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REVISTA DA

ESCOLA DOMINICAL
Ligoes Biblicas para culto doméstico, devocional e pequenos grupo

SUMÁRIO Comentáio e
adaptação: Berenice
Araujo e Luzelucia Ribeiro

IÇÃO1 Rute 1-A TRÁGICA EMIGRAÇÃO DE BELÉM PARA MOABE.5


LIÇÃO 2 Rute 1-NOEMI RETORNAABELËM. **************************** .

LÇÃO 3 Rute 2-RUTE ENCONTRA BOAZ.. *************************************************

LIÇAO4 Rute 3-RUTE PROPÕE CASAMENT0 ABOAZ... **************************

IÇÃO
5 Rute 4-BOAZ CASA-SE COM RUTE E GERA FILHOS ******** .. 29

LIÇÃO
6 Ester 1-0 BANQUETE DE ASSUERO E VASTI DESTRONADA...35

LÇÃO7 Ester 2-ESTERÉCOROADARAINHA.. ****************** 41

LIÇÃO 8 Ester 3 e 4-ATRAMA DE HAM CONTRA OS JUDEUS... 47

LIÇÃO9 Ester5e 6-O PRIMEIRO BANQUETE DE ESTER.. ****************.53

LIÇÃO 10 Ester 7- HAM É DESMASCARADO E ENFORCADO...

LIÇÃO11 Ester 8- UM NOVO DECRETO LIVRA OS JUDEUS...************ 65

l LIÇAO 12 Ester9-OS JUDEUS TRIUNFAM SOBRE OS INIMIGos.**** /1

LÇÃO 13 Ester 9e 10-AFESTADO PURIM EAGRANDEZA DE MORDECA... 7

Berenice Araújo é professora. fomada emTeologia. Filosofia e Pedagogia. Palestrante na área da Educação Crist e
preparaçao de professores para a Escola Biblica Dominical.

Luzelucia Ribeiro é professora formada em Teobgia e pós-graduada em Docéncia do Ensino Superior. Autora dos livro
"Mulheres da Biblia" e "Mulheres do Novo Testamento". Membro da Academia Evangélica de Letras do Distrito Federal.
Coautoras das obras Escola
Dominicat A Fomação Integral do Cristão" (2010) e do ibro Rute e Ester AFée a Coragem das
Muheres
EXPEDIENTE
RUTE E ESTER
Conselho Editorial
Samuel Câmara, Oton Alencar, Jonatas Câmara,
Há algo divino nisto que es- Benjamin de Souza, Philipe Câmara, Celso Brasil,
tamos fazendo, de ler, estudar e Marcos Galdino Júnior, André Câmara, Luiz
Gonzaga de Lima.
copiar a Biblia, livro por livro, ca
pítulo por capítulo. Deus tem nos Editor
levado a estudar livros da Bíblia Samuel Câmara
que retratam a realidade atual,
Editor Assistente
como se estivessem sendo escri- Benjamin de Souza
tos hoje.
Há dois livros da Bíblia com Coordenador Editorial
Philipe Câmara
nomes femininos. 0 primeiro é
Rute, uma gentia que casou-se Equipe Editorial
com um judeu e tornou-se ascen- Ananias Ribeiro, Jadiel Gomes, Tarik Fereira

dente do rei Davi e de Jesus. O se-


Supervisäo Pedagógica
gundo livro é Ester, uma judia que Faculdade Boas Novas (FBN) e Seminário
casou-se com um rei gentio, tor- Teológico da Assembleia de Deus (SETAD)
nou-se rainha e salvou o seu povo Repertório Musical
do extermínio. Rebekah Câmara
A semelhança do livro de Rute,
Revisäo
que narra a morte de todos os ho-
Auristela Brasileiro, Jailson Melo e Biel di Suza
mens da família, hoje a pandemia
da COVID-19 está ceifando predo- Distribuição e Comercial
Jadiel Gomes
minantemente a vida dos homens
das famílias. Já Ester trata das leis Editoração e Projeto Gráfico
injustas contra os judeus, exata- Nei Neves, Tarik Ferreira, Sara Martins
mente como hoje, quando leis e
Conteúdo Digital e Imagens
decisões injustas ameaçam a li Jeiel Lopes
berdade do povo de Deus.
Além das abençoadoras lições, Versão biblica: Almeida Revista e Atualizada
(ARA), salvo quando indicada outra versão.
estes livros homenageiam as mu-
Iheres de hoje, que lutam contra a 2021. Direitos reservados. E proibida a
violência e o feminicídio, agindo reprodução parcial ou total desta obra, por
qualquer meio, sem autorização por escrito
com fé na providência divina, tais
quais Rute e Ester daAssembleia de Deus em Belém do Parááe
do autor dos comentários e adaptações.
Abençoadoéstudo e cópia da
Programa de Educação Cristä Continuada.
Bíblia!
Ca Avenida Govenador José Malcher, 1571, es-
P.Samuél Câmara quina com a Tv. 14 de Março, bairro: Nazaré.
CEP: 66060-230. Belém Pará Brasi. Fone:
Editor
(91) 3110-2400. E-mail: pecc@adbelem.org.br.
Estudada em -

LIÇÃO 1 Leitura Biblica Para Estudo


Rute 1.1-6

RUTE 1
A TRÁGICA Verdade Prática
EMIGRAÇAO DE As tragédias humanas jamais
podem anular os soberanos
BELEM PARA propósitos de Deus.

MOABE
INTRODUÇÃO
L. OLIVRO DE RUTE Rt1.1
Texto Aureo 1. Nome Rt 1.4
"Nos dias em que julgavam os 2. Autor e Data Rt 4.17
juizes, houve fome na terra; e um
homem de Belém de Judá saiu a 3. O drama da emigração Rt 1.1
habitar na terra de Moabe, com
sua mulher e seus dois filhos.
"
Il. O DRAMA DA FOME Rt1.1-2
Rt 1.1
1. Fome em Belém de Judá Rt 1.1
2. Aterra de Moabe Rt 1.2
3. Possiveis altenativas Rt 1.2

