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O MANUAL

SECRETO DAS
FALÁCIAS
ESQUERDISTAS

por Alessandro Loiola

Copyright © 2019 ManhoodBrasil Edições


www.manhoodbrasil.com.br
Sobre a obra:

Ao longo de décadas e com grande eficiência, o Esquerdismo se


infiltrou em todas as esferas possíveis da sociedade brasileira: na
mídia, na literatura, no teatro, na música, no cinema, nas escolas,
nas universidades, na filosofia de vida e na mente de cada um dos
brasileiros.

Apesar desta “infiltração”, as pessoas um pouco mais lúcidas


sempre se sentiram desconfortáveis com as narrativas que eram
apresentadas: alguma coisa parecia estar “fora do lugar”... E
causa desta estranheza poderia ser resumida em uma única
palavra: FALÁCIAS.

Eram as Falácias da Esquerda que nos incomodavam. Mas


exatamente como elas eram (e continuam sendo) apresentadas?
Como detectá-las? E, mais importante: como desconstruí-las?

Esta obra tem como objetivo responder a estas questões. Ela foi
elaborada a partir do conteúdo postado em um curso online
gratuito veiculado no Youtube, cujos links constam ao final do
livro e estarão livremente disponíveis enquanto a plataforma não
os censurar...

De qualquer forma, este livro certamente é uma leitura


estratégica para Direitistas, Conservadores, anticomunistas,
formadores de opinião, influenciadores digitais, apaixonados por
debates e livres pensadores com coragem suficiente para
aprofundar-se em estudos sérios acerca do tema.

Caso tenha interesse em conhecer outros conteúdos produzidos


por ManhoodBrasil, teremos grande prazer em receber sua visita:

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ÍNDICE:

1. Introdução

2. O que são Falácias?

3. As Falácias Emocionais
3.1. Medo
3.2. Esperança
3.3. Compaixão
3.4. Elogio
3.5. Testemunho

4. As Falácias Mentais
4.1. Autoridade
4.2. Bom Senso
4.3. Tradição
4.4. Novidade
4.5. Dinheiro

5. As Falácias de Causa e Efeito


5.1. Causa Única
5.2. Associação Remota
5.3. Generalização
5.4. Lógica Circular

6. As Falácias Dedutivas
6.1. Conclusões Precipitadas
6.2. Divisão-Composição
6.3. Relativismo
6.4. Destino

7. As Falácias de Manipulação de Conteúdo


7.1. Revisão Infinita
7.2. Amostragem
7.3. Falso Dilema
7.4. Impossibilidade de Prova
7.5. Mentira Insistente
8. As Falácias de Ataque
8.1. Desrespeito
8.4. Espantalho

9. Conclusão

10. Links Para as Aulas Online


1. INTRODUÇÃO

Não sou exatamente o que se pode chamar de um sujeito


religioso, mas existem duas passagens na Bíblia que acho muito
valiosas, e elas dizem o seguinte:
em Gênesis 1:3, consta: “E disse Deus: Haja luz. E houve
Luz”.
E em João 1:1, lê-se: “No princípio era o Verbo”.
Preste atenção nisso: “e disse Deus”. E dizer é um Verbo. O
Verbo é princípio de tudo.
Se considerarmos que a luz é a ideia, o pensamento, devemos
então aceitar que o raciocínio que está em nós vem depois do
Verbo.
Precisamos do verbo para pensar, para ter e irradiar luz. E o
Verbo é a ação da Linguagem – seja ela escrita, falada,
musicada ou simbólica –, que por sua vez apresenta aquilo que
iremos entender e como iremos entender. Portanto, se
traduzirmos verbo e palavra como linguagem, é válido
considerar que a linguagem antecede o entendimento.
Os psicólogos, os coaches e os profissionais de
neurolinguística entenderam isso com perfeição: eles empregam
a Linguagem para mudar comportamentos, treinar novos hábitos
e produzir mudanças na sua vida. E funciona! A Linguagem,
junto com o bipedismo e o domínio do fogo, foi uma das
ferramentas mais poderosas colocadas à disposição de nossa
espécie.
O peso da Linguagem está expresso em várias formas de
cultura e arte. Considere, por exemplo, uma obra cinematográfica
que aprecio muito: o filme A Chegada, de 2016.
Na película, uma raça alienígena (os heptapods) chega à terra
e tenta se comunicar conosco. (Se você não assistiu ao filme, eu
lamento informar, mas aqui vão alguns spoilers...). Um grupo de
cientistas é encarregado de desvendar o que os heptapods estão
falando. Os sons que eles emitem e a forma como eles escrevem
não se parecem com nada do que eles já ouviram ou leram! A
escrita dos extraterrestres não é linear como as línguas humanas,
de um lado para o outro ou de cima para baixo. Em seu idioma,
todas as palavras se juntam em símbolos circulares onde os
verbos não têm conjugação, e tampouco parece haver uma
correspondência entre a língua que os heptapods falam e os
símbolos que eles escrevem...
Uma série de confusões na tradução deste idioma
desconhecido faz com que os cientistas concluam que os
heptapods vieram trazer uma arma para a humanidade. Uma
arma que será dada aos que primeiro conseguirem entender o
que eles dizem. Esta conclusão causa grande pânico, e os países
que até então trabalhavam cooperativamente fecham-se em suas
redomas.
No final, depois de algumas tensões, todos endentem que a
arma era a própria Linguagem: ao desvendar o verbo dos
heptapods, os cientistas experimentam uma nova e inusitada
forma de enxergar o mundo, o espaço, o tempo e nosso propósito
como uma só espécie, com consequências extraordinárias para a
existência humana.
O que as citações da Bíblia, os especialistas da mente e filmes
como A Chegada mostram de maneira inegável é que utilizamos
a Linguagem para formar nossa visão de mundo. A teoria sobre
como as palavras e a linguagem fazem isso recebeu até um
nome: Hipótese Sapir-Whorf. Conscientemente ou não, líderes e
políticos de todo mundo há milênios se utilizam do relativismo
linguístico de Sapir-Whorf para ganhar votos e fazer valer suas
agendas.
No começo do século XX, um teórico esquerdista
compreendeu a importância do Verbo que antecede a Luz. Seu
nome: Antonio Gramsci. Gramsci atinou que a melhor maneira
para o comunismo dominar o mundo seria por meio de algo
chamado Hegemonia Cultural. Esta hegemonia poderia ser
alcançada sem uma gota de sangue, apenas utilizando a
linguagem para distorcer nossas crenças, nossas percepções,
nossos valores, nossa Moralidade e, derradeiramente, subverter
cada uma de nossas escolhas em prol da supremacia Comunista.
E foi exatamente isto que a Esquerda fez, utilizando um recurso
chamado Falácias.
Quando você entende isso, é como se um véu fosse tirado da
frente dos seus olhos, e é quase inevitável tomar um susto com o
tamanho da Hegemonia Cultural Esquerdista à nossa volta. (Se
quiser saber mais sobre este tema, recomendo a leitura do
sensacional A Nova Era e a Revolução Cultural, de Olavo de
Carvalho, publicado em 1994).
Ao longo deste livro, você aprenderá o que são falácias; como
a Esquerda utilizou e tem utilizado este subterfúgio para ganhar
terrenos importantes na Guerra Cultural, e se tornará capaz de
identificar e refutar essas narrativas com garbo e elegância.
Não obstante, entenda que a intenção desta obra não é lhe
dizer o que pensar. Não quero ser dono das suas conclusões.
Assim como os heptapods, quero apenas lhe ensinar uma nova
ferramenta, um novo modo de raciocinar. Tenho certeza de que
isto tornará suja vida mais rica e tornará você uma pessoa mais
Soberana de suas próprias Verdades, de seus discernimentos e,
por conseguinte, seu próprio destino.

2. O QUE SÃO FALÁCIAS?

Exatamente o que é uma “Falácia”? Uma Falácia é uma


trapaça, uma mentira, um fingimento cujo objetivo é
fundamentar um determinado ponto de vista a partir de
argumentos que não correspondem aos fatos e não resistem à
Lógica.
É uma vergonha admitir isso, mas todo mundo utiliza
falácias, quase o tempo todo – e você inclusive. As falácias são
quase como um protocolo de interações sociais que nos
acompanha há milhares e milhares de anos.
Mais de 300 anos antes de Cristo, Aristóteles investigou
extensamente as artimanhas que empregamos para refutar
nossos interlocutores. Em Organon, o filósofo de Estagira definiu
treze grupos de falácias, observando que essas refutações às vezes
produzem conclusões válidas, mas nem sempre: alguns
argumentos podem parecer mais atraentes que a realidade, mas,
caso não se correlacionem à realidade, eles representam nada
além de fantasias inconscientes ou equívocos intencionais – algo
que modernamente passamos a chamar de Metanarrativas.
Foi em Organon que Aristóteles explorou, entre outras
coisas, a falácia conhecida como “O Paradoxo do Mentiroso”. Este
paradoxo consiste na seguinte afirmação: “Estou mentindo
agora”, ou “Esta afirmação é falsa”.
Ora, se “Estou mentindo agora” ou "Esta afirmação é falsa"
for verdadeiro, então a frase apresenta ao mesmo tempo tanto
uma mentira quanto uma verdade.
O Paradoxo do Mentiroso está presente quando alguém
afirma que “Todas as pessoas mentem” ou “Não existe uma
verdade absoluta”. Sendo você uma pessoa, como saber se você
não está mentindo ao afirmar que “Todas as pessoas mentem”? E
se “Todas as pessoas mentem” for verdadeiro, e sendo você uma
pessoa, então isto corresponde simultaneamente a uma verdade e
a uma mentira... Finalmente, se “Não existe uma verdade
absoluta” for verdadeiro, então esta afirmação também
representa uma contradição em si, tornando-a simultaneamente
uma verdade e uma mentira.
Como todo recurso falacioso, este tipo de argumentação não
visa desvendar a Verdade ou estabelecer o que é Correto. Seu
único objetivo é travar o debate em uma contenda inútil,
desviando o foco da argumentação daquilo que realmente
interessa.
No século XVII, Francis Bacon (1561-1626) teceu alguns
comentários sobre as Falácias ao afirmar que nossos “falsos
ídolos” estão para a Natureza assim como as Falácias estão para a
Lógica. Os ídolos correspondem às peculiaridades de cada
indivíduo e suas diferentes habilidades, convicções e níveis de
Inteligência. Segundo Bacon, estes atributos podem corromper a
compreensão com inúmeras controvérsias equivocadas.
As Falácias também foram escrutinadas pelo filósofo inglês
John Locke (1632-1804). Locke identificou três falácias comuns
(ad verecundiam ou o apelo à falsa modéstia; ad ignorantiam ou
o apelo à ignorância; e ad hominem, ou apelo ao
desrespeito), mostrando como os sentimentos são a fonte
primária de nossas ideias e interpretações do mundo. Por meio
dos sentimentos e emoções, repetimos, comparamos e unimos as
narrativas que colhemos da realidade, gerando variações
complexas quase infinitas sobre ela. Não raramente, para que
façam algum sentido para nossa mente racional, estas variações
são recheadas com Falácias de todo tipo. A influência das
Emoções sobre a Lógica, e a maneira como isso resulta em
ponderações desacertadas, recebeu a atenção do excelente pelo
filósofo David Hume (1711-1776) em Tratado da Natureza
Humana (1740) – um de meus livros prediletos.
O teólogo inglês Isaac Watts (1674-1748) levou as ideias de
Locke adiante, adicionando outras três falácias: argumentum ad
fidem (apelo à fé), argumentum ad passiones (apelo às paixões),
e argumentum ad populum (apelo ao senso comum). O termo
“Falácia do Espantalho” provavelmente se originou das ideias
expostas por Watts.
Mais tarde, o iluminista Jeremy Bentham (1748-1832) expôs
de maneira brilhante os métodos que parlamentares e
legisladores utilizavam para derrubar ou retardar as reformas
políticas em andamento. Além das falácias já conhecidas,
Bentham identificou argumentos como ad odium (apelo para o
ódio), ad metum (apelo para o medo ou ameaça), ad
quietem (apelo para a inércia), e ad judicium (apelo para a
procrastinação). Na sequência, John Stuart Mill (1806-1873),
contemporâneo e aluno de Bentham, separou as falácias segundo
suas causas (Morais ou Intelectuais), descrevendo ainda as
falácias por generalização e por indução.
Finalmente, um pouco mais atual, o filósofo norte-americano
Irving Copi (1917-2002) ofereceu uma boa exposição (porém
superficial) das dezoito Falácias mais comuns em nosso meio.
Apesar de não serem muito divertidos, os escritos de Copi
certamente são interessantes.
Com tantos estudos clássicos e valorosos sobre o tema, é
impressionante como os brasileiros o dominam tão pouco este
assunto, ainda mais quando nos damos conta de que vivemos
esta Era da Pós-Verdade, onde os fatos objetivos têm menos
influência que os apelos às emoções na hora de criar e modelar a
opinião pública.
Apesar de as Falácias serem comuns e muitas vezes não
intencionais, nem sempre é fácil percebê-las. Além disso, nem
sempre o que você acha que é uma falácia, é uma falácia de fato:
algumas vezes, você e outra pessoa estão defendendo o mesmo
ponto de vista, porém assumem entendimentos diferentes para
uma mesma palavra ou um mesmo conceito. Quando isto ocorre,
não se trata de uma falácia propriamente dita, mas de apenas um
problema de comunicação que pode ser resolvido se vocês
tiverem boa vontade para tanto. Desfazer esse tipo de
desentendimento é essencial para evitar que jogos bobos de
palavras se transformem em longos debates improdutivos.
Por este motivo, o primeiro passo que você deve tomar ao
entrar em uma argumentação consiste em estabelecer com a
maior clareza possível a definição dos conceitos que se
relacionam diretamente ao tema que está sendo abordado. Seja
objetivo e, se viável, anote os juízos da matéria em um papel,
letra por letra. Isso evitará contendas supérfluas no decorrer da
conversa.
O segundo passo consiste em ligar seu radar de detecção de
Falácias. As Falácias são como minas terrestres: se você não
souber exatamente o que está procurando e quais os riscos que
podem estar ocultos no terreno, tropeçará em uma delas e
aprenderá da maneira mais difícil sobre o que elas são. É por isso
que muitas escolas em países desenvolvidos possuem aulas
discurso e debate, onde os alunos apresentam seus argumentos e
são questionados quanto a eles. Por orientação prévia, tanto o
apresentador quanto a plateia utilizam recursos falaciosos; e
todos são treinados para reconhecer esses expedientes e
aprendem a lidar com eles. Deveríamos instituir algo parecido
por aqui.
A Esquerda é mestre em utilizar Falácias para insinuar
interpretações e torcer nossos entendimentos. Ser capaz de
perceber e manusear este artifício representa uma estratégia
incrível para desmontar cada uma das metanarrativas socialistas,
além de representar uma habilidade fundamental para blindar
seu próprio raciocínio com Lógica e Congruência.
Devido à variedade de estruturas e aplicações, separar as
Falácias por gênero é um desafio ingrato. Dependendo do autor e
da fonte, você encontrará diversas classificações, níveis e
subníveis. Por motivos didáticos, optei por separá-las neste livro
em categorias segundo a forma de apelo do argumento. Estas
categorias são:
1. Emocionais
2. Mentais
3. Causa-Efeito
4. Dedutivas
5. Manipulação de Conteúdo
6. Ataque

Nos capítulos a seguir, exploraremos em detalhes cada uma


delas.

