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Liber KKK

O Liber KKK - Kaos Keraunos Kybernetos - é o primeiro programa de treinamento mágico sistemático
e completo dos últimos tempos. É um substituto definitivo para a Magia Sagrada de Abramelin, O Mago,
cujo sistema tornou-se obsoleto devido a seu transcendentalismo monoteísta e sua dependência em
formas repressivas de gnosis inibitória, não mais reconhecidas como apropriadas. Kaos Keraunos
Kybernetos pode ser livremente traduzido do grego como "o raio do caos dirige todas as coisas".
O Liber KKK é apresentado como uma série de técnicas mágicas genéricas, as quais devem ser
transformadas pelo mago em um programa funcional, utilizando quaisquer símbolos, instrumentos e
formas de gnosis que preferir. Não seria apropriado para um texto de Magia do Caos prescrever
quaisquer crenças ou dogmas em particular, exceto que a magia funciona se certos princípios gerais
forem seguidos. Não seria apropriado para qualquer mago Caótico aderir cegamente aos mínimos
detalhes de qualquer sistema. O Liber KKK pode ensinar bastante sobre o processo de adaptar
procedimentos gerais ao gosto e objetivo pessoal. O Liber KKK pode ser experimentado por qualquer
adulto. A palavra "mago" se aplica igualmente a qualquer um dos sexos.
O Liber KKK é uma série de vinte e cinco operações mágicas, ou "conjurações". As cinco conjurações
clássicas de Evocação, Divinação, Encantamento, Invocação e Iluminação são realizadas nos cinco níveis:
Feitiçaria, Magia Xamânica, Magia Ritual, Magia Astral e Alta Magia. Assim, todo o trabalho resume
sistematicamente toda a tradição de técnica mágica, guiando o mago de práticas simples e da
manufatura de instrumentos até o domínio de experimentos mais complexos a nível psíquico.
É altamente desejável que o mago possua alguma forma de templo privativo para suas conjurações. É
ainda essencial que o mago mantenha-se ativo no mundo durante todo o período do trabalho. O trabalho
não impõe nenhuma forma de reclusão; ao contrário, o mundo que envolve o mago é utilizado como
campo de provas para a magia. Assim, os assuntos sociais e profissionais do mago são o foco primordial
de toda sua magia. Realizando esta magia, ele gradualmente define seu estilo ou espiritualidade. É tolice
definir a espiritualidade de outra forma a não ser a maneira como a pessoa vive. Só através da prática
pode-se descobrir se o Caminho da Magia deve possuir um componente espiritual; quaisquer constrições
ou exortações são inúteis.
Não há limite máximo quanto ao tempo que será reservado para completar o trabalho, mas ele não pode
ser concluído em menos de um ano. Qualquer pessoa com tempo para completar a operação em menos
de um ano deve pensar em adotar mais compromissos terrenos para servirem como metas arbitrárias,
que serão sustentadas por várias partes do trabalho. Resultados objetivos são a prova da magia; todo o
resto é misticismo.
Amostras da Pedra Filosofal que não transmutem chumbo em ouro também falharão como elixir de
iluminação em um estilo de vida dominado pelo risco e pela incerteza. O mago deve analisar se de fato
precisa adotar projetos envolvendo tais elementos antes de iniciar o trabalho. Para o propósito desta
operação, os cinco atos mágicos classicos de Evocação, Divinação, Encantamento, Invocação e
Iluminação são definidos da seguinte forma:
EVOCAÇÃO
É o trabalho com entidades que podem existir naturalmente ou ser criadas. Podem ser consideradas
como espíritos independentes, fragmentos do subconsciente do mago, ou como egrégoras das várias
espécies de formas de vida, de acordo com gosto pessoal e estrutura de crenças. Na prática, a Evocação
é normalmente praticada para o Encantamento, no qual as entidades evocadas são levadas a criar efeitos
em benefício do mago. Entidades evocadas também são úteis na Divinação, onde são utilizadas para
descobrir informações para o mago.
DIVINAÇÃO
Inclui todas aquelas práticas nas quais o mago tenta expandir sua percepção por meios mágicos.
ENCANTAMENTO
Inclui todas aquelas práticas nas quais o mago tenta impor sua vontade sobre a realidade.
INVOCAÇÃO
É a afinação deliberada do consciente e do inconsciente com alguma idéia arquetípica ou significativa. As
concepções clássicas das formas de divindade Pagãs são comumente usadas, mas outros princípios
também servem. A Invocação cria estados de inspiração ou possessão durante os quais o Encantamento,
a Divinação e ocasionalmente a Evocação podem ser realizados.
ILUMINAÇÃO
É a auto-modificação deliberada por meio de magia, e pode incluir feitiços de Encantamento usados por
alguém para reparar fraquezas e aumentar forças, e Divinação e Invocação realizadas para inspiração e
direção.
Assim, todas as operações mágicas baseiam-se no uso da vontade, percepção e imaginação, o que
significa que todas são espécies de Encantamento ou Divinação. Imaginação é o que ocorre quando a
vontade e a percepção estimulam uma à outra.
Os cinco níveis de atividade mágica (Feitiçaria, Xamânica, Ritual, Astral e Alta Magia), são definidas da
seguinte maneira para o propósito desta operação:
FEITIÇARIA
É a magia simples, que depende das conexões ocultas que existem entre os fenômenos físicos. A
Feitiçaria é uma arte mecânica que não requer a teoria de que existe a conexão entre a mente do
operador e o alvo. Quaisquer efeitos que venham a surgir de tal conexão podem, entretanto, ser
encarados como um bônus adicional. Trabalhando no nível da feitiçaria, o mago cria artefatos,
instrumentos e ferramentas que interagem magicamente com o mundo físico, podendo ser usadas de
forma mais sutil nos outros níveis. O trabalho do nível da feitiçaria deve ser realizado em seus mínimos
detalhes; por mais simples que pareçam suas práticas, elas são a fundação sobre a qual reside o trabalho
mais elevado.
