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Ijuí
Dezembro de 2014
ANÁLISE FINANCEIRA E GESTÃO DO RISCO NA FORMAÇÃO
DE UMA CARTEIRA DE AÇÕES
Ijuí
Dezembro de 2014
2
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................... 08
1.1 Apresentação do Tema e Problema de Estudo..................................................... 09
1.2 Justificativas.......................................................................................................... 11
1.3 Objetivos.............................................................................................................. 11
1.4 Metodologia......................................................................................................... 13
1.4.1 Classificação da pesquisa.................................................................................. 14
1.4.2 Sujeitos da pesquisa e amostra........................................................................... 15
1.4.3 Plano de coletas de dados................................................................................ 16
1.4.4 Análise e interpretação dos dados..................................................................... 21
1.4.4.1 Metodologia de pontuação para classificação do risco................................. 25
2. REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................... 31
2.1 Considerações Gerais............................................................................................ 31
2.2 O Mercado Acionário Brasileiro.......................................................................... 32
2.3 Formação e Gestão da Carteira de Investimentos................................................ 35
2.4 Risco e Retorno.................................................................................................... 39
2.5 Métodos Estatísticos e de Gestão de Risco........................................................... 46
2.6 Caracterização dos Ativos Estudados.................................................................... 48
3. ESTUDO DE CASO............................................................................................. 71
3.1 Composição dos Indicadores de Rentabilidade.................................................... 71
3.2 Composição dos Indicadores de Risco.................................................................. 75
CONCLUSÕES.......................................................................................................... 82
GLOSSÁRIO............................................................................................................ 84
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 87
3
LISTA DE TABELAS
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Marcas que compõe a empresa..................................................................... 48
Figura 2 - Outras marcas que compõe a empresa.......................................................... 49
Figura 3 - Série histórica das ações de set/13 a set/14 – AMBEV................................ 49
Figura 4 - Logotipo Banco do Brasil.............................................................................. 50
Figura 5 - Série histórica das ações de set/13 a set/14 – Banco do Brasil.................... 50
Figura 6 - Logotipo Bradesco....................................................................................... 51
Figura 7 - Série histórica das ações de set/13 a set/14 – Bradesco............................... 51
Figura 8 - Marcas próprias BRF................................................................................... 52
Figura 9 - Série histórica das ações de set/13 a set/14 – BRF...................................... 53
Figura 10 - Campinas Shopping: Exemplo de Shopping da empresa BRMALLS....... 53
Figura 11 - Série histórica das ações de set/13 a set/14 – BRMalls............................. 54
Figura 12 - Série histórica das ações de set/13 a set/14 – BM&FBovespa................... 55
Figura 13 - Série histórica das ações de set/13 a set/14 – CCR.................................... 56
Figura 14 - Parcerias Estratégicas Cielo......................................................................... 56
Figura 15 - Série histórica das ações de set/13 a set/14 – Cielo.................................... 57
Figura 16 - Série histórica das ações de set/13 a set/14 – Cemig.................................. 58
Figura 17 - Análise dos Invest. em Relação à Rent., Segurança e Liquidez.................. 59
Figura 18 - Produtos elaborados pela Gerdau............................................................... 59
Figura 19 - Série histórica das ações de set/13 a set/14 – Gerdau................................ 60
Figura 20 - Série histórica das ações de set/13 a set/14 – Itaú Unibanco..................... 61
Figura 21 - Marcas próprias da JBS............................................................................... 61
Figura 22 - Série histórica das ações de set/13 a set/14 – JBS..................................... 62
Figura 23 - Marcas próprias da Kroton........................................................................... 63
Figura 24 - Série histórica das ações de set/13 a set/14 – Kroton.................................. 63
Figura 25 - Série histórica das ações de set/13 a set/14 – Pão-de-Açúcar..................... 64
Figura 26 - Série histórica das ações de set/13 a set/14 – Petrobras.............................. 65
Figura 27 - Série histórica das ações de set/13 a set/14 – Santander............................. 65
Figura 28 - Série histórica das ações de set/13 a set/14 – Ultrapar................................ 67
Figura 29 - Série histórica das ações de set/13 a set/14 – VIVO................................... 68
Figura 30 - Exemplo de trabalho da Vale....................................................................... 68
Figura 31 - Série histórica das ações de set/13 a set/14 – Vale..................................... 69
Figura 32 - Carteiras selecionadas através dos cálculos de indicadores............ ........... 74
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LISTA DE GRÁFICOS
D
D
As
S
S
ss
6
RESUMO
ABSTRAT
From the year 1970, the financial market, experiencing profound changes.
Investor interest is in risk analysis study. In addition to the breakup of the Bretton Woods
agreement which generalized the fall of the stock market in the major stock exchanges.
After these facts, many studies have been extended, especially, the method developed by
Markowitz in 1950. Although the study theory is relatively new, with just over 60, its
implementation was due to important innovations, such as simplified methodologies
calculations. To compose an efficient portfolio is a need for studies and analysis for
decision making, because the investor is faced with an unstable financial market and a
variety of options to invest.
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1. INTRODUÇÃO
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ações. A partir desse contexto definiu-se a melhor carteira de ativos, ou seja, um portfólio
de investimento com os papéis que apresentam o melhor desempenho.
Portanto, buscou-se estudar a possibilidade de identificar uma carteira
diversificada com rentabilidade relevante e minimização do risco, tendo como base as
empresas dos setores: petroquímico, financeiro, telefonia, minerais, bebidas e alimentos,
educacional, aeronáutica, metalúrgicas, pavimentação, eletricidade e distribuição de
combustíveis, pois demonstraram um desempenho interessante nos últimos anos.
A pesquisa foi realizada pelo interesse especial da autora pelo tema. Visando
propor um portfólio ótimo de ações, a carteira formada relaciona empresas de setores
distintos, que juntas representam 64% dos ativos que compões o Ibovespa no mês de abril
de 2014, optando-se em aplicar a análise fundamentalista, mediante a gestão do risco
através da metodologia de Markowitz.
Para algumas pessoas, o mercado de capitais assemelha-se a um jogo de sorte.
No entanto, é fundamental ter em mente a real situação econômica que atravessa o país,
ou seja, taxas de juros, inflação, câmbio instável, endividamento público e Balança
Comercial negativa. Esse conjunto aumenta, gradativamente, o risco de retorno dos
investimentos a serem realizados na economia.
Os métodos matemáticos e estatísticos utilizados na análise dos indicadores
econômicos e financeiros têm sido os aliados dos analistas de investimentos. A economia
atual caracteriza-se por grande volatilidade, exigindo que a gestão dos ativos seja mais
eficaz e ativa.
Markowitz estudou a diversificação dos papéis, tendo como base a mensuração
do risco. No trabalho realizado calculam-se os retornos mensais com base na cotação
diária dos 20 ativos mais negociados na BM&FBovespa. Foram aplicados os principais
métodos estatísticos, visando enriquecer as análises econômico-financeiras, como o
desvio padrão, a média, a covariância e a correlação.
As pesquisas desenvolvidas sobre investimentos prendem a atenção de grande
parte das pessoas que conhecem o mercado financeiro, tanto por notícias sobre o mercado
de ações, quanto às taxas de juros nos bancos ou às perspectivas econômicas. Contudo,
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para que as estratégias de investimento sejam bem sucedidas, não basta conhecer o
básico. É necessário a disciplina, a paciência e o conhecimento na área de finanças e
mercado de capitais. A educação financeira consiste em aprender economizar para
acumular riqueza, bem como buscar a melhor qualidade de vida no futuro. Neste sentido,
o trabalho teve por objetivo principal propor a formação de uma carteira eficiente através
da aplicação da teoria das carteiras de Markowitz.
Para alocar os recursos em ativos com melhor rentabilidade e menor risco, é
necessário conhecimento sobre os principais aspectos financeiros da empresa em que se
está investindo, sobre o mercado que está inserida e as perspectivas econômicas nacionais
e internacionais. Destaca-se a gestão do risco sobre os preços dos papéis, para que se
estime o retorno esperado, a partir do nível de risco fixado pelo investidor.
O risco de mercado depende do valor do ativo em relação às condições do
contexto que está inserido. Oliveira, Galvão e Ribeiro (2006) corroboram, indicando que
o risco de mercado equivale ao desempenho do preço do ativo diante das condições
inerentes a empresa. É importante ressaltar que as pesquisas de Markowitz (1952)
revelam que além do risco e do retorno é importante ponderar a covariância entre os
ativos analisados, calculando a rentabilidade dos ativos da carteira. Assim, na proporção
que se reduz a correlação entre os ativos de uma carteira nota-se um maior benefício de
relação entre risco e retorno.
O mercado de capitais atrai os investidores pela perspectiva de obter maior
rentabilidade em comparação ao retorno da renda fixa, que muitas vezes não satisfazem
as expectativas dos aplicadores. Frequentemente, as pessoas desejam iniciar sua trajetória
em investir no mercado de capitais. Entretanto, não possuem conhecimento necessário
sobre o funcionamento do mercado acionário ou sobre as análises financeiras para
realizar uma escolha que maximize o lucro e diminua o risco. Nesse sentido, os modelos
matemáticos financeiros vêm ao encontro do interesse dos investidores para alavancar os
resultados.
Neste contexto, formula-se a seguinte questão: Dentre os ativos estudados no
mercado de capitais, é possível propor uma carteira de ações eficiente que apresente a
melhor combinação de risco e retorno?
Em suma, as metodologias utilizadas neste trabalho objetivam responder em êxito
a questão de estudo proposta.
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1.2 JUSTIFICATIVAS
1.3 OBJETIVOS
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Para definir de forma adequada um tema, mediante o uso da metodologia da
investigação científica, deve-se buscar um elo que seja atrelado ao campo teórico de
interesse e domínio do autor. Para Bêrni (2002), o tema a ser pesquisado e os objetivos
que norteiam o estudo deve ser, não somente interessante aos outros, mas principalmente
deve ser de interesse do pesquisador. À medida que o estudo estreita a vida pessoal com a
profissional, passa-se a fazer algo por prazer e não por mera obrigação. Bêrni (2002)
destaca que as questões derivadas da problemática geral devem ser respondidas ao final
da pesquisa. É fundamental ter discernimento para estabelecer o objetivo geral e os
específicos, deixando evidentes os desdobramentos necessários.
