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DOSSIÊ DO PROFESSOR PONTO PT7

TESTES DE AVALIAÇÃO

TESTE DE AVALIAÇÃO 2 VERSÃO A

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DOSSIÊ DO PROFESSOR PONTO PT7
TESTES DE AVALIAÇÃO

Leitura e Educação Literária

Texto A

Lê o texto e as notas.

Como é bom ter avós


Não é demais exigir uma boa vida e não apenas uma vida longa. Almejemos 1 por avós felizes,
que gostam de viver e brincam com os netos. Todos ficamos a ganhar!
Ter avós dá-nos o conforto de que podemos ser duráveis, com a possibilidade de guardar
memórias vivas na família e acreditar na projeção dum futuro distante. Chegar a velho é uma
5 bênção2 para quem o consegue e para quem o rodeia. A experiência de vida é um valor seguro e,
quem a tem, não pode ser considerado descartável. O aumento da longevidade em Portugal é um
bem. A nossa esperança média de vida, segundo dados da Pordata 3 de 2017, é de 81,6 anos de
idade, o que nos coloca como o quinto país da Europa com vida mais longa. Mas é preocupante
saber que apenas temos 7,9 anos de vida saudável após os 65 anos, quando a média da Europa é
10 de 9,6 e na Suécia de 15,4 anos.
A velhice é uma fase da vida que pode ser muito feliz e tranquila, desde que saibamos aceitá-la,
descobrindo-lhe as vantagens de saber o real valor das coisas, em que a pressa raramente se
justifica. É claro que há perdas, como a capacidade física e a resistência, mas conseguiremos ver
alguns ganhos, se não dermos azo à melancolia do desejo da juventude perdida. (…)
15
O espectro4 da solidão na velhice é um problema de sempre, mas com proporções descomunais
nos nossos tempos. A idade avançada não dá garantia de bondade na juventude e muitos não
criaram os laços de amizade que depois são tão necessários. Depois, as casas são pequenas e
acanhadas, sem espaço para o avô. Todos andam com demasiada pressa, a perderem tempo nos
transportes e sabe-se lá mais em quê. Grassa5 entre nós um egoísmo crescente, em que ninguém
20 quer perder tempo com os outros, embora se entregue horas a fio ao lixo informático.
É muito importante ter uma vida longa, mas com qualidade e saúde! Os 40 anos do Serviço
Nacional de Saúde trouxeram a diminuição da mortalidade infantil e o aumento da esperança de
vida. Sejamos exigentes e não nos contentemos com essas vitórias. Não é demais exigir uma boa
vida e não apenas uma vida longa. Almejemos por avós felizes, que gostam de viver e brincam
25 com os netos. Mais ativos na sua casa e com o calor da família, a falta de autonomia e a
dependência chegam mais tarde. Todos ficamos a ganhar!
João Araújo Correia, in https://www.publico.pt/2019/07/26/impar/opiniao/bom-avos-1881110
(consultado em 14/12/2020. Texto com supressões e adaptado.)

NOTAS:
1
Almejemos – desejemos; pretendamos.
2
bênção – favor; dádiva.
3
Pordata – é uma base de estatísticas certificadas sobre Portugal, seus municípios e Europa.
4
Espectro – aparição; visão.
5
Grassa – Alastra-se; expande-se.

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3. Indica se as afirmações são Verdadeiras (V) ou Falsas (F), de acordo com o texto.
(A) Ter avós permite-nos pensar que teremos uma vida longa.
(B) Poder aprender com a experiência dos mais velhos é algo valioso.
(C) Portugal ocupa o 7.º lugar europeu na esperança média de vida (81,6 anos de idade).
(D) Se as pessoas aceitarem e descobrirem as vantagens da velhice, poderão ser mais felizes e
tranquilas.
(E) As pessoas mais novas não têm tempo para os mais velhos porque andam ocupadas com outras
coisas, algumas dispensáveis.
(F) A solidão na velhice é um problema menor atualmente.
(G) Segundo o autor, os mais jovens são bondosos por natureza para quem tem idade avançada.

4. Para cada item (4.1. a 4.4.), assinala com X a opção que completa corretamente a afirmação de acordo com
o texto.
4.1. Ficamos a ganhar com o facto de termos avós felizes porque
(A) podemos desfrutar de memórias vivas de família.
(B) não aprendemos com a experiência deles.
(C) não temos de nos preocupar com eles.

4.2. Para que a velhice seja uma fase da vida feliz e tranquila, é necessário
(A) ter muito dinheiro.
(B) ter uma vida longa.
(C) aceitá-la e encontrar o valor de outras coisas.

4.3. Com a palavra, “mas”, na frase “mas conseguiremos ver alguns ganhos, se não dermos azo
à melancolia” (ll. 13 e 14), o autor apresenta uma
(A) consequência.
(B) oposição.
(C) conclusão

4.4. Com a frase “ninguém quer perder tempo com os outros, embora se entregue horas a fio ao
lixo informático” (ll. 19-20), o autor
(A) manifesta uma opinião.
(B) apresenta um facto.
(C) explicita um elogio.

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Texto B

Lê o texto e as notas.