I. A MORTE E A VIUVEZ Rt 1.36


1. Morte do esposo Rt 1.3

2. Casamento e morte dosflhos Rt1.4


3. Noemi não desiste Rt 1.6

APLICAÇÃO PESSOAL
Devocional Diário
Rt Rt
1.2
Rt Rt Rt Rt
1.1 1.3 1.4 1.5 1.6

Hinos da Harpa: 141 -303


5
Lição1-ATrágica Emigração de Belém para Moabe

INTRODUÇÃo Ihe chamaram Obede. Este é o pai


deJessé, pai de Davi."
Rute é um pequeno livro, ab- A autoria do livro de Rute é
solutamente encantador. Além atribuida, por muitos estudio
disso, é um livro essencialmente sos, a Samuel, por entenderem
humano que traz histórias com que o estilo literário e linguístico
características de realidades da se assemelha aos livros de Juízes
vida com que facilmente o lei- e Samuel, dos quais é autor. No
tor se identifica. Nele veremos entanto, há aqueles que datam a
a providência de Deus guiando produção do livro no período da
pessoas comuns e improváveis monarquia, pois seu autor tinha
em direção a um plano glorioso conhecimento de Davi como rei
e eterno0. (Rt 4.17,22).
No primeiro capítulo, o escri- A história da família de Eli-
tor relata com poucas palavras meleque deu-se no período dos
a história de uma família que foi Juízes, talvez nos dias de Gideão,
para Moabe. Lá, o pai da família possivelmente, na última metade
morreu, os filhos que casaram do século XII a.C.
com moabitas tambéém faleceram.
Noemi, ao ouvir que havia ali- 3.0 drama da emigração (Rt1.1)
mento na sua terra, decidiu, jun "Nos dias em que julgavam os juf-
tamente com suas noras, voltar zes, houve fome na terra; e um ho
para Belém de Judá. mem de Belém de Judá saiu a ha-
bitar na terra de Moabe, com sua
I. OLVRO DE RUTE (Rt 1.1) mulher e seus dois filhos."
O livro de Rute inicia-se com
1. Nome (Rt 1.4) a história de uma família bele-
"Os quais casaram com mulheres mita do tempo dos juízes que,
moabitas; era o nome de uma Ofa, pela escassez de alimento, saiu
eo nome da outra, Rute; e
ficaram de Belém de Judá para morar
ali quase dez anos." nas terras de Moabe, a uma dis-
Rute significa "companhei- tância de 80 Km a leste do mar
ra". 0 livro leva seu nome e, nele, Morto.
é mencionada doze vezes e uma Mudar de cidade é uma coi-
vez em Mateus 1.5. Ela é uma sa dispendiosa e inquietante.
das mulheres mais importantes Implica arrancar raízes e deixar
da Bíblia. amigos e vizinhos. Procurar uma
nova casa, estabelecer uma nova
2. Autor e Data (Rt 4.17) vizinhança, conhecer outras pes
"As vizinhas Ihe deram nome, di- soas. Para essa família, foi um
zendo: A Noemi nasceu um filho. E verdadeiro "terremoto".

6
Lição 1-ATrágica Emigração de Belém para Moabe

II. O DRAMA DA (v.6). A luz dos acontecimentos


FOME (Rt 1.1-2) subsequentes, ficamos imaginando
se o autor não pretende nos levar
1. Fome em Belém de Judá (Rt 1.1) a pensar que Elimeleque não foi
"Nos dias em que julgavam os ju sábio na sua atitude! Certamente, a
zes, houve fome na terra; e um ho- viagem não alcançou o seu objeti
mem de Belém de Judá saiu a ha- vo: escapar da morte. Todos os três
bitar na terra de Moabe, com sua homens da família morreram em
mulher e seus doisfilhos" Moabe. Além disso, com a mudan-
Belém era uma cidade cerca de ça, morreram numa terra estranha,
oito quilometros ao sul de Jerusa- deixando Noemi, a viúva, muito
lém. Seu nome significa "casa do mais desolada do que se tivesse
pão", nome que aponta para a in- permanecido na companhia dos
comum fertilidade daquela região seus parentes e conhecidos.
para o plantio de cereais (comno
o esclarece o capítulo 2 do livro 2. A terra de Moabe (Rt 1.2)
de Rute). Também destaca que a "Este homem se chamava Elimele-
fome era fora do comum que, e sua mulher, Noemi; os filhos
Alguns comentaristas creem se chamavam Malom e Quiliom,
que a fome era local na região de efrateus, de Belém deJudá; vieramà
Belém (aparentemente não havia terra de Moabe e ficaram ali."
tal dificuldade cerca de oitenta Localizada no planalto, ao leste
quilômetros a sudeste, em Moabe, do Mar Morto, Moabe era povoada
do outro lado do Mar Morto) e por descendentes de Ló. Embora
devia-se, em parte, às pilhagens não tivessem sido atacados pelos
associadas com o período caótico israelitas em seu retorno à terra
dos juízes. A invasão midianita no prometida depois do êxodo, apesar
período de Gideão, por exemplo, de sua falta de amabilidade caracte-
destruiu a lavoura e o gado. rística, os moabitas não deviam ser
Por causa da fome, Elimeleque admitidos na congregação de Israel.
decidiu que ele e sua família iriam Por que? Eles eram adoradores de
morar durante algum tempo como Camos, um deus ao qual se faziam
estrangeiros residentes (peregri- sacrificios humanos. Os moabitas
nos) na terra de Moabe. eram, às vezes, chamados de "povo
Não temos certeza do que o in- deCamos". Além disso, duranteo
duziu a partir. O povo de Jeová fora primeiro período dos juizes, Eglom,
ensinado a confiar Nele. Sabemos rei de Moabe, invadiu a terra dos
que outros belemitas permanece- israelitas durante dezoito anos. Por-
ram na terra à espera do final da tanto, era um lugar muito estranho
fome e, ao que parece, passaram para um crente em Jeová, habitante
muito melhor do que Elimeleque de Belém, escolher para morar.