A pesquisa científica não é considerada uma tarefa simples de se desenvolver,
podendo ser identificada em etapas. Para Gil (2000), a primeira etapa é a formulação do
tema e dos objetivos, tendo em vista, se o problema for amplo e genérico, é essencial que
ele seja formulado com objetivos específicos para torná-lo adequado e possível para
estudo. Segundo Gil (2000), os objetivos além de serem de interesse do pesquisador, deve
dispor de conhecimentos na área de estudo escolhida, para que possam ser descritos de
forma clara.
Toda pesquisa deve ter um objetivo determinado. Para Lakatos e Marconi
(2003), isso é necessário para saber o que se vai procurar e o que se pretende concluir.
Igualmente, o objetivo torna o problema explícito, aumentando o conhecimento sobre o
assunto a ser estudado e define a essência do trabalho, em relação ao que se pretende
estudar. Para alguns autores a magnitude do problema apresentado depende da
importância dos objetivos.
O objetivo geral identifica a grande meta que o pesquisador pretende atingir,
contudo deverá ser definido após já ter exposto o problema, para que não se torne tão
difícil direcioná-lo. Os objetivos específicos, recai como metas menores. O objetivo geral
é a proposta de resolução do problema, já os objetivos específicos são as formas de captar
dados para construir uma solução.
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1.3.2 - Objetivos Específicos
Os objetivos específicos desse trabalho são:
a) analisar as tendências atuais através da literatura específica na linha de
pesquisa;
b) organizar um banco de dados através de planilhas Excel para serem passíveis
de análise;
c) utilizar a análise fundamentalista para avaliar os resultados dos dados
tratados;
d) aplicar o modelo de Markowitz para mensurar o risco e retorno dos ativos;
e) sugerir uma carteira eficiente dentre os vinte ativos mais negociados no
Ibovespa em abril de 2014.
Em suma, a pesquisa acadêmica, ao apresentar os resultados, possibilita a
avaliação da ideia concebida e da análise e dedução feita. Uma abordagem genérica de
um tema pode dificultar a compreensão do leitor de qual é o problema proposto. Assim,
os objetivos tornam-se cruciais para delimitar o trabalho e guiar o pesquisador em torno
do tema apresentado.
1.4 METODOLOGIA
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“A metodologia científica, mais do que uma disciplina, significa introduzir o
discente no mundo dos procedimentos sistemáticos e racionais, base da
formação tanto do estudioso quanto do profissional, pois ambos atuam, além da
prática, no mundo das ideias. Podemos afirmar até que: a prática nasce da
concepção sobre o que deve ser realizado e qualquer tomada de decisão
fundamenta-se naquilo que se afigura com o mais lógico, racional, eficiente e
eficaz.”
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as premissas pré-estabelecidas respeitarem uma forma lógica válida e também forem
verdadeiras.
Dos cinco métodos indicativos mais utilizados no meio acadêmico, além da
indução, segundo Gil (2000), foram empregados dois deles: o método comparativo, que é
a investigação de indivíduos, classes, fenômenos ou fatos, com vistas a ressaltar as
diferenças e similaridades entre eles. Assim, relacionando os ativos com seus pares para
formar uma carteira ótima de investimentos através dos dados coletados e sua análise; e o
método estatístico, finalizando o estudo, se realizou o cálculo do risco dos ativos para
composição ótima de uma carteira, aplicando os modelos estatísticos fundamentados em
teorias clássicas e modernas. Gil (2000) descreve que as explicações deste método não
podem ser consideradas absolutamente verdadeiras, mas com probabilidade de o serem,
com certa margem de erro, tornando-o bastante aceito por parte dos pesquisadores com
preocupações que seguem o viés quantitativo.
Em síntese, na pesquisa realiza-se a interpretação dos dados através da análise
dos indicadores econômicos e financeiros que foram calculados através das metodologias
existentes conforme referenciais teóricos. Ao se aplicar o método de Markowitz, para
mensurar o nível de risco de cada ativo, relacionando-o com seus pares, foi possível obter
as conclusões das análises realizadas, objetivando elencar os ativos com as melhores
rentabilidades em determinados níveis de risco.
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Tabela 1 – Lista dos Ativos Analisados
Código Ação Setor Tipo Qtde. Teórica Part. (%)
ABEV3 AMBEV S/A Bebidas ON 3.300.544.590 5,524
BBAS3 BRASIL Instituição Financeira ON 869.869.347 2,54
BBDC4 BRADESCO Instituição Financeira PN N1 2.029.637.010 7,169
BRFS3 BRF AS Alimentos ON 624.621.521 3,662
BRML3 BR MALLS PAR Corretoras ON NM 431.247.384 0,928
BVMF3 BMFBOVESPA Índice ON 1.852.153.920 2,473
CCRO3 CCR AS Pavimentações ON 861.282.756 1,678
CIEL3 CIELO Meios de Pagamento ON 665.068.406 3,012
CMIG4 CEMIG Eletricidade PN N1 758.536.548 1,517
EMBR3 EMBRAER Aeronáutica ON NM 730.421.645 1,597
GGBR4 GERDAU Metalurgia PN N1 869.031.000 1,149
ITUB4 ITAUUNIBANCO Instituição Financeira PN N1 2.668.819.056 9,477
JBSS3 JBS Alimentos ON NM 1.600.689.365 1,387
KROT3 KROTON Educacional ON NM 339.839.473 2,143
PCAR4 P.ACUCAR-CBD Alimentos PN N1 159.510.159 1,746
PETR4 PETROBRAS Petroquímico PN 4.035.202.846 8,528
SANB11 SANTANDER BR Instituição Financeira UNT N2 924.867.316 1,399
UGPA3 ULTRAPAR Transp. Combustível ON 330.466.469 1,808
VALE5 VALE Minerais PNA N1 1.878.758.554 5,384
VIVT4 TELEF BRASIL Telefonia PN 261.308.985 1,183
Representatividade total 64,30%
Fonte: www.bmfbovespa.com.br
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bibliográfica e a pesquisa documental. A pesquisa bibliográfica foi empregada na revisão
teórica dos métodos empregados para tratamento e interpretação de dados. Com base em
material elaborado na bibliografia, os métodos contribuíram para fundamentar os cálculos
e as conclusões, bem como justificar o tema do trabalho. A pesquisa documental tem por
base a fonte da coleta de dados sem tratamento analítico, sendo reelaborado de acordo
com os objetivos propostos. Para coleta dos dados necessários, foi utilizada a pesquisa em
documentos oficiais e nos registros disponibilizados pelas empresas na mídia em geral.
Destaca-se que as empresas analisadas caracterizam-se, com dados históricos, do
setor que se integram e com notícias atuais relevantes que foram retiradas dos seus sites e
de agentes qualificados, por exemplo, BM&FBovespa. O levantamento de dados foi
realizado a partir da pesquisa nos documentos contábeis das empresas do último ano, bem
como a série histórica do preço das ações.
O conjunto das Demonstrações Financeiras constitui-se num instrumento crucial
para análise dos dados, pois “são elaboradoras para prestar contas sobre os atos e fatos
praticados em determinado período pela direção da empresa e divulgados aos shareholder
e stakeholders”. (Zdanowicz, 2012, p. 17). Assim, possibilita a análise de indicadores
econômicos e financeiros, registrando os dados sobre a situação patrimonial e resultados
da empresa com cunho comparativo, segundo Zdanowicz (2012), apresentando o
exercício atual, seguido do exercício anterior.
A análise das demonstrações contábeis é uma técnica que realiza a
decomposição, comparação e interpretação dos demonstrativos financeiros da empresa
visando também extrair informações sobre a situação econômica e financeira da empresa.
É relevante analisar os índices relativos dos exercícios anteriores, para realizar as
comparações pertinentes.
O plano de coleta de dados foi organizado em forma de planilha eletrônica
conforme o modelo desenvolvido a seguir, contemplando os dados pertinentes à análise e
interpretação das informações tratadas.
Nas Demonstrações Financeiras segundo Reilly e Norton (2008) é possível
identificar informações sobre os recursos disponíveis, especificadamente os ativos fixos e
circulantes disponíveis à empresa para determinado momento, que são as contas do
Ativo. As quais estão dispostas na Tabela 2, que apresenta dados sobre o Ativo
Circulante Financeiro e Operacional, Ativo não Circulante, a Estoques, nem todas as
empresas a possuem e Clientes.
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Tabela 2 – Informações do Ativo do Balanço Patrimonial 2013 – R$/Milhões
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preferenciais e ordinárias ou pela utilização de lucros). Esses dados são necessários para
se calcular os indicadores econômicos e financeiros das empresas.
Fonte: www.bmfbovespa.com.br
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Destaca-se que a Demonstração do Resultado do Exercício, para Reilly e Norton
(2008), é fundamental para se avaliar o desempenho operacional da empresa no período.
Assim, as informações disponibilizadas na DRE, demonstram não somente um momento
específico, mas indicam o fluxo de vendas, as despesas e os lucros durante o período.
Esses dados possibilitam verificar percentuais de retorno do Ativo, bem como o seu
percentual de lucro líquido no período estudado.
A demonstração do resultado do exercício (DRE) também se destina a
evidenciar a formação do resultado líquido em um exercício, através do confronto das
receitas, custos e resultados. Oferencendo uma síntese financeira dos resultados
operacionais e não operacionais de uma empresa em certo período.
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Petrobrás e ao Itaú, bem como o maior número de ações comercializadas são da Petrobrás
e da AmBev.
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(papéis que não estão no mercado para comercialização, encontrando-se em posse da
empresa) e os Prejuízos Acumulados (registra as perdas do exercício atual e anteriores).
O tratamento dos dados para relacioná-los em índices se deu através da análise
financeira e fundamentalista onde foram realizados os seguintes cálculos:
a) indicadores de liquidez (ciclo financeiro de caixa): indicam quantos reais a
empresa detém para pagar cada R$ 1,00 de dívida. Segundo Martins (2001), o índice de
liquidez corrente maior que R$ 1,40 representa que a empresa apresenta saúde financeira.
