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MANUAL DE BOLSA

APRENDA A
INVESTIR NA
BOLSA DO ZERO
ÍNDICE
1. O que é a Bolsa de Valores? Origem da Bolsa
Portuguesa. As principais bolsas de valores do
mundo 3

2. Como começar a comprar na Bolsa? 11

3. Ativos para investir na bolsa 21

4. Como criar uma carteira de ações a


partir do zero? 26

5. O que é uma corretora. Tipos de


corretoras em bolsa 28

6. Estilos de investimento em bolsa 31

7. Tipos de análise na bolsa: análise


fundamental e análise técnica 33

8. Como escolher empresas para investir 37

9. Dicas para investir (e não jogar) na


Bolsa de Valores 49

10. Dicas para investir (e não jogar) na Bolsa de


Valores 54
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1. O que é a Bolsa de Valores?


Da mesma forma que se precisarmos de comprar sapatos, vamos à sapataria, ou se pre-
cisarmos de comprar pão, vamos à padaria, existem grandes “lojas”, onde se compram e
vendem os ativos financeiros. Estas “lojas” são as chamadas bolsas de valores.

A bolsa de valores é uma organização privada que oferece as condições necessárias


para que as empresas que necessitam de capital e pessoas e/ou empresas que dispõem
capital, possam realizar transações de compra e venda de títulos, tais como ações de so-
ciedades, obrigações do sector público e privado, certificados ou títulos de participação,
entre outros instrumentos de investimento.

Assim, o objetivo das bolsas de valores é proporcionar aos agentes que intervêm, um
lugar adequado para realizar as suas transacções, onde se reúnem compradores e ven-
dedores, dando lugar à formação de preços dos títulos de oferta pública, de acordo com
a oferta e a procura.

As principais funções da bolsa de valores são as seguintes:

• Contribui para o desenvolvimento do mercado de capitais, permitindo aos interme-


diários e clientes a negociação de títulos e instrumentos financeiros.
• Facilita o fluxo de poupança e investimento no mercado de ações.
• Realiza a colocação primária de instrumentos do mercado de ações e obrigações.
• Proporciona um mercado secundário para a transacção de instrumentos financeiros.
• Promove a regulação do mercado, favorecendo a livre determinação dos preços e a
transparência nas operações.
• Fornece serviços, sistemas e infra-estruturas para o mercado bolsista.

1.1. Origem da Bolsa Portuguesa


Em Portugal, as referências mais remotas relativas ao aparecimento das bolsas cen-
tram-se na Idade Média. O desenvolvimento do comércio originou um maior contacto en-
tre os comerciantes e a presença frequente de negociantes estrangeiros atraía os corre-
tores que, pelo facto de falarem várias línguas, facilitavam as transações de mercadorias.

Em 1495 surge a primeira tentativa de regular a atividade dos corretores de Lisboa, e na


segunda metade do século XVIII surgem as primeiras emissões de ações e os títulos de
dívida pública moderna.

O privilégio das transações de mercadorias, realizadas em bolsa, deixou desde então de


existir. É também com este código que se regulamentam, pela primeira vez, as operações

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a prazo. Finalmente, em Janeiro de 1891 e em Outubro de 1901, respectivamente, são
criadas as Bolsas de Valores do Porto (BVP) e de Lisboa (BVL). Em 1891 surge, pro-
vavelmente, a primeira grande crise financeira com características contemporâneas. O
mercado de capitais português é largamente atingido e os reflexos da conjuntura recessi-
va atingem a maior parte dos títulos cotados na BVL, especialmente os da dívida pública
do Estado português.

E no 25 de abril, o que aconteceu?

A recessão económica internacional causada pelo choque petrolífero de 1973 permite


antever dias difíceis para o mercado de capitais português. Esses dias chegam, de facto,
mas por razões diferentes. A tomada do poder político pelos militares em 25 de Abril
de 1974 constitui um rude golpe para as Bolsas de Valores de Lisboa e do Porto. Estas
encerram de imediato, sendo que a primeira só reabre em 12 de Janeiro de 1976 para a
realização de transacções com obrigações, e em 28 de Fevereiro de 1977, para os negó-
cios com ações.

A BVP reabre em 2 de Janeiro de 1981. A maior parte das sociedades cotadas é naciona-
lizada após o encerramento das Bolsas e quando a BVL reabre definitivamente, apenas
algumas pequenas companhias se encontram cotadas. No mercado primário de valores
mobiliários não se assiste a emissões de ações até 1981. Apenas as obrigações de dívi-
da pública e de empresas nacionalizadas e públicas são emitidas no mercado, com vista
à subscrição pública. Contudo, o financiamento junto do mercado de capitais tem pouca
expressão, quando comparado com o recurso ao crédito bancário e com as transferên-
cias orçamentais por parte do Estado.

1.2. O que é o PSI 20?


PSI (Portuguese Stock Index) é o principal índice da Euronext Lisboa. É o principal ín-
dice de referência do mercado de capitais português. Supostamente deve composto pe-
las ações das vinte maiores empresas cotadas na bolsa de valores de Lisboa e reflete a
evolução dos preços dessas ações, que são as de maior liquidez entre as negociadas no
mercado português. Digo “deve ser composto por 20” pois nos últimos tempos temos tido
apenas 18.

O valor base do PSI-20 remonta a 31 de Dezembro de 1992 e foi de 3000 pontos.

O PSI-20 foi lançado com duas principais funções:

1. Servir de indicador da evolução do mercado acionista português.


2. Servir de suporte à negociação de contratos de futuros e opções

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A capitalização bolsista das emissões que compõem o PSI-20 é ajustada pelo free float,
não podendo cada emissão ter uma ponderação superior a 20% nas datas de revisão
periódica da carteira. Devido às suas características, o índice PSI-20 foi selecionado pelo
mercado para servir de subjacente a produtos estruturados, cuja rentabilidade depende,
de uma ou de outra forma, do comportamento do mercado bolsista português.

Na tabela abaixo podemos ver os atuais componentes, e a sua alocação no índice PSI 20:

COMPONENTE ISIN %

ALTRI SGPS PTALT0AE0002 2.08

B.COM.PORTUGUES PTBCP0AM0015 11.75

CORTICEIRA AMORIM PTCOR0AE0006 2.65

CTT CORREIOS PORT PTCTT0AM0001 2.70

EDP PTEDP0AM0009 11.74

EDP RENOVAVEIS ES0127797019 8.83

F.RAMA PTFRV0AE0004 0.56

GALP ENERGIA-NOM PTGAL0AM0009 12.25

IBERSOL, SGPS PTIBS0AM0008 0.78

J.MARTINS, SGPS PTJMT0AE0001 11.83

MOTA ENGIL PTMEN0AE0005 2.03

NOS, SGPS PTZON0AM0006 8.02

PHAROL PTPTC0AM0009 0.99

REN PTREL0AM0008 6.02

SEMAPA PTSEM0AM0004 3.11

SONAE PTSON0AM0001 6.20

SONAE CAPITAL PTSNP0AE0008 0.55

THE NAVIGATOR COMP PTPTI0AM0006 7.92

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1.3. Euronext
A Euronext formou-se em 2000 é o maior grupo de mercados bolsistas e o mais líquido
a nível mundial. Diariamente, mais de €100 mil milhões são transacionados nas bolsas
da Euronext. Na Europa e nos Estados Unidos, transacionam ações, obrigações e papel
comercial, para além de um leque diversificado de produtos derivados, como sejam futu-
ros, opções e warrants.

Com cerca de 8.000 emissões cotadas (excluindo os Produtos Estruturados Europeus),


os mercados acionistas da NYSE Euronext movimentam um terço do volume total nego-
ciado a nível mundial nos mercados de ações.

1.4. As 10 principais bolsas de valores do mundo e


os seus índices

New York Stock Exchange

A Bolsa de Nova York é o maior mercado de ações do mundo, estabelecido na famosa


Wall Street, foi fundada em 1817. Nesta bolsa estão cotadas cerca de 2.800 empresas
(grandes, pequenas e médias) com uma capitalização de mercado de 19,60 trilhões de
dólares e um volume próximo a 21 trilhões.

É importante mencionar que se fundiu com a American Stock Exchange em 2008 e que
opera entre as 9:30 e as 16:00.

Índice Dow Jones

Nesta principal bolsa de valores no mundo, o índice principal é o Dow Jones Industrial
Average (DJIA), este é um índice de mercado de ações que consiste das 30 empresas
mais importantes na Bolsa de Valores de Nova York e Nasdaq. Neste grupo de empresas,
as ações de empresas de transporte e serviços públicos são excluídas.

NASDAQ

A Nasdaq é o maior mercado de ações tecnológicas dos Estados Unidos e do mundo.


O Nasdaq está em “National Association of Securities Dealers Automated Quotation”. No
Nasdaq as ações negociadas são do setor de tecnologia que surgiu a partir da necessi-

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dade de regular os mercados e torná-los mais transparentes, na sequência do pedido do
Congresso dos Estados Unidos para melhorar a segurança.

A capitalização de mercado atual da NASDAQ é de cerca de 4,5 biliões de dólares, com


cerca de 2800 empresas cotadas e o mercado opera entre 9h30 e 16h.

Índice Nasdaq 100

O índice Nasdaq 100 é composto pelas 100 maiores empresas não financeiras cotadas
na Bolsa de Valores da Nasdaq. Essas empresas devem registrar uma capitalização de
pelo menos 500 milhões de dólares e um volume médio diário de negociação de pelo
menos 100.000 ações.

Bolsa de Valores de Tóquio

A Bolsa de Valores de Tóquio é a principal bolsa de valores entre os países asiáticos, foi
fundada em 1878 e atualmente possui mais de 2.500 empresas cotadas.

O mercado acionista de Tóquio é uma das principais bolsas de valores do mundo, pois
conta com cerca de 5 trilhões de dólares em capitalização bolsista e movimenta volumes
próximos aos 4,5 trilhões. O mercado opera entre as 9:00 e as 15:00.

Índice Nikkei 225

O índice da Bolsa de Valores de Tóquio é o Nikkei 225, é a referência mais importante da


bolsa de valores para o mercado asiático e o mais popular no mercado japonês. O Nikkei
225 é composto por 225 empresas com a liquidez mais alta selecionada dentre as 450
ações mais líquidas (ponderadas pelo preço e não pela capitalização) do Primeiro Merca-
do da Bolsa de Valores de Tóquio, incluindo a Fuji Electric e a Toto.

Bolsa de Valores de Londres

A Bolsa de Valores de Londres é uma das maiores bolsas de valores do mundo e também
a mais antiga, já que foi fundada em 1801. As suas instalações atuais estão localizadas
na Praça Paternoster e são as mais internacionais de todas as bolsas de valores do mun-
do. de 3000 empresas de mais de 70 países).

Essa bolsa passou por inúmeras mudanças importantes, recentemente (em 2011) ela
fundou-se com o grupo TMX.

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Atualmente, a capitalização do mercado de ações é de cerca de 4 trilhões e um volume
superior a 2,5 trilhões de dólares. A sua programação é das 8h às 16h30.

Índice FTSE 100

O índice FTSE 100, popularmente conhecido como Footsie 100, é publicado pelo Finan-
cial Times. É composto pelas 100 maiores ações da Bolsa de Valores de Londres. A capi-
talização das empresas que compõem o índice representa 70% do valor total do mercado
acionista de Londres.

Bolsa de Valores de Hong Kong

A Bolsa de Valores de Hong Kong é a segunda maior bolsa de valores da Ásia. Ela opera:
o mercado de ações, o mercado de derivados de Hong Kong e as câmaras de compen-
sação com empresas tão importantes como a PetroChina, a China Mobile ou o Banco
Industrial da China.

Esta é uma das principais bolsas de valores do mundo porque, ao contrário da Bolsa de
Valores de Xangai, não há controles rígidos sobre os investidores externos. Existem cerca
de 1.470 empresas cotadas com uma capitalização de mercado de cerca de 2.800 biliões
de dólares, com um período de negociação de 9.15h a 16.00h.

Índice Hang Seng

O principal índice da Bolsa de Valores de Hong Kong é chamado Hang Seng, que é usado
para registar e monitorizar diariamente as mudanças das maiores empresas de Hong
Kong no mercado de ações. O Hang Seng Index é formado pelas 33 empresas que repre-
sentam 65% da bolsa de valores de Hong Kong.

