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PLANEJAMENTO E PRODUÇÃO

AULA 04
Planejamento e Controle da
Produção: Aspectos Conceituais
•"O Planejamento e Controle da Produção (PCP) é a função administrativa
que tem por objetivo fazer os planos que orientarão a produção e servirão de
guia para o seu controle" (MOTTA, 1987 apud BIAZIN; GODOY, 2000).

•Segundo Chiavenato, a função do PCP é planejar e programar a produção e


as operações da empresa, além de controlá-las adequadamente, com o
objetivo de aumentar a eficiência e a eficácia mediante administração da
produção.

•O PCP é responsável pela coordenação e aplicação de recursos produtivos,


buscando atender os planos estabelecidos, da melhor forma, seja em nível
estratégico, tático ou operacional.
PCP determina o que vai ser produzido, quanto vai ser
produzido, como vai ser produzido, onde vai ser produzido,
quem vai produzir e quando vai ser produzido.

No nível estratégico definem-se as políticas estratégicas de longo prazo da


organização. Nele o PCP participa da formulação do planejamento
estratégico da produção, gerando um plano de produção.

No nível tático são estabelecidos os planos de médio prazo para a produção,


onde o PCP desenvolve o planejamento-mestre da produção, obtendo o
Plano-Mestre da Produção (PMP).

E no nível operacional são preparados os programas de curto prazo de


produção e realizado o acompanhamento dos mesmos. O PCP, então, prepara
a programação da produção administrando estoques, sequenciando,
emitindo e liberando as ordens de compras, fabricação e montagem, ao
mesmo tempo em que executa o acompanhamento e controle da produção.
FASES DO PCP
Programação:

Fase que determina os tipos e as quantidades dos produtos que serão


fabricados, baseados nos pedidos recebidos dos clientes, nas previsões de
vendas, ou em ambos. Nesta fase detalha-se o plano de produção, para que
ele possa ser executado integrada e coordenadamente pelos diversos setores.

Roteiro:

Na fase do roteiro, determina-se quem fará as operações, onde elas serão


feitas e os tempos unitários de fabricação do produto para cada uma das
operações.
O roteiro tem como função determinar o melhor método para a produção de
peças, dos subconjuntos e da montagem dos vários produtos produzidos pela
fábrica. Aqui são tomadas as decisões sobre fabricar ou comprar, sobre o fluxo
de montagem, a forma e o tamanho da matéria-prima, a divisão do trabalho, a
escolha da máquina que fará o trabalho, a sequência das operações e a
escolha das ferramentas.
Aprazamento:
Nesta fase, determina-se quando será iniciada a produção, quando terminará e,
por diferença, quanto tempo levará.

Liberação:
A fase de liberação no PCP consiste na mobilização dos recursos, antes do
momento em que a produção deverá ser iniciada, de acordo com os prazos
determinados na fase anterior.
A liberação ou movimentação das ordens de fabricação se encarrega de todas as
providências para fabricar. A liberação é responsável pelas seguintes funções:
a) verificar a disponibilidade de materiais, ferramentas e instruções técnicas
para as ordens de fabricação a serem iniciadas, e providenciar para que fiquem
à disposição do operário;
b) decidir sobre a sequência de processamento das ordens de fabricação;
c) distribuir ordenadamente as vias componentes das ordens de fabricação; e,
d) coletar informações para controle.
Controle:
É a fase que acompanha a produção em todos os seus aspectos, para que os
planos sejam executados, ou devidamente modificados, quando surjam
imprevistos que impossibilitem sua realização.
O controle da produção é a função responsável por planejar, dirigir e controlar
o suprimento de materiais e as atividades de processo de uma empresa, para
que os produtos específicos sejam produzidos por métodos específicos para
atender um programa de vendas aprovado, aproveitando ao máximo os
recursos empregados.