É calculado da seguinte forma, Ativo Circulante / Passivo Circulante.
b) indicadores de endividamento: informam o grau de endividamento da
empresa. A análise desse indicador permite verificar se a empresa está financiando o seu
Ativo com recursos próprios (Patrimônio Líquido) ou capital de terceiros. Segundo
Martins (2001), se a empresa recorre a dívidas de terceiros para ampliar suas instalações,
expandir sua produção, ou modernizar a empresa, trata-se de um endividamento sadio,
pois as aplicações dos recursos vão saldar a dívida vincenda. Contudo, se a mesma gera à
dívida para pagamento de outras dívidas e há um círculo vicioso. O endividamento geral
mede a proporção dos ativos totais da empresa financiada por credores e pode ser
calculado: Passivo Circulante + Exigível a longo prazo / Ativo Total;
c) indicadores de atividades: esses indicadores avaliam a situação financeira da
empresa. Verifica se os capitais investidos estão sendo remunerados de forma que as
receitas sejam maiores que as despesas, para que seja possível a sobrevivência da
empresa e seu desenvolvimento no mercado em que está inserido. Segundo Martins
(2001), os indicadores de atividade calculam:
c.a) giro de Clientes (em quantos dias em média a empresa recebe as vendas que
realizou): Contas a Receber/Receita Operacional Líquida;
c.b) giro de Estoques (em quantos dias em média a empresa gira os estoques):
Estoques / Custo Produtos Vendidos;
c.c) giro de Fornecedores (em quantos dias em média a empresa paga as
compras que realizou): Fornecedores / Custo Produtos Vendidos;
d) indicadores financeiros: os indicadores financeiros permitem analisar a
situação financeira da empresa. Segundo Zdanowicz (2012), apresentam de forma
criteriosa, informações quanto à disponibilidade de caixa, bem como as comparações com
variáveis internas e externas à organização.
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Segundo Matarazzo (2010) é importante calcular os índices que demonstram
necessidade de capital de giro da empresa e o saldo que possui em Tesouraria. Pode-se
citar:
d.a) capital de giro líquido (a empresa apresenta segurança financeira quando o
Ativo Circulante - Passivo Circulante > 0). Calcula-se: Ativo Circulante Operacional –
Passivo Circulante Operacional;
d.b) saldo em tesouraria (se for positivo, empresa possui recursos para
autofinanciar atividades de curto prazo): assim: Ativo Circulante Financeiro - Passivo
Circulante Financeiro;
d.c) solvência, demonstra a capacidade da empresa para honrar seus
compromissos no curto e no longo prazo. Calcula-se: Ativo Total/(Passivo Circulante +
Passivo não Circulante - Patrimônio Líquido);
e) indicadores econômicos: permitem verificar a real situação econômica da
empresa, auxiliando a avaliar o lucro líquido, bem como a rentabilidade do Ativo e do
capital próprio. Segundo Zdanowicz (2012), estes indicadores avaliam quanto cada
produto real contribui para geração de valor aos acionistas, ou seja, tendem a evidenciar o
retorno dos capitais investidores. Elencam-se as seguintes análises;
e.a) retorno do capital próprio (percentual que se está remunerando o capital
investido). Calcula-se: Resultado Líquido / Patrimônio Líquido *100%;
e.b) giro do ativo total, demonstra quantas vezes no exercício a organização
girou “vendeu” (ZDANOWICZ, 2012, p. 136) o seu Ativo. Calcula-se: Receita
Operacional Líquida/Ativo Operacional Líquido.
e.c) margem líquida, “demonstra quanto a empresa auferiu no exercício,
deduzindo-se todas as despesas”, ou seja, para cada R$ 100,00 de Receita Operacional
Líquida quanto sobra de lucro líquido, calcula-se: Lucro Líquido / Receita Operacional
Líquida * 100%;
f) indicadores fundamentalista: visam criar tendências para resultados futuros e a
determinar o preço justo para as suas ações. Ao se coletar os dados necessários nos
relatórios financeiros emitidos, anualmente, pelas empresas com regime de capital aberto,
é possível realizar uma análise dos dados passados e projetar os resultados futuros através
de modelos estatísticos. Logo se calculam:
f.a) lucro por ação (divisão do lucro líquido pelo número de ações): Lucro
Líquido / Número total de ações;
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f.b) valor patrimonial (quanto a ação vale segundo seu patrimônio): Patrimônio
Líquido / Número total de ações;
f.c) preço/lucro (quantos tempo demora em reaver o valor investido): Cotação da
ação / Lucro por ação;
f.d) preço / valor patrimonial (demonstra se a propensão a comprar ou a vender
conforme valor do preço da ação pelo valor patrimonial): Cotação da Ação / Patrimônio
Líquido por ação;
A Teoria das Carteiras de Markowitz demonstra que os investidores em geral
aceitam assumir determinado risco, inerente a alguns fatores como: perspectivas futuras,
classe social, nível de escolaridade, entre outros. A seleção de carteiras (Bodie, 1999,
apud Silva, 2008) é estudar um processo para compensar o risco e o retorno esperado,
encontrando uma carteira de investimentos que dentre as opões seja a melhor. O estudo
de Markowitz (1952) colaborou com as metodologias de avaliação e a compensação do
risco com a diversificação de investimento. Segundo Gonçalves Júnior, Pamplona e
Montenechi (2002),
Onde:
E: Retorno esperado da carteira
V: Variância da Carteira
Xi: Participação de cada Ativo
Mi: Retorno esperado de cada Ativo
Oij: Covariância entre o par de ativos se (i) diferente (j) e variância se (i)
igual a (j)
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1.4.4.1 Metodologia de pontuação para classificação do risco
Pontuação máxima: 10
25
Tabela 6 – Premissas de pontuação: indicador de endividamento
ENDIVIDAMENTO (E) PONTUAÇAO
E < 0,45 10
E > 0,45; E = < 0,55 6
E > 0,56; E = < 0,65 4
E > 0,66 1
Fonte: Fundamentação teórica
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margem líquida: é sinônimo de lucratividade, segundo Zdanowicz (2012) é
a margem que a organização auferiu depois de descontadas todas as despesas. Assim,
calcula-se a para cada R$ 1 de venda, quanto ficou depois de descontadas as despesas.
Esse indicador, não possui nenhum parâmetro específico, pois depende do mercado e do
tipo de atividade que se está inserido. Então, se pontou da seguinte forma: Se a margem
líquida for superior a 0,60 atribui a pontuação máxima; se o indicador ficar entre 0,60 e
0,40, atribui à pontuação 6; apresentando um resultado entre 0,40 e 0,20 atribui a
pontuação 4; sendo a margem líquida menor que 0,20, inclusive se for negativa, atribui a
pontuação mínima.
27
que o valor de mercado é maior que o valor patrimonial. Se o índice for menor que 1,
então é pontuado com a mínima, pois significa que a ação está sendo comercializada
abaixo do seu valor patrimonial.
Pontuação 8:
28
Tabela 13 – Premissas de pontuação: Prazo de recebimento
PRAZO RECEBIMENTO (PR) PONTUAÇAO
PR < PP 8
PR > PP 1
Fonte: Fundamentação teórica
Pontuação 6:
29
Com base nas premissas estabelecidas, elenca-se a Tabela 16 os indicadores
calculados com a pontuação que cada um tem para cálculo do nível de risco e conclusão
da análise para formação da carteira de ações.
30
2. REFERENCIAL TEÓRICO
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viabilizaram a construção do tema. É relevante que se faça uma leitura completa e um
número considerável de bibliografias antes de concluir a pesquisa, pois somente com o
conhecimento do tema será possível realizar a mesma com qualidade suficiente para
servir de referencial para outros futuros estudos.
É evidente a importância de uma boa fundamentação teórica, pois de fato,
sustenta as análises que resultam da pesquisa empírica. Para Moreira e Caleffe (2008, p.
27) “uma boa revisão de literatura ajuda o pesquisador a contextualizar seu problema de
pesquisa em um modelo teórico mais amplo”. Igualmente, de uma forma metódica,
Brandão (2002, p. 72) corrobora, indicando esta importância:
“(...) novos problemas à volta aos clássicos às releituras à luz das questões
levantadas a enfrentamento das questões a avanços a outros problemas...
clássicos às novas leituras a novos avanços. Este processo de fazer pesquisa
(...) permite a familiarização com a linguagem, a lógica e a dinâmica geradas
pelo processo de produção de conhecimento.”
32
Ao se analisar a história financeira do Brasil, percebe-se que o país
experimentou nos anos 60, a mais nebulosa fase da economia do século. Após altas taxas
de crescimento no ano de 1961, observa-se tendências decrescentes com resultados
negativos entre 1963/65. Uma série de medidas para recuperação da economia foi
adotada após o colapso, destacando os alcances e resultados no mercado de capitais, que
teve seu marco em 1965 com a Lei de Mercado de Capitais (Lei nº 4.728 de 1965). A
atual desenvoltura do Sistema Financeiro Nacional tem atraído inclusive atenções
externas, arriscando mencionar que estão tão desenvolvidos quanto ao de países
industrializados, estando o mercado de capitais nas pautas cotidianas de debates
econômicos conforme pode ser verificado nas mídias atuais.
Conforme Pinheiro (2009), a evolução do mercado de capitais brasileiro
começou em 1964 com sua reestruturação e formulação da legislação própria. Em 1971,
houve o aumento generalizado do movimento especulativo através de benefícios fiscais.
A Bolsa de Valores brasileira teve um volume de negociações que superou as médias
históricas. Contudo, os investidores mais experientes começaram a realizar seus lucros,
gerando um movimento de queda que foi agravado pela emissão de novas ações em um
período de baixa demanda. Em 1976, a Lei das Sociedades Anônimas foi sancionada,
objetivando recuperar o mercado acionário. Em 1990, com o Plano Collor o mercado de
capitais brasileiro volta a perder expressão se comparado às bolsas internacionais. Em
1996, os grandes volumes de negociações concentravam-se em uma quantidade pequena
de ativos.
Atualmente, a Bolsa de Valores é uma instituição de caráter econômico que tem
como objetivo a negociação pública de títulos e valores mobiliários. Os participantes
desse mercado caracterizam-se como: especuladores que são as pessoas que usam o
mercado financeiro para obter lucros de curto prazo; investidores, que utilizam o mercado
para obter rendimentos em longo prazo; ou ainda gestores financeiros, que necessitam
desse mercado para realizar a gestão das empresas, ou seja, captar recursos a baixo custo
e investir recursos sem risco com prazos adequados.
O mercado de capitais do país se torna mais ativo, à medida que a economia é se
torna mais dinâmica e desenvolvida, sendo ele um instrumento de captação de recursos
para o incremento empresarial, gerando empregos, investimentos e arrecadações. Ao se
analisar os dados do Fórum IBMEC de novembro de 2012, nota-se o crescimento em
torno de 50% no mercado financeiro em geral com o crédito privado em relação ao PIB.
33
Contudo, é pequeno se comparado a outros países desenvolvidos como Estados Unidos,
Alemanha e Japão, que estão avançando em patamares de 70%, 100% e 200% do PIB.