MAGIA XAMÂNICA
Trabalha nos níveis de transe, visão, imaginação e sonho. Abre o subconsciente do mago negando o
censor psíquico, através de várias técnicas. O mago enfrenta um perigo considerável neste nível e pode
ter que recorrer freqüentemente às técnicas da feitiçaria ou a rituais de banimento, se houver risco de
obsessão ou de ser dominado.
MAGIA RITUAL
Combina as habilidades desenvolvidas nos níveis de Feitiçaria e Xamânico. O mago reúne o uso de
ferramentas da Feitiçaria com os poderes subconscientes liberados no nível Xamânico e combina-os de
forma controlada e disciplinada.
MAGIA ASTRAL
É realizada através da visualização e dos estados alterados de consciência, ou apenas pela gnosis. Não é
utilizada nenhuma parafernália física, apesar das ferramentas e instrumentos dos níveis anteriores
poderem ser usadas sob a forma de imagens visualizadas. No início, o mago provavelmente precisará de
reclusão, silêncio, escuridão e esforços consideráveis em concentração e transe para ter êxito neste tipo
de magia, mas a prática lhe permitirá realizá-la em qualquer lugar.
ALTA MAGIA
É aquela que ocorre quando não há impedimento ao efeito mágico direto da vontade, nenhuma barreira à
clarividência e presciência, e nenhuma separação entre o mago e qualquer forma de consciência que ele
decida assumir. Para a maioria das pessoas, os portais da Alta Magia são abertos em alguns poucos
pontos culminantes da vida. À medida que o Mago progride em seu treinamento, o momentum que
adquire forçará os portões do miraculoso a abrirem-se mais seguidamente. Não se oferece aqui os
procedimentos para as cinco conjurações da Alta Magia. Ela representa o ponto onde a técnica dá lugar à
mais alta capacidade intuitiva, e cada um deve intuir a chave para libertar tais poderes para si mesmo.
As primeiras vinte conjurações ensinam toda a gama de truques e técnicas artificiais para lançar e
capturar o raio mágico. Na Alta Magia, o Caos primordial no centro de nosso ser agarra ou arremessa o
raio por si só.
As cinco conjurações em cada nível podem ser praticadas em qualquer ordem, mas todas devem ser
completadas antes de se começar o nível seguinte. O mago deve preparar-se para iniciar a operação
como um todo em uma data auspiciosa ou com significado pessoal; talvez um aniversário ou data de
mudança sazonal. Um livro é preparado, no qual o mago deve registrar os resultados com cada uma das
vinte e cinco conjurações. Apenas os resultados satisfatórios devem ser anotados, e o mago deve
modificar sua abordagem a cada conjuração até que resultados dignos de nota sejam alcançados.
Resultados menores podem ser anotados em qualquer outro lugar, para referência. O registro da
operação do Liber KKK, entretanto, deve conter um relato de sucessos notáveis com cada uma das vinte
e cinco conjurações. Um único sucesso com cada uma deve ser considerado como um mínimo absoluto,
enquanto cinco sucessos em cada uma das vinte e cinco pode ser visto como um trabalho perfeitamente
consumado.
Com a possível exceção dos atos de Alta Magia, todas as conjurações devem ser planejadas
detalhadamente de forma antecipada. Antes de entrar no templo para iniciar o trabalho, o mago deve
saber precisamente o que ele pretende fazer. Muitos magos preferem escrever um roteiro para uma
conjuração, mesmo que raramente venham de fato a usá-lo. O mago terá muitas vezes que fazer mais
do que foi planejado, movido pela inspiração e pela necessidade. Ainda assim, nunca deverá esquecer de
realizar o que planejara ou começar a trabalhar com apenas uma vaga idéia do que irá fazer.
O Ritual Gnóstico do Pentagrama
Durante o período da realização do Liber KKK, o mago pode ter que defender-se contra os resultados de
seus próprios erros e de influências psíquicas hostis. Ele também precisará revitalizar suas próprias
forças vitais e psíquicas. O Ritual Gnóstico do Pentagrama pode ser usado para estes propósitos. É uma
conjuração poderosa e tecnicamente compacta de Encantamento Ritual, que serve para todos os
propósitos acima. Pode ser usada livremente durante todo o trabalho e particularmente como um
prelúdio e um epílogo para cada uma das primeiras quinze conjurações.
Procedimentos Rituais
1.Fique de pé, de frente para qualquer direção que preferir.
2.Inspire profundamente. Expire lentamente, vocalizando o som "I" (em um tom agudo) enquanto
visualiza um brilho de energia na área da cabeça.
3.Inspire profundamente. Expire lentamente, vocalizando o som "E" (em um tom menos agudo que o
anterior) enquanto visualiza um brilho de energia na área da garganta.
4.Inspire profundamente. Expire lentamente, vocalizando o som "A" (em um tom profundo e mais grave
que o anterior) enquanto visualiza um brilho de energia no coração e nos pulmões, que se espalha para
os músculos dos membros.
5.Inspire profundamente. Expire lentamente, vocalizando o som "O" (ainda mais grave) enquanto
visualiza um brilho de energia na área da barriga.
6.Inspire profundamente. Expire lentamente, vocalizando o som "U" (da forma mais grave e profunda
possível) enquanto visualiza um brilho de energia na área genital/anal.
7.Repita o passo 6, seguido dos passos 5,4,3 e 2, trabalhando de volta até a cabeça.
8.Inspire profundamente. Expire lentamente, vocalizando os sons IEAOU, um de cada vez, enquanto,
com a mão esquerda, traça um pentagrama no ar, que também deve ser visualizado fortemente.
9.Vire 25 graus para a esquerda e repita o passo 8, e então continue a virar-se e a traçar os
pentagramas com os mantras e as visualizações, até retornar à posição inicial.
10.Repita os passos 2 a 7 (inclusive).
Feitiçaria - Conjurações Um a Cinco
A Feitiçaria depende da exploração das conexões psíquicas entre os fenômenos físicos, e apenas
secundariamente em estabelecer conexões psíquicas entre os fenômenos mentais e físicos. Cada uma
das conjurações requer o uso de intrumentos físicos que poderão ser usados novamente em outros
níveis. É altamente desejável que o mago faça estes instrumentos com suas próprias mãos. Entretanto,
ele pode adaptar objetos existentes para seu uso se estes têm um significado pessoal, são raros, têm o
design criado pelo mago, ou se tais objetos tornam-se disponíveis de forma incomum ou significativa.
