Curso Apresentação - Completa - Nova Lei Licitações e Fiscalizaçã Contratos

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Nova Lei de Licitações e

Fiscalização de Contratos em
Terceirizações

Brasília
setembro/2021
Introdução

* SÍNTESE DA EXPOSIÇÃO (4 BLOCOS)

1) Definição da terceirização e a sua relação com a possibilidade da responsabilidade subsidiária das entidades
públicas, com enfoque no posicionamento dos tribunais superiores (STF e TST)

2) Relação entre a terceirização na Administração Pública e os principais impactos da nova lei de licitações (Lei
14.133/2021) no direito e no processo do trabalho, com breves incursões pelo Decreto nº 9.507/2018 e na Instrução
Normativa MPOG nº 05/2017

3) indicação de 12 medidas tendentes ao aprimoramento das medidas fiscalizatórias preventivas, com vistas à
redução de condenações trabalhistas por responsabilidade subsidiária (incluindo medidas exitosas adotadas por diversas
entidades públicas)

4) Sugestões aos órgãos consultivos dos órgãos e entidades públicas, objetivando maior eficiência na atuação
contenciosa

* A exposição será alicerçada no seguinte tripé:

1) capacitação para o acompanhamento na execução dos contratos;


2) produção e geração de informações;
3) documentação.
INTRODUÇÃO
CONTEXTO:

* Contratos de terceirização das entidades públicas (ex. vigilância e limpeza/conservação), tese responsabilidade subsidiária
como a de maior predominância (60% a 70% do total) em relação aos processos nos quais as autarquias e fundações federais
são demandadas na Justiça do Trabalho;

* Responsabilidade subsidiária em contratos administrativos

* Entendimento do TST (Súmula 331):


(...) V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições
do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993,
especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como
empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela
empresa regularmente contratada.
Introdução

* TERCEIRIZAÇÃO

Definição Legal - Lei nº 6.019/74

“Art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da execução de
quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de
serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução.
§ 1 A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou
o

subcontrata outras empresas para realização desses serviços.


§ 2o Não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios das empresas prestadoras de serviços,
qualquer que seja o seu ramo, e a empresa contratante.”

* PREVISÃO GERAL DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO CONTRATANTE NA


TERCEIRIZAÇÃO
LEI Nº 6.019/74

Art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços
determinados e específicos.
[...]
§ 5º A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que
ocorrer a prestação de serviços, e o recolhimento das contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 da
Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.
Introdução
* A Responsabilidade da Administração Pública pelas verbas na Lei nº 8.666/93:

“Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do
contrato.
§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração
Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e
edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.”

* A Responsabilidade da Administração Pública pelas verbas na Lei nº 14.133/2021:

Art. 121: “§ 2º Exclusivamente nas contratações de serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, a
Administração responderá solidariamente pelos encargos previdenciários e subsidiariamente pelos encargos trabalhistas se comprovada
falha na fiscalização do cumprimento das obrigações do contratado.”

Atenção! O que são serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra?

Art. 6º(...) XVI - serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra: aqueles cujo modelo de execução
contratual exige, entre outros requisitos, que:
a) os empregados do contratado fiquem à disposição nas dependências do contratante para a prestação dos serviços;
b) o contratado não compartilhe os recursos humanos e materiais disponíveis de uma contratação para execução simultânea de
outros contratos;
c) o contratado possibilite a fiscalização pelo contratante quanto à distribuição, controle e supervisão dos recursos humanos
alocados aos seus contratos;
Introdução

Observação! É da empresa contratada o poder/dever para a gestão, contratação e remuneração dos terceirizados,
sendo vedada à entidade contratante as situações previstas no art. 48 da Nova Lei de Licitações:

Art. 48. Poderão ser objeto de execução por terceiros as atividades materiais acessórias, instrumentais ou complementares aos assuntos que
constituam área de competência legal do órgão ou da entidade, vedado à Administração ou a seus agentes, na contratação do serviço
terceirizado:
I - indicar pessoas expressamente nominadas para executar direta ou indiretamente o objeto contratado;
II - fixar salário inferior ao definido em lei ou em ato normativo a ser pago pelo contratado;
III - estabelecer vínculo de subordinação com funcionário de empresa prestadora de serviço terceirizado;
IV - definir forma de pagamento mediante exclusivo reembolso dos salários pagos;
V - demandar a funcionário de empresa prestadora de serviço terceirizado a execução de tarefas fora do escopo do objeto da
contratação;
VI - prever em edital exigências que constituam intervenção indevida da Administração na gestão interna do contratado.
Parágrafo único. Durante a vigência do contrato, é vedado ao contratado contratar cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, de dirigente do órgão ou entidade contratante ou de agente público que desempenhe
função na licitação ou atue na fiscalização ou na gestão do contrato, devendo essa proibição constar expressamente do edital de
licitação.
Introdução

* O Supremo Tribunal Federal - STF, no julgamento Ação Declaratória de Constitucionalidade nº 16, afirmou a
constitucionalidade do art. 71 da Lei nº 8.666/93 e assentou a impossibilidade de se responsabilizar a Administração
Pública com fundamento no mero inadimplemento das obrigações trabalhistas devidas pela empresa contratada;

* O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário 760.931 (26/04/2017), fixou a seguinte
tese:

"Tema 246 - Responsabilidade subsidiária da Administração Pública por encargos trabalhistas gerados pelo
inadimplemento de empresa prestadora de serviço.
O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do contratado não transfere automaticamente ao Poder
Público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art.
71, § 1º, da Lei nº 8.666/93"
Introdução
* Em observância a tal julgamento de efeitos vinculantes e eficácia contra todos, o Eg. Tribunal Superior
do Trabalho alterou a redação da Súmula nº 331:

CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE


I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços,
salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974).
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da
Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988).
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de
conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a
pessoalidade e a subordinação direta.
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador
dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do título executivo
judicial.
V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV,
caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na
fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente
contratada.
VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao
período da prestação laboral.
Introdução

* DE QUEM SERIA O ÔNUS DE COMPROVAÇÃO DA FALTA DE FISCALIZAÇÃO?

* Embora tenha sido objeto de intenso debate no julgamento do RE 760931 (Tema 246), o STF não fixou de quem seria
o ônus da prova a respeito da comprovação da falta/falha de fiscalização do contrato.

* Em face da ausência de fixação de tese acerca do ônus probatório, há oscilação da jurisprudência acerca do tema

TST – SBDI – ônus da prova do Poder Público

"RECURSO DE EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA. INTERPOSIÇÃO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017.


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LICITAÇÃO.
DECISÃO PROFERIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO RE Nº 760.931. TEMA 246 DA REPERCUSSÃO GERAL.
SÚMULA Nº 331, V, DO TST. RATIO DECIDENDI. ÔNUS DA PROVA .
(...) Portanto, em sede de embargos de declaração , o Supremo Tribunal Federal deixou claro que a matéria pertinente ao ônus da prova não
foi por ele definida, ao fixar o alcance do Tema 246. Permitiu, por conseguinte que a responsabilidade subsidiária seja reconhecida, mas
sempre de natureza subjetiva, ou seja, faz-se necessário verificar a existência de culpa in vigilando . Por esse fundamento e com base no
dever ordinário de fiscalização da execução do contrato e de obrigações outras impostas à Administração Pública por diversos dispositivos
da Lei nº 8.666/1993, a exemplo, especialmente, dos artigos 58, III; 67, caput e seu § 1º; e dos artigos 54, § 1º; 55, XIII; 58, III; 66; 67, § 1º;
77 e 78, é do Poder Público, tomador dos serviços, o ônus de demonstrar que fiscalizou de forma adequada o contrato de prestação
de serviços . No caso, o Tribunal Regional consignou que os documentos juntados aos autos pelo ente público são insuficientes à prova de
que houve diligência no cumprimento do dever de fiscalização, relativamente ao adimplemento das obrigações trabalhistas da empresa
terceirizada. Ou seja, não se desincumbiu do ônus que lhe cabia. A Egrégia Turma, por sua vez, atribuiu ao trabalhador o ônus da prova,
razão pela qual merece reforma a decisão embargada, a fim de restabelecer o acórdão regional. Recurso de embargos conhecido e provido "
(E-RR-925-07.2016.5.05.0281, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro Claudio Mascarenhas Brandao,
DEJT 22/05/2020).
Introdução
* Ônus da prova – Reclamante - 4ª Turma do TST continua divergindo neste tema.

"I) AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO -RESPONSABILIDADE


SUBSIDIÁRIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS -ÔNUS DA PROVA -TRANSCENDÊNCIA
POLÍTICA DA CAUSA -POSSÍVEL VIOLAÇÃO DE LEI À LUZ DO PRECEDENTE VINCULANTE DO STF NO TEMA 246 DA
TABELA DE REPERCUSSÃO GERAL. Diante do entendimento fixado pelo STF na ADC 16 e no precedente de repercussão geral RE
760.931 (leading case do Tema 246), é de se dar provimento ao agravo de instrumento, ante a possível violação do art. 71, § 1º, da Lei
8.666/93, por decisão regional em que se reconhece a responsabilidade subsidiária da administração pública, com base na atribuição do onus
probandi à Administração Pública. Agravo de instrumento provido. II) RECURSOS DE REVISTA DO 2º RECLAMADO, MUNICÍPIO DO
RIO DE JANEIRO, E DO 3º RECLAMADO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO -MATÉRIA COMUM -ANÁLISE CONJUNTA -
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS -ÔNUS DA PROVA -
REJEIÇÃO DA TESE DO ÔNUS DO ENTE PÚBLICO NO PRECEDENTE VINCULANTE DO STF EMANADO DO RE 760.931 (TEMA
246 DE REPERCUSSÃO GERAL)-VIOLAÇÃO DO ART. 71, § 1º, DA LEI 8.666/93 -TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA -PROVIMENTO.
1. Ao apreciar a Reclamação 40.137, a 1ª Turma do STF assentou que "a leitura do acórdão paradigma revela que os votos que compuseram a corrente
majoritária no julgamento do RE 760.931 (Tema 246 da sistemática da repercussão geral) assentaram ser incompatível com reconhecimento da
constitucionalidade do art. 71, § 1º, da Lei 8.666/1993 o entendimento de que a culpa do ente administrativo seria presumida e, consectariamente,
afastaram a possibilidade de inversão do ônus probatório na hipótese" (Red. Min. Luiz Fux, DJe de 12/08/20). Tanto a 1ª quanto a 2ª Turmas do
STF têm reiteradamente cassado decisões do TST que reconhecem a responsabilidade subsidiária da administração pública por inversão do
ônus da prova em favor do empregado quanto à fiscalização do cumprimento das obrigações trabalhistas pela empresa terceirizada. 2. Em
que pesem tais decisões, que deixam claro o teor dos precedentes do STF sobre a matéria, emanados da ADC 16 e do RE 760.931, a SBDI-1,
em sua composição completa, reafirmou sua posição no sentido do ônus da prova da administração pública (E-RR-925-07.2016.5.05.0281, Rel.
Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, de 12/12/19; E-ED-RR 62-40.2017.5.20.0009, Rel. Min. Márcio Eurico Vitral Amaro, de 10/09/20), em claro
confronto com o decidido pelo Supremo Tribunal Federal. 3. Tendo em vista o caráter vinculante das decisões do STF em temas de
repercussão geral, o que não se dá com decisões da SBDI-1 do TST, é de se sobrepor aquelas a estas. 4. No caso dos autos, na decisão regional
recorrida extraiu-se a culpa in vigilando da não demonstração, por parte dos Recorrentes, da ocorrência da efetiva fiscalização do contrato, em nítida
inversão do ônus da prova, conjugada com o inadimplemento das obrigações trabalhistas pela Prestadora de Serviços. 5. A partir do reconhecimento
da culpa in vigilando da administração pública na fiscalização do cumprimento das obrigações trabalhistas por parte da Empresa Terceirizada, o
Regional reconheceu a responsabilidade subsidiária dos 2º e 3º Reclamados, Município do Rio de Janeiro e Estado do Rio de Janeiro, respectivamente,
por essas obrigações, fazendo-o contra a literalidade do art. 71, § 1°, da Lei 8.666/93 e dos termos de exceção que o STF abriu ao comando legal. 6.
Assim, merece provimento os recursos de revista dos 2º e 3º Reclamados, na medida em que não cabe o reconhecimento da responsabilidade
subsidiária de ente público com lastro apenas na inadimplência da prestadora de serviços ou na culpa presumida, com atribuição do onus
probandi da fiscalização (ou da não culpa) à Administração Pública. Recursos de revista conhecidos e providos" (RR-100579-28.2017.5.01.0059,
4ª Turma, Relator Ministro Ives Gandra Martins Filho, DEJT 04/06/2021).
Introdução