Bolsa de Shanghái

A Bolsa de Valores de Shanghái é uma das principais bolsas de valores do mundo que
operam de forma independente. Ao contrário da bolsa de valores de Hong Kong, ela não
está aberta exclusivamente a investidores estrangeiros e, portanto, tem controles sobre
as contas de capital fechadas pelas autoridades chinesas.

Os ativos listados na Bolsa de Valores de Xangai são: ações, obrigações (tesouraria, em-
presas corporativas e conversíveis) e fundos. Existem cerca de 1.200 empresas cotadas
com uma capitalização de mercado de cerca de 2.800 biliões de dólares, com um horário
de negociação das 9:30 às 15:00.

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Índice SSE Composite

O SSE Composite é o principal índice da Bolsa de Xangai. Este índice é composto por todos os
ativos (ações classe A e B) que são negociados na Bolsa de Xangai.

Bolsa de Valores de Toronto

A Bolsa de Valores de Toronto é uma das principais bolsas de valores da América do Norte e a
maior do Canadá. A Bolsa de Valores de Toronto é de propriedade do Grupo TMX, líder no setor
de mineração e gás.

Muitas transações são realizadas nesta bolsa de valores, entre as quais podemos encontrar:
troca de obrigações, fundos negociados em bolsa, fundos fiduciários e fundos de investimento.
Na bolsa de valores de Toronto, existem cerca de 1.600 empresas cotadas com uma capitali-
zação de mercado de cerca de 2.500 biliões de dólares, com um horário de 9:30 às 16:00.

Índice S&P/TSX 60

O S&P/TSX 60 é o principal índice da Bolsa de Valores de Toronto e é composto por uma lista
das 60 maiores empresas cotadas, medida por capitalização de mercado. Está dividido em dez
setores económicos diferentes.

Deutsche Börse

A Deutsche Börse Stock Exchange, sediada em Frankfurt, é uma das principais bolsas da Eu-
ropa. É importante mencionar que esta é uma das únicas bolsas de valores envolvidas com or-
ganizações sem fins lucrativos. Atualmente, uma média de 800 empresas internacionais estão
cotadas neste índice.

A bolsa cobre toda a cadeia de processos de obrigações e derivados de negociação, compen-


sação, liquidação e custódia. A Bolsa de Valores de Frankfurt tem uma capitalização bolsista de
cerca de 1.500 mil milhões de dólares, com um horário entre as 8 e as 22 horas.

Índice DAX

O DAX é o principal índice da Bolsa de Valores de Frankfurt, o seu cálculo consiste numa média
aritmética ponderada pela capitalização e inclui os 30 principais ativos cotados nessa bolsa,
selecionados por capitalização e contratação. Nenhum valor pode pesar mais de 20%.

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Australian Securities Exchange

A Australian Securities Exchange é a principal bolsa de valores da Austrália. Atualmente, o co-


mércio é totalmente eletrônico e a bolsa de valores é uma empresa pública listada. É interessan-
te mencionar que isso nasceu da fusão da Bolsa de Valores da Austrália e da Bolsa de Valores
de Sydney em 2006.

A Australian Securities Exchange opera com produtos como obrigações, ações ou commodities;
com uma capitalização do mercado de ações de cerca de 1.400 biliões de dólares num período
de negociação de 9.50h á 16.12h

Índice S&P/ASX 20

O S&P/ASX 20 é o principal índice da Bolsa de Valores da Austrália , é um índice de bolsa de


valores de empresas cotadas na bolsa de valores australiana da Standard & Poor ‘s. O índice S &
P/ASX 20 é composto pelas 20 maiores empresas por capitalização de mercado.

Bolsa de Valores de Bombaim

Este é um dos sacos de valores mais antigos do mundo desde que foi formado em 1850. O que
caracteriza este mercado de ações é que ele tem o maior número de empresas cotadas em
todo o mundo, uma média impressionante de 5.500 empresas.

A Bolsa de Valores de Bombaim é uma das principais bolsas de valores do mundo, com uma
capitalização bolsista de cerca de 1.300 biliões de dólares com um horário de negociação das
9h15 às 15h30.

Índice BSE Sensex

O BSE Sensex é o principal índice da Bolsa de Bombaim , este índice é composto das 30 obri-
gações maiores e mais ativamente negociadas. O BSE Sensex é considerado como o barômetro
mais popular das bolsas de valores da Índia, e é atualmente o mais antigo índice de ações ainda
em uso.

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2. Como começar a comprar na


Bolsa?
2.1. Como funciona a Bolsa?
A bolsa de valores funciona sob uma dinâmica de mercado, em que a interação entre
ofertantes e demandantes influencia o comportamento dos preços. Assim, se uma ação
for muito procurada, o seu preço tende a subir; enquanto que se poucas pessoas estive-
rem interessadas em comprar essa ação, o seu preço tenderá a baixar.

No mercado de ações, o preço dos ativos será também influenciado pela informação
disponível sobre a empresa emissora, as informações sobre as suas atividades e
resultados.

A negociação de títulos entre o vendedor e o comprador só pode ser feita através de um


intermediário (corretor ou agente), que é responsável pela realização das transações de
compra e venda. É importante salientar que os intermediários cobram uma comissão por
cada transacção (operação) que efectuam na bolsa.

Todas as ofertas na bolsa de valores são públicas. A partir do momento em que o agente
individual ou a empresa pode conhecer as características da oferta e a situação económi-
ca da empresa que a colocou na bolsa.

2.2. Estrutura do mercado


Para compreender como funciona a bolsa de valores, é importante compreender o papel
de cada um dos agentes que intervêm na mesma:

• Emissores: estas são as entidades que emitem os títulos que são negociados na bol-
sa de valores.
• Reguladores: são as instituições que supervisionam o bom funcionamento do merca-
do bolsista e ditam normas para o seu controlo.
• Intermediários: através dos quais o investidor pode comprar e/ou vender instrumen-
tos financeiros na bolsa de valores. Existem dois tipos de intermediários:
» Corretores de bolsa
» Agentes de bolsa
• Investidores: são aqueles que investem o seu dinheiro em títulos a fim de obterem
um retorno em troca. Podem ser locais ou estrangeiros e podem ser institucionais

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(bancos, companhias de seguros, fundos de investimento, fundos de pensões) ou não
institucionais (pessoas singulares ou colectivas).

2.3. Tipos de ordens em bolsa


Uma ordem na bolsa é um pedido formal a um corretor para executar uma operação na
bolsa. Ou seja, é a ordem que damos ao nosso intermediário para comprar ou vender uma
determinada ação ou conjunto de ações a um determinado preço, volume ou tempo.

O objetivo da ordem é comprar ou vender ações, mas podemos consegui-lo de múltiplas


formas. Para o fazer, esta ordem de compra ou venda deve ser totalmente identificada. E
para consegui-lo, deve conter uma série de dados:

• Identificar uma ordem se é de compra ou uma ordem de venda


• Os títulos ou ETF objetos da ordem
• Volume de participações que se está disposto a negociar
• Preço ao que se quer comprar ou vender
• Forma de execução da ordem
• Prazo de validade

Como negociar uma ordem em bolsa? Também teremos em conta a forma de negociar
as ordens devem de ter uma ordem de prioridade:

• Em primeiro lugar ordena-se pelo preço: no caso de ser uma ordem de compra or-
dena-se de maior a menor, em caso de tratar de uma ordem de venda ordenar-se de
menor a maior.
• No caso de que coincidissem no preço, ordena-se segundo a ordem de introdução,
isto é, a que se tenha emitido em primeiro lugar.

Ordem à abertura

Dá-se nos mercados de valores para a sua execução no momento de abertura do


mercado.

Ordem de mercado

Executa-se ao preço atual do mercado. Quando lança uma ordem de mercado, seja de
compra ou de venda, está a executar a ordem sem especificar o preço; tem como referên-
cia o preço fixado pela bolsa nesse momento, mas pode haver variações consideráveis.

• Vantagens: são basicamente duas: é executada muito rapidamente e sempre, e tem

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prioridade sobre outras ordens. Portanto, se temos urgência de comprar ou vender, e
temos uma maior prioridade para que a ordem seja executada, deixando o preço em
segundo plano, é uma boa opção.
• Riscos: basicamente, o maior risco das ordens de mercado é não controlar o preço
de execução. Se precisar de mais de uma contraparte ou ordem do lado oposto para
a executar, pode aumentar as comissões da operação e em ações pouco líquidas ou
em momentos de grande volatilidade. A ordem pode ser executada a preços muito
diferentes dos que estamos a visualizar no mercado.

Ordem limitada

As ordens limitadas permitem-lhe, como o nome sugere, limitar o preço máximo ao qual
pretende comprar ações, ou limitar o preço mínimo ao qual pretende vendê-las. Esta or-
dem só é executada se o preço for igual ou inferior no caso de compra e igual ou superior
no caso de venda. Se não for encontrada uma contrapartida a esse preço, a ordem não é
executada e é mantida à espera de uma contrapartida que cumpra os requisitos.

• Vantagens: a principal vantagem das ordens limitadas é ter a certeza do preço que vai
pagar ou receber com a compra ou venda de ações.
• Riscos: o principal risco de uma ordem limitada é que a ordem nunca seja executada
e, por conseguinte, fica sem comprar ou vender as ações que desejava.

Ordem ao melhor

As ordens ao melhor executam a operação ao melhor preço disponível na contrapartida


nesse momento; se essa melhor contrapartida não satisfazer o total da nossa ordem, só
será executada a parte que cobre. Este tipo de ordem satisfaz que a ordem em questão
seja executada ao melhor preço possível, mas pode ser apenas parcialmente completada
sobre a totalidade da ordem.

• Vantagens: a principal vantagem é uma mistura: permite-lhe executar o negócio


(mesmo parcialmente), sabendo que tem algum controlo sobre o preço que irá pagar
ou receber no caso de uma venda.
• Riscos: o principal risco é que a totalidade da ordem não seja completada e que, em-
bora seja o melhor preço da contrapartida, possa implicar um preço mais elevado do
que o desejado. Neste caso, não deveria haver muita diferença com a cotação desse
momento, mas pode variar.

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Ordem com Stop

Este tipo de ordem não se emite até que a cotação não chegue ao preço que se determi-
nou. Quando chega ao preço, então se converte numa ordem de mercado.

Ordem Stop-Limitada

Este tipo de ordem não se emite até que a cotação não chegue a um determinado preço,
quando chega se converte em uma ordem limitada.

Stop Dinâmico

Tem a vantagem de que o preço do Stop se vai movendo de forma paralela ao preço da
cotação se o movimento é favorável e se mantém quieto se é desfavorável.

2.4. O que é o leilão de abertura e de encerramento?


O leilão de abertura e de encerramento são períodos de negociação no mercado de va-
lores que se caracterizam por podermos introduzir, modificar e cancelar ordens, mas não
são executadas as negociações, e o sistema calcula em tempo real, um preço de equilí-
brio entre oferta e procura. Todos os leilões finalizam com um intervalo de negociação
de 30 segundos. Isto implica que o horário de abertura da bolsa se situe nesse período.

Leilão de abertura

O leilão de abertura começa às 7.30 da manhã e finaliza às 8:00, embora finaliza com
um período intervalado de 30 segundos, com o qual a abertura de negociação da bolsa
de valores começa com uma abertura aleatória devido à finalização do leilão de abertura.

No leilão de abertura recebem-se e ordenam todas as ordens de compra e venda, ofere-


cendo em tempo real o preço de equilíbrio ao que executar-se-iam as ordens de finalizar
neste momento o leilão de abertura. Ao finalizar o leilão, serão executadas as nego-
ciações. Portanto, o preço determinado no leilão de abertura, será o preço de abertura do
mercado.

Durante o leilão de abertura podem-se introduzir, modificar ou cancelar ordens, mas não
se executam as negociações. Só se mostra o volume e o preço de equilíbrio do leilão.
Quando terminar o leilão de abertura seremos notificados pelo o resultado da execução
das nossas ordens. Se não são executadas, ficam registradas no livro de ordens, o preço
de abertura e o volume negociado são mostrados e o mercado é aberto.

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Leilão de encerramento

O leilão de encerramento começa às 16:30 e finaliza às 16:35, com um intervalo de 30


segundos de intervalo.

