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Tópicos Pragmática

Alexandra Guedes Pinto


Professora Auxiliar da FLUP
Membro do Conselho Científico do CLUP
mapinto@letras.up.pt

Material Pedagógico 1

DA FRASE AO ENUNCIADO

1. FORMA E FUNÇÃO DOS ENUNCIADOS

O enunciado (1)

(1) Um bisturi

Pode funcionar como ordem, asserção, pergunta, dependendo do contexto


da enunciação, respetivamente uma operação cirúrgica; a elaboração de
um inventário; um exame de medicina, por exemplo.

A forma linguística dos enunciados não torna transparente a sua função.

2. CONTEXTO OU SITUAÇÃO DE COMUNICAÇÃO

Enunciado (uma frase ou expressão dita num dado contexto)


Enunciação (as circunstâncias de produção de um enunciado)

1
Este documento constitui um conjunto de tópicos de aula. Não deve ser visto nem usado com nenhum
outro estatuto.
Os tópicos e exemplos inseridos neste guião de aula foram extraídos e adaptados maioritariamente dos
seguintes estudos de Introdução à Pragmática:
DUARTE, I. (2000). Língua Portuguesa. Instrumentos de Análise. Lisboa: Universidade Aberta, pp 343-
364.
GOUVEIA, C. (1996). Pragmática. In Faria, I. et alii (orgs.); Introdução à Linguística Geral e Portuguesa.
Lisboa: Caminho.
LIMA, J.P. (1983). Linguagem e Acção, da filosofia analítica à linguística pragmática. Lisboa:
apaginastantas.
Cotexto (Unidades verbais em copresença num texto. A coexistência das
unidades verbais num mesmo texto ajuda a fixar a sua significação mútua)
Contexto (Situação de comunicação ou de enunciação. Conjunto de fatores
extralinguísticos que condicionam a enunciação)
A enunciação pode ser representada pelas suas principais coordenadas, as
designadas coordenadas da enunciação:
EU / TU / AQUI / AGORA (“equação” que simplifica os fatores contextuais).

3. SIGNIFICADO E SIGNIFICAÇÃO (SIGNIFICADO PRAGMÁTICO OU CONTEXTUAL)

O significado das palavras no dicionário pode diferir da significação que as


palavras ganham em enunciados autênticos: o significado é altamente
estável e convencionalizado; a significação é altamente instável,
probabilística e negociável em contexto.

A significação é um valor semântico-pragmático que depende do contexto


da enunciação.

Dizer + Comunicar ou Querer Dizer

Descodificar unidades linguísticas + Reconhecer intenções comunicativas.

4. DIMENSÕES DO ATO DE FALA

Para estabelecer comunicação é preciso descodificar as unidades


linguísticas presentes nos enunciados (material linguístico ou locutório);
reconhecer as intenções comunicativas dos enunciados (valor ilocutório);
que por sua vez produzem efeitos (valor perlocutório).

Reconhecer o valor pragmático dos enunciados implica reconhecer neles a


existência destas 3 dimensões:

Locutório; Ilocutório; Perlocutório

Locutório: corresponde ao ato de pronunciar um enunciado.


Ilocutório: corresponde ao ato que o locutor realiza quando pronuncia um
enunciado em certas condições comunicativas e com certas intenções, tais
como ordenar, avisar, criticar, perguntar, convidar, ameaçar, etc. Assim, no
ato ilocutório, a intenção comunicativa de execução vem associada ao
significado do enunciado.
Perlocutório: corresponde aos efeitos que um dado ato ilocutório produz
no alocutário. Verbos como convencer, persuadir ou assustar integram já o
efeito causado pelo ato de fala no alocutário.

Se confrontarmos o seguinte diálogo:

(2) Loc 1: Cigarros, brandy, whisky…?


Loc 2: Ah, muito obrigado. Pode ser um café, por favor.

Verificamos que a significação do mesmo pode variar substancialmente


consoante o contexto.

(2.1) Se for um diálogo entre um anfitrião e um convidado:


Loc 1 Anfitrião: Cigarros, brandy, whisky…?
Loc 2 Convidado: Ah, muito obrigado. Pode ser um café, por favor.