* STF

Agravo regimental na reclamação. 2. Direito do Trabalho. 3. Terceirização. Responsabilidade subsidiária da Administração Pública.
Art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93. 4. Violação ao decidido na ADC 16 e ao teor da Súmula Vinculante 10. Configuração. Reclamação
julgada procedente. 5. Impossibilidade de responsabilização automática da Administração Pública pelo inadimplemento das obrigações
trabalhistas. Necessidade de comprovação inequívoca do seu comportamento reiteradamente negligente. Ausência de fiscalização ou falta
de documentos que a comprovem não são suficientes para caracterizar a responsabilização. 6. Inversão do ônus da prova em
desfavor da Administração Pública. Impossibilidade. Precedentes de ambas as Turmas. 7. Ausência de argumentos capazes de infirmar a
decisão agravada. 8. Agravo regimental não provido. (STF, 2ª Turma, AG. REG. NA RECLAMAÇÃO 40.505 SÃO PAULO, relator:
Ministro GILMAR MENDES, data do julgamento: 17/11/2020, data da publicação: DJE nº 19, divulgado em 01/02/2021)

* O Plenário do Supremo Tribunal Federal - STF reconheceu a repercussão geral do tema tratado no Recurso
Extraordinário nº 1.298.647 (Tema 1118):

Ônus da prova acerca de eventual conduta culposa na fiscalização das obrigações trabalhistas de prestadora de
serviços, para fins de responsabilização subsidiária da Administração Pública, em virtude da tese firmada no RE
760.931 (Tema 246).

Atenção! Estará em julgamento se cabe ao empregado ou ao ente público contratante comprovar eventual falha na
fiscalização das obrigações trabalhistas.
Introdução
- Rescisão contratos de trabalho vs responsabilidade subsidiária

- A SBDI-1 do TST, no julgamento Ag-E-ED-ARR-10320-50.2015.5.01.0481 (DEJT 13/08/2021) pacificou o


entendimento segundo o qual a ausência de participação /fiscalização da Administração Pública no ato de
rescisão do contrato de trabalho NÃO caracteriza culpa “in vigilando” para fins de responsabilidade
subsidiária da entidade pública:

"AGRAVO EM RECURSO DE EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA COM AGRAVO. ADMINISTRAÇÃO


PÚBLICA. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. CULPA IN
VIGILANDO NÃO CARACTERIZADA. (...) Quanto aos elementos de prova, tendo sido ressaltado ser da administração
pública o dever de demonstrar a efetiva fiscalização do contrato de prestação e serviços, o Tribunal asseverou haver " nos autos,
ID. 4438C76, documentos comprovando que a Recorrente chegou a exercer fiscalização perante à 1ª Ré, no tocante ao
cumprimento de obrigações trabalhistas, contribuições previdenciárias e depósitos do FGTS, aplicando inclusive multa pelo
inadimplemento da 1ª Ré ". O Tribunal entendeu que houve fiscalização no período do contrato de emprego, concluindo pela
responsabilização em razão da ausência de notícia de procedimento fiscalizatório no ato da dispensa de trabalhadores, ante
o reconhecimento de verbas rescisórias, a exsurgir daí ter a responsabilidade subsidiária da administração pública se dado
em razão da inadimplência das parcelas do contrato pela empresa prestadora dos serviços, a demonstrar a transferência
automática dos encargos trabalhistas devidos pela prestadora de serviços, à míngua, portanto, da premissa de culpa da
Administração Pública na fiscalização do contrato. Tendo havido fiscalização durante o contrato, a condenação ao pagamento
de verbas rescisórias não invalida a atuação diligente do ente público durante todo o contrato, consoante as provas coligidas. Se
falha ou ineficiência houve, essa não o foi em relação às verbas trabalhistas regulares. A ausência de participação do ente
público no ato da rescisão não implica falha na fiscalização, que ocorreu devidamente durante a execução do contrato. Não
se está a admitir que a litisconsorte não seja responsável também por fiscalizar o pagamento das verbas rescisórias.
Contudo, no caso, não há descumprimento de obrigações regulares do contrato de trabalho e as verbas rescisórias, por si só,
não demostram falta de acompanhamento e vigilância do contrato, considerando o substrato fático insuscetível de modificação
de que houve fiscalização operada pela Ré no período do contrato de emprego. Decisão agravada mantida. Agravo conhecido e
desprovido" (Ag-E-ED-ARR-10320-50.2015.5.01.0481, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Redator Ministro
Breno Medeiros, DEJT 13/08/2021)
PRINCIPAIS IMPACTOS DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES NO
DIREITO E NO PROCESSO DO TRABALHO

NOVA LEI DE LICITAÇÕES – LEI Nº 14.133, DE 01/04/2021

- Aspectos gerais

* em vigor desde 01/04/2021

* O contrato cujo instrumento tenha sido assinado antes da entrada em vigor desta Lei continuará a ser regido de
acordo com as regras previstas na legislação revogada (Lei 8.666/1993)

* Até 01/04/2023, a Administração poderá optar por licitar ou contratar diretamente de acordo com a nova Lei
Licitações ou de acordo com as leis 8.666/1993, 10.520/202 e os arts. 1º a 47-A da Lei 12.462/2011

* a opção escolhida (nova Lei Licitações ou leis anteriores) deverá ser indicada expressamente no edital ou no
aviso ou instrumento de contratação direta, vedada a aplicação combinada desta Lei com as anteriores.

* CPC - Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os procedimentos judiciais:
IV - em que se discuta a aplicação do disposto nas normas gerais de licitação e contratação a que se refere
o inciso XXVII do caput do art. 22 da Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
PRINCIPAIS IMPACTOS DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES NO
DIREITO E NO PROCESSO DO TRABALHO

* A AGU, por meio do PARECER n. 00002/2021/CNMLC/CGU/AGU (seq 460 NUP: 00688.000716/2019-43), da


Câmara Nacional de Modelos de Licitações e Contratos Administrativos - CNMLC/DECOR/CGU, aprovado
pelo DESPACHO n. 00339/2021/DECOR/CGU/AGU e pelo DESPACHO n. 00406/2021/GAB/CGU/AGU do
Consultor-Geral da União, recomendou a não utilização da Nova Lei de Licitações, até que esteja em pleno
funcionamento o Portal Nacional de Contratações Públicas, vejamos:

PARECER n. 00002/2021/CNMLC/CGU/AGU
NUP: 00688.000716/2019-43
INTERESSADOS: DECOR
ASSUNTOS: LICITAÇÕES E OUTROS
(...)
3. CONCLUSÕES
218. Por tudo o que se expõe, são essas as conclusões que se têm sobre o tema em questão:
(...)
219. Para sistematizar, tem-se, pois, que:
° a implementação/regulamentação dos arts. 54; 94; 174; 8º, §3º; 23; 31; 56 e 82, §§5º e 6º são condicionantes à eficácia, total ou parcial da
norma;
º recomenda-se que se priorize a implementação dos arts. 7º; 11, parágrafo único e 169, §1º antes de utilizar a nova lei de forma
massificada, sem que, entretanto, isso represente um impeditivo;
º os arts. 70, II; 19 e 92, XVIII não condicionam a eficácia da lei.
º 220. Sugere-se, outrossim, que se dê ciência dos termos deste parecer à Secretaria de Gestão do Ministério da Economia para que, se for o
caso, dimensione a priorização da regulamentação e demais atos de sua competência considerando as conclusões trazidas nesta
manifestação.
PRINCIPAIS IMPACTOS DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES NO DIREITO
E NO PROCESSO DO TRABALHO
* Em seu Despacho de aprovação (seq. 460, NUP: 00688.000716/2019-43), o DIRETOR DO
DEPARTAMENTO DE COORDENAÇÃO E ORIENTAÇÃO DE ÓRGÃOS JURÍDICOS da CONSULTORIA-
GERAL DA UNIÃO, assim dispôs, dentre outros:

“(...) em ligeira síntese, recomenda-se, com respaldo no art. 191, parágrafo único, e art. 193, inciso II, da Lei nº 14.133, de 2021,
que a Administração Pública continue a adotar a Lei nº 8.666, de 1993, a Lei nº 10.520, de 2002, e os arts. 1º a 47-A da Lei nº
12.462, de 2011, para as licitações e contratações públicas enquanto não regulamentados o art. 8º, § 3º (Segregação de funções -
agente de contratação, equipe de apoio, comissão de contratação e fiscais e gestores de contratos); o art. 23 (Pesquisa de Preços);
o art. 31 (procedimentos operacionais da modalidade Leilão); art. 56 (Modo de disputa aberto e fechado, isolado ou conjunto); o
art. 82, §§ 5º e 6º (condições de seleção para contratação de bens, serviços, e obras, e a disciplina da contratação direta, no
âmbito do Sistema de Registro de Preços); o art. 54, o art. 94 e art. 174 (Portal Nacional de Contratações Públicas); todos da Lei
nº 14.133, de 2021.
3. Recomenda-se, outrossim, que se considere a possibilidade de conferir prioridade à regulamentação do art. 7º; do art. 11,
parágrafo único; e do art. 169, §1º (Gestão de competências, Gestão de riscos e Controles internos e preventivos), todos da Lei nº
14.133, de 2021, antes da aplicação da nova Lei Geral de Licitações e Contratos Administrativos.”

* O citado PARECER n. 00002/2021/CNMLC/CGU/AGU encontra-se disponível em:


https://www.conjur.com.br/dl/parecer-agu-aplicabilidade-lei-1413321.pdf
PRINCIPAIS IMPACTOS DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES NO DIREITO
E NO PROCESSO DO TRABALHO
* PRINCIPAIS DISPOSIÇÕES APLICÁVEIS À FISCALIZAÇÃO CONTRATUAL

Art. 50. Nas contratações de serviços com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, o contratado deverá apresentar,
quando solicitado pela Administração, sob pena de multa, comprovação do cumprimento das obrigações trabalhistas e com o
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em relação aos empregados diretamente envolvidos na execução do contrato,
em especial quanto ao:
I - registro de ponto;
II - recibo de pagamento de salários, adicionais, horas extras, repouso semanal remunerado e décimo terceiro salário;
III - comprovante de depósito do FGTS;
IV - recibo de concessão e pagamento de férias e do respectivo adicional;
V - recibo de quitação de obrigações trabalhistas e previdenciárias dos empregados dispensados até a data da extinção do contrato;
VI - recibo de pagamento de vale-transporte e vale-alimentação, na forma prevista em norma coletiva.

* O devido e regular acompanhamento periódico da execução contratual pode resultar na economia de


milhões de reais, advinda do afastamento de condenações a nível de responsabilidade subsidiária das
entidades públicas

* O acompanhamento e a fiscalização da execução do contrato consistem na verificação da conformidade da


prestação dos serviços e da alocação dos recursos necessários, de forma a assegurar o perfeito cumprimento do
contrato, devendo ser exercido pelo gestor do contrato, que poderá ser auxiliado pelo fiscal técnico e fiscal
administrativo do contrato
PRINCIPAIS IMPACTOS DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES NO
DIREITO E NO PROCESSO DO TRABALHO

Nova lei de licitações

* Atenção! Obrigatoriedade, por parte do fiscal do contrato, das anotações de todas as ocorrências durante a execução
contratual

Art. 117. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por 1 (um) ou mais fiscais do contrato, representantes da
Administração especialmente designados conforme requisitos estabelecidos no art. 7º desta Lei, ou pelos respectivos substitutos, permitida
a contratação de terceiros para assisti-los e subsidiá-los com informações pertinentes a essa atribuição.
§ 1º O fiscal do contrato anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas à execução do contrato, determinando o que
for necessário para a regularização das faltas ou dos defeitos observados.
§ 2º O fiscal do contrato informará a seus superiores, em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes, a situação que demandar
decisão ou providência que ultrapasse sua competência.
§ 3º O fiscal do contrato será auxiliado pelos órgãos de assessoramento jurídico e de controle interno da Administração, que deverão dirimir
dúvidas e subsidiá-lo com informações relevantes para prevenir riscos na execução contratual.
§ 4º Na hipótese da contratação de terceiros prevista no caput deste artigo, deverão ser observadas as seguintes regras:
I - a empresa ou o profissional contratado assumirá responsabilidade civil objetiva pela veracidade e pela precisão das informações
prestadas, firmará termo de compromisso de confidencialidade e não poderá exercer atribuição própria e exclusiva de fiscal de contrato;
II - a contratação de terceiros não eximirá de responsabilidade o fiscal do contrato, nos limites das informações recebidas do terceiro
contratado.