3. AS FALÁCIAS EMOCIONAIS

A palavra emoção vem do latim emovere, significando


energia, movimento. As emoções são um componente-chave da
mente humana e, provavelmente, da mente de quase todos os
animais.
Até onde a neurociência foi capaz de descobrir, as emoções
são inconscientes, enquanto que os sentimentos são uma
espécie de juízo consciente que fazemos sobre essas emoções: se
as emoções são respostas químicas e neurais que derivam das
memórias que temos, os sentimentos são nossas reações às estas
emoções.
Os psicólogos dividem as emoções em Primárias e
Secundárias. As Emoções Primárias incluem o medo, a raiva, a
tristeza e a alegria. As Emoções Secundárias são representadas
pelo ciúme, pela inveja e pela vergonha. Juntas, emoções
primárias e secundárias produzem sentimentos como ódio,
hostilidade, frustração, desespero, felicidade, humor, surpresa,
amor, gratidão, compaixão e esperança.
Como o próprio nome sugere sem fazer muito mistério, a
forma de apelo das Falácias Emocionais é a Emoção: antes de
sermos “racionais”, somos seres hiperemocionais, verdadeiras
caixas de ressonância de sentimentos. Não é de admirar então
que as Falácias que invocam respostas emocionais sejam
artifícios tão corriqueiros.
As Falácias Emocionais podem ser divididas em 5 tipos mais
comuns:
Medo
Esperança
Compaixão
Elogio
Testemunho

3.1. MEDO

A principal característica da Falácia do Medo está na


ameaça, que pode ser apresentada de duas maneiras:
1. Quando a intenção é estabelecer um vínculo inexorável
entre o argumento proposto e os resultados terríveis que ele pode
ocasionar, a Falácia do Medo é denominada argumentum ad
consequentiam.
2. Quando a intenção é apresentar alguma forma de coerção,
a Falácia do Medo é denominada argumentum ad baculum. O
termo ad baculum poderia ser traduzido como “apelar para o
bastão”: nesta forma de argumentação, a intenção é demonstrar
uma disposição para partir para a violência física caso o outro
não concorde com suas alegações.

Antes das eleições presidenciais de 2018, diversos veículos de


impressa inundaram as redes sociais e as mentes dos mais
vulneráveis com manchetes sensacionalistas fundamentadas na
Falácia do Medo. Observe alguns exemplos:

"A eleição, o fascismo e os limites da democracia" –


Carta Capital, setembro de 2018.

"Planos de Bolsonaro para Amazônia preocupam


defensores do meio ambiente” – Revista Exame, outubro de
2018.

"Eleições de 2018: uma eleição à sombra do medo" –


Jornal El País, outubro de 2018.

"Bolsonaro usa táticas fascistas como Trump"– Folha de


São Paulo, outubro de 2018.
"Jornais do mundo alertam para risco Bolsonaro" –
Jornal GGN, outubro de 2018.

"Haddad prega coragem contra o medo" – Revista Veja,


outubro de 2018.

Após a vitória do Conservador Jair Bolsonaro, a mídia


esquerdopata intensificou sua metralhadora giratória de Falácias
do Medo com manchetes como:

"Reforma da Previdência sacrifica os mais pobres, diz


CNBB" – Portal Tudo Notícias, abril de 2019.

“Projeto de Bolsonaro é sacrificar os mais pobres” –


Portal do PT, abril de 2019.

"As ameaças sombrias de Bolsonaro para o meio


ambiente" – Portal Página 22, outubro de 2019.

Como em qualquer Falácia, nunca são fornecidas evidências


razoáveis o bastante de que o evento ameaçador irá ocorrer: o
falacioso apenas “se sente” assim com relação ao assunto e apela
emocionalmente para os ouvintes, tentando ganhar a simpatia da
plateia e intimidar seu oponente para favorecer seu próprio ponto
de vista.

3.2. ESPERANÇA

A Falácia da Esperança tem como combustível um desejo


intenso de que algo seja real ou corresponda à verdade. Por trás
da Falácia da Esperança, ocultam-se duas premissas: o
pensamento mágico e o retorno dos investimentos.
O Pensamento Mágico (wishful thinking) é uma
característica da mente do Homo sapiens: entre vários efeitos
colaterais, nosso cérebro formatou uma cultura que inclui preces,
sacrifícios, conjurações e rituais “sobrenaturais” que acreditamos
serem capazes de influenciar o mundo físico segundo nossos
desejos e expectativas. Infelizmente, o mundo físico não é um
gênio da lâmpada, ele não existe para realizar seus desejos ou
adaptar-se magicamente às suas vontades. O Mundo Físico
apenas há, e será necessário ação, empenho, esforço, disciplina e
consistência para que suas vontades se concretizem – e mesmo
assim não existe qualquer segurança de que isso ocorrerá. Tudo
que você pode fazer é uma aposta de que as coisas darão certo.
(Se Deus tem planos para você, quem garante que você sabe
exatamente quais são eles?).
Em alguma medida, a esperança é um bom horizonte, uma
boa companheira de viagem, mas ela pode paralisar você na
inatividade, especialmente quando você insiste em viver no
universo dos pensamentos mágicos ao invés de viver na
realidade. Quando isso ocorre, a frustração em lidar com a
realidade tende apenas a aprofundar a esperança de que seus
desejos – e não a realidade – estejam corretos.
A segunda premissa da Falácia da Esperança – o Retorno dos
Investimentos – pode ocorrer associada ou não ao pensamento
mágico. Não raramente, fazemos grandes investimentos
emocionais em projetos, compromissos, relacionamentos e
ideologias, e fazemos isso com tal intensidade que nos recusamos
a abandonar o barco mesmo quando as evidências nos
contradizem. Psicologicamente, queremos obter algum tipo de
retorno por nossa dedicação. Quando esses retornos não ocorrem
dentro do esperado, insistimos naquilo que não está dando certo
ou que está evidentemente errado e fadado ao naufrágio.
Insistimos, pois já investimos tanto de nosso tempo naquilo!, e
então continuamos a roer o osso na esperança de que um dia
teremos carne ali.
A esperança no Retorno dos Investimentos é o que faz muitos
relacionamentos tóxicos se arrastarem por anos a fio; faz alguns
empreendedores embrenharem em um pântano de dívidas, e faz
jogadores compulsivos venderem até a mãe em uma mesa de
apostas.
Agora observe como os esquerdistas utilizam a Falácia da
Esperança para manipular a opinião pública. Em várias
manchetes ao longo dos últimos anos, fomos bombardeados com
coisas como:
"A esperança venceu o medo, diz Lula" – Folha de São
Paulo, outubro de 2002.

"A esperança e o amor por esse povo vencem o ódio, diz


Dilma Rousseff" – Portal Jornal Grande Bahia, setembro de
2010.

"Dilma diz que responde com 'esperança' a 'ódio' de


adversários" – Portal G1, outubro de 2014.

"Não vão prender a esperança, diz Lula em lançamento


de pré-candidatura em BH" – Jornal Brasil de Fato,
fevereiro de 2018.

"Lula representa a esperança do povo brasileiro" –


Slogan utilizado pelo PT nas eleições presidenciais em 2002, e
repetido por Gleisi Hoffman em sua coluna no Portal Rádio Peão
Brasil, em maio de 2018.

"Para Dilma, Lula representa esperança” – Portal do PT,


agosto de 2018.

"A esperança vencerá o ódio" – Jornal Vermelho, setembro


de 2018.

Toda vez que você se deparar com algo assim, aponte o dedo
e acuse: “Ei, você vai argumentar comigo com seriedade,
inteligência, maturidade e fatos, ou vai continuar se escondendo
atrás desse monte de Falácias de Criança Esperança aí?”.

3.3. COMPAIXÃO

A Falácia da Compaixão consiste em induzir um sentimento


de pena para angariar simpatia e imunizar o argumento que está
sendo exposto. Entretanto, sentir compaixão não confere um
nível de evidência à retidão de um raciocínio: dentro de um
argumento, o apelo à compaixão é um apelo emocional e não
mais que isso. Ela não está ali para representar um fato.
O quanto você está disposto a levar sua compaixão em
consideração no seu julgamento sobre uma determinada alegação
é uma decisão sua, mas isso não significa que a compaixão é
uma varinha mágica capaz de tornar qualquer proposição
honesta. Na verdade, quase sempre a Falácia da Compaixão é
empregada como uma distração, para “passar pano” para a
desonestidade e a crueldade, desviando o foco dos fatos e ideias
que realmente merecem ser debatidos.
Lembre-se: a função de uma Falácia é desviar sua atenção
sobre o centro da questão. É como a assistente de palco de um
mágico: ela está ali para ajudar o mágico a distrair você enquanto
ele faz o truque bem debaixo do seu nariz.
Alguns exemplos comuns de Falácia da Compaixão:

Como você pode comer carne? Você não sabe que os


animais também têm sentimentos?

Ok, e como você pode comer uma pobre cenoura inocente?


Ela foi arrancada do chão quando ainda era jovem, quimicamente
tratada, cortada, enfiada em uma caixa claustrofóbica e então
enviada para ser vendida, cozida e mastigada. Que mal aquela
cenoura cometeu para ser submetida a tamanho martírio?
Isso para não mencionar que a Ordem Carnívora é composta
por 126 gêneros e 286 espécies de mamíferos, e 35% dos insetos
são “carnívoros”. Além disso, existem mais de 15 gêneros e 600
espécies de plantas carnívoras na Terra. Por uma questão de
igualitarismo, todos estes deveriam ser moralmente condenados
também?
O fato é que animais têm emoções e sentimentos. Sim, eles
têm. Mas eles também são feitos de carne. E a Natureza deixou o
organismo humano plenamente preparado para metabolizar
carne. Isso quer dizer alguma coisa... porque, se não fosse para
utilizar animais como fonte de alimento, a Natureza os teria feito
de isopor ou vento ou alguma outra substância que seu intestino
não é capaz de digerir.
Ah, eu tive uma infância muito pobre e minha vida é
muito sofrida, então o que você queria que eu fizesse?

Algumas pessoas utilizam esse tipo de Falácia da Compaixão


para isentar a elas mesmas ou a outras pessoas de condutas
absolutamente condenáveis. Mas é o seguinte: existem escolhas
boas e escolhas más, e cabe a você optar por umas ou outras.
Quando tornamos a pobreza e o sofrimento pretextos aceitáveis
para a patifaria e a crueldade, estamos condenando todas as
pessoas à selvageria, e qualquer civilização à barbárie. Seu
sofrimento não é nem nunca foi uma carta branca para você ser
uma pessoa imbecil, ou uma autorização para provocar
sofrimento em outras pessoas.
A Esquerda é hábil em iludir a audiência apelando para a
compaixão como uma forma de ninguém prestar atenção em suas
trapaças, delitos e perversidades. Considere as seguintes
manchetes:

"Convalescente de grave doença, Fidel Castro diz que


não é mais uma pessoa apegada ao poder" – Portal NSC
Total, dezembro de 2007.

"Genoíno entra no Supremo com pedido de prisão


domiciliar definitiva. Defesa do ex-deputado alega
'risco de morte' devido problemas cardíacos caso ele
volte para a cadeia" – Portal G1, fevereiro de 2014.

"Dilma e outras torturadas protagonizam filme sobre


presídio na ditadura" – Portal UOL, setembro de 2019.

"Greta Thunberg sofre ataques machistas" – Carta


Capital, outubro de 2019.

Nos casos citados de Fidel, Genoíno e Dilma, o que está


sendo solicitado é que, em nome da compaixão pelo sofrimento
deles, você se sinta culpado em sequer pensar nos genocídios da
ditadura cubana, nos crimes cometidos pelo partido que saqueou
os cofres públicos, ou na responsabilidade de uma pessoa
incompetente que quebrou a economia de um país inteiro.
No caso da doente mental sueca Greta Thunberg, o que a
Esquerda globalista tentou foi dizer o seguinte: “Como você ousa
agredir essa militante pelo bem estar do planeta? Ela é só uma
menina! E tem Autismo!”. Mas olha só: se você se dispõe a tornar
suas opiniões públicas perante uma audiência de adultos, então
está se colocando à disposição também para ouvir críticas
públicas e adultas desta mesma audiência.
Quem não suporta o calor, não deveria ir almoçar na cozinha.
Quem não aguenta a brincadeira, não deveria descer para o play.
É assim que a vida é. Acostume-se.

3.4. ELOGIO

Nós somos facilmente seduzidos por elogios, especialmente


quando esses aplausos nos permitem continuar sendo vulgares e
ordinários, isentando-nos da obrigação de esboçar qualquer
esforço para alcançar Virtudes mais elevadas.
Alguns exemplos de Falácias do Elogio incluem alegações
como:

Prefiro quem rouba, mas faz.

Eu pergunto: por quê? Por acaso é impossível fazer sem


roubar? E é imprescindível roubar para fazer? Optar por quem
“rouba, mas faz” diz mais sobre o Caráter implícito em suas
escolhas que sobre a competência do outro.

Mulheres briguentas e nervosas são as que mais valem


à pena.

Errado. Isso é romantizar o desequilíbrio emocional e validar


relacionamentos tóxicos. Pessoas mais equilibradas são as que
mais valem à pena. Pessoas desequilibradas deveriam agendar
um tratamento psicológico.
Pessoas mais inteligentes são mais preguiçosas e
desorganizadas.

Sem aplicação, disciplina e coordenação para alcançar


resultados, de que vale a Inteligência? Isso é o mesmo que dizer
que alguém é um “gênio incompreendido” Se uma pessoa é de
fato um “gênio”, o mínimo que ela deveria ser capaz de fazer é
ser compreendida.

A Esquerda adora utilizar a Falácia do Elogio para glorificar


suas próprias falsas virtudes, associando a si mesma com ideias
nobres como Liberdade, Democracia, Educação e Soberania
nacional. Mas nada disso está nas atitudes da Esquerda. Veja
alguns exemplos de como os socialistas, comunistas e
progressistas apelam para a Falácia do Elogio:

"Para Boulos, defender liberdade de Lula é uma


questão democrática" – Portal Terra, seção Política, março
de 2019.

"Para Gleisi Hoffman, Lula e educação são pautas


inseparáveis" – Portal Terra, junho de 2019.

"Após 488 dias como preso político, Lula segue


decidido a lutar pela soberania do Brasil" – Portal
Diálogos do Sul, agosto de 2019.

Liberdade, Democracia, Educação, Soberania,


Nacionalismo... está tudo lá. Mas só em palavras, mesmo. Por
que quando você vai para os fatos...
Em 2002, um estudo conduzido pelo Instituto Paulo
Montenegro e pela ONG Ação Educativa entrevistou mais de dois
mil brasileiros entre 15 e 64 anos de idade, residentes em zonas
urbanas e rurais de todas as regiões do país. A pesquisa mostrou
que nada menos de 92% dos brasileiros possuem uma dificuldade
enorme para se expressar e entender informações simples em
português. Ou seja: 92% dos brasileiros podem ser considerados
analfabetos funcionais. E, de acordo com o Indicador de
Alfabetismo Funcional de 2017, 38% dos estudantes do ensino
superior também não dominam habilidades básicas de leitura e
escrita.
Depois de quase 20 anos do socialismo petista, o Brasil
permaneceu entre os 10 piores sistemas do mundo de ensino
segundo a avaliação PISA. Realmente, Hoffman está certa: o
comunopetismo de Lula e a educação brasileira são pautas
inseparáveis. Ambos são ineficientes e fazem a gente passar uma
vergonha danada.
Quanto à Democracia e à Liberdade que os esquerdistas
dizem defender, curiosamente, nenhum país governado pelo tipo
de regime louvado por eles experimenta grande coisa de ambas.
Por exemplo: em uma lista organizada pela revista The
Economist, classificando 167 países segundo o grau de
Democracia, a Venezuela ocupa a 99ª posição. Cuba, a 129ª
posição. A Coreia do Norte, a última. O Brasil aparece na 45ª
posição.
Quanto à liberdade, basta citar o seguinte: de acordo com um
ranking de 180 nações elaborado pela entidade Repórteres Sem
Fronteiras, a Venezuela aparece na posição de número 148 no
quesito de Liberdade de Imprensa. Cuba, na posição de número
169. E o Estado socialista da Coreia do Norte aparece,
novamente, na última posição.
Os esquerdistas adoram desfilar com suas narrativas auto-
elogiosas, mas esta é uma Falácia que não resiste a uma pesquisa
honesta de 5 minutos no Google. Sempre que você vir um
esquerdista louvando algo em sua ideologia nefasta, considere
imediatamente que você pode estar bem diante de uma Falácia
do Elogio. Em geral, você está mesmo.

