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RESUMO 3A - SILVA, Flavia Matias.

O ensino de língua inglesa sob uma


perspectiva intercultural: caminhos e desafios. Trabalhos Em Linguística
Aplicada, Campinas, v. 58, n. 1, p. 158-176, jan. / abr. 2019.

Giselda Aparecida de Almeida¹

O artigo de Silva foi elaborado para apresentar o resultado de uma pesquisa


aplicada por uma professora de língua inglesa em duas salas de ensino médio de
uma determinada escola onde ocorreu a aplicação de dois modelos distintos de
inglês em uma sala de ensino médio, o hegemônico, representado por um falante
norte-americano, e o não hegemônico, representado por um falante indiano. Assim
feita, observou-se que os alunos se identificaram com o norte americano. Conclui-se
então que por meio dos aspectos culturais, o aprendiz pode compreender as
escolhas estruturais de outros sistemas linguísticos para dar conta do mesmo
significado, sem que haja julgamento de valor, uma vez que a descoberta de
inúmeras possibilidades de dizer enriquece os falantes. Isso possibilita a co
construção do aprendizado do aluno.

O Inglês como Língua Franca é dito como uma língua vazia onde aceita
várias culturas e sotaques desde que a comunicação seja realizada de forma clara
entre dois falantes. A autora cita vários autores que defendem que se deve enfatizar
a ideia da comunicação com outros falantes não-nativos de inglês ao redor do
mundo é relevante para a aprendizagem de uma nova língua. Assim a autora
recomenda que deve-se promover a conscientização sobre o papel das línguas nas
sociedades e, especialmente, do inglês como língua de comunicação internacional.

No tópico “A heterogeneidade da língua inglesa: questões terminológicas”,


Silva cita Kachru (1985) que já defendia a interculturalidade no ensino de línguas e
define várias terminologias como: ‘World Englishes” onde variantes nativizadas e
emergentes da língua inglesa no mundo, o termo também refere-se às variações
formais e funcionais, contemplando os diferentes contextos sociolinguísticos, e aos
vários tipos de aculturação ao redor do mundo; “WE-ness” que rejeita o
estabelecimento de dicotomias entre falantes nativos e não-nativos, dessa forma,

¹Graduanda do 8° período de Letras Inglês na Universidade Estadual de Montes Claros campus Unaí.
defende a ideia de aproximação e comunhão entre os falantes da língua inglesa ;
“Inner circle” abrange as áreas onde o inglês é a língua materna da população, tais
como Estados Unidos, Irlanda, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Reino Unido;
“Outer Circle” que seria representado por países em que o inglês opera como
segunda língua em comunidades multilíngues e multiculturais como Cingapura,
Nigéria, Índia e Filipinas; “Expanding circle”, que refere-se aos países que
reconhecem o inglês como língua internacional por possuírem uma história de
colonização por parte de países do círculo central, e de também não utilizarem a
língua inglesa como idioma oficial em suas instituições. Neste círculo, o inglês é
geralmente estudado como língua estrangeira e dele fazem parte países como
Portugal, China, Brasil, Egito, Grécia, e muitos outros.

Tais definições foram muito criticadas pelo motivo de naquela época não
existir a possibilidade do pensamento de reconhecer o inglês como uma língua
franca, ou seja, uma língua sem dono, sem barreiras onde todos podem expressar
de maneira confortável. Para que o ensino de língua inglesa aconteça de forma
eficaz, segundo a autora, é necessário o desenvolvimento de uma pedagogia que
vise a desenvolver práticas que saibam transitar pelas diversas nuances da língua
inglesa, superando “estruturas de pensamento, concepções e práticas que não mais
respondem (se é que em algum momento responderam) às verdadeiras
necessidades dos aprendizes globais de inglês.

Em “A língua inglesa na sala de aula sob uma ótica intercultural” Silva


defende que o professor deve mostrar ao aluno que não há o modo correto de falar
o inglês para que ele se sinta à vontade em desenvolver sua aprendizagem
independente do seu modo de falar e se expressar. A autora ainda acrescenta no
tópico a seguir “O professor como mediador intercultural” que dentre tantos desafios,
o professor, sob a ótica da interculturalidade, precisa incentivar os alunos a
reconhecerem a língua em suas especificidades formais, culturais e contextuais. O
professor tem que ser crítico de si mesmo, analisando suas visões e posturas a fim
de que não acabe reproduzindo em suas aulas práticas que mais refletem uma visão
equivocada de língua/cultura.

“O aluno como cidadão intercultural” - deve-se primeiramente aceitar a própria


cultura para depois aceitar novas culturas, ser maleável e homogêneo para novos

¹Graduanda do 8° período de Letras Inglês na Universidade Estadual de Montes Claros campus Unaí.
desafios, aponta a autora. Em “A sala de aula como espaço intercultural” entende-se
que o professor precisa trazer metodologias diferentes para a sala de aula e que se
trabalhe a multiculturalidade mostrando aos alunos não só o inglês mas outras
culturas e línguas diferentes da cultura dos alunos.

Silva aborda em seu texto assuntos extremamente importantes para que o


professor em formação tenha como base um ensino de língua inglesa eficaz e que
atenda também às recomendações das normas da BNCC resultando num
ensino/aprendizagem eficaz com alunos interessados em conhecer novas culturas
que seja diferente da sua própria cultura.

¹Graduanda do 8° período de Letras Inglês na Universidade Estadual de Montes Claros campus Unaí.

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