Há dois tipos de controle usados para orientar eventos de acordo com os


planos:
a) acompanhamento, que se refere aos controles que obrigam os eventos a
seguir o que fora definido nos planos; e
b) controle de estoques, que é usado para assegurar que o nível dos estoques
se mantenha dentro dos limites razoáveis.
SISTEMAS DE PRODUÇÃO
É a definição do tipo de processo utilizado em manufatura de produtos e
serviços.
É a maneira pela qual organiza-se a produção de bens e serviços, com
características diferentes de volume e variedade.
In Puts Out Puts

ENTRADA PROCESSO SAÍDA

Insumos informações Resultados


SISTEMAS DE PRODUÇÃO
• Processo de conversão em manufatura
– Indústria
• Muda o formato da matéria-prima
• Muda a composição
• Muda a forma dos recursos
• Processo de transferência
– Serviços
• Há a transferência de conhecimentos e/ou tecnologia
SISTEMAS DE PRODUÇÃO
Tipos de sistemas para manufatura:

▪ Tradicional
▪ Cruzada - De Schroeder (1981)
▪ Produção Enxuta
CONTÍNUA MASSA LOTES OU JOBBING PROJETOS
BATELADAS
VOLUME Muito Alto Alto Médio Baixo Muito Baixo
VARIEDADE Quase Pequena Grande Grande Grande
nenhuma
FLUXO Ininterrupto Ininterrupto Intermitente Não tem Não tem
TECNOLOGIA Inflexível Inflexível Flexível Muito flexível Muito flexível
MÃO-DE-OBRA Pouco Pouco Média Muito Muito
especializada especializada especialização especializada especializada
(Trabalhos p/
EXEMPLO Indústria Automóveis, Móveis, peças, encomenda) Navios, aviões,
química, aço, fogão, vestuário, Marceneiro, construção
papel, geladeiras. ferramentas alfaiate, civil.
cimento. ferramenteiros
SISTEMA DE PRODUÇÃO CRUZADA DE SCHROEDER

• Pode ser aplicada para serviços e para indústria.


• Tem duas orientações e duas dimensões.
– Orientações:
• a) por fluxo do produto com 3 tipos – linha,
intermitente e etapas do processo.
• b) por tipo de consumidor.
– Dimensões:
• a) para estoques.
• b) para o cliente ou encomendas.
• Orientação para estoques:

– Serviço rápido para o consumidor a baixo custo.


– O cliente tem poucas opções de escolha – inflexível.
– Necessita estudos de mercado para projetar as vendas – o estoque é
criado e existe antes das vendas justamente para apoiar as vendas.

• Orientação para o cliente:

– Todas as operações são de acordo com o desejo do cliente.


– As condições do negócio são ditadas pelo cliente
• Prazo de entrega
• Dimensões
• Preço
• Embalagem
SISTEMA DE PRODUÇÃO CRUZADA DE
SCHROEDER
Tipo Para Estoque Para o Cliente
Linha Refinaria de Petróleo, Ind. Veículos especiais, Cia.
Químicas de grandes volumes, Telefônica, Eletricidade, Gás.
Fab. de papel

Intermitente Ind. Moveleira, metalúrgica, Móveis sob medida, peças


Refeições Rápidas, especiais, restaurante a la
lanchonetes. carte.
Projeto Arte p/ exposição, casas pré- Edifícios, navios, aviões,
fabricadas, fotografias usinas termo e hidroelétricas.
artísticas.
PRODUÇÃO ENXUTA

• É uma evolução da produção em massa.


• Desenvolvido pela Toyota.
• Introdução de novos conceitos:
– Just-in-Time
– Engenharia Simultânea
– Tecnologia de Grupo
– Consórcio Modular
– Células de Produção
Taylorismo

Fordismo e Pós-Fordismo
Segunda revolução industrial

A necessidade de aumento na produção dos bens de consumo e o


surgimento de novas tecnologias, impulsionou a segunda Revolução
Industrial. O mundo ganhava velocidade com o aproveitamento da
energia elétrica e o petróleo.
O Taylorismo e Fordismo buscariam justamente otimizar a produção
industrial e aumentar os lucros.
Começava a ser criada a cultura de produção em massa.
Taylorismo
Taylorismo ou Administração científica é o modelo de administração
desenvolvido pelo engenheiro norte americano Frederick Taylor (1856-1915),
considerado o pai da administração científica e um dos primeiros
sistematizadores da disciplina científica da Administração de empresas.

O taylorismo caracteriza-se pela ênfase nas tarefas, objetivando o aumento da


eficiência ao nível operacional.

Ele buscava ter um maior rendimento do serviço do operariado da época, o


qual era desqualificado e tratado com desleixo pelas empresas.

O estudo de "tempos e movimentos" mostrou que um "exército" industrial


desqualificado significava baixa produtividade e lucros decrescentes, forçando
as empresas a contratarem mais operários.
Fordismo
Henry Ford (1863-1947), fundador da Ford Motor Company, em Highland Park,
Detroit; foi o responsável por trazer as ideias de Taylor para a indústria
automobilística, na primeira metade do século XX.