3.5. TESTEMUNHO

A Falácia do Testemunho também pode ser chamada de


Falácia da Evidência Anedótica, e consiste no seguinte: no lugar
de evidências e raciocínios lógicos, o argumentador apresenta
exemplos de sua própria experiência emocional apostando que
seu testemunho será suficiente para convencer a audiência.
Costumamos utilizar a Falácia do Testemunho com crianças
pequenas, por exemplo, quando queremos que elas comam algo
não muito saboroso ou que tomem um remédio amargo: você
finge provar a “guloseima”, faz uma expressão de “hummmm...
que delícia!”, e então empurra a colher com a substância pela
garganta abaixo do bambino. Com alguma sorte, os protestos só
ocorrem depois de ele (ou ela) ter engolido o que quer que seja.
Atente para a maneira como os esquerdistas costumam se
aproveitar da Falácia do Testemunho:

"Não tem uma viva alma mais honesta do que eu',


afirma Lula" – Estadão, janeiro de 2016.

"Gleisi Hoffmann diz que o PT nasceu influenciado por


Cristo” – Conexão Política, abril de 2019.

"Para Gleisi Hoffmann, É o Foro de São Paulo que


defende a democracia" – Portal Vermelho, julho de 2019.

"Marta Suplicy faz mea-culpa e afirma: Lula é um


preso político” – Revista Exame, setembro de 2019.

Parece uma piada, mas não é. São apenas Falácias de


Testemunho. A piada é o fato de essas Falácias serem eficazes
como ferramenta de doutrinamento. Na verdade, nem é
exatamente uma piada: isto está mais para uma tragédia.

4. AS FALÁCIAS MENTAIS

Se as Falácias emocionais apelam para a emoção, as


Falácias mentais apelam para valores que trazemos
impregnados em nossas mentes. Assim, os 5 tipos mais comuns
de Falácias Mentais incluem:
Autoridade
Bom Senso
Tradição
Novidade
Dinheiro

Vamos a elas:

4.1. AUTORIDADE

A Falácia da Autoridade (chamada pelos eruditos de ad


verecundiam) caracteriza-se por empregar argumentos como:
“especialista diz que”, ou “de acordo com cientistas”, ou
“segundo estudo”, ou “a maioria das pessoas entrevistadas diz
que”, e coisas desse tipo.
Ao apelar para a “competência” de um painel de especialistas,
ou uma pessoa famosa, ou um instituto, uma universidade, ou
uma publicação de “prestígio”, a Falácia da Autoridade procura
blindar o argumento como se a homologação de um agente
externo – e não os fatos em si – representasse uma certeza
inviolável.
Uma autoridade instila Conhecimento e Poder. E citar uma
autoridade em geral é visto como uma cartada informativa que
certifica do nível de seriedade com que o argumentador está
abordando o tema. Não obstante, se tudo que você tem a favor do
seu argumento é a opinião de “autoridades no assunto”, e
nenhuma outra evidência concreta de que aquelas autoridades
estão corretas, então o que está sendo solicitado é que você
simplesmente “acredite” naquilo – e apelar para a credulidade é
uma estratégia ingênua, frágil e fácil de ser desconstruída...
Mesmo autoridades que dominam um determinado tópico
podem se equivocar com relação a ele. Por exemplo: No século
XVI, os “especialistas” afirmavam que a terra era o centro do
universo. Eles estavam errados.
Há 200 anos, os especialistas a afirmavam que vida surgir do
nada. Era a chamada Teoria da Abiogênese ou Teoria da Geração
espontânea. Alguns cientistas da época apresentavam até mesmo
receita sobre como produzir vermes, moscas e ratos a partir de
camisas suadas e sementes de trigo. Eles estavam errados.
Até o começo do Século XX, os cientistas acreditavam que a
Via Láctea era a única galáxia do universo. Na década de 1920,
Edwin Hubble provaria que eles estavam errados.
Em 2006, no documentário “Uma Verdade Inconveniente”, o
ex-presidente estadunidense Al Gore fez uma série de previsões
catastróficas para o clima em nosso planeta para os 10 anos
seguintes. Ele estava redondamente errado.
É sempre recomendável tratar com uma boa dose de
ceticismo os argumentos que utilizam uma Autoridade como
fiadora de sua honestidade. Se a história da humanidade mostrou
algo foi que os erros humanos parecem ser uma constante em
nossa caminhada cognitiva evolucionária.
Erramos com uma frequência constrangedora para a
inteligência que atribuímos à nossa espécie. Mas isso não deveria
ser motivo de vergonha: até mesmo o leão, o rei da selva, obtém
sucesso em apenas 17% de suas investidas quando caça sozinho.
Quando em bando, os leões alcançam no máximo 30% de
eficiência. Isso significa que em 70% das tentativas de conseguir
um almoço, os leões falham. Algo similar poderia ser aplicado aos
pareceres de especialistas fundamentados em “painéis” e
“consensos”, e não em fatos e evidências.
Em alguns casos, presumimos que uma afirmação é
verdadeira devido à inexistência de autoridades que a
contradigam: “se ninguém diz que algo é mentira, então aquilo
deve ser verdade”, você pensa. Nestas situações, é prudente
recordar a recomendação de Carl Sagan: alegações
extraordinárias exigem evidências extraordinárias, e a ausência
de evidências não significa evidência de ausência. Não denunciar
uma mentira não torna aquela mentira uma verdade.
A Falácia da Autoridade é amplamente empregada em
propagandas onde pessoas jovens são utilizadas para conferir um
ar de frescor a um produto ou serviço, onde supermodelos
anunciam cosméticos, e onde famílias felizes aparecem
espalhando margarina em seus pães.
A Esquerda é exímia em utilizar meios de comunicação para
disseminar Falácias da Autoridade apoiando seu sistema político
catastrófico. Por exemplo, em uma entrevista ao historiador
Marco Antonio Villa na Rádio Jovem Pan durante a campanha
presidencial de 2018, o candidato Ciro Gomes afirmou o
seguinte:

“A Venezuela é uma democracia tão democrática


quanto a brasileira e a americana”.

O Sr. Gomes é advogado, já foi deputado estadual duas vezes,


deputado federal, prefeito de Fortaleza, governador do Ceará e
Ministro de Estado; atuou como professor universitário de direito
tributário e direito constitucional, e escreveu livros sobre
economia política. Ele seria uma autoridade confiável para falar
sobre o que é uma Democracia, não?
Porém, vale lembrar que o partido do Sr. Gomes, o Partido
Democrático Trabalhista (PDT), ostenta em seu currículo o fato
de ser o único partido brasileiro oficialmente afiliado à
Internacional Socialista, uma organização mundial de ideologia
marxista e profundamente antidemocrática. A Autoridade do Sr.
Ciro Gomes para falar sobre Democracia não resiste às
incongruências da própria ideologia que ele segue.
Observe outros exemplos Esquerdistas de Falácias de
Autoridade publicadas em revistas, universidades, institutos de
pesquisa e portais de notícia com qualidade duvidosa:

“Haddad tem 99,4% de chances de ser o novo


presidente, diz matemático da USP” – Revista Fórum,
setembro de 2018.

“Bolsonaro e Haddad estão empatados no 2º turno, diz


Datafolha” – Catraca Livre, outubro de 2018.

"Lula, um preso político e uma mostra de cartas


escritas por vários artistas" – Portal O Cafezinho, 01 de
abril de 2019. Pelo menos aqui a data da manchete foi correta: ela
foi publicada no dia da mentira.

"Associação brasileira de juízes considera Lula preso


político" – Portal Prensa Latina, julho de 2019
“Para órgão da ONU, política ambiental do governo
Bolsonaro é insustentável” – Portal Brasil 247 e Portal Rede
Brasil Atual, agosto de 2019.

“Espaço democrático no Brasil está encolhendo, alerta


representante da ONU” – Portal da Coordenação Socialista
Latino-Americana, setembro de 2019.

“Pesquisa Ibope mostra que 34% das pessoas


consideram o governo Bolsonaro ruim ou péssimo” –
Revista Veja, setembro de 2019.

“Moro tem „estratégia permanente‟ de acuar


instituições, diz Rodrigo Maia” – Revista Veja, outubro de
2019.

“Governo „não deu a menor atenção‟ à Previdência, diz


Alessandro Vieira” – Revista Veja, outubro de 2019. À época,
Alessandro Vieira encontrava-se senador pelo Partido Popular
Socialista.

"Associação Juízes para a Democracia considera Lula


preso político" – Portal do Sindicomerciários Viamão, outubro
de 2019, repetindo após 3 meses uma notícia publicada em outro
portal, para manter a falácia circulando na internet.

O primeiro passo para desconstruir uma Falácia da


Autoridade consiste em identificá-la. Na sequência, considere o
grau de autoridade da autoridade citada: um ator que fez um
filme denunciando os “males do capitalismo” não é exatamente
um especialista em Capitalismo. Para que uma autoridade seja
minimamente válida, é preciso que ela seja uma autoridade no
campo de conhecimento do assunto em pauta.
O segundo passo é manter o ceticismo com relação à
legitimidade do parecer da “autoridade”. Não é raro constatar
como os vieses ideológicos têm mania de substituir os fatos, e
muitas vezes o parecer do “especialista” não passa de uma falácia
para corroborar suas convicções políticas pessoais, mesmo e
especialmente quando essas convicções remam na direção
contrária das evidências.
Uma autoridade pode até merecer ser ouvida e levada em
consideração, mas você não tem a obrigação Moral de acreditar
em algo apenas porque aquilo foi citado por uma revista, uma
instituição de ensino ou uma autoridade política. Lembre-se
sempre que o simples parecer de uma autoridade não é suficiente
para tornar aquele argumento verdadeiro. Uma autoridade sem
fatos e evidências comprováveis por diferentes meios não tem um
parecer: ela tem um palpite, uma sugestão.
Um instituto de pesquisa de opinião que repetidamente
apresenta dados que não correspondem à realidade, não é um
instituto de pesquisa, mas uma agremiação de fofocas cujo
objetivo é enganar você e manipular suas conclusões a partir de
fraudes grosseiras disfarças de “evidências”.

4.2. BOM SENSO

Em termos gerais, a Falácia do Bom Senso é bastante similar


à Falácia da Autoridade, mas com uma diferença importante: ela
tenta parecer o máximo impessoal possível. Seu argumento não
procura ancorar-se em uma instituição, uma associação ou uma
autoridade específica, mas na opinião pública. Por isso, a Falácia
do Bom Senso também é conhecida como Falácia ad populum.
Neste recurso de linguagem, o argumentador sugere que,
uma vez que “todos parecem concordar” com uma determinada
proposição, então aquela alegação corresponde à verdade, como
se a Verdade pudesse ser eleita pela opinião majoritária ou por
algum um consenso de “autoridades sem autoridades”.
O fato é que aquilo que chamamos de bom senso nem sempre
corresponde a informações rigorosamente acuradas, detalhadas,
verificadas, pensadas ou coerentes. Por exemplo, se eu lhe
perguntasse: “sem olhar em um livro ou na internet ou consultar
um especialista, você saberia dizer aqui e agora quais
cogumelos são comestíveis?”. No aperto, você provavelmente
responderia: “Ué, basta usar o bom senso!”. Ao que eu lhe diria:
“Mas todos os cogumelos são comestíveis. O problema é que
alguns cogumelos você só irá comer uma vez, morrendo logo em
seguida”.
O bom senso não é um guia de botânica. E confiar de maneira
absoluta neste tipo de bússola é sujeitar-se ao risco do Efeito
Manada: todos nós temos desejamos o reconhecimento e a
estima das outras pessoas. Queremos nos sentir parte do grupo.
E nada melhor para conquistar popularidade junto ao grupo que
concordar com as coisas que a maioria do grupo parece
concordar, ou falar aquilo que a maioria do grupo deseja ouvir.
Então, o falacioso apresenta seu argumento como se ele fosse o
“senso comum” de um grande grupo, quando não é.
Você encontra exemplos da lógica indutiva da Falácia do Bom
Senso quando ouve coisas do tipo:

Você deveria ler tal livro: todo mundo está lendo!

Três de cada quatro pessoas recomendam...

Certas coisas nem precisam ser ensinadas...

Verde é a cor da nova estação.

Mas alguns livros de sucesso podem muito bem ser uma


porcaria.
A única coisa com relação à opinião da maioria é que ela é a
opinião da maioria (daí a corresponder à Verdade ou ao que é
Bom e Correto vai uma distância enorme chamada Deliberação
Crítica).
Quando alguém fala que certas coisas nem precisam ser
ensinadas, quem irá determinar quais são essas coisas? A
maioria?
Por último: exatamente quem determinou que verde,
abóbora ou fúcsia é a “cor da estação”?

Os Esquerdistas, esses mestres do engodo, adoram utilizar


Falácias do Bom Senso Comum. Mas adoram muito! Veja as
seguintes notícias:
“Todo mundo sabe que a Direita não quer que filhos de
pobre estudem” – Teor da coluna assinada por Pedro Breier no
portal O Cafezinho, em 24 de julho de 2017.
Pera lá: todo mundo quem?

"É óbvio que o governo Bolsonaro vai ruir” – Lobão em


entrevista para a Revista Veja São Paulo em maio de 2019.
Óbvio para quem?

"Bolsonaro age com a falta de técnica e inteligência


que lhe é bem evidente" – Folha UOL, 29 de novembro de
2018.
Evidente para quem?

"O mundo inteiro sabe que Bolsonaro é um extremista


perigoso" – Jornal Gazeta do Povo, 07 de outubro de 2019.
O mundo inteiro inclui os habitantes da ilha sentinela do
norte, a ilha mais isolada do mundo? E os moradores das Ilhas
Cocos, na Austrália? E os pescadores do Kiribati? Ou o mundo
inteiro inclui apenas o mundo inteiro que queria ver uma dupla
de socialistas-comunistas como presidente e vice-presidente
deste grande país?
Fique atento: a expressão “o mundo inteiro” não é
empregada como uma simples figura de linguagem ou
generalização inocente. Quando a esquerda usa expressões assim,
está utilizado a Falácia do Bom Senso como uma ferramenta de
manipulação de massas.
Sempre que estiver em dúvida, procure os fatos, não as
pessoas – e menos ainda confie cegamente naquilo que as
pessoas dizem ser apenas “bom senso”.

4.3. TRADIÇÃO

A Tradição é uma herança preciosa para nossa espécie. Ela


representa a condensação de milhares de princípios e valores que
foram submetidos às pressões evolucionárias durante eras. Não
raramente, as tradições expressam verdades importantes para
nossa sobrevivência como indivíduos, grupos e sociedade. Porém,
viver debaixo de dogmas não é viver segundo SUA dedução da
realidade, mas segundo as ideias de outras pessoas – que podem
estar certas ou não.
O dogmatismo traz consigo o grave risco de defender o que é
não com base nos fatos, mas a partir do nosso desejo sobre como
os fatos deveriam ser. A Esquerda explora a tradição
empregando argumentos que inspiram sentimentos que
consideramos valiosos, tais como Legado, Herança, Lealdade e
Liberdade. Por exemplo:

"O PT sempre defendeu políticas sociais e o combate às


injustiças" – João Grandão, político petista do Mato Grosso do
Sul, em entrevista para a Voz do Brasil em 21 de novembro de
2002.

"O PT sempre fez um governo para aqueles que mais


precisam" – Portal do Partido dos Trabalhadores do Distrito
Federal, 22 de junho de 2013.