Não é acidentalmente que as técnicas de feitiçaria muitas vezes lembrem certos padrões de
comportamento infantil. Crianças geralmente têm uma familiaridade natural com os princípios mágicos
mais simples, mesmo que não possuam a persistência ou a coragem para fazê-los funcionar. O mago
adulto busca reconquistar este senso infantil de imaginação, fluidez e pensamento fantasioso, para torná-
lo algo com poder real.
Conjuração Um - Evocação em Feitiçaria
Com suas próprias mãos, O mago cria uma representação física de uma entidade fetiche, seja esculpindo,
moldando ou montando. Suas funções são, em geral, atrair sucesso, proteger do azar e agir com uma
reserva de poder para o mago. Sua forma deve lembrar algum tipo de ser vivo verdadeiro ou quimérico,
cuja forma sugere sua função. Se possui forma vagamente humanóide, é conhecido como um
Homunculus. Deve conter partes do corpo do mago, ou pelo menos ser ungido com sangue ou fluidos
sexuais. O mago trata o fetiche como um ser vivo, dizendo-lhe sua vontade, comandando-o a exercer
sua influência a seu favor e carregando-o junto a si em momentos cruciais. Alguns magos preferem fazer
dois fetiches, um como instrumento de vontade e o outro para trazer conhecimento e informações.
Conjuração Dois - Divinação em Feitiçaria
O mago prepara um modelo simples do universo para ser usado como instrumento divinatório. Um jogo
de Runas é o ideal para este propósito. Bastões de geomancia oferecem um modelo mais simples,
enquanto o Tarot e o I Ching podem provar-se muito complexos para o trabalho posterior nos níveis
Xamânicos, a menos que sejam abreviados de alguma forma. O mago deve realizar a divinação tanto de
forma geral quanto para responder perguntas específicas. O instrumento divinatório deve ser tratado
como um elemento diretamente relacionado às partes da realidade que representa, e os procedimentos
do sortilégio devem ser considerados como um espelho do processo através do qual a realidade toma
suas decisões. A ação divinatória deve ser afinada a uma frequência e complexidade que permita que as
respostas sejam lembradas. É preferível realizá-la para fenômenos que sejam passíveis de confirmação
positiva ou negativa dentro de um período de tempo relativamente curto.
Conjuração Três - Encantamento em Feitiçaria
Para o trabalho da terceira conjuração, o mago pode precisar preparar ou adquirir alguns instrumentos,
sendo o mais importante dentre eles uma ferramente especial ou arma mágica, para encantamento. Um
pequeno bastão pontudo ou uma faca são especialmente convenientes. Este instrumento ou arma
especial pode também ser muito útil para traçar os pentagramas no Ritual Gnóstico do Pentagrama. Um
pedaço de argila do diâmetro de um punho pode ser o único outro instrumento requerido. Para realizar o
Encantamento em Feitiçaria, o mago faz representações físicas de sua vontade e desejo. Quando
possível, a arma mágica deve ser usada para ajudá-lo a fazer ou manipular essas representações. Como
sempre, ele deve ter como meta influenciar os eventos antes que a natureza tenha tomado uma decisão.
Não exija muito da natureza conjurando eventos altamente improváveis.
Conjuração Quatro - Invocação em Feitiçaria
A meta da quarta conjuração é criar mudanças radicais no comportamente através de alterações
temporários no ambiente. Não há limite para as variações de experiência que o mago pode querer ter.
Ele pode, por exemplo, depois de uma pesquisa cuidadosa, seguir disfarçado até um lugar estranho e
interpretar um papel social completamente novo. Da mesma forma, ele pode querer equipar seu templo e
a si mesmo de forma que possa experimentar ser um deus egípcio durante algum tempo. Na Invocação
em Feitiçaria, o mago testa os limites máximos de sua habilidade de criar mudanças arbitrárias
modificando seu ambiente e seu comportamento.
Conjuração Cinco - Iluminação em Feitiçaria
Nos trabalhos de iluminação, o mago procura se auto-aperfeiçoar de alguma maneira específica e
precisamente definida. Planos grandiosos de iluminação espiritual devem ser abandonados em favor de
um trabalho que identifique e supere suas fraquezas mais óbvias e fortaleça as qualidades existentes.
Para o trabalho de iluminação, o mago faz ou adquire algum objeto para representar sua busca como um
todo. Este objeto é tecnicamente conhecido como uma "lâmpada", embora possa tomar qualquer forma,
desde um anel até uma mandala. A "lâmpada" é utilizada como uma base sobre a qual proclamar pactos
e resoluções variadas. Tais pactos e resoluções podem também ser marcadas no design da lâmpada. O
mago pode precisar realizar vários atos suplementares de invocação, encantamento, divinação e mesmo
evocação para ter progresso no trabalho de iluminação. Não é incomum para o mago destruir e refazer a
lâmpada durante o trabalho de iluminação.
Conjurações Seis a Dez - Magia Xamânica
A Magia Xamânica depende do uso de estados alterados de consciência nos quais a visualização ativa e a
busca da visão passiva possam ocorrer mais facilmente. Os estados alterados mais fáceis e seguros de
obter são aqueles de quase-sono, sonho e transes leves obtidos através de meditação silenciosa.
Entretanto, qualquer método de Gnosis pode ser usado de acordo com o gosto do mago. Nos exercícios
iniciais, é sábio evitar certas práticas perigosas e extáticas que possam levar a uma perda de controle.
Em geral, é preferível tentar aprofundar o transe através de concentração na visualização e na visão do
que aprofundá-lo através de Gnosis extrema. Na Magia Xamânica, o mago está buscando descobrir e
estabelecer conexões entre sua imagética mental e os fenômenos do mundo. As visões ocorrem
freqüentemente em linguagem simbólica; assim, por exemplo, doenças podem tomar a forma de insetos
ou animais repugnantes, e medos ou desejos podem surgir como espíritos. O mago ou o xamã deve lidar
com tais coisas como as imagens que se apresentam, banindo ou invocando tais formas através de
visualização e, quando necessário, interpretando seu significado físico. A magia xamânica tende a se
tornar um exercício extremamente livre e idiossincrático, no qual o mago também explora sua
capacidade de sintetizar símbolos.
