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PROGRAMA

VERDE CIDADANIA:
o Instituto de Planejamento e
Desenvolvimento Sustentável
(IPDSA) junto com a população,
construindo qualidade de vida e
protegendo o meio ambiente na
cidade de Araxá.

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ÍNDICE

1. Programa Verde Cidadania Áreas Prioritárias ..................... 02


1.1. Introdução ................................................................... 02
1.2. Objetivo ....................................................................... 03
1.3. Justificativa .................................................................. 03
1.4. Fundamentação Legal ................................................ 04
1.5. Sistema Integrado de áreas verdes ............................ 05

2. Plano de Ação ...................................................................... 06


2.1. Mapeamento das Áreas Verdes .................................. 07
2.2. Diagnóstico das áreas verdes ..................................... 07
2.3. Ações Emergenciais .................................................... 08
2.4. Ações Preliminares ...................................................... 08

3. Áreas Prioritárias .................................................................. 09


3.1. Nascente da Capela Nossa Senhora de Fátima ......... 09
3.2. Nascente da Banheira Pública .................................... 10
3.3. Nascente do Parque do Cristo .................................... 11
3.4. Nascente do Bairro Francisco Duarte ......................... 12
3.5. Nascente do Bairro Novo São Geraldo ....................... 13
3.6. Nascente da Matinha do Bairro Alvorada ................... 14
3.7. Nascente do Bairro Alvorada enhora de Fátima ......... 15
3.8. Nascente do Bairro Guilhermina Vieira Chaer ............ 16
3.9. Nascente do Bairro Santa Luzia ................................. 17
3.10. Nascente do Bairro Fertiza ......................................... 18
3.11. Nascente da Bairro Fertiza – Av. João Paulo II .......... 19
3.12. Nascente do Bairro Vila Silvéria .................................. 20
3.13. Nascente do Bairro Leda Barcelos .............................. 21
3.14. Nascente da Banheira Pública .................................... 22
3.15. Nascente do Parque do Cristo .................................... 23

4. Avaliação, monitoramento e manutenção ............................ 24

5. Realização e coordenação do Projeto ................................. 24


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1. PROGRAMA VERDE CIDADANIA

1.1. INTRODUÇÃO

A crescente urbanização da cidade provoca alterações no ambiente


referentes ao microclima e atmosfera, ao ciclo hidrológico, relevo, vegetação e
fauna. A atmosfera se torna mais poluída, aquecida e com menor umidade relativa,
devido a presença de material particulado, liberação de gases provenientes de
veículos, indústrias e construções, existência de grandes áreas concretadas e
escassez de vegetação e corpos d’água.

O ciclo das águas é alterado pela impermeabilização do solo, o que


favorece a ocorrência de enchentes. Quanto ao relevo percebe-se a incidência de
cortes e aterros de grandes extensões, causando compactação e erosão dos solos.
A escassez da vegetação desarmoniza as funções ecológicas e a fauna natural da
região é praticamente dizimada, provocando desequilíbrios na cadeia alimentar,
podendo haver a proliferação de vetores de doenças.

As áreas verdes proporcionam melhorias no ambiente excessivamente


impactado das cidades e benefícios para os habitantes da mesma. Consideram-se
áreas verdes os locais com predomínio de vegetação arbórea como as reservas
ambientais, os parques urbanos, jardins públicos, praças, canteiros centrais de
avenidas e trevos de rotatórias. Excluem desse conceito as árvores que
acompanham o leito das vias públicas, tendo-se em vista a impermeabilização das
calçadas.

Considera-se área verde de domínio público, o espaço de domínio público


que desempenhe função ecológica, paisagística e recreativa, propiciando a melhoria
da qualidade estética, funcional e ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação
e espaços livres de impermeabilização (Resolução CONAMA nº 369 de 28.03.2006,
art.8, §1º).

As principais funções das áreas verdes são:

• Ecológicas: melhorar a qualidade do ar, água e solo; minimizar os


impactos das atividades industriais; promover um microclima mais agradável,
atenuando o calor; preservar a biodiversidade e os recursos hídricos; favorecer o
ciclo das águas; atrair a avifauna; ajudar na manutenção do equilíbrio ecológico e da
cadeia alimentar.
• Estéticas: diversificar a paisagem e embelezar a cidade; integrar os
espaços construídos e destinados à circulação; valorizar os equipamentos públicos e
imóveis do entorno.
• Social: ofertar espaços para o lazer e recreação da população; garantir
espaços públicos para o relaxamento, a meditação, reflexão e diminuição do

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estresse do dia a dia; melhorar as condições de saúde da população, considerando
a integralidade do ser humano; diminuir o sentimento de opressão do homem frente
às grandes edificações; absorver ruídos.
• Cultural: constituir palco de manifestações e apresentações das
diversas expressões culturais; propiciar o desenvolvimento da pesquisa e ciência;
possibilitar atividades de educação ambiental em espaços livres e naturais.