Os leilões de encerramento realizam-se para evitar, na medida do possível, que alguns


investidores possam interferir com baixos volumes no preço de fecho das cotações da
sessão. O preço de fecho tem especial interesse porque é o preço de referência para rea-
lizar as liquidações no mercado de opções e futuros, alguns produtos estruturados etc. É
por isso que fecha com uma categoria de 30 segundos de intervalo.

É possível comprar no leilão de encerramento, mas sempre ao final. Nunca se pode com-
prar durante um leilão de fechamento, nem um leilão de abertura. Tão só podem-se
introduzir ordens de compra e venda, modificá-las ou cancelá-las. Durante o leilão de en-
cerramento vão-se acumulando ordens que ficam pendentes e são executadas, e quando
finaliza o leilão calcula-se o preço de fecho mediante um algoritmo, e vão ser executadas
todas as ordens que se podem executar a esse preço de fecho. O preço de fecho do leilão
é o preço de fechamento oficial da sessão.

Fixação a preço de equilíbrio no leilão

Escolhe-se o preço do leilão ao que se negocia um maior número de títulos, em caso


que tenha dois preços no leilão com o mesmo volume, se elege o que menor desequilíbrio
irá gerar. Se coincidem em preço e volume escolher-se-á o preço do lado (oferta ou procu-
ra) que maior volume tenha, em caso que coincidam todos os anteriores, aquele que mais
se aproxima do último preço negociado será escolhido.

Horário de leilão das bolsas mundiais

A seguir podemos ver o horário de leilão das bolsas internacionais em hora portuguesa:

Região Leilão de abertura Leilão de encerramento

Europa 7:30-8:00 16:30-16:35

EUA 14:00-14:30 21:00-21:05

Hong Kong 1:30-2:00

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2.5. A que horas abre e fecha a bolsa?
Em Portugal, o horário de abertura da bolsa é às 8:00h, coincidindo com o horário de
abertura das principais bolsas europeias. O horário de negociação é entre as 8:00h e as
16:30h, hora de encerramento. Há também um período de leilão de abertura, mas as or-
dens não são negociadas, no qual os investidores podem introduzir, modificar ou cancelar
ordens. O período de leilão começa às 7:00h da manhã e termina no inicio da sessão, às
8:00h. Na parte da tarde às 16:35h, existe um período adicional de 5 minutos, durante o
qual podem ser efetuadas transações ao preço de fecho.

Existe a necessidade de distinguir os horários no mercado cambial (forex – foreign


Exchange) e do mercado de ações!

Pode visualizar uma apresentação dinâmica apresentada pelo Investing- um dos meus
sites favoritos- os horários das praças mundiais para ser mais esclarecedor.

Por exemplo, são 11 horas da manhã neste momento, consigo ver quais são as praças
abertas no momento. No mercado de ações:

A mesma informação consigo visualizar para o mercado Forex, no qual conseguimos


notar algumas diferenças. Este mercado funciona 24 horas por dia. O mercado cambial é
considerado o mercado mais líquido do mundo devido à quantidade de investidores que
estão a transaccionar sistematicamente moedas.

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2.6. Vantagens que temos ao investir diretamente na
bolsa
1. Rentabilidade periódica: é uma vantagem muito importante, uma vez que a carteira
de títulos que acreditamos gerará uma rentabilidade com os dividendos das ações.
Devemos ter em mente que o dinheiro obtido pela arrecadação dos dividendos pode-
mos reinvestir na compra de mais ações, ou aplicá-lo ao próprio consumo, dependen-
do das necessidades de cada investidor.
2. Comissões baixas: eles são baixos em comparação com outros ativos, tais como fun-
dos ou despesas de investir em imobiliário, mas de claro que devemos ter em conta
que o cobrado a cada ano ou por transação, dependendo sobre a corretora que usa
para realizar as operações, portanto teremos que nos informar muito bem das co-
missões do corretor antes de começar a investir na bolsa.
3. Total liberdade para investir: Não temos obrigação de comprar ou vender se não que-
remos. Temos Liberdade para fazer as nossas escolhas.
4. Decidir entrar ou sair: Podemos entrar ou sair do mercado a qualquer momento, nos-
sas posições não influenciam em comparação com o tamanho do mercado.
5. Invista em ativos que estão fora dos índices bolsistas: Temos a possibilidade de
investir em empresas muito boas que não cumprem os requisitos de tamanho ou li-
quidez para pertencer a qualquer índice bolsista. Essas empresas tendem a ter maior
rentabilidade. Uma coisa a ter em mente é que as empresas que cumpram os requi-
sitos de capitalização e volume de liquidez são frequentemente introduzidas nos índi-

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ces, mas as suas análises fundamentais são desfavoráveis. Só porque uma empresa
pertence não a um índice principal significa que devemos investir, pois nem todos são
sólidos e rentáveis.
6. Dividendos pagos: Devemos saber que os dividendos pagos pelas empresas não es-
tão refletidos nos índices de ações.

Uma pessoa moderada consegue que os retornos obtidos pelo investimento na bolsa
sejam bons e estáveis, mais do que em qualquer outro investimento, apesar do que a
grande maioria pensa, só que se deve aprender algumas diretrizes simples sem precisar
ter conhecimento prévio.

2.7. Tipos de riscos de investir na bolsa


Uma das primeiras perguntas que todos os investidores devem fazer antes de investir em
qualquer tipo de produto, seja no mercado de valores ou em qualquer outro mercado é:
Quais os riscos enfrento ao investir na bolsa o meu dinheiro?

Risco de Mercado (também conhecido como risco sistémico)

Este risco está relacionado com as tendências de mercado que afetam os movimentos
que se produzem no mercado, acentuando assim o seu risco. Associado à volatilidade
que enfrenta o mercado de modo geral, e também, a relação com os ciclos económicos.
Este tipo de risco é o mais amplo, e engloba todos os ativos financeiros: obrigações, fun-
dos, ações, entre outros.

Risco de Liquidez

Este risco pode-se dar quando se quer vender ou liquidar uma posição em um determi-
nado valor. Isto pode acontecer já que no momento se pode dar o caso de que não tenha
compradores para esse valor, e a falta de liquidez no mercado nos obriga a vender a um
preço inferior.

Por isso, à hora de investir devemos saber o volume de capitalização da empresa, porque
não é o mesmo investir em uma empresa de grande capitalização e numa empresa com
uma baixa capitalização.

Além disso, devemos analisar o spread (Bid e Ask) da companhia, o qual indica-nos o grau
de liquidez desta.

Maior spread – liquidez mais baixa


Spread baixo – liquidez mais alta

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Risco Não Sistêmico

Entendemos por risco não sistêmico aquele risco particular de cada empresa. Isto é, o
risco decorrente de fatores próprios e específicos da cada companhia. Este tipo de risco
afeta somente à empresa em si, não ao resto do mercado.

Este risco habitualmente diz-se que é diversificado, porque existe a possibilidade de o re-
duzir ou de o controlar através de uma diversificação adequada, diversificação orientada
a conseguir uma carteira de valores ótima.

Risco Operacional

É aquele que engloba todas aquelas perdas financeiras originadas por falhas ou defi-
ciências que possam sofrer os processos, pessoas, tecnologia, sistemas internos, entre
outros.

Este tipo de risco não tem em conta as perdas originadas por mudanças no meio político,
económico e social.

Por exemplo, pode-se produzir um Flash Crash devido a um erro humano ou um algoritmo
informático.

Risco de Contraparte

Este risco surge quando uma das partes cumpre com a sua obrigação na compra e a
outra parte não o faz simultaneamente.

Elimina-se este risco nas operações levadas a cabo através de um mercado organizado.
No caso dos derivados evita-se por ter uma câmara de compensação (Clearing House),
esta solução não é tão fácil de levar a cabo dada a complexidade das operações de liqui-
dação dos mercados de ações, sobretudo nos mercados OTC (não organizados).

Risco Legislativo

Este tipo de risco não depende diretamente do mercado. Depende do poder legislativo
(parlamento, governo, regulador) de mudar ou criar leis/normas que possam afetar deter-
minados setores ou ao mercado de modo geral. Sempre se deve de ter em conta antes de
investir as leis pendentes que ao ser promulgadas possam afetar de maneira negativa ao
valor anteriormente selecionado

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Risco-preço

É um dos riscos que o investidor costuma ter mais em conta, já que uma diminuição no
preço pode fazer com que o seu investimento perca valor. Principalmente o preço de um
investimento reflete-se através dos diferentes fatores que afetam a oferta e a procura.

Risco de Inflação

É um dos riscos mais destacados entre os investidores, já que se a taxa de inflação é


maior ao rendimento que gera o nosso investimento. Reflete o impacto das variações da
taxa de inflação nos nossos investimentos. O dinheiro investido terá um poder de compra
menor, e portanto podemos ter um valor real negativo. Isto é, a inflação reduz o rendimen-
to que gera um investimento, embora historicamente as ações se mantiveram indepen-
dentemente da inflação.

Risco taxa de juro

Mede a sensibilidade que pode ter os seus investimentos às possíveis mudanças sofri-
das pelas taxas de juro. Principalmente este risco afeta aos investimentos que oferecem
rendimentos fixos, como podem ser obrigações ou ações preferenciais.

A todos estes riscos, há que somar outro tipo de riscos menos habituais como podem ser:
ataques terroristas, catástrofes, guerras, entre outros. Outro tipo de acontecimentos não
controláveis que podem afetar o preço das ações.

Risco se avaria o meu corretor

No caso de que o corretor avariasse, as nossas ações ou fundos de investimento esta-


riam a salvo, já que tanto as ações como os fundos não estão em nome do broker, mas
sim do investidor

O Fundo de Garantia de Investimentos (FOGAIN) oferece uma indemnização aos investi-


dores das suas entidades aderidas (sociedades de valores, agências de valores e socieda-
des gestora) de até 100.000 euros em determinados supostos de insolvência da entidade
que presta o serviço de investimento, pelo dinheiro e valores depositados ou confiados à
entidade.

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3. Ativos para investir na bolsa


Quando decidimos começar a investir na bolsa, temos uma variedade de ativos que
podemos investir. Alguns dos ativos mais populares no momento da negociação são as
ações, os ETFs (fundos cotados), os CFDs (Contratos por Diferenças) ou os Futuros.

3.1. O que são ações?


Uma ação representa uma quota-parte do capital social de uma empresa, entendendo
por capital social o valor das entradas dos sócios. Ou seja, as ações conferem ao seu
titular a condição de proprietário e, como tal, um acionista tem certos direitos, tais como
o direito de voto numa assembleia ou o direito de participar nos lucros.

As empresas cotadas na bolsa têm geralmente o seu capital social dividido num grande
número de ações, para que qualquer pessoa possa comprar um certo número de ações
na bolsa de valores do país em que está cotada. Ao fazer isso, essa pessoa torna-se pro-
prietária de uma parte (ação) desse negócio. No entanto, a sua percentagem de partici-
pação na empresa será provavelmente muito baixa e não terá poder suficiente para impor
a sua vontade na gestão da empresa.

Deve tratar o seu investimento em ações como qualquer outro negócio de que seja
proprietário. Se confiamos num negócio que funciona e até cresce, porque não tornar-se
um proprietário? Por outro lado, se tem um negócio onde não tem boas perspectivas
para o futuro, a coisa mais lógica a fazer seria vendê-lo, mesmo que isso signifique per-
der dinheiro, já que poderia perder mais se continuar dentro. No caso das ações, e como
veremos mais adiante, o investimento por fundamentos baseiam-se, em menor ou maior
grau, neste argumento.

Porque as empresas e ações estão cotadas na bolsa?

As empresas, perante a necessidade de financiamento para fazer investimentos ou a


necessidade de capital para pagar as dívidas, podem recorrer a uma saída para a bolsa.
Para tal, são emitidas e postas em circulação novas ações num mercado regulamentado.
Isto obriga as empresas a tornar públicas as suas contas, para que qualquer acionista
potencial tenha toda a informação necessária para valorizar a empresa.

Para uma empresa, estar cotada na bolsa permite-lhe ser mais visível aos seus possí-
veis clientes, obter melhores condições de financiamento e um certo prestígio. Para
os clientes, fornecedores e investidores de uma empresa, estar cotado na bolsa é uma
garantia de transparência e solvência.

