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PLANEJAMENTO E CONSTRUÇÃO: PONTE DE PALITOS

Preprint · January 2021


DOI: 10.13140/RG.2.2.34356.27529

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Ramon Oliveira Borges dos Santos


Centro Universitário Adventista de São Paulo
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PLANEJAMENTO E CONSTRUÇÃO: PONTE DE PALITOS

Adhemar de Carvalho Monteiro Junior, Ângelo José Costa Cortez,


Paulo César Santos Ribeiro da Silva, Pedro Henrique Colman Prado
Ramon Oliveira Borges dos Santos, Bruno Vidal de Almeida

Resumo: O presente relatório descreve as etapas inicias e o andamento das atividades


desenvolvidas para a elaboração e construção do projeto proposto, tendo como objetivo
principal exemplificar de forma didática e dinâmica todas as etapas, desde o inicio até a
apresentação final. Visando aplicar de forma pratica conceitos aprendidos em sala de aula, a
elaboração deste projeto irá proporcionar uma visão pratica e direita de problemas que
profissionais da área da engenharia enfrentam no cotidiano. Desenvolver uma estrutura
seguindo critérios e normas pré-definidas, além de melhorar todo o trabalho em equipe, irá
fazer com que sejamos mais criteriosos e nos fará desenvolver uma visão mais critica sobre
como proceder diante de problemas.

1. Introdução

Neste trabalho foi projetado um modelo de ponte treliçada com base em modelos já
previamente reportados pela literatura. Após a conclusão deste protótipo a ponte será avaliada
mecanicamente por ensaio de compressão, visando atingir as especificações do projeto,
suportando a carga previamente estabelecida (carga máxima definida pela – 1200N).

Durante a construção e teste da ponte, os seguintes itens serão observados: a) como uma
estrutura trabalha, b) como cada um dos vários membros componentes da ponte age sob
pressão ou compressão, c) a função de cada cálculo para que a ponte suporte eficientemente o
peso estabelecido.

A construção do projeto possibilitara familiarização por meio de projeto prático com vários
aspectos e componentes estruturais que precisam ser levados em consideração quando se
constrói uma ponte, como: aprender vários conceitos sobre treliças e cuidados estruturais que
deverão estar presentes; aprender algumas técnicas de construção especiais apropriadas para o
tipo de material; trabalhar com confiança, sabendo que sua ponte irá suportar a carga
estabelecida com sucesso, desde que se construa a estrutura cautelosamente; aprender sobre os
desafios enfrentados pelos construtores de verdade, os quais muitas vezes são requisitados
para construírem estruturas que foram projetadas por outras pessoas. Na sequencia, será
apresentado todo o processo inicial de desenvolvimento do projeto.

2. Objetivo

O principal objetivo é construir uma estrutura (ponte) de palitos de picolé (palitos de madeira)
que suporte uma carga pré-estipulada pelo grupo (está carga será usada como base para
realizar todos os cálculos e dimensionamento da ponte). A estrutura deve ter de acordo com o
edital, no máximo 1,2m de comprimento, a largura da ponte deve ser de, no mínimo, 10
centímetros e no máximo 18 centímetros e deverá, para efeito do protótipo, “permitir” a
passagem de um veículo em miniatura. A ponte deve possuir no máximo 400 mm de altura.

3. Objetivos Específicos:

 Entender o quê é uma treliça.

 Realizar todos os calculos pertinentes ao projeto.

 Identificar os principais componentes de uma ponte treliçada.

 Identificar os vários tipos de pontes treliçadas.

 Entender como uma ponte treliçada trabalha (como cada componente individual
contribui para que toda a estrutura trabalhe bem e possa suportar a carga).

 Ver como a qualidade de construção afeta o desempenho da estrutura.

 Suportar, se possível 1200N.

 Fazer um levantamento prévio dos custos, sempre visando o menor orçamento,


devendo este orçamento fazer parte do relatório final.

 Realizar cálculos/simulação para montagem e operação do projeto proposto.


4. Metodologia

Para a elaboração deste projeto foram utilizados alguns métodos com o intuito de simplificar
seu desenvolvimento, primeiramente foi feita uma pesquisa em fontes virtuais para que fosse
possível entender o conceito de treliça e em seguida, alguns livros de física foram utilizados,
mecânica dos sólidos e nosso próprio material para se ter uma noção de quais conceitos
poderiam ser aplicados dentro do projeto.

Para facilitar o acompanhamento do projeto foi elaborado um cronograma do tipo 5W2H que
é uma ferramenta de gestão que facilita tanto na organização como em todo o planejamento e
execução das atividades.