1.2. OBJETIVO

O Programa Verde Cidadania foi criado no intuito de planejar o processo


de preservação das áreas verdes do Município de Araxá, integrando e
democratizando esses espaços para produzirem maior qualidade de vida, cidadania
e bem estar para a população, proteção para o meio ambiente e melhoria das
condições sanitárias da cidade.

1.3. JUSTIFICATIVA

Mesmo os modelos mais simples demonstram claramente que sistemas


de alta energia como as cidades, requerem uma abundante sustentação da vida
pela natureza. Se não forem preservadas as áreas de “ambiente natural” de forma a
fornecer a entrada necessária da natureza, então, a qualidade de vida na cidade
diminuirá, e a cidade não poderá mais competir economicamente com outras
cidades que possuam entrada abundante de sustentação da vida (ODUM, 1988).

As áreas verdes são um indicador da qualidade de vida da população,


apurada por meio do Índice de Áreas Verdes (IAV) que expressa a relação entre a
quantidade dessas áreas efetivamente utilizadas, em km² ou m², e a população
residente na cidade. O Manual de Arborização de Minas Gerais (1991) sugere o
valor de 13 m² / habitante para áreas mais adensadas e 12 m² / habitante nas menos
populosas.

O município de Araxá apresenta poucas áreas de cobertura vegetal não


modificada. Segundo a EMATER, a cobertura vegetal apresenta-se como mostra o
Quadro a seguir. É notória a importância das pastagens, que representam 88% do
total. A vegetação original é de campos-cerrados, onde a vegetação do tipo florestal,
mais exuberante e densa é encontrada somente junto aos cursos d´água e áreas
cujo solo é rico em fosfato. Nas áreas de mananciais são encontrados vestígios de
mata ciliar (Araxá, 2002).

Cobertura Vegetal Área (ha) Percentual


Lavouras permanentes 2.930 2.8%

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Lavouras temporárias 6.360 5.1%
Lavouras temporárias em descanço 465 0.4%
Pastagens naturais 41.036 39.6%
Pastagens formadas 50.048 48.3%
Matas naturais 1016 1.0%
Matas plantadas 258 0.2%
Terras produtivas não utilizadas 280 0.3%
Reserva Florestal 1.274 1.2%
TOTAL 103.667 100%
Fonte: EMATER, 2002

Diante da situação apresentada faz-se mister um maior cuidado referente


às áreas verdes urbanas, posto que são muito importantes para o desenvolvimento
sustentável do município de Araxá.

1.4. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL

A fundamentação legal referente à proteção e manejo das áreas verdes


encontra-se na Constituição Federal e legislação do SISNAMA (Sistema Nacional de
Meio Ambiente), em especial no Código Florestal e Resoluções do CONAMA.

No âmbito municipal o planejamento e monitoramento desses espaços


públicos devem encontrar ressonância no Plano Diretor, Lei de Uso e Parcelamento
do Solo, Código Municipal de Meio Ambiente e nos relatórios das Conferências de
Meio Ambiente, das Cidades e de Saúde Ambiental, que traduzem a vontade e voz
da população local.

Em relação ao Plano Diretor Municipal é importante destacar suas


principais diretrizes em relação às áreas verdes:

I. alcançar, até 2012, o índice de 12 m² (doze metros quadrados) por


habitante abrangendo este índice em todos as zonas da área urbanizada;
II. elaborar um plano municipal de paisagismo e arborização em toda a área
urbana;
III. garantir a preservação dos rios e córregos urbanos, respeitando as áreas
de preservação permanente (APP's), promovendo, quando necessário, a
remoção da população instalada irregularmente;
IV. aumentar as dimensões das áreas de preservação permanente (APP's)
nas margens de córregos e nascentes localizadas em áreas urbanas,
destinadas à implantação de parques lineares;
V. ampliar a oferta de áreas verdes públicas qualificadas implantando
equipamentos de lazer, esportes e infra-estrutura e criar praças nos
bairros carentes de área verde com mobiliário urbano adequado e
tratamento paisagístico, garantindo o acesso de toda a população;

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VI. reserva de áreas verdes doadas por empreendedores ao Município para
os novos loteamentos;
VII. desapropriar a encosta do Parque do Cristo por ser uma área de
nascentes, com declividade superior a 30% (trinta por cento), na qual
deverá ser executado um projeto específico de paisagismo.