Uma empresa ao ingressar na Bolsa de Valores, segundo Cavalcante, Misumi e
Rudge (2005) tem interesses atrelados às decisões de investimentos e financiamentos da
companhia. Contudo, é necessário, antes de subscrever as ações ao público, estar
registrado junto à Comissão de Valores Mobiliários e na BM&FBovespa, passando por
processos de adaptação aos aspectos jurídicos e também quanto à postura diante dos
acionistas.
Ao se adaptar aos modelos necessários para inserir-se no mercado acionário, a
organização realiza a abertura do capital, que segundo os autores Oliveira, Galvão e
Ribeiro (2006), caracteriza-se como mercado primário, pois há emissão das novas ações.
Após abertura do capital, o mercado secundário da sequência as negociações durante o
prazo que existirem, propondo valores aos ativos negociados, a fim de classificá-los
conforme a dívida, avaliando o risco e retorno solicitado pelos investidores, pertencente
também aos riscos do setor e do mercado a qual pertence à empresa. Os autores
corroboram, observando que é possível voltar a movimentar no mercado primário através
do aumento ou subscrição do capital, ou seja, emitindo novas ações.
Atualmente, o acesso ao mercado de capitais está menos oneroso e mais
democratizado. Contudo, limitado em relação aos investidores e intermediários, segundo
informações do Instituto IBMEC, tende a continuar a expansão do mercado nacional que
beneficia diversos setores da economia, destacando-se que o mercado de capitais
brasileiro é considerado um dos mais regulados (dentre os mercados). Um dos fatores
positivos da expansão, é que mobiliza cerca de 75% da poupança financeira nacional e
participam com 11,5% do financiamento dos investimentos privados. Há um vasto
potencial de investidores uma vez que, menos de 25% deles investem em mercado
acionário e de títulos de dívida privada.
A classificação das ações segue o fluxo dos ativos, podendo ser considerada:
ordinária, que indica que o titular tem participação nos resultados da companhia, tendo
como principal característica o direito ao voto; preferenciais, não dão direito a voto, mas
dão preferência ao acionista no recebimento de dividendos e no reembolso do capital no
caso da liquidação da empresa; e ações de gozo ou fruição, são de posse dos fundadores e
não são negociadas em mercados organizados. Segundo Pinheiro (2009, p.141. apud
Silva, 2008, p.25):
34
“Os dividendos pagos às ações ordinárias são de 10% menores que os pagos às
ações preferenciais, caso não seja especificado no estatuto. As ações ordinárias,
geralmente, possuem valor de mercado e liquidez menores que os das
preferenciais.”
35
diversificação e os componentes de risco no mercado acionário brasileiro através da
pesquisa empírica realizada por ele. Após a formação da carteira, é recomendável
examinar as principais características dos comportamentos do mercado dos ativos.
O pequeno investidor pode pesquisar e analisar os números da empresa que
deseja investir através de informações contidas no mercado. A análise fundamentalista
consiste nesta intenção de conhecer mais sobre as ações a investir, objetivando avaliar
historicamente a situação econômica e financeira da empresa, bem como determinar o
valor real da ação segundo Pinheiro (2009). Com as informações pertinentes sobre a
empresa, o investidor pode decidir em convergir seus objetivos de ganho para longo
prazo, mesmo que sem a necessidade de acompanhamento especializado, pois a
conclusão da análise tenderá a aplicação com êxito dos recursos disponibilizados.
Uma análise subjetiva ou intuitiva, não é suficiente para obter a maximização
do lucro nos investimentos dentro do mercado acionário segundo Reilly e Norton (2008),
que elencam os principais indicadores financeiros necessários para a análise da formação
de uma carteira. É essencial dar uma atenção especial ao Balanço Patrimonial e à
Demonstração do Resultado do Exercício da empresa que deseja investir, pois há
informações dos recursos que ela detém e como os aplica, indicando liquidez ou não nos
dados analisados. A Demonstração do Resultado do Exercício informa o desempenho
econômico da empresa durante o período, concentrando-se nos resultados. Contudo, não
basta ter somente esses indicadores, é preciso relacionar os dados com outras empresas
do setor, seus concorrentes, desenvolvendo um parâmetro de correlação.
A análise fundamentalista é uma ferramenta bastante utilizada para formação de
uma carteira de investimento. Para Pinheiro (2009), a análise fundamentalista é o
tratamento de todas as informações que estão disponíveis nos meios de comunicação da
empresa para verificar o verdadeiro valor da mesma. Essa análise fundamenta-se em
dados do passado e tenta propor uma linha de tendência para indicar ou não o
investimento em determinado Ativo. Essa linha de tendência visa informar ao aplicador
antecipadamente o comportamento que o ativo tenderá a desenvolver no futuro. A análise
fundamentalista desenvolveu-se nos últimos trinta anos, com a utilização dos indicadores
econômico-financeiros, objetivando determinar o real valor de uma ação. Enquanto a
análise técnica “possui uma trajetória de meados de 100 anos” (PINHEIRO, 2009 p. 382).
Pode-se mencionar que o sucesso do investimento em ações, depende,
sobretudo, da capacidade de compreensão do próprio investidor, tornando a análise
36
fundamentalista determinante na formação e gestão da carteira de investimento. Ao se
avaliar individualmente e determinando o preço justo da ação do ativo que está se
observando, motivando-se na expectativa de resultados que virão. Segundo Cavalcante,
Misumi e Rudge (2005) os principais elementos considerados para determinar o preço
justo de uma ação são:
a) custo de oportunidade: dentre algumas opções de investimento em que o risco
for igual, o investidor tende a optar pelo que possui maior retorno esperado, e se estes
forem iguais, a optar pelo que possui menor risco. Concluindo, que se o custo de
oportunidade da renda fixa aumenta, o preço justo das ações irá diminuir, e o contrário
também se torna verdadeiro. O retorno esperado pode ser calculado pela soma entre o
ganho de capital de um ativo e os dividendos. Os autores (Cavalcante, Misumi e Rudge
2005) descrevem o ganho de capital como:
b) prêmio pelo risco: contempla uma relação inversa com o preço justo das
ações. E o resumo, como o resultado da diferença entre a taxa de uma aplicação sem risco
e de uma com risco. Considera-se, portanto, cenários otimistas e pessimistas do mercado
em que o Ativo está inserido, bem como se o lucro por ação tem variabilidade expressiva
ou não. As políticas de dividendos e governança corporativa também são relevantes,
assim como a liquidez da ação em bolsa, ou seja, se a liquidez for alta, o prêmio pelo
risco é baixo (CAVALCANTE, MISUMI E RUDGE, 2005, p. 198);
c) liquidez da ação no mercado secundário: determina-se pela possibilidade de
comprar e vender determinada ação. Uma ação de alta liquidez pode ser negociada na
quantidade desejada, de imediato, próximo ao preço de mercado;
d) geração de resultados e taxa de crescimento: em resumo é a capacidade da
empresa gerar lucros em relação a sua taxa de crescimento, ou seja, se os lucros
aumentam, o preço justo também aumenta e o oposto também é uma verdade;
Pinheiro (2009) afirma que para o desenvolvimento da análise fundamentalista,
além dos cálculos supramencionados, é necessário seguir algumas etapas, sendo a
primeira a coleta de informações sobre a empresa, podendo ser pesquisada em relatórios
37
macroeconômicos; setoriais; da administração; ou em informações atuais referentes ao
mercado em que a empresa estudada está inserida, nas mídias e imprensa especializadas.
A segunda etapa é a transformação dos dados pesquisados em conhecimento, ou
seja, são necessárias ao analista, habilidades para conseguir as informações, agilidades
com a informática, conhecer os métodos analíticos que se pretende estudar e bom-senso.
Ao final da análise com as projeções financeiras e as recomendações do investimento
(PINHEIRO 2009, p. 385).
Outra forma de análise é sugerida por Cavalcante, Misumi e Rudge (2005), que
envolve a avaliação de ações por múltiplos, considera-se os seguintes indicadores: Preço/
Valor Patrimonial, informa quanto à ação está cotada em relação ao seu valor
patrimonial, quanto menor este indicador, melhor será avaliado a ação; Preço/Geração de
Caixa Operacional pode-se afirmar que esse indicador é semelhante ao preço/lucro. No
entanto, utiliza-se do fluxo de caixa operacional, esse indicador considera somente os
componentes operacionais da empresa. Neste tipo de análise, o preço justo é determinado
pela soma do custo de oportunidade e o prêmio.
A análise financeira dos ativos torna-se relevante, pois pode contribuir na
definição do valor futuro dos mesmos, sendo a principal fonte de informações quando o
investidor decide emprestar dinheiro para uma empresa (investir em seus ativos). Reilly e
Norton (2008) indicam:
38
economia como um todo, ou com o setor que a empresa está envolvida e até mesmo com
seu desempenho passado.
39
lhe rendeu o prêmio Nobel de Economia em 1990. Neste artigo, Markowitz traz a ideia da
diversificação de ativos com o ditado “não coloque todos seus ovos numa cesta só.”
Outra conclusão do estudo de Markowitz foi que para um determinado nível de
risco existia ativos com retornos diferentes. Isso significava que uma carteira pode ser
chamada de eficiente, quando para aquele nível de risco o ativo tiver maior retorno.
Os fundamentos de retorno e risco são indicadores cruciais a serem analisados
quando se pensa em realizar um investimento, pois é necessário que o retorno do ativo
seja bom o suficiente para se submeter a determinado risco. Segundo Reilly e Norton
(2008) a fórmula para se medir o risco de um ativo, pode-se ser realizada através da
variabilidade de seus retornos no tempo, de acordo com a média aritmética no período
estudado.
Quanto à gestão e mensuração de risco, leva-se em consideração a teoria das
carteiras de Markowitz, através da fórmula desenvolvida por ele com base na variância da
taxa retorno que explicou a importância de diversificar de forma eficiente uma carteira de
investimento para que a redução do risco seja possível.
As Demonstrações Financeiras são a principal fonte de informações quando se
decide investir em seus ativos. Para Reilly e Norton (2008) é relevante analisar o Balanço
Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício, bem como o fluxo de caixa da
empresa. Através dessa análise é possível identificar os índices de liquidez, desempenho
operacional, mensuração do risco operacional e financeiro, bem como as perspectivas de
crescimento.
Quanto à média aritmética dos retornos o risco de um ativo, pode ser mensurado
pela sua variabilidade em função do tempo. Os autores Reilly e Norton (2008) indicam
que de acordo com esta variabilidade pode ser medida com o cálculo da variância,
desvio-padrão e o coeficiente de variação.