"O PT sempre defendeu a redução das desigualdades


sociais no nosso país" – Deputado Federal Zeca Dirceu no 6o
Congresso Nacional do PT, em junho de 2017.
Certo. Curiosamente, segundo um estudo realizado por um
dos mais renomados pesquisadores de desigualdade do mundo, o
irlandês Marc Morgan, e publicado em setembro de 2017 no
"World Wealth and Income Database", a distância entre os mais
ricos e os mais pobres se manteve igual durante os governos de
Lula e Dilma. Quem perdeu espaço foi a classe média, que se
distanciou dos ricos e se aproximou dos pobres.

"Mais ética e mais democracia é um clamor do PT, é


algo que o PT sempre defendeu" – Dilma Rousseff no 5o
Congresso Nacional do PT, em 12 de dezembro de 2013.
Certo. E durante décadas, nem uma palavra condenando
veementemente a imoralidade dos massacres em países
socialistas e antidemocráticos como Cuba, China, Coreia do
Norte, Venezuela...
"O PT sempre lutou pela democracia, sempre defendeu
a Petrobrás e a classe trabalhadora" – Deputada Estadual
Teresa Leitão em entrevista ao Portal Leia Já, em 11 março de
2015.

"O PT sempre defendeu a autonomia da Polícia Federal


e do Ministério Público" – Jornal O Povo Online, 02 de
setembro de 2015.

"O PT sempre defendeu a execução da pena após


condenação em segunda instância" – O então Senador
Cristovam Buarque em entrevista ao Portal Leia Já, em 12 de
abril de 2018.

"O PT sempre defendeu o direito de evangélicos de


expressar sua fé" – Rui Costa, Governador da Bahia, em
entrevista à revista Veja, em 13 de setembro de 2019.

"É de Lula a tradição de respeito ao Ministério Público"


– Portal Brasil 247, setembro de 2019.
Quem foi mesmo que disse que “nós temos uma suprema
corte totalmente acovardada”?

"O PT sempre defendeu os direitos de todos os


cidadãos, inclusive o direito à segurança" – Coluna de
Charles Nisz no portal Diário do Centro do Mundo, 6 de outubro
de 2019.
Segundo o Atlas da Violência de 2017, com base em dados
juntados pelo IPEA e pelo Fórum Brasileiro de Segurança
Pública, em 1996 o Brasil sofria com uma taxa anual de
homicídios por 100 mil habitantes da ordem de 24,7. Em 2017,
alcançamos o índice recorde de 31,5 mortes para cada 100 mil
habitantes – um índice mais ou menos 10 vezes maior que a
média dos países que pertencem à OCDE. Isso para não
contabilizar os mais de 50 mil estupros que ocorrem no Brasil
todo ano, e o fato de termos um número de assaltos duas vezes
maior que a média mundial. Que grande “defesa do direito à
segurança de todos os cidadãos”...
Muitas argumentações esquerdistas procuram criar uma
tradição, um legado, onde não existe nenhum, e então convencer
a opinião pública deste mesmo legado.
Manipulando a linguagem, eles tentam convencer você de
que o esquerdismo “sempre defendeu” e “sempre esteve do lado”
da lei, da justiça, da classe trabalhadora, dos desfavorecidos, da
democracia, da ética, da liberdade religiosa e do direito à vida. Na
prática, o que ocorreu sempre foi exatamente o inverso disso.
Sem embargo, neste meio tempo, você recebeu e continua
recebendo uma intensa programação para acreditar nas
“tradições virtuosas” que o Esquerdismo jamais teve e jamais
terá.
Mas agora você já sabe reconhecer isso.

4.4. NOVIDADE

A Falácia da Novidade seria mais ou menos o contrário da


Falácia da Tradição: ela sugere que algo é certo, melhor ou mais
verdadeiro apenas porque é mais novo.
Este tipo de recurso também pode ser utilizado de maneira
invertida, também, sugerindo que uma coisa é errada, pior ou
falsa justamente por ser nova.
No final, o truque é o mesmo: tornar a característica de
novidade de algo uma balança que define todas as demais
qualidades daquele algo.
Assim como ocorre com a tradição, uma novidade pode
parecer benéfica, mas isto não basta para que ela seja
considerada legítima, boa, correta ou positiva. Como escreveu o
filósofo Baltasar Gracián em 1647, no livro A Arte da Prudência,
“o mistério da novidade, por ter a característica de segredo,
tende a provocar veneração”.
A Falácia da Novidade em geral tenta explorar essa
veneração, esse nosso deslumbramento. Ao provocar
estupefação, a Novidade pode deixar a mente vulnerável para a
mensagem que ela traz: ficamos babando na forma e nos
esquecemos de prestar a devida atenção ao conteúdo.
Na campanha de 2018, a esquerda utilizou a Falácia da
Novidade associada a um apelo emocional do medo para atacar a
campanha do presidente Bolsonaro com slogans como:

“Bolsonaro é uma novidade, e o fato de ele ter uma


chance de ser eleito é um sinal de tempos
desesperados” – Portal InfoMoney, 28 de junho de 2018.

“Bolsonaro é uma ameaça à democracia brasileira” –


Portal Vermelho, 05 de outubro de 2018.

"Bolsonaro é ameaça para democracia do Brasil, diz


imprensa estrangeira" – Revista Veja, outubro de 2018.

“Bolsonaro colocará em risco a democracia no Brasil"


– Revista Exame, outubro de 2018.

Em todos estes casos, muito mais que uma Falácia do Medo,


o que estava implícita era uma exploração do lado negativo de
uma Falácia da Novidade.
Uma vez eleito, Bolsonaro se concretizou em algo que as
pessoas vivas no Brasil jamais viram: um governo de Direita
Conservador. E a Falácia da Novidade continuou sendo explorada
pela esquerda:

"Bolsonaro é uma ameaça para a Amazônia" – Jornal


Folha de São Paulo, agosto de 2019.

"Bolsonaro ameaça o acordo do Mercosul com a União


Europeia" – Portal UOL Notícias, agosto de 2019.

"Bolsonaro é uma ameaça para as terras indígenas" –


Revista IstoÉ, setembro de 2019.

"Bolsonaro é grave ameaça ao futuro do Brasil" – Portal


do PT, setembro de 2019
"Governo Bolsonaro é uma ameaça ao Fundeb" – Portal
Amazonas Atual, setembro de 2019

Em todas estas notícias, a maior ameaça estava na novidade.


Um governo de Direita é uma novidade. E uma novidade pode ser
ruim, afinal, ninguém sabe para onde ela vai... então a esquerda
apela para isso prenunciado uma tragédia! Com base nos fatos?
Não, com base na novidade.
Recentemente, a Direita se deixou levar por uma sequência
enorme de Falácias da Novidade. O Conservadorismo estava
dormente no nosso país desde a constituição de 1891. Em março
de 2015, um sentimento de revolta com os crimes e os abusos da
Esquerda sacudiu o berço esplêndido da pátria amada, fazendo o
Conservadorismo despertar. Novas vozes e novas lideranças
surgiram, se fizeram ouvir, e culminaram com a eleição de um
Presidente da República com um programa de governo e ideias
de gestão fundamentalmente de Direita.
Contudo, na onda que trouxe este Presidente, e na onda que
ele mesmo provocou com sua vitória nas eleições, algumas
novidades vieram na garupa. Muitas dessas novidades (pessoas,
celebridades e políticos que pareciam ser de Direita e haviam sido
saudados como boas novidades Conservadoras) não passavam de
Falácias e tiveram seus narcisismos oportunistas desmascarados.
Algumas ainda estão por aí, ensaiando seus voos de galinha, mas
não devem ir longe.
Nossa curiosidade humana nos faz gostar de algumas coisas
novas, mas esta mesma natureza humana também nos faz ter um
apreço ainda maior por coisas antiquadas como Honra, Lealdade
e pela Amizade com pessoas realmente virtuosas.
Um Conservador não é contra a novidade. Ele é apenas
criterioso quando lida com modismos, tendo por princípio
escolher e separar com sabedoria as novidades que são legítimas
daquelas que não passam de fogo de palha. Seja atento e
prudente: uma novidade não é boa ou ruim. Ela é apenas nova.
Não julgue algo pela originalidade: julgue pelas atitudes, pelos
fatos e pelos resultados reais. É assim que você evitará tropeçar e
se tornará capaz de desconstruir este tipo de Falácia.
4.5. DINHEIRO

Poderíamos considerar a Falácia do Dinheiro como a uma


variação quantitativa da falácia da Novidade: algo é apresentado
como mais legítimo e confiável não porque é novo, mas porque é
mais caro que sua alternativa.
Ter dinheiro é ótimo. Dinheiro pode comprar apoio,
segurança e proteção, mas não basta para comprar a Lógica, a
Razão, a Congruência e muito menos a Verdade. Não acredite em
algo porque foi dito ou feito por alguém mais rico ou que gasta
mais dinheiro que você. Observe este exemplo:
Em valores corrigidos segundo a cotação do dólar ao final de
cada ano de referência, e utilizando apenas dados oficiais
registrados no TSE, temos que a campanha do criminoso Lula
para Presidência da República em 2002 custou US$ 11 milhões
(R$ 39 milhões).
Em 2006, o condenado Lula reelegeu-se gastando US$ 48
milhões (R$ 104 milhões).
Em 2010, a comunopetista Dilma Rousseff se elegeu
Presidente da República gastando US$ 92 milhões (R$ 153
milhões).
Em 2014, a terrorista Rousseff se reelegeu aos custos de US$
132 milhões (R$ 350 milhões).
Em 2018, Jair Bolsonaro conquistou a Presidência da
República investindo US$ 0,48 milhão em sua campanha (R$ 1,7
milhões de reais) – ou 20 vezes menos que a dupla socialista-
comunista da esquerda.
Se fôssemos considerar o Dinheiro como balizador da
qualidade de um político, cometeríamos a burrice imperdoável de
considerar que uma Rousseff é 275 vezes mais competente que
um Bolsonaro.
Parafraseando o sermão “Christ and His Co-Workers”,
datado de 1886 e de autoria do pregador batista britânico Charles
Haddon Spurgeon, podemos dizer que “a Verdade é como um
leão: você não precisa defendê-la. Deixe-a solta e ela se
defenderá a si mesma” – com ou sem vinténs no bolso.
As evidências que apoiam os argumentos devem ser fatos,
mas estes fatos não incluem contracheques, qualquer que sejam
seus valores deles. No final, não quero saber quanto você tem:
quero saber quanto você anda fazendo com quem você é. E
é assim que se desmonta uma Falácia do Dinheiro.

5. CAUSA-EFEITO

As Falácias de Causa-Efeito não apelam para emoções ou


valores, mas para autênticos sofismos.
Em filosofia, sofismo (ou silogismo sofista) é um raciocínio
onde o argumentador procura defender sua alegação
empregando associações aparentemente lógicas, mas que, no
fundo, são absolutamente incongruentes. Em alguns casos, o
sofismo pode ocorrer por ignorância, e não configura exatamente
um sofismo, mas um paralogismo. É um engano bobo, sem
intenção. Na maioria das vezes, entretanto, os sofismos de Causa-
Efeito derivam de pura má fé mesmo.
Aqui vale uma observação: é comum diferentes categorias de
falácias se misturarem. Podemos ter Falácias Emocionais que se
apresentam com roupas de Falácias Mentais, e vice-versa. Uma
Falácia Mental de Autoridade pode vir com temperos de Falácia
Emocional do Medo; uma Falácia Mental de Bom Senso pode
acompanhar-se de uma Falácia Emocional de Esperança, e por aí
vai. Desde que você saiba que estas Falácias existem, e mantenha
o radar ligado para detectá-las, seu raciocínio lógico estará
protegido desse tipo de influência.
No caso das Falácias de Causa-Efeito, você verá que muitas
delas fazem apelos Emocionais e Mentais, e isso é esperado.
Afinal, se você tem uma faca e um fuzil, porque escolher um dos
dois para o campo de batalha quando pode usar ambos ao mesmo
tempo? Saia bem armado de mentiras e você terá mentiras para
qualquer situação! Assim funciona a mentalidade esquerdista.
Os 4 tipos mais comuns de Falácias de Causa-Efeito incluem:
Causa Única
Associação Remota
Generalização
Lógica Circular.

Vamos a elas:

5.1. CAUSA ÚNICA

A Falácia de Causa Única propõe que depois de tal coisa


aconteceu tal coisa (correlação), ou que junto a tal coisa
aconteceu tal coisa (associação).
Em ambos os casos, o argumentador observa dois eventos, A
e B, e descarta quaisquer contextos prévios ou correlacionados,
assumindo de maneira irrevogável que o evento A
necessariamente causou o evento B. Porém, Correlação e
Associação não são o mesmo que causa.
Se um sujeito coçou a orelha e depois infartou, isso não
significa que coçar a orelha causa infartos. De acordo com o
Ministério da Saúde, a cada ano, mais de 70 pessoas morrem por
infarto no Brasil. Pessoas infartadas chegam às salas de
emergência dos hospitais brasileiros todos os dias, aos montes. A
imensa maioria delas têm sobrancelhas. Então poderíamos dizer
que sobrancelhas – e não orelhas – causam infarto?
Pode parecer engraçado, mas é dessa maneira que a Falácia
de Causa Única funciona. E, por coisas assim, a falácia da Causa
Única é o que está por trás das superstições e do uso amuletos e
objetos da sorte:

Eu entrei com o pé direito na sala de aula e tirei uma


nota boa em matemática. Entrar como o pé direito na
sala de aula antes das provas é fundamental pra ter
você se sair bem!

“Sorte” e “azar” não são classificações exatamente coerentes


ou científicas para as contingências do mundo. Nossas
interpretações de sorte ou azar são apenas significados que
colamos nas coisas que nos acontecem para que elas tenham um
sentido mais agradável ou previsível. Você pode ter tido um dia
péssimo, mas isso dificilmente estará relacionado ao fato de ter
passado debaixo de uma escada ou ter quebrado um espelho
alguns anos atrás.

Ah, o capitalismo produz miséria e violência.

O fato de haver miséria ou violência em países capitalistas


não condiciona um ao outro: tanto países capitalistas quanto
países não-capitalistas apresentam miséria e violência. Na
verdade, países mais capitalistas tendem a apresentar menos
miséria que países menos capitalistas. E o conjunto dos 20
Países Mais Capitalistas do Mundo apresenta taxas de homicídio
intencional 600% menores que aquelas observadas no conjunto
dos 20 Países Menos Capitalistas. Ou seja: parece que, se for
para associar o capitalismo a alguma coisa, o mais sensato é
associá-lo a condições de vida mais prósperas e pacíficas.

“Lula foi preso para que o PT não ganhasse no


primeiro turno”.