Reza também o Plano Diretor que o Município promoverá a delimitação,


recuperação, preservação e conservação das nascentes localizadas dentro do
perímetro urbano.

Além disso, dispõe o Plano que o Município poderá permutar áreas


verdes de novos parcelamentos ou exigir compensações ambientais de
empreendedores privados de atividades sujeitas ao licenciamento ambiental para
aquisição, implantação ou qualificação de áreas verdes, em locais a serem definidos
pelo Conselho Municipal de Defesa e Conservação do Meio Ambiente (CODEMA).
Deverá outrossim, impedir a ocupação irregular de áreas de mananciais e de
preservação ambiental.

Outra importante diretriz do Plano Diretor orienta o Poder Público a


desenvolver projetos de implantação de parques urbanos ou unidades de
conservação de âmbito municipal e de comunicação com as associações de
moradores dos bairros e das áreas ribeirinhas para conscientização da população e
vigilância dessas áreas ambientalmente frágeis.

1.5. SISTEMA INTEGRADO DE ÁREAS VERDES

As áreas verdes públicas correspondem, na maioria dos casos, em


pequenos fragmentos dos ecossistemas nativos, tendo portanto um importante papel
para a vida humana e para a qualidade ambiental. A serventia das áreas verdes está
intimamente relacionada com a qualidade, volume, distribuição, densidade e
tamanho das mesmas dentro da malha urbana, daí a necessidade de um
planejamento que considere um sistema integrado e não como unidades individuais.
Além disso, o uso público de uma área verde está diretamente relacionado à
manutenção, conservação e segurança que esta área recebe.

Neste sentido, o Programa Verde Cidadania propõe a criação de um


sistema planejado e articulado de áreas, similar a um mosaico de áreas verdes,
onde será considerado critérios como o interesse ecológico, a manifestação da
população do entorno e a harmonia com a plataforma da gestão municipal.

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2. PLANO DE AÇÃO

O Programa Verde Cidadania propõe realizar a delimitação das áreas


verdes da cidade de Araxá, diagnosticar a situação de cada uma delas para
posterior enquadramento de suas possibilidades e vocações. Neste sentido, serão
eleitas áreas maiores em distintas regiões do município para criação de parques
ecológicos temáticos, tendo-se em vista a presença de remanescentes do bioma
cerrado e as áreas de mananciais de água.

Para as áreas com extensões um pouco menores, mas de interesse para


a preservação ecológica e oferta de lazer e recreação da população, sugere-se a
criação de parques de vizinhança, com a proposta do gerenciamento coletivo entre
os moradores da região juntamente com o Instituto de Planejamento e
Desenvolvimento Sustentável de Araxá. O intuito aqui é de promover a cidadania e
participação social na gestão pública, assegurando que as ações de governo
encontrem respaldo na vontade popular.

Ainda, no processo de diagnóstico das áreas verdes se procederá a


indicação das áreas que poderão se tornar praças ou jardins públicos, elegendo-se a
prioridade das ações, observando-se a demanda social, o adensamento
populacional, a necessidade de equipamento público nas áreas e as possibilidades
ambientais da região.

Além da parceria com a população para o gerenciamento das áreas,


propõe-se, a partir da implantação do programa, buscar parcerias com a iniciativa
privada com fulcro na responsabilidade socioambiental das empresas, e
financiamentos de projetos com outras instâncias de governo.

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2.1. MAPEAMENTO DAS ÁREAS VERDES

2.2. DIAGNÓSTICO DAS ÁREAS VERDES

O diagnóstico das áreas verdes está sendo realizado a partir dos dados e
documentos existentes no IPDSA e através de visitas técnicas nas áreas verdes. Na
medida da priorização será feito um diagnóstico específico e detalhado de cada área
para orientar a tomada de decisão e as ações a serem empreendidas no local.

