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PRODUZIDO POR GÉSSICA DE SOUSA OLIVEIRA
CRIMINOLOGIA DIREITO PENAL
OBJETOS DA CRIMINOLOGIA:
O CRIME;
O CRIMINOSO;
A VÍTIMA; E
O CONTROLE SOCIAL
TEORIA DA PENA
TEORIA ABSOLUTA (RETRIBUTIVA) TEORIA RELATIVA (PREVENTIVA)
A pena é aplicada como forma de retribuição pelo A pena é aplicada como forma de prevenir futuros
crime praticado. Não há aqui preocupação com a delitos.
prevenção delitiva. PREVENÇÃO GERAL (destina-se à sociedade):
NEGATIVA: contraestimular potenciais criminosos
– intimidação.
POSITIVA: demonstrar a vigência da lei penal.
PREVENÇÃO ESPECIAL (destina-se ao condenado):
NEGATIVA: evitar a reincidência.
POSITIVA: ressocializar.
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VITIMIZAÇÃO PRIMÁRIA VITIMIZAÇÃO SECUNDÁRIA / VITIMIZAÇÃO TERCIÁRIA
REVETIMIZAÇÃO /
SOBREVITIMIZAÇÃO
Indivíduo sofre direta ou Sofrimento adicional da vítima Custo adicional sofrido pela
indiretamente os efeitos derivado do contato com as vítima pelo contato com as
materiais ou psíquicos do crime instâncias formais de controle instâncias informais de controle
social (Polícia, MP e Judiciário) social (familiares e integrantes da
sociedade)
MEDIDAS DE PREVENIR
DIRETAS INDIRETAS
Incidem de forma imediata sobre o próprio delito. Atuam de maneira mediata sobre o crime, ao incidir
Ex.: pena e regime prisional. em relação às causas do delito.
Ex.: melhoria nas condições de vida da população.
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TEORIAS DO CONFLITO
Contexto: Fim da década de 60, com os movimentos de ruptura (raciais, feministas, políticos, sociais
e greves);
A coesão se funda na coação que alguns membros exercem sobre os outros. Com isto se determina
por meio de normas penais, a criação de dispositivos que assegurem tal ordem e, por conseguinte, o
triunfo da classe dominante;
Cunho argumentativas ou explicativas;
Teoria progressista; e
Caráter definitorial da criminalidade, visto que os crimes são uns status social atribuído por meio de
processos de definição e mecanismos de reação, daqueles que tem competência para estabelece-los.
TEORIA DO ETIQUETAMENTO / LABELING Para essa teoria, para cada uma das ações desviadas
APPROACH / ROTULAÇÃO / ETIQUETAMENTO é possível encontrar inúmeras ações similares que
SOCIAL / REAÇÃO SOCIAL / INTERACIONISTA / não são rotuladas de criminosas, por não serem
INTERACIONISMO SIMBÓLICO: levadas em consideração ou por não se apresentarem
de maneira evidente como desviadas. Diante de cada
HOWARD BECKER. fato, as instituições atuam como filtros, definindo sua
natureza. Frente às condutas humanas, portanto, as
agências formais de controle social atuam como uma
grande peneira, a separar quais devem ser
etiquetadas como criminosas e quais não merecem o
rótulo;
O controle formal é um instrumento seletivo e
discriminatório;
Abandona o paradigma etiológico (busca da causa do
crime), substituindo a procura das causas da
criminalidade por uma análise das reações das
instâncias oficiais de controle social.
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CIFRAS DA CRIMINALIDADE
NEGRA: REFERE-SE À PORCENTAGEM DE CRIMES NÃO SOLUCIONADOS OU PUNIDOS, À EXISTÊNCIA DE UM
SIGNIFICATIVO NÚMERO DE INFRAÇÕES PENAIS DESCONHECIDAS OFICIALMENTE.
