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O ministério da música segundo a Bíblia

A Sagrada Escritura nos ensina que o ministério de música é algo antigo e que foi instituído
na casa de Deus através do Rei Davi. Ela nos mostra também como o ministério deve ser
organizado e conduzido e de que forma a música serve de auxílio indispensável aos demais
ministérios, como cura e libertação, profecia, animação e coordenação.
Eis alguns dos eloquentes exemplos que nela encontramos:

I Sam 16, 23: “E sempre que o espírito


mau, permitido por Deus acometia o rei Saul, Davi tomava a harpa e tocava. Saul acalmava-se,
sentia-se aliviado e o espírito mau o deixava”. Vemos neste texto, Saul atormentado por
espíritos malignos, e libertado pela música ministrada por Davi com sua harpa. O ministério
de música é aqui usado em seu aspecto libertador e curador, o que demonstra o seu grande
poder e o auxílio que presta ao ministério de cura e libertação.
Rs 3,1 4-18: “Eliseu disse: ‘trazei-me um tocador de harpas.’ Apenas fez o tocador vibrar as
cordas, veio a mão do Senhor sobre Eliseu… e ele profetizou dizendo: ‘Ele também vai entregar
Moab em suas mãos.’” Nesta passagem, nos deparamos com o fato de que Eliseu, embora
fosse um grande profeta, ter precisado que o ministro de música viesse com a sua harpa
tocar. Isto abriu espaço para o Espírito Santo inundar o profeta e levá-lo a profetizar a vitória
do povo de Israel sobre o povo de Moab.
Este fato nos leva a perceber como é fundamental o auxílio do ministério de música ao da
profecia. Por isso, todas as vezes em que, nos grupos de oração, assembleias e reuniões
comunitárias, há música e louvores no Espírito, os corações se abrem com maior facilidade
para o dom da profecia e o Senhor pode, então, falar ao grupo e dirigi-lo. O ministério de
música está, assim, estreitamente ligado ao ministério de profecia que, além de
ser preparada e estimulada pela música, pode também ser expressa em forma de profecia
cantada.
I Crônicas 15,16-22: “Davi disse aos chefes dos levitas que estabelecessem seus irmãos como
cantores com instrumentos de música, cítaras, harpas e címbalos, para que sons vibrantes e
alegres se fizessem ouvir. Os levitas constituíram Hemã, filhos de Joes, e dentre seus irmãos,
Asaf, filhos de Baraquias… Zacarias, Osiel, Semiramot, Jaiel, Ani, Eliab… os porteiros. Os
cantores Hemã, Asaf e Etã, tinham címbalos de bronze… Zacarias, Osiel, Semiramot… tinham
cítaras em soprano…”
O ministério de música deve ser planejado, estruturado, ungido e enviado
Ao ler este texto, poderíamos perguntar para que tantos nomes e para que tantas
especificações. Na verdade, tudo isto é de fundamental importância, pois nos ensina que o
ministério de música era, para os levitas e para Davi, algo organizado e definido.
Este texto mostra que não era algo improvisado, formado na hora da necessidade, com
pessoas que se encontrem por perto e cantem bem, como, infelizmente estamos
acostumados a ver em muitos dos nossos grupos. O ministério de música deve ser planejado,
estruturado, ungido e enviado. Deus quer, hoje, suscitar em todos os grupos e comunidades
pessoas que realmente, como na época de Davi, se dediquem a este ministério; pessoas
encarregadas do cântico na casa de Deus.
I Crônicas 25,1-7: “Eis a lista dos homens encarregados do serviço do canto: dos filhos de Asaf:
Zacur, José, Natania e Asarela que profetizava segundo as ordens do rei. De Iditum: Godolias,
Sori, Jesefas,… que profetizava com a cítara para cantar e louvar ao Senhor… Eis portanto os
que, sob a direção dos seus pais estavam encarregados do canto no templo. Tinham címbalos,
cítaras e harpas para o serviço do Templo, sob as ordens do Rei Davi, de Asaf, de Iditum e de
Hemã. O número deles, juntamente com seus irmãos exercitados em cantar ao Senhor, todos
hábeis em sua arte, atingia o número de duzentos e oitenta e oito.”
Observamos, nesta passagem, como o ministério da música era bem definido e como cada
um ocupava um lugar determinado. Outro ponto muito importante neste texto é a clara
noção de submissão e autoridade. Sem estas definições, é impossível se fazer algo
construtivo na Igreja. Precisamos crescer no serviço do Reino de Deus e só vamos crescer