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O que determina o valor de uma ação?

O valor de uma ação é determinado pela oferta e procura desta empresa no mercado:
quando uma empresa é colocada em bolsa, emite uma quantidade específica de ações;
se estas tiverem mais compradores do que vendedores, o seu preço aumentará e vice-ver-
sa; se não existir uma procura suficiente na bolsa que esteja interessada na compra des-
tas ações, o valor será diminutivo.

3.2. O que é um ETF?


Os ETFs são fundos transacionados nos mercados organizados (bolsas). É um produto
intermediário entre fundos de investimento tradicionais e ações. O ETF nos permite re-
plicar o movimento de qualquer índice, seja setorial, geográfico ou por tipo de empresa
(dividendos, valor, crescimento …). Por exemplo, podemos investir em ETFs do Dow Jones
ou IBEX 35 como se fossem ações de uma empresa, o que nos permitirá ter uma posição
tão diversificada quanto o índice ao qual está se referindo.

O ETF se comporta como uma ação, uma vez que o seu preço é calculado levando auto-
maticamente em conta a ponderação dos valores que ele contém. Por essa razão, pode
comprar e vender exatamente como uma ação. A negociação ocorre dentro do mercado
em que cada ETF negocia.

A sua principal vantagem é que eles têm comissões muito baixas derivadas dos baixos
custos de transação. A tributação dos ETFs é igual às ações. Por outro lado, alguns ETFS
têm a desvantagem de não replicar o índice exato em questão. Para isso, devemos anali-
sar o Tracking erro na ficha técnica do ETF.

3.3. O que são os CFDS?


Os CFDs (contratos por diferença) são produtos que permitem a obtenção de rentabilida-
de com os movimentos no preço dos títulos sem ter a propriedade do ativo subjacente.
CFDs são derivativos que não são cotados em um mercado organizado (derivativos OTC).

São produtos alavancados, o que nos permitem operar com menos capital do que o ne-
cessário para realizar a mesma operação no mercado de ações. Eles dão a possibilidade
de investir para cima (posições longas) e investir para baixo (posições curtas), obtendo
como lucro ou perda a diferença entre o preço do ativo no momento da abertura e fecha-
mento da posição. Portanto, os CFDs permitem obter resultados com quedas de mercado
e realizar operações de hedge.

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Como funcionam?

O emissor dos CFDs (ou seja, o intermediário financeiro) paga à Bolsa o valor total da
compra das ações e, no mesmo momento em que a compra é feita, emite um contrato de
CFD em favor do investidor. Com isso, está convertendo o movimento do stock em liqui-
dações diárias para diferenças na sua conta.

Se o investidor não vender o seu CFD no final da sessão, o intermediário financeiro apli-
cará uma taxa de juro que é normalmente (Euribor + um diferencial) / 365. Uma vez que o
intermediário é aquele que realmente possui as ações, é um dinheiro que tem imobilizado
e não pode obter qualquer retorno, por isso, para cada dia que o investidor não vender seu
CFD, esses juros serão aplicados.

Tipos de CFD

• CFD com comissão fixada pelo emissor. O emissor define o preço para compra e
venda e o cliente deve aceitá-lo se quiser abrir uma posição. Não há profundidade
de mercado, apenas um preço de compra e um preço de procura com um diferencial
entre os dois sempre superior ao da Bolsa de Valores. O emissor obtém seu benefício
do diferencial entre o preço da comissão e o preço real da troca com o qual pode ser
coberto instantaneamente. O investidor paga mais do que no mercado de ações se
quiser comprar, e recebe menos se quiser vender. Na maioria dos casos, os correto-
res que oferecem este tipo de CFDs dão uma mensagem enganosa dizendo que eles
não cobram comissões. É verdade, mas porque eles se beneficiam com os preços de
execução.
• CFD com acesso direto ao mercado (transparente). Uma operação deste tipo provo-
ca uma operação real na Bolsa e a profundidade do mercado que é usada para contra-
tar, é a mesma para a negociação de ações, a carteira de pedidos de bolsa de valores.
O investidor pode ver suas ordens e execuções no ticker do Exchange. Ao entrar em
uma ordem de CFD, ela irá diretamente para o mercado em nome do emissor, o que
converte a operação em liquidações para diferenças.

3.4. O que é um futuro?


Os futuros são acordos feitos entre as duas partes em que ambos concordam em trocar
um ativo, física ou financeira, a um determinado preço e em uma data específica no fu-
turo. Esses contratos são negociados no chamado mercado a termo ou mercado futuro
organizado e supervisionado (diferentemente dos CFDs).

O contrato futuro é negociado em um subjacente que pode estar em qualquer commo-


ditie, bem como milho, trigo ou carne. Eles também podem ser sobre instrumentos fi-

23
nanceiros, bem como títulos e letras do tesouro, ações, índices de ações ou moedas. Há
também contratos baseados em energias, como petróleo e gás natural.

Os futuros podem ser usados por grandes empresas que buscam cobertura para algu-
mas das suas operações internacionais.

Um exemplo seria uma decidida multinacional agrícola para comprar futuros de milho
pensando que o preço pode ir acima do mercado em uma determinada data no futuro e
contratar através do futuro, uma espécie de contrato de seguro que lhes garante um preço
de compra estipulado.

3.5. Como comprar ações?


Explicamos de forma simples os passos a seguir no processo da compra de ações nos
mercados financeiros:

Como comprar ações?

A primeira coisa a fazer é procurar uma corretora. Hoje em dia, os bancos tradicionais já
começam a ter as suas corretoras, no qual permite a qualquer conta bancária comprar
ações. Tipicamente, um corretor é uma pessoa física ou uma empresa que atua como
intermediário entre compradores e vendedores, e o seu lucro é nas comissões que eles
cobram para realizar as compras e vendas das ações. É necessário possuírem uma li-
cença para realizarem este tipo de operações financeiras.

Onde encontrar uma corretora?

Encontrar uma corretora é fácil, por exemplo, pode pesquisar facilmente na Internet, há
muitos fóruns ou blogs de pessoas que recomendam bons corretores, bem como você
pode, por sua conta, procurar empresas e observar as condições que elas oferecem, pode
também pedir conselhos ou opiniões às mais diversas pessoas. Quando tomar a sua
decisão, tente escolher uma corretora que ofereça uma comissão competitiva e certifi-
que-se de que está em conformidade com todos os regulamentos para poder negociar.

Já escolhemos uma corretora… O que faço agora?

A nossa intenção deve ser escolher uma corretora que ofereça uma comissão compe-
titiva e, claro, devemos ter a certeza que a mesma cumpre todos os regulamentos para
operar no mercado financeiro.

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Agora vem o segundo passo, já escolhemos a nossa corretora, agora devemos criar uma
conta com ”eles“. Se escolher uma corretora através da Internet, deve se registar, criar
uma conta na sua página e enviar a documentação solicitada no seu endereço que deve
ser assinada. Podemos também escolher o nosso Banco para fazer de intermediário no
momento da compra de ações, com elas é tão fácil como consultar as etapas que você
deve tomar para começar a operar.

Uma vez que a conta é feita, pode começar a investir no mercado de ações, pode comprar
e vender ações sempre que quiser, claro, que deve examinar as despesas que terá nas
operações, para que a rentabilidade seja o maior possível.

Quanto dinheiro devemos investir para começar?

O recomendado para começar a negociar no mercado de ações é investir em pequenas


quantias, mesmo que as ações aumentem valor, pode não ser rentável vender, uma vez
que, deduzindo as comissões, pode ser que ainda não tenham gerado benefício.

Como começar a investir no mercado de ações?

Para começar a investir no mercado de ações, o mais confortável é comprar ou vender


ações pela Internet. Procurar informação recente de empresas e em tempo real sobre o
valor exato das suas acções.

Além de investir no mercado de ações através da Internet, permite-lhe negociar pratica-


mente o dia todo enquanto o mercado estiver aberto. Se fizer uma compra ou uma venda
de ações fora do prazo, essas ordens de compra ou venda são armazenadas para serem
realizadas assim que o mercado abrir novamente.

*Investir pode ser compensador, mas não é livre de riscos

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4. Perfil de Investidor
Uma coisa que devemos fazer antes de ir a um intermediário financeiro e considerar
quais os riscos que estaríamos dispostos a assumir e os retornos que esperamos al-
cançar após as decisões de investimento que tomamos, devemos estar cientes de qual é
o nosso perfil de investidor.

4.1. Qual o perfil do investidor?


Dos tipos ou categorias mais comuns, podemos nos posicionar dentro do “espectro” dos
investidores: conservador, moderado, ou arriscado, dependendo da capacidade de lidar
com possíveis quedas nos mercados e perda de capital. De tal forma que, dependendo do
perfil do nosso investidor, estaremos destinados a escolher ativos muito diferentes dos
demais, em termos de rentabilidade e risco, sabendo que quanto maior o retorno espera-
do, maior o risco que devemos assumir.

4.2. ¿Cómo encontrar el bróker más barato?


A determinação de nosso perfil de investidor é o primeiro passo, é o ponto de partida
para a tomada de decisão subsequente, pois nos facilitará a realização dos filtros rele-
vantes para descobrir quais produtos financeiros atendem às nossas necessidades e pre-
ferências.

Para além do anterior, o intermediário financeiro tem a obrigação de o informar devida-


mente e adequadamente sobre as características e riscos dos produtos que irá adquirir.
Portanto, é essencial que entenda as informações que a entidade transmite para que es-
teja ciente do nível de risco assumido em cada produto adquirido.

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4.3. Como determinar o seu perfil como investidor?
• Qual é o meu ponto de partida? É sobre a definição da sua situação financeira atual:
receitas, despesas, dívidas, capacidade de poupança atual e futura …
• Quais são os meus objetivos concretos? É essencial determinar quais são os seus
objetivos financeiros, de maneira realista e concreta. Por exemplo, “alcançar indepen-
dência financeira” pode ser muito difuso e pouco operacional. No entanto, “poupar
15.000 euros em três anos para fazer um curso no extrangeiro” é um objetivo específi-
co: inclui tempo, quantidade e propósito.
• Quanto tempo eu tenho para atingir a meta? Essa resposta depende da anterior e
ajudará a determinar o tipo de produtos que podem interessá-lo.
• Qual o nível de risco que estou disposto a tomar na estrada? Esta questão tem um
componente objetivo (a sua capacidade financeira, o que pode se dar ao luxo de per-
der) e um subjetivo (o seu conhecimento financeiro, o seu modo de ser e como isso
influencia a sua tolerância ao risco).
• Preciso de conselhos? Os produtos de investimento e as operações de mercado são
cada vez mais complexos e exigem atenção constante e acompanhamento, por isso,
pode ser aconselhável recorrer à orientação dos profissionais. Se decidir ir a um pro-
fissional para aconselhá-lo pessoalmente, ele deve ser responsável por determinar o
seu perfil de investimento.

4.4. Como determinar o seu perfil como investidor?


É importante que cada investidor reflita para ter certeza de que o risco que ele está a
assumir nos seus investimentos é compatível com a sua situação financeira e com a
sua disposição em aceitar perdas, caso ocorram. Pode acontecer que a sua situação
financeira não esteja alinhada com a sua tolerância pessoal ao risco; por exemplo, se a ca-
pacidade financeira é boa, mas não quer assumir muitas perdas. Obviamente, o investidor
deve ser especialmente prudente quando a sua capacidade de assumir riscos é fortemen-
te limitada pela sua situação financeira, mesmo se ele se considerar disposto a tolerar
altos níveis de risco. No entanto, nenhum produto deve ser rejeitado pelo simples facto de
implicar algum risco, uma vez que pode ser aconselhável no âmbito de uma carteira bem
diversificada. De facto, uma carteira de ativos equilibrada normalmente incluirá produ-
tos com diferentes níveis de risco.

Conhecer o perfil do investidor não é fácil, pois envolve a avaliação de elementos subje-
tivos difíceis de quantificar, o que talvez nem seja considerado em profundidade. Não há
classificação exata, com perfis absolutos, em que um investidor se encaixa perfeita-
mente. O facto de ser considerado como um investidor conservador não significa que, a
qualquer momento, não seja conveniente investir parte da economia em produtos des-
tinados a investidores mais agressivos. A passagem do tempo, mudanças na situação
financeira e outras circunstâncias pessoais, incluindo as experiências acumuladas, fazem
com que o perfil do investidor sofra modificações.