Art. 118. O contratado deverá manter preposto aceito pela Administração no local da obra ou do serviço para representá-lo na
execução do contrato.
PRINCIPAIS IMPACTOS DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES NO DIREITO
E NO PROCESSO DO TRABALHO
* REQUISITOS DE HABILITAÇÃO

* Informações e documentos para demonstrar a capacidade do licitante de realizar o objeto da licitação: I -


jurídica; II - técnica; III - fiscal, social e trabalhista; IV - econômico-financeira

Art. 62. A habilitação é a fase da licitação em que se verifica o conjunto de informações e documentos necessários e suficientes
para demonstrar a capacidade do licitante de realizar o objeto da licitação, dividindo-se em: I - jurídica; II - técnica; III -
fiscal, social e trabalhista; IV - econômico-financeira.
Art. 63. Na fase de habilitação das licitações serão observadas as seguintes disposições:
(...)
§ 1º Constará do edital de licitação cláusula que exija dos licitantes, sob pena de desclassificação, declaração de que suas
propostas econômicas compreendem a integralidade dos custos para atendimento dos direitos trabalhistas assegurados na
Constituição Federal, nas leis trabalhistas, nas normas infralegais, nas convenções coletivas de trabalho e nos termos de
ajustamento de conduta vigentes na data de entrega das propostas.
Art. 68. As habilitações fiscal, social e trabalhista serão aferidas mediante a verificação dos seguintes requisitos:
(...)
IV - a regularidade relativa à Seguridade Social e ao FGTS, que demonstre cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei;
V - a regularidade perante a Justiça do Trabalho;
Art. 69. A habilitação econômico-financeira visa a demonstrar a aptidão econômica do licitante para cumprir as obrigações
decorrentes do futuro contrato, devendo ser comprovada de forma objetiva, (...), e será restrita à apresentação da seguinte
documentação:
I - balanço patrimonial, demonstração de resultado de exercício e demais demonstrações contábeis dos 2 (dois) últimos exercícios
sociais;
II - certidão negativa de feitos sobre falência expedida pelo distribuidor da sede do licitante.
PRINCIPAIS IMPACTOS DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES NO DIREITO
E NO PROCESSO DO TRABALHO
DAS GARANTIAS

Art. 96. A critério da autoridade competente, em cada caso, poderá ser exigida, mediante previsão no edital,
prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e fornecimentos.

Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia:

I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública;


II - seguro-garantia;
III - fiança bancária emitida por banco ou instituição financeira devidamente autorizada a operar no País pelo
Banco Central do Brasil.

Atenção: Estabelece a nova lei que a Administração Pública poderá exigir caução, fiança bancária ou
contratação de seguro-garantia que cubra as verbas rescisórias não pagas pela contratada!
PRINCIPAIS IMPACTOS DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES NO DIREITO
E NO PROCESSO DO TRABALHO
* A norma do antigo artigo 71, § 1º, da Lei n.º 8.666/93 agora encontra assento no artigo 121 e seu § 1º, da
nova Lei, com a seguinte redação:

Art. 121. Somente o contratado será responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da
execução do contrato.
§ 1º A inadimplência do contratado em relação aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transferirá à Administração a
responsabilidade pelo seu pagamento e não poderá onerar o objeto do contrato nem restringir a regularização e o uso das obras e
das edificações, inclusive perante o registro de imóveis, ressalvada a hipótese prevista no § 2º deste artigo.
§ 2º Exclusivamente nas contratações de serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, a
Administração responderá solidariamente pelos encargos previdenciários e subsidiariamente pelos encargos trabalhistas se
comprovada falha na fiscalização do cumprimento das obrigações do contratado.
§ 3º Nas contratações de serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, para assegurar o cumprimento de
obrigações trabalhistas pelo contratado, a Administração, mediante disposição em edital ou em contrato, poderá, entre outras
medidas:
I - exigir caução, fiança bancária ou contratação de seguro-garantia com cobertura para verbas rescisórias inadimplidas;
II - condicionar o pagamento à comprovação de quitação das obrigações trabalhistas vencidas relativas ao contrato;
III - efetuar o depósito de valores em conta vinculada;
IV - em caso de inadimplemento, efetuar diretamente o pagamento das verbas trabalhistas, que serão deduzidas do
pagamento devido ao contratado;
V - estabelecer que os valores destinados a férias, a décimo terceiro salário, a ausências legais e a verbas rescisórias dos
empregados do contratado que participarem da execução dos serviços contratados serão pagos pelo contratante ao contratado
somente na ocorrência do fato gerador.
(...)
PRINCIPAIS IMPACTOS DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES NO
DIREITO E NO PROCESSO DO TRABALHO

* DESLOCAMENTO DO ENFOQUE DA PROVA:

A Súmula TST nº 331 foca na prova da conduta culposa (“caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento
das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações
contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora”)

A Lei nº 14.133/21 focaliza na comprovação da falha na fiscalização (“a Administração responderá solidariamente
pelos encargos previdenciários e subsidiariamente pelos encargos trabalhistas se comprovada falha na fiscalização do
cumprimento das obrigações do contratado”)
PRINCIPAIS IMPACTOS DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES NO DIREITO
E NO PROCESSO DO TRABALHO
DO RECEBIMENTO DO OBJETO DO CONTRATO

Art. 140. O objeto do contrato será recebido:


I - em se tratando de obras e serviços:
a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, mediante termo detalhado, quando verificado o
cumprimento das exigências de caráter técnico;
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente, mediante termo detalhado que comprove o
atendimento das exigências contratuais;

DAS HIPÓTESES DE EXTINÇÃO DOS CONTRATOS

Art. 137. Constituirão motivos para extinção do contrato, a qual deverá ser formalmente motivada nos autos do processo,
assegurados o contraditório e a ampla defesa, as seguintes situações:
I - não cumprimento ou cumprimento irregular de normas editalícias ou de cláusulas contratuais, de especificações, de
projetos ou de prazos;
II - desatendimento das determinações regulares emitidas pela autoridade designada para acompanhar e fiscalizar sua
execução ou por autoridade superior;
(...)
§ 4º Os emitentes das garantias previstas no art. 96 desta Lei deverão ser notificados pelo contratante quanto ao início de
processo administrativo para apuração de descumprimento de cláusulas contratuais.
PRINCIPAIS IMPACTOS DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES NO
DIREITO E NO PROCESSO DO TRABALHO
DAS SANÇÕES A SEREM APLICADAS

Art. 156. Serão aplicadas ao responsável pelas infrações administrativas previstas nesta Lei as seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa;
III - impedimento de licitar e contratar;
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar.
(...)
§ 2º A sanção prevista no inciso I do caput deste artigo será aplicada exclusivamente pela infração administrativa prevista no inciso
I do caputdo art. 155 desta Lei, quando não se justificar a imposição de penalidade mais grave.
§ 3º A sanção prevista no inciso II do caput deste artigo, calculada na forma do edital ou do contrato, não poderá ser inferior a 0,5%
(cinco décimos por cento) nem superior a 30% (trinta por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com contratação direta e será
aplicada ao responsável por qualquer das infrações administrativas previstas no art. 155 desta Lei.
§ 4º A sanção prevista no inciso III do caput deste artigo será aplicada ao responsável pelas infrações administrativas previstas nos
incisos II, III, IV, V, VI e VII do caputdo art. 155 desta Lei, quando não se justificar a imposição de penalidade mais grave, e impedirá o
responsável de licitar ou contratar no âmbito da Administração Pública direta e indireta do ente federativo que tiver aplicado a sanção, pelo
prazo máximo de 3 (três) anos.
§ 5º A sanção prevista no inciso IV do caput deste artigo será aplicada ao responsável pelas infrações administrativas previstas nos
incisos VIII, IX, X, XI e XII do caputdo art. 155 desta Lei, bem como pelas infrações administrativas previstas nos incisos II, III, IV, V, VI
e VII do caput do referido artigo que justifiquem a imposição de penalidade mais grave que a sanção referida no § 4º deste artigo, e
impedirá o responsável de licitar ou contratar no âmbito da Administração Pública direta e indireta de todos os entes federativos, pelo prazo
mínimo de 3 (três) anos e máximo de 6 (seis) anos.
(...)
§ 8º Se a multa aplicada e as indenizações cabíveis forem superiores ao valor de pagamento eventualmente devido pela
Administração ao contratado, além da perda desse valor, a diferença será descontada da garantia prestada ou será cobrada
judicialmente.
PRINCIPAIS IMPACTOS DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES NO DIREITO
E NO PROCESSO DO TRABALHO
DO CONTROLE DAS CONTRATAÇÕES
Art. 169. As contratações públicas deverão submeter-se a práticas contínuas e permanentes de gestão de riscos e de controle
preventivo, inclusive mediante adoção de recursos de tecnologia da informação, e, além de estar subordinadas ao controle social,
sujeitar-se-ão às seguintes linhas de defesa:
I - primeira linha de defesa, integrada por servidores e empregados públicos, agentes de licitação e autoridades que atuam na
estrutura de governança do órgão ou entidade;
II - segunda linha de defesa, integrada pelas unidades de assessoramento jurídico e de controle interno do próprio órgão ou
entidade;
III - terceira linha de defesa, integrada pelo órgão central de controle interno da Administração e pelo tribunal de contas.

* GESTÃO DE RISCOS NAS LICITAÇÕES E CONTRATAÇÃO PÚBLICAS:

- Risco (tudo que impacta negativamente no objetivo) vs Oportunidade (tudo que impacta positivamente) - Necessidade de
implementação da Metodologia de Gerenciamento de Riscos

- Finalidade: orientar a identificação, a avaliação e a adoção de respostas aos eventos de riscos dos processos da unidade, bem
como instruir sobre o monitoramento.

- Algumas das funções da gestão de riscos são assegurar o alcance dos objetivos, por meio da identificação antecipada dos
possíveis eventos que poderiam ameaçar o atingimento dos objetivos, implementando uma estratégia evitando o consumo
intenso de recursos para solução de problemas quando esses surgem inesperadamente, bem como melhorar continuamente os
processos organizacionais.

- Estruturas de gerenciamento na gestão de riscos: COSO ERM, ISO 31000 e Orange Book

Indicação! Sobre o assunto, indicam-se os cursos, ministrado pela ENAP, de forma virtual e gratuita: a) Gestão de Riscos no
Setor Público (https://www.escolavirtual.gov.br/curso/127), atual Gestão de Riscos em Processos de Trabalho (segundo o Coso)
(https://www.escolavirtual.gov.br/curso/300/); b) Gestão de Riscos nas Contratações Públicas
(https://suap.enap.gov.br/portaldoaluno/curso/232/); c) Gestão de Riscos em Processos de Trabalho (baseado na ISO
31000.2018) (https://www.escolavirtual.gov.br/curso/294/).
PRINCIPAIS IMPACTOS DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES NO DIREITO
E NO PROCESSO DO TRABALHO
- Normativos relacionados à gestão de riscos

1) CNJ: RESOLUÇÃO No 347, DE 13 DE OUTUBRO DE 2020, do CNJ - Dispõe sobre a Política de


Governança das Contratações Públicas no Poder Judiciário.