7
Lição 1-ATrágica Emigraço de Belém para Moabe

3. Possíveis alternativas (Rt 1.2) Il. A MORTE E A


"Este homem se chamava Elime- VIUVEZ (Rt 1.3-6)
leque, e sua mulher, Noemi; os
filhos se chamavam Malom e Qui- 1. Morte do esposo (Rt 1.3)
liom, efrateus, de Belém de Judá; "Morreu Elimeleque, marido de Noe
vieram à terra de Moabe e fica mi; e ficou ela com seus dois filhos"
ram ali." A morte, em certo sentido, é
Embora seja legítimo e elo- um dos acontecimentos mais na-
giável o desejo de Elimeleque de turais da vida; mas, em outro, é o
cuidar de sua família durantea menos natural. Todos os homens
fome, Matthew Henry questiona são mortais e têm um tempo de
como se poderia justificar a mu- permanência limitado aqui na ter-
dança a Moabe: "Aborrecer-nos ra. A morte, inexoravelmente, lem-
com o lugar no qual Deus nos bra o homem de sua fragilidade
coloca e abandoná-lo na primei- e limitação. A morte faz parte da
ra oportunidade, logo que nos vida do homem desde a Queda.
deparamos com algum descon- Mas seja quando foi que Noemi
forto ou alguma inconveniência, teve conhecimento sobre o fatooe
é evidência de um espírito des significado da morte, existem dois
contente e instável. Por que não aspectos de suas próprias circuns-
foram para algum lugar onde se tâncias que são evidentes.Primeiro,
adorava Jeová?". seu marido e filhos haviam morrido
Não temos dados suficientes prematuramente. Como podemos
para saber se a atitude de Elime- nos identificar bem com a tristeza
leque justifica o comentário de quando enfrentamos aquilo que os
Matthew Henry. Porém, mesmo que ficam só podem classificar de
que a atitude de Elimeleque im- morte prematura? Abraão morreu
plique falta de fé ou expressão em idade avançada, um homem ve-
de descontentamento, o restante Iho e farto de dias. Numa vida assim,
do livro de Rute demonstra am- hárealização, como na de Jó, que viu
plamente que a providência gra- seus filhos, netos e até mesmo bis-
ciosa de Deus não é limitada pela netos. Todavia, a morte de uma pes-
loucura do homem. A alegria fi- soa jovem tem um tom de tragédia.
nal na família e o propósito de Para Malom e Quiliom, certamente,
sua história, resultante da entra- e podemos imaginar que também
da de Rute no cenário israelita, para Elimeleque, a morte chegou
demonstram a rica benignidade edo na vida, e Noemi ficou desam-
da providência de Deus. E uma parada de seu marido e seus dois
evidência de Seu amor. Felizmen filhos muito cedo na vida.
te, a providência de Deus cobre Em segundo lugar, embora o
até os nossos erros! livro de Rute apenas nos dê um

8
Lição 1-A Trágica Emigraço de Belém para Moabe

rápido vislumbre na fé de que a Sobre a menção do tempo, "fi-


morte não seja o fim (1.17), havia caram ali quase dez anos", o enten-
uma certeza: o nome do homem dimento para muitos estudiososé
não deveria ser esquecido. Por- que tais anos abrangem o tempo
tanto, seu nome permaneceria na de permanência da família em
sua descendência e na herança. Moabe. Talvez a narrativa do ca-
Como era importante para ele que samento dos filhos tenha criado a
tivesse um filho! (4.5,10). E como expectativa de consolo para Noe-
deveria ser desesperador, portan- mi, por meio dos netos. Todavia, a
to, para Noemi o fato de que, além sequencia dos fatos mostra novos
de ter perdido os três homens de eventos trágicos que põem fim às
sua família, ela não tivesse um esperanças de Noemi: seus dois
único herdeiro através do qualos filhos morrem sem gerar descen-
nomes deles continuassem e sua dentes (v.5).
herança ficasse garantida! Seus Agora, a família de Elimeleque
homens morreram, e com eles os está sem a segunda e a terceira ge-
seus nomes! rações. "Ficando, assim, a mulher
desamparada de seus dois filhos e
2. Casamento e morte dos fi- de seu marido." (v.5b). Diante de
Ihos (Rt 1.4) uma tragédia assim, não há pala
"Os quais casaram com mulheres vras de consolo.
moabitas; era o nome de uma Orfa,
eo nome da outra, Rute; e ficaram 3. Noemi não desiste (Rt 1.6)
ali quase dez anos." "Então, se dispôs ela com as suas
Uma luz de esperança brilha noras e voltou da terra de Moabe,
para Noemi, o casamento de seus porquanto, nesta, ouviu que o Se
filhos Malom e Quiliom com mu nhor se lembrara do seu povo, dan-
Iheres moabitas, Orfa e Rute. Os do-lhe pão."
casamentos, nos tempos bíblicos, A partir do verso 3, o escritor
eram especialmente muito festi- muda a forma de referir-se aos
vos e com muita alegria para os homens da família: Elimeleque,
pais e noivos. Dentre outras ra- agora passa a ser referido como o
zões, uma é especial para os pais: esposo de Noemi. Naquele tempo,
era a possibilidade de o casal ter esse era um modo incomum de se
filhos homens, e assim, dar conti- referir a um homeme sua mulher;
nuidade à linhagem familiar, ga e mais, quanto aos filhos, até en-
rantindo a manutenção das suas tão a expressão "filhos dele", agora
famílias e propriedades. Não havia é "filhos dela'": Tais mudanças de
tragédia maior para uma família tratamento indicam a transferên-
do que ter o seu nome extinto por cia da responsabilidade do pai,
não ter um herdeiro. agora morto, para a me viva. A

9
Lição1-ATrágica Emigração de Belém para Moabe

semelhança de tantas bravas mu- senso real do choque que atinge


Iheres que, sozinhas, por serem uma pessoa nessas condições
naturalmente viúvas ou "viúvas de inesperadas.
maridos vivos", precisam assumir Não significa estarmos fora doo
sozinhas, mas ajudadas por Deus, alcance da providência de Deus,
a excepcional responsabilidade de o fato de certos sofrimentos nos
liderança e provisão do lar. A par- sos parecerem insuportáveis ou
tir de então, o foco é Noemi, não algumas de nossas circunstâncias
mais Elimeleque. parecerem injustas, nem algumas
Um desastre em cima do ou- de nossas perguntas ficarem sem
tro, na vida de Noemi, dá-nos um respostas.

APLICAÇÃO PESSOAL
Aprendemos com Noemi que fé, às vezes, significa uma disposi
ção de aceitar os mistérios de Deus, sem exigir respostas, na con-
fiança de que Ele é fiel em todas as circunstâncias.

RESPONDA
1) Qual o significado do nome Rute?

2) Para qual terra foram habitar Elimeleque com sua familia por causa da fome em Belém?

3) Qual o nome da sogra de Rute?

