Os assalariados no setor de serviços, o “terceiro setor” e as
novas formas de trabalho em domicílio
As mutaçõ es organizacionais e tecnoló gicas, as mudanças nas formas de
gestã o, também vêm afetando o setor de serviços, que cada vez mais se submete à racionalidade do capital. Caso da monumental privatizaçã o dos serviços pú blicos, com seus enormes níveis de desempregados. Absorçã o de força de trabalho pelo setor de serviços possibilitou um significativo incremento dos assalariados médios no sindicalismo (proteçã o de seus interesses), o que nã o foi suficiente para compensar as perdas de densidade sindical nos polos industriais. Mas significou forte contingente de assalariados na nova configuraçã o da classe trabalhadora. No mundo do trabalho há uma inclusã o precoce e criminosa de crianças no mercado de trabalho, nã o só nos países asiá ticos, latinos-americanos, mas também em vá rios países do centro. Terceiro setor- países capitalistas avançados, assume uma forma alternativa de ocupaçã o, em empresas de perfil mais comunitá rio, com principalmente formas de trabalho voluntá rio, sem fins lucrativos, e que se desenvolvem um tanto á margem do mercado. O crescimento do terceiro setor decorre da retraçã o do mercado de trabalho industrial e também da reduçã o que começa a sentir o valor dos serviços, em decorrência do desemprego estrutural. O terceiro setor nã o é uma alternativa efetiva e duradora ao mercado de trabalho capitalista, mas cumpre um papel de funcionalidade ao incorporar parcelas de trabalhadores desempregados pelo capital. Economia solidá ria e terceiro setor: incorporaçã o de homens e mulheres que foram expulsos do mercado de trabalho e das relaçõ es de emprego assalariado e passaram a desenvolver atividades nã o lucrativas, nã o mercantis, reinvestindo nas limitadas (mas necessá rias), formas de sociabilidade que o trabalho possibilita na sociedade atual. Esses seres sociais vêem se entã o nã o como desempregados, excluídos, mas como realizando atividades efetivas, dotadas de sentido social. Expansã o do trabalho em domicílio – desconcentraçã o do processo produtivo, pela expansã o de pequenas e médias unidades produtivas. Teleinformá tica- expansã o das formas de flexibilizaçã o do trabalho, necessidade de um mercado mais “individualizado”. Teleinformá tica- abriu à s grandes empresas e bancos possibilidades maiores de controlar a expansã o de seus ativos em escala internacional e de reforçar o â mbito mundial de suas operaçõ es. Abre caminho para a fragmentaçã o de processos de trabalho e para novas formas de “trabalho em domicílio”. Efeitos de economia de força de trabalho e de capital: 1 maior flexibilidade dos processos de produçã o, 2 encurtamento nos prazos de entrega, 3 diminuiçã o nos capitais de giro. Trabalho produtivo em domicílio mescla-se com trabalho reprodutivo doméstico, fazendo aflorar novamente a importâ ncia do trabalho feminino. Corformaçã o mais complexificada da classe trabalhadora, dada pelo cará ter transnacionalizado do capital e seu sistema produtivo. Sua configuraçã o local, regional e nacional se amplia em laços e conexõ es na cadeia produtiva e é cada vez mais internacionalizada. A classe trabalhadora ainda se mantém predominantemente em sua estruturaçã o nacional, o que é um limite enorme para a açã o dos trabalhadores.