40
maior, tendencialmente terá o maior risco absoluto. Contudo, aquele Ativo que tiver
maior coeficiente de variação será mais arriscado no que tange ao retorno, podendo se
afirmar que possui maior volatilidade em relação ao retorno médio.
A segurança de um investimento é fundamental para saber o seu custo de
oportunidade, mas essa afirmativa não é suficiente para analisar o risco, pois cada carteira
oferece rentabilidade e risco diferentes. Cavalcante, Misumi e Rudge (2005, p. 224)
indicam os níveis de rentabilidade, segurança e liquidez para alguns tipos de
investimentos. As quais podem ser observadas na Tabela 17, notando que a aplicação em
poupança é segura, pois conta com o Fundo Garantidor de Crédito, mas rende menos que
outros investimentos. Já na compra de um imóvel a segurança é boa, contudo a venda
pode demorar, reduzindo a liquidez. No mercado de ações, o investidor deve tolerar as
oscilações de mercado, estando ciente que podem ocorrer eventuais perdas de capital.
41
reduzir a correlação entre os ativos a tendência de aumentar o retorno esperado da
carteira é maior, considerando o mesmo nível de risco que se encontrava a carteira.
A teoria de Markowitz mudou a forma de pensar dos investidores e contribuiu
significativamente para que as estratégias de investimento tivessem êxito. Lima, De Lima
e Pimentel (2007) descrevem essa quebra de paradigmas:
“Na década de 50, o mercado de ações já tinha mais de 100 anos de história,
mas ainda não existia uma definição numérica que expressasse o risco de
investimento. (...) Em 1952, Harry Markowitz, então com 25 anos de idade,
publicou no Journal of Finance um artigo com poucas páginas cujo o título é
“Portfolio Selection”. (...) O artigo revolucionou de tal maneira o estudo de
finanças que valeu a Markowitz o prêmio Nobel de Economia em 1990. Pode-
se dizer que tudo o que se estuda em finanças é, pelo menos indiretamente,
consequência do artigo de Markowitz. (...) Outra ideia espetacular transformou
o procedimento de escolha de carteiras. Markowitz percebeu que para um
mesmo nível de risco existiam diversas carteiras distintas. Daí, existe a carteira
com maior retorno para aquele dado nível de risco. Essa carteira é chamada de
carteira eficiente, isto é, a carteira com o maior retorno esperado para um dado
nível de risco.”
Fórmula (1)
Fórmula (2)
Onde:
E: Retorno esperado da carteira
V: Variância da Carteira
Mi: Retorno esperado de cada Ativo
Oij: Covariância entre o par de ativos
42
carteira ótima tende a ser uma combinação de investimentos com características
individuais desejáveis de retorno e risco, que também levam em consideração os
coeficientes de correlação.
Quando se observa e analisa-se a variabilidade ocorrida no passado, não se
consegue identificar os riscos que os circundaram. Contudo, pode-se supor que carteiras
de investimento com um passado de grande variabilidade, tenderão a desenvolver um
futuro pouco previsível (Brealey; Myers, 1998, apud Silva, 2008).
Markowitz desenvolveu em seu método o registro da variância de uma carteira, a
soma das variâncias individuais de cada ação e a covariância entre pares de ações da
amostra, de acordo com o peso de cada ação no grupo. Para Markowitz (apud Brealey;
Myers, 1998, p. 147) uma forma de estimar o retorno esperado da carteira seria criar uma
linha de tendência que o futuro será como no passado e que os investidores esperam hoje
usufruir das mesmas taxas de rentabilidade reveladas às médias históricas e retorno. O
retorno esperado da carteira pode-se mencionar que é igual ao somatório dos ativos da
carteira multiplicados pela participação de cada ativo, multiplicado pelo retorno esperado
de cada ativo.
Igualmente, quanto mais diversificada for uma carteira, menor será a
vulnerabilidade dos retornos. Conclui-se que as variações dos preços das ações não se
desenvolvem da mesma forma, podendo mencionar que elas têm uma correlação
imperfeita. As principais medidas estatísticas de dispersão são a variância e o desvio
padrão. A variância é o valor esperado do quadrado dos desvios relacionados à
rentabilidade esperada da carteira.
O objetivo de Markowitz segundo Bernstein (1997), foi utilizar a noção de risco
para compor carteiras para investidores que consideram o retorno esperado algo desejável
e a variância do retorno algo indesejado. O modelo mostra que, enquanto o retorno de
uma carteira diversificada equivale à média ponderada dos retornos de seus componentes
individuais, sua volatilidade será inferior à volatilidade média de seus componentes
individuais. De acordo o modelo de Markowitz, a variância da carteira depende da
covariância entre os pares de ativos que depende igualmente da correlação entre eles.
Portanto, quando dois ou mais ativos pouco relacionados compõem uma carteira de
investimento consegue-se reduzir o risco, de modo que este seja menor que a média
ponderada dos riscos individuais.
43
Para melhor compreender o modelo é necessário realizar uma breve leitura das
variáveis envolvidas. Para Munhoz (1989), a variância pode ser citada como uma medida
de dispersão que, ao considerar a média aritmética do quadrado dos desvios em relação à
média, resulta em um número normalmente distante da medida real das observações
relacionadas a um valor central.
Segundo Corrente e Battisti (2005 apud SILVA, 2008) o desvio padrão é uma
medida que permite estimar a variação não controlada, que é a variação do acaso,
mensurando eventos que estão aquém dos controles matemáticos, como a aversão
humana ao risco e as expectativas do futuro, podem ser exemplos. Para os autores, o
desvio padrão é comumente utilizado para mensurar distribuições, e tem um papel
fundamental na Estatística.
Nessa pesquisa buscou-se explorar as relações entre as variáveis econômicas,
levando em consideração a covariância e a correlação, que demonstram quão juntas
caminham duas variáveis. Nesse rumo, HILL, GRIFFITHS E JUDGE (1999, p. 27)
corroboram, explicitando que a covariância indica o grau de variação conjunta
apresentada pelas duas variáveis, podendo ser citada como uma esperança matemática.
Igualmente, a correlação mede a intensidade e a direção da relação entre as duas variáveis
quantitativas, verificando o percentual de variação da variável dependente em relação à
variável independente.
Em uma carteira perfeitamente diversificada o risco de mercado é responsável
por maior parte do risco. Para Brealey e Myers (1998), o risco médio do mercado é o
Beta das ações, considerando individualmente e medindo a sua sensibilidade em relação
aos movimentos do mercado, tendo que medir o risco de mercado referente à carteira
construída. Para poder aferir o Beta, são utilizados dados históricos dos ativos e do índice
de mercado, adequados ao método de regressão linear.
A Econometria se preocupa em testar as hipóteses e proposições resultantes das
relações entre variáveis. Para KMENTA (1994, p. 244-245), a formação da equação é que
caracteriza a relação correspondente. Por exemplo, uma relação linear é descrita por uma
equação linear. Nesta pesquisa irá se trabalhar com a fórmula a seguir:
Fórmula (3)
Em que:
44
- é a variável explicada (dependente), ou seja, é o valor que se quer atingir;
- é a variável explicativa (independente), representa o fator explicativo na
equação;
- é a variável que inclui todos os fatores residuais mais os possíveis erros de
medição, é a perturbação estocástica;
- e são os parâmetros da regressão desconhecidos.
45
2.5 Métodos Estatísticos e de Gestão de Risco
Segundo Corrente e Battisti (2005, apud Silva 2008, p. 45) é necessário entender
o significado de algumas variáveis:
a) média aritmética: pode ser simples quando todas as ocorrências tem o mesmo
peso, assim se somam os elementos e divide-se pelo número total de elementos somados.
E, pode ser ponderada quando os elementos não têm a mesma importância, sendo
relativamente diferentes. Neste caso, multiplica-se cada valor do conjunto pelo seu grau
de importância relativa;
b) variância: é expressa por uma unidade quadrática em relação à unidade de
medida que estima a variação aleatória;
c) desvio padrão: é a medida que estima a variação não controlada. É a mais
comumente usada e desempenha uma representatividade fundamental na Estatística;
d) coeficiente de variação: mede a variação em termos relativos na forma de
percentual. Indica a precisão do experimento;
e) coeficiente de correlação: mede a intensidade e a direção da relação linear
entre duas variáveis quantitativas.
O risco de mercado depende do valor do ativo em relação às condições do
mercado. Oliveira, Galvão e Ribeiro (2006) corroboram, indicando que o risco de
mercado equivale ao desempenho do preço do ativo diante das condições inerentes à
empresa.
Para Assaf Neto (2006, p. 294) Sharpe (1964) criou o modelo CAPM (Capital
Asset Pricing Model), levando em consideração tanto a não existência de assimetria da
46
informação entre os investidores, quanto à percepção semelhante entre os investidores em
relação ao desempenho dos ativos, formando a partir de então carteiras eficientes, tendo
presente uma taxa de juros de mercado que pode ser definida como livre de risco. Este
modelo utiliza o conceito e a medição do risco sistemático.
O modelo CAPM de Sharpe (1964) contribui para a academia, pois traz um
modelo mais simplificado se comparado com o de Markowitz (1952), pois as ações
individuais com risco podem ser combinadas de maneira que no conjunto tenha quase
sempre menos risco do que cada componente isolado. ROSS, (1995, apud BRUNI, 1998),
determina que nesse modelo o risco sistemático não exista, pois individualmente os
títulos não são correlacionados de forma perfeita, diminuindo certa proporção de risco
quando há diversificação. Assim, o risco não sistemático é medido por meio do beta (β).
Logo, para ROSS, (apud BRUNI, 1998), utilizando o coeficiente beta para medir risco
não sistemático o modelo de formação de preços de ativos (CAPM) é expresso por:
Onde:
Kj = retorno exigido do ativo j;
0
47
2.6 Caraterização dos Ativos Estudados.
Fonte: www.ambev.com.br
48
A empresa acredita que o sucesso dela, vem de seus colaboradores, para isso
realiza diversos programas em prol do desenvolvimento das pessoas. Segundo dados da
empresa, em 2010, a Ambev investiu R$ 22,5 milhões no treinamento de mais de 40 mil
pessoas. Foram 74 programas, 712 cursos e mais de 38 mil horas de treinamento, em
módulos presenciais e online.
