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CDU 62:658.512.2
Concluímos agora nosso projeto conceitual, pois temos uma ou duas alternativas que selecio-
namos como nosso projeto “final”. Agora temos que fazer o projeto preliminar (tarefas de projeto
11 e 12 na Figura 2.3) e o projeto detalhado (tarefas 13 e 14).
Ao contrário de grande parte do que fizemos até aqui, as fases do projeto preliminar e de-
talhado exigem que utilizemos modelos matemáticos e técnicas que descrevam e nos permitam
analisar comportamento físico. Não podemos apresentar aqui todos os modelos e técnicas ne-
cessários para modelar todos os tipos de projetos que os engenheiros fazem. Contudo, podemos
ilustrar os principais pontos e “hábitos de pensamento”, analisando o possível projeto de parte de
uma escada. Assim, modelaremos uma escada para que possamos fazer o projeto preliminar e
detalhado de um degrau da escada. Após discutirmos algumas noções fundamentais de modela-
gem matemática, modelaremos, analisaremos, refinaremos e otimizaremos um degrau de escada
arquétipo.
Note que os dois lados da Equação (3) têm as mesmas dimensões líquidas; isto é,
no lado esquerdo e no direito. Como resultado, podemos dizer que a Equação (3)
tem dimensões homogêneas, pois é totalmente independente do sistema de unidades que está
sendo usado para medir v, g e h. Contudo, frequentemente criamos versões dependentes da
unidade de tais equações, pois elas são mais fáceis de lembrar ou tornam os cálculos repeti-
dos convenientes. Por exemplo, podemos trabalhar totalmente em unidades métricas, no caso
em que g = 9,8 m/s2, de modo que
que é válida somente quando a altura da partícula é medida em pés. As Equações (4) e (5)
não têm dimensões homogêneas. Portanto, embora essas fórmulas possam ser mais fáceis de
lembrar ou usar, sua validade limitada precisa ser lembrada.
Existe outra maneira pela qual essas considerações dimensionais estão envolvidas que
vale a pena mencionar. Na Seção 3.4, enquanto discutíamos o desenvolvimento de métricas
para avaliar a obtenção de objetivos, apresentamos a noção de fatores de mérito como conjun-
tos de unidades de interesse para as escalas da métrica. Ao considerarmos a otimização de um
projeto, na fase de projeto detalhado (consulte a Seção 6.4.2 a seguir), construiremos funções
de objetivo que representam fatores de mérito como funções cujo valor deve ser otimizado.
É muito importante lembrarmos e aplicarmos a noção de que as funções de objetivo, assim
como as equações, do mesmo modo devem ser funções racionais. Isto é, todos os termos in-
dependentes em uma função de objetivo devem ter as mesmas dimensões líquidas.
0,05 Um Clara
ou, equivalentemente,
Então, e são escolhidos para tornar cada um dos grupos permutáveis adi-
mensionais.
Como exemplo, considere o caso a seguir. Quando estivermos realmente pormeno-
rizando o projeto do degrau de uma escada, teremos que modelar e calcular a deflexão de
uma viga de extremidade fixa (mostrada na Figura 6.2) sob uma carga vertical P aplicada
no centro. Apresentaremos o modelo apropriado na Seção 6.2.1, quando o utilizaremos,
mas vamos primeiro ver se podemos identificar a forma que veremos, aplicando o Teo-
rema Pi de Buckingham. Na Tabela 6.2, mostramos cinco variáveis derivadas para esse
problema (junto com suas respectivas dimensões): a deflexão δ no centro da viga, a
carga P, o comprimento da viga L, o módulo de elasticidade E do material de que a viga
é feita e o segundo momento I da área da seção transversal da viga. A carga aplicada P
e o comprimento da viga L são escolhidos como as duas quantidades fundamentais para
esse modelo. Assim, com m = 5 e n = 2, os três grupos adimensionais a seguir podem ser
formados:
Primeiramente, note que as duas variáveis fundamentais, P e L, aparecem em cada uma das
Equações (8). Então, aplicamos o Teorema Pi de Buckingham. Reescrevendo as Equações (8)
em termos das dimensões físicas de cada uma das variáveis fundamentais e derivadas, isto é:
Para cada um desses números ser adimensional, devemos definir as somas dos expoen-
tes de cada dimensão física como zero,
Deflexão(␦) L
Carga (P) F
Comprimento (L) L
2
Módulos de Elasticidade (E) F/L
4
Segundo Momento da área (I) L
Modelagem, Análise e Otimização de Projetos 157
Esses três grupos podem ser combinados para se obter uma única relação para a deflexão
que estamos buscando, neste caso simplesmente encadeando a multiplicação dos grupos,
zam exatamente o que supomos em nossa idealização física. Por exemplo, um erro comum é
a aproximação de cos θ para ângulos θ pequenos. Isso exige meditação sobre o significado de
“pequeno” e em relação a que. Para ângulos pequenos, poderíamos ter
ou
Isto é, a relação entre volume e raio é não linear para os cilindros; portanto, o volume
total não pode ser calculado apenas sobrepondo-se os dois raios. Esse resultado, embora para
Modelagem, Análise e Otimização de Projetos 159
um caso simples e até óbvio, é emblemático do que acontece quando um modelo linearizado
é substituído por sua versão não linear (originária).
onde e representam as taxas de fluxo de N(t) para dentro (o influxo) e para fora
(o efluxo) da fronteira do sistema, g(t) é a taxa na qual N é gerado dentro da fronteira e c(t) é
a taxa na qual N é consumido dentro dessa fronteira. A Equação (15) também é chamada de
equação da taxa, pois cada termo tem o significado e as dimensões da taxa de alteração com
o tempo da quantidade N(t).
Nos casos onde não há geração nem consumo dentro da fronteira do sistema (isto é,
quando g = c = 0), a lei do equilíbrio na Equação (15) torna-se uma lei de conservação:
Aqui, então, a taxa com que N(t) se acumula dentro da fronteira é igual à diferença entre
o influxo, , e o efluxo,
Talvez as leis de equilíbrio e conservação mais familiares sejam aquelas associadas à me-
cânica newtoniana. A segunda lei de Newton, normalmente apresentada como equação do mo-
vimento, pode ser vista como uma lei de equilíbrio, pois se refere a um equilíbrio de forças:
Note, entretanto, que a Equação (17) também representa uma lei de conservação, pois
se refere à conservação de momento. Se não existem forças líquidas atuando na massa m,
então e o momento é conservado.
O segundo princípio de conservação familiar na mecânica newtoniana é o princípio da
conservação de energia:
160 Introdução à Engenharia
onde PE representa a forma particular de energia potencial do sistema sob consideração (por
exemplo, mgh para potencial gravitacional e kx2/2 para uma mola linear) e é a energia
constante total (cinética mais potencial). Para um sistema não ideal, a energia não é conserva-
da e o resultado é o princípio do trabalho-energia:
y Wpessoa y
Fnormal, por causa dos
Wescada Wescada pés
Ffricção, por causa dos
x x
pés
Ffricção, por causa do Ffricção, por causa do
chão chão
Fnormal, por causa do Fnormal, por causa do
chão chão
(a)
RL P RR
ML MR
RL RR
(b)
Figura 6.1 Diagramas de corpo livre (FBDs) de vários aspectos de uma pessoa em pé em uma escada:
(a) FBDs da vista lateral da pessoa e da escada tomados como um sistema (cortesia de Sheppard and
Tongue); (b) um FBD da vista da frente da escada, mostrando vetores da força
com a pessoa em pé em um degrau, assim como as forças verticais e os momentos
pelos quais os corrimãos da escada suportam o degrau.