Fordismo, termo criado por Antonio Gramsci, em 1922 refere-se aos sistemas
de produção em massa e gestão idealizados em 1913 pelo empresário
estadunidense Henry Ford.

Trata-se de uma forma de racionalização da produção capitalista baseada em


inovações técnicas e organizacionais que se articulam tendo em vista, de um
lado a produção em massa e, do outro, o consumo em massa.

Ford criou o mercado de massa para os automóveis. Sua obsessão era tornar o
automóvel tão barato que todos poderiam comprá-lo. Uma das principais
características do fordismo foi o aperfeiçoamento da linha de montagem.
Linhas de montagem para a produção em série.
Pós-fordismo ou Toyotismo
Ao invés de centrar-se na produção em massa, característica do fordismo, o
modelo pós-fordista fundamenta-se na ideia de flexibilidade. Por isso, trabalha
com estoques reduzidos, voltando-se para a fabricação de pequenas quantidades.
O Sistema Toyota de Produção ou simplesmente toyotismo, idealizado pelo
engenheiro mecânico japonês Taiichi Ohno é considerado um dos expoentes do
pós-fordismo.
TOYOTISMO
A finalidade desta forma de organização é:
• Suprir a demanda colocada no momento exato, bem como atender um
mercado diferenciado, dotado de públicos cada vez mais específicos.
• Acompanhar as rápidas transformações dos padrões de consumo.
• Apesar das maravilhas e novidades que o toyotismo trouxe através da
tecnologia nos modos de produção atual, esse mesmo modo desencadeou
um elevado aumento das disparidades socioeconômicas e uma necessidade
desenfreada de aperfeiçoamento constante para simplesmente se manter
no mercado.
Modelo Japonês
• Gerência democrática e participativa
• Integração horizontal (processos de produção transversais)
• Maior mobilidade dos funcionários (promoção, planos de carreira)
• Criação do conceito de cidadania organizacional (direitos e deveres)
• Lazer dentro da empresa

02/09/2020
Ideias Ocidentais Ideias Orientais
• Verticalização • Grupos de trabalho Autogerenciados

• Estruturas organizacionais • Just in time


divisionalizadas e hierarquizadas
• Produção enxuta
• Controle de qualidade
• Guerra ao desperdício
• Administração de estoques
• Círculos de qualidade
• Just in case
• Aprimoramento contínuo
• Alto luxo e alto preço
• Alta qualidade e baixo preço
• Ford, General Motors, General Electric.
• Toyota, Mitsubishi, Nissan

02/09/2020
Pilares do Sistema Toyota

Sistema Toyota

Produtividade
Qualidade

Participação

02/09/2020
Sistema Toyota
Obsessão por:

• Eliminação de desperdícios produção enxuta

• Fabricação com qualidade Gestão da Qualidade Total

02/09/2020
Eliminação de desperdícios
Tipos de desperdícios:
1. Tempo perdido em conserto ou refugo
2. Produção além do volume necessário ou antes do momento
necessário
3. Operações desnecessárias no processo de manufatura
4. Transporte
5. Estoque
6. Movimento humano
7. Espera
Eliminação de desperdícios: como
eliminar
• Racionalização da força de trabalho: agrupamento com líderes,
com missão coletiva

• Just in Time: Estabelecer um fluxo contínuo de produção


maximizando o fluxo de informação e alinhamento com
fornecedores em parcerias. Uso de Kanbans.

• Produção Flexível: Pequenos lotes e funcionários capazes de ajustar


máquinas rapidamente durante o dia de trabalho.

02/09/2020
Fabricação com qualidade
• Fazer certo pela primeira vez: eliminação dos inspetores. Operários
responsáveis pela qualidade do próprio trabalho.
• Corrigir os erros em suas causas fundamentais: trabalhadores tem
poder de parar a linha de montagem sempre que encontrar um
problema. Perguntar sucessivamente “por quê?” até chegar a causa
fundamental.
• Círculos da qualidade: grupo de voluntários que se reúnem para
resolver problemas de qualidade e eficiência. Principais técnicas –
princípio de Pareto e diagrama de Ishikawa.

02/09/2020
EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Fale um pouco sobre os 03 tipos de sistemas de produção estudados;


Tradicional, Cruzada e Produção Enxuta.

2. Qual a principal contribuição do Fordismo para os modelos de produção?

3. Quais os pilares do sistema Toyota?

4. Nos modelos de produção vimos termos como JIC(just in case) e JIT (just in
time). O que significam?

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