Quem disse isso foi Adolfo Pérez Esquivel, argentino


ganhador do Nobel da Paz de 1980, em entrevista para o Jornal
El País, outubro de 2018. Esquivel tentou construir uma
narrativa falaciosa como se a única explicação para a prisão do
criminoso, a única causa, fossem as eleições presidenciais.
O molusco não cometeu crime algum, imagina...
O processo que o condenou em julho de 2017 tem 230
páginas e mais de mil itens. Em 2018, o nove dedos foi
condenado em 2ª instância em decisão unânime, de 3
desembargadores que revisaram todo o processo. E eles não
apenas mantiveram a condenação, como aumentaram a pena
para 12 anos e 1 mês no caso do triplex em Guarujá. Mas todo
este rito processual só ocorreu e teve o desfecho que teve só por
causa da eleição. Só por causa disso. Nada a ver com provas
contundentes de corrupção, tráfico de influências ou recebimento
de propinas... Quê isso. Pergunta lá pra Marina e ela te conta a
verdade.
Em 2019, a deputada Tábata Amaral, herdeira do trono de
musa socialista que já pertenceu à comunista Manuela D´Ávila,
propôs que a reserva de cadeiras para mulheres no Parlamento
seria a única forma de garantirmos que as mulheres tivessem
uma representação igualitária no congresso.
Bem, de acordo com a Justiça Eleitoral, o Brasil tem 147
milhões de eleitores, sendo que mais de 77 milhões são mulheres.
Ou seja: as mulheres correspondem a 52% do eleitorado
brasileiro. No entanto, as candidaturas femininas em geral
representaram apenas cerca de 30% do total de candidaturas.
Este limite mínimo de 30% está resguardado pela Lei nº
9.504/97, a chamada Lei das Eleições, que determina que cada
partido ou coligação preencha o mínimo de 30% e o máximo de
70% para candidaturas de cada sexo.
Já existe uma lei garantindo espaço para as candidaturas
femininas. E as mulheres representam a maioria dos eleitores. Se
elas são apenas 15% dos membros do Congresso, isso não se deve
à falta de candidatas, mas às preferências das mulheres que
votam: as mulheres elegem 85% dos seus representantes políticos
entre os homens. Isso não decorre exatamente da “misoginia
tóxica da comunidade machista branca opressora”. É muito
mais uma decorrência da escolha das mulheres livres por quem
elas irão votar a cada eleição e de uma praga chamada Coeficiente
Eleitoral.
As Falácias de Causa Única também podem vir disfarçadas de
preocupação ambiental, como no seguinte raciocínio torto:

Ah, quando o Bolsonaro assumiu, ocorreram


queimadas na Amazônia. Por causa do Bolsonaro, a
floresta está sendo destruída!

Por mais absurdo que possa parecer, passamos recentemente


por esta histeria, quando o silogismo esquerdista
convenientemente descartou as ocorrências de queimadas
sazonais, o período de seca e as aferições que mostravam que as
áreas de incêndio estavam até um pouco abaixo da média da série
história. Todas estas evidências foram jogadas no lixo em nome
de uma narrativa de Causa-Efeito que mostrasse, acima de
qualquer dúvida, que o Presidente eleito Jair Bolsonaro estava
navegando pela bacia Amazônica armado com um lança-chamas
e queimando girafas e elefantes nativos da região. Uma Falácia de
Causa Única para ninguém botar defeito. Não demora, irão
acusá-lo também de espalhar óleo nas praias do nordeste, do
calor do sol, do frio do inverno, da chuva molhada, do fim dos
dinossauros e da Extinção do Permiano.
Nas mãos da esquerda, as adaptações do enredo da Falácia da
Causa Única ultrapassam com facilidade os limites de qualquer
surto esquizofrênico. Jamais se surpreenda com isso.

5.2. ASSOCIAÇÃO REMOTA

A Falácia da Associação Remota compara similaridades entre


eventos completamente distintos tentando fundamentar uma
conclusão “lógica”. Por exemplo: você joga uma moeda 10 vezes e
ela cai 10 vezes com a “cara” para cima. Na 11ª primeira vez, ela
dá “coroa”. Você então produz um raciocínio prevendo que as
próximas 9 vezes serão coroa também. Afinal, deve haver um
“equilíbrio” entre as probabilidades...
É um fato que passado, presente e futuro possuem relações
de causa-efeito, mas apenas raramente somos capazes entender
todas as causas e de prever com exatidão todos os efeitos.
Um bom exemplo de Associação Remota é a frase clássica:

O galo sempre canta antes do nascer do Sol. Logo, o sol


nasce porque o galo canta.

A Falácia da Associação Remota também aparece em


alegações do tipo:

Pílula anticoncepcional engorda.

Os efeitos colaterais mais comuns da pílula anticoncepcional


incluem menstruações fora de hora, mamas doloridas, náuseas e
dores de cabeça. Em algumas poucas mulheres, a pílula pode
resultar em um pequeno ganho de peso devido retenção de
líquidos. Todavia, dezenas de estudos científicos de boa
qualidade realizados nos últimos 50 anos não encontraram
qualquer evidência de que a pílula cause ganhe ponderal na
maioria das usuárias. Naqueles raros casos em que ocorre, o
ganho de peso é irrisório, mínimo e temporário, desaparecendo
em 2 a 3 meses. O mais provável é que o início do uso da pílula
contraceptiva também marque o início de algumas mudanças de
estilo de vida, maior independência na escolha dos alimentos, e
hábitos mais sedentários. A causa do ganho de peso estaria aí,
não na pílula. Se pílula engordasse, deveríamos levar pílulas para
as crianças famintas na África, e não comida.

Outras duas Falácias de Associação Remota comuns incluem


declarações como:

Ah, antigamente não havia tanto câncer. Com a


industrialização, a incidência de câncer aumentou no
mundo todo. O aumento dos casos de câncer foi
causado pela industrialização.

Ah, antigamente, não existiam tantos casos de


autismo. Depois que as crianças passaram a ser
vacinadas, os casos de autismo explodiram. As vacinas
causam autismo!

Quanto à epidemia de câncer no mundo moderno: será que o


câncer é uma doença exclusiva das sociedades pós-industriais ou
antigamente as pessoas simplesmente morriam de câncer, mas
não havia recursos tecnológicos e acesso a atendimentos médicos
suficientes para determinar o diagnóstico corretamente? Talvez a
Industrialização não tenha exatamente detonado sua saúde, mas
tenha melhorado a eficiência da medicina e facilitado o acesso a
recursos que permitem diagnósticos mais precisos: hoje, somos 7
vezes mais populosos e vivemos em média 20 anos a mais que
nossos avós. Deve ser porque o câncer tá matando todo mundo,
né?
Quanto à associação entre autismo e vacinas: a Vacina
Tríplice Viral é feita com vírus vivos atenuados de sarampo,
rubéola e caxumba. Para ser considerado protegido, é preciso
tomar duas doses na vida, com intervalo mínimo de um mês
entre uma e outra. No Brasil, a primeira dose de vacina tríplice é
aplicada a partir dos 6 meses de idade, e a segunda dose é dada
entre 1 e 2 anos de idade. Pois bem:
Em 1998 um médico britânico, Andrew Wakefield, publicou
um pequeno estudo na revista The Lancet envolvendo 12
pacientes, sugerindo uma associação entre o autismo e a vacina
tríplice viral. Após a publicação do trabalho Wakefield, se seguiu
uma onda de pânico que levou muitos pais a deixarem de vacinar
seus filhos. Como resultado, epidemias de sarampo começaram a
pipocar pelo mundo.
Com o pânico e desordem instalados, vários investigadores
tentaram confirmar a ligação entre a tríplice viral e os casos de
autismo, mas nenhum teve sucesso. O estudo de Wakefield
acabou por se revelar nada mais do que uma fraude, e foi retirado
do ar no site da revista onde foi publicado. Mais tarde se
descobriu que Wakefield tinha recebido dinheiro para provar a
ligação entre o autismo e a vacina tríplice: ele havia desenvolvido
uma vacina concorrente e esperava estourar nas vendas caso
conseguisse abalar a confiança de todo mundo na segurança da
vacina tradicional. Infelizmente, a notícia da fraude de
Wakefield não teve tanta repercussão, e o estrago estava feito.
Por causa de uma fraude e de paranoias irracionais, muitas
vidas foram e continuam a ser colocadas em risco. Quanto ao
médico estelionatário Wakefield, ele se mudou para os EUA,
onde tem uma excelente qualidade de vida patrocinada por
celebridades, além de ser visto como um mártir do movimento
anti-vacinação.

Outros exemplos de Falácia Causa-Efeito do tipo Associação


Remota incluem coisas do tipo:

"(a candidatura Bolsonaro) abriu espaço para o


assassinato do querido mestre de capoeira Moa do
Catendê, o estupro a outra universitária que usava o
adesivo ELE NÃO e outros mais de 50 casos de
violência relacionados a apoiadores dele. A violência
chegou junto com intolerância, preconceito e
discriminação” – Daniela Mercury, Jornal El País, outubro de
2018.

“Apoiadores de Bolsonaro realizaram pelo menos 50


ataques em todo o país” – Portal Agência Pública, outubro de
2018.

Sim, tudo isso foi ordenado por quem desejava ver o


Bolsonaro eleito, né? Nada a ver com os terroristas da esquerda
que assaltaram, sequestraram e torturaram pessoas durante
décadas em diversos países para fazer valer sua ideologia
genocida...
Faz bastante sentido pessoas que querem ver um candidato
eleito se comportarem dessa maneira para conquistar votos a
favor do mesmo candidato, realmente.
Fala sério...

5.3. A FALÁCIA DA GENERALIZAÇÃO

A Falácia da Generalização propõe que ocorrências


heterogêneas e aleatórias podem ser agrupadas por meio da
trivialização de crenças. Ela poderia ser considerada um
cruzamento da Falácia da Causa Única e da Falácia da Associação
Remota. Veja alguns exemplos:

Pessoas que usam óculos são mais inteligentes.

Negros são melhores no atletismo.

Mulheres não sabem dirigir.

Ricos são esnobes.

Matemática é troço complicado.

Perder peso é difícil.


O amor supera tudo, etc.

A Falácia da Generalização também pode ser encontrada em


nomes de seriados famosos na TV (Todo mundo odeia o Chris),
em lendas urbanas (Lei de Murphy), e em discursos que abusam
de termos como feminismo, machismo, fascismo, racismo,
opressão, discriminação, preconceito, empoderamento,
desigualdade social, certeza, global, sempre, nunca, tudo, todos,
“em prol da paz” e “nunca antes na história desse país”... Como
essas expressões podem se referir a quase qualquer coisa, elas se
referem especificamente a mais ou menos quase nada.
Outros exemplos de falácia da generalização incluem
manchetes e notícias como:

“Bolsonaro não é nome certo para o segundo turno” –


Carta Capital, 14 de setembro de 2018.

“O governo de Bolsonaro tem tudo para ser uma


catástrofe para o meio ambiente” – Portal Vice, 24 de
outubro de 2018.

“Governo Bolsonaro é definido como catástrofe global”


– Blog da Cidadania, 02 de janeiro de 2019.

“Bolsonaro sempre sinalizou que afrouxaria


preservação ambiental” – Folha de São Paulo, setembro de
2019.

“Governo Bolsonaro é o mais entreguista da nossa


história” – Blog da Cidadania, 10 de outubro de 2019.

A Falácia da Generalização é sedutora como retórica, mas


não passa de mais uma distração para corromper a Lógica,
eliminando a obrigação de investigar os dados relevantes.
Infelizmente, devido à natureza de nossas interações e à urgência
que temos por aceitação, nos tornamos tornaram mestres em
generalizar tudo, o tempo todo. E isto é, em si, uma
generalização.
5.4. LÓGICA CIRCULAR

Sem dúvida alguma, a Lógica Circular é a forma mais


divertida de Falácia de Causa-Efeito. Basicamente, a Falácia da
Lógica Circular se apresenta com argumentos do tipo: “A é
verdadeiro porque B é verdadeiro; e B é verdadeiro por que A é
verdadeiro”. Ou seja: uma conclusão deriva de uma premissa que
deriva da... conclusão!
Nesta Falácia, o enganador pode dizer coisas como:

O direito de recusar uma revista policial só interessa


para pessoas com algo para esconder, porque apenas
pessoas com algo para esconder se recusam a ser
revistadas pela polícia.

De acordo com minha mente, minha mente é confiável


e infalível.

O socialismo é bom porque os socialistas dizem que ele


é justo, e eu sei que ele é justo porque os socialistas
dizem que ele é bom.

Marx estava certo, por isso você não deve duvidar do


comunismo.

O Aborto deveria ser legalizado, pois as mulheres


devem ter o direito de abortar.

Você não deve reagir a uma agressão, porque pessoas


que reagem são agredidas.

É lógico que o porte de armas deve ser proibido! Afinal


de contas, portar armas é contra a lei!

Apenas alguém com problemas mentais tentaria matar


outra pessoa, então qualquer pessoa que mate outra
automaticamente pode ser considerada um doente
mental.

E por aí vai.

Quando alguém apresenta um argumento que apenas repete


o que foi pressuposto, esta pessoa não está chegando a qualquer
conclusão. Ela está apenas utilizando sua própria conclusão como
premissa. Isso é no mínimo desonesto.
A Falácia da Lógica Circular, também chamada de petitio
principii (ou “petição de princípio”), não passa de uma atitude
presunçosa disfarçada de argumento.

6. AS FALÁCIAS DEDUTIVAS

As Falácias Dedutivas são uma mistura de Falácias de


Generalização com Falácias do Testemunho, mas apresentam
características um pouco mais elaboradas que uma simples
generalização, e sem um apelo tão abertamente pessoal como as
falácias de testemunho.
As Falácias Dedutivas podem ser divididas em 4 tipos
principais:
Conclusões Precipitadas
Divisão-Composição
Relativismo
Destino

Vamos a elas:

6.1. CONCLUSÕES PRECIPITADAS

Na Falácia da Conclusão Precipitada, o argumentador projeta


em você ou na plateia o modo como ele mesmo se sente em
relação ao tema levantado. Os julgamentos de valor são
apresentados como se fossem propriedades inerentes de um
determinado objeto ou assunto, e não percepções pessoais do
próprio argumentador. Uma pergunta típica dessa Falácia pode
ser exemplificada por:

Por que você acha que o governo esconde a verdade


sobre a presença de extraterrestres no nosso planeta?

Perceba que, neste caso, o argumentador está assumindo que


(a) existem provas irrefutáveis sobre a presença alienígenas, (b)
que o governo sabe disso, e (c) que ele tem se dado nó em pingo
d´água para ocultar o fato. Ele simplesmente pula as etapas para
provar que (a), (b) ou (c) são verdadeiros, oferecendo uma
dedução antecipada sobre o fato e ainda a joga no seu colo, para
que você explique por que você pensa daquela forma.
Uma maneira bastante simples para detectar a Falácia da
Conclusão Precipitada é prestar atenção em frases, colocações e
perguntas que começam com alegações como:

Isso é o mesmo que afirmar que...

Então você está falando que...

O que eu percebo é que você está tentando dizer que...

De acordo com seu ponto de vista, isso significa que...,


etc.

Na mídia, a Falácia da Conclusão Precipitada costuma ser


apresentada de maneira sorrateira:

“Se Bolsonaro ganhar, estaríamos entrando em um


período de escuridão que teria consequências não só
para o Brasil. Seria a vitória do preconceito e da
intolerância” – Walter Salles, cineasta. Jornal El País, outubro
de 2018.

“Se Jair Bolsonaro vencer o segundo turno das eleições


será uma fissura profunda em nossa sociedade, no país
e no mundo” – Alice Braga, atriz. Jornal El País, outubro de
2018.

"Bolsonaro colocará em risco a democracia" – Financial


Times, outubro de 2018.

"Reforma da Previdência vai privilegiar bancos e


prejudicar mulheres" – Portal da CUT, março de 2019.

“Para Maia, Governo Bolsonaro é deserto de ideias” –


Revista Exame, 23 de março de 2019.

Percebe como as conclusões dos argumentos tentam se exibir


como uma deduções aparentemente “lógicas, isentas e
abnegadas”? Mas a Conclusão Precipitada não é nada lógica.
Muito menos isenta ou altruísta. Ela é um engodo.
Se o argumentador estivesse realmente interessado em sua
opinião sobre o tema, ele não sairia tirando as próprias
conclusões e rotulando-as como se fossem suas, e não dele como
de fato são.
Se ele estivesse honestamente em busca da Verdade sobre o
que você entende ou deduz acerca de um assunto, ele
simplesmente perguntaria, sem papas na língua: “E o que você
pensa sobre isso?”.