Obs: Prevê, dentre outros, instrumentos de governança e da gestão das aquisições de organizações da Administração Pública Federal, a
fim de identificar os pontos vulneráveis e induzir melhorias na governança e na gestão das contratações

Art. 5º São considerados instrumentos de governança em contratações públicas do Poder Judiciário, dentre outros:
I – o Plano de Logística Sustentável;
II – o Plano Anual de Contratações;
III – o Plano Anual de Capacitação; e
IV – o Plano de Tratamento de Riscos do macroprocesso de contratações (...)

2) MANUAL GESTÃO DE RISCO DO TCU


file:///C:/Users/Administrador/Downloads/manual_de_gestao_de_riscos_2aEdicao_Final.pdf

3) PODER EXECUTIVO FEDERAL

3.1) INSTRUÇÃO NORMATIVA CONJUNTA Nº 1, DE 10 DE MAIO DE 2016, do MPOG - Dispõe sobre controles internos,
gestão de riscos e governança no âmbito do Poder Executivo federal.

https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/21519355/do1-2016-05-11-instrucao-normativa-conjunta-n-
1-de-10-de-maio-de-2016-21519197

3.2) PORTARIA SEGES/ME Nº 8.678, DE 19 DE JULHO DE 2021 - Dispõe sobre a governança das contratações públicas no âmbito
da Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional

https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-seges/me-n-8.678-de-19-de-julho-de-2021-332956169
PRINCIPAIS IMPACTOS DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES NO
DIREITO E NO PROCESSO DO TRABALHO

* ESPÉCIES CONTRATUAIS EXCLUÍDAS DA APLICAÇÃO DO §2º, DO ART. 121 DA LEI 14.133/2021

* Distinções entre:

1) terceirização (responsabilidade subsidiária da Administração Pública);


Conceito legal: art. 4º-A da Lei 6.019/1974, com redação dada pela Lei 13.467/2017, consistindo na transferência feita pela contratante da
execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que
possua capacidade econômica compatível com a sua execução

2) contrato de empreitada (dono de obra/serviços de engenharia);

Contrato para realização de obras de engenharia civil. Figurando o ente público como dono da obra, não é possível sua
responsabilização pelas obrigações de cunho trabalhista não adimplidas pela empresa contratada, uma vez que o objeto do negócio
jurídico celebrado foi a realização da obra (Recurso de Revista repetitivo TST - SBDI-I, IRR – 190-53.2015.5.03.0090, Rel. Min. João
Oreste Dalazen, j. 11.05.2017)
(Art. 6º, XXVIII a XXX, da Lei 14.133/2021)

“(...) ao contratar empreiteiro sem idoneidade econômico-financeira, responderá subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas,
com esteio no já citado artigo e na figura da culpa in eligendo, a menos que seja ente da administração pública direta ou indireta
(TST, E-ED-RR-106600-17.2007.5.17.0191, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro Claudio Mascarenhas
Brandao, DEJT 25/06/2021).
PRINCIPAIS IMPACTOS DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES NO DIREITO
E NO PROCESSO DO TRABALHO
* Teses jurídicas fixadas pelo TST a respeito do tema:

RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA - DONA DA OBRA - APLICAÇÃO DA OJ 191 DA SbDI-1 LIMITADA À PESSOA


FÍSICA OU MICRO E PEQUENAS EMPRESAS
I) A exclusão de responsabilidade solidária ou subsidiária por obrigação trabalhista a que se refere a Orientação
Jurisprudencial 191 da SDI-1 do TST não se restringe à pessoa física ou micro e pequenas empresas, compreende
igualmente empresas de médio e grande porte e entes públicos (decidido por unanimidade);
II) A excepcional responsabilidade por obrigações trabalhistas prevista na parte final da Orientação Jurisprudencial 191, por
aplicação analógica do artigo 455 da CLT, alcança os casos em que o dono da obra de construção civil é construtor ou incorporador
e, portanto, desenvolve a mesma atividade econômica do empreiteiro (decidido por unanimidade);
III) Não é compatível com a diretriz sufragada na Orientação Jurisprudencial 191 da SDI-1 do TST jurisprudência de Tribunal
Regional do Trabalho que amplia a responsabilidade trabalhista do dono da obra, excepcionando apenas ‘a pessoa física ou micro e
pequenas empresas, na forma da lei, que não exerçam atividade econômica vinculada ao objeto contratado’ (decidido por
unanimidade);
IV) Exceto ente público da Administração Direta e Indireta, se houver inadimplemento das obrigações trabalhistas
contraídas por empreiteiro que contratar, sem idoneidade econômico-financeira, o dono da obra responderá
subsidiariamente por tais obrigações, em face de aplicação analógica do artigo 455 da CLT e culpa in elegendo (decidido por
maioria, vencido o Ministro Márcio Eurico Vitral Amaro)
(TST, SBDI-I, IRR – 190-53.2015.5.03.0090, Rel. Min. João Oreste Dalazen, j. 11.05.2017). (Grifamos).

Atenção! Assim sendo, figurando o ente público como dono da obra, não é possível sua responsabilização pelas
obrigações de cunho trabalhista não adimplidas pela empresa contratada, uma vez que o objeto do negócio
jurídico celebrado foi a realização da obra.
PRINCIPAIS IMPACTOS DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES NO
DIREITO E NO PROCESSO DO TRABALHO

* Instrução Normativa nº 06, de 06 de julho de 2018, do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e


Gestão/Secretaria de Gestão) - dispõe sobre cláusulas assecuratórias de direitos trabalhistas quando da execução
indireta de obras públicas, no âmbito da Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional.

Art. 2º Os instrumentos convocatórios e os contratos referentes à execução indireta de obras públicas deverão prever, no mínimo, cláusulas
que:
(...)
II - estabeleçam a possibilidade de rescisão do contrato por ato unilateral e escrito da contratante e a aplicação das penalidades
cabíveis para os casos do não pagamento dos salários e demais verbas trabalhistas, bem como pelo não recolhimento das
contribuições sociais, previdenciárias e para com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), em relação aos empregados da
contratada que efetivamente participarem da execução do contrato;
III - exijam declaração de responsabilidade exclusiva da contratada sobre a quitação dos encargos trabalhistas e sociais decorrentes
do contrato;
IV - prevejam a verificação da comprovação mensal, por amostragem, pela contratante, do cumprimento das obrigações trabalhistas,
previdenciárias e para com o FGTS, em relação aos empregados da contratada que efetivamente participarem da execução do contrato;
(...)
§ 1º Caso não seja apresentada a documentação comprobatória do cumprimento das obrigações de que trata o inciso IV, a
contratante comunicará o fato à contratada e reterá o pagamento da fatura mensal, em valor proporcional ao inadimplemento, até que
a situação seja regularizada.
§ 2º Na hipótese prevista no § 1º, não havendo quitação das obrigações por parte da contratada no prazo de quinze dias, a contratante poderá
efetuar o pagamento das obrigações diretamente aos empregados da contratada que tenham participado da execução dos serviços objeto do
contrato.
(...)
PRINCIPAIS IMPACTOS DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES NO DIREITO
E NO PROCESSO DO TRABALHO

* Instrução Normativa nº 06, de 06 de julho de 2018

Art. 3º Para fins de fiscalização do cumprimento de que trata o inciso IV do art. 2º, a contratante deverá solicitar,
mensalmente, por amostragem, que a contratada apresente os documentos comprobatórios das obrigações trabalhistas e
previdenciárias dos empregados alocados na execução da obra, em especial, quanto:
I - ao pagamento de salários, adicionais, horas extras, repouso semanal remunerado e décimo terceiro salário;
II - à concessão de férias remuneradas e pagamento do respectivo adicional;
III - à concessão do auxílio-transporte, auxílio-alimentação e auxílio-saúde, quando for devido;
IV - aos depósitos do FGTS; e
V - ao pagamento de obrigações trabalhistas e previdenciárias dos empregados dispensados até a data da extinção do contrato.
§ 1º A contratante poderá solicitar, por amostragem, aos empregados da contratada, que verifiquem se as contribuições
previdenciárias e do FGTS estão ou não sendo recolhidas em seus nomes, por meio da apresentação de extratos.
§ 2º A fiscalização por amostragem tem por objetivo permitir que todos os empregados tenham tido seus extratos avaliados ao final
de um ano da contratação.
§ 3º O objetivo disposto § 2º não impede que a análise de extratos possa ser realizada mais de uma vez em relação a um mesmo
empregado.
§ 4º Em caso de indício de irregularidade no cumprimento das obrigações trabalhistas, previdenciárias e para com o FGTS, os
fiscais ou gestores de contratos deverão oficiar os órgãos responsáveis pela fiscalização.
https://www.in.gov.br/web/guest/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/29140235/do1-2018-07-09-instrucao-
normativa-n-6-de-6-de-julho-de-2018-29140215
PRINCIPAIS IMPACTOS DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES NO DIREITO
E NO PROCESSO DO TRABALHO

3) Serviços não contínuos ou contratados por escopo (art. 6º, XVII):

Art. 6º (...)XVII - serviços não contínuos ou contratados por escopo: aqueles que impõem ao contratado o dever
de realizar a prestação de um serviço específico em período predeterminado, podendo ser prorrogado, desde que
justificadamente, pelo prazo necessário à conclusão do objeto;

4) Serviços técnicos especializados (art. 6º, XVIII):

Art. 6º (...) XVIII - serviços técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual: aqueles
realizados em trabalhos relativos a:

a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos e projetos executivos;


b) pareceres, perícias e avaliações em geral;
c) assessorias e consultorias técnicas e auditorias financeiras e tributárias;
d) fiscalização, supervisão e gerenciamento de obras e serviços;
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais e administrativas;
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico;
PRINCIPAIS IMPACTOS DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES NO
DIREITO E NO PROCESSO DO TRABALHO

5) contrato de facção (SÚMULA Nº 331, IV, DO TST. INAPLICABILIDADE);

O contrato de facção é uma avença de natureza civil ou comercial, em que o contratante pactua, com terceiro, o fornecimento de produtos
prontos e acabados, sem interferir na produção. Como se pode notar, o contrato de facção não tem como objetivo a prestação de serviços
propriamente, nem muito menos o fornecimento de mão de obra, mas sim a aquisição de um produto pronto e acabado (ex. refeições
prontas)

"RECURSO DE REVISTA. RITO SUMARÍSSIMO. INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017. TRANSCENDÊNCIA.


Considerando a possibilidade de a decisão recorrida contrariar entendimento consubstanciado na Súmula nº 331, IV, verifica-se a
transcendência política, nos termos do artigo 896-A, § 1º, II, da CLT. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. EMPRESA PRIVADA.
CONTRATO DE FACÇÃO. SÚMULA Nº 331, IV. INAPLICABILIDADE. PROVIMENTO. O entendimento pacífico no âmbito deste
Tribunal Superior, por meio da Súmula nº 331, IV, é de que o tomador de serviços é responsável subsidiário pela satisfação das verbas
trabalhistas devidas ao empregado, no caso de não pagamento pelo prestador de serviços, o empregador. Na hipótese , contudo, não houve
a prestação de serviços do reclamante em favor da segunda reclamada, apta a caracterizar a indevida intermediação de mão-de-
obra, mas sim a celebração de contrato de natureza nitidamente comercial (contrato de facção), por meio do qual a empresa
contratada se comprometia a fornecer para a empresa contratante os produtos por ela fabricados, o que, a toda evidência, afasta a
incidência da referida súmula. Recurso de revista de que se conhece e a que se dá provimento" (TST, 4ª Turma, RR-20509-
71.2018.5.04.0781, Relator Ministro Guilherme Augusto Caputo Bastos, DEJT 05/03/2021).
PRINCIPAIS IMPACTOS DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES NO DIREITO
E NO PROCESSO DO TRABALHO
6) Contrato de economato (SÚMULA Nº 331, IV, DO TST. INAPLICABILIDADE)

Contrato de economato é a cessão onerosa para uso de espaço público pela empresa contratada, empregadora do reclamante, para
exercício de suas próprias atividades, nas dependências da entidade pública. Trata-se de concessão temporária do direito de uso de
espaço físico para exploração econômica (ex. cantina/restaurante), mediante pagamento de aluguel.

"RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA.