10
Estudada em

LIÇÃO 2 Leitura Biblica Para Estudo


Rute 1.6-22
RUTE 1 Verdade Prática
A providéncia de Deus faz da
NOEMI longa e árida caminhada um
venturoso retorno ao lar.
RETORNAA
INTRODUÇÃO
BELEM
. PERSONAGENS PRINCIPAIS
Rt 1.20-2.1

1. Noemi Rt 1.20
Texto Aureo 2. Rute, a moabita Rt 1.16
"Assim, voltou Noemi da terra
3. Boaz Rt 2.1
de Moabe, com Rute, sua nora, a
moabita; e chegaram a Belém no
principio da sega da cevada." I. RETORNANDOA BELÉM Rt 1.6-18
Rt 1.22
1. Boas noticias de Belém Rt 1.6
2.0 retorno das três viüvas Rt1.7
3. Declaração de Rute Rt 1.16

I.CHEGADA EM BELEM Rt1.19.22

1. Arecepção em Belém Rt 1.19

2.Areação amarga de Noemi Rt 1.20

3. Epoca de colheita Rt 1.22

APLICAÇÃO PESSOAL
Devocional Diário

Rt Rt Rt Rt Rt Rt
1.6 1.9 1.10 1.15 1.19 1.22

Hinos da Harpa: 204-193


11
Lição 2- Noemi retoma a Belém

da mão do Senhor. "Não me cha-


INTRODUÇÃO meis de Noemi", ela diz às suas
Rute é um livro brilhante que conterrâneas, "chamai-me Mara;
nos convida a refletir sobre a porque grande amargura me tem
questão de como Deus está envol- dado o Todo-Poderoso" (1.20).
vido nas alegrias e dificuldades do Noemi não tem mais motivos
dia a dia de nossas vidas. A para ficar em Moabe, e ela diz às
provi suas noras que está voltando para
dência de Deus está evidenciada
em cada cena dessa história apa
casa. Ela sabe que a vida de uma
rentemente mundana e comum, viúva e estrangeira em Israel é mui-
to dificil; e então, compele suas no
tornando real a grande história de
redenção para esta família e para ras a ficarem. Orfa concorda; Rute,
o mundo inteiro. não. O capítulo termina com Noemi
propondo mudar o seu nome para
. PERSONAGENS Mara, que significa amargura em
PRINCIPAIS (Rt1.20-2.1) hebraico, e ela lamenta o seu desti-
no trágico.
Os nomes são significativos. Noemi, em quem se concentra
Na maneira hebraica de pensar, este primeiro capítulo de Rute, fi
saber o nome de uma pessoa é cou sozinha, sem lar, sem marido,
conhecer o seu caráter, conhecer sem filhos, sem amigos, sem espe
rança, sem herança.
a pessoa. O nome é a pessoa. As
três personagens principais no li
vro são: Noemi, a matriarca judia; 2. Rute, a moabita (Rt 1.16)
Rute, a jovem viúva gentia; e Boaz, "Disse, porém, Rute: Não me instes
o agricultor solteiro israelita. Sem para que te deixe e me obrigue a
desmerecer Elimeleque, Malom, não seguir-te; porque, aonde quer
Quiliom e Orfa. que fores, irei eu e, onde quer que
pousares, ali pousarei eu; o teu
1. Noemi (Rt 1.20) povo é o meu povo, o teu Deus é o
meu Deus."
"Porém ela lhes dizia: Não me cha-
meis Noemi; chamai-me Mara, por O nome de Rute significa "com-
que grande amargura me tem dado panheira". Nas Escrituras, Rute é
o Todo-Poderoso." mencionada catorze vezes no livro
Noemi significa "amável, en- que leva o seu nome (na versão
cantadora, agradável". E o como- ARA) e uma vez em Mateus. Ela é
vente significado deste nome des- uma das mulheres mais importan-
taca-se mais tarde, quando Noemi tes da Bíblia. Por causa de sua fé
volta de Moabe com sua nora Rute, no Deus de Israel, veio a participar
entristecida pelas experiências da genealogia de Jesus, o Messias
amargas que ela cria ter recebido prometido (Mt 1.5). Como moa

12
Lição 2- Noemi retorna a Belém

bita, portanto gentia, ela não po- tias de felicidade ou de ausência de


deria pertencer a Israel (Dt 23.3). sofrimento. Certamente, quando
Mas contituiu-se uma exceço à Noemi voltou, não era uma pessoa
regra, por sua excelência de cará sem importância (1.19).
ter e também por se declarar per-
tencente àquele povo e confessar a Il. RETORNANDO A
sua fé no Deus de Israel (Rt 1.16). BELEM (Rt 1.6-18)
Assim, também, são feitos os ca
minhos da providência divina. 1. Boas notícias de Belém (Rt 1.6)
Rute demonstra uma lealdade "Então, se dispôs ela com as suas
notável a Noemi e "Aonde quer que noras e voltou da terra de Moabe,
fores, irei eu e, onde quer que pou- porquanto, nesta, ouviu que o Se-
sares, ali pousarei eu; o teu povo é o nhor se lembrara do seu povo, dan-
"
meu povo, o teu Deus éo meu Deus" do lhe pão.
(1.16). E assim, as duas retornaram Enfim, Noemi ouviu a boa notí-
juntas a Israel. cia de que o Senhor se lembrara do
Seu povo, dando-lhe pão. Depois
3. Boaz (Rt 2.1) das mortes e da pré-condição de ex
"Tinha Noemi um parente de seu tinção da família de Noemi, ao ouvir
marido, senhor de muitos bens, da essa notícia, inicia-se um novo pe-
familia de Elimeleque, o qual se ríodo para redirecionar a sua vida.
chamava Boaz." Observe o movimento dela nos
Boaz significa "rapidez. Ele era textos a seguir: "Então se dispôs
um fazendeiro israelita, abastado, ela. voltou da terra de Moabe..
que morava em Belém. Muito res saiu, pois ela" (Rt 1.6,7). Agora,
peitado na cidade. E o segundo ma- ela tem o domínio da situação e,
rido de Rute. Boaz pertencia à tribo com suas forças renovadas, faz o
de Judá, era parente de Elimeleque, caminho de volta para Belém, "a
o falecido marido de Noemi. E cita- casa do pão".
do 28 vezes na Bíblia como perten Por sua atitude, Noemi mostra
cente à tribo de Judá, vindo a ser que sua fé em Deus se mantivera
bisavo do rei Davi. viva para seguir em frente, e en-
A família era de efrateus. Efrata tão, lidera o êxodo do lugar onde
é uma palavra geralmente associa- estivera, e suas noras a seguiram.
da com Belém. A família era bem si
tuada na cidade. Talvez pertences- 2. 0 retorno das três viúvas
se à aristocracia local, uma família (Rt 1.7)
que, quando partiu para Moabe, "Saiu, pois, ela com suas duas no-
era conhecida como de pessoas ri- ras do lugar onde estivera; e, indo
cas ("Ditosa eu parti", 1.21). Mas a elascaminhando, de volta paraa
riqueza e o prestígio não são garan- terra de Judá."

