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Questão-aula Palavra-chave, Português, 7.

° ano

Oralidade

Texto narrativo (Compreensão do oral)


Lê, atentamente, as questões que te são colocadas. Para responderes aos itens que se seguem, irás
ouvir o texto “José Gaio” duas vezes.

1. Para cada item (1.1. a 1.5.), seleciona a opção que completa a frase, de acordo com o sentido do texto.

1.1. A ação do conto inicia-se


(A) em dezembro, por volta das seis da manhã.
(B) em dezembro, por volta das cinco da manhã.
(C) em novembro, por volta das seis da manhã.
(D) em janeiro, por volta das seis da manhã.

1.2. À medida que José Gaio se afastava do monte,


(A) expandia-se uma madrugada luminosa e serena.
(B) surgia uma madrugada cinzenta, com ligeiros aguaceiros.
(C) crescia uma tempestade pavorosa.
(D) diminuía a tempestade, mal se ouvindo ao longe.

1.3. Quando viu um relâmpago mais vivo, José Gaio


(A) parou e admirou o espetáculo.
(B) apressou o passo, benzeu-se, rezou um Padre Nosso.
(C) acelerou o passo, benzeu-se, rezou a Magnificat.
(D) parou e benzeu-se tranquilamente.

1.4. O trovão troou tão forte, que José Gaio


(A) se estendeu ao comprido, colocando as mãos nos ouvidos.
(B) parou, levou as mãos ao céu, como que pedindo misericórdia.
(C) parou, levou as mãos ao céu, em gesto de ameaça.
(D) parou, levando as mãos ao rosto e sentando-se, depois.

1.5. Ao chamarem por ele, José Gaio


(A) ficou aliviado por reconhecer uma voz humana.
(B) ficou esperançado, ao depreender que se aproximava de lugar habitado.
(C) riu-se, pensando ser uma partida.
(D) ficou ainda mais apavorado.

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Questão-aula Palavra-chave, Português, 7.° ano

Oralidade

Questão-aula – Oralidade

Texto narrativo

Cotações (20 x 5)
1.1. 1.2. 1.3. 1.4. 1.5.
20 40 60 80 100
1.1. (A); 1.2. (C); 1.3. (C); 1.4. (B); 1.5. (D)

Transcrição do texto gravado:


José Gaio

Em dezembro, às seis é noite cerrada. Mais bocado,


menos bocado, a essa hora recolhia do monte o José Gaio,
sozinho, sachola ao ombro, um pouco atarantado com a
trovoada que rugia ao longe, em surdina. Por cima dele, o
céu ia-se fazendo cada vez mais negro, dessa negrura
espessa de tempestade que infunde pavor à gente, e da
qual os próprios pássaros têm medo. Cessara de chover.
Mas o vento do sul principiava agora, agitando os grandes
ramos despidos dos castanheiros, fazendo-os murmurar
não sei que estranha elegia... A um relâmpago mais vivo, o
José Gaio apressou o passo, e, benzendo-se, rezou a
Magnificat. O trovão chegou depois, lúgubre, cavernoso,
alastrando-se em roldões na larga amplitude do céu.
Debaixo dos pés, o José Gaio sentia o caminho lamacento,
encharcado das enxurradas valentes de todo o dia. Mas a
ponte já não ficava longe. Depois, a ladeira – e no meio da
ladeira a casa.
– Vamos lá com Deus! – fazia ele animando-se.
Um clarão súbito de relâmpago deslumbrou-o. Diante
dele surgiu de repente a paisagem, e de repente
desapareceu, magicamente iluminada. Deitou então a
correr, aterrado; mas tão forte veio em seguida o trovão que
ele instintivamente parou e levou ao céu as mãos aflitas,
num gesto de quem implora misericórdia. Naquela
iminência de perigo, as próprias árvores lhe pareciam
imobilizadas pelo terror, à beira do caminho. E, através dos
castanhais, o surdo rumor do vento era como a voz
implorativa da natureza, unindo-se à voz dele num longo
coro de súplicas...
O José Gaio ia transido. Mas pior ficou quando de
repente, sem saber donde, alguém chamou por ele,
lugubremente:
– Ó José Gaio!
Trindade Coelho, “Vae Victoribus”, in Contos. Porto Editora, 2016
(pp. 37-38)

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