CONTRATO DE ECONOMATO. CESSÃO ONEROSA DE ESPAÇO FÍSICO. SÚMULA 126/TST. INAPLICABILIDADE DA
SÚMULA 331/TST. O Tribunal Regional consignou que a segunda reclamada (SESC), por meio de contrato de cessão onerosa,
disponibilizou espaço físico em suas dependências à primeira reclamada (Barra Café LTDA.), a fim de que explorasse
atividades de restaurante e lanchonete. Por se tratar de contrato de cessão onerosa de espaço físico (e não contrato de
prestação de serviços), o Tribunal a quo avaliou se existia efetiva subordinação entre as reclamadas, com o intuito de verificar
se ocorreu terceirização de mão-de-obra nos moldes da Súmula 331/TST. A Corte de origem concluiu que era mínima a
ingerência da segunda reclamada nas atividades desempenhadas pela primeira reclamada, de modo que a Súmula 331/TST
seria inaplicável à controvérsia. Nesse sentido, há precedentes do TST. À luz da jurisprudência desta Corte Superior, e com base nos
registros fáticos efetuados pelo TRT - insuscetíveis de revisão por esta instância extraordinária (Súmula 126/TST) -, deve ser mantida
a conclusão de que inexistiu terceirização e, consequentemente, de que a Súmula 331/TST é inaplicável ao presente caso. Por
fim, ressalta-se que não se identifica a existência de dissenso jurisprudencial, visto que os arestos apresentados são inespecíficos, nos
termos da Súmula 296/TST. Recurso de revista não conhecido" (TST, 2ª TurmaRR- 10265-38.2016.5.03.0084, Relatora Ministra
Maria Helena Mallmann, DEJT 18/08/2017).
DECRETO nº 9.507/2018 :
Decreto nº 9.507/2018

* Dispõe sobre a execução indireta, mediante contratação, de serviços da administração pública federal direta,
autárquica e fundacional

DISPOSIÇÕES CONTRATUAIS OBRIGATÓRIAS

Art. 8º Os contratos de que trata este decreto conterão cláusulas que:


I - exijam da contratada declaração de responsabilidade exclusiva sobre a quitação dos encargos trabalhistas e sociais decorrentes do
contrato;
II - exijam a indicação de preposto da contratada para representá-la na execução do contrato;
III - estabeleçam que o pagamento mensal pela contratante ocorrerá após a comprovação do pagamento das obrigações trabalhistas,
previdenciárias e para com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS pela contratada relativas aos empregados que tenham
participado da execução dos serviços contratados;
IV - estabeleçam a possibilidade de rescisão do contrato por ato unilateral e escrito do contratante e a aplicação das penalidades
cabíveis, na hipótese de não pagamento dos salários e das verbas trabalhistas, e pelo não recolhimento das contribuições sociais,
previdenciárias e para com o FGTS;
(...)
DECRETO nº 9.507/2018

DISPOSIÇÕES CONTRATUAIS OBRIGATÓRIAS

VI - exijam a prestação de garantia, inclusive para pagamento de obrigações de natureza trabalhista, previdenciária e para
com o FGTS, em valor correspondente a cinco por cento do valor do contrato, limitada ao equivalente a dois meses do custo da
folha de pagamento dos empregados da contratada que venham a participar da execução dos serviços contratados, com prazo de
validade de até noventa dias, contado da data de encerramento do contrato; e
VII - prevejam a verificação pela contratante, do cumprimento das obrigações trabalhistas, previdenciárias e para com o
FGTS, em relação aos empregados da contratada que participarem da execução dos serviços contratados, em especial, quanto:
a) ao pagamento de salários, adicionais, horas extras, repouso semanal remunerado e décimo terceiro salário;
b) à concessão de férias remuneradas e ao pagamento do respectivo adicional;
c) à concessão do auxílio-transporte, auxílio-alimentação e auxílio-saúde, quando for devido;
d) aos depósitos do FGTS; e
e) ao pagamento de obrigações trabalhistas e previdenciárias dos empregados dispensados até a data da extinção do contrato.
§ 1º Na hipótese de não ser apresentada a documentação comprobatória do cumprimento das obrigações trabalhistas,
previdenciárias e para com o FGTS de que trata o inciso VII do caput deste artigo, a contratante comunicará o fato à
contratada e reterá o pagamento da fatura mensal, em valor proporcional ao inadimplemento, até que a situação esteja
regularizada.
§ 2º Na hipótese prevista no § 1º e em não havendo quitação das obrigações por parte da contratada, no prazo de até quinze
dias, a contratante poderá efetuar o pagamento das obrigações diretamente aos empregados da contratada que tenham
participado da execução dos serviços contratados.
§ 3º O sindicato representante da categoria do trabalhador deve ser notificado pela contratante para acompanhar o
pagamento das verbas referidas nos § 1º e § 2º.
§ 4º O pagamento das obrigações de que trata o § 2º, caso ocorra, não configura vínculo empregatício ou implica a assunção de
responsabilidade por quaisquer obrigações dele decorrentes entre a contratante e os empregados da contratada.
DECRETO nº 9.507/2018

DISPOSIÇÕES CONTRATUAIS OBRIGATÓRIAS

Art. 9º Os contratos de prestação de serviços continuados que envolvam disponibilização de pessoal da contratada de forma prolongada ou
contínua para consecução do objeto contratual exigirão:
I - apresentação pela contratada do quantitativo de empregados vinculados à execução do objeto do contrato de prestação de serviços,
a lista de identificação destes empregados e respectivos salários;
II - o cumprimento das obrigações estabelecidas em acordo, convenção, dissídio coletivo de trabalho ou equivalentes das categorias
abrangidas pelo contrato; e
III - a relação de benefícios a serem concedidos pela contratada a seus empregados, que conterá, no mínimo, o auxílio-transporte e o
auxílio-alimentação, quando esses forem concedidos pela contratante.
Parágrafo único. A administração pública não se vincula às disposições estabelecidas em acordos, dissídios ou convenções coletivas de
trabalho que tratem de:
I - pagamento de participação dos trabalhadores nos lucros ou nos resultados da empresa contratada;
II - matéria não trabalhista, ou que estabeleçam direitos não previstos em lei, tais como valores ou índices obrigatórios de encargos sociais
ou previdenciários; e
III - preços para os insumos relacionados ao exercício da atividade.

Art. 10. A gestão e a fiscalização da execução dos contratos compreendem o conjunto de ações que objetivam:
I - aferir o cumprimento dos resultados estabelecidos pela contratada;
II - verificar a regularidade das obrigações previdenciárias, fiscais e trabalhistas; (...)

Art. 11. A gestão e a fiscalização de que trata o art. 10 competem ao gestor da execução dos contratos, auxiliado pela fiscalização
técnica, administrativa, setorial e pelo público usuário e, se necessário, poderá ter o auxílio de terceiro ou de empresa especializada, desde
que justificada a necessidade de assistência especializada.
Instrução Normativa nº 05/2017

Instrução Normativa MPOG nº 05/2017

* Estabelece balizas que devem ser observadas e conhecidas por todos os gestores e fiscais de contratos

* Sugestão! Tão logo aconteçam as designações, os fiscais deverão ter conhecimento do contrato, da proposta da
contratada, de manuais de treinamento, da IN 05/2017 (art. 42, §4º, IN 5/2017), em especial, dentre outros: Capítulo V
(gestão do contrato – arts. 39 a 70), e do anexo VIII (DA FISCALIZAÇÃO TÉCNICA E ADMINISTRATIVA).

Art. 39. As atividades de gestão e fiscalização da execução contratual são o conjunto de ações que tem por objetivo aferir o
cumprimento dos resultados previstos pela Administração para os serviços contratados, verificar a regularidade das obrigações
previdenciárias, fiscais e trabalhistas, bem como prestar apoio à instrução processual e o encaminhamento da documentação pertinente
ao setor de contratos para a formalização dos procedimentos relativos a repactuação, alteração, reequilíbrio, prorrogação, pagamento,
eventual aplicação de sanções, extinção dos contratos, dentre outras, com vista a assegurar o cumprimento das cláusulas avençadas e a
solução de problemas relativos ao objeto.

Atenção: Diferença entre gestor e fiscal de contratos está prevista no art. 40, da IN 05/2017
Instrução Normativa nº 05/2017
Art. 40. O conjunto de atividades de que trata o artigo anterior compete ao gestor da execução dos contratos, auxiliado pela
fiscalização técnica, administrativa, setorial e pelo público usuário, conforme o caso, de acordo com as seguintes disposições:
I - Gestão da Execução do Contrato: é a coordenação das atividades relacionadas à fiscalização técnica, administrativa,
setorial e pelo público usuário, bem como dos atos preparatórios à instrução processual e ao encaminhamento da documentação
pertinente ao setor de contratos para formalização dos procedimentos quanto aos aspectos que envolvam a prorrogação, alteração,
reequilíbrio, pagamento, eventual aplicação de sanções, extinção dos contratos, dentre outros;
II - Fiscalização Técnica: é o acompanhamento com o objetivo de avaliar a execução do objeto nos moldes contratados e, se
for o caso, aferir se a quantidade, qualidade, tempo e modo da prestação dos serviços estão compatíveis com os indicadores de
níveis mínimos de desempenho estipulados no ato convocatório, para efeito de pagamento conforme o resultado, podendo ser
auxiliado pela fiscalização de que trata o inciso V deste artigo;
III - Fiscalização Administrativa: é o acompanhamento dos aspectos administrativos da execução dos serviços nos contratos
com regime de dedicação exclusiva de mão de obra quanto às obrigações previdenciárias, fiscais e trabalhistas, bem como
quanto às providências tempestivas nos casos de inadimplemento;
IV - Fiscalização Setorial: é o acompanhamento da execução do contrato nos aspectos técnicos ou administrativos quando a
prestação dos serviços ocorrer concomitantemente em setores distintos ou em unidades desconcentradas de um mesmo órgão ou
entidade;
(...)

Obs: As atividades de gestão e fiscalização da execução contratual devem ser realizadas de forma preventiva, rotineira e
sistemática, podendo ser exercidas por servidores, equipe de fiscalização ou único servidor,

Obs2: ANEXO VIII – normas direcionadas para a fiscalização técnica e administrativa

Obs3: Para o exercício da função, o gestor e fiscais deverão ser cientificados, expressamente, da indicação e respectivas
atribuições antes da formalização do ato de designação.
Instrução Normativa nº 05/2017

Atenção!

* Para o exercício da função, os fiscais deverão receber cópias dos documentos essenciais da contratação pelo
setor de contratos, a exemplo:

1) dos Estudos Preliminares;


2) do ato convocatório e seus anexos;
3) do contrato;
4) da proposta da contratada;
5) da garantia, quando houver;
6) e demais documentos indispensáveis à fiscalização.

