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25/05/2020 Outros elementos da nossa vida cerebral

Outros elementos da nossa vida cerebral

Site: ESKADA | Cursos Abertos da UEMA Impresso por: Karla Cristina Silva Sousa
Curso: Neuropedagogia Data: segunda, 25 mai 2020, 10:24
Livro: Outros elementos da nossa vida cerebral

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25/05/2020 Outros elementos da nossa vida cerebral

Sumário

1. Amídala

2. Cerebelo

3. Córtex

4. Hipocampo

5. Hipotálamo

6. Tálamo

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1. Amídala

Esquema B

Perto da base do sistema límbico se encontra um pequeno aglomerado em forma de amêndoa chamado amídala. A amídala é uma estrutura
complexa com cerca de uma dúzia de sub-regiões. Embora esses núcleos não estejam todos envolvidos nas reações de medo e de
agressividade, muitos têm conexões que estão ativamente envolvidas com eles.

Quando a amídala detecta certos estímulos potencialmente perigosos que ameaçam o organismo, ela coloca em alerta outras estruturas do
cérebro que coordenam a resposta de fuga ou de luta do organismo.

Essa estrutura cerebral fica perto do hipocampo e desempenha um papel na aprendizagem, na memória e, sobretudo na regulação e na
decodificação de nossas emoções.

Segundo Daniel Goleman, o hipocampo e a amídala são partes essenciais do cérebro olfativo primitivo a partir do qual foram formados o córtex e o
neocórtex. A ablação da amídala, acidental ou não, tira toda capacidade de dar um conteúdo emocional ao que vivemos, é o que chamamos “a
cegueira afetiva”.

A evolução reuniu vários circuitos do sistema de alarme de nosso organismo na amídala. Por isso, várias entradas sensoriais convergem para
informá-la dos perigos potenciais do seu meio ambiente. Essa informação sensorial lhe vem diretamente do tálamo sensorial ou dos diversos córtices
sensoriais.

As pesquisas mostram que a amídala determina nossas ações antes mesmo que nosso neocórtex tenha tido tempo de tomar uma decisão refletida.
As relações entre essas duas áreas se encontram no âmago da inteligência emocional.

Na presença de um acontecimento temido ou detestado, a amídala reage instantaneamente e passa o alerta para todas as outras partes do cérebro.

Em reação a um estímulo visual ou auditivo, o tálamo é o primeiro a reagir para busca de soluções. Em seguida, ele envia as informações ao
neocórtex (área cerebral da visão, ou da audição) que poderá interpretar a informação e decidir sobre aquilo que será feito. Depois, ele transmite, se
for necessária, uma parte das informações para a amídala, ou seja, no centro de controle de nossas emoções.

Porém, a descoberta principal foi constatar que o tálamo transmite também a informação diretamente à amídala ao mesmo tempo em que ele a
transmite ao neocórtex e que o trajeto é duas vezes mais curto entre o tálamo e a amídala, ou seja, a amídala recebe a informação antes que esta
seja interpretada pelo neocórtex. Isso explica porque, algumas vezes, nós reagimos sem compreender o sentido de nossas ações. A amídala envia
as ordens para nosso corpo antes mesmo do neocórtex determinar se é uma ordem boa. É como um circuito paralelo, mais rápido.

Outras pesquisas mostraram que nós reagimos a alguma coisa bem antes que nosso cérebro a tenha interpretado. O hipocampo registra os dados
do jeito que vêm e a amídala registra o sabor emocional dos acontecimentos no momento de fortes emoções.

É por isso que sempre nos lembramos de uma infinidade de detalhes do dia do nosso primeiro encontro amoroso ou do que fazíamos durante o
anúncio da morte de uma pessoa próxima e de detalhes que podem parecer insignificantes, mas que nós nunca reteríamos em um contexto habitual.

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A excitação da amídala tem por efeito gravar os momentos de emoção com uma força fora do comum.

Em crianças, a amídala é formada bem antes do resto do cérebro, porque ela é mais próxima de sua forma definitiva desde o nascimento, enquanto
que o neocórtex continuará a crescer mesmo após o fim da adolescência.

As primeiras emoções importantes dos primeiros anos de vida estão impressas na amídala, em um momento onde ainda não somos capazes de
analisar com palavras essas experiências. Quando essas lembranças retornam provocadas por um estímulo externo, elas desencadeiam emoções
que estavam enraizadas no início de nossa vida, quando tudo era novo e surpreendente e que ainda nos faltavam ferramentas para analisar e
colocar em perspectiva. Podemos compreender então porque perdemos nossa capacidade de julgamento quando estamos sob a influência de
emoções fortes.

Ainda segundo Daniel Goleman, a amídala provoca reações impulsivas e ansiosas, mas, do outro lado do circuito que leva ao neocórtex se encontra,
nos lobos pré-frontais, um centro que as regula. Esse centro intervém quando temos medo ou quando estamos com muita raiva. A informação
processada pelo neocórtex provoca uma reação que é coordenada por esses lobos que planejam e organizam nossas ações. Se uma resposta
emocional é necessária, os lobos pré-frontais encarregamse com discernimento, escolhendo em um leque de possibilidades: atacar ou fugir (como os
animais que só têm essas duas possibilidades) ou também apaziguar, persuadir, ganhar a simpatia, sentir-se culpado, gemer, desprezar... O córtex
préfrontal age como um pai que acalmaria uma criança impulsiva (a amídala), pedindolhe gentilmente para reagir de outra maneira.

