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TESTES DE AVALIAÇÃO
Texto A
Lê o texto e as notas.
NOTAS:
1
Almejemos – desejemos; pretendamos.
2
bênção – favor; dádiva.
3
Pordata – é uma base de estatísticas certificadas sobre Portugal, seus municípios e Europa.
4
Espectro – aparição; visão.
5
Grassa – Alastra-se; expande-se.
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3. Indica se as afirmações são Verdadeiras (V) ou Falsas (F), de acordo com o texto.
(A) Ter avós permite-nos pensar que teremos uma vida longa.
(B) Poder aprender com a experiência dos mais velhos é algo valioso.
(C) Portugal ocupa o 7.º lugar europeu na esperança média de vida (81,6 anos de idade).
(D) Se as pessoas aceitarem e descobrirem as vantagens da velhice, poderão ser mais felizes e
tranquilas.
(E) As pessoas mais novas não têm tempo para os mais velhos porque andam ocupadas com outras
coisas, algumas dispensáveis.
(F) A solidão na velhice é um problema menor atualmente.
(G) Segundo o autor, os mais jovens são bondosos por natureza para quem tem idade avançada.
4. Para cada item (4.1. a 4.4.), assinala com X a opção que completa corretamente a afirmação de acordo com
o texto.
4.1. Ficamos a ganhar com o facto de termos avós felizes porque
(A) podemos desfrutar de memórias vivas de família.
(B) não aprendemos com a experiência deles.
(C) não temos de nos preocupar com eles.
4.2. Para que a velhice seja uma fase da vida feliz e tranquila, é necessário
(A) ter muito dinheiro.
(B) ter uma vida longa.
(C) aceitá-la e encontrar o valor de outras coisas.
4.3. Com a palavra, “mas”, na frase “mas conseguiremos ver alguns ganhos, se não dermos azo
à melancolia” (ll. 13 e 14), o autor apresenta uma
(A) consequência.
(B) oposição.
(C) conclusão
4.4. Com a frase “ninguém quer perder tempo com os outros, embora se entregue horas a fio ao
lixo informático” (ll. 19-20), o autor
(A) manifesta uma opinião.
(B) apresenta um facto.
(C) explicita um elogio.
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Texto B
Lê o texto e as notas.
O neto era muito pesado, mas a avó não se dava por vencida. Caminhava resoluta 1, enterrando
as sandálias na areia. Agora o caminho entre as dunas começava a subir.
E depois dessa duna, havia ainda outra duna. A avó começou a ter medo de estar perdida.
Muitos anos atrás, a avó perdera uma criança. A lembrança veio subitamente e ela não
5 conseguia afastá-la. Sempre quisera esquecê-la, mas de repente ela voltava. Mesmo em sonhos.
Uma criança ardendo em febre, e ela correndo com ela nos braços, através de um hospital
labiríntico. E depois os dias passavam e ela perdia a criança.
Durante muito tempo, não soube onde estava, quando lhe vieram dizer que perdera a criança.
E agora estava outra vez perdida, com uma criança nos braços.
10 Já tinha vivido algo assim. A vida era só vento e areia e ela arrastando-se, lutando em vão,
contra o vento e a areia.
Doíam-lhe os ossos, não aguentava carregar o peso dele. E se de repente ficasse imobilizada,
estendida no chão, como já lhe sucedera mais do que uma vez? Aquela hérnia na coluna podia sair
15 do lugar e ela ficar sem conseguir mexer-se. E se isso acontecesse e ela ficasse ali, sem poder
andar? E se a criança se afastasse, sozinha, à procura de socorro, e se perdesse? Se ela
perdesse a criança?
Pousou o neto, e sentou-se a seu lado na areia.
– Vamos descansar um pouco, disse ela ofegante. Põe a cabeça no meu ombro, para fugir do
20 vento.
Apetecia-lhe chorar, mas não podia dar-se por vencida. Ela estava à sua guarda e ela
encontraria maneira de voltar a casa.
Mas sentia-se perdida. O mundo era uma coisa sem direções, e desfocada.
Já vivera isso antes. Uma longa extensão de areia, deserta. E ela tão desamparada como a
25 criança que levava. Ambas perdidas, no vento e na areia.
– Avó, olha o cão do senhor Lourenço! apontou de repente o neto, recomeçando a andar, na
direção de um cão que corria para eles.
– Louvado Deus, disse a avó recomeçando também a andar. Porque então estariam salvos. O
café do senhor Lourenço iria aparecer, como um farol, no meio das dunas. Bastava seguir o cão.