O neto era muito pesado, mas a avó não se dava por vencida. Caminhava resoluta 1, enterrando
as sandálias na areia. Agora o caminho entre as dunas começava a subir.
E depois dessa duna, havia ainda outra duna. A avó começou a ter medo de estar perdida.
Muitos anos atrás, a avó perdera uma criança. A lembrança veio subitamente e ela não
5 conseguia afastá-la. Sempre quisera esquecê-la, mas de repente ela voltava. Mesmo em sonhos.
Uma criança ardendo em febre, e ela correndo com ela nos braços, através de um hospital
labiríntico. E depois os dias passavam e ela perdia a criança.
Durante muito tempo, não soube onde estava, quando lhe vieram dizer que perdera a criança.
E agora estava outra vez perdida, com uma criança nos braços.
10 Já tinha vivido algo assim. A vida era só vento e areia e ela arrastando-se, lutando em vão,
contra o vento e a areia.
Doíam-lhe os ossos, não aguentava carregar o peso dele. E se de repente ficasse imobilizada,
estendida no chão, como já lhe sucedera mais do que uma vez? Aquela hérnia na coluna podia sair
15 do lugar e ela ficar sem conseguir mexer-se. E se isso acontecesse e ela ficasse ali, sem poder
andar? E se a criança se afastasse, sozinha, à procura de socorro, e se perdesse? Se ela
perdesse a criança?
Pousou o neto, e sentou-se a seu lado na areia.
– Vamos descansar um pouco, disse ela ofegante. Põe a cabeça no meu ombro, para fugir do
20 vento.
Apetecia-lhe chorar, mas não podia dar-se por vencida. Ela estava à sua guarda e ela
encontraria maneira de voltar a casa.
Mas sentia-se perdida. O mundo era uma coisa sem direções, e desfocada.
Já vivera isso antes. Uma longa extensão de areia, deserta. E ela tão desamparada como a
25 criança que levava. Ambas perdidas, no vento e na areia.
– Avó, olha o cão do senhor Lourenço! apontou de repente o neto, recomeçando a andar, na
direção de um cão que corria para eles.
– Louvado Deus, disse a avó recomeçando também a andar. Porque então estariam salvos. O
café do senhor Lourenço iria aparecer, como um farol, no meio das dunas. Bastava seguir o cão.
30 O neto esquecia o espinho e esquecia a dor no pé, e quase corria, alegremente, atrás do cão.
Em breve se sentavam à mesa do café, e viam o vento levantar a areia. Mas agora isso
passava-se lá fora, do lado de lá da janela.
A avó pediu um café e o neto um chocolate quente. Sorriam um para o outro e o mundo voltou a
ser perfeito.
35 Aflijo-me de mais, e dramatizo as coisas, pensou a avó. Afinal atravessámos o vento e a areia.
E, amanhã de manhã, vou ao oculista.
Teolinda Gersão, A Mulher Que Prendeu a Chuva, Porto Editora, 2016.

NOTAS:

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1
resoluta – decidida.

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5. Numera os tópicos de 1 a 5, de acordo com a ordem pela qual as informações são apresentadas no texto.

Explicitação das preocupações da avó.

Uma situação do passado veio à memória da avó.

Reflexão da avó sobre o acontecido.

O cão orienta a avó e o neto.

A avó teme estar perdida.

6. Explica de que modo a expressão “O neto era muito pesado, mas a avó não se dava por vencida.” (linha 1) se
confirma ao longo do texto e ajuda a caracterizar a avó.
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7. Que relação se estabelece entre a avó e o neto perante as dificuldades com que se deparam?
Justifica com expressões textuais.
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8. “O café do senhor Lourenço iria aparecer, como um farol, no meio das dunas.” (ll. 28-29)
Assinala com um X a opção que completa corretamente a afirmação de acordo com o texto.
(A) Um farol tinha sido construído no meio das dunas e agora serviria de orientação a avó e ao
neto para encontrarem o café do senhor Lourenço. Estamos perante uma metáfora.
(B) Junto ao café do senhor Lourenço situava-se um farol, o qual serviria de orientação para a avó
e o neto. Estamos perante uma personificação.
(C) Assim como um farol orienta as embarcações a entrar num porto marítimo, também o café do
senhor Lourenço serviria de guia à avó e ao neto. Estamos perante uma comparação.

9. “Aflijo-me de mais, e dramatizo as coisas, pensou a avó.” (l. 35)


Que conclusões ou ensinamentos são possíveis retirar a partir do texto e da reflexão final de avó?
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Gramática

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11. Relê as frases seguintes


(A) O neto era muito pesado, mas a avó não se dava por vencida.
(B) A lembrança veio subitamente e ela não conseguia afastá-la.
(C) Durante muito tempo, não soube onde estava, quando lhe vieram dizer que perdera a criança.

11.1. Identifica a classe e a subclasse das palavras sublinhadas.


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12. Presta atenção à oração subordinada adverbial causal sublinhada na frase.


A avó e o neto recomeçaram a andar porque viram o cão do senhor Lourenço.
Assinala com um X a frase que não contém uma oração subordinada causal.
(A) Como não aguentava as dores, a avó optou por descansar.

(B) A avó está tão desamparada como a criança que levava.

(C) A avó afligia-se de mais, visto que dramatiza muito as coisas.

Escrita

15. Atualmente, muitos idosos vivem sozinhos, ou porque não têm família a quem recorrer, ou porque os filhos
têm uma vida ocupada, …
Na tua opinião, estamos a fazer o necessário para que as pessoas mais idosas tenham uma velhice
digna?
Escreve um texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de 120 e um máximo de 200 palavras, em
que defendas o teu ponto de vista.

O teu texto deve incluir:


• a indicação do teu ponto de vista;
• a apresentação de pelo menos duas razões que justifiquem a tua posição;
• uma conclusão adequada.

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