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5. Como criar uma carteira de ações


a partir do zero?
Criar uma carteira de ações é um processo dinâmico e precisa ser adaptado ao perfil do
investidor e ao momento do mercado. Existem muitas variáveis a serem consideradas
para criar uma carteira de ações adequada às circunstâncias de cada momento e de cada
pessoa. Forneceremos algumas chaves para criar uma carteira de ações a partir do zero.

5.1. Como criar uma carteira de ações a partir do


zero?
Quando criamos uma carteira de investimentos, fazemos isso para que nossas eco-
nomias gerem rentabilidade. O investimento no mercado de ações é provavelmente o
mais rentável a longo prazo, mas também o que sofre mais volatilidade no curto prazo.
Portanto, se formos disciplinados e mantivermos nossa meta de longo prazo, a criação de
uma carteira de ações poderá ser a melhor maneira de monetizar as nossas poupanças.

Etapa 1: definir o perfil e os objetivos da carteira

Para criar uma carteira de ações, o perfil e os objetivos da carteira devem ser definidos,
para que sejam mais adequados ao investidor (proprietário da carteira). O investidor pre-
cisa conhecer o seu perfil de risco e o seu horizonte de tempo.

Perfil de risco da carteira

O perfil de risco é geralmente medido pelo binómio retorno / risco. Se tem um perfil mais
agressivo, normalmente condicionado por idade e riqueza, terá um portfólio mais arris-
cado (grandes perdas possíveis) em troca de poder gerar retornos mais altos (grandes
possíveis benefícios). Se tiver um perfil de risco mais conservador, terá um portfólio me-
nos arriscado (pequenas perdas possíveis) em troca de sacrificar maiores retornos futu-
ros (pequenos benefícios possíveis).

Objetivos da carteira

Todo portfólio deve ter certos objetivos. Os principais a serem definidos são a sua re-

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ferência e o horizonte temporal. A referência é o índice, ativo ou rentabilidade apropriado
com o qual deve comparar a sua carteira para verificar qual desempenho está tendo em
termos relativos. Por exemplo, uma carteira focada na preservação de capital, em vez
de altos retornos (perfil de risco conservador) poderia ter um retorno anual da meta de
inflação de mais de 2%. O objetivo de uma carteira mais agressiva poderia ser vencer o
SP500.

O outro ponto fundamental é definir o seu horizonte de tempo, isto é, saber quanto tem-
po precisará sem precisar desse dinheiro para que seja investido e por quanto tempo
precisará tentar alcançar o seu objetivo. Como mencionado no início, o investimento no
mercado de ações demonstrou ser o mais rentável a longo prazo; portanto, quanto maior
o seu horizonte de tempo, mais possibilidades tem para gerar lucratividade.

Etapa 2: Diversificação de uma carteira

Diversificação não é simplesmente adicionar ações de muitas empresas à sua carteira


para reduzir riscos; além disso, diversificação excessiva pode sair pela culatra.

Pelo que vemos, a diversificação deve levar em consideração aspectos como:

• Área geográfica e fator de moeda


• Setor
• Tipos de empresas
• Número de empresas
• Diversificação temporária, ou seja, para não investir todo o seu dinheiro de uma só vez
e fazer isso periodicamente.

Etapa 3: adaptar a carteira ao momento do mercado

Isso é essencial, pois os mercados são normalmente cíclicos e têm momentos de alta
e baixa. Historicamente, os momentos de alta sempre foram mais prolongados do que de
baixa, portanto, investir no mercado de ações a longo prazo é uma boa opção. Portanto,
uma carteira de ações deve ser adaptada a cada momento do mercado para que ele tenha
um melhor desempenho relativo.

Em momentos em que há um longo ciclo de alta, temos que equilibrar a carteira para
pesar mais em ações de empresas defensivas e em liquidez. Após um período de baixa,
teríamos que reduzir a liquidez para ponderar mais as ações, e que elas tenham um perfil
mais agressivo. Essa é uma das atividades mais difíceis de realizar ao gerir uma carteira,
é necessário levar em consideração muitos dados macroeconómicos e a experiência do
investidor desempenha um papel crucial. Saber exatamente onde está no ciclo é muito

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difícil, mas saber em que parte não está não é tão difícil, portanto, é recomendável focar
nela para reduzir os riscos antecipadamente.

Etapa 4: custos da carteira

Uma parte que muitas vezes passa despercebida por muitos é o controle dos custos da
carteira, pois, se não os controlar, uma pequena diferença pode causar grandes perdas
de lucratividade a longo prazo. Os principais custos a serem observados são a tributação
sobre ganhos de capital e as comissões cobradas por para poder criar uma carteira de
ações, como a comissão de compra ou custódia.

Como acompanhar a minha carteira de ações?

O acompanhamento da carteira é essencial. Existem várias ferramentas para fazer isso


e deve escolher a que mais lhe agrada, algumas com simulador de carteiras de ações,
que podemos encontrar em corretores ou diferentes APPs, outras preferem acompanhar
nas folhas de excel. O Google Finance e o Yahoo Finance também são boas opções para
manter-se atualizado sobre as ações da sua carteira. No final, é encontrar o que melhor
combina consigo.

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6. O que é uma corretora


Um corretor é um agente ou entidade que gere as negociações entre um comprador e
um vendedor, cobrando uma comissão sobre cada transação. Ou seja, é a pessoa ou enti-
dade que atua como intermediário entre um comprador e um vendedor em troca de uma
comissão.

A principal responsabilidade de um corretor ( além de ser o intermediário) é fornecer in-


formação sobre os produtos, preços e condições no mercado. São especialmente impor-
tantes na venda de ações, obrigações e outros serviços financeiros.

O facto de se utilizar um corretor é porque nos permite aceder ao mercado, além de ter
certas vantagens. Em primeiro lugar, eles conhecem o mercado e dispõem das relações
que estabeleceram com as contas potenciais. Em segundo lugar, os corretores têm os re-
cursos e ferramentas para atingir a maior base de compradores possível. Antes de contra-
tarmos os serviços de um corretor, devemos certificar-nos de que estes tenham a licença
em ordem.

6.1. Como encontrar as corretoras mais baratas?


A corretora mais barata é aquela que cobra as comissões mais baixas possíveis pela
negociação de ações.

Se está apenas a começar, certamente se perguntará que tipo de comissões uma corre-
tora lhe pode cobrar. A seguir, explicamos de uma forma simples:

Tipos de comissões de um intermediário financeiro

Na bolsa existe uma grande variedade de comissões dependendo da operação realizada e


do tipo de serviço oferecido por cada corretor. Portanto, antes de decidir qual é a corretora
mais barata, devemos estudar os tipos de comissões que temos de pagar para investir
na bolsa de valores.

1. Comissão de transação de instrumentos financeiros em mercado: esta comissão


é cobrada pelo intermediário financeiro devido à prestação do serviço de receção, de
transmissão ou de execução de uma ordem de compra ou venda dada pelo investidor.
2. Comissão de custódia: o que nos cobra a corretora pelo serviço de registo e depósito
de instrumentos financeiros na conta de cada investidor. Não todos os intermediários
financeiros cobram esta comissão.

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3. Comissão de transferência de instrumentos financeiros entre contas: comissão
cobrada pela transferência dos instrumentos financeiros registrados na conta de um
investidor para outra conta. No caso de transferências entre contas de diferentes in-
termediários financeiros, esta comissão não é cobrada, normalmente, pelo IF para o
qual a conta é transferida.
4. Comissão de emissão de certificado para participação em assembleia-geral: co-
missão cobrada pelo intermediário que incide sobre a emissão de um certificado des-
tinado a comprovar a titularidade das ações e possibilitar o exercício do direito de voto.
Este custo tem normalmente um valor fixo por cada certificado emitido.
5. Comissão de pagamento de dividendos: comissão cobrada pelo intermediário sem-
pre que é depositado na conta do investidor o valor dos dividendos correspondentes
às ações de que é titular. A comissão pode incluir despesas de porte e expediente.
6. Comissão de pagamento de rendimentos de obrigações: comissão análoga à co-
missão de pagamento de dividendos - sempre que o intermediário financeiro credita
na conta do investidor os rendimentos das obrigações de que este seja titular.
7. Comissão referente a eventos societários: comissão cobrada pelo intermediário
sempre que o investidor exerce direitos inerentes aos valores de que é titular como
por exemplo, a participação em aumentos de capital, cisões ou fusões da sociedade.

Fonte: CMVM

Para além das comissões, os investidores terão ainda de suportar as taxas ou impostos
correspondentes.

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7. Estilos de investimento em bolsa


Ao investir no mercado de ações a médio e longo prazo, existem vários estilos de in-
vestimento em bolsa: crescimento, dividendos, investimento em valor, GARP, comprar e
manter, etc.

Na maioria deles, será necessário realizar uma análise fundamental para determinar se as
ações, de uma ou outra empresa, são apropriadas para a estratégia de investimento que
seguimos.

Isso não significa que as ações de uma empresa só possam ser acomodadas em um
tipo de estratégia. Por exemplo, uma empresa adequada para a estratégia baseada em
dividendos também pode se encaixar em um portfólio Buy and Hold.

7.1. Investimento indexado


O investimento indexado consiste em investir em índices de ações por meio de ETFs ou
fundos de investimento. Esta forma de investimento surge da impossibilidade de muitos
investidores e gestores baterem o mercado (índice de ações) constantemente e ano após
ano. Esse método de investimento é chamado de investimento passivo devido à compra
de índices de ações com a intenção de mantê-los no longo prazo.

As vantagens do investimento indexado são, principalmente, a diversificação que se con-


segue com o investimento em um único ativo e as poucas complicações envolvidas, pois
não devemos analisar as empresas que compõem cada índice individualmente.

7.2. Value Investing (Investimento em Valor)


O investimento em valor ou investimento em valor tenta investir em empresas que estão
cotando a preços especialmente atraentes.

Value Investing tenta aproveitar ao máximo as diferenças que o mercado oferece entre
preço e valor intrínseco. O objetivo desse tipo de investimento é comprar ações quando
elas cotam com um desconto significativo em relação ao valor intrínseco, ou seja, com
uma importante margem de segurança. Posteriormente, as ações serão vendidas quando
atingirem o valor intrínseco ou quando excederem em uma determinada percentagem,
por exemplo, 10%. Em resumo, o investimento em valor consiste em comprar barato e
vender caro.

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Para encontrar o valor intrínseco, valor para o qual uma empresa deve citar, devemos rea-
lizar uma análise fundamental das demonstrações financeiras da empresa em questão.
Só então podemos saber quando estamos comprando com desconto.

7.3. Contrarian investing


O investimento “Contrarian” consiste em investir em empresas que são muito penaliza-
das pela situação económica, pelo ciclo de mercado ou por qualquer outro motivo. O
investimento “Contrarian” também consiste em investir em empresas que não estão “na
moda” e para as quais existem razões suficientes para acreditar que elas terão uma alta
reavaliação. Em resumo, consiste em investir em empresas que são punidas no curto
prazo.

7.4. Growth: Investir em empresas em crescimento


O investimento em empresas de crescimento tenta identificar empresas que devem cres-
cer muito nos próximos anos. Muitas vezes, essas empresas são pequenas empresas
que estão no mercado há pouco tempo. Por ambos os motivos, são empresas que nego-
ciam a preços elevados, devido às fortes expectativas de crescimento futuro.

No entanto, essa expectativa de crescimento não precisa ser cumprida e o investimento


nem sempre tem que ser bem-sucedido. É por estas razões que esta estratégia tende
a ter um maior risco para os outros, embora em caso de sucesso, normalmente obtêm
grandes retornos.

No investimento em empresas de crescimento, além da análise fundamental, devemos


realizar uma análise qualitativa do negócio para determinar se realmente é um investi-
mento que pode crescer tanto no futuro.

7.5. Estratégia GARP (Growth at a rasonable price)


A estratégia de GARP está entre o investimento em
valor e o investimento em crescimento. Especifica-
mente, a estratégia GARP escolhe empresas com
expectativas de crescimento moderado que não
cotam a preços excessivamente altos (como acon-
tece em muitas empresas em crescimento), ou aque-
la cotação com desconto excessivo, que elimina em-
presas com pouca capacidade de crescimento.

