UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

SOCIOLOGIA DO TRABALHO

ALUNA: LAIZA DE ANDRADE SANTOS - 20220161285

PROF: MARIA DE FÁTIMA MARREIRO DE SOUSA

PROVA 1
TEXTO INDICADO: TÂNIA REGINA DE LUCA. INDÚSTRIA E TRABALHO NA
HISTÓRIA DO BRASIL

JOÃO PESSOA
2023
1 - Com base na leitura do texto indicado, explicar como se dá, na prática, o
significado da seguinte afirmativa contida no texto, à página 97. “Desde suas
origens, o capitalismo tendeu a se expandir pelo planeta”.
Significa que desde o surgimento do capitalismo na Europa Ocidental, houve
uma tendência para que ele se expandisse por todo o mundo, impulsionada pelo
desenvolvimento do comércio internacional, pela colonização de novos territórios e pela
busca de novas fontes de matérias-primas e mão-de-obra barata, ou seja, se dá pela
busca constante de novos mercados e territórios para a acumulação de riqueza e poder.
Esse processo teve consequências significativas para a história do mundo, incluindo a
desigualdade entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos, a formação de impérios
coloniais e a exploração dos recursos naturais e humanos de países periféricos.

2 - Indicar as características das três grandes revoluções industriais que

marcariam a história do desenvolvimento capitalista.

Primeira Revolução Industrial processo ocorrido no final do século XVIII se

caracterizou pela introdução de máquinas movidas a vapor, estas empregavam a energia
do vapor no lugar da força humana, e permitiram o aumento da produtividade nas
fábricas têxteis, na indústria de ferro e na mineração. A primeira revolução industrial
teve um impacto significativo na transformação da economia mundial e na mudança da
forma como as pessoas trabalhavam, incluindo a formação de grandes fábricas, o
trabalho assalariado e o aumento da urbanização.

Segunda Revolução Industrial dada no final do século XIX caracterizou-se pela

introdução de novas tecnologias, como o motor a combustão interna, a eletricidade, o
aço e a química industrial, implicou na substituição do ferro e do carvão pelo aço,
petróleo e eletricidade. Essas inovações permitiram o surgimento de novas indústrias,
inaugurando a era de grandes empresas, baseadas em tecnologia sofisticada, como a
automobilística e a petroquímica, e uma maior integração entre os países através do
aumento do comércio internacional. A segunda revolução industrial também teve um
impacto significativo na forma como as pessoas trabalhavam, incluindo o surgimento do
trabalho em linha de produção e o aumento da especialização das tarefas.
 Terceira Revolução Industrial ou Revolução Tecnológica dada a partir da década
de 1970, se caracterizou pela automação acelerada e pela mobilidade, introdução de
novas tecnologias, como os computadores, a internet e as telecomunicações, que
permitiram a criação de novos setores econômicos, como a indústria da informática e
das telecomunicações, foi marcada pela expulsão do mercado de trabalho grande
quantidade de mão de obra, devido as tarefas repetitivas ou rotineiras passarem a ser
feitas por robôs e computadores, já não se encontram grandes industrias com milhares
de funcionários trabalhando na linha de produção. Essa revolução também teve um
impacto significativo na forma como as pessoas trabalhavam, incluindo o aumento do
trabalho remoto e o surgimento de novas formas de trabalho, como o trabalho freelancer
e o empreendedorismo.

3 - Apontar as razões de um fenômeno do capitalismo denominado de

“desproletizacão”, a partir da década de 1990 e as repercussões no setor bancário e
muitos outro.

O fenômeno de "desproletarização" no capitalismo, se refere à diminuição do

número de trabalhadores assalariados (operários fabris) e ao aumento do número de
trabalhadores autônomos e empreendedores individuais. Teve repercussões no setor
bancário e em muitos outros setores da economia. No caso dos bancos, a automação dos
serviços bancários levou à diminuição da necessidade de agências físicas e de
funcionários com certo grau de escolarização e especialização para atendê-las, implicou
na perda de prestigio social da categoria, uma vez que computadores e terminais
simplificavam o exercício de tarefas.