A existência dessas conexões entre o cérebro límbico e os lobos pré-frontais pode provocar, em caso de emoção forte, uma espécie de paralisia
neuronal, sabotando a capacidade do lobo pré-frontal de manter a memória ativa, como quando nós estamos contrariados e que isso nos impede de
aprender corretamente.

Pesquisadores demonstraram que, ao contrário de que se poderia pensar, os sentimentos são indispensáveis às decisões racionais e ao raciocínio.
Quando a complementaridade se estabelece entre o sistema límbico, o neocórtex, a amídala e os lobos pré-frontais, a capacidade intelectual
melhora.

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2. Cerebelo

O cerebelo é uma parte do cérebro situado em sua base, atrás do tronco cerebral. O cerebelo integra a informação que ele recebe de outras áreas
motoras. Ele coordena nossos movimentos para dar mais precisão e fluidez. Ele nos ajuda também a manter nossa postura e nosso equilíbrio,
controlando nosso tônus muscular. Quando repetimos um movimento para aperfeiçoar sua técnica, num esporte ou para tocar um instrumento
musical, modificamos certas vias nervosas do cerebelo.

Ao contrário do córtex, essas vias não são cruzadas, de maneira que uma lesão que ocorre em um único lado do cerebelo ocasiona um problema do
mesmo lado do corpo.

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3. Córtex

O córtex cerebral é um tecido orgânico chamado também substância cinza que cobre os dois hemisférios do cérebro.

O córtex cerebral é a parte do cérebro que permite à espécie humana ser tão diferente dos outros animais. Aproximadamente, setenta e cinco por
cento dos cem bilhões de neurônios do nosso cérebro se encontram em alguns milímetros de matéria cinza do córtex.

Proporcionalmente ao nosso peso, nós temos o maior córtex de todos os vertebrados. Além das áreas motoras e sensoriais, nosso córtex também é
responsável das características únicas à nossa espécie, como a consciência, o raciocínio, a planificação, a imaginação, a linguagem/língua.

No ser humano, o córtex teve que se plissar para poder caber dentro do crânio. Desdobrado, ele recobriria uma área de 20 decímetros quadrados. O
córtex é uma floresta exuberante. Os neurônios formam uma verdadeira rede de árvores dendríticas entrelaçadas, atravessada em todos os sentidos
pelos axônios. Como se pergunta Emile Godaux (médico, especialista em neurologia): como uma desordem pode produzir alguma coisa de
inteligente?

Porém, essa desordem é só aparente. O córtex cerebral é um puzzle onde se encaixam quarenta áreas especializadas, umas ao lado das outras.

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4. Hipocampo

O hipocampo é uma parte antiga do córtex que surgiu com os primeiros mamíferos. É a porta de entrada das informações que serão memorizadas. O
hipocampo retransmite essas informações ao córtex para serem “armazenadas” em longo prazo e as recupera quando há rememoração. Suas
numerosas conexões com o conjunto das áreas sensoriais do córtex permitem codificar todo o contexto associado a um acontecimento. Fazendo
parte do sistema límbico, o hipocampo dá também uma coloração emocional à nossas lembranças.

O hipocampo desempenha um papel fundamental na memória episódica, chamada, às vezes de autobiográfica e que permite ao indivíduo lembrar os
acontecimentos que ele viveu pessoalmente em um determinado lugar, em um determinado momento. É a lembrança daquilo que comemos no dia
anterior, o nome de um antigo colega de escola ou a data de um acontecimento público importante.

Por exemplo, em um jantar bem regado com amigos, a lembrança dos rostos dos presentes, do sabor da bebida ou da música tocando é distribuída
em diferentes áreas (visual, olfativa e auditiva), mas é reunida pelo hipocampo para formar um episódio, em vez de permanecer uma coleção de
lembranças separadas. A característica mais marcante dessa memória é que o indivíduo se vê como um ator dos acontecimentos memorizados. O
indivíduo não só memoriza o acontecimento que viveu, mas o contexto desse acontecimento. A carga emocional vivida pelo indivíduo no momento
dos acontecimentos condiciona a qualidade dessa memória.

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5. Hipotálamo

O hipotálamo tem um papel essencial no funcionamento do organismo. Ele regula o ritmo cardíaco e a frequência respiratória.

O hipotálamo assegura o equilíbrio do nosso meio interno. Ele influencia nosso apetite, nossa sede, nosso desejo sexual. Ele também desempenha
um papel nas nossas emoções, junto com a hipófise, situada abaixo dele. O hipotálamo controla essa glândula cujos hormônios regulam, entre
outros, a maturação sexual, o comportamento materno e resposta ao estresse. O hipotálamo regula também nosso “relógio” interno, cujos efeitos se
fazem sentir sobre o sono e a temperatura do corpo.

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6. Tálamo

O tálamo é um pouco como uma « console de mixagem » do cérebro. Ele retransmite as informações visuais, auditivas, gustativas e do tato para o
córtex e determina quais delas chegarão à consciência. Ele participa das operações motoras entre o córtex, os gânglios de base e cerebelo. Ele
também está implicado na dor e na atenção. Resumindo: ele mantém cada parte do cérebro informada sobre o que as outras partes estão fazendo.

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