Art. 46. As ocorrências acerca da execução contratual deverão ser registradas durante toda a vigência da prestação dos serviços,
cabendo ao gestor e fiscais, observadas suas atribuições, a adoção das providências necessárias ao fiel cumprimento das cláusulas
contratuais, conforme o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 67 da Lei nº 8.666, de 1993.
§ 1º O registro das ocorrências, as comunicações entre as partes e demais documentos relacionados à execução do objeto poderão ser
organizados em processo de fiscalização, instruído com os documentos de que trata o § 4º do art. 42.
§ 2º As situações que exigirem decisões e providências que ultrapassem a competência do fiscal deverão ser registradas e encaminhadas ao
gestor do contrato que as enviará ao superior em tempo hábil para a adoção de medidas saneadoras.
Portarias a serem editadas com base na nova lei de licitações
Atenção! Disponível, para consulta pública, no site da Secretaria de Gestão do Ministério da Economia, minuta
de Portaria que estabelece regras e diretrizes para a atuação do agente de contratação, da equipe de
apoio, da comissão de contratação e dos gestores e fiscais de contratos, no âmbito da Administração
Pública federal direta, autárquica e fundacional, com base na nova Lei de Licitação (Lei nº 14.133, de 2021)

* Abertura da consulta: 15/06/2021

* Encerramento: 29/06/2021

* Nos termos do art. 29, da minuta de Portaria, existe a previsão de entrada em vigor no dia 01/08/2021

https://www.gov.br/participamaisbrasil/portaria-regras-e-diretrizes-atuacao-na-licitacao

Atenção 2! INSTRUÇÃO NORMATIVA SEGES /ME Nº 75, DE 13 DE AGOSTO DE 2021

* Autoriza a aplicação da Instrução Normativa nº 5, de 26 de maio de 2017, no que couber, para


a designação dos fiscais e gestores de contratos, bem como para a atuação da gestão e fiscalização da
execução contratual nos processos de contratação direta de que dispõe a Lei nº 14.133, de 1º de abril de
2021, no âmbito da Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional.

https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-
seges-me-no-75-de-13-de-agosto-de-2021
Aprimoramento das medidas fiscalizatórias preventivas com vistas à
redução de condenações trabalhistas por responsabilidade subsidiária
1) ADOÇÃO DE INSTRUMENTOS DE GERENCIAMENTO DE RISCOS

* Dentre outros instrumentos de gerenciamento de risco que, acaso utilizados, indicam que as entidades públicas
não atuaram de forma desidiosa na fiscalização dos contratos (item 9.1.3, do Acordão TCU 1.214/2013 -Plenário),
devem ser destacados:

1.1) CONTAS VINCULADAS - prevista no art. 18, IN MPOG nº 05/2017, e no art. 8º, V, b, e inciso VII, ambos
do Decreto 9.507/2018;

- A Conta-Depósito Vinculada (bloqueada para movimentação) é um instrumento de gestão e gerenciamento de


riscos para as contratações de serviços continuados com dedicação exclusiva de mão de obra

- Objetivo: garantia de existência de saldo financeiro para fazer frente aos encargos trabalhistas devidos aos
funcionários contratados pelas empresas terceirizadas para a prestação de serviços em órgãos e entidades.

- Os recursos ficam resguardados e somente liberados com expressa autorização do órgão contratante,
mediante comprovação das despesas por parta da empresa

- Caderno de logística, publicado pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (Orientações


básicas sobre a operacionalização da Conta Vinculada nos termos da alínea “a” do item 1.1 do Anexo VII-B e
do Anexo XII da Instrução Normativa nº 5, de 26 de maio de 2017):
https://repositorio.cgu.gov.br/bitstream/1/38795/8/caderno_logistica_conta_vinculada_2018.pdf
Aprimoramento das medidas fiscalizatórias preventivas com vistas à
redução de condenações trabalhistas por responsabilidade subsidiária

1.2) PAGAMENTOS DIRETOS - previsto no art. 121, §3º, IV, da Nova Lei de Licitações, no art. 18, IN MPOG nº
5/2017, e no art. 8º, III, c/c §1º e §2º, ambos do Decreto 9.507/2018.

* Os instrumentos indicados acima podem ser utilizados caso tenham sido constatadas falhas ou atrasos no cumprimento
das obrigações trabalhistas pela empresa contratada perante seus empregados, podendo as entidades públicas realizarem
a retenção da garantia prestada e das faturas respectivas, procederem ao desconto dos valores nas faturas e ao
pagamento direto dos salários e demais verbas trabalhistas dos trabalhadores terceirizados, como forma de proteção em
razão da inadimplência da empregadora/contratada e de eventual condenação subsidiária (item 1.2, d, Anexo VII-B, e
arts. 64 e 65, da IN 05/2017).

Nova lei de licitações: Art. 142. Disposição expressa no edital ou no contrato poderá prever pagamento em conta
vinculada ou pagamento pela efetiva comprovação do fato gerador.

Decreto 9.507/2018
Art. 8º Os contratos de que trata este decreto conterão cláusulas que:
(...)
III - estabeleçam que o pagamento mensal pela contratante ocorrerá após a comprovação do pagamento das obrigações trabalhistas,
previdenciárias e para com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS pela contratada relativas aos empregados que tenham
participado da execução dos serviços contratados;
IV - estabeleçam a possibilidade de rescisão do contrato por ato unilateral e escrito do contratante e a aplicação das penalidades
cabíveis, na hipótese de não pagamento dos salários e das verbas trabalhistas, e pelo não recolhimento das contribuições sociais,
previdenciárias e para com o FGTS;
Aprimoramento das medidas fiscalizatórias preventivas com vistas à
redução de condenações trabalhistas por responsabilidade subsidiária
Decreto 9.507/2018
Art. 8º Os contratos de que trata este decreto conterão cláusulas que:
(...)
V - prevejam, com vistas à garantia do cumprimento das obrigações trabalhistas nas contratações de serviços continuados com
dedicação exclusiva de mão de obra:
a) que os valores destinados ao pagamento de férias, décimo terceiro salário, ausências legais e verbas rescisórias dos empregados da
contratada que participarem da execução dos serviços contratados serão efetuados pela contratante à contratada somente na ocorrência
do fato gerador; ou
b) que os valores destinados ao pagamento das férias, décimo terceiro salário e verbas rescisórias dos empregados da contratada que
participarem da execução dos serviços contratados serão depositados pela contratante em conta vinculada específica, aberta em nome da
contratada, e com movimentação autorizada pela contratante;
(...)
VII - prevejam a verificação pela contratante, do cumprimento das obrigações trabalhistas, previdenciárias e para com o FGTS, em
relação aos empregados da contratada que participarem da execução dos serviços contratados, em especial, quanto:
a) ao pagamento de salários, adicionais, horas extras, repouso semanal remunerado e décimo terceiro salário;
b) à concessão de férias remuneradas e ao pagamento do respectivo adicional;
c) à concessão do auxílio-transporte, auxílio-alimentação e auxílio-saúde, quando for devido;
d) aos depósitos do FGTS; e
e) ao pagamento de obrigações trabalhistas e previdenciárias dos empregados dispensados até a data da extinção do contrato.
§ 1º Na hipótese de não ser apresentada a documentação comprobatória do cumprimento das obrigações trabalhistas, previdenciárias
e para com o FGTS de que trata o inciso VII do caput deste artigo, a contratante comunicará o fato à contratada e reterá o pagamento
da fatura mensal, em valor proporcional ao inadimplemento, até que a situação esteja regularizada.
§ 2º Na hipótese prevista no § 1º e em não havendo quitação das obrigações por parte da contratada, no prazo de até quinze dias, a
contratante poderá efetuar o pagamento das obrigações diretamente aos empregados da contratada que tenham participado da
execução dos serviços contratados.
§ 3º O sindicato representante da categoria do trabalhador deve ser notificado pela contratante para acompanhar o pagamento das verbas
referidas nos § 1º e § 2º.
Aprimoramento das medidas fiscalizatórias preventivas com vistas à
redução de condenações trabalhistas por responsabilidade subsidiária

Lembretes!

* Estágios da despesa pública (Lei 4.320/1964):

a) Empenho - é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou
não de implemento de condição;

b) Liquidação da despesa - consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e
documentos comprobatórios do respectivo crédito;

c) Pagamento

* Nova Lei de licitações:

Art. 146. No ato de liquidação da despesa, os serviços de contabilidade comunicarão aos órgãos da administração
tributária as características da despesa e os valores pagos, conforme o disposto no art. 63 da Lei nº 4.320, de 17 de
março de 1964.
Aprimoramento das medidas fiscalizatórias preventivas com vistas à
redução de condenações trabalhistas por responsabilidade subsidiária

2) AUMENTO DAS ATIVIDADES DE FISCALIZAÇÃO NAS EMPRESAS MAIS DEMANDADAS NA


JUSTIÇA DO TRABALHO E/OU COM MAIORES VALORES CONTRATUAIS

* Necessidade das entidades públicas, PFEs e órgãos de contencioso consolidarem informações gerais, para melhor
acompanhamento de empresas, seja por meio de planilhas manuais (excel), painéis de gestão (power bi), etc

* informações mais relevantes para serem consolidadas:

– nomes das empresas contratadas;


- tese responsabilidade subsidiária;
- Informações quanto ao Estado da execução contratual, nome da autarquia/fundação pública federal;
- Informações quanto ao período, seja em relação à contratação, à observância de descumprimentos contratuais, ou ano e
mês de intimações judiciais (para contencioso);

* acompanhamento prioritário ao menos dos 5 contratos com mais terceirizados e com maiores volumes recursos

* Sugestão: Entidades e órgãos públicos consolidarem em planilhas Excel / power bi informações encaminhadas pelos
órgãos contenciosos, via pedidos de subsídios, para serem geradas informações das empresas demandadas, Estado,
Município, Autarquia, período, etc, por meio de painel de gestão.
Aprimoramento das medidas fiscalizatórias preventivas com vistas à
redução de condenações trabalhistas por responsabilidade subsidiária
* Exemplo de gráfico de empresas do painel proativo da ER-TRAB/PRF 1, para exemplificar que, em regra, 4/5
empresas que concentram maior demanda

* De um total de R$ 10 milhões em reclamações trabalhistas em determinado trimestre, em face do ICMBIO, R$ 8,17


milhões estavam concentradas em 4 empresas: empresa A – R$ 5,52 mi; empresa B – R$ 1,89 mi; empresa C – R$
380 mil; empresa D– R$ 380 mil
Aprimoramento das medidas fiscalizatórias preventivas com vistas à
redução de condenações trabalhistas por responsabilidade subsidiária
* De um total de R$ 8,2 milhões em reclamações trabalhistas em determinado trimestre, em face do IBAMA,
R$ 5,2 milhões estavam concentradas em 4 empresas: empresa A– R$ 2,08 mi; empresa B – R$ 1,5 mi;
empresa C – R$ 750 mil; empresa D – R$ 510 mil
Aprimoramento das medidas fiscalizatórias preventivas com vistas à
redução de condenações trabalhistas por responsabilidade subsidiária

* De um total de R$ 17 milhões em reclamações trabalhistas em determinado trimestre, em face do INSS, R$


11,3 milhões estavam concentradas em 3 empresas: empresa A– R$ 8,7 mi; empresa B – R$ 2,3 mi; empresa
C – R$ 900 mil.
Aprimoramento das medidas fiscalizatórias preventivas com vistas à
redução de condenações trabalhistas por responsabilidade subsidiária

3) CAPACITAÇÕES DOS GESTORES E FISCAIS DE CONTRATOS, COM ENVIO DE MANUAIS DE


FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS (MANUAIS ELABORADOS PELA AGU, STJ, FUB/UNB)

* a indicação e designação de um gestor e de fiscais dos contratos administrativos assume relevante papel na
Administração Pública, em sua relação com as empresas contatadas e com os respectivos funcionários terceirizados

* Conhecimento das atribuições e responsabilidades por parte dos gestores e fiscais dos contratos

* as ocorrências observadas na execução contratual deverão ser registradas durante toda a vigência da prestação dos
serviços, cabendo aos fiscais promover a documentação completa que comprove as diligências adotadas quanto à efetiva
fiscalização do contrato de terceirização.