Em outros setores da economia, a desproletarização levou à criação de novas

formas de trabalho, como o trabalho freelancer e o empreendedorismo. No entanto,
essas formas de trabalho geralmente oferecem menos estabilidade no emprego e menos
proteção social do que os empregos assalariados.

4 - Explicar o significado de desemprego estrutural e sugestões para atenuar o

problema.
 O desemprego estrutural é definido como uma situação em que há uma falta
crônica de empregos em uma economia devido a mudanças estruturais na produção e
nas tecnologias utilizadas, o trabalho humano parece tornar-se cada vez mais
dispensável, o que implica no desencontro de novas oportunidades de emprego para a
mão de obra que foi desalojada de suas tarefas.

De modo a atenuar o problema do desemprego estrutural, pode-se refletir sobre algumas

possíveis soluções, como: a redução da jornada de trabalho, que possa ajudar a distribuir
o trabalho disponível entre um maior número de trabalhadores, investimento em setores
da economia com maior potencial de geração de empregos, como a agricultura familiar,
a economia criativa e o setor de serviços intensivos em mão de obra, políticas de
proteção social, que possam fornecer um suporte financeiro e psicológico aos
trabalhadores desempregados, incentivo ao empreendedorismo, que possam estimular a
criação de novos negócios e a geração de empregos por parte de pequenos empresários.

5 - Explicar o significado da proposta trabalhista de requalificação profissional.

Consiste em uma estratégia para enfrentar os desafios impostos pela automação,
globalização e mudanças no mercado de trabalho, que podem levar a uma falta de
qualificação e competência dos trabalhadores para lidar com as novas demandas,
espera-se que a força de trabalho esteja apta para atender as novas necessidades do
mercado.

6 - Explicar os problemas inerentes à especulação financeira internacional e razões

da fuga de capitais.
A especulação financeira internacional é caracterizada como um problema
inerente ao capitalismo globalizado. Especulação financeira é uma atividade que busca
melhores taxas e oportunidade para ganhos a partir da compra e venda de ativos
financeiros, como ações, títulos e moedas, sem necessariamente criar valor econômico
ou gerar empregos.

A especulação financeira pode causar uma série de problemas para a economia,

tais como: o aumento da instabilidade financeira, a especulação financeira pode levar a
flutuações acentuadas nos preços dos ativos financeiros, o que pode afetar a estabilidade
econômica global, o aumento das desigualdades sociais e econômicas, pois tende a
beneficiar principalmente os investidores mais ricos, e a desvalorização da moeda, o que
pode afetar a inflação, as taxas de juros e o poder de compra da população.

As razões para a fuga de capitais estão relacionadas com a busca por maiores
lucros e a instabilidade econômica. Quando um país passa por crises econômicas, como
alta inflação, instabilidade política, ou falta de investimentos, os investidores podem
optar por retirar seus investimentos e levá-los para outros países, onde os retornos são
mais altos e o risco de perda é menor.

7 - O capitalismo globalizado, sobretudo a partir do século XX, desenvolveu uma

nova divisão internacional do trabalho. Explicar e apontar um exemplo concreto.
A partir do século XX, com a intensificação do processo de globalização e a
evolução do capitalismo, ocorreu uma nova divisão internacional do trabalho. Essa nova
divisão se caracteriza pela concentração de atividades produtivas em países com mão de
obra mais barata e/ou menos regulamentação trabalhista e ambiental, política de
empréstimos a juros baixos, isenção de impostos, facilidade para remeter lucros às
matrizes, enquanto as atividades de maior valor agregado e inovação ficam
concentradas nos países desenvolvidos.
Um exemplo concreto dessa nova divisão internacional do trabalho é a produção
de eletrônicos. As grandes empresas de tecnologia, como Apple, Samsung e Microsoft,
terceirizam a produção de seus eletrônicos para países com mão de obra barata,
principalmente na Ásia, como China, Índia e Filipinas. Nesses países, os trabalhadores
recebem salários muito baixos e trabalham longas horas, muitas vezes em condições
precárias e sem acesso a direitos trabalhistas básicos, como jornadas regulamentadas e
segurança no trabalho.

