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sumativa 3 · Matriz
Texto narrativo:
– ideias principais;
– caracterização direta e Itens de seleção:
Educação indireta de – escolha múltipla.
9 29
Literária personagens; Itens de construção:
– comportamentos e – resposta curta.
sentimentos de
personagem;
– recursos expressivos.
Texto de opinião
– extensão;
– tema;
– pertinência da
informação;
– estrutura; Item de construção:
Escrita 1 30
– coesão textual; – resposta extensa.
– vocabulário;
– sintaxe;
– morfologia;
– pontuação;
– ortografia.
Professor(a) Turma
Livro aberto, 9.º ano –
Testes de avaliação
sumativa
Para responderes aos itens abaixo, ouve a gravação e segue as instruções.
TEXTO A
1. Assinala com , nos itens 1.1. a 1.4., a opção que completa cada afirmação, de acordo com o texto.
c. o racismo e o patriarcado.
1.3. Um dos objetivos expressos pelo diretor artístico dos Festivais Gil Vicente é
TEXTO B
Judiarias
Antes mesmo de eu saber que era uma prática imemorial, embora já então pratica-
mente abolida, apartar a população de origem judaica em zonas delimitadas das cidades
(as judiarias ou guetos), a palavra judiarias entrou no meu vocabulário por via popular e
graciosa: na conversa doméstica, “fazer judiarias” era o mesmo que “pregar partidas”,
5 como se fosse um exclusivo dos judeus, ainda que há muitos séculos cristianizados (os
chamados cristãos-novos). Este sentido figurado de judiarias não era, no entanto, de ori-
gem popular: já Aulete1 (1881) lhe atribuía o valor de “mofa, chacota, perraria, tormento,
apoquentação” – e registava, a título de exemplo, “fazer judiarias”.
Eu nascera na mouraria2 e isso, ainda que imprecisamente, dizia-me que era naquela
10 área que há muitos séculos se acumulavam os mouros, cuja existência inescapável me era
comunicada pelo ensino da história tal como então se praticava […]. Mas não tinha
ainda notícias de judiarias criadas nas cidades portuguesas (sobretudo na minha), onde
outror se tinham arrumado os seguidores (praticantes ou não) do credo3 judaico. No
meu tempo os mouros eram tratados como “perros infiéis”, os judeus eram praticamente
15 ignorados. […]
Um primo direito meu nascera de uma senhora de ascendência judaica; e um dos
grandes amigos dos meus pais era um abastado comerciante judeu da Baixa lisboeta, que,
por coincidência, vivia numa rua que levava o nome dum dos mais distintos membros
da comunidade israelita na geração anterior: José de Esaguy. À minha mãe ouvia eu, de
20 vez em quando, lamentar a sorte dos judeus, “que sofreram muito”. No entanto, foi dela
que bebi a referência continuada às judiarias, no sentido de brincadeira feita por pirraça,
sempre inócua4, quase sempre divertida. Jamais a ouvi aplicar o qualificativo às malfeito- rias
maliciosas feitas por terceiros. […]
Não é difícil apurar de onde vinha esta associação (benigna) entre os judeus e as pati-
25 farias, pretensamente maléficas. As judiarias buscavam alimento na narrativa dominante
sobre os judeus, cujos traços se encontram nos numerosos processos da Inquisição, mas
que persistiram para lá da extinção do Santo Ofício.
António Mega Ferreira, Roteiro Afetivo de Palavras Perdidas, Tinta da China, 2022 (págs. 125-126, com supressões)
1. Aulete: dicionário da língua portuguesa. 2. mouraria: bairro do Lisboa onde habitavam antigamente os mouros.
3. credo: religião. 4. inócua: inofensiva.
b. que lhe era familiar na infância, mas cuja origem não conhecia.
d. que foi objeto de muitas conversas com a mãe durante a sua infância.
3.2. A única expressão cujo significado apresentado no texto não corresponde ao de “fazer
judiarias” é:
a. fazer travessuras.
b. pregar partidas.
c. fazer maroteiras.