(2.2) Ou, se for um diálogo entre um agente de alfândega e um turista:


Loc 1 Agente: Cigarros, brandy, whisky…?
Loc 2 Sr. Inocêncio: Ah, muito obrigado. Pode ser um café, por favor.

Apesar de a forma dos enunciados se manter a mesma (o material


locutório), a intenção com que foram produzidos e os efeitos no contexto
(material ilocutório e perlocutório) alteraram-se com a mudança dos
fatores contextuais.

5. DEIXIS OU INSCRIÇÃO DA LÍNGUA NO CONTEXTO

No enunciado abaixo, a maior parte das palavras depende do contexto para


adquirir uma referência:
(3) Eu vou ter contigo lá amanhã e levo-te aquilo.

Os deíticos são palavras que nas línguas “apontam” para o contexto da


enunciação, identificando informações relativas às suas coordenadas: EU,
TU, AQUI, AGORA. De acordo com a coordenada para a qual apontam, assim
se distinguem diferentes tipos de deíticos:

Tipos de deixis: espacial, temporal, pessoal, discursiva e social

(3) Eu vou ter contigo lá amanhã e levo-te aquilo.

(4) Exma. Sra. Diretora, o assunto que nós queremos abordar consigo é
grave. Ele remonta a...

6. PERFORMATIVO E CONSTATIVO. PERFORMATIVO EXPLÍCITO E PERFORMATIVO


PRIMÁRIO

Numa primeira fase da teoria pragmática, Austin distinguiu entre atos


linguísticos performativos e atos linguísticos constativos. Nos atos
linguísticos performativos exemplificados pelo enunciado (5):

(5) Eu te batizo com o nome de Adamastor.

Dizer equivale a Fazer, ou seja, no caso ilustrado, a enunciação corresponde


à execução do ato de batismo.

Já no enunciado (6):

(6) Batizei a criança com o nome de Adamastor.

O locutor apenas descreve uma ação passada, não executando, pela


enunciação, o ato em si. Por este facto, o ato exemplificado em (6)
corresponderia a um ato constativo.

Os enunciados constativos ou descritivos podem ser analisados em termos


de Verdadeiro ou Falso, ao passo que os enunciados performativos podem
ser analisados em termos de ‘FELIZES’ (bem sucedidos) ou ‘INFELIZES’ (mal
sucedidos).

Numa fase posterior da teoria pragmática, esta distinção é, todavia,


abandonada, defendendo os autores a performatividade generalizada da
linguagem, ou seja, a possibilidade de identificarmos em todos os
enunciados que produzimos determinados tipos de atos de fala. Esta teoria
da performatividade generalizada dará origem a uma tipologia de atos de
fala, proposta por John Searle.

A ideia é a de que, quando falamos, executamos sempre diferentes tipos de


atos. Podemos identificar explicitamente o ato que executamos, se
verbalizarmos o verbo performativo correspondente (afirmar, responder,
ordenar, felicitar...) ou podemos não identificar explicitamente o ato que
executamos, se não verbalizarmos o verbo performativo correspondente.
Os enunciados abaixo permitem justamente distinguir as noções de
performativo explícito e performativo primário. (7) e (8) exemplificam atos
performativos explícitos, atendendo a que nos enunciados são explicitados
os verbos performativos correspondentes aos atos ilocutórios executados
(enunciados na 1º pessoa do singular no presente do indicativo). (9) e (10)
exemplificam atos performativos primários, na medida em que, embora
executando os mesmos atos ilocutórios que os primeiros, não manifestam
a presença dos verbos performativos correspondentes.

(7) Prometo trazer-te o trabalho amanhã.

(8) Desejo-te as melhoras!

(9) Trago-te o trabalho amanhã.

(10) As melhoras!