Enquanto isso, as atividades de pesquisa e desenvolvimento, que envolvem

maior valor agregado e inovação, permanecem nos países desenvolvidos, como Estados
Unidos e Japão. Essa divisão do trabalho permite que as empresas reduzam seus custos
de produção e aumentem seus lucros, mas também gera uma desigualdade na
distribuição dos benefícios da globalização, com a exploração da mão de obra barata em
países subdesenvolvidos e a concentração de riqueza nos países desenvolvidos.
8 - Apontar as razões atuais da grande crise dos sindicatos dos trabalhadores, sob
o regime capitalista no mundo.
A grande crise dos sindicatos dos trabalhadores no mundo está relacionada a
uma série de fatores, incluindo a globalização, flexibilização do mercado de trabalho,
mudança no perfil dos trabalhadores e às pressões políticas e econômicas.

Com a globalização, as empresas passaram a buscar reduzir custos e aumentar

lucros, o que muitas vezes resultou em terceirização e subcontratação de trabalhadores,
redução de salários e benefícios e a desregulamentação trabalhista. Isso enfraqueceu a
capacidade dos sindicatos em representar os interesses dos trabalhadores e negociar
melhores condições de trabalho e salários. Além disso, a flexibilização do mercado de
trabalho, que permite a contratação de trabalhadores temporários, freelancers e
terceirizados, tornou mais difícil a organização sindical e a mobilização dos
trabalhadores. Esses trabalhadores muitas vezes não têm um vínculo empregatício
estável e, portanto, não se sentem tão ligados aos sindicatos.

9 - Comentar sobre as causas da política de desregulamentação e flexibilização das

relações de trabalho que são impostas, sobretudo, nas nações ou economias mais
frágeis.
A política de desregulamentação e flexibilização das relações de trabalho é
muitas vezes imposta nas nações ou economias mais frágeis por pressão de empresas
transnacionais, problemas econômicos, influência de organizações internacionais e
ideologia neoliberal. A pressão por parte de empresas transnacionais que buscam
reduzir custos e aumentar lucros, muitas vezes em detrimento dos direitos e proteções
trabalhistas, é realizada de sob a ameaçar mudar suas operações para outros países se as
condições não lhes forem favoráveis, o que coloca os governos e trabalhadores em uma
posição de fraqueza nas negociações, estratégia que visa reduzir custos e aumentar a
competitividade das empresas.

10 - Explicar a seguinte tese explicitada na parte final do texto em estudo: “O

livre funcionamento do mercado, em vez de estimular uma saudável competição,
tem sido eficiente no processo de exclusão social”.
 A crença na livre concorrência e no livre mercado, muitas vezes defendida por
defensores do capitalismo, pode ter efeitos negativos na sociedade. Em vez de promover
uma sociedade mais justa e igualitária, a ideia do livre mercado pode levar a uma
concentração de riqueza e poder nas mãos de poucos, enquanto muitos outros são
deixados de fora.

A competição no mercado pode levar a uma seleção natural, na qual as empresas

mais fortes sobrevivem e as mais fracas falham. Isso pode levar a uma concentração de
poder econômico e político nas mãos de poucas empresas e indivíduos, que dominam o
mercado e têm grande influência na sociedade. Essa tese é uma crítica ao capitalismo
liberal, que defende a livre concorrência e a mínima intervenção do Estado na
economia, e que muitos especialistas argumentam que pode ser necessário um equilíbrio
entre o livre mercado e a regulação do Estado para alcançar uma sociedade mais justa e
igualitária.