Conjuração Seis - Evocação Xamânica
Neste trabalho, o mago se esforça para estabelecer uma visão de uma entidade que ele cria para
obedecer suas ordens. É sempre útil trabalhar com as formas visualizadas das entidades utilizadas para a
evocação em feitiçaria, embora outras formas possam ser escolhidas. Em geral, entidades são usadas
para encorajar eventos desejados a se materializarem, ou para buscar informações, em situações que
sejam muito complexas para que simples encantos ou divinações resolvam o caso. Entidades agem como
encantos semi-inteligentes como um nível limitado de ação independente. O mago intenta construir uma
comunicações crescente com as entidades que conjurou em sua imaginação até que elas comecem a ter
verdadeiro efeito sobre o mundo. Alguns dos melhores trabalhos com entidades podem ser mais
facilmente realizados interagindo com elas em sonhos.
Conjuração Sete - Divinação Xamânica
Na Magia xamânica, a divinação consiste em uma busca de visões que respondam a algumas perguntas
em particular. Entretanto, o termo "busca de visões" deve ser compreendido de forma a incluir uma
busca para uma resposta captada de qualquer forma, seja através de vozes alucinatórias, sensações
táteis ou qualquer coisa. Em geral, o mago se concentra na pergunta que deseja fazer, enquanto adentra
seu estado de sonho, quase-sono ou transe, e então permite que um fluxo de imagens, vozes ou outras
sensações surjam dento de si. Uma visão de forma completamente livre pode ser buscada e mais tarde
interpretada, ou o mago pode tentar estruturar sua experiência procurando por símbolos especiais,
especialmente aqueles escolhidos para o trabalho de divinação em feitiçaria.
Conjuração Oito - Encantamento Xamânico
No Encantamento Xamânico, o mago busca impor sua vontade sobre o mundo através de uma
visualização direta ou simbólica de seu desejo. Assim, enquanto em sua forma escolhida de transe, ele
convoca uma imagem do fenômeno alvo e visualiza seu desejo se realizando. O mago comumente
descobrirá que é útil visualizar-se viajando em espírito até a pessoa ou situação que deseja influenciar.
Ele então visualiza uma encenação imaginativa durante a qual a situação ou o comportamento da pessoa
muda para adequar-se a seu desejo. Não é incomum que a visualização torne-se um tanto simbólica ou
distorcida ou colorida pela imaginação do mago. Em geral, estas distrações devem ser banidas por meio
de uma concentração ainda maior na visualização desejada. Entretanto, se forem persistentes, eles
podem revelar algum conhecimento sobre o alvo ou sobre a relação do mago com ele, e isto pode ser
usado para melhorar seu encantamento. Por exemplo, se uma pessoa-alvo repetidamente parece possuir
algum tipo de aura ou forma animal durante uma visão, é normalmente melhor trabalhar a visualização
diretamente sobre isto. Da mesma forma, se uma situação-alvo parece ter algum tipo de vibração
característica ou "sensação", provavelmente o mago será mais bem-sucedido se trabalhar sua magia
sobre uma visualização disto, ao invés da imagem real da situação.
Conjuração Nove - Invocação Xamânica
Na Invocação Xamânica, o mago obtém conhecimento e poder a partir de Atavismos, normalmente
atavismos animais. Existe um bom número de explicações engenhosas sobre o porquê dessas
experiências serem possíveis. O código genético humano contém uma enorme quantidade de informações
que aparentemente não são utilizadas. Muitas delas podem estar relacionadas à nossa história
evolucionária. O cérebro humano desenvolveu-se através de um processo de adição, ao invés de
modificação completa. As partes mais antigas de nossos cérebros contêm circuitos e programas idênticos
aos de outros animais. Alguns magos consideram que a porção psíquica dos humanos é construída a
partir do entulho psíquico de muitas criaturas anteriores, incluindo os animais, do mesmo modo que
acontece com o corpo físico. Outros argumentam que as psiques coletivas das várias espécies animais
estão disponíveis telepaticamente.
Para realizar a Invocação Xamânica, o mago se esforça para obter algum tipo de possessão por um
atavismo animal. A seleção de uma forma particular de animal é uma questão muito pessoal. Pode ser
que o mago tenha certa afinidade com um animal desde a infância, ou tenha alguma característica física
ou mental que sugira um animal, ou pode ser que surja uma intuição ou que ocorra uma revelação
visionária repentina. Para desenvolver a invocação, o mago deve tentar visualizar-se na forma animal
durante o transe, e até mesmo tentar projetar-se em viagem astral sob a forma do animal escolhido.
Costuma ser útil imitar o comportamento do animal em um ambiente adequado. Com a prática, vários
graus de divisão da consciência podem ser alcançados, nos quais é possível para o mago interrogar seu
atavismo sobre assuntos que ele compreenda, e pedir a ele que forneça seus poderes que podem ser
suportados pelos corpos físico e astral do mago.
Conjuração Dez - Iluminação Xamânica
A assim chamada jornada medicinal da Iluminação Xamânica é uma busca por auto-conhecimento, auto-
renovação ou auto-desenvolvimento. Ela pode tomar muitas formas. Tradicionalmente ela costuma tomar
a forma de uma experiência de morte e renascimento, na qual o mago visualiza sua própria morte e o
desmembramento de seu corpo, seguidos por uma reconstrução de seu corpo e "espírito", e um
renascimento. Este processo é algumas vezes acompanhado de privações físicas, como insônia, jejum e
dor, para aprofundar os transes. Outro método é conduzir uma série de jornadas visionárias convocando
os assim chamados "espíritos" dos fenômenos naturais, animais, plantas e minerais, e pedir a eles que
concedam conhecimento. O método mais simples de todos é recolher-se por alguns dias em um lugar
selvagem e afastado, longe de habitações humanas, e ali conduzir uma completa revisão de sua vida até
o presente, e também de suas expectativas para o futuro.