* O Tribunal de Contas da União reitera sobre a necessidade de haver um programa continuado de capacitação do
Servidor Público que assume as funções de fiscal de contratos.
Aprimoramento das medidas fiscalizatórias preventivas com vistas à
redução de condenações trabalhistas por responsabilidade subsidiária
Acórdão nº 2.897/2019 – Segunda Câmara
1.9.3. dar ciência à omissis sobre as seguintes impropriedades.
[...]
1.9.3.2. fragilidade na gestão e fiscalização de contratos, tais como:
1.9.3.2.1. ausência de designação formal de gestores/fiscais para os contratos, em descumprimento ao art. 67 da Lei 8.666/1993;
1.9.3.2.2. insuficiência de capacitação dos fiscais para o exercício das atribuições de fiscalização dos contratos, em afronta ao disposto nos arts. 58,
inciso III e 67 da Lei 8.666/1993;
1.9.4. recomendar à omissis que:
1.9.4.1. avalie a conveniência e a oportunidade de prover capacitação contínua de servidores envolvidos na gestão e fiscalização de contratos com
vistas a aperfeiçoar o setor de contratação;

Acórdão nº 730/2019 – Plenário


9.4. com fundamento no art. 250, inciso III, Regimento Interno do Tribunal, recomendar ao omissis que avalie a conveniência e a oportunidade de se
associar a outros órgãos e entidades locais, [...], a fim de viabilizar a participação de seus servidores em eventos de capacitação voltados à gestão de
licitações e contratos;

Acórdão nº 2.346/2016 – TCU – 2ª Câmara


9.1. Recomendar [...], com fundamento no art. 43, inciso I da Lei 8.443/1992, c/c o art. 250, inciso III do Regimento Interno do TCU, que avalie a
conveniência e a oportunidade de adotar os seguintes procedimentos, com vistas à melhoria do sistema de controle interno da organização:
9.1.1. estabeleça formalmente:
[...]
9.1.3. capacite os gestores na área de aquisições em gestão de riscos;
[...]
9.1.6. inclua no plano anual de capacitação ações voltadas para a fiscalização e gestão de contratos, de forma que somente servidores capacitados
possam ser designados para exercer tais atribuições;
[...]
9.1.8. inclua em seu processo formal de trabalho para gestão de cada contrato, o seguinte controle interno:
a) antes da designação dos fiscais/gestores, avaliar o quantitativo de contratos fiscalizados por cada servidor e a sua respectiva capacitação para
desempenhar a atividade, com vistas a uma adequada fiscalização contratual; (Grifamos)
Aprimoramento das medidas fiscalizatórias preventivas com vistas à
redução de condenações trabalhistas por responsabilidade subsidiária

Exemplos de Manuais de fiscalização de contratos

1. Manual de fiscalização de contratos elaborado pela AGU


http://egov.df.gov.br/wp-content/uploads/2020/01/Manual-de-fiscaliza%C3%A7%C3%A3o-de-contratos-%E2%80%93-
AGU.pdf

2. Manual de Gestão de Fiscalização de Contratos do STJ


https://www.stj.jus.br/publicacaoinstitucional/index.php/gestaocontratos/issue/archive

3. Manual de Gestão e de Fiscalização de Contratos de Serviços Terceirizados da ENAP


https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/3130/1/manual_de_gest%C3%A3o_terceirizados_da_enap.pdf

4. Manual de Gestão de Fiscalização de Contratos do TRT 2 (SP)


https://ww2.trt2.jus.br/fileadmin/licitacoes/manuais/Manual_Gestao_Fiscalizacao.pdf

5. Manual de Gestão de Fiscalização de Contratos do DNIT


https://www.gov.br/dnit/pt-br/central-de-conteudos/atos-
normativos/tipo/manual/manual_gestao_e_fiscalizacao_de_contratos_2021-4-1.pdf
Aprimoramento das medidas fiscalizatórias preventivas com vistas à
redução de condenações trabalhistas por responsabilidade subsidiária

4) APRIMORAMENTO DAS MEDIDAS FISCALIZATÓRIAS PREVENTIVAS, POR MEIO DA ANÁLISE


PERIÓDICA DOS DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO FISCAL, SOCIAL, TRABALHISTA E
ECONÔMICO-FINANCEIRA:

4.1) fiscalizações iniciais do contrato (CTPS, atestados admissionais, pagamento vantagens e adicionais, entrega de
uniformes e EPIs, etc);

4.2) as fiscalizações mensais (análise da folha de pagamento, pagamento de VA e VT, recolhimento de FGTS e INSS, e
regularidade de certidões empresariais);

4.3) fiscalizações programadas (análise do extrato analítico de INSS e FGTS do trabalhador);

4.4) fiscalizações finais do contrato (TRCT com comprovante, recolhimento de INSS e FGTS-regular e rescisório,
exames demissionais).

Atenção! Anexo VIII-B (da fiscalização administrativa), da IN 5/2017 estabelece as balizas e procedimentos para as
fiscalizações iniciais, mensais, periódicas e finais.
Aprimoramento das medidas fiscalizatórias preventivas com vistas à redução
de condenações trabalhistas por responsabilidade subsidiária
5) TERMO DE QUITAÇÃO GERAL ANUAL, NOS TERMOS DO ART. 507-B DA CLT

* Iniciativa da Procuradoria Federal junto à Universidade Federal de Lavras (PF/UFLA)


https://antigo.agu.gov.br/page/content/detail/id_conteudo/815629

* Sugestão para que os fiscais e gestores dos contratos solicitem das empresas contratadas que apresentem
periodicamente, pelo menos uma vez ao ano, Termo de Quitação Geral Anual, nos termos do Art. 507-B da CLT:

Art. 507-B. É facultado a empregados e empregadores, na vigência ou não do contrato de emprego, firmar o termo de quitação anual
de obrigações trabalhistas, perante o sindicato dos empregados da categoria. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Parágrafo único. O termo discriminará as obrigações de dar e fazer cumpridas mensalmente e dele constará a quitação anual
dada pelo empregado, com eficácia liberatória das parcelas nele especificadas. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

* Instrumento firmado por escrito, entre empregado e empregador, com a participação (assistência) do sindicato da
categoria do empregado, destinado à quitação anual de obrigações trabalhistas. O termo deve discriminar a natureza
das parcelas quitadas e valores bem como as eventuais obrigações de dar e fazer cumpridas mensalmente, a exemplo
a concessão de cestas básicas e vale transporte. O termo tem eficácia liberatória quanto às parcelas expressamente
quitadas.

* A quitação deve discriminar, expressamente, a natureza das parcelas e o valor.

* orienta-se que esta exigência de apresentação do Termo passe a estar prevista nos pareceres, via assessoramento
jurídico, para constar nas minutas de editais e contratos de serviços das entidades públicas, para que as empresas
contratadas tenham o dever de apresentação do Termo de Quitação Geral Anual a cada 12 meses
Aprimoramento das medidas fiscalizatórias preventivas com vistas à
redução de condenações trabalhistas por responsabilidade subsidiária

A
Aprimoramento das medidas fiscalizatórias preventivas com vistas à
redução de condenações trabalhistas por responsabilidade subsidiária

6) RANKING DAS PARTES NO SITE DO TST – aba serviços/estatística/TST/ranking das partes

http://www.tst.jus.br/web/estatistica/tst/ranking-das-partes

* dados relativos ao ano corrente e ao ano anterior, sugerindo que cada gestor e fiscal do contrato analise as
informações, para verificar se as empresas contratadas pela entidade pública figuram como uma das partes
processuais com maiores demandas.

* Acaso verificado pelo gestor ou fiscal do contrato acerca de empresa contatada nesta situação, inserida no
ranking, pode se concluir como mais um indício para aumento de fiscalização nas empresas constatadas

* Diversas outras informações gerenciais podem ser acessadas nas abas “JT”, “TST”, “TRT” e “VT”: relatório
geral, quantidade de processos recebidos e julgados, conciliações realizadas, assuntos mais recorrentes,
arrecadação, jurisdição do Município, dentre outros
Aprimoramento das medidas fiscalizatórias preventivas com vistas à
redução de condenações trabalhistas por responsabilidade subsidiária

7) CNDT/BNDT

- A Lei nº 12.440/2011 alterou a CLT e a Lei das Licitações, para criar a Certidão Negativa de Débitos
Trabalhistas - CNDT.

- Para expedição da CNDT, organizou-se o Banco Nacional de Devedores Trabalhistas - BNDT,


centralizado no Tribunal Superior do Trabalho, a partir de informações remetidas por todos os 24 Tribunais
Regionais do Trabalho do país.

- Deste Banco – BNDT – constam as pessoas físicas e jurídicas que são devedoras inadimplentes em processo
de execução trabalhista definitiva.

- A Lei de Licitações exige do interessado em participar do certame licitatório a prova de sua regularidade
trabalhista, a ser feita por meio da apresentação, dentre outros documentos, da CNDT atestando a
inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho.

- As dívidas registradas no BNDT incluem as obrigações trabalhistas, de fazer ou de pagar, impostas por
sentença, os acordos trabalhistas homologados pelo juiz e não cumpridos, as custas processuais, emolumentos,
multas, honorários de perito e demais despesas oriundas dos processos trabalhistas e não adimplidas.
Aprimoramento das medidas fiscalizatórias preventivas com vistas à
redução de condenações trabalhistas por responsabilidade subsidiária

* Indicio para averiguar empresas que devem ser mais bem fiscalizadas

* Como acessar o BNDT: o acesso ao BNDT é feito pela página principal do portal do TST. No lado superior
esquerdo da página, há um ícone “seviços” e um botão "Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas – CNDT" que remete
à área de consulta, onde o usuário deve fornecer o CNPJ ou CPF para a emissão da certidão

https://www.tst.jus.br/certidao1

* Estatísticas CNDT – 100 maiores devedores pessoas físicas e 100 maiores devedores pessoas jurídicas

https://www.tst.jus.br/web/guest/estatistica-do-cndt

Atenção: As entidades e órgãos públicos podem ser inseridos no BNDT?


Aprimoramento das medidas fiscalizatórias preventivas com vistas à
redução de condenações trabalhistas por responsabilidade subsidiária

8) ATUAÇÃO INSS/PALMAS

*Em cada 100 ações trabalhistas propostas contra o INSS em Tocantins no ano de 2020, 92 tiveram decisão
favorável para a autarquia previdenciária. Com este resultado, a Advocacia-Geral da União (AGU), que atuou nos casos
por meio da Procuradoria-Regional Federal da 1ª Região (PRF1), e em conjunto com o INSS em Palmas, evitou
condenações no valor de R$ 3,3 milhões
https://antigo.agu.gov.br/noticia/advocacia-geral-obtem-exito-em-92-das-acoes-trabalhistas-contra-inss-em-tocantins--
864038
Aprimoramento das medidas fiscalizatórias preventivas com vistas à
redução de condenações trabalhistas por responsabilidade subsidiária

9) ATUAÇÃO ICMBIO

* Articulação institucional a fim de que a gestão dos contratos possa ser, de fato, a mais efetiva possível, demandando
pessoal, capacitação e padronização de condutas;

* Proposta de fluxograma para aplicação de penalidades a empresas no curso da execução de contratos administrativos;

* PARECER n. 00539/2020/COMAD/PFE-ICMBIO/PGF/AGU, exarado em 10.12.2020 – seq. 05 do NUP nº


02070.004595/2020-26, da lavra da Procuradora Federal Alessandra Andrade Medeiros Carneiro de Albuquerque, que
versa sobre procedimento para apuração de irregularidades e descumprimentos contratuais que venham a levar a
aplicação de sanções a empresas contratadas pela Administração.

Obs: No mesmo sentido, o PARECER n. 00144/2021/GAB/PF/IFAM/PGF/AGU, exarado em 03.09.2021 – seq. 02


do NUP nº 23443.014594/2021-65, da lavra da Procuradora Federal DANDARA VIEGAS DANTAS, da PFE/IFAM,
que versa sobre procedimento para apuração de irregularidades e descumprimentos contratuais que venham a
levar a aplicação de sanções a empresas contratadas pela Administração.

Indicação! Sobre o assunto, indicam-se os cursos, ministrado pela ENAP, de forma virtual e gratuita: Aplicação de
Penalidades nos Contratos Administrativos (https://www.escolavirtual.gov.br/curso/383/)
Aprimoramento das medidas fiscalizatórias preventivas com vistas à
redução de condenações trabalhistas por responsabilidade subsidiária
* Afastamento da responsabilidade do ICMBio por verbas trabalhistas ante demonstração da fiscalização
contratual - Acolhimento, pelos magistrados, da alegação da impossibilidade de condenação por responsabilidade
subsidiária, em face de sua atuação diligente e eficiente na fiscalização do contrato de terceirização (Exemplos de
sentenças afastando a responsabilidade da entidade pela fiscalização eficiente)

1) Reclamação Trabalhista nº 0000110-15.2021.5.11.0201 - Vara do Trabalho de Manacapuru/AM. Excertos da Sentença datada de


25/06/2021:
“(...) No caso em tela vislumbro ponto que afasta a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços, no caso o litisconsorte,
sendo ele a comprovação nos autos de que foi diligente na fiscalização da atuação de sua contratada com os contratos subjacentes
por ela firmados para a execução da obra contratada. Há farta documentação dando conta de que o ICMBIO foi zeloso na
fiscalização, chegando a pagar verbas diretamente aos trabalhadores da contratada, de modo a resguardar e respeitar os seus
direitos trabalhistas.
É considerando estas razões que decido absolver o litisconsorte.”