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7.6. Estratégia Buy & Hold
A estratégia Buy & Hold consiste em comprar ações e mantê-las a longo prazo. Isto
implica que as empresas escolhidas devem ter vantagens competitivas e que a priori as
manterão a longo prazo.

Neste tipo de investimento, os preços de compra são menos importantes, uma vez que
uma alta reavaliação é perseguida a longo prazo. A única razão para vender essa estraté-
gia é a deterioração dos fundamentos da empresa, o que implicaria perda de vantagens
competitivas e queda no crescimento da empresa no longo prazo.

Em suma, a Buy & Hold investe em empresas excepcionais, embora cotam a preços ele-
vados, e nunca as vende. De acordo com Warren Buffet, é melhor comprar empresas
excepcionais a preços razoáveis em vez de empresas normais a preços de “barganha”.

7.7. Investimento por dividendos


O investimento em dividendos consiste em investir em empresas que pagam dividendos
elevados em bases recorrentes e crescentes ano após ano. Normalmente, essas empre-
sas são grandes e estáveis porque não têm muitas opções para crescer e distribuem uma
grande parte do benefício para seus acionistas na forma de um dividendo.

O investimento nesse tipo de empresas visa reinvestir os dividendos arrecadados em mais


ações de empresas que pagam dividendos, para que a cada ano a receita arrecadada em
dividendos seja maior. Essa estratégia (longo prazo) é usada como uma alternativa ao
investimento em ativos de baixo risco e depósitos de tosse que proporcionam um baixo
retorno.

As melhores empresas para levar a cabo esta estratégia são empresas com benefícios
estáveis, aumentando ano após ano. A exigência de investir em empresas desse tipo é o
rendimento de dividendos e sua sustentabilidade.

35
Dogs from Dow

Esta estratégia de investimento consiste em ter, no início de cada ano, uma ponderação
de 10% na carteira das 10 empresas com maior rendimento de dividendos.

7.8. Investimento em empresas cíclicas


O investimento em empresas cíclicas consiste em comprar empresas na parte inferior
do ciclo e vendê-las na parte superior do ciclo, quando o preço é muito alto e muitos
investidores esperam altos lucros de maneira prolongada.

No entanto, a natureza das empresas cíclicas faz com que elas tenham lucros irregulares
de um ano para o outro, pois geralmente dependem do preço de uma matéria-prima. Por
essa razão, investir em empresas cíclicas geralmente é feito no médio prazo, tentando
determinar os momentos baixos e altos do ciclo de compra e venda.

7.9. Estratégia de momentum


A estratégia de momentum consiste em abrir posições compradas nas ações que tiveram
uma maior valorização nos últimos 3-12 meses e mantê-las durante os próximos 3-12
meses. Essa estratégia provou ser lucrativa e tem sido amplamente estudada por Nara-
simhan Jegadeesh e Sheridan Titman.

Nessa estratégia, o tipo de empresas e seus fundamentos são irrelevantes, só importa o


fato de ter havido uma maior reavaliação nos últimos meses. As empresas típicas de uma
estratégia momentum são aquelas que passam por um bom momento presente, com
benefícios acima das expectativas, que estão na moda, etc.

O investimento nesse tipo de empresas visa reinvestir os dividendos arrecadados em mais


ações de empresas que pagam dividendos, para que a cada ano a receita arrecadada em
dividendos seja maior. Essa estratégia (longo prazo) é usada como uma alternativa ao
investimento em ativos de baixo risco e depósitos de tosse que proporcionam um baixo
retorno.

36
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8. Tipos de análise na bolsa: análise


fundamental e análise técnica
8.1. Análise fundamental para novatos em 7 etapas
Quando queremos começar a investir no mercado de ações, nos bombardeiam com mil-
hões de maneiras de investir, mas poucas são pragmáticas e funcionais. Vamos ensiná-lo
a fazer uma análise fundamental básica para que possa ter uma ideia correta sobre qual é
a situação de uma empresa e, dessa forma, poder ver se a empresa pode ser interessante
ou não.

Etapa 1: obter informações para fazer uma análise fundamental

Para fazer um pouco mais fácil, usaremos o motor de busca Yahoo Finance para ver os
dados das empresas.

No mecanismo de busca financeira do Yahoo, colocaremos a empresa que procuramos


e clique no motor de busca:

37
Na seção “Finance”, podemos encontrar as contas que nos interessam:

• Demonstração de Resultados
• Balanço Patrimonial
• Demonstração de fluxos de caixa

Essas são as contas “AAPL”- Apple Inc.

Etapa 2: a empresa possui receitas positivas?

Uma coisa fundamental, concorda comigo é que a empresa ganha dinheiro. Podemos
ver isso de diferentes maneiras. Retirando o resultado líquido, lucro líquido por ação, fluxo
de caixa livre, ganhos do proprietário, ebitda, etc. Como não queremos complicar, use o
resultado líquido e voilá. Encontrará esse resultado líquido na seção “Demonstração de
resultados“:

Aqui, mostra os resultados e os lucros da AAPL por ação, e não no total. No final do dia,
é o mesmo, mas expresso de forma diferente. Observe que, no final, acho um pouco o
mesmo para obter os ganhos do acionista, que o lucro por ação (earnings per share), que
o fluxo de caixa livre, que a magnitude é. O que eu quero é que os dados sejam positivos.
Mais adiante, veremos qual a magnitude que mais nos interessa e por quê.

38
Essa empresa, por exemplo, também possui lucros positivos maiores que zero. Estamos
mais interessados em gráficos como AAPL do que os desta empresa, mas pode ver que
cada empresa terá os seus próprios números.

Esta empresa não nos interessaria porque os resultados são praticamente inexistentes
ou negativos.

Etapa 3: paga dividendos maiores que os resultados da empresa?

Algumas empresas pagam dividendos de maior valor aos resultados. Que isso seja feito
em tempo hábil não é tão preocupante quanto é feito como regra periodicamente. Uma
empresa pode pagar em tempo hábil um dividendo superior ao benefício daquele ano (do
qual não gosto) e poder voltar ao normal. A situação de pagar mais dividendos indefini-
damente do que a empresa teve resultados. Isso pode ser visto na seção “Cash Flow” do
Yahoo Finance e na conta “Dividendos pagos”. Esses dividendos não devem ser maiores
que o lucro líquido sobre o qual já falamos. Vamos ver alguns exemplos disso:

Esta empresa de topo tem resultados de cerca de $ 5,5 por ação e paga $ 1,7 por ação. É
uma situação favorável para a empresa, pois possui resultados suficientes para pagar aos
acionistas na forma de dividendos. Se os resultados fossem menores ou os dividendos
fossem maiores, não teríamos uma linha amarela abaixo das linhas de lucro.

39
Esta empresa de topo decidiu em 2011 começar a distribuir dividendos. Até então, ele
não distribuía dividendos. E quando começou a distribuí-los, foi um valor que poderia ser
distribuído, porque é menor que o lucro da empresa.

Esta empresa está passando por problemas. Além de distribuir mais dividendos do que o
lucro líquido da empresa, o lucro líquido foi negativo.

Etapa 4: a empresa é rentável?

O passo número 4 para fazer uma boa análise fundamental é verificar se a empresa é
rentável. Pode ter resultados , mas como sabemos se existem resultados suficientes ou
poucos? Olhando para dois jogos simples, podemos ver isso. O primeiro jogo a ver seria o
total de ativos (ou Total assets em inglês), e o encontramos em “Balanço”:

O segundo jogo é o lucro líquido que já vimos. Quando tivermos o item Total assets e de
net income, aplicamos a fórmula de:

Lucro Líquido / Ativo Total ➡ Net Income/Total Assets

40
O resultado pode ser expresso em 1 ou percentagem. Se estiver em percentagem, procu-
ramos empresas com mais de 5% dessa proporção. Se quisermos vê-lo em até 1, então
0,05. Essa proporção que configuramos é chamada de “ROA” e nada mais é do que a re-
lação entre o lucro da empresa e os ativos. Vamos ver alguns exemplos:

Nesta empresa, pode ver como o ROA é sempre superior a 5%. Nos interessa.

Essa empresa também possui uma rentabilidade superior a 5%.

Etapa 5: as receitas e os retornos estão crescendo?

Renda que precisamos crescer ao longo do tempo. A rentabilidade também é ideal, mas
chega um momento em que é muito mais complicado para a empresa continuar ganhan-
do eficiência. Por esse motivo, tentaremos encontrar empresas com crescimento nos
dois casos. Se não o encontrarmos nos dois casos, pelo menos estará na receita.

41
Algo parecido com a empresa no gráfico anterior não nos interessa mais diretamente,
porque onde precisamos de crescimento com lucro, a empresa não tem crescimento.

A empresa acima realmente nos interessa. É verdade que em 2013 houve um revés, mas a
partir daí aumenta a rentabilidade e lucra muito. Uma das coisas mais importantes numa
análise fundamental não é apenas verificar se a empresa está certa ou errada no nível das
contas, mas também é tremendamente importante para o crescimento da empresa.

Etapa 6: a empresa tem muitas dívidas?

Numa boa análise fundamental, uma parte essencial é a dívida, uma vez que a dívida

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pode transformar uma empresa com futuro em ruína, se não for tratada com cautela.
Especificamente, vamos analisar duas coisas.

Primeiro, veremos os anos que levaram para pagar a dívida que tenho com a receita.

Segundo, veremos a proporção de dívida e patrimônio que a empresa possui.

Antes de tudo, se eu tenho um negócio com o qual tenho uma renda de 10 milhões e devo
20 milhões, não parece que haja muitos problemas nessa parte. Agora, se eu tenho um
negócio com o qual ganhei 10 milhões, mas devo 2.000 milhões… O problema é muito
maior. No primeiro caso, dedicar 100% da renda ao pagamento da dívida levaria 100%
para pagar dois anos. No segundo caso, 200 anos.

Ou a empresa tem um crescimento muito forte ou a dívida será um grande problema.


Um relacionamento razoavelmente aceitável é um relacionamento de até 7 ou 8 anos.
Isso dependerá dos setores, da empresa etc. Para não sobrecarregar muitos dados e sim-
plificá-los, consideramos esses dados de 7 ou 8 no máximo.

Como obtemos esses dados? Vejamos a conta de Saldo e demonstração de resultados.


No saldo, examinaremos a conta de “Total do passivo” (ou total do passivo). Na conta De-
monstração de resultados, veremos a conta “receita ou perda operacional” (em receitas
ou perdas operacionais espanholas). Basta tentar dividir o total do passivo (total do passi-
vo) entre a conta de receita operacional. O número que fornecer será o período que levará
para pagar a dívida total com a receita da empresa. Então, no segundo ponto, obteremos
os dados de “Long term term dívida to equity”. Isso basicamente divide a dívida de longo
prazo entre o patrimônio líquido da empresa.

Não gosto que a proporção seja maior que 4 em geral. Já sabemos que empresas espe-
cíficas em determinados setores podem ter maior alavancagem e nada aconteceria tam-
bém. Mas, como regra, não gosto de mais de um 4. Desse modo, teríamos que conhecer
a dívida em uma análise fundamental básica. Vamos ver exemplos:

Essa empresa possui uma dívida de longo prazo em relação aos ativos sociais controla-
dos, mas os dados dos anos em que a dívida será paga são muito altos. Pode simples-
mente ser perdoado se for uma empresa com muito crescimento e, num futuro próximo,
espera aumentar seus lucros. Mas seria claramente muito endividado.

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Essa empresa tem pouca dívida em relação aos ativos sociais e também levaria alguns
anos para reiterar a sua dívida. Gosto de empresas desse estilo quando faço uma análise
fundamental.

Etapa 7: a empresa é bem avaliada?

E finalmente chegamos à parte mais delicada de uma análise fundamental. Existe um


procedimento para avaliar uma empresa acima: o procedimento consiste em dividir o lu-
cro por ação (EPS) pelo retorno médio do título de 10 anos. Com isso, estabeleço um valor
intrínseco à ação aproximada, mas com uma consistência muito fraca, é simplesmente
rejeitar alguns candidatos que são claramente caros.