13
Lição 2- Noemi retorna a Belém

As três mulheres seguem es- 3.Declaração de Rute Rt1.16)


trada afora, quando inesperada- "Disse, porém, Rute: Não me instes
mente, Noemi suplica às suas no- para que te deixe e me obrigue a
ras: "Ide, voltai cada uma à casa de não seguir-te; porque, aonde quer
sua mãe". Pode-se inferir que, en- que fores, irei eu e, onde quer que
quanto caminhava, Noemi refletia pousares, ali pousarei eu; o teu
sobre o futuro de suas noras e não povo é o meu povo, o teu Deus é o
desejava que elas se sacrificassem meu Deus."
por causa dela. Em Belém, ela não Noemi tenta convencer Rutee
poderia garantir que elas tivessem Orfa a voltarem para Moabe. Com
um lar; mas em Moabe, na casa uma questão hipotética "Sou ve
dos pais, elas teriam maior proba- Iha demais para ter marido. Ainda
bilidade até de se casarem nova- quando eu dissesse: tenho esperança
mente. ou ainda que esta noite tivesse mari-
Noemi deseja a bênção do Se- do e houvesse filhos, esperá-los-íeis
nhor sobre elas, e disse: "Que o até que viessem a ser grandes? Abs-
Senhor use convosco de benevolên- ter-vos-íeis de tomardes marido?"
cia". E ainda, pede que o "Senhor E prossegue: "Não, filhas minhas
Ihes dê que sejais felizes, cada uma Porque, por vossa causa, a mim me
em casa de seu marido"; isto é, amarga o ter o Senhor descarregado
que o Senhor as guiasse a novos contra mim a sua mão." (1.13). No-
casamentos, para seguirem suas vamente as mulheres choram em
vidas felizes e em segurança. As voz alta, mas desta vez, "Orfa, com
sim, Noemi coloca suas noras nas um beijo se despediu de sua sogra" e
mãos de Deus. Em seguida, Noemi voltou ao seu povo e aos seus deu-
se despede, beijando Orfa e Rute; ses"; foi para casa de sua me. Dife-
e elas, porém, choraram em alta rentemente, Rute se apegou à sua
voz. Dada a intensa emoção, po- sogra, decidida a ficar junto dela,
de-se intuir que as três mulheres numa manifestação de profundo
choraram, como em uma lamenta- vínculo emocional e de lealdade.
ção de luto. Pelas circunstâncias, Depois de ouvir em silêncio as
talvez elas nunca mais iriam se ver ordens de Noemi, Rute se manifes-
novamente. ta pela primeira vez na história e
As noras, Orfa e Rute, declara- diz: "Não me instespara que te deixe
ram lealdade à sogra quando dis- e me obrigue a não seguir-te". Para
seram que pretendiam voltar com Rute, voltar era abandonar Noemi
ela para o seu pov0, e esperavam e deixá-la mais vulnerável ainda. E
que Noemi aceitasse a decisão fez uma declaração de fidelidade
delas. Assim acontece a primeira à sua sogra: que iria seguir e viver
conversa entre as mulheres, no ca- com ela; que estava disposta a re-
minho de retorno. nunciar à sua terra natal e aos seus

14
Lição 2- Noemi retoma a Belém

deuses e identificar-se com o povo sica e emocionalmente, sem o ma-


e o Deus dela; que permaneceria rido e filhos.
pelo resto da vida com ela e que até
mesmo seria sepultada na mesma 2. A reação amarga de Noemi
sepultura. E finaliza com um jura- (Rt 1.20)
mento, em nome do Deus de Israel, "Porém ela lhes dizia: não me cha-
sua lealdade para com Noemieo meis Noemi; chamai-me Mara, por
reconhecimento de Javé como o quegrande amargura me tem dado
seu Deus (v.16). Assim, a primeira o Todo-Poderoso."
fala de Rute para Noemi pode ser Ao chegar a Belém, provavel-
sintetizada assim: "Onde quer que mente, Noemi viu os lugares que
o futuro nos leve, eu ficarei ao seu seu marido teria frequentado e
lado e fiel ao seu Deus'". A partir da- os filhos a brincar. As lembranças
quele ponto, ambas seguiram ca- dos seus entes queridos lhe apro-
minho para Belém de Judá. fundavam a tristeza. As mulheres
que a recebiam com entusiasmo
II.CHEGADA EM BELÉM também lhe trouxeram muitas
(Rt 1.19-22) recordações, inclusive do signi-
ficado do seu nome "agradável
1.A recepção em Belém (Rt 1.19) ou bela". As lembranças de um
"En tão, ambas se foram, até que passado feliz eram incompatíveis
chegaram a Belém; sucedeu que, com a vida desventurada, no pre-
ao chegarem ali, toda a cidade se sente. Tudo isso contribuiu para
comoveu por causa delas, e as mu- uma reaço abrupta de Noemi às
Iheres diziam: Não é esta Noemi?" mulheres que a chamavam pelo
Os detalhes da viagem não fo- nome. Então, protestou: "Não mne
ram contados, somente por algumas chameis Noemi" (agradável); um
palavras têm-se algumas pistas. O nome que não combinava com o
escritor também omitiu o nome de que ela sentia. Ela queria mesmo
Noemi e de Rute, referindo-se a elas era ter um nome que refletisse
como "as duas", "ambas", para dizer sua profunda dor emocional e
que elas formaram um par, que es- exigiu que a chamassem de Mara,
tavam unidas a uma sorte em co- que significa amarga.
mum-"Então, ambas se foram, até Noemi também compara a sua
que chegaram a Belém" condição do passado com o pre-
Sucedeu que ao chegarem ali, sente, dizendo: "Ditosa eu parti, po
à porta da cidade, Noemi e Rute rém o Senhor me fez voltarpobre".
entraram em Belém e, juntas, ini-
ciavam uma nova fase de vida. Elas 3. Época de colheita (Rt 1.22)
são recebidas pela cidade, que se "Assim, voltou Noemni da terra de
comoveu ao ver Noemi abatida fí- Moabe, com Rute, sua nora, a moa-

15
Lição 2- Noemi retorna a Belém

bita; e chegaram a Belém no prin- terra (v.1) e termina com o regis-


cípio da sega da cevada" tro do começo da sega da cevada
Para demarcar o tempo em (v.22). Deus, que conhece o fim
que a volta de Noemi ocorreu, o desde o começo, foi paciente com
escritor menciona a colheita da Noemi, que se sentia de mãos va-
cevada. Para concluir, lembre-se zias e nem podia reconhecer que
que o primeiro capítulo começa Rute era a portadora da provisão
dizendo que houve uma fome na que faria suas mãos cheias.