Conjurações Onze a Quinze - Magia Ritual
Na magia ritual, o uso físico de instrumentos mágicos é combinado com estados alterados de consciência
em uma série de cerimônias estruturadas. Você, o mago, começa também a incorporar certas teorias
mágicas dentro do projeto de seu trabalho, para fazê-lo mais preciso e efetivo. Em particular, você
deveria buscar ampliar seu uso de transe, utilizando variadas técnicas de gnosis. Isto tem o efeito de
trazer mais completamente à tona as partes inconscientes da mente, as quais realmente fazem a magia.
Na magia ritual é feito um uso considerável de vários sistemas de correspondência simbólica,
pensamento analógico e sigilos. Eles são usados para se comunicar com o inconsciente e para preocupar
a mente consciente enquanto a magia está sendo realizada.
A magia ritual é sempre estruturada como uma abordagem indireta do desejo no nível consciente. O
mago ritualístico nunca trabalha com uma representação ou visualização direta do que deseja, mas sim
com algum sigilo ou analogia simbólica, que dentro de um estado gnóstico estimula o real desejo no
inconsciente.
Conjuração Onze - Evocação Ritual
Para a evocação ritual, os magos podem escolher continuar usando as formas de entidade desenvolvidas
nos níveis de feitiçaria ou xamânicos, ou podem querer experimentar com as formas tradicionais dos
clássicos grimórios de espíritos. Alternativamente, eles podem tentar construir suas próprias formas de
entidade. Reza a tradição que um mago não deve manter mais que quatro entidades ao mesmo tempo, e
na prática isso parece uma boa regra. Na evocação ritual sempre se utiliza uma base material, mesmo
que seja apenas um sigilo gráfico desenhado em um papel. Nas evocações iniciais, o mago constrói uma
forte imagem visualizada da entidade, usando gnosis completa. Nas evocações seguintes, você envia
várias ordens e orientações para a base material da entidade, ou busca receber informações dela. A base
material deveria ser manejada ritualisticamente e durante o estado de gnosis, sempre que possível.
Quando não estiver em uso, ela deveria estar escondida.
Conjuração Doze - Divinação Ritual
Na divinação ritual, algum tipo de instrumento físico é manipulado para dar uma resposta simbólica ou
analógica durante o estado de gnosis. Estados profundos de gnosis tendem a impedir o uso de
instrumentos divinatórios complexos, como a Cabala ou o I Ching, para muitas pessoas. Outros podem
achar que sistemas muito simples, tais como o lançamento de ossos, tendem a conceder muito pouca
informação para este tipo de trabalho, enquanto sistemas de complexidade intermediária, como as runas,
o tarot ou a geomancia ocidental são freqüentemente mais proveitosos. Antes da divinação o mago
deveria carregar ritualisticamente o instrumento divinatório com um sigilo ou representação analógica da
questão. A seleção divinatória é então realizada sob gnosis. A interpretação pode ser feita sob gnosis, ou
depois do retorno à consciência comum.
Conjuração Treze - Encantamento Ritual
Para o encantamento ritual, o mago pode escolher usar o instrumento especial de encantamento do
trabalho no nível de feitiçaria, a menos que esteja particularmente inspirado para criar um instrumento
melhor. O instrumento de encantamento ou "arma mágica" é usado para traçar sigilos no ar e, quando
possível, na manufatura e manipulação de vários encantos. Todo encantamento ritual depende do uso de
algum tipo de encanto para ocupar e driblar a mente consciente, trazendo o poder do inconsciente para a
ação. Um encanto pode consistir de virtualmente qualquer coisa, desde a manufatura e consagração de
um sigilo até a manipulação de imagens de cera ou uma encenação ritual de alguma analogia de um
desejo. Em todos os casos, o mago precisa usar a gnosis e a concentração sobre o encanto em si, ao
invés de no desejo que ele representa, para realizar encantamentos efetivos.
Conjuração Catorze - Invocação Ritual
Na invocação ritual, você, o mago, busca saturar seus sentidos com experiências que correspondam ou
simbolizem alguma qualidade particular que você deseja invocar. Assim, pode-se adornar o templo e a si
mesmo com cores, aromas, símbolos, números, pedras, plantas, metais e sons correspondentes àquilo
que será invocado. Você pode também adaptar seu comportamento, pensamentos e visualizações,
enquanto em gnosis, em uma tentativa de ser possuído pelo que você invoca. Na prática, as formas de
divindade clássicas são usadas freqüentemente, já que os panteões pagãos oferece um espectro de
qualidades que resumem toda a psicologia. Você não deve restringir-se a invocar apenas aquelas
qualidades pelas quais tem uma simpatia pessoal. Qualquer invocação particularmente bem-sucedida
deveria ser seguida, algum tempo depois, por uma invocação de qualidades completamente diferentes.
Um programa meticuloso de invocação ritual deveria abranger o sucesso com pelo menos cinco
invocações completamente diferentes.
Conjuração Quinze - Iluminação Ritual
Na iluminação ritual, o mago aplica a si mesmo vários atos rituais de divinação, encantamento, evocação
e invocação, com fins de auto-desenvolvimento. Como com todos os atos de iluminação, as mudanças
pretendidas devem ser específicas, ao invés de vagas e gerais. Para esta conjuração, você pode achar útil
preparar uma "lâmpada" mais elaborada, talvez na forma de uma mandala representando seu eu ou sua
alma. Um efeito comum da iluminação ritual é forçar o mago a escolher entre Atman e Anatta. Se você
trabalha dentro do paradigma de Anatta, a hipótese de não-alma, a iluminação é uma maneira de
adicionar ou de apagar certos padrões de pensamento e comportamento. Se o mago trabalha dentro do
paradigma de Atman, a doutrina da alma pessoal ou Sagrado Anjo Guardião, ele encara uma situação
mais complexa, perigosa e confusa. Se existe a presunção de que uma alma pessoal existe, mas sem um
Querer Verdadeiro, o mago do Atman pode proceder como se fosse um Anatta-ísta. Se um Querer
Verdadeiro presumidamente existe, então a conjuração precisa ser direcionada à sua descoberta e
implementação. Eu tenho evitado seguir muito longe neste caminho, mas observei o processo dar
espetacularmente errado em inúmeros casos. Àqueles que desejam tentá-lo, é aconselhável evitar aceitar
como Querer Verdadeiro qualquer coisa que entre radicalmente em conflito com o senso comum ou o
"querer inferior", como é chamado neste paradigma.