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2.3. AÇÕES EMERGENCIAIS

Tendo-se em vista a situação precária das áreas verdes e os riscos de


maiores contaminação do solo e água, com entulhos e lixo, o que pode até ser
irreversível sob o ponto de vista ambiental, propõe-se com urgência:

• o cercamento das áreas com proteção de alambrado com tela em volta


do perímetro total, com a colocação de portão de acesso para o
monitoramento e fiscalização;
• a construção de aceiros em volta de toda as áreas para prevenir a
ocorrência de incêndios e queimadas;
• a construção de passeios públicos semipermeáveis com faixa para
caminhadas.

2.4. AÇÕES PRELIMINARES

A partir do diagnóstico de cada área traçar-se-á o conjunto de ações


específicas a serem empreendidas, com o objetivo de revitalização de cada área
verde urbana. Não obstante, percebe-se a necessidade de medidas de caráter geral,
conforme elencado a seguir:

• a limpeza das áreas, com remoção do lixo e entulho que vem sendo
despejado nos locais;
• a retirada de animais e proibição de plantio sem monitoramento;
• a regularização fundiária desses espaços, encaminhando-se as
famílias que vivem em invasão para os programas habitacionais da
prefeitura;
• reuniões com moradores e associações de bairro para a construção de
proposta de cada área;
• deliberação das áreas a serem priorizadas pelo governo municipal.

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3. ÁREAS PRIORITÁRIAS

3.1. Nascente da Capela Nossa Senhora de Fátima

Perímetro da nascente: 317 m

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3.2. Nascente da Banheira Pública

Perímetro da nascente: 184 m

10
3.3. Nascente do Parque do Cristo

Perímetro da nascente: 246 m

11
3.4. Nascente do Bairro Francisco Duarte

Perímetro da nascente: 628 m

12
3.5. Nascente do Bairro Novo São Geraldo

Perímetro da nascente: 889 m

13
3.6. Nascente da Matinha do Bairro Alvorada

Perímetro da nascente: 692 m

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3.7. Nascente do Bairro Alvorada

Vista a partir da R. Pedro Lemos Vista a partir da Av. João Paulo II.

Perímetro da nascente: 1.232 m

15
3.8. Nascente do Bairro Guilhermina Vieira Chaer

Perímetro da nascente: 1.163 m

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3.9. Nascente do Bairro Santa Luzia

Perímetro da nascente: 282 m

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3.10. Nascente do Bairro Fertiza

Vista a partir da Rua Donato Pinheiro dos Santos - propriedade particular.

Perímetro da nascente: 246 m

18
3.11. Nascente do Bairro Fertiza – Av. João Paulo II

Vista a partir da Rua Argentina de Oliveira Ferreira - propriedade particular.

Perímetro da nascente: 1.859 m

19
3.12. Nascente do Bairro Silveria

Vista a partir da Rua Dulce Mascarenhas Torres Vista a partir da Rua Domingos di Mambro - poço artesiano COPASA.

Perímetro da nascente: 884 m

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3.13. Nascente do Bairro Leda Barcelos

Vista a partir do Loteamento Jardim Cecília

Perímetro da nascente: 504 m

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3.14. Nascente do Córrego do Retiro

Vista a partir do Loteamento Riviera do Lago

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3.15. Nascente do Bairro Salomão Drummond

Intervenção próxima à nascente

Perímetro da nascente: 504 m

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4. AVALIAÇÃO, MONITORAMENTO E MANUTENÇÃO

Para garantir a efetividade e êxito do Programa Verde Cidadania, propõe-


se a realização de avaliação, monitoramento e manutenção constantes das áreas
verdes urbanas. Vale ressalvar que todo elemento natural constituinte de uma área
verde, principalmente a vegetação deve ser manejada constantemente, além da
necessidade de acompanhamento dessas áreas pelos órgãos ambientais
competentes. A seguir alguns alguns exemplos de ações a serem empreendidas:

• Fiscalização permanente;
• Avaliação periódica da situação das áreas verdes urbanas;
• Podas em árvores com galhos podres, secos ou lascados;
• Extrações de árvores com risco de queda ou que apresentam algum
problema fito sanitário irreparável;
• Plantio de novas árvores, visando a substituição daquelas extraídas, ou
mesmo para adensamento da vegetação de porte arbóreo;
• Poda de levantamento de copa;
• Trato com os problemas de pragas e doenças;
• Capina do gramado e poda das arbustivas;
• Diversificação das espécies utilizadas e priorização das nativas.

5. REALIZAÇÃO E COORDENAÇÃO DO PROJETO

Departamento de Gestão Administrativa


Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável de Araxá

Elaboração: Fabiana de Oliveira Sá

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