2) Reclamação Trabalhista nº 0010075-50.2021.5.03.0165 – 2ª Vara do Trabalho de Nova Lima/MG. Excertos da Sentença datada de
18/06/2021:
“(...) Ademais, a segunda ré, mesmo não sendo seu o ônus de prova, apresentou documentos que revelam a ocorrência de
fiscalização das obrigações trabalhistas correspondentes ao contrato firmado entre as reclamadas (fls. 291 e ss).
Dessa forma, não há falar em responsabilidade subsidiária da segunda reclamada, tampouco solidária, pelas parcelas ora deferidas,
sendo improcedente o pedido.”

Obs: O que pode ser evitado? Condenações ou acordos realizados para minorar condenações, a exemplo da necessidade de realização
de acordo de aproximadamente R$ 6,4 milhões em um único processo, envolvendo 402 terceirizados:

https://www.gov.br/agu/pt-br/comunicacao/noticias/acordo-celebrado-pela-agu-viabiliza-pagamento-de-verbas-trabalhistas-a-402-
terceirizados-e-economia-de-r-1-2-milhao-para-os-cofres-publicos

https://www.trt5.jus.br/noticias/acordo-mais-r-54-milhoes-realizado-trt5-beneficiara-402-trabalhadores-terceirizados-ufba
Instrumentos de gestão para maior eficiência na fiscalização dos contratos

10) MANUAL DE GESTÃO E DE FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS DE SERVIÇOS TERCEIRIZADOS


DA ENAP
https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/3130/1/manual_de_gest%C3%A3o_terceirizados_da_enap.pdf

3.1. Procedimentos iniciais:


3.1.2. No primeiro mês da prestação dos serviços, o gestor deverá:
a) solicitar em meio magnético à contratada a relação dos empregados terceirizados de todo contrato administrativo(...)
(...)
b) solicitar à contratada as Carteiras de Trabalho e Previdência Social - CTPS;
(...)
d) solicitar à contratada indicação do representante (preposto), com todos seus dados pessoais e funcionais;
e) promover reunião inicial, devidamente registrada em ata, com o representante da Contratada, a fim de definir procedimentos para o
perfeito desenvolvimento dos trabalhos e dirimir as dúvidas porventura existentes.
(...)
f) realizar reunião com os empregados terceirizados e informá-los de seus direitos previstos em contrato, esclarecendo que estão
autorizados a noticiar à Administração da Enap o descumprimento de quaisquer desses direitos.
3.3.2. O fiscal administrativo do contrato, assim que for designado(a), mediante Portaria da DGI, deverá receber a
documentação do gestor e:
a) Conferir todas as anotações nas Carteiras de Trabalho e Previdência Social (CTPS) dos empregados e verificar se elas coincidem
com o informado pela empresa e pelo empregado (...)
b) Verificar se o número de terceirizados por função coincide com o previsto no contrato administrativo.
(...)
Instrumentos de gestão para maior eficiência na fiscalização dos
contratos

3.2. Dos procedimentos mensais e de rotina:


3.2.4. O fiscal administrativo do contrato deverá realizar mensalmente os seguintes exames(...):
a) comprovação da regularidade fiscal(...).
b) verificar o número de dias e horas trabalhados efetivamente na planilha “controle mensal de funcionários(as) terceirizados(as)” (...)
c) verificação do pagamento de salários e demais verbas cabíveis (...)do mês anterior ao da prestação de serviços.
(...)
3.2.5. O fiscal administrativo deverá ainda exigir da empresa os seguintes documentos, para a devida conferência e encaminhá-los
(...) para recebimento definitivo pelo gestor do contrato:
a) Comprovante de pagamento de salário do mês anterior ao da prestação dos serviços e de auxílios do mês vigente (vale transporte,
vale refeição etc.), quando devidos;
(...)
b) verificar se a empresa realizou o recolhimento do FGTS e da contribuição do INSS do mês anterior ao da prestação dos serviços,
por intermédio dos seguintes documentos:
(...)
a) exigir a Certidão Negativa de Débito junto ao INSS (CND), a Certidão Conjunta Negativa de Débitos relativos a Tributos Federais e à
Dívida Ativa da União, o Certificado de Regularidade do FGTS (CRF) e a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT), sempre que
expire o prazo de validade ou não seja possível realizar a consulta no SICAF.
(...)

Indicação! Sobre o assunto, indicam-se os cursos, ministrado pela ENAP, de forma virtual e gratuita: Gestão e
Fiscalização de Contratos Administrativos (https://www.escolavirtual.gov.br/curso/384/)
Instrumentos de gestão para maior eficiência na fiscalização dos
contratos

11) PORTAL NACIONAL DE CONTRATAÇÕES PÚBLICAS (PNCP)

Art. 174. É criado o Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP), sítio eletrônico oficial destinado à:
I - divulgação centralizada e obrigatória dos atos exigidos por esta Lei;
II - realização facultativa das contratações pelos órgãos e entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de
todos os entes federativos.
Obs: sítio eletrônico em desenvolvimento, no âmbito da União.

O PNCP conterá, entre outras, as seguintes informações acerca das contratações:


I - planos de contratação anuais;
II - catálogos eletrônicos de padronização;
III - editais de credenciamento e de pré-qualificação, avisos de contratação direta e editais de licitação e respectivos anexos;
IV - atas de registro de preços;
V - contratos e termos aditivos;
VI - notas fiscais eletrônicas, quando for o caso.

* O PNCP deverá, entre outras funcionalidades, oferecer o acesso ao:


Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis)
http://www.portaltransparencia.gov.br/sancoes/ceis?ordenarPor=nome&direcao=asc
Cadastro Nacional de Empresas Punidas (Cnep)
http://www.portaltransparencia.gov.br/sancoes/cnep?ordenarPor=nome&direcao=asc
Instrumentos de gestão para maior eficiência na fiscalização dos contratos

* O Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) já está ativo:


https://pncp.gov.br
* O Webinar de lançamento do PNCP ocorreu no dia 09/08/2021:
https://www.gov.br/compras/pt-br/pncp/pncp-webinar
* Editado o Decreto nº 10.764, de 09/08/2021, dispondo sobre o Comitê Gestor da
Rede Nacional de Contratações Públicas, responsável por gerir o Portal Nacional de
Contratações Públicas – PNCP:
https://in.gov.br/web/dou/-/decreto-n-10.764-de-9-de-agosto-de-2021-337231352
Instrumentos de gestão para maior eficiência na fiscalização dos contratos
11) CERTIDÃO ELETRÔNICA DE AÇÕES TRABALHISTAS (CEAT)
* Existente em todos os TRTs, possibilitando consultas e informações sobre ações ajuizadas contra pessoas
físicas (CPF), e jurídicas/empresas (CNPJ) acessível em (informar o CPF ou CNPJ para o qual deseja saber se
há Processos Eletrônicos Trabalhistas no TRT):

TRT 3 (https://certidao.trt3.jus.br/certidao/feitosTrabalhistas/aba1.emissao.htm;jsessionid=IoRoCY918c1ABGsgP4si+-sE)

TRT 5 (https://www.trt5.jus.br/certidões)

TRT 8 (https://www.trt8.jus.br/sites/portal/files/roles/ouvidoria/01_-
_emissao_de_certidao_eletronica_de_processos_trabalhistas_pje.pdf)

TRT 10 (https://www.trt10.jus.br/certidao_online/jsf/publico/certidaoOnline.jsf)

TRT 11 (https://certtrab.trt11.jus.br/ceat/)

TRT 14 (https://certidao.trt14.jus.br/)

TRT 16 (https://pje.trt16.jus.br/certidoes/inicio)

TRT 18 (https://www.trt18.jus.br/portal/servicos/certidoes/)

TRT 22 (https://servicosaocidadao.trt22.jus.br/servi%C3%A7os/certid%C3%A3o-eletr%C3%B4nica-de-a%C3%A7%C3%B5es-
trabalhistas)

TRT 23 (https://portal.trt23.jus.br/portal/certid%C3%B5es)
Interface entre as entidades públicas, órgãos consultivo e contencioso da PGF

* As entidades públicas e órgãos de contencioso devem consolidar as seguintes informações:

a) empresas com contratos firmados com as entidades públicas com maiores valores contratuais e com mais
disponibilização de terceirizados;

b) empresas com mais indícios ou mesmo já comprovadamente de descumprimentos contratuais, em especial,


atrasos no pagamento de encargos trabalhistas de terceirizados (ex. atrasos no pagamento de salários,
contribuições previdenciárias e depósito do FGTS);

c) próximo ao encerramento da vigência dos contratos de terceirização, informar quais empresas contratadas:
c1) estão gerando inadimplementos de encargos trabalhistas; c2) já foram objeto de sanções administrativas
por parte das entidades (ex. multas, advertências, rescisão contratual, etc);

* Para atuação judicial (documentos a serem encaminhados aos órgãos de contencioso):

cópia do contrato administrativo e aditivos; relação dos empregados terceirizados; valores que a entidade publica
pretende pagar a cada empregado terceirizado; valor líquido das faturas pendentes de pagamento para serem bloqueadas;
relatório com o histórico detalhado dos fatos; documentos da garantia contratual; documentos que atestem o que já foi
utilizado de créditos retidos, e o que foi pago aos trabalhadores; documentos que atestem o que falta a ser bloqueado de
créditos da empresa, especificando o valor para indicar ao juízo; informações quanto à existência de conta vinculada ao
contrato administrativo, e o valor resguardado; discriminação das verbas trabalhistas dos terceirizados em atraso;
documentação completa que comprove as diligências do órgão quanto à efetiva fiscalização do contrato de terceirização.
Atuação judicial

* Ingresso de ACPs, consignações em pagamento, cautelares, etc.

* Medidas judiciais objetivam, dentre outros pedidos: a) o bloqueio do pagamento de valores às empresas
inadimplentes com encargos trabalhistas; b) o pagamento das verbas trabalhistas devidas aos terceirizados; c)
resguardar-se de eventuais reclamações trabalhistas com pedido de responsabilidade subsidiária (exclusão da
responsabilidade); d) prevenção do juízo.

* Reforce-se que o Tribunal de Contas da União (TCU), por meio do Acórdão n.º 1.214/2013 – TCU – Plenário,
decidiu que o pagamento direto deve ser tentado com prioridade e, na hipótese de faltarem documentos essenciais,
será o caso de se ajuizar ação ao órgão competente da Justiça do Trabalho. Considere-se, nesse sentido, trecho do
precedente mencionado:
9.1.2 prever nos contratos, de forma expressa, que a administração está autorizada a realizar os pagamentos de salários diretamente aos
em pregados, bem com o das contribuições previdenciárias e do FGTS, quando est es não forem honrados pelas em presas;
9.1.3 que os valores retidos cautelarmente sejam depositados junto à Justiça do Trabalho, com o objetivo de serem
utilizados exclusivamente no pagamento de salários e das demais verbas trabalhistas, bem como das contribuições sociais e
FGTS, quando não for possível a realização desses pagamentos pelo própria administração, dentre outras razões, por falta de
documentação pertinente, tais como folha de pagamento, rescisões dos contratos e guias de recolhimento; (destacou-se)
* Para atuação em âmbito judicial, as entidades públicas deverão informar acerca dos fatos ocorridos durante a execução
contratual, com envio da documentação mais completa e minudente possível, incluindo documentos que atestem todas as
ações de fiscalização empreendidas e as sanções administrativas porventura aplicadas (documentos são sugeridos e
listados nos NUPs).
Atuação judicial

* Em 2020 a ER-TRAB enviou comunicação direta e periódica, para 55 diferentes entidades públicas

* Em 2020, na esfera judicial do programa de atuação proativa (PAP), a ER-TRB propôs 12 ações civis públicas
(ACPs), para resguardar o pagamento de mais de R$ 1.798.564,00 em verbas trabalhistas devidas a até 616
trabalhadores terceirizados, em decorrência de inadimplências e descumprimentos contratuais por parte de empresas
contratadas por diversas Autarquias e Fundações Públicas Federais.

https://www.gov.br/agu/pt-br/comunicacao/noticias/unidade-de-agu-garante-r-1-8-milhao-em-creditos-para-
trabalhadores-terceirizados-em-2020

https://youtu.be/2hbdChieDKk

Obrigado!
Vinicius Loureiro da Mota Silveira
Procurador Federal
Coordenador – ER-TRAB/PRF1

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