinos”. Acredito que você já deva ter ouvido falar sobre miasmas e larvas astrais, mas
aqui vai uma pergunta. O que são e como podem te atingir?

Miasmas e Fluídos de Pensamentos


Vamos começar entendendo o que são os miasmas. Miasmas, são energias que se
“plastificam” ou podemos dizer, que tomam forma e se acumulam em torno do nosso
perispírito (corpo espiritual).
Isso acontece em decorrência de pensamentos e fluidos de pensamentos. As famosas
neuras, os traumas, registros marcantes e/ou pensamentos constantes que remontam a
uma mesma ocorrência.
Na medicina existe essa mesma nomenclatura - miasmas - e significa sujeira, a
putrefação de corpos, alimentos etc, no mundo espiritual o miasma está relacionado, com
a nossa ética, comportamento, padrão de pensamentos, e no trato com as pessoas que
convivemos, existe um termo na espiritualidade que se chama miasma deletério, ele nada
mais é do que um estado de padrão muito baixo, a densidade do local onde se acumula
os miasmas é muito grande, o que faz uma pessoa em seu estado mais equilibrado
passar mal, sentir dores no corpo, falta de ar, dores de cabeça entre outros sintomas. O
miasma mexe diretamente com a nossa aura, então se o padrão for negativo esses
miasmas são negativos e se o padrão for positivo esse miasma será positivo. O miasma é
uma plastificação dos nossos atos e pensamentos e grudam na atmosfera em que
vivemos, nossa casa, nossos móveis, objetos pessoais. É muito comum em casas aonde
tem dependentes químicos, depressivos, brigas familiares terem o miasma deletério e o
acúmulo de miasma fica tão grande e tão forte e presente na nossa vida que se criam as
larvas espirituais ou larvas astrais.

Larvas Astrais
Quando acumulamos as energias pesadas, ou seja miasmas negativos, atraímos
também as chamadas larvas astrais.
Como no plano físico, no astral também existem e vivem larvas, vermes e seres
parasitóides. Esses seres, se favorecem de pensamentos pesados e consciências
negativadas.
No momento em que você projeta pensamentos que propiciam miasmas negativos, as
larvas astrais também encontram abertura para se instalarem.
Esses seres agem como sanguessugas das nossas energias negativas, e podemos
dizer que eles se “alimentam” delas causando os mais variados tipos de moléstias e
doenças (emocionais, físicas e psíquicas) aos indivíduos que os carregam. Mas veja bem,
as larvas astrais não são espíritos obsessores e em algumas literaturas iremos encontrar
o termo: elementares ou vírus astrais.

- JUREMA -
Jurema é o nome da Planta Mestra Professora e nome de uma Bebida Sagrada de
origem indígena, feita das raízes de sua árvore. Seu feitio é realizado através da
maceração da casca e da raíz, combinados com água, vinho ou cachaça, dentro de um
contexto ritual indígena ou afro-brasileiro, onde rezas, chamados a entidades, cânticos e
giras são realizados. Esta árvore tipicamente Nordestina, era venerada pelos índios
potiguares e tabajaras, da Paraíba, muitos séculos antes da descoberta do Brasil. Dela
era produzida uma bebida considerada sagrada que os pajés faziam, servida em reuniões
especiais. Após a colonização e até o século XIX beber jurema era sinônimo de feitiçaria
ou prática de magia, sendo que muitos índios e caboclos foram presos acusados de
praticarem o "adjunto da jurema".
Em Pernambuco, existe um município cujo nome é Jurema devido a grande quantidade
destas árvores que ali se encontra. A Jurema, depois de crescida, é uma frondosa árvore
que vive mais de 200 anos. Todas as partes dessa árvore são aproveitadas: a raiz, a
casca, as folhas e as sementes, utilizadas em banhos de limpeza, infusões, unguentos
(tipo de perfume), rapés (tabaco), bebidas e para outros fins ritualísticos. A jurema
apresenta representações que variam em cada um dos espaços sociais. Clarice Mota
postula a existência de um complexo da jurema como um grupo de representações que
não apenas incluem plantas de nome Jurema, mas as concepções existentes em torno
delas, sendo uma demonstração das misturas culturais que ocorrem no país, de forma
que a Jurema possui muitas faces.
Foi no contexto religioso e curativo que o uso da Jurema Sagrada mais se
desenvolveu, saindo dos índios penetrou os costumes da Umbanda Sagrada e do
Catimbó, a mais recente tradição juremeira do Brasil. A Jurema é utilizada em dois
contextos rituais, indígena e afro-brasileiro, sempre com o propósito de cura e expansão
da consciência. No ritual indígena a consagração da Jurema Sagrada faz uso das
características indígenas e ancestrais de cura, como a Pajelança, o Ouricuri, os Praiás e
os Torés, como formas de chamar os encantados da floresta, ancestrais e espíritos pajés
curandeiros para auxiliar na cura. No ritual afro-brasileiro a consagração da Jurema
Sagrada se dá em conjunto com a fé e as características magistícas e religiosas do
Cadomblé, Umbanda e Catimbó, que vão desde a incorporação de entidades a giras e
bailados.
Para compreender o efeito da Jurema é necessário situar-se no contexto de
expectativas e formas de seu uso ritual, ou seja, os mitos e crenças a seu respeito
potencializam o efeito, dando-nos uma sensação de êxtase divino e religioso.
Atualmente a Jurema Sagrada se expandiu e ganhou outros territórios. É usada
também dentro de círculos esotéricos e cristãos, assim como também pela psicoterapia e
fitoterapia.

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