7. TIPOS DE ATOS DE FALA OU ATOS ILOCUTÓRIOS 2

O ato de fala ou ato linguístico pode ser definido da seguinte forma: «Ato
linguístico que o falante realiza quando, em determinado contexto
comunicativo, profere um enunciado, sob certas condições e com certas
intenções. (…) falar é realizar atos de acordo com certas regras, i. e., ao

2
Atos de fala (Austin, 1962); Teoria dos atos ilocutórios (Searle, 1969 e
1979)
pronunciar determinada frase, em contexto específico, o falante executa,
implícita ou explicitamente, atos como «afirmar», «avisar», «ordenar»,
«perguntar», «pedir», prometer», «objetar», «criticar», verbos que
denotam explicitamente atos de fala (…) » (In, Terminologia Linguística para
os Ensinos Básico e Secundário)

Tipos de atos de fala

7.1 Ato assertivo: Nos atos assertivos o enunciador descreve um dado


conteúdo proposicional: afirmar, negar, expor, descrever, narrar…
Exs.: O Pedro faz anos no dia 20 de maio.

7.2 Ato diretivo: Nos atos diretivos o enunciador procura levar o alocutário
a realizar um ato futuro: convidar, pedir, requerer, ordenar, sugerir,
recomendar, aconselhar, perguntar.

Exs: Põe a mesa!; Fiquem para o jantar!; Peço-te que saias.

7.3 Ato compromissivo: Nos atos compromissivos o locutor compromete-


se com a execução de um ato futuro: ameaçar, prometer, oferecer.
Ex.: Ligo-te, mal chegue a casa; Prometo que volto.

7.4 Ato expressivo: Nos atos expressivos, o objetivo ilocutório é expressar


o estado psicológico do locutor acerca de um estado de coisas referido no
conteúdo proposicional. Expressam emoções, sentimentos, avaliações,
juízos de valor ou desejos: agradecer, dar os pêsames, felicitar, elogiar,
criticar, lamentar…

Ex.: Os meus pêsames!; Obrigada.; Parabéns!; Felicito-te pela conquista.

7.5 Ato declarativo: ato de fala associado a determinados rituais, como o


casamento ou o batismo, que exigem a enunciação de determinadas
fórmulas rituais para se concretizarem. Estes atos declarativos têm de
obedecer às regras linguísticas específicas da instituição em questão (igreja,
tribunal, estado) e os papéis sociais do locutor e do alocutário estão bem
definidos.

Ex.: Declaro-vos marido e mulher.; O Tribunal declara o réu culpado...

8. CONDIÇÕES DE FELICIDADE DOS ATOS DE FALA

Condições necessárias e suficientes para a realização bem-sucedida dos


atos ilocutórios. As condições de felicidade são condições de adequação de
um determinado enunciado a um contexto. Um enunciado
gramaticalmente bem formado pode não ser adequado ao contexto
situacional em que é produzido, sendo que um enunciado feliz (adequado)
pode não reunir todas as condições de boa formação gramatical.

As condições de felicidade estão relacionadas com determinados


procedimentos convencionais aceites, tais como a produção de certas
palavras por certas pessoas em certas circunstâncias, a intenção/ a
possibilidade de executar os atos descritos, entre outras condições.

9. OBJETIVO ILOCUTÓRIO E FORÇA ILOCUTÓRIA

A diferença que separa a ordem, do conselho ou da sugestão, todos eles


atos diretivos com o mesmo objetivo ilocutório – levar o alocutário a fazer
algo - é a força ilocutória que imprime coercividade ao primeiro ato e
ausência de coercividade aos dois últimos.

A modificação da força ilocutória é a área da Pragmática em que são


estudados os mecanismos de reforço e de atenuação dos atos ilocutórios.
É possível reforçar ou atenuar a força de todos os tipos de atos ilocutórios,
construindo, por exemplo:

Asserções com força assertiva alta:

(11) Afirmo com toda a certeza de que esta situação é inaudita.

ou asserções com força assertiva baixa:

(12) É possível que esta situação seja incomum;


Críticas com força expressiva alta:

(13) Foste um completo incompetente.

ou críticas com força expressiva baixa:

(14) Foste um nadinha incompetente.

Etc...

10. ATOS LINGUÍSTICOS INDIRETOS

Nos atos linguísticos indiretos o locutor tem a intenção de dizer /quer dizer
algo diferente daquilo que diz, contando com a capacidade inferencial do
alocutário de reconhecer o objetivo ilocutório do enunciado escondido no
ato literal. Este tipo de atos prende-se, normalmente, com a necessidade
de o locutor evitar formas que possam ser interpretadas como agressivas
ou indelicadas pelo alocutário.