Se o resultado dessa divisão for menor que o preço atual das ações, inicialmente não
seria uma avaliação atraente para nossa análise fundamental e a descartaria. Para obter
os dados de lucro por ação, voltamos ao Yahoo Finance e clique na guia “Estatísticas” ou
“Estatísticas”:

44
Pegando num exemplo o valor da PG (Procter & Gamble), que custa 96,63 dólares. Bem,
agora divido o EPS da empresa (lucro por ação ou EPS) pelo retorno médio do título de 10
anos e recebo: 4,11 / 0,075 = $ 54,80 por ação.

Como o preço atual da empresa é superior ao preço da divisão, posso concluir que a em-
presa não é muito barata. Eu usei 0,075 no denominador da fórmula. Uso 0,05 quando a
empresa é muito boa, seguindo os critérios que vimos nos pontos anteriores.

Quando ele encontra todos os pontos perfeitamente, eu uso 0,05.

Quando ele atende aos pontos vistos, mas não tem tanto crescimento ou está um pouco
mais endividado do que gostaria, etc., uso 0,06.

Se falhar a qualquer momento, eu uso 0,075

Se a empresa é muito boa = 0,05

A empresa é boa = 0,06

A empresa é normal = 0,075

Para a Procter and Gamble, possivelmente usar um 0,06 seria mais correto, mas ainda
custaria $ 68,5. Longe do valor que tem agora no mercado. Também não supera o valor
intrínseco que a fórmula lança. É simplesmente um guia. Então seria necessário analisá-lo
com outros modelos mais complexos e mais eficientes, mas, por enquanto, para fazer
uma primeira análise fundamental, está razoavelmente bem.

Simplesmente seguindo as 7 etapas descritas acima, Pode fazer uma análise fundamen-
tal muito melhor do que a maioria dos investidores que desejam investir no mercado de
ações e fazer uma pseudo-análise fundamental.

Rácios mais relevantes ao analisar uma empresa por fundamentos

Ao avaliar uma empresa como fundamental, devemos focar nossa análise no balanço da
empresa, na demonstração de resultados e na demonstração dos fluxos de caixa. Vamos
ver quais são alguns dos rácios mais relevantes ao analisar uma empresa por fundamen-
tos, bem como ver os principais conceitos da demonstração de resultados.

1. PER: mede a relação entre o preço da ação e o lucro por ação (EPS). É o número de
vezes que o benefício está contido no preço da ação. Ou seja, que o PER de uma em-
presa é 10 significa que não teremos compensado o investimento inicial até que dez
anos tenham passado a acumular lucros. O PER reflete a avaliação de uma empresa
em relação ao seu setor ou a sua média histórica.
2. Dividend yield: É um indicador que é obtido através do quociente entre o dividendo por

45
ação (APD) e o último preço da ação. Portanto, quanto maior, melhor. Se investirmos
em uma empresa que tenha dividend yield de 5%, isso significa que receberemos 5%
apenas para o pagamento de dividendos.
3. EV/Ebitda: É uma relação que compara o valor de uma empresa com os benefícios
brutos antes de juros, impostos, amortizações e depreciações. É uma medida de ava-
liação que nos ajuda a comparar empresas do mesmo setor.
4. Price to book value: é a relação preço / valor contabilista. Para calculá-lo, levaremos
em conta o valor do preço da ação (valor a preços de mercado) entre o valor conta-
bilista da mesma ação. Se o valor deste indicador for alto, isso significa que a ação é
cara no mercado de ações.
5. ROE: É o retorno dos capitais próprios. Para obter esse rácio, dividiremos o benefício
depois de ter pago os juros da dívida entre o patrimônio líquido (equity). Este indicador
mede o retorno do acionista.
6. Fluxo de caixa livre/Capitalização de mercado: é a rentabilidade do fluxo de caixa em
relação ao valor de mercado. É o que a empresa recebe em dinheiro. Pode comparar o
desempenho de um título para saber se o seu valor é atraente.
7. Retorno por dividendo: mede a percentagem do preço de uma ação que vai para os
accionistas sob a forma de dividendos, todos os anos.
8. Lucro líquido (milhões): este é o lucro que permanece na empresa depois de cobrir
todas as despesas e impostos.
9. BPA: é a parte do lucro que corresponde a cada ação de uma empresa, nós indica a
rendibilidade da empresa.

8.2. Análise Técnica


A análise técnica é bem conhecida, especialmente por aqueles que começam pela pri-
meira vez no mercado de ações. Há muitas dúvidas sobre como começar e com que
plataforma fazer isso.

Em algumas etapas simples, veremos o que devemos levar em conta e quais são as
principais ferramentas usadas para analisar o gráfico de uma ação usando a plataforma
Clicktrade. A primeira coisa que devemos levar em conta é o ativo que queremos analisar
é o volume que negocia diariamente. Uma vez que sabemos o tamanho e a liquidez da
empresa, precisamos saber quanto da nossa operação estamos dispostos a perder.

Quando fazemos uma análise técnica, definimos os níveis de preço no gráfico, por isso
devemos sempre ter em mente a perda máxima possível por transação, bem como os
benefícios esperados.

Uma vez que tenhamos claro o tamanho da empresa e nosso risco por operação, te-
mos que esclarecer qual é o nosso horizonte de investimento, ou seja, por quanto tempo
achamos que temos a operação em aberto. Embora às vezes marcamos os níveis e a
operação possa ser aberta o quanto for necessário (até que o preço atinja certos níveis), é

46
importante saber se o nosso objetivo é, em princípio, para os próximos minutos, próximas
horas ou mesmo dias ou meses Quanto menor o nosso espaço temporário, mais temos
que especificar o gráfico.

O que ter em conta para começar com a análise técnica?

• Espaço temporal dos gráficos: Vá de um espaço temporário maior para gráficos me-
nores (mensal, semanal, diário e finalmente intradiário, se necessário).
• Escala do gráfico: geralmente usaremos a escala logarítmica.
• Tipo de figura: podemos usar gráficos de linhas, barras, velas japonesas … Neste
exemplo, vamos usar gráficos com velas japonesas, porque eles nos dão mais infor-
mações do que o gráfico de linhas.
• Não saturar os gráficos com muita informação.
• Dividendos: É conveniente saber se o gráfico inclui dividendos ou não no momento de
fazer a análise com preços históricos.

Para começar, a primeira coisa é ter uma plataforma que permita análises técnicas
avançadas. Devemos ter em mente o seguinte:

• Espaço temporal: ir de um espaço temporário maior para um menor (mensal, semanal,


diário, intradiário)
• Tendência: com médias móveis de 200 e 50
• MACD
• RSI
• Último máximo / mínimo e ver se eles estão aumentando ou diminuindo
• Zonas Resistência e suporte

Indicadores

1. O RSI (Relative Strength Index), ou índice de força relativa, é um indicador técnico


utilizado para avaliar condições de mercado em que o preço de um determinado ativo
se encontre em sobrecompra ou sobrevenda. Este indicador é exibido como um gráfi-
co de linhas compreendido entre os valores de 0 a 100 sendo que, normalmente, uma
leitura abaixo do nível 30 indica uma condição de sobrevenda e uma leitura acima do
nível de 70 indica que um ativo está em sobrecompra. Existem várias formas de inter-
pretar este indicador sendo que, umas das que é provavelmente mais utilizada é, por
um lado, a de considerar um sinal de compra sempre que (tendo o RSI descido abaixo
do nível 30) o mesmo volte a cruzar este valor numa tendência ascendente e, por outro
lado, a de considerar um sinal de venda sempre que (tendo o RSI ultrapassado o valor
de 70) este volte a cruzar este valor numa tendência descendente
2. MACD (Moving Average Convergence Divergence) é outro indicador bastante utili-
zado pelos investidores e é determinado subtraindo a média móvel exponencial de 26

47
dias (linha MACD) à média móvel exponencial de 12 dias, resultando na média móvel
exponencial de 9 dias do próprio MACD (denominada também de linha de sinal). Este
indicador tem então como propósito identificar momentos importantes resultantes
da convergência e divergência destas médias móveis e que poderá ter várias interpre-
tações.
3. Indicadores de tendência. Media móvel ponderada: tenta atribuir uma importância
progressiva aos preços mais recentes em relação aos preços mais antigos que são
calculados. O objetivo é suavizar as séries de preços, assim como a média móvel
exponencial, embora com diferentes ponderações. É calculado oferecendo uma série
de ponderações que diminuem à medida que o preço vai sendo mais antigo, de modo
que o último preço será o que mais pondera e o último preço é o que menos pondera.
As ponderações dos dados mais recentes são mais elevados do que no caso do MM
Exponencial.
4. Indicador de volume que nos indica a quantidade de títulos negociados num período
escolhido ( intradia, dia, semana...). De acordo com a teoria de DOW, o volume deve
acompanhar a tendência. A magnitude do volume é indicativa da consistência do mo-
vimento

Se quer aprender mais sobre análises técnica pode fazer download grátis do nosso
manual de análises técnica.

48
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9. Como escolher empresas para


investir?
Normalmente, a maioria dos investidores, principalmente quando começam a investir
no mercado de ações, centram-se nas maiores empresas do mercado interno. Embora o
comportamento das empresas tenha sido bom ou mau, o fato de não saber como se-
lecionar empresas fará com que deixemos passar boas oportunidades. Quantas vezes
dissemos, sabia que esta empresa teria sucesso … Mas eu não comprei. Além disso, se
aprendemos o básico para aplicar filtros, evitaremos comprar empresas quando estive-
rem citando múltiplos elevados.

Antes de começar com os dados a serem levados em consideração para fazer uma se-
leção apropriada de valores, devemos entender que nos mercados de ações são peque-
nas e grandes empresas, e que as pequenas empresas geralmente têm mais potencial
de crescimento e, consequentemente, os seus múltiplos são geralmente mais exigentes.
Mas, como veremos, tudo depende. Para evitar contradições, é interessante comparar os
múltiplos de uma empresa com os do setor e também com dados históricos, bem como
futuras previsões.

9.1. Avaliação de empresa


A avaliação por múltiplos consiste em relacionar o preço de mercado, com as demons-
trações financeiras da empresa, levando em consideração algumas grandezas finan-
ceiras, tais como lucros, fluxo de caixa, Ebitda, vendas, capitalização etc … esses dados
podem ser históricas ou uma projeção do futuro também conhecida como descontos de
fluxo de caixa ou descontos de benefícios…

9.2. Múltiplos baseados na Capitalização


Eles têm a vantagem de serem muito fáceis de entender e calcular.

Price Earnings Ratio

Preço da ação / lucro por ação

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O PER é uma das métricas de avaliação mais usadas, em que o numerador é o preço da
ação e o denominador são os lucros por ação.

Observe que o múltiplo PER é igual à proporção entre o valor patrimonial e o lucro lí-
quido, no qual o numerador e o denominador são ambos divididos pelo número de ações
totalmente diluídas. Os múltiplos PER estão geralmente na faixa de 15.0x a 30.0x.

• Se o PER estiver entre 0 e 10, pode ser que a ação esteja subvalorizada ou que as
expectativas dos lucros da empresa não sejam boas.
• De 10 a 17 é geralmente o mais adequado para a maioria das empresas.
• De 17 a 25 pode ser porque os investidores antecipam um aumento nos lucros em
seguida ou que as ações estão supervalorizadas.
• Um PER de +25 deve-se principalmente ao facto de os preços estarem inflacionados,
geralmente devido às elevadas expectativas de crescimento dos lucros futuros.

Price to cash earnings

Preço da ação / Cash Flow por ação

É especialmente útil para avaliar ações que têm fluxo de caixa positivo. Relaciona a ca-
pitalização de mercado com o lucro líquido, depreciação e amortização.

Quanto menor esse índice, menor o valor de mercado em relação ao valor da empresa.

Price to Sales

Preço da ação / vendas por ação

Abreviado como P/S ratio ou PSR, o rácio preço/vendas também é conhecido como “múl-
tiplo de vendas” ou “múltiplo de receita”.

Este rácio é mais relevante quando usado para comparar empresas do mesmo setor. Um
rácio baixo pode indicar uma subvalorização possível, enquanto um rácio que está signifi-
cativamente acima da média pode sugerir uma supervalorização.

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Price to Levered Free Cash Flow

Preço da ação / Fluxo de caixa Operacional

É uma medida da capacidade de uma empresa de aumentar os seus negócios e pagar


retornos aos acionistas. Também pode ser um indicador da capacidade de uma empresa
de obter capital adicional por meio de financiamento.