Conjurações Dezesseis a Vinte - Magia Astral
Magia astral é o ritual mágico realizado inteiramente no plano de visualização e imaginação. Ao contrário
da magia xamânica, onde se explora uma forma livre do uso de imagens e visões, esta magia requer a
visualização precisa e aguçada de uma paisagem interna. Nesta paisagem, o mago leva adiante
processos criados para trazer conhecimento do mundo comum, ou mudar o mundo ou a si mesmo. A
magia astral deve ser abordada com pelo menos tanta preparação e esforço quanto a que foi colocada na
magia ritual ou, de outra forma, ela tende a se tornar uma série de excursões através da imaginação,
com pouco efeito mágico. Corretamente realizada, ela pode ser fonte de extraordinário poder, e tem a
vantagem de não requerer equipamento físico. A magia astral normalmente se inicia em algum lugar
quieto e afastado, enquanto o mago está confortavelmente sentado ou deitado com os olhos fechados.
Podem existir poucos sinais exteriores de que algo está acontecendo, além de talvez uma variação na
respiração ou postura ou expressão facial, enquanto o mago entra em gnosis. Para preparar-se para a
magia astral, um templo ou uma série deles têm de ser erguidos no plano da visualização imaginativa;
tais templos podem tomar qualquer forma conveniente, embora, alguns magos prefiram trabalhar com
um exato simulacro do templo físico. O templo astral é visualizado em refinados detalhes e deve conter
todo o equipamento necessário para o ritual, ou, pelo menos, armários onde quaisquer instrumentos
necessários possam ser encontrados. Qualquer objeto visualizado dentro do templo deveria sempre
permanecer lá para subsequente inspeção, a menos que especificamente dissolvido ou removido. O
objeto mais importante no templo é a sua própria imagem trabalhando lá. No início, pode parecer que se
está meramente manipulando um fantoche de si mesmo, mas com persistência isto abrirá caminho para
uma sensação de realmente estar ali.
Antes de começar a magia astral propriamente, o templos e os instrumentos necessários, juntamente
com uma imagem do mago movendo-se dentro dele, devem ser construído através uma série de
repetidas visualizações, até que todos os detalhes estejam perfeitos. Apenas quando isso estiver
completo, o mago poderá começar a usar o templo. Cada conjuração que é realizada deve ser planejada
com antecedência e com a mesma atenção aos detalhes utilizada na magia ritual. Os vários atos de
evocação, divinação, encantamento, invocação e iluminação astral tomam uma forma geral similar aos
atos da magia ritual, os quais o mago adapta para o trabalho astral.
Conjurações Vinte e Um a Vinte e Cinco - Alta Magia
Todas as técnicas mágicas são apenas muitos modos de fazer com que algumas partes indefinidas de nós
mesmos realizem magia. O universo é basicamente uma estrutura mágica, e todos nós somos capazes de
magia. As teorias mágicas realmente úteis são aquelas que explicam o porquê da magia trabalhar tão
irregularmente, e o porquê de nós termos esta enorme inibição de acreditar nela, fazê-la funcionar e
reconhecer que ela funcionou. É como se o universo tivesse lançado um encanto sobre nós para
convencer-nos que nós não somos magos. Contudo, este encanto é mais uma divertida brincadeira
cósmica. O universo nos desafia a despedaçar a ilusão deixando algumas poucas rachaduras.
Nenhum detalhe é apresentado para as cinco conjurações de alta magia, nem poderiam ser; deve-se
voltar às observações feitas na introdução desta seção. Os magos precisam confiar no momentum de
seus trabalhos em feitiçaria, xamanismo, magia ritual e magia astral para levá-los aos domínios da alta
magia, onde eles desenvolvem seus próprios truques e técnicas para liberarem espontaneamente a
criatividade caótica interior.
KAOS KERAUNOS KYBERNETOS149
Por Peter Carroll, traduzido por k-Ouranos 333 e Lucifer 149

Liber MMM
 Syllabus de Estudo do 4º IOT 
Este curso é um exercício nas disciplinas da magia: transe, uma forma de controle da mente semelhante
à yoga, metamorfose pessoal e as técnicas de magia básicas. O sucesso com estas técnicas é pré-
requisito básico para qualquer progresso real como iniciado terceiro syllabus.
Um diário mágico é o mais essencial e poderoso instrumento do mago. Devendo ser amplo o suficiente
para reservar uma página para cada dia. Os estudantes devem registrar o tempo, a duração e o grau de
sucesso de cada prática levada a cabo. Eles deverão tomar nota dos fatores ambientais conducentes (ou
de outra forma) do trabalho.
Aqueles que desejarem notificar a Ordem da sua intenção de começar o trabalho estão convidados a
fazê-lo via IOT Brasil.
Controle Mental
Para um trabalho mágico efetivo, a habilidade para se concentrar e a atenção devem se fortalecer, até
que a mente possa entrar em estado de transe.
Isto é realizado nos seguintes estágios: absoluta imobilidade do corpo, regulação da respiração, cessação
do pensamento, concentração no som, concentração nos objetos e concentração nas imagens mentais.
 Imobilidade
Posicione o corpo de maneira confortável e tente permanecer nesta posição por tanto tempo quanto
possível. Tente não piscar ou mexer a língua, dedos ou qualquer outra parte do corpo em absoluto. Não
deixe a mente embarcar nos vagões dos pensamentos, mas ao contrário, observe-se passivamente. O
que parecia ser uma posição confortável passará a ser agonizante com o tempo, mas persista. Coloque
de lado algum tempo todos os dias para esta prática e tire vantagem de qualquer oportunidade de
inatividade que possa ocorrer. Registre os resultados em seu diário mágico. Não se deve ficar satisfeito
com menos de cinco minutos. Quando tiver sido atingido o patamar de 15 minutos, proceda então a
regularização da respiração.
