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DIREÇÃO - GERAL DOS ESTABELECIMENTOS ESCOLARES – DIREÇÃO DE SERVIÇOS REGIÃO

ALENTEJO
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE VIDIGUEIRA (135112)
TELF. 284437300 FAX 284437309

Teste de Avaliação de Português

Nome:_____________________________________Data:____________________________
Classificação:_________________________________docente:________________________
Enc.Educação: ____________________________

Grupo I

Texto A

Como é bom ter avós

Não é demais exigir uma boa vida e não apenas uma vida longa. Almejemos 1 por avós felizes, que
gostam de viver e brincam com os netos. Todos ficamos a ganhar!
Ter avós dá-nos o conforto de que podemos ser duráveis, com a possibilidade de guardar memórias vivas
na família e acreditar na projeção dum futuro distante. Chegar a velho é uma bênção 2 para quem o consegue
5 e para quem o rodeia. A experiência de vida é um valor seguro e, quem a tem, não pode ser considerado
descartável. O aumento da longevidade em Portugal é um bem. A nossa esperança média de vida, segundo
dados da Pordata3 de 2017, é de 81,6 anos de idade, o que nos coloca como o quinto país da Europa com
vida mais longa. Mas é preocupante saber que apenas temos 7,9 anos de vida saudável após os 65 anos,
quando a média da Europa é de 9,6 e na Suécia de 15,4 anos.
10 A velhice é uma fase da vida que pode ser muito feliz e tranquila, desde que saibamos aceitá-la,
descobrindo-lhe as vantagens de saber o real valor das coisas, em que a pressa raramente se justifica. É
claro que há perdas, como a capacidade física e a resistência, mas conseguiremos ver alguns ganhos, se
não dermos azo à melancolia do desejo da juventude perdida. (…)
O espectro4 da solidão na velhice é um problema de sempre, mas com proporções descomunais nos
15 nossos tempos. A idade avançada não dá garantia de bondade na juventude e muitos não criaram os laços
de amizade que depois são tão necessários. Depois, as casas são pequenas e acanhadas, sem espaço para
o avô. Todos andam com demasiada pressa, a perderem tempo nos transportes e sabe-se lá mais em quê.
Grassa5 entre nós um egoísmo crescente, em que ninguém quer perder tempo com os outros, embora se
entregue horas a fio ao lixo informático.
20 É muito importante ter uma vida longa, mas com qualidade e saúde! Os 40 anos do Serviço Nacional de
Saúde trouxeram a diminuição da mortalidade infantil e o aumento da esperança de vida. Sejamos exigentes
e não nos contentemos com essas vitórias. Não é demais exigir uma boa vida e não apenas uma vida longa.
Almejemos por avós felizes, que gostam de viver e brincam com os netos. Mais ativos na sua casa e com o
calor da família, a falta de autonomia e a dependência chegam mais tarde. Todos ficamos a ganhar!
25
João Araújo Correia, in https://www.publico.pt/2019/07/26/impar/opiniao/bom-avos-1881110
(consultado em 14/12/2020. Texto com supressões e adaptado.)

1
Lê o texto e as notas.

NOTAS:
1
Almejemos – desejemos; pretendamos.
2
bênção – favor; dádiva.
3
Pordata – é uma base de estatísticas certificadas sobre Portugal, seus municípios e Europa.
4
Espectro – aparição; visão.
5
Grassa – Alastra-se; expande-se.

1. Indica se as afirmações são Verdadeiras (V) ou Falsas (F), de acordo com o texto.
(A) Ter avós permite-nos pensar que teremos uma vida longa.
(B) Poder aprender com a experiência dos mais velhos é algo valioso.
(C) Portugal ocupa o 7.º lugar europeu na esperança média de vida (81,6 anos de idade).
(D) Se as pessoas aceitarem e descobrirem as vantagens da velhice, poderão ser mais felizes e tranquilas.
(E) As pessoas mais novas não têm tempo para os mais velhos porque andam ocupadas com outras coisas,
algumas dispensáveis.
(F) A solidão na velhice é um problema menor atualmente.
(G) Segundo o autor, os mais jovens são bondosos por natureza para quem tem idade avançada.

2. Para cada item (2.1. a 2.2.), assinala com X a opção que completa corretamente a afirmação de acordo com o texto.
2.1. Ficamos a ganhar com o facto de termos avós felizes porque
(A) podemos desfrutar de memórias vivas de família.
(B) não aprendemos com a experiência deles.
(C) não temos de nos preocupar com eles.

4.2. Para que a velhice seja uma fase da vida feliz e tranquila, é necessário
(A) ter muito dinheiro.
(B) ter uma vida longa.
(C) aceitá-la e encontrar o valor de outras coisas.