Fonte: www.ambev.com.br
Quanto aos valores ambientais, a empresa estimula o uso consciente da água, por
também ser a principal matéria-prima utilizada por ela. Assim, desdobraram o movimento
CYAN, onde pessoas têm acesso à média de consumo de água de seu imóvel e, à medida
que elas diminuem (ou até mesmo mantêm) o consumo, ganham pontos que podem ser
usados como desconto em sites de compras na internet e na assinatura de revistas.
Figura 3 – Série histórica valor das ações de setembro de 2013 a setembro de 2014 -
AMBEV
Fonte: www.ambev.com.br
49
Observa-se na Figura 3, que de julho de 2013 a setembro de 2014 a média do
valor da ação ficou em R$ 16,43, fechando com variação negativa 131 dos 306 dias
pesquisados. A cotação máxima foi em abril deste ano R$ 17,83 e a mínima registrada no
período foi de R$ 15,02 em fevereiro deste ano.
Fonte: www.bb.com.br
50
Figura 5 - Série histórica valor das ações setembro de 2013 a setembro de 2014 – Banco
do Brasil
Fonte: www.exame.abril.com.br
O Bradesco é fundado por Amador Aguiar, com uma visão inovadora: ser um
banco democrático, presente em todo o País, a serviço de seu desenvolvimento
econômico e social. Hoje é um dos maiores grupos financeiros do Brasil, com sólida
atuação voltada aos interesses de seus clientes desde 1943.
Fonte: www.bradesco.com.br
51
Figura 7 - Série histórica valor das ações de setembro de 2013 a setembro de 2014 –
Bradesco SA
Fonte: www.exame.abril.com.br
Nota-se que de julho de 2013 a setembro de 2014, a média do valor da ação foi
de R$ 34,25. Demonstrando variação negativa 130 dos 306 dias pesquisados. A cotação
máxima foi em julho de 2014 de R$ 35,06 e a mínima registrada no período foi de R$
24,81 em fevereiro de 2014.
A BRF foi criada em 2009, a partir da fusão entre a Sadia e a Perdigão. Após
finalizado esse processo em 2012, a empresa tornou-se uma das gigantes do mercado
alimentício mundial. Segundo informações do site da empresa, consideram-se uma das
maiores exportadoras de proteína animal do planeta, com alimentos que chegam a mais
de 110 países, seu portfólio de produtos soma mais de cinco mil produtos, contando hoje
com mais de 100 mil funcionários em 49 fábricas espalhadas pelo Brasil, além de nove
unidades industriais em operação no exterior. Devido a isto, a Seara Foods (Grupo
Marfrig) assumiu todas as marcas e também adquiriu e arrendou unidades fabris,
concluindo este processo até Novembro de 2012.
52
Figura 8 – Marcas própria da BRF S.A.
Fonte: www.brf-global.com
Figura 9 - Série histórica valor das ações de setembro de 2013 a setembro de 2014- BRF
SA
Fonte: www.exame.abril.com.br
53
2.6.5 –BR MALLS
Fonte: www.brmalls.com.br
Figura 11- Série histórica valor das ações de julho de 2013 a julho de 2014 – BR Malls
SA
Fonte: www.exame.abril.com.br
54
No período estudado a Figura 11 demonstra a que a média do valor da ação ficou
em R$ 18,97, fechando com variação negativa 155 dos 306 dias pesquisados. A cotação
máxima foi em setembro deste ano R$ 23,55 e a mínima registrada no período foi de R$
14,50 em fevereiro deste ano.
Figura. 12 - Série histórica valor das ações de setembro de 2013 a setembro de 2014 –
BM&F Bovespa
Fonte: www.exame.abril.com.br
55
Segundo informações da figura 12, de julho de 2013 a setembro de 2014, a
média do valor da ação ficou em R$ 11,40, apresentando variação negativa 154 dos 306
dias pesquisados. A cotação máxima foi em setembro deste ano R$ 14,18 e a mínima
registrada no período foi de R$ 9,00 em fevereiro deste ano.
2.6.7 –CCR SA
A CCR foi criada a partir da unificação de ações detidas por grandes grupos
nacionais. A companhia abriu seu capital em 2000 e realizou emissão primária de ações
em 2002, quando foi à primeira companhia a aderir ao Novo Mercado da Bolsa de
Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBovespa).
Hoje, segundo dados da empresa, a CCR integra os mais importantes índices do
mercado acionário brasileiro: o IBrX-50 (que lista as 50 ações com maior liquidez da
bolsa), o índice de ações com tag along, o Índice de Governança Corporativa (IGC), o
Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) e o Ibovespa.
Figura 13 - Série histórica valor das ações de setembro de 2013 a setembro de 2014 – CCR SA
Fonte: www.exame.abril.com.br
No período estudado, a Figura 13, demonstra que a média do valor da ação ficou
em R$ 16,46, fechando com variação negativa 133 dos 306 dias pesquisados. A cotação
máxima foi em setembro deste ano R$ 21,10 e a mínima registrada no período foi de R$
10,75 em agosto de 2013.
56
2.6.8 – Cielo S.A.
Segundo informações do site da empresa, a Cielo trabalha no ramo de meios de
pagamento, sendo a líder em oferecer soluções aos clientes para que possam vender cada
vez mais através das parcerias realizadas.
Em 2013, representou 9,3% do PIB brasileiro, estando presente em mais de
5.500 municípios – 99,6% do território nacional, sua missão é ser referencia internacional
em soluções transacionais e serviços de redes.
Fonte: www.cielo.com.br
Observa-se na figura 15, que de julho de 2013 a setembro de 2014, a média do
valor da ação ficou em R$ 34,40, apresentando variação negativa 132 dos 306 dias
pesquisados. A cotação máxima foi em junho deste ano R$ 45,71 e a mínima registrada
no período foi de R$ 26,25 em julho de 2013
Fig. 15 - Série histórica valor das ações de setembro de 2013 a setembro de 2014 – Cielo
SA
Fonte: www.exame.abril.com.br
57
2.6.9 – Cemig S.A.
Figura 16 - Série histórica valor das ações de setembro de 2013 a setembro de 2014 –
Cemig SA
Fonte: www.exame.abril.com.br
58
2.6.10 – Embraer S.A.
Figura 17 - Série histórica valor das ações de setembro de 2013 a setembro de 2014 –
Embraer S.A.
Fonte: www.exame.abril.com.br
59
pesquisados. A cotação máxima foi em setembro deste ano R$ 23,57 e a mínima
registrada no período foi de R$ 16,09 em outubro de 2013.
A Gerdau S.A. é líder no segmento de aços longos nas Américas e uma das
principais fornecedoras de aços longos especiais do mundo. Como se pode observar no
site da empresa. Recentemente, passou também a atuar em dois novos mercados no
Brasil, com a produção própria de aços planos e a expansão das atividades de minério de
ferro, iniciativas que estão ampliando o mix de produtos oferecidos ao mercado e a
competitividade de suas operações.
Fonte: www.gerdau.com.br
60
Figura. 19- Série histórica valor das ações de setembro de 2013 a setembro de 2014 -
Gerdau
Fonte: www.exame.abril.com.br
O Itaú Unibanco S.A. pode ser considerada como uma instituição financeira que
pode transformar uma sociedade num lugar melhor para se viver, como ela mesma
disserta em seu site. Uma instituição que sabe que só será bem-sucedida se ajudar a
construir um ambiente economicamente saudável.
De julho de 2013 a setembro de 2014, a Figura 20 demonstra que a média do
valor da ação ficou em R$ 29,97, apresentando variação negativa 149 dos 309 dias
pesquisados. A cotação máxima foi em setembro deste ano R$ 41,22 e a mínima
registrada no período foi de R$ 23,40 em julho de 2013.
61
Figura 20 - Série histórica valor das ações de setembro de 2013 a setembro de 2014 – Itaú
Unibanco SA
Fonte: www.exame.abril.com.br
Fonte: www.jbs.com.br
62
Com mais de 200 mil colaboradores em todo mundo, a companhia possui 340
unidades de produção e atua nas áreas de alimentos, couro, biodiesel, colágeno,
embalagens metálicas e produtos de limpeza.
Presente em 100% dos mercados consumidores, a JBS SA é a maior exportadora
do mundo de proteína animal, vendendo para mais de 150 países.
Figura. 22 - Série histórica valor das ações de setembro de 2013 a setembro de 2014 –
JBS SA
Fonte: www.exame.abril.com.br
Em 1966, em uma sala de aula de Belo Horizonte, MG, cinco jovens amigos
ousaram montar um empreendimento na área de educação: o curso pré-vestibular
Pitágoras.
Em 1966, em uma sala de aula de Belo Horizonte, MG, cinco jovens ousaram
montar um empreendimento na área de educação: o curso pré-vestibular Pitágoras. Dois
meses depois, 33 dos 35 alunos do curso Pitágoras foram aprovados
63
Figura 23 – Marcas própria da Kroton
Fonte: www.kroton.com.br
Figura 24 - Série histórica valor das ações de setembro de 2013 a setembro de 2014 -
Kroton SA
Fonte: www.exame.abril.com.br
64
foco nos consumidores de perfil cosmopolita das classes A e B, primando pela variedade
e qualidade em produtos e serviços personalizados.
Em 30 de outubro de 2005 apresentava 185 lojas, 245.591 m2 de área de vendas,
2.108 check-outs e 14.752 funcionários.
Em junho de 2008, inaugura no município de Indaiatuba (SP), a 1º loja "verde"
da América Latina, pois desde a construção até o funcionamento foram empregados
métodos ecologicamente corretos.
Além do bandeira supermercadista, a rede possui as bandeiras Drogaria Pão de
Açúcar (farmácia), Posto Pão de Açúcar (posto de combustível) e Pão de Açúcar
Delivery (internet).
Figura 25 - Série histórica valor das ações de setembro de 2013 a setembro de 2014 – Pão
de Açúcar SA
Fonte: www.exame.abril.com.br
65
comercialização, transporte, petroquímica, distribuição de derivados, gás natural, energia
elétrica, gás-química e biocombustíveis. Além do Brasil, estão presentes em outros 17
países e sendo líderes do setor petrolífero no nosso país. Expandiram as operações para
estar entre as cinco maiores empresas integradas de energia no mundo até 2030.
Figura 26 - Série histórica valor das ações de setembro de 2013 a setembro de 2014 –
Petrobras SA
Fonte: www.exame.abril.com.br
66
sujeito à supervisão da SEC (Securities & Exchange Commission) e à Lei Sarbanes-
Oxley.
Figura 27 - Série histórica valor das ações de setembro de 2013 a setembro de 2014 –
Santander S.A.
