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OCUPAÇÃO

Mercado das Borboletas celebra três anos de


atividades culturais 
Abandonada até então há 48 anos, parte do mercado se transforma em incubadora para artistas

Por GUSTAVO ROCHA
20/12/13 - 03h00

Mercado passou por reforma de oito meses e quase R$ 800 mil

Foto: LÁZARO RAMOS/DIVULGAÇÃO

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O que era a parte abandonada de um mercado tradicional no chamado “baixo Centro” de Belo Horizonte, virou cenário
para receber o público e abrigar uma variedade de atividades culturais. Esse é o Mercado das Borboletas, que comemora
três anos dessas atividades hoje, às 22h, com a festa Sexta Básica.

A área atualmente ocupada estava abandonada há 48 anos, e o dono da maioria das lojas convidou o artista Tarcísio
Ribeiro, que buscava um espaço para desenvolver uma incubadora artística, para conhecer a parte mais alta do mercado.

Depois de algumas tentativas, o projeto se viabilizou financeiramente. “Nossa parte de eventos (os diversos shows e
festas que acontecem quase semanalmente no espaço) é o que garante nosso sustento. Se por um lado a necessidade de
gerar o próprio dinheiro dificulta o trabalho, por outro, você está livre e não precisa estar vinculado, subordinado ao
marketing das empresas, como acontece nesses projetos da renúncia fiscal”, explica. Atualmente, o mercado abriga
grupos de teatro, ateliês de criação, drinquerias, dentre outras atividades.

Tarcísio diz que a ideia é tentar fazer com que a moçada que aparece nas baladas comece a se interessar pelas outras
atividades do espaço e pelas artes, de um modo geral. “As pessoas se sentem obrigadas a ir aos museus, porque, do
contrário, são taxadas de burras. Mas a lógica, sim, é burra. Você devia dizer: ‘Cara, vai ao museu porque lá você vai ver
um monte coisa legal”, assegura.

O projeto de Tarcísio ao ocupar uma área menos nobre da cidade encontra ressonância em outros movimentos que
acontecem em Belo Horizonte. É o caso da Praia da Estação, das ocupações que acontecem desde maio em regionais
diferentes da cidade, o duelo de MCs, debaixo do viaduto de Santa Tereza, a sede do Grupo Espanca!, à rua Aarão Reis,
próxima à praça da Estação. O artista vê um forte indício de maturidade nesses movimentos. “Isso faz parte de um
crescimento, uma maturidade política que o brasileiro tem adquirido de dez anos para cá. Há uma tomada de
consciência. Antes, a postura era de cobrança apenas. Isso não funciona em lugar nenhum do mundo. Se a sociedade
civil não tomar rédeas, nada muda”, garante.

Agenda

O quê. Sexta Básica

Quando. Hoje, às 22h

Onde. Mercado das Borboletas (av. Olegário Maciel, 742, centro)

Quanto. R$ 25

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