dentro da virtude da obediência e da submissão, a exemplo do próprio Jesus que, por sua
obediência, tornou-se Rei e Senhor (Fl 2,6).
Outro aspecto importante neste texto é o que diz o versículo 7: “todos eram hábeis na arte de
cantar”. Como nos tornamos hábeis em alguma coisa? Dedicando-nos a ela de maneira
especial. Era assim que os levitas se dedicavam ao seu ministério de cantar e tocar no
Templo. Eram hábeis, porque estudavam e aperfeiçoavam os instrumentos e as vozes. Não
consideravam o ministério de música como algo puramente místico ou espiritual, mas sabiam
que, para exerce-lo bem, deveriam exercitar-se e aprimorar-se, a fim de fazer para Deus o
melhor possível e abrir-se mais eficazmente às moções do Espírito.
Se naquela época já era assim,
quanto maior responsabilidade e dever de nos aprimorarmos temos hoje, quando foram
desenvolvidas novas técnicas para cantar e tocar e quando a ciência da música é tão rica e
abrangente! Se os cantores e os instrumentistas do mundo se esmeram horas a fio para
aprimorar suas técnicas em favor apenas de si mesmos, quanto mais não devem os ministros
de música serem instruídos e se aprimorarem, a fim de se tornarem hábeis no ministério de
tocar e cantar para o Seu Deus e Senhor! O Espírito Santo poderá utilizar-se melhor de
pessoas bem treinadas e ungidas para louvarem Aquele que é digno de todo louvor.
I Crônicas 23, 5: vemos aqui a preocupação de Davi em separar 4000 homens entre os
levitas, só para celebrarem o Senhor através da música. Encontramos no Antigo
Testamento outras passagens semelhantes a esta, como II Cr 29, 25-31, onde se vê que o Rei
Ezequias considerou fundamental o canto na restauração que fez no culto no Templo do
Senhor, mostrando assim, que a música tem papel fundamental na obra nova, no novo culto
que era implantado.
I Cor 14,15: “Orarei com o espírito, mas orarei também com o entendimento, cantarei com o
espírito, mas cantarei também com o entendimento.” São Paulo deseja nos ensinar aqui
que, em nossas assembleias, precisamos cantar músicas dos folhetos, mas também
precisamos cantar as músicas que o Senhor inspirar através do Espírito Santo. Entretanto,
para cantar com o Espírito e para cantar com o entendimento, precisamos de unção,
pois Deus não se agrada de cânticos apenas profissionais e resultantes de simples técnicas
humanas. Precisamos de boa técnica, mas, com ela e acima dela, da unção do Espírito de
Deus, inspirador de todo louvor.
Ef 5, 18-21: “Enchei-vos do Espírito e não vos embriagueis com vinho que é fonte de
devassidão. Recitai entre vós salmos, hinos e cânticos espirituais. Cantai e celebrai de todo o
coração os louvores do Senhor.” Aqui, Paulo, além de falar dos hinos (cânticos de folhetos) e
cânticos espirituais (inspirados pelo Espírito), diz que cantemos o nome do Senhor com os
salmos.
O ministério de música nos grupos e assembleias precisa
crescer nesta forma de oração: “cantar com os salmos”. Uma vez que os salmos são um
excelente método de oração, e que não são escritos para serem lidos, mas sim para serem
orados, o ministro de música pode conduzir a assembléia a cantar os salmos.
Como fazer? A melhor maneira é escolher o salmo que a Igreja indica para aquele dia, pois
assim se ora com toda a Igreja de Deus. O ministro da música pede ao Espírito Santo que
sopre uma melodia e começa a cantar o salmo. Daí, cada um segue cantando com a canção
que o Espírito lhe inspirar. Esta maneira de orar é algo tão do agrado de Deus que nós vemos
no Evangelho de Mc 14,26: “Terminado o canto dos salmos, saíram para o Monte das
Oliveiras”. Não podemos deixar de utilizar esta forma de louvar a Deus, adotada pelo próprio
Jesus e seus discípulos.
Apoc 14,1-5: “Eis os escolhidos que traziam na fronte o nome dele e o nome de seu Pai. Ouvia,
entretanto, um coro celeste semelhante ao ruído de muitas águas… cantavam como que um
cântico novo… ninguém podia aprender este cântico, a não ser os escolhidos…” E para que os
escolhidos aprendam a cantar este cântico novo, é preciso que comecem agora, através do
ministério de música, a se abrirem à ação do Espírito que quer ensinar-lhes a cantar.

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