30 O neto esquecia o espinho e esquecia a dor no pé, e quase corria, alegremente, atrás do cão.
Em breve se sentavam à mesa do café, e viam o vento levantar a areia. Mas agora isso
passava-se lá fora, do lado de lá da janela.
A avó pediu um café e o neto um chocolate quente. Sorriam um para o outro e o mundo voltou a
ser perfeito.
35 Aflijo-me de mais, e dramatizo as coisas, pensou a avó. Afinal atravessámos o vento e a areia.
E, amanhã de manhã, vou ao oculista.
Teolinda Gersão, A Mulher Que Prendeu a Chuva, Porto Editora, 2016.
NOTAS:
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1
resoluta – decidida.
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5. Numera os tópicos de 1 a 5, de acordo com a ordem pela qual as informações são apresentadas no texto.
6. Explica de que modo a expressão “O neto era muito pesado, mas a avó não se dava por vencida.” (linha 1) se
confirma ao longo do texto e ajuda a caracterizar a avó.
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7. Que relação se estabelece entre a avó e o neto perante as dificuldades com que se deparam?
Justifica com expressões textuais.
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8. “O café do senhor Lourenço iria aparecer, como um farol, no meio das dunas.” (ll. 28-29)
Assinala com um X a opção que completa corretamente a afirmação de acordo com o texto.
(A) Um farol tinha sido construído no meio das dunas e agora serviria de orientação a avó e ao
neto para encontrarem o café do senhor Lourenço. Estamos perante uma metáfora.
(B) Junto ao café do senhor Lourenço situava-se um farol, o qual serviria de orientação para a avó
e o neto. Estamos perante uma personificação.
(C) Assim como um farol orienta as embarcações a entrar num porto marítimo, também o café do
senhor Lourenço serviria de guia à avó e ao neto. Estamos perante uma comparação.
Gramática
10. Completa os espaços em branco, tendo em conta a relação de sentido entre as palavras.
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13. Relê as frases seguintes e justifica a utilização do modo conjuntivo nas formas destacadas.
“E se a criança se afastasse, sozinha, à procura de socorro, e se perdesse? Se ela perdesse a criança?” (ll. 16-
17)
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14. Identifica todas as frases em que o elemento destacado desempenha a função sintática de predicativo do
sujeito.
(A) O neto era muito pesado.
Escrita
15. Atualmente, muitos idosos vivem sozinhos, ou porque não têm família a quem recorrer, ou porque os filhos
têm uma vida ocupada, …
Na tua opinião, estamos a fazer o necessário para que as pessoas mais idosas tenham uma velhice
digna?
Escreve um texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de 120 e um máximo de 200 palavras, em
que defendas o teu ponto de vista.
Proposta de resolução
3. V, V, F, V, V, F, F.
4.1. A; 4.2. C; 4.3. B; 4.4. A.
5. 3, 2, 5, 4, 1.
6. A expressão permite caracterizar a avó como determinada, corajosa e decidida a voltar para casa. Apesar das dificuldades e de se
sentir perdida e desamparada e de recordar uma situação em que tinha perdido uma criança no passado, a avó confirma a sua
determinação e resiliência, uma vez que nunca desistiu, conseguindo ultrapassar as dificuldades e arranjar maneira de chegar a
casa com o neto.
7. Perante as dificuldades de caminharem perdidos e desamparados na areia, a avó manifesta grande preocupação para com o neto,
que estava à sua guarda (“E se a criança se afastasse, sozinha, à procura de socorro, e se perdesse? Se ela perdesse a criança?).
Do mesmo modo, revela muito carinho e proteção (“Põe a cabeça no meu ombro, para fugir do vento”).
8. C.
9. Resposta pessoal. Exemplo de resposta: Apesar de a avó dizer que se aflige demais e que dramatiza muito as coisas, podemos
retirar como ensinamentos a persistência e a determinação que devemos ter para enfrentar as dificuldades e os obstáculos que nos
possam surgir. Por outro lado, também podemos concluir que os avós, apesar de serem pessoas mais velhas, ainda conseguem
ser úteis, ter o seu mérito e capacidade.
10.1. sinónima;
10.2. antónima.
11.1. A. “mas” – conjunção coordenativa adversativa;
B. “e” – conjunção coordenativa copulativa;
C. “quando” – conjunção subordinativa temporal.
12. B.
13. A utilização do modo conjuntivo justifica-se porque se formula uma dúvida, uma possibilidade, uma incerteza.
14. A; D.
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