Fonte: www.exame.abril.com.br
67
o território brasileiro e, por meio da Oxiteno, possui unidades industriais no México e na
Venezuela e mantém escritórios comerciais na Argentina, na Bélgica e nos Estados
Unidos.
Figura 28 - Série histórica valor das ações de setembro de 2013 a setembro de 2014 –
Ultrapar SA
Fonte: www.exame.abril.com.br
68
De julho de 2013 a setembro de 2014, a média do valor da ação ficou em R$
43,56, apresentando variação negativa 144 dos 309 dias pesquisados. A cotação máxima
foi em setembro de 2013 de R$ 51,30 e a mínima registrada no período foi de R$ 37,80
em agosto de 2013.
Figura 29 - Série histórica valor das ações de setembro de 2013 a setembro de 2014 –
Telefônica Brasil SA
Fonte: www.exame.abril.com.br
69
Figura 30 – Exemplo de trabalho da Vale do Rio Doce SA.
Fonte: www.vale.com.br
Figura 31 - Série histórica valor das ações de setembro de 2013 a setembro de 2014 –
Vale do Rio Doce SA
Fonte: www.exame.abril.com.br
70
3 ESTUDO DE CASO
71
Tabela 18 – Cálculo dos Indicadores de Rentabilidade
Saldo em tesouraria
Valor Patrimonial
Valor de mercado
Margem Líquida
Retorno Capital
Capital de Giro
Giro de Cliente
Endividamento
Liquidez Geral
Giro do Ativo
Itens
Solvência
Líquido
Próprio
Geral
Cód.
ABEV3 1,19 0,36 -7.755.806 -3,55 4,22 0,33 25,81 24,77 4.734.759 56 3,43
BBAS3 1,17 0,99 554.858.523 1,08 0,02 0,68 14,78 1,06 -83.071.722 4.003 26,66
BBDC4 0,01 35,07 -67.591 0,03 1.625,78 0,14 5,61 1,27 -206.544.744 0 27,49
BRFS3 0,11 0,85 102.367 13,61 95,23 0,03 8,60 1,02 -6.978.977 4 16,83
BRML3 0,34 0,61 -296.397.000 1,66 0,01 0,61 16,93 1,20 570.576.534 6.658 19,08
BVMF3 4,89 0,20 2.468.205 -2,55 0,33 0,52 7,28 3,38 2.905.632 573 10,15
CCRO3 0,55 0,75 -312.114 1,97 17,89 0,23 39,80 9,80 -5.712.531 20 1,95
CIEL3 1,12 9,36 163.954 0,11 3,45 0,40 24,56 1,83 -268.390.674 102 4,71
CMIG4 1,54 1,29 7.537.215 2,93 2,20 0,16 80,46 9,20 -10.788.384 164 10,04
EMBR3 1,99 0,64 3.968.283 3,41 2,04 0,06 9,50 1,91 -1.661.347 35 11,22
GGBR4 2,51 0,45 7.999.909 -9,99 3,17 0,04 5,29 0,71 -13.358.928 37 18,79
ITUB4 1,24 0,92 -19.299.000 1,20 0,18 0,21 19,62 0,90 272.812.000 1.562 33,43
JBSS3 1,63 0,66 13.544.158 3,07 5,87 0,01 4,83 1,07 -14.739.157 35 8,07
KROT3 1,74 0,36 118.916 -3,52 5,85 0,26 19,73 6,31 -491.085 59 9,75
PCAR4 1,09 0,67 -1.073.098 3,02 6,25 0,02 10,98 2,22 1.087.005 18 47,98
PETR4 1,49 0,65 11.651.000 5,50 5,45 0,08 6,59 0,77 -336.258.000 27 26,78
SANB11 1,13 0,82 260.401.193 1,56 0,17 0,11 7,16 0,07 55.088.826 1.819 204,65
UGPA3 4,31 0,13 4.164.012 25,64 10,99 0,02 99,64 9,54 5.140.017 33 11,77
VALE5 0,37 16,37 -10.922.950 -0,63 25,93 0,09 18,71 4,47 -113.252.109 8 573,43
VIVT4 3,57 0,09 14.934.788 13,83 1,47 0,13 6,17 8,30 13.222.924 142 3,97
72
Tabela 19 – Pontuação atribuída com os indicadores de rentabilidade
Retorno do Capital
Capital de Giro
Endividamento
Solvência
Liquidez
mercado
Valor de
Margem
Líquido
Líquida
Próprio
Giro do
Geral
Geral
Ativo
Total
Cód.
ABEV3 6 10 1 1 8 4 10 10 50
BBAS3 6 1 10 1 1 10 10 1 40
BBDC4 6 1 1 1 8 1 1 1 20
BRFS3 6 1 10 10 8 1 1 1 38
BRML3 6 6 1 1 1 10 10 1 36
BVMF3 10 10 10 1 1 6 1 1 40
CCRO3 6 1 1 1 8 4 10 10 41
CIEL3 6 1 10 1 8 6 10 1 43
CMIG4 10 1 10 10 8 1 10 1 51
EMBR3 10 6 10 10 8 1 1 1 47
GGBR4 10 10 10 1 8 1 1 1 42
ITUB4 6 1 1 1 1 4 10 1 25
JBSS3 10 1 10 10 8 1 1 1 42
KROT3 10 10 10 1 8 4 10 1 54
PCAR4 6 1 1 10 8 1 1 1 29
PETR4 10 6 10 10 8 1 1 1 47
SANB11 6 1 10 1 1 1 1 1 22
UGPA3 10 10 10 10 8 1 10 1 60
VALE5 6 1 1 1 8 1 10 1 29
VIVT4 10 10 10 10 1 1 1 10 53
Os ativos que ficaram com as maiores pontuações foram a Ultrapar S/A, a Kroton
S/A, a Vivo S/A, a Cemig S/A, e a Ambev S/A, significando que, respectivamente,
segundo cálculos realizados, essas empresas possuem a melhor situação financeira da
amostra, contrapondo-se ao Bradesco S/A, Santander S/A, Itaú S/A, Pão de Açúcar S/A e
Vale do Rio Doce S/A, que obtiveram as menores pontuações dentre as 20 empresas
analisadas.
Observar os indicadores financeiros das empresas é crucial para verificar se elas
estão rentabilizando adequadamente o seu patrimônio. A curto prazo, este é um dos
principais redutores de risco.
73
Gráfico 1 – Pontuação final atribuída, conforme soma das pontuações dos indicadores,
em ordem decrescente
UGPA3 60
KROT3 54
VIVT4 53
CMIG4 51
ABEV3 50
PETR4 47
EMBR3 47
CIEL3 43
JBSS3 42
GGBR4 42
CCRO3 41
BVMF3 40
BBAS3 40
BRFS3 38
BRML3 36
VALE5 29
PCAR4 29
ITUB4 25
SANB11 22
BBDC4 20
Gráfico 2 – Evolução diária dos valores de mercado dos ativos da amostra nos últimos 12
meses
120 ABEV3
100 BBAS3
80 BBDC4
60 BRFS3
40 BRML3
20 BVMF3
0 CCRO3
abr-14
ago-13
set-13
jul-13
out-13
nov-13
dez-13
fev-14
mar-14
jan-14
mai-14
jun-14
ago-14
set-14
jul-14
CIEL3
74
O Gráfico 2, apresentado anteriormente, denota que o movimento diário das ações
da amostra nos últimos 12 meses é semelhante, sendo que a empresa mais bem cotada no
período é a Pão de Açúcar S/A, cuja ação no período apresentou um valor médio de R$
102,00, seguida da Ultrapar, que teve sua ação comercializada a um preço médio de R$
53,00.
75
Inicialmente, calcula-se o Retorno Médio, a Variância e a Covariância dos ativos
por intermédio de uma matriz no Excel. Segundo Elton et al. (2012), normalmente as
estimativas iniciais da Variância procedem da observação histórica do retorno dos ativos.
Com esta simples análise é possível compreender a escolha entre ativos de risco e suas
combinações.
Ao se tratar de alguma teoria em Economia, assim como em outras áreas, é
necessário buscar em estudiosos o conhecimento que possa fundamentar e criar
pressupostos a fim de especificar o tema em estudo. Assim, após fundamentar os cálculos
do retorno de uma carteira de investimentos, como a média do retorno dos ativos que a
compõe e o desvio padrão, uma medida de risco da carteira, realizaram-se as análises das
quatro carteiras com o propósito de verificar qual a mais eficiente. O retorno esperado foi
de 6,5%, considerado como remuneração anual para investimentos livres de riscos.
A Tabela 20, a seguir, apresenta a variação do preço das ações da Carteira 1, bem
como o Retorno Médio, a Variância, o Desvio Padrão e o Retorno Esperado no período
de julho de 2013 a junho de 2014.
Observa-se que o papel com maior variação nas cotações foi a Ultrapar S/A, que
apresentou um retorno negativo no período, assim como a Ambev S/A, que não obteve
uma variação tão expressiva, mas performou negativamente nos meses de julho de 2013 a
junho 2014. Já a Kroton S/A foi a empresa que apresentou o maior retorno do período, da
mesma forma como os demais ativos da carteira, que também tiveram retorno positivo no
período.
76
Tabela 21 – Resultado dos cálculos da Carteira 1
Carteira 1
Retorno Médio 11,15%
Variância 3,98%
Desvio Padrão 2,01%
Retorno Esperado 6,50%
Fonte: Economática (2015).
A Tabela 22 apresenta a variação dos preços das ações da Carteira 2, bem como
os resultados do Retorno Médio, da Variância, do Desvio Padrão e do Retorno Esperado
no período estudado.
A tabela anterior mostra que no período analisado o papel com maior variação nas
cotações foi a Cemig S/A, que apresentou um retorno negativo, enquanto que os outros
papeis inseridos na Carteira 2 tiveram performance positivo.
77
Observa-se, na Tabela 24, a seguir, a variação das ações que compõem a Carteira
3, bem como o resultado do Retorno Médio, da Variância, do Desvio Padrão e do
Retorno Esperado no período de julho de 2013 a junho de 2014.
A análise da tabela supra revela que os papeis com maior variação nas cotações
foram os da empresa Vivo S/A e os da Ambev S/A, que tiveram retorno negativo no
período. Outros papeis, todavia, tiveram performance positivo no período analisado.
