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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR

NÚCLEO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – NUCSA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO – PPGMAD

Esmaily Negreiros Peixoto

“A EVOLUÇÃO DO CAPITALISMO”

RESENHA CRÍTICA

PORTO VELHO

2012

Esmaily Negreiros Peixoto

Resenha

“A EVOLUÇÃO DO CAPITALISMO”

Resenha apresentada como requisito parcial para a obtenção de conceito na disciplina de


Teoria das Organizações do Programa de Pós-graduação Mestrado em Administração da
Universidade Federal de Rondônia.

Docente: Prof. Dr. Theofilo Alves de Souza Filho

PORTO VELHO

2012

RESENHA: DOBB,Maurice. A Evolução do Capitalismo. Rio de Janeiro: LTC, 1987.

CAPÍTULO I - O CAPITAL

O autor da obra “A Evolução do Capitalismo” Maurice Dobb, é um clássico da história


econômica, Dobb, é professor emérito de economia da Universidade de Cambridge, na
Inglaterra.

Nesta obra o autor tem como objetivo traçar de forma evolutiva e didática todo o processo de
evolução do capitalismo. No capítulo I, o autor traça uma discussão sobre o conceito de
capitalismo, primeiro o autor afirma que o conceito de capitalismo está muito atrelado ao
Laissez-faire e ao livre empreendedorismo, ou seja seria o conceito nesta visão como o espírito
de empreender.

Em segundo lugar o autor faz uma referencia ao conceito mais traçado dentro da história que
implica em afirmar o capitalismo como organização de produção para um mercado distante
enfatizando mais as relações sociais.

Em terceiro lugar, temos o significado mais Marxista, que não buscava a essência do
capitalismo num espírito de empresa, este conceito mais usado por Marx toma uma forma mais
técnica é se estende para a economia clássica como se fosse uma técnica de produção se
desvinculando um pouco menos como organização de produção e mais como uma relação
social de apropriação de poder entre o capitalista e o proletariado.

CAPÍTULO II - O DECLÍNIO DO FEUDALISMO E O CRESCIMENTO DAS CIDADES

O Autor nesse capítulo faz uma discussão acerca do declínio do feudalismo, e afirma que para
a Dra. Helen Cam, no regime feudalista a posse das terras representava a fonte do poder
político, portanto, para o historiador da economia o cultivo da terra pelo exercício de direitor
sobre as pessoas. A ênfase da discussão acerca do feudalismo se fundamenta na relação
jurídica entre o vassalo e suserano, nem na relação entre produção e destinação do produto,
mas na relação entre o produtor direto e seu superior imediato, ou Senhor. A causa do declínio
feudal foi a ascensão da economia monetária que elevou a intensificação da servidão logo,
esta foi a causa do declínio feudal.

Diante das idéias tecidas pelo autor, compreende-se que diante de grandes estágios evolutivos
da economia, quaisquer regime que se caracterize como uma forma de exploração do homem
sobre o homem de forma desumana tende ao fracasso, dada sua ineficiência no processo de
produção que não se caracteriza como modo de produção organizado e orientado ao mercado.

CAPÍTULO III - A EVOLUÇÃO DO CAPITALISMO.

Nos primórdios do capitalismo a produção era executada por pequenos produtores em suas
terras, donos de seus próprios instrumentos de produção, que comerciavam livremente seus
próprios produtos. Logo, a produtividade do trabalho e a unidade de produção eram pequenas.

Portanto, na sociedade feudal a fonte de toda a riqueza se concentrava na aristocracia e


consistia na exploração do proletariado, na forma de um trabalho obrigatório de seus servos
que provinham além do necessário para o consumo, sendo que esse excedente, (que era
pequeno), proporcionava a riqueza.

Assim como na sociedade rural, na nova sociedade urbana a riqueza também é oriunda da
produção, contudo, esse excedente era maior, a produtividade era maior em virtude de novas
técnicas de produção que por meio de ganhos de eficiência acabavam que produzindo a
riqueza, surgindo um capital mercantil inicial.

A riqueza proveniente da burguesa era “produzida” e não “consumida”, “produzida” pelos


próprios serviços que a disseminação do comercio executava para o produtor direto ou o
consumidor aristocrático. Na época a falta de desenvolvimento do mercado, a incapacidade
dos produtores em ultrapassar a escala regional na troca de produtos propiciou ao capital
mercantil sua oportunidade magna era necessário que o que se fosse produzido tivesse a
possibilidade de ultrapassar algumas fronteiras.

CAPÍTULO IV - O SURGIMENTO DO CAPITAL INDUSTRIAL

Para Marx, o capital mercantil, em seu estágio inicial, tinha uma afinidade genuinamente
externa com o modo de produção. Algumas grandes tendências se despedem em um domínio
crescente do capital sobre a produção. Em meados do século XVII, uma parte dos próprios
artesão tornara-se preocupada com o aumento da indústria e na fuga às tradicionais restrições
da guilda. A sujeição da produção ao capital e o aparecimento desse arrolamento de classe
entre capitalista e produtor devem ser afrontados como um relevante divisor entre o antigo
modo de produção e o novo.

