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Roberto Saboya
Maio, 2019
A redução dos juros já está sendo feita com a redução da dívida pública
através das privatizações e venda do patrimônio público. A Petrobrás, por
exemplo, já vendeu gasodutos, blocos de petróleo, postos de gasolina,
empresas de gás e refinarias, no valor total de US$11,3 bilhões. E tudo
sem greves de petroleiros, campanhas na internet ou passeatas do CUT ou
LGBT. E ainda pretende vender outros US$30 bilhões até o final do ano.
Não existe outra solução, diz Guedes, o Estado brasileiro está quebrado.
Sem as reformas, o governo federal aguentará até o final do mandato,
mas os estados e municípios não. Se o Congresso desmontar o plano, os
funcionários públicos estaduais e municipais ficarão sem receber seus
salários, os policiais, bombeiros, lixeiros e professores entrarão em greve,
os hospitais ficarão sem medicamentos, o desemprego aumentará e o
povo irá às ruas. Dentro de dois anos prefeitos e vereadores perderão
seus empregos e governadores, deputados, senadores e o próprio
presidente ficarão desempregados dentro de quatro.
Guedes conversa com políticos dizendo que nada pode ser feito para
dourar a pílula. Não adianta ficar fatiando aos poucos, pois o que sobrar
será sempre ruim. Cortem e substituam o que quiserem e os eleitores
nunca ficarão satisfeitos. Ninguém gosta de perder dinheiro. Ouçam
Maquiavel* “Os homens esquecem mais rapidamente a morte do pai do
que a perda do património”. O melhor é terminar logo com isso e passar
para uma agenda mais positiva: “O bem se faz aos poucos. O mal, de
repente”, já dizia Maquiavel*.
Vai dar tudo certo, o maquiavélico Plano Guedes vai ser aprovado, o
dinheiro voltará a fluir para os centros de produção e o Brasil voltará a
crescer.
“Onde há uma vontade forte, não pode haver grandes dificuldades (...) Os
homens prudentes sabem tirar proveito de todas as suas ações, mesmo
daquelas a que são obrigados pela necessidade.(...) Empreendedores são
aqueles que entendem que há uma pequena diferença entre obstáculos e
oportunidades e são capazes de transformar ambos em vantagem”.
Nicolau Maquiavel