A ironia pode ser explicada como um caso de indireção ilocutória, como no


exemplo seguinte:

(15) Ela é uma beleza! (pronunciada com uma entoação que indique um uso
irónico).

Num caso como (15) o locutor diz o contrário do que quer dizer. A dimensão
locutória do ato de fala (o que se diz) difere da sua dimensão ilocutória (o
que se quer dizer). Existe um ato explícito, literal (o que é efetivamente
pronunciado) e um ato primário, que não é explicitado, mas, sim,
implicitado e recuperável por inferência.

Se confrontarmos o diálogo (16):


(16) L 1: Queres vir comigo ao cinema?

L 2: Vou ver a minha mãe ao Hospital.

Reconhecemos que na resposta do L2, o material locutório não está


inteiramente de acordo com o objetivo ilocutório do ato, na medida em que
L2 quer dizer mais do que aquilo que diz. No caso do ato de fala do L2 no
diálogo acima DIZER não é igual a QUERER DIZER. Assim, o ato linguístico de
L2 é um ato linguístico indireto, na medida em que, através da sua asserção
(ato explícito, literal), L2 quer implicitar uma recusa ao convite de L1 (ato
implícito ou primário).
EXERCÍCIOS PRAGMÁTICA

1. Considere o seguinte enunciado:

Eu agora estou muito ocupado; aliás, não posso fazer isso aqui.

1.1 Indique as expressões deíticas que encontra no enunciado;

1.2 Classifique as expressões de acordo com os tipos de deixis estudados.

2. Assinale nos enunciados abaixo os exemplos de deíticos indicados:

2.1 Exemplos de deixis pessoal:

(2.1.1) Não ligues, ele é parvo

(2.1.2) Já te disse que não te deixo ir ao cinema

(2.1.3) Pai, deixas-me ir ao cinema?

2.2 Exemplos de deixis espacial:

(2.2.1) Nós lá não aceitamos cheques.

(2.2.2) O Banco fica a cerca de 200 m daqui.

(2.2.3) Era mesmo este o livro que eu procurava.

2.3 Exemplos de deixis temporal:

(2.3.1) Telefono-te amanhã.

(2.3.2) Diz-me agora onde estiveste.

(2.3.3) Vou esta tarde ao cinema. Queres ir comigo?


2.4 Exemplos de deixis discursiva:

(2.4.1) Adoro o filme Casablanca.

(2.4.2) Mas quem é que não gosta desse filme?!

(2.4.3) Escusas de me dizer isso, porque eu já sei.

2.5 Exemplos de deixis social:

(2.5.1) O Magnífico Reitor não acha que a situação é caótica?

(2.5.2) Já disse ao senhor que dispenso os seus comentários.

(2.5.3) Senhor Presidente, Senhor secretário, digníssimos colegas…

3. Distinga, com base nas frases abaixo, as noções de ‘performativo


explícito’ e ‘performativo primário’:

(3.1) Afirmo que a atual situação é inaudita.

(3.2) A atual situação é inaudita.

(3.3) Passa-me o sal.

(3.4) Peço-te que me passes o sal.

(3.5) Isto é um elogio: és muito simpática!

(3.6) És muito simpática!


4. Identifique os atos ilocutórios produzidos em cada um dos seguintes
enunciados.

(4.1) Confirmo que ela vem à festa.

(4.2) Proponho que passemos imediatamente à votação.

(4.3) O João propôs que se passasse imediatamente à votação.

(4.4) A sua resposta está correta.

(num contexto de sala de aula, enunciado produzido pelo professor)

(4.5) Pode dizer-me que horas são?

(adaptado de Duarte, 2000)

4.1 No conjunto acima, identifique os enunciados que são performativos


explícitos e os que são performativos primários

5. A partir dos seguintes enunciados, distinga ato linguístico direto de


ato linguístico indireto:

(5.1) Importava-se de me dizer as horas?