Em seguida, realizou-se uma busca para encontrar o melhor material em relação custo
benéfico para a construção da ponte; é fato que pode se encontrar algumas variações de palito
de sorvete, e por isso foi introduzido no projeto um palito que apresentasse uma melhor
característica física.

Em suma o trabalho foi desenvolvido, levando em consideração todas as ideias apresentadas,


e com isso foi possível aproveitar todas as habilidades de cada integrante da equipe. E para
uma melhor eficiência do grupo, foram marcadas reuniões semanais (as terças e sextas feiras)
para se analisar o desenvolvimento do projeto.

5. Justificativa

A partir da construção da ponte foi possível aplicar na prática os conceitos aprendidos na


disciplina mecânica dos sólidos, podendo-se analisar de que forma os esforços atuam de fato
em uma estrutura real.

Com os cálculos e análises realizadas, espera-se que a ponte construída aguente a carga a que
será solicitada, no entanto, é importante notar que os cálculos são baseados em aproximações,
já que os palitos não são uniformes e não é levada em consideração a cola, elemento no qual
está baseada a união de toda a estrutura.
Assim, podem ocorrer resultados inesperados devido ao fator da colagem, mas, pensando
nisso, a estrutura foi reforçada.

Pôde-se ainda adquirir uma visão de como são projetadas pontes e estruturas reais, que, além
do que foi trabalhado, exigem atenção para a deformação com a variação da temperatura, a
escolha do material a se utilizar, dadas suas propriedades e custo, e também o tipo de
ambiente.

6. O projeto

6.1. Levantamento de informações e revisão bibliográfica

Primeiramente, foram feitas algumas pesquisas para compreender primeiro alguns conceitos
fundamentais de engenharia estrutural: força, carga, reação, equilíbrio, tração e compressão.

Alguns tópicos principais foram levados em consideração como: Quanto será investido no
projeto? Onde será construído? Além dessas perguntas, outras várias questões surgiram, e por
isso foi necessário realizar um levantamento de todas as informações para sanar e suprir
possíveis problemas, pois mesmo que fossem problemas simples, sem um plano de trabalho e
sem conhecer o que estamos projetando, haveria o risco de o projeto não ser concluído com
êxito.

7. Elaboração e divisão das etapas.

Conforme definido no cronograma, todo o projeto será construindo em duas partes, primeiro
será elaborado um protótipo, realizando todos os cálculos e testes pertinente ao mesmo, afim
de que consigamos uma melhor eficiência, e posteriormente será construída a ponte para a
apresentação final.

Todo o trabalho foi divido de forma que a equipe toda participasse do processo, apesar de que
cada integrante tem seus pontos fortes fracos, procuramos não fazer distinção dos mesmo e
sendo assim, todas as atividades serão realizadas por toda a equipe.
8. Materiais utilizados

Para a construção de todo o projeto será utilizado:

 Palitos de picolé;

 Cola branca;

“A ponte deverá ser construída de tal forma a permitir ser sustentada em apoios distantes de
1m (um metro) (vão entre os apoios), considerando-se o erro de ± 5%. A largura da ponte
deve ser de, no mínimo, 10 centímetros e no máximo 18 centímetros e deverá, para efeito do
protótipo, “permitir” a passagem de um veículo em miniatura. A ponte deve possuir no
máximo 400 mm de altura.” (Edital – Projeto Interdisciplinar Ponte de Palitos).

Também será utilizado, pinceis para aplicar a cola nos palitos e uma base de cartolina para
iniciar a montagem da ponte.

9. Construção – Inicio do protótipo.

Após a apresentação do edital, o grupo todo se reuniu (01/09/2017 – as 19h00minh na Unisal)


para decidir qual seria o modelo e o formato da ponte; foi escolhido um modelo de ponte que
utilizasse um sistema de treliças. Após várias análises de vários tipos de pontes, esta foi a de
maior vantagem, pois de acordo com os cálculos feitos pelo software Ftool, com este formato
de treliças, o desempenho e distribuição de forças foi conveniente ao que estava sendo
procurado.

O formato da ponte escolhido segue em anexo na imagem I. Serão colados 05 (cinco) perfis,
sendo que será feito um rebaixo nas extremidades da parte inferior da ponte (base), para que
após a aplicação da força, o coeficiente de atrito seja maior evitando que as treliças
escorreguem sob a base.

Como não seria possível realizar um ensaio de tração e compressão em apenas um palito, para
determinar sua resistência, foram utilizados valores encontrados num edital de concurso de
pontes de palitos, o mesmo refere-se aos seguintes valores:

1) As dimensões dos palitos de picolé são aproximadamente: 115 mm de comprimento; 2


mm de espessura; 8,4mm de largura.