6.2. DIVISÃO-COMPOSIÇÃO

Na Falácia da Divisão, o argumentador presume que as


características de um grupo podem ser automaticamente
divididas entre todos as pessoas individuais daquele grupo.
A Falácia da Composição é o inverso da Divisão: o
argumentador presume que as características de uma pessoa
individual podem ser aplicadas ao conjunto (composição) de
todas as pessoas daquele grupo:

Por exemplo, ele poderá dizer:


Pessoas que são contra o aborto são completamente
intolerantes e preconceituosas, e se você é contra o
aborto, então você é um desses. (Divisão)

Pessoas que são a favor da liberação de armas são


violentas, e se você é favor das armas, então você é um
desses. (Divisão)

Eu tenho um amigo de Direita que é homofóbico. Mas é


assim mesmo: todo mundo de Direita odeia gays.
(Composição)

Conheço um sujeito que votou no Bolsonaro que é um


grosso ignorante. Mas é assim mesmo: todo mundo que
votou no Bolsonaro é desse jeito. (Composição)

Na mídia, a esquerda costuma explorar a Falácia da


Divisão-Composição publicando manchetes doutrinárias como:

“Eleitor de Bolsonaro agride ex-reitor em biblioteca” –


Revista Fórum, outubro de 2018.

“Eleitores de Bolsonaro atacam mulher transexual” –


Jornal GGN, outubro de 2018.

“Eleitor de Bolsonaro ameaça jovem com arma de fogo


após marcar encontro no Grindr” – Portal UOL, outubro
de 2018.

“Eleitores de Bolsonaro são suspeitos de agressões no


Recife” – Portal Folha de Pernambuco, outubro de 2018.

“Manifestantes de extrema direita ameaçam e agridem


imigrantes” – Jornal Esquerda Diário, outubro de 2018.

“Miliciano acusado de matar Marielle é apoiador de


Bolsonaro; outro acusado mora no mesmo condomínio
do presidente” – Portal Politika, 12 março de 2019.
“Militar da Aeronáutica que dava apoio à comitiva de
Bolsonaro foi preso na Espanha com drogas” – O Globo,
26 de junho de 2019.

“Suposto hacker preso pela PF é apoiador de


Bolsonaro” – Brasil 247, 25 de julho de 2019.

Percebe como em todos estes casos a intenção é transmitir a


característica de um grupo para a pessoa ou de uma pessoa para
um grupo? E é assim que a Falácia da Divisão-Composição
funciona.

6.3. RELATIVISMO

A Falácia do Relativismo parte da dedução de que não existe


uma verdade absoluta, e de que todas as CERTEZAS que nós
dizemos existir devem ser sempre abordadas levando-se em
consideração o contexto, a cultura, as equivalências improváveis,
as emoções particulares, etc.
“Ah, isso pode ser verdade para você, mas não é para mim”,
dizem os relativistas. Ao que eles costumam completar: “Não sou
petista, mas o governo do PT não foi tão ruim assim: podia ser
pior”.
Se esse tipo de Relativismo Moral estivesse correto,
deveríamos perdoar a ladroagem do petismo devido à existência
de problemas maiores ou mais importantes que isso. Quais
seriam exatamente esses problemas é um segredo nunca
revelado.
Os esquerdistas são craques em utilizar o Relativismo para
retirar o foco do assunto principal sendo debatido. Por meio
deste recursos, eles tentam equivaler a autodefesa a um crime.
Eles equivalem roubos e assaltos a uma “apropriação socialmente
justificável”. E equivalem o criminoso a uma vítima da sociedade
No mundo das falácias esquerdistas, tudo pode ser relativo.
Entretanto, existe outro grupo que tem empregado bastante a
Falácia do Relativismo Moral e da indignação seletiva: o grupo
dos Isentões.
Quando dois argumentos são opostos, os isentões assumem
que a resposta deve estar em algum lugar entre os dois. Para eles,
entre o crime e a honestidade, deve haver um meio termo
negociável. Entre o Certo e o Errado, deve haver um ponto onde
podemos equilibrar ambos. Segundo os Isentões, no ônibus da
Direita e da Esquerda, existe um lugar que não está nem à
Direita, nem à Esquerda. Como isso é possível, eu não sei. E acho
que nem eles sabem. Utilizando o Relativismo, os isentões se
sentem à vontade para criticar tudo, ao mesmo tempo em que se
acham imunes a qualquer crítica.
Eles gostam dizer coisas como:

Ah, você fala isso porque é de Direita...

Ah, você fala isso porque é de Esquerda...

E acham mesmo que uma Guerra Cultural é relativa, e que é


possível estar dos dois lados do combate estando em lado algum.
No final, a lacrosfera dos Isentões utiliza o Relativismo para
mirar sua artilharia apenas no que é cômodo. O partido deles é se
achar uma ideologia acima das ideologias, um partido imune ao
tabuleiro do partidarismo. Eles são as virgens na casa de
meretrício, as crianças de mãozinhas limpas brincando na lama.
Eles são uns palhaços ou apenas covardes. Ou ambos.
Algumas manchetes exemplificam bem o tipo de estratégia de
Falácia do Relativismo dos Isentões. Veja só:

“Por mais pecados que o PT tenha cometido em 13 anos,


e não são poucos, o fato de ter dado foco aos desvalidos
o redime” – Coluna de Paulo Nogueira no Portal O Diário do
Centro do Mundo, em 13 de dezembro de 2015.

“Sou a favor do porte de arma, mas não faz sentido a


pessoa comprar um fuzil e uma metralhadora, como
nos Estados Unidos” – João Amoedo, em entrevista ao jornal
El País, 24 de abril de 2018.
Sob a ameaça de ver a esquerda de volta ao poder nas
eleições presidenciais de 2018, o presidente do partido Novo,
Moisés Jardim, disse o seguinte:

“Não deixamos de nos posicionar contra o PT por


entender que temos programas antagônicos. Mas não é
nosso papel apoiar outro candidato agora” – Jornal O
Antagonista, 15 de outubro de 2018.

Ué... Você é contra o PT, mas não se posiciona abertamente


contra ele? Dá pra ser contra sem ser contra? Um caso
clássico de Falácia do Relativismo.

“O presidente Bolsonaro atua em várias frentes e dá


muita ênfase a assuntos que não são prioritários.
Muitas vezes há ataques às instituições, como vimos
com relação à imprensa, ao Supremo Tribunal Federal,
aos partidos, e ao Congresso” – João Amoêdo, em
entrevista ao jornal O Antagonista, 13 de outubro de 2019.

É preciso governar o país com Honestidade e sabendo


estabelecer prioridades, mas não é honesto nem prioritário
denunciar os incessantes ataques da imprensa, os desmandos dos
ministros do STF, as traições partidárias e os esquemas de
corrupção no Congresso.
Honestidade e Prioridades são relativos. Relativos a quê? Ao
que é conveniente? Então o comportamento Ético deve ser
negociado para diminuir o número de frentes em que seu Caráter
se posiciona em nome do que é Bom e Correto? Isso não é ser
Digno ou Virtuoso. É apenas ser mais um Relativista.
Os isentões são assim. Não compre essa Fanta como sendo
Coca-Cola.

6.4. DESTINO
A Falácia do Destino presume que tudo ocorre por um
motivo, ainda que este motivo seja misterioso. Esse tipo de
Falácia também faz com que divulguemos um pequeno número
de sucessos de um determinado processo sem prestar atenção ao
imenso número de insucessos daquele mesmo processo: você está
pensando em um amigo, e seu amigo liga no seu telefone. Você
concluiu que forças misteriosas do destino promoveram uma
conexão mágica entre seu pensamento e a realidade.
A Esquerda utiliza a Falácia do Destino para fazer apelações
salvacionistas para suas argumentações, como por exemplo:

“Para Hugo Chávez, construir o caminho venezuelano


ao socialismo é o único caminho à redenção e à
salvação da pátria” – G1, 10 de janeiro de 2007.

“Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, compara


Hugo Chávez a Jesus” – Portal Gospel Mais, 6 de agosto de
2013.

“Presidente do PT de Mato Grosso do Sul MS acredita


que „Lula ministro‟ é a salvação do governo petista” –
Portal Midiamax, 16 de março de 2016.

“Dizendo-se perseguido, Lula afirma que não chegou à


presidência sem o dedo de Deus” – Portal Notícias Gospel,
04 de setembro de 2017.

“Vitória de Haddad seria a salvação democrática


nacional” – declaração do filósofo Marcos Nobre, em
reportagem da Revista Forum, em 18 de outubro de 2018.

“Haddad diz que sua campanha se baseia na Bíblia” –


Portal Gospel Prime, 25 de outubro de 2018.

“Eu sou um trabalhador como Jesus Cristo” – Nicolás


Maduro, em reunião com oficiais militares na Venezuela, 3 de
fevereiro de 2019.
É curioso como progressistas, socialistas e comunistas
gostam de apelar para Deus e Cristo em suas falas, ainda que
desde Stálin venham trabalhando pelo extermínio da fé e das
religiões, causando dezenas e dezenas de milhões de mortes e
sendo responsáveis por atrocidades absurdas ao longo do século
XX e do século XXI. Mesmo fazendo tudo isto, os esquerdistas se
acham os Escolhidos, os apontados por Deus para conduzir a
humanidade ao paraíso na Terra. E enquanto espalham suas
Falácias do Destino, vão causando nada além de miséria, fome,
sofrimento, dor e mortes.

7. AS FALÁCIAS DE MANIPULAÇÃO DE CONTEÚDO

O modo de funcionamento destas Falácias está no seu


próprio nome: o argumentador manipula sua alegação de
maneira a construir um beco sem saída – que não tem nada de
beco, e muito menos é sem saída. Não passa de mais uma
estratégia de desatenção, para impedir que o debate se
desenvolva de maneira lógica sobre o tema principal.
As Falácias de Manipulação de Conteúdo se dividem em 5
tipos principais:
Revisão Infinita
Amostragem
Falso Dilema
Impossibilidade de Prova
Mentira Insistente

Vamos a elas:

7.1. REVISÃO INFINITA

O mecanismo da Falácia da Revisão Infinita é bem simples: o


sujeito introduz um argumento e na sequência coloca um MAS
ou um PORÉM para conduzir o argumento a alguma alegação
que o invalide. O grande lance aqui é a possibilidade de levar a
argumentação a uma regressão infinita de MAS e PORÉMS:
Bolsonaro se esforça, MAS não atinge 20% das metas
prometidas.

Ao invés de se concentrar no que foi feito, o argumentador


aqui salienta o que não foi feito. Porém, vivemos em um país
imenso, o 5º mais populoso do mundo, e o 6º maior do mundo
em área territorial e economia. SEMPRE haverá algo para ser
fazer.
Se você for expressar seu argumento fundamentando-se
sobre o que não foi feito, entrará em uma regressão infinita de
alegações que se estenderá até o fim dos tempos. É uma maneira
bem fácil de nunca reconhecer os méritos de alguém.

Bolsonaro pode ter sido eleito democraticamente, MAS


é um dos populistas mais fascistas que eu conheço!

Será que o sujeito sabe o que é fascismo?


Será que ele sabe quem falou “Tudo no Estado, nada contra
o Estado, e nada fora do Estado”?
Quem falou isso foi o esquerdista sociopata Benito Mussolini.
Sob a ditadura fascista de Mussolini, que se estendeu de 1922 a
1943, a Itália se tornou um regime com fortíssima repressão
militar e imenso controle do Estado sobre a Economia. Em 1935,
o Duce invadiu a Abissínia (atual Etiópia), executando mais de 30
mil pessoas. Apoiador de Hitler, deportou mais de 7 mil judeus
italianos para os campos de concentração na Alemanha -
aproximadamente 6 mil destes morreram. A participação da
Itália como uma das potências do Eixo na Segunda Guerra
mundial resultou na morte de mais de 400 mil italianos durante
o conflito.
Se Bolsonaro é um fascista, por que estreitou alianças com
Israel? Por que alguém que defende “Tudo no Estado e nada fora
do Estado” colocaria um sujeito como o Paulo Guedes no
Ministério da Economia?
Se Bolsonaro é um fascista que deseja “nada contra o
Estado”, por que ele tem lutado para garantir ao cidadão de bem
a posse de armas? Quem quer “nada contra o Estado” lá vai
querer uma população armada? Desarmamento é coisa de
Socialista e Comunista: os esquerdistas precisam deixar o
cidadão vulnerável, precisam criar dificuldades para vender
facilidades.

Bolsonaro criou o ministério da Família e Direitos


Humanos, MAS é um machista que vive ofendendo as
mulheres!

É, a geração bisnaguinha da Esquerda não sabe viver sem um


mimimi. Praticamente qualquer coisa que você disser pode ser
torcida pela Falácia da Revisão Infinita para parecer que está
ofendendo alguém de alguma maneira.

Você elogia os altos, MAS porque odeia os baixinhos.

Você gosta de futebol, MAS porque não conhece o


hóquei no gelo.

Se Bolsonaro escolhe café ao invés de suco de laranja, é


acusado de querer acabar com a indústria agrícola de laranja no
Brasil. Se ele pega uma panqueca e não coloca mel em cima, é
porque tem ódio dos apicultores.
A Revisão Infinita sempre dá um jeito de desdobrar sua fala
em algo que não está exatamente relacionado ao tema principal
sendo debatido, conduzido a discussão para uma segunda pauta
desmerecendo o argumento principal.

7.2. AMOSTRAGEM

A Falácia da Amostragem consiste em estabelecer um


argumento a partir da seleção cuidadosa apenas das evidências
que suportem aquela alegação.
Em muitos casos, se parece muito com uma Falácia Dedutiva
do tipo Composição: o “erro” da amostragem está associado à
variabilidade da amostra: ao estudar apenas uma amostra de um
todo, assume-se que a amostra representa com confiança o todo.
Também podemos dizer que a Falácia de Amostragem se
assemelha a uma Falácia de Associação Remota, pois produz
associações distorcidas relacionando variáveis malucas.
Um bom exemplo de Falácia de Amostragem está nas
embalagens de morango: os morangos de cima da caixa parecem
bons, então você conclui, por meio desta amostra, que a caixa
inteira deve estar boa. Quando você chega em casa, descobre que
os morangos podres estavam escondidos no fundo...

Eu não vou cortar o açúcar da dieta: meu avô comeu


açúcar a vida inteira e morreu com mais de 90 anos de
idade.

E desde quando seu avô, uma única pessoa com


características e hábitos bem peculiares, pode ser considerado ele
apenas uma amostragem confiável da população geral?
A Esquerda utiliza a Falácia da Amostragem direto. Por
exemplo: eles citam que uma das provas de que o socialismo
funciona é o fato de Cuba ter um dos melhores sistemas de saúde
do mundo.
A primeira coisa a ser observada aqui é que ter um bom
sistema de saúde não é uma amostra suficiente de que o sistema
político é bom e próspero em seu todo. Você pode ter a melhor
educação do mundo e viver em um país sem liberdade de
expressão, sem liberdade pessoal e sem direito à propriedade
privada. Pegar a educação como “amostragem” das benesses
daquele regime é uma desonestidade para com o sofrimento das
pessoas que vivem sob uma tirania.
A segunda coisa a ser observada é que Cuba não possui um
dos melhores sistemas de saúde do mundo. Em 2018, um estudo
excelente e detalhado publicado na revista The Lancet, utilizando
dados de diversas fontes, incluindo da Organização Mundial de
Saúde, listou 195 nações segundo a qualidade de seus sistemas de
saúde. As 10 primeiras posições foram ocupadas por: França,
Itália, San Marino, Andorra, Malta, Singapura, Espanha, Oman,
Áustria e Japão. Cuba aparece apenas na posição 35. O Brasil
ocupa a posição 125
Outros exemplos de Falácia da Amostragem incluem
manchetes esquerdistas como coisas como:

“Haddad tem 99,4% de chances de ser o novo


presidente, diz matemático da USP” – Revista Forum, 26
de setembro de 2018.

“Bolsonaro perde de Haddad por 45% a 39% no 2º


turno, diz Datafolha” – Revista Veja, 10 de outubro de 2018.

“Se eleição fosse hoje, Haddad venceria Bolsonaro, diz


Datafolha” – Revista Veja, 2 de setembro de 2019.

