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To 769 Picos de Pragma 769 Tica
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Material Pedagógico 1
DA FRASE AO ENUNCIADO
O enunciado (1)
(1) Um bisturi
1
Este documento constitui um conjunto de tópicos de aula. Não deve ser visto nem usado com nenhum
outro estatuto.
Os tópicos e exemplos inseridos neste guião de aula foram extraídos e adaptados maioritariamente dos
seguintes estudos de Introdução à Pragmática:
DUARTE, I. (2000). Língua Portuguesa. Instrumentos de Análise. Lisboa: Universidade Aberta, pp 343-
364.
GOUVEIA, C. (1996). Pragmática. In Faria, I. et alii (orgs.); Introdução à Linguística Geral e Portuguesa.
Lisboa: Caminho.
LIMA, J.P. (1983). Linguagem e Acção, da filosofia analítica à linguística pragmática. Lisboa:
apaginastantas.
Cotexto (Unidades verbais em copresença num texto. A coexistência das
unidades verbais num mesmo texto ajuda a fixar a sua significação mútua)
Contexto (Situação de comunicação ou de enunciação. Conjunto de fatores
extralinguísticos que condicionam a enunciação)
A enunciação pode ser representada pelas suas principais coordenadas, as
designadas coordenadas da enunciação:
EU / TU / AQUI / AGORA (“equação” que simplifica os fatores contextuais).
(4) Exma. Sra. Diretora, o assunto que nós queremos abordar consigo é
grave. Ele remonta a...
Já no enunciado (6):
(10) As melhoras!
O ato de fala ou ato linguístico pode ser definido da seguinte forma: «Ato
linguístico que o falante realiza quando, em determinado contexto
comunicativo, profere um enunciado, sob certas condições e com certas
intenções. (…) falar é realizar atos de acordo com certas regras, i. e., ao
2
Atos de fala (Austin, 1962); Teoria dos atos ilocutórios (Searle, 1969 e
1979)
pronunciar determinada frase, em contexto específico, o falante executa,
implícita ou explicitamente, atos como «afirmar», «avisar», «ordenar»,
«perguntar», «pedir», prometer», «objetar», «criticar», verbos que
denotam explicitamente atos de fala (…) » (In, Terminologia Linguística para
os Ensinos Básico e Secundário)
7.2 Ato diretivo: Nos atos diretivos o enunciador procura levar o alocutário
a realizar um ato futuro: convidar, pedir, requerer, ordenar, sugerir,
recomendar, aconselhar, perguntar.
Etc...
Nos atos linguísticos indiretos o locutor tem a intenção de dizer /quer dizer
algo diferente daquilo que diz, contando com a capacidade inferencial do
alocutário de reconhecer o objetivo ilocutório do enunciado escondido no
ato literal. Este tipo de atos prende-se, normalmente, com a necessidade
de o locutor evitar formas que possam ser interpretadas como agressivas
ou indelicadas pelo alocutário.
(15) Ela é uma beleza! (pronunciada com uma entoação que indique um uso
irónico).
Num caso como (15) o locutor diz o contrário do que quer dizer. A dimensão
locutória do ato de fala (o que se diz) difere da sua dimensão ilocutória (o
que se quer dizer). Existe um ato explícito, literal (o que é efetivamente
pronunciado) e um ato primário, que não é explicitado, mas, sim,
implicitado e recuperável por inferência.
Eu agora estou muito ocupado; aliás, não posso fazer isso aqui.
9. Imagine que está a ver TV e que alguém se coloca à sua frente. Dos
enunciados que se seguem, diga quais considera atos diretos e indiretos.
Justifique:
10.2 Um amigo insiste em que coma mais uma fatia de um bolo horrível.
11. a.
11.b.
Os humanos são a única espécie que faz favores. Os animais não fazem
favores. Um lagarto não se chega junto de um inseto e diz: “Faz-me um
favor, fica quietinho para te comer vivo.” Mesmo sem pausa, seria pedir um
grande favor. (Jerry Seinfeld, 1983)
BIBLIOGRAFIA
AUSTIN, J. How to do things with words, Oxford, Clarendon Press, 1962.
DUARTE, I. Língua Portuguesa. Instrumentos de Análise. Lisboa: Universidade Aberta, pp 343-
364, 2000.
FONSECA, J. Pragmática Linguística, Introdução, Teoria e Descrição do Português, Porto Editora,
1994.
GOUVEIA, C. Pragmática. In Faria, I. et alii (orgs.); Introdução à Linguística Geral e Portuguesa.
Lisboa: Caminho, 1996.
LIMA, J. P. de (org.) Linguagem e Acção, da filosofia analítica à linguística pragmática, Lisboa:
apaginastantas, 1983.
SEARLE, J. Speech Acts. An Essay in the Philosophy of Language, Cambridge, Cambridge
University Press, 1969.