2) A resistência à tração do palito é de 90kgf ou 882,9N.

3) A resistência à compressão de um palito de 110 mm de comprimento é de 4,9kgf ou


48,07N.

4) A resistência à compressão de uma composição formada por dois palitos de 110 mm é


de 27kgf ou 264,87N.

5) As juntas para as barras deverão ser feitas com emenda por superposição de palitos.
Recomenda-se o esquema da figura que segue, principalmente nas barras tracionadas:

Obs.: Como este edital de concurso não possuía nenhuma referencia bibliográfica, utilizamos
valores 30% abaixo do que o mesmo apresenta.

A construção do protótipo irá iniciar no dia 29/09/2017 na oficina da Unisal as 20h00minh


(construção iniciada com 03 (três) dias de atrasos, devido à dificuldade de reunir todos).

Na sequência, será apresentado uma breve pesquisa sobre determinados temas pertinentes ao
projeto. Essa pesquisa foi necessária para aprimorar conhecimento e sanar duvidas referente
ao projeto.

10. Alguns conceitos presentes no projeto.

Quando o projeto foi iniciado, surgiram alguma perguntas referentes a determinados conceitos
(conceitos fundamentais de engenharia estrutural) que estarão presente no mesmo, sendo
assim, uma breve pesquisa foi iniciada com a finalidade de explicar e entender estes
conceitos, sendo eles:

Força: é uma grandeza física que é capaz de vencer a inércia de um corpo, modificando a sua
velocidade em um objeto livre ou deformação em um objeto fixo. Trata-se de um vetor, tendo
assim, intensidade (o módulo do seu valor), direção (a linha de aplicação da força), e sentido
(para qual lado está sendo aplicada). Está relacionada com as três leis de Newton (princípio da
inércia, lei fundamental da dinâmica: F=m.a, princípio da ação e reação).

Carga: é uma tensão mecânica proveniente da distribuição de forças por unidade de área em
torno de um ponto material de um corpo material ou meio contínuo. Elas podem se classificar
em três tipos: tração (esforços em sentidos opostos no mesmo corpo), compressão (tensão
normal, reduzindo seu volume), cisalhamento (tensão tangencial ou provocada por um corte).

Reação: está relacionada com a terceira lei de Newton na qual fala que “toda ação há sempre
uma reação oposta e de igual intensidade: as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro
são sempre iguais e dirigidas em sentidos opostos”. Ela quer dizer que se um corpo A exerce
uma força com intensidade sobre um corpo B, o corpo B também exercerá uma força no corpo
A de mesma direção, mesma intensidade, porém sentido contrário (embora as forças sejam
iguais, a aceleração não é a mesma necessariamente). As forças na natureza sempre aparecem
em pares, cada par é conhecido como par ação- reação, não existe força “solitária”, pois não
há força (real) sem sua contra parte.

Equilíbrio: O equilíbrio é estabelecido quando a soma das forças que agem sobre um corpo é
nula. Ele pode ser classificado como estático ou dinâmico. Um corpo está em equilíbrio
quando a somatória de todas as forças que atuam sobre ele for nula, ou seja, igual a zero. De
acordo com a Primeira Lei de Newton, quando a resultante das forças que atuam sobre um
corpo é nula, o corpo permanece em seu estado de repouso ou em movimento retilíneo
uniforme. Portanto, um objeto em equilíbrio pode estar em repouso ou em movimento
retilíneo uniforme. O equilíbrio pode ser classificado como:

Equilíbrio estático: Quando o objeto está em repouso;

Equilíbrio dinâmico: Quando o corpo está em movimento retilíneo uniforme;

Tração: É a força aplicada sobre um corpo numa direção perpendicular à sua superfície de
corte e num sentido tal que, possivelmente, provoque a sua ruptura. Uma peça estará sendo
tracionada quando a força axial aplicada estiver atuando com o sentido dirigido para o seu
exterior.

Compressão: É o resultado da aplicação de uma força de compressão a um material,


resultando em uma redução em seu volume, ou, como tratado em resistência dos materiais,
uma redução de uma de suas dimensões, axial com a atuação da força, e um aumento da seção
transversal a este mesmo eixo, quando a deformação da peça nesta direção é permitida, pois
deve-se considerar que teoricamente, neste caso, seu volume mantenha-se constante. Um
exemplo característico de objeto submetido a esforços de compressão são os pilares dos
prédios, que recebem, com a mesma direção de seu eixo, as cargas acima deles.