Em 2014, O Datafolha errou 63% por cento das previsões de


intenção de votos válidos para cargos executivos envolvendo os
principais candidatos no primeiro turno.
Nas eleições municipais de 2016 em São Paulo, as pesquisas
de intenção de voto sempre trouxeram Paulo Skaf (MDB) entre
os dois primeiros colocados, mas o candidato acabou fora da
disputa.
O candidato a prefeito João Doria (PSDB) tinha 38% das
intenções de voto em pesquisa Datafolha divulgada no dia
anterior à votação. O tucano, no entanto, foi eleito ainda no
primeiro turno, com 53% dos votos válidos.
Nas eleições presidenciais de 2018, segundo o Ibope,
Bolsonaro tinha 36% dos votos e Haddad aparecia com 22%. Mas
o que se viu na apuração das urnas foi Bolsonaro com 46% e
Haddad com 29% dos votos.
Mesmo considerando todas as margens de erros possíveis, a
única conclusão sensata (garantindo-se uma improvável
presunção de inocência...) é que estes institutos, matemáticos e
estatísticos estão sofrendo com um caso grave de Falácia da
Amostragem.

7.3. FALSO DILEMA


Na Falácia do Falso Dilema, o conteúdo é manipulado para
parecer que só existem duas opções em um determinado
argumento.
Particularmente, considero o mundo binário, sim. Até se você
questionar dizendo que o mundo não é binário, você está
realizando um raciocínio binário: ou o mundo é binário ou não é.
Então, as coisas são isso ou aquilo.

Ah, mas existe o centro...

Não, meu amigo. O Centro não existe. O centro é um armário


onde os medíocres se escondem para não arcar com os custos da
responsabilidade de emitir uma opinião clara e direta.
Até mesmo o equilíbrio é um sistema binário, onde algo cai
para um lado e então para o outro, parecendo estar estático.
Basta um ventinho ou uma balançada, e o “equilíbrio” se desfaz.
Desfaz-se porque ele nunca houve: o que havia era uma dinâmica
incrível alternando um estado de desequilíbrio com um estado de
equilíbrio.
Ou seja: binarismo novamente.
Porém, na falácia do Falso Dilema, o esquema binário é
apresentando como uma maneira de fechar o argumento fora de
si mesmo. Como sempre, não se trata de uma busca pela
Verdade, para diferenciar o que é bom do que é ruim. A Falácia
do Falso Dilema é uma distração, um engodo para limitar seu
raciocínio dentro de duas opções simplistas que não são
necessariamente condicionantes uma da outra.
Um bom exemplo da Falácia do Falso Dilema propagado pela
mídia esquerdista pode ser visto na afirmação:

“Ainda prefiro acreditar numa vitória de Fernando


Haddad. A outra hipótese seria um desastre para o
Brasil e uma vergonha para os brasileiros” – Chico
Buarque, Jornal El País, outubro de 2018.

Outro exemplo: em um debate, o sujeito pode dizer


Ou o governo faz um contingenciamento da educação,
ou ele melhora a qualidade da educação.

Mas quem disse que mais dinheiro compra melhor educação?


Conheço centenas de pessoas alfabetizadas que não leem um livro
inteiro há vários anos.

Ah, mas livro é caro...

Certo. Alguns livros são. Mas eu já cheguei a distribuir


gratuitamente alguns livros em formato eletrônico para elas. E
elas continuaram sem ler. A boa educação não é uma questão de
dinheiro, unicamente. Ela é muito mais uma questão de Interesse
e Disciplina.

Outro exemplo de Falso Dilema:

Ou o governo faz um contingenciamento da educação,


ou ele melhora a qualidade do ensino.

Neste caso, uma coisa parece necessariamente condicionar


outra, ao mesmo tempo em que elimina da equação a parte mais
fundamental: o interesse do sujeito em adquirir conhecimento.
Sem o interesse do sujeito, meu amigo, você pode investir 1
trilhão em boas escolas e vai tudo continuar a mesma porcaria.

Outros argumentos no estilo da Falácia do Falso Dilema


incluem afirmações como:

Ou você é contra a violência ou você é a favor do porte


de armas. Se você defende as armas, então você é a
favor da violência.

O problema não está em ter mais armas, mas em termos mais


armas nas mãos de bandidos enquanto os cidadãos de bem estão
desarmados. Sou a favor das armas e contra a violência, porque
quero justamente equacionar essa situação, dando ao cidadão de
bem o direito de se defender em pé de igualdade.
Se você é contra a política cotas nas universidades,
então você é um burguês preconceituoso que deseja que
os pobres continuem pobres.

Para começo de conversa, um Conservador não é a favor da


pobreza. Um Conservador simplesmente aceita que existem
diferenças de habilidades e vontades entre as pessoas e que não
cabe ao Estado regulamentar isso. Um Conservador é a favor de
que, se um sujeito pobre quiser estudar e enriquecer, ele não deve
ser privado disso ou encontrar obstáculos burocráticos
institucionalizados impedindo seu progresso. Mas não é papel do
estado empurrar o camarada para frente. Ele vai se ele quiser.
Além disso, a política de cotas viola o próprio artigo 5º da
constituição federal brasileira, que diz que “Todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”.
Quando criamos uma distinção para retirar o espaço de um
grupo e facilitar o acesso de outro grupo aos estudos, não
estamos estabelecendo um Direito constitucional, mas
instituindo um Privilégio imoral que viola o princípio da
“igualdade perante a lei”.
No mundo das Falácias Esquerdistas, o Falso Dilema mostra
bem que, para os socialistas, todas as pessoas são iguais, mas
algumas são mais iguais que as outras.

7.4. IMPOSSIBILIDADE DE PROVA

Na Falácia da Impossibilidade de Prova, o argumentador faz


uma afirmação que não pode ser checada se é falsa ou não. Um
argumento típico da Falácia da Impossibilidade de Prova consiste
em dizer algo como:

Você não pode falar que o Comunismo não funciona,


porque nunca houve um país comunista no mundo.

Em parte, este argumentador está certo. Fundamentalmente


falando, nunca houve um país comunista no mundo. O que
tivemos foram países que instalaram o socialismo com a desculpa
de que este seria um caminho para o comunismo. E, todas as
vezes em que essa maluquice foi tentada, ela produziu os frutos
de sempre: escassez, fome, miséria, pobreza e mortes aos
milhões.
Entretanto, apelar para a impossibilidade de prova não prova
coisa alguma exceto que ainda não sabemos de algo. Curiosa e
divertidamente, a Falácia da Impossibilidade de prova exibe a
peculiaridade de poder ser utilizada nos dois sentidos.
Por exemplo, imagine as seguintes premissas:

Ninguém jamais provou que extraterrestres EXISTEM,


então eles não existem.

Ninguém jamais provou que extraterrestres NÃO


EXISTEM, então eles existem.

Quando a mesma estratégia de argumento serve para dizer


duas coisas absolutamente opostas, então esta certamente não é
uma estratégia confiável.
Se você diz que inventou um dispositivo antigravidade, não
cabe a eu provar que o dispositivo é impossível: cabe a você
apresentar a máquina e mostrar que ela funciona. O ônus de
demonstrar que você está certo não compete a ninguém, além de
você mesmo.
A Falácia da impossibilidade de prova é uma tática infantil
para tentar transferir ao outro a responsabilidade de provar que
algo é verdadeiro ou não. Se você não é capaz de sustentar suas
afirmações, então não deveria sequer mostrá-las aos outros.
Evidentemente, este tipo de honestidade e decência não faz parte
do Caráter da Esquerda, então você irá encontrar Falácias da
Impossibilidade de prova aos montes.
Um bom exemplo exagerado da Falácia de Impossibilidade
de Prova foi representado pelo teatro dos Ministros do STF no
final de 2019:
No campo do Direito e da Lei, existe um lema que diz: in
dubio, pro reo (em caso de dúvida, aja a favor do réu). Este
princípio visa evitar que pessoas inocentes sejam condenadas
sem provas. Todavia, ao extrapolar este princípio ao nível do
delírio, o STF não aprovou a prisão em 2ª Instância. O que o STF
fez foi enfiar goela abaixo da sociedade uma imensa Falácia da
Impossibilidade de Prova.
Nossa mídia esquerdista costuma utilizar este tipo de Falácia
em afirmações como:

“Caso Bolsonaro vire presidente, sua gestão deverá


reforçar a lógica racista da violência” – Suellen Guariento
em sua coluna no portal Folha UOL, 23 de setembro de 2018.

Na época da fala da Sra. Guariento, as eleições ainda não


haviam ocorrido, e simplesmente não havia como provar que o
racismo e a violência seriam a tônica de um governo sob
Bolsonaro. Todavia, Bolsonaro jamais havia sido presidente.
Para ser ainda mais sincero, a Direita Conservadora jamais havia
ocupado a cadeira de Presidência da República no Brasil. Então
como saber como isso iria se desenrolar?
Por outro lado, a cadeira da Presidência já foi ocupada pelos
criminosos petistas em nosso país, e sabemos bem o desastre que
eles implantaram: segundo o IPEA, a taxa anual de homicídios
intencionais por 100 mil habitantes em 2002 (início do 1º
mandato de Lula) era de 28,5. Em 2017 (segundo mandato da
Presidente petista Dilma), alcançamos 31,6 homicídios para cada
100 mil habitantes.
Isso significa que, após quase 15 anos de Reinado Petista,
chegamos ao recorde de mais de 170 homicídios por dia. Ou algo
como a queda de um Airbus A320 cheio, todo dia.
Vale lembrar que, no Reinado Petista, a população negra
representava 71% das vítimas de homicídio: a taxa de
assassinatos entre negros no Reinado Petista chegou a 43,1 por
100 mil pessoas, a mais alta de nossa história. Entre jovens
chegou a 69,9 homicídios por 100 mil pessoas.
Os indicadores de Racismo e Violência apenas pioraram
durante o império do comunopetismo. Isto é um fato. Mas dizer
que estes indicadores iriam necessariamente piorar durante o
governo do Presidente Jair Bolsonaro não passava de uma
Falácia em setembro de 2018: Jair Bolsonaro assumiria a
Presidência apenas em janeiro de 2019.
Digno de nota é observar que os dados consolidados já nos
primeiros 6 meses do governo Bolsonaro mostraram exatamente
o oposto do previsto pela Sra. Guariento: quando comparadas as
estatísticas de violência entre janeiro e julho de 2019 com os
dados do mesmo período em 2018, vimos uma redução de 10%
nos casos de estupro; 22% nos casos de homicídio; 22% nos casos
de latrocínio, e de 35% nos casos de roubo a instituições
financeiras.
De um modo geral, os primeiros 6 meses de gestão do
Presidente Bolsonaro, a “lógica racista da violência” foi
subvertida como nunca antes. A Falácia da Impossibilidade de
Prova da Sra. Guariento foi desmascarada justamente pelas
provas!
Nada é mais tóxico para as narrativas da Esquerda que a
Verdade pura e simples dos fatos.

Uma variante da Falácia da Impossibilidade de Prova seria


quando o argumentador acha que seu argumento não precisa
de comprovação: não que o argumento seja impossível de ser
comprovado, mas (segundo o narcisismo do argumentador
falacioso) é absolutamente desnecessário oferecer qualquer
evidência fundamentando-o além da apresentação do próprio
argumento em si – por mais absurdo que o argumento ou essa
atitude seja. Este tipo de variante da Falácia da Impossibilidade
de Prova é conhecida como Falácia ad lapidem – ou Falácia da
Prova Dispensável.
Observe alguns exemplos de ad lapidem na mídia:

"O golpe (contra a ex-presidente Dilma) é machista e


misógino" – Gleisi Hoffman, Portal Rádio Peão Brasil, março
de 2018.

"Bolsonaro comanda a escalada do desmatamento da


Amazônia" – Jornal Água Verde, agosto de 2019.
“O governo Bolsonaro não existe” – O Antagonista, 09 de
maio de 2019.

Neste último caso, eu quase concordo: o governo


Bolsonaro parece simplesmente bom demais para ser verdade.
Mas, para felicidade de nossa nação, ele existe, sim. E tem
produzido frutos preciosíssimos para este país, a despeito dos
ataques falaciosos da Esquerda – a mesma Esquerda que
disseminou morte, corrupção, racismo, ignorância e miséria
durante sua longa e tenebrosa noite comunopetista de quase duas
décadas no comando do Brasil.

7.5. MENTIRA INSISTENTE

A Falácia da Mentira Insistente vai muito além de um


equívoco ou uma tentativa ingênua de enganar: ela é
simplesmente uma inverdade de cabo a rabo. E ela não está ali
como um equívoco ingênuo ou um mero ato falho: aquele
argumento mentiroso está ali com a intenção de ser uma mentira
mesmo, na cara dura.
Ainda que nenhuma forma de manipulação de conteúdo
esteja acima de uma mentira franca, a Falácia da Mentira
insistente nem sempre se apresenta às claras.
Por exemplo, observe a pergunta:

Será que Bolsonaro ainda é um fascista?

Esta é uma dissimulação clássica da Falácia da Mentira


Insistente, pois a resposta a isso implica, de uma maneira ou
outra, que Bolsonaro foi fascista (ou racista, ou machista, ou
qualquer-ista) algum dia. Preste atenção ao AINDA na frase: ele
está ali para imprimir um caráter de “verdade” a algo que não
passa de uma mentira descarada.
A mídia esquerdista usa e abusa da Falácia da Mentira
insistente. Observe mais alguns exemplos:
“Bolsonaro 'jamais terá base' para vencer eleição” –
BBC Brasil, 2 de maio de 2017.

“Bolsonaro não tem chances em 2018” – Jornal GGN, 5 de


maio de 2017.

"Lula defende-se de cabeça erguida, com a clareza de


sua inocência" – Portal Rádio Peão Brasil, março de 2018.

“Bolsonaro bateu no teto e não tem força para se


eleger” – Gazeta do Povo, 16 de junho de 2018.

"Até Paulo Guedes reconhece que Lula é inocente,


contrariando Moro e Bolsonaro" – Portal Central dos
Trabalhadores do Brasil, abril de 2019.

"Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, prefere


“proteger o desenvolvimento” ao invés de proteger o
meio ambiente" – Jornal Nacional, julho de 2019.

"Bolsonaro vai montando a sua ditadura" – Revista


Istoé, setembro de 2019.

"Cuba diz que Bolsonaro delira e anseia pela ditadura


militar" – Revista Veja, setembro de 2019.

“Nunca fui bolsonarista, diz João Doria” – Estadão, 3 de


outubro de 2019.

No segundo semestre de 2019, a rede globolixo se envolveu


em uma narrativa absolutamente mentirosa, tentando incriminar
o presidente Bolsonaro no trágico assassinato da vereadora
carioca Marielle. Mais um exemplo inquestionável de Falácia da
Mentira Insistente.
Mentir está na natureza do caráter da Esquerda. Foi assim no
comunismo, foi assim nazismo, é assim no petismo brasileiro e
em todos seus herdeiros ideológicos.
8. AS FALÁCIAS DE ATAQUE

Por motivos óbvios, as Falácias de Ataque dispensam uma


apresentação conceitual. Basta dizer que as Falácias de Ataque de
se dividem em 2 tipos principais
Desrespeito
Espantalho

Vamos a elas:

8.1. DESRESPEITO

A Falácia do Desrespeito, que os eruditos chamam de Falácia


Ad Hominem, é a Falácia de Ataque mais simples e comum:
quando o argumentador se vê frente a frente com uma alegação
que ele discorda ou não tem como refutar, sua reação é atacar o
portador da mensagem, não a mensagem em si. É o famoso “se
você não gosta da carta, atire no carteiro”.
Ao invés de argumentar de maneira lógica, utilizando fatos e
evidências em busca da verdade, o sujeito simplesmente opta por
jogar pedras no outro, tentando fazê-lo parecer ridículo por causa
de características pessoais, currículo, status socioeconômico ou
qualquer coisa que sirva. A intenção não é abordar o argumento,
mas desconstruir o outro.
Por exemplo: um amigo seu está bem obeso e você
recomenda a ele que faça uma dieta e atividades físicas
regularmente para perder peso. Então ele lhe responde: “Mas
olha quem fala!, logo você com essa barriga de chope aí”
Bem, isso é uma falácia ad hominem.
A Falácia ad hominem é utilizar insultos como se insultos
fossem evidências suficientes para fundamentar uma conclusão.

