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25/05/2020 O Cérebro um sistema de conexão: o papel do corpo caloso

O Cérebro um sistema de conexão: o papel do


corpo caloso

Site: ESKADA | Cursos Abertos da UEMA Impresso por: Karla Cristina Silva Sousa
Curso: Neuropedagogia Data: segunda, 25 mai 2020, 09:11
Livro: O Cérebro um sistema de conexão: o papel do corpo caloso

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25/05/2020 O Cérebro um sistema de conexão: o papel do corpo caloso

Sumário

1. O Cérebro um sistema de conexão o papel do corpo caloso

2. Aula 2

3. Aula 3

4. Aula 4

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25/05/2020 O Cérebro um sistema de conexão: o papel do corpo caloso

1. O Cérebro um sistema de conexão o papel do corpo caloso

Cem bilhões de neurônios quando um bebê humano vem ao mundo! Cem bilhões é muito! Mas, o mais impressionante é que essa
quantidade não acaba nesse número. Uma vez que o bebê nasce ele vai fazer proliferar conexões entre seus neurônios e quando esse
humano atinge a puberdade, ele chega com uma coleção de 10.000 conexões por neurônio. Logo, para esses cem bilhões isso fará um
milhão de bilhões de conexões21.

Esses cálculos efetuados por Albert Jacquard, matemático e geneticista francês mostra o potencial que temos a nossa disposição.

Como ele diz é simplesmente fabuloso o que temos dentro de nosso cérebro. Se tivéssemos que contar somente nossos neurônios, cem
bilhões?!!!... levaria muito tempo. E se tivéssemos que contar nossas conexões, um milhão de bilhões de conexões, é melhor nem
começar, nunca chegaríamos ao final. Iríamos precisar viver muitas vidas, só contando.

Neste e-Book, tentaremos abordar o funcionamento de nosso cérebro e mostrar alguns elementos que compõem essa dinâmica. Queremos
deixar claro aqui que não somos especialistas do sistema nervoso, mas pensamos que precisamos ter um melhor conhecimento dos
mecanismos cerebrais envolvidos no ato de aprender para podermos ser autor e ator de nossa história.

Nosso cérebro é uma estrutura biológica complexa segundo Hélène Trocmé- Fabre, nosso sistema educacional tem a tendência de utilizar
somente um de seus níveis que é o cortical (o intelectual). Ignorar a complexidade do cérebro é empobrecê-lo.

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2. Aula 2

Nosso potencial e as características do funcionamento de nosso cérebro não podem mais ficar nas mãos, exclusivamente, dos
especialistas, porque se trata da compreensão de nós mesmos e dos Outros. Conhecendo nossos recursos, seremos capazes de
administrá-los e desenvolvê-los melhor. Este é o grande caminho para a Autonomia.

Nós possuímos uma reserva ilimitada de possibilidades, de configurações, de conexões, de estados mentais. Essa realidade cerebral
traduz a riqueza, a diversidade e a unicidade do cérebro humano (não existem dois cérebros iguais em toda a humanidade). Os avanços
das neurociências e das novas tecnologias nos proporcionam hoje essa oportunidade. Precisamos agarrá-la com urgência, para que não
permanecermos na superfície desse conhecimento.

Não podemos mais ignorar o mais fantástico de todos os “maestros”, regendo essa extraordinária e extravagante sinfonia do nosso corpo
se regulando, na sua relação com o meio ambiente, adaptando-se na sua relação com os Outros, evoluindo, na sua relação consigo
mesmo, que é como diz Hélène Trocmé-Fabre, a mais justa definição do aprender.

Para muitos o tema que segue parece evidente e conhecido. Mas nosso objetivo é partir daqueles que ainda não sabem. Serão apenas
breves informações. Os interessados pelo assunto poderão encontrar milhares de outras informações, nos livros especializados e em
vários sites na Internet.

O que precisamos saber em primeiro lugar é que nosso organismo é um sistema, composto de vários outros sistemas (sanguíneo,
digestivo, endócrino, linfático, muscular, respiratório... e o sistema nervoso...). Este último é composto de dois outros sistemas: O sistema
nervoso central e o sistema nervoso periférico. O sistema nervoso central é composto do encéfalo (cérebro, cerebelo e tronco cerebral) e
da medula espinhal. O sistema nervoso periférico é constituído dos

20 https://www.todamateria.com.br/sistema-nervoso/

nervos cranianos e da coluna vertebral, partindo da medula espinhal.

http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/sistemanervoso2.php

http://lecerveau.mcgill.ca/flash/d/d_01/d_01_cr/d_01_cr_ana/d_01_cr_ana.html

21 O mundo, segundo Albert Jacquard (Conferência em Vanosc-Ardêche, Jean Dornac, Jun 2004).

http://www.ethologie.info/revue/spip.php?article15

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3. Aula 3

No que se refere a este e-Book, abordaremos somente o sistema nervoso central. O sistema nervoso central é o centro de processamento
das “ informações”. É a sede dos nossos pensamentos, nossas emoções, nossa memória, nossa percepção etc.

