Você está na página 1de 2

Resumo Lipietz: 1017

A teylorização primitiva

“Trata-se de uma “deslocalização” de segmentos precisose limitados de “circuito de


ramos” nos Estados com muitas altas taxas de exploração (salário, duração e
intensidade do trabalho)”
Essa estratégia representa o taylorismo, não o fordismo.
Os postos de trabalho sao “parcelados” e repetitivos, mas nao são ligados por um
sistema automático de maquinas. O equipamento é individual, sao industrias de “mao-
de-obra”(no sentido mais amplo do termo). -ex:confecção de roupas a mao, fabricacao
de cestos, tecelagem,etc
A maior parte da mao de obra teylorizavel eram as mulheres, que estavam
“acostumadas a produção doméstica”. Nao questionavam os fins de trabalho e possuiam
atenção total no trabalho.
Essa lógica visa extorquir o máximo de mais-valia da mao de obra.
É uma demanda pré existente, itens “feitos à mão”.
Essa mais-valia foi a prineira grande força autônoma de acumulação, mas isso
implica uma exploração “sanguinária” (como Marx falava da legislação sanguinária)-
podede-se chamar de “teylorização sanguinária”.

O “Fordismo periférico”

Essa sistema alcança o Brasil com uma logica diferente, chamada de “fordismo
periférico”

Surgiu em certos paises a conjunção de um capital local autonomo, de classes


urbanas relativamente abundantes, e de embriões significativos de uma classe
operária com experiência.
Isso abriu oportunidade pro fordismo periférico.
Tinha um caráter político: associado as lutas de classes internas, conferia aos
Estados uma real autonomia em relação as classes dominantes clássicas.
É um fordismo autêntico, com verdadeira mecanização e associação de acumulação
intensiva e do crescimento de mercados em termos dos bens de consumo duráveis.
É periférico pq os polos de inteligência necessários para os níveis de fabricação
qulificada estavam localizados de fora desses países.
“É conveniente falar de fordismo periférico quando o crescimento do mercado interno
(para os produtos manufaturados) desempenha um efetivo papel no regime de
acumulação mundial.”

IMPORTÂNCIA E LIMITES DA MUNDIALIZAÇÃO DO FORDISMO:


Um fenômeno maciço, desigual e precoce

“Difusão bastante extensa desse fenômeno de industrialização “novo gênero”, sua


precocidade em determinados países e seu aborto, que tambem pode ser precoce.”
“A participação da agricultura e da insustria no PIB determina o lugar de uma
categoria na escala das riquezas.”
A participação da indústria nao varia muito, e a da agricultura decresce de forma
generalizada.
A classificação dos paises pode ser diferenciada pela participacao relativa dos
bens primários e manufaturados nas exportações.
-Explica com números, país por pais, o papel na Divisão Internacional do Trabalho.
“A unidade de um imenso mercado fornece ao Brasil margem de manobra para
desenvolver um regime verdadeiramente “autocentrado”. De fato, a ditadura utilizará
essa oportunidade “no mau sentido”: quando se é 120 milhões, basta que 20% da
população se aproprie de dois terços da riqueza para que se constitua um mercado,
para os bensde consumo duráveis e mesmo de luxo, equivalente ao de um país médio da
Europa do norte! A Coréia, ao contrário, apresenta uma distruibuição de renda muito
mais igualitária. Como ela é, em média, mais pobre, consome uma menor proporção dos
bens duráveis que produz.”

Uma difusão da acumulação para alem das indústrias fordianas


“Nem a agroindústria nem as indústrias de base (que, com frequência, são
“indústrias de processo”, isto é, de processos físico-químicos automatizados)
dependem do teylorismo ou do fordismo enquanto princípio de organização do
trabalho.
Mas possui uma lógica muito proxima a do fordismo periférico.
Esse método cria muito menos postos de trabalho por investimento do que as
indústrias teylorianas e fordianas.
Fordismo se impõe não apenas como lógica econômica, mas igualmente como a nova
forma de divisão internacional do trabalho.

Duas divisões do trabalho superpostas

A antiga divisão internacional do trabalho continua existindo durante a


“mundialização” do fordismo.
Para os paises de baixa renda a participação dos bens primários nas exportações
permanece quase estável e largamente majoritária.
Para os paise da camada superior de renda, ocorre a industrialização muito rapida e
o aumento enorme da participação dos bens manufaturados nas exportações.
“Denomina-se “nova divisão internacional do trabalho” a divisão internacional
intra-industrial (e, mesmo, intra-agrícola) que depende de uma tripartição de tipo
fordiano:(I) engenharia e tecnologias avançadas; (II) atividades produtivas
“banalizadas”, ainda que exigindo uma certa qualificação;(III) atividades de
qualificação especializada facilmente adquirível.”
“A industrialização do terceiro mundo é bastante mais difusa e precoce do que se
costuma creer.”
A emergencia dos paises do “fordismo periférico”, assim como a acumulação de ativos
monetários em determinados países, provocou a verdadeira ruptura com a antiga
periferia.- se tornaram extremamente competitivos e comecaram a concorrer com as
indústrias do centro.

É o “fordismo periférico” uma reedição do fordismo central?

“No interior de cada país, combinam-se as estratégias e lógicas mais diversas.”


Agrupar os paises em grupos da a impressao de que são semelhantes em relação ao que
produzem e exportam, mas não é esse o caso.
“A divisão sexual do trabalho permite, frequentemente, a coexistência da
teylorização primitiva (as mulheres na eletrônica e no têxtil) e do “fordismo
periférico (os homens na indústria automobilística).”
A nova divisão é o resultado de um processo de difusão desigual das relações
capitalistas, em especial do modelo fordista. Não apenas em relação à organização
do trabalho, mas tambem do crescimento dos mercados e a transformação dos modos de
vida.
“O fordismo brasileiro não é apenas tardio, como tambem periférico.”

Você também pode gostar