Bolsonaro fascista!

Bolsonaro homofóbico!
Ah, o Escritório do ódio!

Na mídia esquerdista, você já deve ter se deparado com


vários exemplos de Falácia Ad Hominem. Caso não tenha
prestado atenção, vou lhe mostrara alguns:

"Bolsonaro diz e representa tudo o que abomino e de


que discordo" – Caetano Veloso, Jornal El País, outubro de
2018.

“Bolsonaro e filhos 'não têm mais nenhuma


autoridade' para falar de corrupção, diz José Dirceu” –
BBC News, 12 de dezembro de 2018.

"País é Governado por um bandido, afirma Gleisi


Hoffmann" – Brasil de Fato em julho de 2019.

Como em todos os demais tipos de Falácia, a intenção da


Falácia ad hominem é deslocar o foco da argumentação para
informações que são irrelevantes para a essência do tópico em
debate, mas apresentando estas informações de maneira que elas
sejam capazes de influenciar decisivamente o debate.
A melhor maneira de se livrar de um ad hominem é não
provoca-lo inserindo você mesmo uma falácia assim durante um
debate. Porém, eventualmente, pode acontecer de seu oponente
fazer isso. Neste caso, existem três maneiras de reagir a uma
Falácia ad hominem:
1. Ignorar o ataque. Uma falácia ad hominem não é
exatamente um ataque pessoal a você: ela representa a exaustão
da capacidade de argumentação e raciocínio do outro. Manter-se
impassível na frente de um ataque desses costuma aumentar sua
credibilidade, mostrando que você se recusa a nivelar-se por
baixo com seu oponente. Entretanto, em alguns casos, abandonar
a discussão ou fingir ignorar o ataque não é uma opção viável,
especialmente quando não responder significa de que você, de
alguma maneira, concorda com o que foi exposto pelo atacante –
ainda que isso não seja relevante para o argumento principal.
2. Apontar a irrelevância do ataque, dizendo que aquele
desrespeito pessoal não tem absolutamente qualquer relação com
o argumento sendo debatido. De um modo elegante, você pode
sair da defensiva sem ser ofensivo, dizendo algo como: “Usar
uma falácia ad hominem comigo não vai adiantar, nem serve de
evidência para sustentar seu ponto de vista, meu caro”. Outra
resposta adequada poderia ser: “Eu entendi que você acha que eu
(ou fulano) é X, mas isso não tem coisa alguma a ver com o
assunto que estamos debatendo, então não vou perder meu
tempo discutindo essa bobagem”.
3. Responder diretamente ao ataque, usando um ad
hominem contra o outro. Isso, em geral, assinala o final do
debate razoável e o início de uma série de insultos e xingamentos
que irão adicionar pouca coisa à firmeza do seu ponto de vista ou
ao esclarecimento da discussão. Lembre-se: a violência
frequentemente é o principal (e único) recurso à disposição da
ignorância. Trocar socos não mostra que você está
necessariamente mais certo que o outro. Mostra apenas que você
também tem punhos. Um chimpanzé também tem. E isso não o
torna mais infalível, pertinente ou inteligente que você.

8.2. ESPANTALHO

A Falácia do Espantalho consiste em criar uma caricatura


distorcida da alegação principal e então argumentar contra esta
caricatura ao invés de criticar a alegação inicial em si.
Em debates com esquerdistas, a Falácia do Espantalho é um
recurso sutil empregado com frequência, e é preciso manter um
alto grau de atenção para não cair nessa armadilha. Por exemplo,
vamos dizer que, por um desses azares do destino, você se vê no
meio de uma discussão com um esquerdopata e ele joga algo
como:

Você diz que Bolsonaro é gente boa porque entregou


mais de 4 mil casas para a população carente no sertão
de Pernambuco. Isso é típico de políticos populistas. Eu
não gosto de políticos populistas, eles são um bando de
canalhas falsos. Se você defende Bolsonaro, então você
deve ser mais um desses adoradores de canalhas, né?

É fácil perceber como a Falácia do Espantalho e a Falácia ad


hominem andam juntas. Na verdade, eu diria até que essas duas
falácias são gêmeas siamesas, elas são inseparáveis.

Em outros casos, você pode deparar com alguma assim:

Eduardo Bolsonaro usou dinheiro do fundo partidário


para realizar um encontro de Conservadores. Esse
dinheiro é dos pagadores de impostos, e os impostos
deveriam ser usados para coisas mais importantes,
não com gastos fúteis. Tem gente morrendo nesse país,
gente que poderia ser salva com o dinheiro desses
impostos. Você não se importa de ver essas pessoas
morrendo? Isso é típico de pessoas de Direita!

Nesse caso, a gente tem uma Falácia do Espantalho, com uma


Falácia Ad Hominem e uma Falácia de Generalização, tudo junto.
Eu poderia até dizer que a Falácia do espantalho é um tipo
elaborado de Falácia de Associação remota, mas o Espantalho vai
além. Na Falácia do Espantalho, o sujeito sai criando um desvio
depois do outro em cima do argumento principal, e então o
começa a atacar o espantalho que ele mesmo colocou na mesa
como se aquele raciocínio maluco fosse uma opinião SUA, e não
dele.

9. CONCLUSÃO

Você certamente percebeu que as falácias todas se parecem


bastante, e isso não é surpresa alguma. As Falácias podem se
apresentar como raciocínios superficialmente razoáveis e
honestos. É fácil comprá-las pelo que não são e se perder no meio
delas, enveredando em camadas sobrepostas de incongruência e
se perdendo da busca da Verdade. Por isso, as falácias se
parecem bastante: nenhuma delas tem a Verdade como
objetivo.
O objetivo da Falácia – e do argumentador Falacioso – é
apenas convencer a audiência. E talvez esta seja a coisa mais
importante de todas que você deve manter bem clara na sua
mente.
Muitas vezes, os debates ocorrem por mensagens de texto em
redes sociais. É bem complicado transmitir nuances de intenção
por este meio de comunicação: como fazer o outro perceber que
você está sendo irônico ou intencionalmente exagerado apenas
para mostrar sua concordância com o que o outro está falando?
Para evitar perdas de tempo assim, mostre seu posicionamento
com transparência, e sempre pergunte ao outro “o que
exatamente você quis dizer com isso?”. Além de otimizar o
debate, isto pode ser útil para que você determine se o que está
ocorrendo é um problema de comunicação ou uma Falácia de
verdade.
Caso o que esteja ocorrendo não seja um problema de
conceitos ou alguma outra falha de comunicação, então o mais
provável é que seu argumentador esteja apresentando uma
Falácia. Sempre que perceber isso, sua primeira medida é
compreender que todo argumento é composto de premissas
que são então dispostas de maneira a apoiar a conclusão
apresentada.
Ao deparar com um argumento que você não concorda,
sempre vá devagar com a emoção e empregue sua Razão em 3
passos:
1. Analise a solidez das Premissas. As premissas
apresentadas baseiam-se em fatos e evidências? Afirmações que
utilizam palavras “todos”, “nenhum”, “todo mundo”, “ninguém”,
“sempre” ou “nunca” podem parecer apropriadas algumas vezes,
mas elas necessitam um volume de provas muito maior que
afirmações utilizando termos como “alguns”, “uma parte”,
“poucos”, “algumas vezes” ou “em geral”. Recomendo inclusive
que redobre seu cuidado quando se deparar com argumentos que
falam de “um estudo” ou “segundo uma pesquisa” ou coisas
assim. Quando isto ocorrer, exija a identificação do estudo ou da
pesquisa, e não enverede pelo debate antes de obter esta
informação com toda exatidão possível.
2. Analise a relevância das Premissas. Se as premissas
têm boa qualidade, será que elas estão correta e diretamente
relacionadas ao assunto em debate?
3. Analise a aptidão Falaciosa das Premissas. Caso as
premissas serão solidas e mais ou menos relevantes, ainda assim
será que elas não passam de um desvio do assunto principal
sendo debatido? Elas por acaso podem ser classificadas como
algum tipo de Falácia?

No primeiro e no segundo caso, tudo que você precisa dizer é


ao outro é: “As premissas que você está apresentando não são
relevantes, não se baseiam em fatos ou na realidade, e não estão
diretamente relacionadas ao assunto em debate. Portanto, elas
não passam de achismos superficiais da sua parte. Que tal
melhorar seu raciocínio e fundamentar de verdade seu ponto de
vista dentro do assunto que estamos debatendo? Tenho certeza
de que você é capaz disso”.
No terceiro caso, recomendo que consulte este livro.

Fique sabendo que sempre que você identificar uma Falácia


no discurso do esquerdista à sua frente, ou fizer um comentário
na internet apontando este tipo de falha, a reação do
argumentador em geral será imediata e agressiva: ele fugirá do
constrangimento de ter sido desmascarado acusando você de
fascista, machista, opressor, preconceituoso, burro ou
intolerante. A explicação para isto pode ser encontrada nos
trabalhos de Freud:
As Falácias costumam brotar como mecanismos de defesa do
Ego. Ao ser confrontado com a possibilidade de ter suas
convicções desmascaradas ou refutadas de modo inegável, o
sujeito planta armadilhas, vícios e desvios na argumentação em
curso para escapar da saia justa.
É particularmente fácil derrapar na curva e comprar ou
vender uma Falácia quando alguém possui um vínculo emocional
forte com o tópico sendo debatido. Quanto mais sentimentos são
colocados na mesa, mais as partes lutarão para que uma ou outra
crença prevaleça, a despeito de toda e qualquer evidência em
contrário. Por isso, quando você for expor seus próprios
argumentos, pare por alguns segundos e reveja esses três passos
que eu mencionei: será que seu raciocínio pode ser derrubado por
algum deles?
Utilizar a Lógica para expor as incongruências e desconstruir
os argumentos esquerdistas é algo que está ao alcance de
qualquer pessoa, tudo depende de você ter disposição e controle
emocional para praticar esta “arte”. Mas, uma vez dominada,
você deixará de ser um Eco e se tornará uma Voz.
Se eu consegui pelo menos mostrar a direção geral que leva a
este caminho, então acredito que este pequeno livro terá sido
válido.

10. LINKS PARA AS AULAS ONLINE

A seguir, seguem os links no Youtube para as aulas do Curso


“O MANUAL SECRETO DAS FALÁCIAS ESQUERDISTAS” e
suas datas de publicação.
Enquanto a plataforma não aos censurar de alguma maneira,
todas as aulas permanecerão online e gratuitas para quem se
interessar por elas. As aulas complementam este livro e vice-
versa. Quem sabe, talvez sejam um investimento válido para o
seu tempo assisti-las. Ou pelo menos, assim espero. :)

AULA 01 – INTRODUÇÃO
(publicada em 02/10/2019)
https://www.youtube.com/watch?v=1gyaHF1Qkvc&t=26s

AULA 02 – O QUE SÃO FALÁCIAS?


(publicada em 02/10/2019)
https://www.youtube.com/watch?v=05Q1lThDSOw&t=9s

AULA 03 – FALÁCIAS EMOCIONAIS E A FALÁCIA DO


MEDO
(publicada em 03/10/2019)
https://www.youtube.com/watch?v=GTipkg9Mft4
AULA 04 – A FALÁCIA DA ESPERANÇA
(publicada em 03/10/2019)
https://www.youtube.com/watch?v=pDdvPkdqm88

AULA 05 – A FALÁCIA DA COMPAIXÃO


(publicada em 04/10/2019)
https://www.youtube.com/watch?v=wwJqpTbdCZc

AULA 06 – A FALÁCIA DO ELOGIO


(publicada em 04/10/2019)
https://www.youtube.com/watch?v=jyoXxaOlg2Y

AULA 07 – A FALÁCIA DO TESTEMUNHO


(publicada em 04/10/2019)
https://www.youtube.com/watch?v=Nc7EcjyWYzE

AULA 08 – FALÁCIAS MENTAIS E A FALÁCIA DA


AUTORIDADE
(publicada em 07/10/2019)
https://www.youtube.com/watch?v=hanBsijGwhg

AULA 09 – A FALÁCIA DO SENSO COMUM


(publicada em 08/10/2019)
https://www.youtube.com/watch?v=bpxrQnnTjdU

AULA 10 – A FALÁCIA DA TRADIÇÃO


(publicada em 09/10/2019)
https://www.youtube.com/watch?v=rok_pKMHaKE

AULA 11 – A FALÁCIA DA NOVIDADE


(publicada em 09/10/2019)
https://www.youtube.com/watch?v=f6x0s1ME4qU

AULA 12 – A FALÁCIA DO DINHEIRO


(publicada em 10/10/2019)
https://www.youtube.com/watch?v=tNw-PT4gZ40
AULA 13 – FALÁCIAS DE CAUSA-EFEITO E FALÁCIA
DA CAUSA ÚNICA
(publicada em 10/10/2019)
https://www.youtube.com/watch?v=BBeLn1otoh4

AULA 14 – FALÁCIA DA ASSOCIAÇÃO REMOTA


(publicada em 15/10/2019)
https://www.youtube.com/watch?v=cfRJzsELBjI

AULA 15 – FALÁCIA DA GENERALIZAÇÃO


(publicada em 15/10/2019)
https://www.youtube.com/watch?v=hdZzvSeJHtI

AULA 16 – FALÁCIA DA LÓGICA CIRCULAR


(publicada em 15/10/2019)
https://www.youtube.com/watch?v=jXgqk_p8EqM&t=11s

AULA 17 – FALÁCIAS DEDUTIVAS E AS CONCLUSÕES


PRECIPITADAS
(publicada em 25/10/2019)
https://www.youtube.com/watch?v=aFFtGUvnkxI

AULA 18 – FALÁCIAS DE DIVISÃO-COMPOSIÇÃO


(publicada em 25/10/2019)
https://www.youtube.com/watch?v=48wwrquO-J4

AULA 19 – A FALÁCIA DO RELATIVISMO MORAL


(publicada em 27/10/2019)
https://www.youtube.com/watch?v=d_HBtdhQRAU

AULA 20 – A FALÁCIA DO DESTINO


(publicada em 27/10/2019)
https://www.youtube.com/watch?v=FhsjECkNQHc

AULA 21 – AS FALÁCIAS DE MANIPULAÇÃO DE


CONTEÚDO E A REVISÃO INFINITA
(publicada em 01/11/2019)
https://www.youtube.com/watch?v=beq42-gX6ss
AULA 22 – A FALÁCIA DA AMOSTRAGEM
(publicada em 01/11/2019)
https://www.youtube.com/watch?v=TbYtuhU63P4

AULA 23– A FALÁCIA DO FALSO DILEMA


(publicada em 01/11/2019)
https://www.youtube.com/watch?v=RqvAlXV_mWI

AULA 24 – A FALÁCIA DA IMPOSSIBILIDADE DE


PROVA
(publicada em 20/11/19)
https://www.youtube.com/watch?v=_DIr056Gqdw

AULA 25 – A FALÁCIA DA MENTIRA INSISTENTE


(publicada em 20/11/19)
https://www.youtube.com/watch?v=fz4jBOYmm_4

AULA 26 – AS FALÁCIAS DE ATAQUE E A FALÁCIA DO


DESRESPEITO
(publicada em 22/11/19)
https://www.youtube.com/watch?v=LWowlV5uDXY

AULA 27 – A FALÁCIA DO ESPANTALHO


(publicada em 22/11/19)
https://www.youtube.com/watch?v=RmJYNHcWdr0

AULA 28 – CONCLUSÃO
(publicada em 08/12/19)
https://www.youtube.com/watch?v=PZktQc_2II8&t=11s

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