 Respiração
Fique tão imóvel quanto possível e comece deliberadamente a fazer a respiração mais lenta e mais
profunda. O objetivo é utilizar a total capacidade dos pulmões, mas sem qualquer esforço muscular
excessivo ou tensão. Os pulmões devem ser mantidos vazios/cheios, entre a inspiração/ expiração, para
aumentar a duração do ciclo. O importante é que a mente esteja totalmente direcionada para o ciclo da
respiração. Quando isso puder ser feito com sucesso, por um período de 30 min, proceda ao não
pensamento.
 Não-Pensamento
Os exercícios de imobilidade e respiração podem melhorar a saúde, mas eles não têm outro valor
intrínseco, apenas servem como preparação para o não-pensamento, que é o princípio e a condição do
transe para a magia. Enquanto imóvel e respirando profundamente, comece a retirar da mente quaisquer
pensamentos que possam ocorrer. A própria tentativa de fazer isso, inevitavelmente, revela ser a mente
um furor tempestuoso de atividade. Só mesmo a maior determinação pode vencer até mesmo uns
poucos segundos de silêncio mental, mas mesmo isso já é um enorme triunfo. Mire na completa atenção
a pensamentos emergentes e tente prolongar os períodos de total tranqüilidade.
Assim como a imobilidade física, esta imobilidade mental deve ser praticada a horas determinadas e
também sempre que um período de inatividade acontecer ( por exemplo, num ônibus ou numa fila ). Os
resultados devem ser registrados no seu diário.
 Os Transes Mágicos
Magia é a ciência e arte de provocar mudança de ocorrência em conformidade com a vontade. A vontade
só pode se tornar magicamente efetiva quando a mente é forçada a não interferir com a vontade. A
mente deve estar disciplinada a focar sua atenção em algum fenômeno insignificante. Se alguma
tentativa é levada a cabo para se focar em alguma forma de desejo, ocorre um curto-circuito causado
pelo interesse de um resultado, investido de luxúria e cobiça. Identificação egoísta, ou receio de fracasso,
e o desejo recíproco de não ter desejo, emergentes da nossa natureza dual, destrõem o resultado.
Portanto, quando selecionar tópicos para a concentração, escolha assuntos que não possuam significado
espiritual, egóica ou de qualquer ordem utilitária, escolha assuntos de pouca significância.
 Objeto de concentração
A lenda do olho-grande deriva da capacidade dos feiticeiros e dos magos de darem uma olhada fixa
mortal. Esta habilidade pode ser praticada em relação a qualquer objeto, uma marca na parede, alguma
coisa ao longe, uma estrela no céu, qualquer coisa. Para manter um objeto em mente com absoluta
fixação, olhar imperturbável, por mais do que alguns momentos é extraordinariamente difícil, ainda
assim, deve-se insistir nesta prática por horas. Toda tentativa do olho de distorcer o objeto, toda
tentativa da mente de procurar algo mais para pensar, deve ser resistida. Eventualmente, é possível
serem desvendados segredos ocultos através desta técnica, não obstante, faz-se mister que tal
habilidade seja desenvolvida, tomando-se objetos de pouca significância.
 Concentração do Som
A parte da mente na qual pensamentos verbais emergem são postos sob domínio/controle mágico pela
concentração nos sons mentalmente imaginados. Qualquer simples som ou sílaba é selecionada, por
exemplo, AUM ou OM, ABRAHADABRA, YOD HE VAU HE, AUM MANI PADME HUM, ZAZASZAZAS,
NASATANADA ZAZAS. O som escolhido é repetido várias e várias vezes na mente para bloquear todos os
outros pensamentos. Não importa quão inapropriada a escolha do som pareça ser, você deve persistir
nele. Eventualmente, pode parecer estar se repetindo automaticamente e pode, até, ocorrer em estado
de sono. Estes são sinais encorajadores. A concentração no som é a chave para palavras de poder e
certas formas de encantamento e desencantamento.
 Concentração na imagem
A parte da mente na qual o pensamento pictórico emerge é posto sob controle mágico pela concentração
numa imagem. Uma simples forma, tal qual o formato de um triângulo, um círculo, quadrado, cruz ou
crescente é escolhida e mentalizada, sem distorção, por tanto tempo quanto possível. Somente os mais
determinados são capazes de manter a forma imaginada e persistir indeterminadamente. No início, a
imagem deve ser buscada com os olhos fechados. Com a prática, pode ser projetada contra qualquer
superfície branca. Esta técnica é a base para expulsão de poderes ocultos e a criação de formas de
pensamento independentes.
Os três métodos de transe mágico só irão surtir resultado se perseguidos com a mais fanática e mórbida
determinação. Estas habilidades são por demais anormais e, normalmente, inacessíveis à consciência
humana, uma vez que elas exigem tão supra-humana concentração, mas as recompensas são enormes.
No diário da magia, registre o trabalho formal de cada dia e quaisquer outras oportunidades extras que,
por ventura, tenham sido vivenciadas. Nenhuma deverá ser mantida em branco.
Metamorfose
A transmutação da mente a uma consciência mágica tem, freqüentemente, sido chamada de A Grande
Obra. Tem o propósito profundo de conduzir, eventualmente, a descoberta da verdadeira vontade.
Mesmo a mais insignificante habilidade para alguém se mudar, se transformar é mais valorosa do que
qualquer outro poder sobre o universo exterior. Metamorfose é um exercício da vontade para a
restruturação da mente.
Todas as tentativas de reorganizar a mente envolvem uma dualidade entre as condições que existem e
as condições que são preferíveis. Assim, é impossível cultivar qualquer virtude como: espontaneidade,
alegria, orgulho piedoso, graça ou onipotência sem envolver-se em mais convencionalidade como:
amargura, culpa ou pecado e impotência no processo. Religiões são fundadas sob a falácia de que se
pode ou se deve ter uma sem a outra. A alta magia reconhece a condição dualista, mas não se importa
se a vida é acre-doce, doce ou azeda, mais do que isso, procura realizar qualquer perspectiva arbitrária
perceptível da vontade.