Na Holanda e em algumas cidades italianas o alargamento da produção capitalista pode ser


descoberto amadurecido em data bem anterior em virtude do advento precoce das cidades
flamengas, séc. XII início do século XI, de uma classe errante, sem terra, sem recursos e
concorrendo emprego.

Na batalha entre os percussores da nova indústria do campo e ao comando dos governos


urbanos, a influência da monarquia alongou-se a favorecer as cidades e o antigo regime
industrial, em parte, em benefício dos princípios de conservadorismo, do desejo de manter a
estabilidade na ordem.

CAPÍTULO V – A ACUMULAÇÃO DE CAPITAL E O MERCANTILISMO

A cumulação de capital no momento mercantilista para a expansão dos mercados foi uma pré-
condição para o desenvolvimento da produção e do investimento. Para Adam Smith era
imperioso uma regulação do preço de compra dos bens com o preço de venda. O conceito
central era praticar a acumulação primitiva do capital que seria empregado para financiar o
crescimento e desenvolvimento da indústria. De um lado os lucros fáceis com a exploração do
monopólio de mercado, de outro a exploração da mão-de-obra industrial assalariada.

CAPÍTULO VI – CRESCIMENTO DO PROLETÁRIADO

A acumulação primitiva de capital nada mais era do que o processo histórico de divorciar o
produtor dos meios de produção.
Para Marx a reserva de mão-de-obra fortalecia o crescimento da indústria, fortalecendo assim a
acumulação de riqueza do capitalista.

A principal marca capitalista capitaneada pelo estado era o recrutamento forçado da mão-de-
obra para suprir as necessidades dos capitalistas. O resultado desta politica desfavorável aos
trabalhadores era traduzido como politicas desumanas de escravização ao trabalho.

CAPÍTULO VII – A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL DO SÉCULO XIX

De inicio, essa acumulação se deu através da pirataria, do roubo (acumulação mercantil), dos
monopólios e do controle de preços praticados pelos Estados Absolutistas, tendo estes no
"comando", a burguesia. O autor observa que o capitalismo pode ser caracterizado de três
maneiras: pelo espírito capitalista, isto é, o ideal da busca pelo lucro presente no imaginário do
burguês; pela produção de um excedente para um mercado distante ou, por fim, pelas relações
de produção.

A essência da transformação estava na mudança do caráter da produção que, em geral,


associava-se à utilização de máquinas movidas por energia não humana e não animal. Uma
característica desse processo de equipe foi a extensão da divisão do trabalho a um grau de
complexidade jamais testemunhado, e sua extensão, além disso, a um grau inimaginável
dentro do que constituía - tanto funcional quanto geograficamente -, uma única unidade ou
equipe de produção.

Outra característica foi a necessidade crescente no sentido de que as atividades do produtor


humano se conformassem aos ritmos e movimentos do processo mecânico: uma mudança
técnica de equilíbrio que teve seu reflexo sócio-econômico na crescente dependência do
trabalho em relação ao capital e no papel cada vez maior desempenhado pelo capitalista como
força disciplinadora e coatora do produtor humano em suas operações detalhadas. Ao fazer
isso, perderam de vista a importância especial dessa transformação na estrutura da indústria e
nas relações sociais de produção, conseqüência da modificação técnica em certo nível crucial.
Em certa medida, a revolução da técnica adquiriu até um ímpeto cumulativo próprio, porquanto
cada avanço da máquina tendia a trazer, em conseqüência, uma especialização maior das
unidades da equipe humana que a operava. A essa tendência cumulativa, juntaram-se duas
outras: a primeira no sentido de uma produtividade crescente da mão-de-obra, e portanto (dada
a estabilidade ou, pelo menos, nenhum aumento comparável de salários reais) a um fundo
cada vez maior de mais-valia, do qual se derivava nova acumulação de capital; e a segunda no
sentido de uma concentração cada vez maior da produção e da propriedade do capital.

Como se aceita hoje em dia, essa última tendência, filha da complexidade crescente do
equipamento técnico, é que iria preparar o terreno para uma outra transformação crucial na
estrutura da indústria capitalista, e gerar o "capitalismo da sociedade por ações", monopolista
(ou semimonopolista ou quase monopolista) em grande escala, da era atual.

Capítulo VIII – O PERÍODO ENTRE AS DUAS GUERRAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS


O período chamado de entreguerras recebe essa denominação porque se estende do final da
Primeira Guerra Mundial (1918) até o início da Segunda Guerra Mundial (1939).

A crise do sistema capitalista mantinha-se, apesar do crescimento da década de 1920,


especialmente dos EUA. No rastro da guerra ocorreu a crise econômica de 1929, que teve
início nos EUA mas afetou o mundo todo.

De maneira geral, a Primeira Guerra Mundial não resolveu os problemas econômicos e sociais


da Europa. Como os EUA estavam distantes dos confrontos, acabaram se tornando, com o
tempo, os maiores fornecedores de armas (desenvolvimento da indústria bélica), alimentos
(progresso da agricultura), matérias-primas e capital (crescimento e expansão dosbancos) para
os aliados europeus.

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