APLICAÇÃO PESSOAL
A providência de Deus transforma a longa e sofrida caminhada em um
venturoso retorno ao lar. E na confiança em Deus que podemos experi
mentar Sua provisão, pois só Ele pode transformar os nossos infortúnios
em bênçãos, segundo o Seu eterno propósito.

RESPONDA
1) Quais são as três personagens principais no livro de Rute?

2) Qual o significado do termo "Belém ?

3) Como Noemi queria ser chamada, quando de seu retorno a Belém?

16
Estudada em

LIÇÃO 3 Leitura Biblica Para Estudo


Rute 2.1-23
RUTE 2
Verdade Prática
RUTEENCONTRAAproidinca divina foma vida
do crente por meio dlas ações humarnas
toma na

BOAZ eé assim que podemos verqueagaça


de Deus term um rosto humano.

INTRODUGÃO
UMENCONTRO CASUAL R217
1. Rute colhe alimento Rt 2.2
Texto Aureo
"O Senhor retribua o teu feito, e 2. Umencontro por casualidade" Rt23
seja cumprida a tua recompen- 3. Boaz conversa com o encaregado Rt26
sa do Senhor Deus de lsrael, sob
cujas asas vieste buscar refúgio." IL. BOAZ TRATA BEM RUTE R28-17
Rt 2.12
1. Boaz conversa com Rute Rt 28
2. Convida Rute para o almoço Rt 214

3.Aorientação de Boaz aos sevos Rt215

IL RELATÓRIO DO DIA Rt: 218-23


1. Rute faz relatório a Noemi Rt218
2. Aconversa de Noemi e Rute Rt220
3.Ofim da colheita Rt 223
APLICAÇÃO PESSOAL

Devocional Diário
Rt 2 Rt 2 Rt 2 Rt 2 Rt 2 Rt 2
2 3-4 8-14 15-17 18-20 21-23

Hinos da Harpa: 369 - 61

17
Lição 3-Rute Encontra Boaz

a viúva, o órfão e o estrangeiro ti-


INTRODUÇÃO nham o direito de colher os grãos
O novo episódio da h tória con- nas bordas dos campos e também
tada no capítulo dois de Rute é car para recolher o que os segadores
regado de eventos surpreendentes, deixavam nas eiras, conforme de-
que começam com a apresentação terminava alei de Israel (cf. Lv 19.9-
de um novo personagem. A decisão 10; Dt 24.19). Ela pediu permissão
de Rute de ir ao campo para respi- a Noemi para apanhar espigas no
gar a fez correr riscos, mas Ihe abriu campo que Ihe fosse permitido, ao
muitas possibilidades. Ela encon- que Noemi consentiu: "Vai, minha
trou quem lhe favorecesse, colheu filha!" Rute foi, chegou ao campo e
alimento, fez amizade, adquiriu sta- respigava após os segadores.
tus. Sob as asas do Deus de Israel,
Rute recebe uma porção da paga 2. Um encontro "por casualidade"
por sua lealdade à Noemi, por meio (Rt 2.3)
do seu benfeitor, Boaz (2.8,12). Um "Ela se foi, chegou e apanhava após
novo dia trará novidades. os segadores por casualidade en-
trou na parte que pertencia a Boaz,
I. UM ENCONTRO o qual era da família de Elimeleque."
CASUAL (Rt 2.1-7) Rute, por "casualidade", entrou
no campo que pertencia a Boaz.
1. Rute colhe alimento (Rt 2.2) De pronto, a cena mostra o con-
"Rute, a moabita dissea Noemi: dei- trole soberano de Deus sobre as
xa-me ir ao campo, e apanharei es- questões humanas. Deus a estava
pigas atrás daquele que mo favore- guiando para o campo certo. Para
cer. Ela Ihe disse: Vai, minha filha!" não restar dúvida, tem-se mais
Um novo dia surge para as duas uma pista da providência divina:
viúvas; Noemi fala sobre um pa- Boaz era do mesmo clã que Elime-
rente de Elimeleque, Boaz, que terá leque (2.1). Agora Rute estava no
um papel importante na história. 0 campo de propriedade de Boaz.
nome dele tem o sentido de
Os sentidos de compromissos, de
"proe lealdade e de deveres de família
minente homem de bens'". Noemi
contempla os campos de cevada agora pairam sobre o campo de ce-
que confirmavam a notícia que ou- vada, mas falta acontecer o encon-
vira, ainda em Moabe, que Deusvi tro dos personagens. De repente,
sitara Seu povo, dando-lhe pão (Rt eis que Boaz veio de Belém (v4).
1.6). Rute a ouvia e ponderava em A chegada de Boaz ao mesmo local
qual dos campos ela poderia ser onde Rute estava é indício da pro
favorecida para adquirir alimento. vidência divina.
Por ser moabita, Rute talvez não Boaz chegou e saudou seus
tinha conhecimento que o pobre, trabalhadores, dizendo: "O Senhor

18
Lição 12-OsJudeusTriunfeam Sobre os Inimigos

tava, em assegurar que ninguém Desta forma, uma conspiração


ficava dela excluída por causa de que pretendia destruí-las resultou
pobreza. A narrativa subentende em uma festa que ajudou a uni-
a solidariedade das comunidades -las e a mantê-las como um único
judaicas; embora estivessem es- povo. Além disso, deu origem a
palhadas por todo o império, elas uma das maiores festas judaicas: o
conservaram a sua identidade e dia do Purim, celebrado obrigató-
se regozijaram juntas em sua ex- ria e efusivamente todos os ano0s,
periência comum de libertação. até aos dias de hoje.

APLICAÇÃO PESSOAL
Deus estava com Seu povo livrando-o e protegendo-o, mesmo quan-
do poderes terrenos estavam operando para os matar e destruir.

RESPONDA
1) Qual o motivo real da luta dos judeus contra os seus inimigos?

2) Qual o resultado de número de mortos pela mão dos judeus?

3) Por quantos dias os judeus comemoraram a vitória sobre seus inimigos?