Pode-se escolher qualquer estado mental, arbitrariamente, como um objetivo para transmutação, mas
existe uma qualidade específica nas virtudes mencionadas. A risada é um antídoto para o desequilíbrio e
possível demência do transe mágico. A não-afeição é uma qualidade específica contra a obsessão com as
práticas mágicas .
A aquisição destes estados mentais é obtida por um processo de meditação contínua. Tenta-se entrar
dentro do espírito da condição, sempre que possível, e pensar sobre o resultado desejado, em outras
vezes. Por este método, o hábito de um novo e forte estado mental pode ser estabelecido.
Considere a risada. É a emoção mais forte, porque pode conter qualquer das outras, do êxtase ao
lamento. Não tem oposto. O choro é apenas uma forma sub-desenvolvida pela qual se limpa os olhos e
as crianças chamam a atenção. A risada é a única atitude sustentada num universo que é uma
brincadeira, uma piada sobre si próprio.
O truque é ver esta piada praticada até mesmo em eventos neutros ou horríveis que nos rodeiam. Não
cabe a nós questionar a aparência fatal de gosto do universo. Buscar a emoção da risada na sua delícia e
diversão, buscá-la no que for neutro ou insignificante, buscá-la mesmo no que for horrível e revoltante.
Ainda que pareça forçada, a primeira vista, pode-se aprender a sorrir sempre, sobre tudo.
Não-afeição, desinteresse, melhor descreve a condição mágica de agir sem cobiça de resultado. É muito
difícil para os homens decidirem sobre alguma coisa e, depois, fazê-la puramente sem nenhum interesse.
Ainda assim, é precisamente essa habilidade que é requerida para a execução de atos mágicos. Somente
uma atenção muito direcionada conseguirá. Tendência é para ser entendida tanto no sentido negativo
como positivo, porque a aversão é o outro lado. Uma fixação que se tenha na personalidade, na ambição,
nos relacionamentos, nas experiências sensoriais ou, igualmente, aversão, quaisquer destes atributos se
mostrarão limitados.
Por outro lado, é fatal perder o interesse nesses assuntos, uma vez que eles são o sistema simbólico ou a
realidade mágica de alguém. Porém, é mais do que isto, quando se está tentando tocar mais
delicadamente nas partes sensíveis da realidade de alguém, a fim de evitar as garras destruidoras do
desejo e do desânimo. Assim sendo, deve-se tentar ganhar liberdade suficiente para agir magicamente.
Em acréscimo a estas duas meditações, há uma terceira forma mais ativa de metamorfose, e esta inclui
os hábitos do dia a dia. Por mais inócuos que eles possam parecer, hábitos e pensamentos, palavras e
ações são a âncora da personalidade. O magista visa içar a âncora e se libertar dos mares do caos.
Para proceder, selecione qualquer hábito sem importância, ao acaso, e o retire de seu comportamento,
ao mesmo tempo, adote um hábito novo qualquer, ao acaso. A escolha não deve envolver nada espiritual
ou de significado egocêntrico ou emocional, nem deve-se selecionar qualquer coisa que tenha
possibilidade de fracasso. Ao persistir com a meditação, você se torna capaz, virtualmente, de qualquer
coisa.
Todos os trabalhos de metamorfose deverão ser apontados no diário de magia.
Magia
O sucesso nesta fase do Syllabus, depende de algum grau de maestria nos transes mágicos e na
metamorfose. Esta instrução de magia inclue três técnicas: O ritual, o sigilo e o sonho. Em acréscimo, o
magista deve familiarizar-se, pelo menos, com o sistema de adivinhação. Cartas, runas, cristais, pêndulo
ou vara adivinhatória. Os métodos são infindáveis. Com todas as técnicas, vise o silêncio da mente e
deixe a inspiração prover algum tipo de resposta. Seja lá que tipo de sistema simbólico ou instrumento
for utilizado, eles ajudam só para prover um receptáculo ou amplificador para habilidades interiores.
Nenhum sistema de adivinhação deve ser excessivamente aleatório. A astrologia não é recomendada.
O ritual é a combinação do uso de talismã, armas, gestual, sigilos ou senhas visualizadas, palavras
mágicas e transe mágico.
Antes de proceder com sigilo ou sonho, é essencial desenvolver um ritual de banimento. Um ritual de
banimento bem constituído tem os seguintes efeitos: Prepara o magista mais rapidamente para a
concentração mágica do que qualquer exercício de transe mágico. Capacita ao magista resistir a
obsessões, se forem aparecendo problemas, com as experiências de sonho ou com os sigilos, tornando-
os conscientes. Também protege o magista de quaisquer influências ocultas hostis que, por ventura, o
assaltem.
Para desenvolver um ritual de banimento, primeiro adquira uma arma mágica: Uma espada, uma adaga,
uma varinha, ou talvez, um anel largo. O instrumento deve ser alguma coisa que impressione a mente e
deve, também, representar as aspirações do magista. A vantagem de forjar a mão o próprio instrumento
ou em descobrir neles algo de novo, de forma inusitada, não pode ser super estimado. O ritual de
banimento deve conter os seguintes elementos no mínimo:
-Primeiro, o magista deve descrever um obstáculo sobre si próprio com a arma mágica. A barreira do
obstáculo é, também, fortemente visualizada. Figuras tridimensionais são preferíveis.

-Segundo, o magista focaliza sua vontade numa imagem visualizada; por exemplo, a arma mágica ou
seu terceiro olho ou uma bola de luz dentro de sua cabeça. Uma concentração de som pode ser usada em
acréscimo ou alternadamente.
-Terceiro, a barreira é reforçada com símbolos de poder desenhados com a arma mágica. A tradicional
estrela de cinco pontas pode ser usada ou a estrela de oito pontas do Caos ou qualquer outra coisa.
Palavras de poder também podem ser usadas.
-Quatro, o magista aspira ao vazio infinito, por um breve mas determinado esforço, para parar de
pensar.

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