3.3. No segundo parágrafo do texto, ao referir-se a judeus e mouros, o autor refere que
c. tinha adquirido muita informação sobre os judeus, que eram tratados por “perros infiéis”.
3.5. A frase ativa correspondente à frase passiva “A existência inescapável dos mouros tinha-me
sido comunicada pelo ensino da história” é
3.6. Na frase “A palavra judiarias entrou no meu vocabulário por via popular”, as expressões
sublinha- das desempenham, respetivamente, as funções sintáticas de
1. reproche: censura, crítica. 2. consternado: abatido, triste. 3. sonho do hebreu cativo: ânsia de liberdade dos judeus que se
tornaram escravos no Egito. 4. dardo: lança. 5. alienista: psiquiatra.
4. Assinala as opções que caracterizam o estado psicológico de D. Evarista no início do texto.
a. forte melancolia
b. magreza
c. agressividade
d. sofrimento em silêncio
e. solidão
f. irritação
5. Que acontecimento alterou o estado de espírito que D. Evarista revelava no início do texto?
Justifica a tua resposta.
6. Assinala com , nos itens 6.1. a 6.5., a opção que completa cada afirmação, de acordo com o
sentido do texto.
6.1. Na repetição do advérbio “agora” (linhas 17-19) foi utilizado o seguinte recurso expressivo:
a. metáfora.
b. anáfora.
c. hipérbole.
6.2. O sentido metafórico da frase “Mas um dardo atravessou o coração de D. Evarista.” (linha 25)
a. intensifica o receio que subitamente sentiu perante um possível obstáculo à sua viagem.
b. demonstra a sua tristeza pelo facto de o marido não a poder acompanhar na viagem.
6.3. A passagem “mas não quisera pedi-lo nem insinuá-lo, em primeiro lugar porque seria impor
grandes despesas ao marido, em segundo lugar porque era melhor, mais metódico e racional
que a proposta viesse dele” (linhas 29-31) permite, indiretamente, caracterizar D. Evarista como
uma mulher
a. sincera e tímida.
b. frontal e perseverante.
c. premeditada e decidida.
6.4. Ao usar a frase “Era uma via Láctea de algarismos.” (linha 35), o narrador refere o valor muito
elevado dos ganhos, recorrendo a
a. uma anáfora.
b. uma hipérbole.
c. um eufemismo.
a. D. Evarista que sonhara toda a vida com a viagem ao Rio de Janeiro, ficou deslumbrada.
b. D. Evarista, que sonhara toda a vida com a viagem ao Rio de Janeiro, ficou deslumbrada.
c. D. Evarista, que sonhara toda a vida com a viagem ao Rio de Janeiro ficou deslumbrada.
7. Na passagem “não quisera pedi-lo nem insinuá-lo” (linhas 29-30), a que se referem os pronomes
pessoais sublinhados?
10. O que nos permitirão inferir sobre o carácter de D. Evarista os dois últimos parágrafos do texto?
Lê o Texto D e as notas.
TEXTO D
Tanto que Brísida Vaz se embarcou, veio um Judeu, com um bode1 às costas; e,
chegando ao batel dos danados, diz:
1. bode: o bode fazia parte dos sacrifícios rituais da religião judaica. 2. Cuj’é: de quem é. 3. Semifará: talvez o nome do próprio Judeu ou de outro
judeu conhecido.
11. Os judeus foram, ao longo do tempo, marginalizados por praticarem rituais diferentes dos cristãos,
como o sacrifício de animais. Alguns mitos sobre os judeus prolongaram-se no tempo: o apego
exagerado ao dinheiro, as pretensas malfeitorias, as práticas religiosas ocultas, etc.
Como relacionas o texto B, Judiarias, com este excerto do Auto da Barca do Inferno (texto D)?
Refere-te à forma como o tema dos judeus é abordado em ambos os textos.
12. Faz o resumo do texto abaixo.