78
Tabela 26 – Variação da Carteira 4 no período de julho/13 a junho/14
Período PCAR4 VALE5 ITUB4 SANB11 BBDC4
jul/13 8,046 1,803 2,595 0,390 1,884
ago/13 -0,396 0,205 -1,292 -0,424 -1,262
set/13 -3,655 -0,056 -1,187 -0,779 -1,442
out/13 -10,074 -2,762 -1,559 -0,759 -3,200
nov/13 4,111 -0,623 1,941 0,039 1,754
dez/13 0,852 -0,688 2,348 1,146 3,764
jan/14 6,277 -1,039 2,550 2,274 1,951
fev/14 -3,554 -0,748 -1,650 0,156 -1,893
mar/14 1,187 0,681 0,247 0,162 1,019
abr/14 6,493 2,665 3,030 0,118 2,511
mai/14 4,553 -3,029 5,451 0,216 6,086
jun/14 -7,061 -2,099 -6,302 0,420 -5,825
Fonte: Economática (2015).
Ao observar a Carteira 4 percebe-se que o papel com maior variação nas cotações
foi a da Vale S/A, que apresentou um retorno negativo no período de julho de 2013 a
junho de 2014, enquanto os demais tiveram performance positivo.
A fim de realizar uma análise dos dados obtidos com os cálculos do Retorno
Médio, Variância, Desvio Padrão e Retorno Esperado das quatro Carteiras de ações
apresenta-se a Tabela 28, que traz o resumo desses resultados.
79
Verificando a tabela 28 percebe-se que a Carteira 1 obteve maior pontuação nos
indicadores financeiros, tendendo, portanto, a ter maior solidez financeira e,
consequentemente, o menor risco do portfólio. Esta Carteira apresenta, também, o
segundo menor retorno, embora maior que o Retorno Esperado.
A Carteira 2 apresentou, segundo o seu Desvio Padrão, um risco superior à
Carteira 1, porém menor que as demais carteiras, bem como uma rentabilidade superior
ao esperado, sendo a segunda maior da amostra. A variação dessa Carteira também foi
uma das menores dentre as demais Carteiras de ações ora analisadas.
A Carteira 3, por sua vez, apresentou um dos riscos mais elevados, sendo a única
com rentabilidade inferior à esperada, apresentando no período de julho de 2013 a junho
2014 a maior variação.
Por fim, a Carteira 4 apresentou o maior risco da amostra, segundo o seu Desvio
Padrão, bem como a maior rentabilidade do período. Ademais, constituiu-se na carteira
que menos variou no período de julho de 2013 a junho 2014.
Pode-se afirmar que nesta amostra houve uma relação entre os indicadores de
rentabilidade calculados e o nível de risco da carteira, sendo que à medida que a
pontuação dos indicadores diminui, o risco dos ativos aumenta, nem sempre
acompanhado pelo aumento do retorno.
Assim, segundo a metodologia apresentada, e de acordo com os resultados em
epígrafe, a Carteira eficiente da amostra analisada é a Carteira 2, que apresenta a segunda
menor variância de risco e performance acima da rentabilidade esperada.
Finalizando a pesquisa, optou-se em propor uma quinta carteira formada a partir
da seleção dos papéis que apresentaram os maiores retornos no período de julho de 2013
a junho de 2014, mediante aplicação do mesmo método de cálculo utilizado na amostra
inicial.
Assim, a Carteira 5 foi formada pelo seguinte portfólio, que apresentou,
respectivamente, os melhores retornos acumulados no período estudado: Cielo S/A –
Carteira 2; Kroton S/A – Carteira 1; Pão de Açúcar S/A – Carteira 4; Embraer S/A –
Carteira 2; e Itaú Unibanco S/A – Carteira 4.
80
Tabela 29 – Variação da Carteira 5 no período de julho/2013 a junho/2014
Período CIEL3 KROT3 PCAR4 EMBR3 ITUB4
jul/13 3,195 0,137 8,046 -1,303 2,595
ago/13 0,574 1,825 -0,396 1,616 -1,292
set/13 -1,014 -0,070 -3,655 0,825 -1,187
out/13 -1,052 -0,690 -10,074 -0,325 -1,559
nov/13 0,014 1,760 4,111 2,352 1,941
dez/13 4,901 1,521 0,852 -0,648 2,348
jan/14 3,289 -0,517 6,277 -0,880 2,550
fev/14 0,521 2,261 -3,554 1,099 -1,650
mar/14 5,378 1,235 1,187 -0,149 0,247
abr/14 -3,933 0,069 6,493 1,350 3,030
mai/14 0,452 1,658 4,553 0,258 5,451
jun/14 -1,255 -1,383 -7,061 2,374 -6,302
Fonte: Economática (2015).
81
CONCLUSÕES
82
A aceitação da incerteza, contudo, dificulta a assertividade das decisões
cotidianamente tomadas, e não somente na formação da carteira. A teoria econômica
comprova que o ser humano possui aversão ao risco, dificultando a maximização
simultânea de risco e retorno, já que essas variáveis possuem relação inversa.
A esse respeito Markowitz (ano) refere que até 1950 a questão era considerada
arriscada e especulativa demais para uma análise acadêmica. Em seu artigo utilizou
noções de risco para formar uma carteira de investimentos, considerando o retorno
esperado como algo desejável e a variância como indesejável.
Após responder à questão proposta e aos objetivos destacados na pesquisa, optou-
se em sugerir uma quinta carteira, levando em consideração os maiores retornos de toda
amostra. Comprovou-se, por fim, que é possível ter um retorno maior do que o da carteira
eficiente, contudo, o nível de risco representado por ela também se eleva ao submeter os
investimentos ao elevado risco em prol da expectativa de maior ganho.
Em suma, analisando os indicadores de rentabilidade e de risco da amostra
selecionada nesta pesquisa, e observando os pressupostos e metodologia utilizada,
comprova-se que é possível formar uma carteira eficiente de ativos que contemplem a
situação de risco e de retorno.
83
GLOSSÁRIO
After Market:
After-Market é o nome de um serviço oferecido aos investidores pela Bolsa de
Valores de São Paulo. O nome After-market veio em virtude de que as aplicações eram
efetivadas em horário após o fechamento do pregão principal da Bovespa, quando os
investidores podem enviar ordens de compra e venda e realizar negócios pelo home-
broker. Em linhas gerais, o after Bovespa nada mais é do que um horário extra de
funcionamento da bolsa. Ele possibilita a investidores que não têm como acompanhar o
mercado durante o horário comercial, investir na bolsa neste horário extra. Se você
trabalha durante o dia e, mesmo assim, não abre mão de administrar pessoalmente sua
carteira, então você pode operar no after market da Bovespa após o trabalho e, assim,
negociar seus ativos normalmente como no pregão normal.
Bm&FBovespa:
A Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo é a bolsa oficial do
Brasil. Sediada em São Paulo, é a segunda maior bolsa de valores do mundo em valor de
mercado. Em 8 de maio de 2008, a Bolsa de Valores de São Paulo e a Bolsa de
Mercadorias e Futuros (BM&F) fundiram-se, dando origem a uma nova instituição
batizada de BM&FBOVESPA. A BM&FBovespa está ligada a todas as bolsas de valores
brasileiras, incluindo a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ), onde são negociados
apenas títulos. O indicador de referência é o Ibovespa.
Em 20 de maio de 2008, o índice Ibovespa atingiu seu décimo recorde
consecutivo, fechando em 73.516 pontos, com um volume cujos títulos são negociados a
4,2 bilhões de dólares. Em 29 de agosto de 2014 as empresas cotadas na Bovespa bateram
o maior recorde da história em valor de mercado, todas as 328 companhias listadas na
bolsa brasileira valiam 2,595 trilhões de reais.
84
consideração a sensibilidade do ativo ao risco não-diversificável (também conhecido
como risco sistêmico ou risco de mercado), representado pela variável conhecida como
índice beta ou coeficiente beta (β), assim como o retorno esperado do mercado e o
retorno esperado de um ativo teoricamente livre de riscos.
Carteira de Investimentos:
Uma carteira de investimentos é um grupo de ativos que pertence a um
investidor, pessoa física ou pessoa jurídica. Estes ativos podem ser ações, fundos, títulos
públicos, debêntures, aplicações imobiliárias, entre outros. A carteira permite a
diversificação de ativos bem como de risco, levando a maior tranquilidade ao investidor e
menor volatilidade do património.
A gestão de investimentos tem incorporada uma relação clara entre risco e
retorno. O retorno esperado pelo investidor está relacionado com o risco que pretende
correr. Esta atitude depende do seu perfil de risco, no caso de ser avesso ao risco irá optar
por uma carteira com menor risco, logo menor retorno, se for propenso ao risco irá optar
neste caso por uma carteira de maior risco, logo maior retorno.
Esperança Matemática:
Em Estatística, em teoria das probabilidades, o valor esperado, também chamado
esperança matemática ou expectância, de uma variável aleatória é a soma das
probabilidades de cada possibilidade de saída da experiência multiplicada pelo seu valor.
85
Isto é, representa o valor médio "esperado" de uma experiência se ela for repetida muitas
vezes. Note-se que o valor em si pode não ser esperado no sentido geral; pode ser
improvável ou impossível. Se todos os eventos tiverem igual probabilidade o valor
esperado é a média aritmética.
Home Broker:
Home Broker é um sistema oferecido por diversas companhias para conectar
seus usuários ao pregão eletrônico no mercado de capitais. Usado como instrumento para
negociação no mercado de capitais via internet, ele permite que sejam enviadas ordens de
compra e venda através do site de uma corretora na internet.
É uma forma de negociação de papéis em bolsa de valores pelo meio de ordens
emitidas em meio eletrônico para corretoras de títulos mobiliários regularmente
credenciadas. É a tecnologia que proporciona acesso a negociações em renda variável
através da rede mundial de computadores.
Envolve desde o desenvolvimento de códigos fonte, websites, plataformas de
negociação, até as conexões com as devidas entidades de negociação. É estimado que 200
mil pessoas físicas compram e vendem ações na BOVESPA via sistema home broker.
Risco de Mercado:
Parcela da variabilidade total do rendimento de um ativo financeiro. Também
conhecido pelos termos risco não-diversificável ou risco sistemático. O Risco de mercado
aplicado aos fundos de investimento: Tipo de rico decorrente das oscilações nos preços
dos títulos que compõem a carteira do fundo. Uma vez que estes ativos são contabilizados
por seu valor de mercado, quanto maior a oscilação nos preços, maior a oscilação no
valor das cotas e mais difícil estimar o valor de resgate ou de venda.
Stakeholders:
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REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Livros
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Site:
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