O cérebro ocupa a maior parte do encéfalo e está no comando do sistema nervoso. Ele tem o controle de todos os órgãos do corpo, das
funções motoras e cognitivas e da produção hormonal. Ele se divide em dois hemisférios (esquerdo e direito) e quatro lobos (frontal,
parietal, temporal e ocipital). Ele é composto de células cerebrais, as células da glia e os neurônios que recebem e transmitem as
informações.

Oliver Sacks, neurologista britânico, diz que o cérebro é muito mais do que um conjunto de módulos autônomos onde cada um seria imprescindível
para uma função mental específica. Cada uma dessas áreas funcionalmente especializadas deve interagir com dezenas ou centenas de outras, sua
integração total cria uma espécie de orquestra da mais alta complexidade que reúne centenas de instrumentos diferentes, onde a partição e o
repertório mudam continuamente.

Mas, o cérebro, embora tendo um papel fundamental, ele é uma parte de um todo, porque ele está continuamente em interação com o resto do
corpo. Ele assegura, ao mesmo tempo, as funções vitais, controlando a frequência cardíaca, a temperatura corporal, a respiração etc., e as funções
ditas “superiores”, como a linguagem, o raciocínio ou a consciência.

Os principais componentes do tecido cerebral são as células gliais e os neurônios (células nervosas ). O neurônio é considerado como a unidade
funcional de base do cérebro, por causa de sua importante interconectividade e sua especialização em termos de comunicação. Os neurônios estão
organizados em redes funcionais localizadas em diferentes áreas do cérebro.

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4. Aula 4

O cérebro evolui e se desenvolve durante toda a vida. Esse desenvolvimento depende, ao mesmo tempo, da biologia e da experiência. As
tendências genéticas interagem com a experiência para determinar a estrutura e o funcionamento do cérebro a cada momento. É essa interação
constante que faz que cada cérebro seja único.

Reunindo os dois hemisférios cerebrais, encontramos o corpo caloso. O corpo caloso é um grande feixe de fibras nervosas através do qual, os dois
hemisférios se comunicam. Milhões e milhões de axones (fibras nervosas, prolongamento do neurônio que conduz o sinal elétrico do corpo celular
em direção das áreas sinápticas) colocam em relação regiões semelhantes ou não semelhantes dos hemisférios cerebrais. As regiões conectadas
por fibras calosas são chamadas áreas associativas. A rede de fibras é gigantesca. As áreas associativas representam 80% do córtex cerebral.
Porém, o mais importante a ressaltar aqui é que nosso corpo caloso não é um feixe de fibras nervosas que separa os dois hemisférios cerebrais, mas
um feixe de fibras nervosas que reúne os dois hemisférios cerebrais.

Ele desempenha um papel muito importante na coordenação dos movimentos dos membros. O corpo caloso é totalmente mielinizado por volta do
décimo ano (a mielina é uma substância que serve para isolar e proteger as fibras nervosas).

A mielinização começa na extremidade posterior do corpo caloso, na área visual e se propaga de trás para frente, em direção dos lobos frontais.
Segundo Hélène Trocmé-Fabre é só quando o processo estiver bastante avançado para reunir os dois hemisférios em sua totalidade, que as tarefas
complexas de abstração poderão ser realizadas.

O processo pode ser mais lento com certas crianças. A diferença entre uma criança considerada “retardada” e uma criança considerada
“superdotada” (PAH = Portador de Altas Habilidades) consiste no tempo que ambas levarão para assimilar uma informação e adaptá-la. Esse tempo
pode variar de três meses (para a criança superdotada) e um ano e meio e às vezes, até dois anos para a criança “retardada”. Por outro lado, na
idade de onze anos, o crescimento cerebral não seria o mesmo para as meninas e os meninos. Esse impulso seria duas vezes mais forte nas
meninas do que os rapazes. Aos quinze anos ocorreria o contrário.

Trata-se, portanto de adaptar os conteúdos dos programas e a pedagogia para que nenhuma categoria de aprendentes perca a confiança ou percam
o interesse pelas atividades escolares que não correspondem às suas aptidões. Do mesmo modo, visto que o desenvolvimento cerebral não se faz
de maneira regular, mas por impulsos seguidos de pausas, a pedagogia deveria se adaptar aos períodos de repouso para consolidar os
conhecimentos, desenvolver uma aprendizagem experimental, um ensino por tutoria etc.

Segundo Hélène Trocmé-Fabre, a linguagem do corpo caloso (4 milhões de mensagens por minuto !) não recebe a devida atenção do mundo
médicoeducacional. Essa forma de conexão parece ser utilizada preferencialmente pelos canhotos do que pelos destros. No mundo ocidental feito
para destros é indispensável informar os interessados que ainda recebem uma etiqueta que os incomodam. O corpo caloso é o canal por onde passa
uma informação que já foi processada.

Os professores e os pais não devem esquecer que possuímos uma reserva ilimitada, de possibilidades, configurações, conexões, estados mentais, o
que traduz a riqueza, a diversidade e a singularidade do cérebro humano.

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