(5.2) Importava-se de casar com um estrangeiro?

6. A partir do seguinte conjunto de atos de fala explique a diferença


entre objetivo ilocutório e força ilocutória:

(6.1) Poderia passar-me o sal, por favor?

(6.2) Passa-me o sal, por favor.

(6.3) Passa-me o sal.


7. Identifique, nos seguintes exemplos, os enunciados com o mesmo
objetivo ilocutório e diferente força ilocutória.

(7.1) Apaga o cigarro!

(7.2) O João apagou o cigarro.

(7.3) Apago já o cigarro.

(7.4) Apaga o cigarro, sim?

(7.5) Podes apagar o cigarro?

(extraído de Duarte, 2000)

8. Considere o seguinte enunciado: Exma Sra. Diretora, nós queríamos


pedir-lhe esta sala para realizarmos aquela sessão amanhã, por favor.

8.1 Identifique e classifique, de acordo com os tipos de deixis, as expressões


deíticas que encontra no enunciado.

8.2 Identifique o tipo de ato ilocutório executado pelo enunciado, indicando


se o mesmo é um performativo explícito ou um performativo primário.

8.3 Identifique marcadores de modificação da força ilocutória no


enunciado.

8.4 Formule uma resposta de recusa indireta da Sra. Diretora ao enunciado


acima. Explique o conceito de ato linguístico indireto.

9. Imagine que está a ver TV e que alguém se coloca à sua frente. Dos
enunciados que se seguem, diga quais considera atos diretos e indiretos.
Justifique:

9.1 Sai da frente!


9.2 “Estás-me” a tirar a vista.

9.3 Não te importas de te sentar?

9.4 Por favor, sai da frente.

10. Indique formas de recusa, uma de modo direto e outra de modo


indireto, para as seguintes situações:

10.1 Suponha que é patrão de um empregado que lhe pede um aumento.

10.2 Um amigo insiste em que coma mais uma fatia de um bolo horrível.

10.3 Um professor aconselha-o vivamente a ler um livro sobre um assunto


que não lhe interessa.

11. Considere os seguintes diálogos:

11. a.

L1: Sabes uma coisa?

L2: Sei várias coisas.

11.b.

L1: Gostas do meu novo papel de parede?

L2: Está muito bem colado.

11.1 Como se justifica, do ponto de vista da Pragmática, a coerência das


respostas de L2 nestes diálogos.

12. Leia o seguinte texto e comente-o, procurando enumerar aspetos não


especificamente linguísticos que frequentemente determinam a
interpretação dos enunciados:
Há dois tipos de favores, o favor grande e o favor pequeno. Pode-se medir
o tamanho do favor pela pausa que uma pessoa faz depois de dizer “Faz-
me um favor.” Favor pequeno – pausa pequena. “Faz-me um favor, segura
neste lápis.” Nenhuma pausa. Favores grandes são: “ Fazes-me um favor…”
. Passam oito segundos. “Sim? O quê?”

“…Bem”. Quanto mais demorar, maior vai ser o sofrimento.

Os humanos são a única espécie que faz favores. Os animais não fazem
favores. Um lagarto não se chega junto de um inseto e diz: “Faz-me um
favor, fica quietinho para te comer vivo.” Mesmo sem pausa, seria pedir um
grande favor. (Jerry Seinfeld, 1983)

BIBLIOGRAFIA
AUSTIN, J. How to do things with words, Oxford, Clarendon Press, 1962.
DUARTE, I. Língua Portuguesa. Instrumentos de Análise. Lisboa: Universidade Aberta, pp 343-
364, 2000.
FONSECA, J. Pragmática Linguística, Introdução, Teoria e Descrição do Português, Porto Editora,
1994.
GOUVEIA, C. Pragmática. In Faria, I. et alii (orgs.); Introdução à Linguística Geral e Portuguesa.
Lisboa: Caminho, 1996.
LIMA, J. P. de (org.) Linguagem e Acção, da filosofia analítica à linguística pragmática, Lisboa:
apaginastantas, 1983.
SEARLE, J. Speech Acts. An Essay in the Philosophy of Language, Cambridge, Cambridge
University Press, 1969.

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