Texto B- GrupoII

Lê o texto e as notas.
NOTAS:

1
resoluta – decidida
O neto era muito pesado, mas a avó não se dava por vencida. Caminhava resoluta 1, enterrando as
sandálias na areia. Agora o caminho entre as dunas começava a subir.
E depois dessa duna, havia ainda outra duna. A avó começou a ter medo de estar perdida.
Muitos anos atrás, a avó perdera uma criança. A lembrança veio subitamente e ela não conseguia afastá-
5 la. Sempre quisera esquecê-la, mas de repente ela voltava. Mesmo em sonhos. Uma criança ardendo em
febre, e ela correndo com ela nos braços, através de um hospital labiríntico. E depois os dias passavam e ela
perdia a criança.
Durante muito tempo, não soube onde estava, quando lhe vieram dizer que perdera a criança.

2
E agora estava outra vez perdida, com uma criança nos braços.
10 Já tinha vivido algo assim. A vida era só vento e areia e ela arrastando-se, lutando em vão, contra o vento
e a areia.
Doíam-lhe os ossos, não aguentava carregar o peso dele. E se de repente ficasse imobilizada, estendida
no chão, como já lhe sucedera mais do que uma vez? Aquela hérnia na coluna podia sair do lugar e ela ficar
15
sem conseguir mexer-se. E se isso acontecesse e ela ficasse ali, sem poder andar? E se a criança se
afastasse, sozinha, à procura de socorro, e se perdesse? Se ela perdesse a criança?
Pousou o neto, e sentou-se a seu lado na areia.
– Vamos descansar um pouco, disse ela ofegante. Põe a cabeça no meu ombro, para fugir do vento.
Apetecia-lhe chorar, mas não podia dar-se por vencida. Ela estava à sua guarda e ela encontraria maneira
20 de voltar a casa.
Mas sentia-se perdida. O mundo era uma coisa sem direções, e desfocada.
Já vivera isso antes. Uma longa extensão de areia, deserta. E ela tão desamparada como a criança que
levava. Ambas perdidas, no vento e na areia.
– Avó, olha o cão do senhor Lourenço! apontou de repente o neto, recomeçando a andar, na direção de
25 um cão que corria para eles.
– Louvado Deus, disse a avó recomeçando também a andar. Porque então estariam salvos. O café do
senhor Lourenço iria aparecer, como um farol, no meio das dunas. Bastava seguir o cão.
O neto esquecia o espinho e esquecia a dor no pé, e quase corria, alegremente, atrás do cão.
Em breve se sentavam à mesa do café, e viam o vento levantar a areia. Mas agora isso passava-se lá
30 fora, do lado de lá da janela.
A avó pediu um café e o neto um chocolate quente. Sorriam um para o outro e o mundo voltou a ser
perfeito.
Aflijo-me de mais, e dramatizo as coisas, pensou a avó. Afinal atravessámos o vento e a areia. E, amanhã
de manhã, vou ao oculista.
35
Teolinda Gersão, A Mulher Que Prendeu a Chuva, Porto Editora, 2016.

.
1. Numera os tópicos de 1 a 5, de acordo com a ordem pela qual as informações são apresentadas no texto.

Explicitação das preocupações da avó.

Uma situação do passado veio à memória da avó.

Reflexão da avó sobre o acontecido.

O cão orienta a avó e o neto.

A avó teme estar perdida.

Gramática
1. Relê as frases seguintes
(A) O neto era muito pesado, mas a avó não se dava por vencida.
(B) A lembrança veio subitamente e ela não conseguia afastá-la.
(C) Durante muito tempo, não soube onde estava, quando lhe vieram dizer que perdera a criança.

3
11.1. Identifica a classe e a subclasse das palavras sublinhadas.
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________

14. Identifica todas as frases em que o elemento destacado desempenha a função sintática de predicativo do sujeito.
(A) O neto era muito pesado.

(B) Doíam-lhe os ossos.

(C) A avó pediu um café e o neto um chocolate quente.

(D) Ela estava à sua guarda.

Produção Escrita

Atualmente, muitos idosos vivem sozinhos, ou porque não têm família a quem recorrer, ou porque os filhos têm uma
vida ocupada, …
Na tua opinião, estamos a fazer o necessário para que as pessoas mais idosas tenham uma velhice digna?
Escreve um texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de 100 e um máximo de 200 palavras, em que
defendas o teu ponto de vista.

O teu texto deve incluir:


• a indicação do teu ponto de vista;
• a apresentação de pelo menos duas razões que justifiquem a tua posição;
• uma conclusão adequada.
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Bom Trabalho
A Professora: E.M

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