76
Estudada em

LIÇÃO 13 Leitura Biblica Para Estudo


Et 9.20-32; Et 10.1-3
ESTER 10 Verdade Prática
E justo celebrar com entusiasmo
A FESTA DO os livramentos proporcionados
PURIM EA por Deus, por meio de Sua provi-
dencia constante.
GRANDEZA DE
MORDECAI INTRODUÇÃO
. ORIGEM DA FESTA DO PURIM
Et 9.20-28

Texto Aureo 1.Origem da Festa do Purim Et9.21


"Por isso, àqueles dias chamam
Purim, do nome Pur. Dai, por causa
2.Afesta como instituição oficial Et923

3.0 significado do nome Purim Et926


de todas as palavras daquela carta,
e do
que testemunharam e do que Il. FESTA DO PURIM ATÉ HOJE
Ihes havia sucedido,"
Et 9.29-32
Et 9.26.
1. Ester ratifica a celebração Et 929
2. Divulgação da festa de Purim Et930
3. Detalhes da Festa do Purim Et9.32

II. A GRANDEZA DE MORDECAI


Et 10.1-3

PURIMI 1. Tributo sobre a terra Et 10.1


2. Arquivos reais Et 102
3.Aascensão de Mordecai Et 10.3

APLICAÇÃO PESSOAL

Devocional Diário

Et9 Et 9 Et299 30-32


20-25 26-28
Et9 Et1,210 Et310
Hinos da Harpa: 216- 525
77
Ligão 13-AFesta do Purime a Grandeza de Mordecai

estabelecida pela lei mosaica,


INTRODUÇÃO mas ordenada por Mordecai (Et
Nesta última lição, estudare- 9.20-28).
mos sobre a instituição da festa
de Purim, autorização para que 2. A festa como instituição oficial
esta celebração fizesse parte (Et 9.23)
dos festivais judaicos; a vida do "Assim, os judeus aceitaram como
costume o que, naquele tempo,
povo judeu restaurada e a pro
moção e engrandecimento de haviam feito pela primeira vez,
Mordecai. segundo Mordecai lhes prescre
vera"
Era preciso estabelecer a data
I. ORIGEM DA FESTA
DO PURIM da festa, e Mordecai decretou
que tanto o dia catorze quanto
(Et 9.20-28)
o dia quinze de adar deviam ser
1. Origem da Festa do Purim observados anualmente. Seria
isto para lembrar às futuras ge-
(Et 9.21)
"Ordenando-lhes que comemo0 rações a maravilhosa libertaçãão
rassem o dia catorze do mês de da extinção: a tristeza se trans-
adar e o dia quinze do mesmo, formara em alegria, e a lamenta-
todos os anos" ção, em celebração.
Uma vez que a própria con- Os judeus temiam inovações
tinuidade do povo escolhido que talvez fossem tidas comno
estivera em jogo, o seu mila- contradiçöes com a lei de Moisés.
groso resgate não podia deixar Mas a autoridade de Mordecai
de ser comemorado. Mordecai era suficiente para fazer a festa
escreveu e enviou cartas falan- de Purim entrar no calendário
do sobre os acontecimentos que judaico das festas nacionais. Há
concerniam a todo o povo judeu, uma forte ênfase para que judeus
incorporando os aspectos im- em todos os lugares comemorem
portantes em escritos que apre- esses dias.
sentavam as diretrizes para o A comunidade judaica em
futuro. geral sempre celebrou com en-
O sistema postal real tornava tusiasmo essa festa, pois, os ini-
migos dos judeus tinham sido
as comunicações relativamente
fáceis e abrangentes, alcançan- destruídos pelo poder de Deus,
do todos os judeus os de per- por meio de Sua providência
to e os de longas distâncias de constante. Os homens eram
até 3.000 quilômetros. Assim, a convocados a relembrar esses
carta de Mordecai estabeleceu fatos. Os judeus cumpriram as
a festa de Purim, que não fora ordens recebidas, e assim têm

78
Lição13-A Festa do PurimeaGrandeza de Mordecai

feito através dos séculos. A festa 1. Ester ratifica a celebraçäão


foi e continua sendo celebrada (Et 9.29)
anualmente. "Então, a rainha Ester, filha de
Abiail, e o judeu Mordecai escre-
3.0 significado do nome Purim veram, com toda a autoridade,
(Et 9.26) segunda vez, para confirmar a
"Por isso àqueles dias chamam carta de Purim."
purim, do nome Pur. Daí, por cau- Mesmo sendo respeitado no
sa de todas as palavras daquela império, Mordecai ainda teve o
carta, e do que testemunharam, e respaldo da rainha, que tambémn
do que Ihe havia sucedido." escreveu uma carta para estimu-
A festa chamou-se Purim, lar a observância da festa. Ester
para relembrar que Ham usou escreveu na tentativa de
persua
a prática de Pur, isto é, lançar dir, e não de ordenar ou coagir o
sorte, para determinar o dia da seu povo, a celebrar o Purim. Ela
destruição dos judeus. A palavra acrescentou sua autoridade e
pur é originária da Babilôniae autenticou a festa, adicionando
significa sorte ou destino. Lançar algo à sua natureza obrigatória.
a sorte, algo semelhante a lançar Ela escreveu com toda autorida-
dados, era uma forma comum de de, pois, como rainha, contava
fazer uma escolha aleatória (Ne com o apoio e autoridade do rei,
11.1) ou de discernir a vontade que também encorajou a cele-
divina (n 1.7). bração.
Acreditando que seus deuses A rainha Ester instituciona
controlavam o resultado do pur, lizou a comemoração do Purim
Ham lançou a sorte para deter sob a lei persa. A expressão "e
minar o dia certo para destruir se escreveu no livro" indica que
os judeus (Et 3.7). Lançandoa a decisão de Ester determinando
sorte, Ham, sem querer, esco- a observância de Purim por todo
Iheu o dia do livramento dos ju- o império foi colocado nos arqui-
deus, até hoje celebrado como o vos reais. "Por isso, àqueles dias
festival de Purim (Et 9.28). chamam Purim, do nome Pur. Da,
Mordecai estabeleceu a festa por causa de todas as palavras
com dois dias de duração, para daquela carta, e do que testemu-
comemorar o livramento de Deus nharam, e do que lhes havia su-
em favor do Seu povo, salvando-o cedido, determinaram os judeus
da conspiração maligna de Ham e tomaram sobre si, sobre a sua
para exterminar os judeus. descendência e sobre todos os que
se chegassem a eles que não se
I1. FESTA DO PURIMM deixaria de comemorar estes dois
ATE HOJE (Et 9.29-32) dias segundo o que se escrevera