11. Treliças

Como toda a estrutura da ponte é na forma de treliças, um estudo mais aprofundado sobre a
mesma foi realizado, com a finalidade de entender seus aspectos, como toda a força é
distribuída, e qual seria a melhor maneira de montar a estrutura.

A treliça pode ser definida como uma armação formada pelo cruzamento de elementos retos
(de madeira, aço, alumínio, etc.) cujas extremidades são ligadas em pontos conhecidos como
nós. As treliças são dimensionadas de modo que as forças atuantes nos elementos sejam de
tração ou compressão. As treliças podem ser planas ou tridimensionais. Na representação
gráfica de uma treliça é comum a indicação em vermelho das barras que trabalham a
compressão e azul as barras que trabalham à tração. É uma estrutura composta por cinco ou
mais unidades triangulares, as forças externas e reações consideram-se, de forma simplificada,
aplicadas nesses mesmos nós. As forças resultantes nos vários elementos das estruturas são de
tração ou compressão devido ao facto de todas as articulações serem tratadas como rotuladas
(livre rotação) e pelo facto de, como fora referido, as forças externas e reações serem
aplicadas nos nós.

Uma treliça planar/bidimensional é uma estrutura onde todos os membros e os nós se


encontram no mesmo plano, enquanto uma treliça espacial/tridimensional tem membros e nós
em três dimensões. Ao conjunto de elementos horizontais superiores, dá-se o nome de corda
superior, sendo que estes se encontram, normalmente em compressão. Ao conjunto de
elementos horizontais inferiores, dá-se o nome de corda inferior, sendo que estes, por seu
lado, se encontram em tração. A treliça é bastante utilizada na construção de barracões e na
área de construção civil

A forma mais simples de uma treliça é um único triângulo. Por causa da estabilidade desta
forma e os métodos de análise usados para calcular os esforços presentes nos seus elementos,
uma treliça composta apenas por associações de triângulos é conhecida por uma treliça
simples.

Uma treliça simples é uma estrutura planar (todos os seus elementos se encontram contidos no
mesmo plano). Estas estruturas planares são, normalmente, associadas em paralelo para
formar estruturas de suporte de telhados e pontes.

12. Mecânica das treliças

As Leis de Newton podem ser aplicadas como um todo, assim como para cada nó ou elemento
(como em todas as tipologias estruturais gerais). Para qualquer um dos nós permanecer
estático, devem ser verificadas as seguintes condições:

1)Cálculo das externas. O somatório de todas as forças horizontais e verticais deve ser igual à
zero.

Forças nas horizontais: Σfx = 0 Forças nas verticais: Σfy = 0

2)Método dos nós. A análise destas condições em cada nó, por exemplo, permite determinar
as forças em cada elementos da treliça.

Escolha um nó que tenha no máximo 2 (duas) variáveis.

Aplique Σfy = 0 e Σfx = 0 em cada nó.

Analises de treliças

As analises básicas de treliças, quando se tem em mente a construção da mesma deve- se ter
em mente:

 Forças nos Elementos

 Dimensionamento dos Elementos


 Dimensionamento das Ligações

13. Conclusão

Após o termino deste relatório concluiu-se que a primeira coisa a ser feita pelos integrantes do
grupo foi o estudo de como é feita uma ponte, quais conceitos físicos estão presentes nela, o
que é treliça e como ela deve ser construída para que haja a melhor resistência possível.

Seguindo o cronograma de planejamento os integrantes do grupo chegaram ao um consenso


de qual seria o melhor modelo de ponte e obviamente o melhor tipo de treliça a ser usado, pois
é a parte mais importante da ponte. Feito isso as delimitações da ponte foram definidas e, em
seguida concluiu-se que será necessário a construção de um protótipo para testar o modelo de
construção que foi escolhido e fazer então os ajustes necessários para a apresentação final.

Conclui-se então que seguindo o que foi proposto e dentro dos prazos estipulados durante o
planejamento, conforme expresso neste primeiro relatório, todas as atividades foram feitas
dentro do prazo.

Toda a sequência do projeto irá continuar conforme os prazos já determinados, sendo a


elaboração de cálculos, construção e teste do protótipo e seus devidos ajustes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

http://professor.ufabc.edu.br/~juan.avila/MecSol/Trelicas.pdf (acessado em 01/09/2017) http://www.unifal-


mg.edu.br/sspibid/sites/default/files/file/S02779.pdf (acessado em 01/09/2017)

http://www.set.eesc.usp.br/static/media/producao/1999ME_CarlosHenriqueMaiola.pdf (acessado em
12/09/2017)

http://engenhariacimatec.blogspot.com.br/2012/10/projeto-ponte-trelicada-parte-1.html (acessado em
15/09/2017)

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