Se uma empresa já possui um montante significativo de dívida, e tem pouco dinheiro após
cumprir suas obrigações, pode ser difícil para a empresa obter financiamento adicional de
um credor.

Price to Book Value

Valor da ação no mercado / valor da ação contabilístico

As empresas usam a relação entre preço e valor contábil para comparar o mercado de
uma empresa com o valor contabilístico, dividindo o preço por ação pelo valor contabilís-
tico por ação. Algumas pessoas sabem disso como a relação preço-capital.

Um rácio P/B mais baixo pode significar que a ação está subvalorizada. No entanto, isso
também pode significar que algo está fundamentalmente errado com a empresa. Como
na maioria dos rácios, isso varia de acordo com a indústria.

Price to Customer

Capitalização bolsista / Número de Clientes

Mostra o valor de mercado (capitalização de mercado) com o número de clientes.

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9.3. Múltiplos baseados no valor da empresa
Em vez de dividir a capitalização de mercado por outro parâmetro, como é feito em múl-
tiplos baseados em capitalização, eles usam a soma da capitalização de mercado e a
dívida financeira da empresa como o numerador .

Enterprise Value to EBITDA (EV/EBITDA)

Capitalização Bolsista / EBITDA

O Enterprise Value to EBITDA (EV/EBITDA) relaciona o valor da empresa (capitalização


bolsista) com os lucros antes dos juros, impostos, depreciação e amortização.

O rácio de EV / EBITDA é utilizado para comparar o valor total de uma empresa com o
valor do EBITDA que ganha anualmente. Essa relação informa aos investidores quantas
vezes o EBITDA eles têm que pagar, se eles adquirirem todo o negócio.

Enterprise Value to Sales

Capitalização bolsista / Vendas

O EV-to-sales oferece aos investidores uma medida quantificável de quanto custa com-
prar as vendas da empresa. Por vezes o rácio é feito pelo preço da ação e não pelo EV.

Geralmente, um menor EV/S significa que uma empresa é considerada mais atraente ou
menos valorizada. A medida EV-to-sales pode ser negativa quando o dinheiro da empresa
é maior do que a capitalização do mercado e a estrutura da dívida, sinalizando que a em-
presa pode essencialmente ser comprada com o seu próprio dinheiro.

Enterprise Value to Unlevered Free Cash Flow

Capitalização Bolsista / FCF não alavancado

Relaciona a capitalização bolsista com o Lucro antes de juros e impostos, depreciações.

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O Free Cash Flow não alavancado (UFCF) é o FCF atribuível a todos os fornecedores de
capital (acionistas e detentores de dívida). Para calcular o UFCF, comece com o lucro ope-
racional (EBIT). Observe que o EBIT é um valor não-alavancado porque é calculado antes
da despesa de juros. Em seguida, subtraia impostos para gerar EBIAT [= EBIT × (taxa de
1 − taxa)]. Em seguida, adicione novamente a despesa de depreciação e subtraia o CapEx
e a mudança no capital circulante (NWC).

9.4. Múltiplos baseados no valor da empresa


P/E/G

PER / crescimento dos lucros por ação nos próximos anos

O rácio PEG é simplesmente a relação PER dividida pela taxa de crescimento de Lucros
por ação esperado, e geralmente está na faixa de 0,50x a 3,00x.

Os rácios PEG são mais flexíveis do que outros rácios, pois permitem que o nível esperado
de crescimento varie entre as empresas, facilitando a comparação entre empresas em
diferentes estágios dos seus ciclos de vida. Não há um cronograma padrão para medir o
crescimento esperado dos lucros por ação, mas normalmente usa-se uma taxa de cresci-
mento de longo prazo ou de 5 anos.

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10. Dicas para investir (e não jogar)


na Bolsa de Valores
A diferença entre jogar no mercado de ações e investir no mercado de ações é seguir uma
série de diretrizes. Entre muitas das mesmas, podem ser encontradas as cinco seguintes.
Estes conselhos foram dados por investidores mais experientes e reconhecidos, aqueles
que demoram mais tempo certamente os reconhecerão. Mas para alguém que está no
seu começo a investir no mercado de ações, as dicas listadas abaixo são básicas.

“Conseguir resultados de investimento satisfatórios é mais fácil do que a maio-


ria das pessoas pensa; alcançar resultados superiores é muito mais difícil do
que parece”.
- Benjamin Graham

Manter liquidez no portfólio

No início, quando começa a investir no mercado de ações, podemos sentir-nos tentados


em investir todo o dinheiro que temos disponível em liquidez, e mais ainda se as nos-
sas primeiras operações estiverem a ser positivas. Embora, de repente, muitas empresas
tenham preços interessantes, não devemos investir em todas elas até que elas estejam
100% investidas. A melhor coisa a fazer é agir da mesma forma que os fundos de inves-
timento, deixando uma percentagem do capital sempre em liquidez. Por quê? Primeiro
porque, em algum momento de urgência, podemos precisar dessa liquidez que não seja
invertida. Além disso, por mais que pensemos que estamos antes do piso do mercado e
é hora de comprar tudo, não sendo adivinhos, podemos até estar no início de um ciclo de
baixa.

Em suma, ter uma percentagem da carteira de caixa nos permite aproveitar melhor as
oportunidades oferecidas pelo mercado em todos os momentos. Obviamente, essa per-
centagem de dinheiro não precisa ser corrigida. Podemos variar dependendo das opor-
tunidades oferecidas pelo mercado. Ou seja, para acumular liquidez quando há poucas
oportunidades para quando se apresentam para tirar proveito delas.

“Se não encontrar empresas atraentes para investir, guarde o dinheiro no


banco até descobrir”.
- Peter Lynch

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Diversificar

Não só geograficamente e sectorialmente. Também é importante diversificar tempora-


riamente. Isso significa fazer compras com o mesmo valor espaçado ao longo do tempo.
Por exemplo, se pretendemos alocar X euros por um valor, pode ser interessante fazer
duas compras em vez de uma e estarem espaçadas ao longo do tempo.

A vantagem de diversificar temporariamente é que se o preço cair, reduzimos a média,


obtendo um preço de compra médio melhor. Se, pelo contrário, o preço subir, obteremos
um preço pior. Portanto, dependendo do tipo de empresas em que investimos, isso pode
funcionar melhor ou pior, não é o mesmo para investir em empresas de crescimento como
em empresas maduras. Veja que, para alcançar a diversificação temporária, é necessário
cumprir o Conselho número 1.

Por outro lado, é a diversificação geográfica. Normalmente, as empresas que conhece-


mos melhor estão no mercado nacional e, portanto, na carteira é geralmente tendenciosa
no mercado interno. Mas a diversificação geograficamente tem as suas vantagens por-
que podemos aceder a setores sub-representados e economias diferentes.

“Ao construir um portfólio deve usar o senso comum. Não coloque todos os
ovos na mesma cesta. Mas não vá para a outra extremidade e use muitas
cestas”.
- Stan Weinstein

Invista em boas empresas

Se quiser investir no médio ou longo prazo, deverá investir em empresas sólidas, com
bons fundamentos. Isso significa sempre procurar boas empresas e com algum tipo de
vantagem competitiva. Estas podem ter os seus altos e baixos e se entrarmos na parte
superior do ciclo, se cumprimos os dois pontos acima, poderemos obter melhores preços
de compra mais tarde, são empresas que conhecemos e que nos possibilitam dormir
tranquilamente. Há aqueles que investem em empresas com péssimos fundamentos
(muitas vezes inconscientemente) que tentam demolir preços na esperança de os dupli-
car rapidamente, onde também podem perder tudo. Fazer este tipo de estratégia é mais
como jogar no mercado de ações do que investir nele.

É muito mais fácil investir em empresas aborrecidas nas quais podemos dormir silen-
ciosamente, ou em pequenas empresas e / ou pouco seguidas pelo público em que con-
sideramos que o mercado não as valoriza corretamente. Finalmente, dizer que investir
em boas empresas não é apenas investir em empresas com ROA, ROE, altas margens
e baixa dívida. Embora quanto mais seja assim, melhor, cada setor é diferente e se que-

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remos diversificar sectorialmente, temos que diferenciar as características de cada um
deles.

“Compre empresas com uma boa história de lucro e uma posição dominante
no negócio.”
- Warren Buffett

Não investir a qualquer preço

É tão importante investir em boas empresas como não o fazer a qualquer custo. Deve-
mos ser claros que nunca investiremos ao melhor preço possível e também sabemos que
é melhor investir em boas empresas a preços medíocres do que em empresas regulares
a bons preços. As boas empresas costumam ter uma tendência de alta a longo prazo
e estão negociando em múltiplos (PER, EV / EBITDA, RPD) elevados. Nesses tipos de
empresas, é difícil investir abaixo do preço que gostaríamos, mas se não investirmos para
isso, podemos deixar de lado um investimento muito bom.

Por outro lado, há empresas de menor crescimento, mais estáveis, que geralmente cres-
cem inorgânicos e geralmente pagam mais dividendos. Neste tipo de negócios, o preço
geralmente está longe do valor intrínseco devido à euforia e ao medo do mercado. Aqui,
o valor de múltiplos geralmente é apenas indicado quando o preço é alto ou baixo em
relação ao valor que deve ter.

É importante ter em mente que as empresas estáveis mudam pouco num ano, mas seu
preço pode variar muito, e é algo que poderá ser aproveitado. A título de conclusão, este
ponto significa ser claro sobre o conceito de subavaliação e sobre avaliação e como tirar
proveito disso, conscientes de que nunca compraremos no chão nem venderemos no
telhado. Muitas vezes, a subavaliação é dada numa época de pânico no mercado e sobre-
valorização em tempos de euforia.

“O investidor real é aquele que quer que as ações de uma empresa baixem,
para que possam comprá-las mais baratas.”
- Warren Buffett

Invista para si mesmo, ignore as recomendações

Quando se trata de investir, é melhor analisar uma empresa, tanto em termos qualitati-
vos como fundamentais. Isso pode nos levar mais ou menos a trabalhar dependendo do

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grau de análise que queremos fazer, mas é algo que deve ser feito e quanto mais tempo
dedicarmos melhor serão as conclusões. O negócio também é influente, há empresas
e setores muito mais fáceis de analisar do que outros, por isso é importante descartar
aqueles que acharíamos muito difíceis de entender (geralmente farmacêuticos, financei-
ros e tecnológicos).

No entanto, podemos encontrar os pontos 1,2 e 4, mas se investirmos sem análise prévia
em empresas que nos recomendaram ou porque são grandes e / ou conhecidas, pode-
mos estar a investir em mais empresas quando existem outras melhores.

Um também pode ser influenciado pelos media ou analistas de investimentos. Pes-


soalmente, não investiria com o conselho de nenhum deles. Outra coisa é que isso pode
motivar uma análise própria e, finalmente, chegamos a uma conclusão adequada sobre
se é uma boa companhia para investir, e se esta é subvalorizada ou sobrevalorizada. Por
outro lado, encontramos fundos de investimento. Com relação a eles, nenhum deles in-
vestiria num valor porque alguns o tinham no portfólio, já que a maioria não bateu o seu
benchmark. Há também a adição de que se nosso portfólio é pequeno e nós compramos
um valor para um fundo feito, devemos saber que talvez o fundo não compre esse valor
se tivesse que representar uma porcentagem tão alta do portfólio. Além disso, não conhe-
cemos o prazo para o qual espera manter. No entanto, se olharmos para os fundos apro-
priados, podemos encontrar empresas que, de outra forma, seriam difíceis de analisar.

“Não siga os meus passos porque, mesmo que consiga acertar ao comprar,
não saberá quando vendo ”.
- Peter Lynch

5+1: atento a suas finanças pessoais e seu perfil de risco

Acrescentamos um sexto e último conselho: se falámos de não investir todo o seu capital,
aqui o matizamos; só deve investir o dinheiro poupado que não precisa a curto prazo,
aquele que não precisa para enfrentar uma despesa imprevista ou um pagamento re-
corrente (para enfrentar este tipo de despesa, criar uma conta poupança separada). Cada
investidor é um mundo: é por isso que também recomendamos que invista de acordo
com o seu perfil de risco. E ler, treinar, resolver as suas dúvidas e fazer perguntas: esta é a
única forma de aprender e compreender o mundo complexo do mercado de ações.

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