79
Ligão13-AFestado PurimeaGrandeza de Mordecai
deles e segundo o seu tempo mar Os judeus comemoraram uma
cado, todos os anos" (Et 9.26,27). libertação que só Deus poderia
ter orquestrado. Toda a história
2. Divulgação da festa de Purim do feriado do Purim está no li-
(Et 9.30) vro de Ester.
"Expediram cartas a todos os ju- 0 primeiro dia da festa. O li-
deus, às cento e vinte províncias vro inteiro de Ester é lido em voz
do reino de Assuero, com palavras alta, e a cada vez que o nome de
amigáveis e sinceras" Ham é mencionado, as crianças
A festa de Purim promoveu a do grupo respondem ao nome de
paz de Deus e Sua verdade en- Ham com chocalhos e guizos, os
tre o povo judeu. E, pelo fato de presentes batem com os pés no
a festa poder causar efeitos tão chão a fim de abafar o som do
benéficos, Ester e Mordecai se nome de Ham e dizem: "Quee o
dedicaram a si mesmos e aos seu nome seja apagado". No se-
seus descendentes não só na gundo dia da festa, a alegria ea
observância como também na comemoração se manifestam
divulgação da festa utilizando Comida, música, peças de teatro
de todos os meios possíveis,de e brincadeiras, canções especiais
modo que todos a conhecessem e recitais acrescentam à dispo-
e também a celebrassem. sição festiva. As pessoas se pre-
A apresentação da rainha Es- senteiame fazem questão dedar
ter nos versículos 29-32 propicia presentes e alimento aos pobres,
assentimento real à atividade por ter sido esse um desejo espe-
legislativa de Mordecai, em con- cial de Mordecai (Et 9.22).
sequência de que essa legislaçãão
presumivelmente foi acrescen- lI.A GRANDEZA DE
tada a todo o resto das leis dos MORDECAI (Et 10.1-3)
medos e persas, que não podiam
ser contraditadas. 1. Tributo sobre a terra (Et 10.1)
"Depois disto, o rei Assuero impôs
3. Detalhes da Festa do Purim tributo sobre a terra e sobre as
(Et 9.32) terras do mar'"
"E mandado de Ester estabele
o E inquestionável o poder do
ceu estas particularidades de Pu- rei Assuero, e o seu império pre-
rim; e se escreveu no livro." cisava de um hábil administrador.
Como a Páscoa, a festa de Pu- E tanto que o rei impôs tributo
rim celebra o livramento divino. sobre as terras. Tributo aqui pode
Salvos do governo do faraó e da referir-se tanto a impostos como
escravidão no Egito e livres da a trabalhos que o rei impôs sobre
destruição planejada por Ham, todo o seu território.

80
Lição 13-AFesta do Purimea Grandeza de Mordecai

Sobre a terra e sobre as teer recem maiores detalhes sobre


ras do mar dá a entender quee o a vida do rei Assuero, da rainha
rei era possuidor de todo esse Ester e do seu primeiro minis
território, sendo o litoral o do tro Mordecai, cujos feitos foram
Mediterrâneo oriental de ma- registrados em crônicas oficiais
neira genérica, com suas mui- do império.
tas ilhas. Eo homem certo para
o trabalho era Mordecai, assim 3. A ascensão de Mordecai
como o foi José no Egito (Gn (Et 10.3)
41.41-46). Ele foi promovido à "Pois o judeuMordecai foi o se
posição de primeiro-ministro gundo depois do rei Assuero, e
e muitos detalhes do governo grande para com os judeus, e es-
lhe foram delegados. Ele foi um timado pela multidão de seus ir
grande patriota judeu, também mãos, tendo procurado o bem-es-
foi capaz de ministrar habilido tar do seu povo e trabalhado pela
samente uma potência estran- prosperidade de todo o povo da
geira. Mordecai foi um homem sua raça'
qualificado o bastante para O livro de Ester termina com
preencher ambas as posições e grandes elogios a Mordecai, cujos
funções. feitos foram registrados nas crô-
nicas oficiais do império persa.
2. Arquivos reais (Et 10.2) Mordecai foi o segundo na hierar-
"Quanto aos mais atos do seu po- quia. Ele não desfrutava somente
der e do seu valor e ao relatório do favor especial do rei, mas era
completo da grandeza de Morde respeitado também por seu povo
cai, a quem o rei exaltou, porven- e honrado por sua administração
tura, não estão escritos no Livro bem-sucedida. Obteve a aceitação
da História dos Reis da Média e da dos grandes do império e era po-
Pérsia? pular com as massas.
0 período histórico de Mor- Sempre buscou o bem-estar
decai e Ester foi devidamente de seu povo, bem como da po-
resguardado na história mun- pulação do império em geral. E,
dial, conforme o livro nos diz. A acima de tudo, falava de paz ao
orientação de Deus estava por remanescente perseguido dos
trás da elevação de Mordecai, no judeus, trazendo-lhes a luz de
império medo-persa, por parte um novo dia.
de Assuero. A referência citada Mordecai entrou para a gale-
é uma espécie de registro diário ria de heróis da história israelita
dos acontecimentos da corte. 0 como mais um exemplo de vitória
livro da história dos reis da Mé- concedida por Deus ao seu povo
dia e da Pérsia certamente ofe- disperso entre as nações. Quanta

81
Lição 13-A Festa do Purim e a Grandeza de Mordecai

falta faz nas autoridades de hoje judeus, e estimado pela multidão


os predicados e elogios dedica- de seus irmãos, tendo procurado
dos a Mordecai neste último ver- o bem-estar do seu povo e traba-
so do livro de Ester: "Pois ojudeu Ihado pela prosperidade de todoo
Mordecai foi o segundo depois do povo da sua raça" (Et 10.3).
rei Assuero, e grande para com os

APLICAÇÃO PESSOAL
Podemos ver a atuação providencial e maravilhosa de Deus em todas
as páginas do livro de Ester. Sendo assim, é justo celebrar com entu-
siasmo os livramentos proporcionados por Deus, por meio de Sua pro-
vidência constante.

RESPONDA
1) Qual o propósito da Festa de Purim?

2) Quem institucionalizou a Festa do Purim?

3) Aque grau de elevaçãoMordecai passou aexercerdiante do povo?

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