DOURADA: TRATA-SE DA CRIMINALIDADE COMETIDA PELAS CLASSES PRIVILEGIADAS, REFERINDO-SE
TAMBÉM A EXPRESSÃO “CRIMES DE COLARINHO BRANCO”. É UM SUBTIPO DA CIFRA NEGRA.
EX.: CRIMES DE SONEGAÇÃO FISCAL, LAVAGEM DE DINHEIRO, CRIMES ELEITORAIS, ETC.
CINZA: TRATA-SE DOS CRIMES QUE CHEGAM AO CONHECIMENTO DA AUTORIDADE POLICIAL, ENTRETANTO,
NÃO PROSPERAM NA FASE PROCESSUAL.
AMARELA: SÃO OS CRIMES COMETIDOS POR FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS, ONDE GERALMENTE A VÍTIMA
DEIXA DE DENUNCIAR O FATO ÀS AUTORIDADES COMPETENTES POR MEDO DE REPRESÁLIAS.
VERDE: DIZEM RESPEITO AOS CRIMES AMBIENTAIS QUE NÃO CHEGAM AO CONHECIMENTO DAS
AUTORIDADES.
AZUL: DIZEM RESPEITO AOS PEQUENOS CRIMES COMUNS PRATICADOS POR PESSOAS ECONOMICAMENTE
DESABASTADAS E SE VERIFICA COMO UMA ALUSÃO AOS MACACÕES AZUIS UTILIZADOS NAS FÁBRICAS DOS
EUA.
ROSA: TRATAM-SE DE CRIMES COM VIÉS HOMOFÓBICOS
VITIMOLOGIA
Idade do ouro: era de protagonismo da vítima, pois está tinha em suas mãos o comando do sistema
de vingança.
Neutralização da vítima: a marginalização da vítima com o monopólio para aplicação da lei nas
mãos do estado.
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Redescobrimento da vítima: a figura da vítima que volta a ser objeto de preocupação do sistema
penal, quando a vitimologia conquista a atenção dos criminólogos.
Teoria clássica ou tradicional:
A responsabilidade pela origem da infração penal é transferida para a vítima;
Ocorre o fenômeno da revitimização: a vítima será duplamente vitimizada;
Será sujeito passivo do crime;
Terá a responsabilidade atribuída a si pela origem da infração.
Teoria solidarista ou humanista:
Reparte com a vítima o trauma do crime;
Reafirma todos os direitos e garantias da vítima
Justiça retributiva:
O crime é ato contra a sociedade;
O interesse na punição é público;
Predomina a indisponibilidade da ação penal;
O foco é punir o infrator;
Predominam as penas privativas de liberdade
Justiça restaurativa:
O crime é ato que afeta:
Autor;
Vítima;
Sociedade
O interesse maior é reparar o dano;
Predomina a disponibilidade da ação penal;
O foco é reparar o dano; e
Predomina a reparação do dano e das penas alternativas à privativa de liberdade.
Classificação das vítimas
BENJAMIN MENDELSOHN:
Vítima completamente inocente ou vítima ideal: tratam-se das vítimas completamente inocentes,
que não apresentam participação ou sua participação é insignificante na produção do resultado.
Vítima menos culpada do que o delinquente ou vítima por ignorância: consistem na vítima ex
igno-rantia, que, por negligência, colaboram para a ocorrência do crime.
Vítima tão culpada quanto o delinquente: tratam-se de vítimas cuja participação é essencial para
a prática do crime. Ex.: torpeza bilateral no crime de estelionato.
Vítima mais culpada que o delinquente ou vítima provocadora: tratam-se de vítimas
provocadoras que dão causa à infração penal.
Vítima como única culpada ou pseudo: tratam-se de vítimas agressoras, simuladas ou imaginárias.
SINTETIZADA:
Vítima inocente;
Vítima provocadora;
Vítima agressora
HANS VON HENTIG:
Indivíduo sucessivamente criminoso-vítima-criminoso;
Indivíduo simultaneamente criminoso-vítima-criminoso;
Criminoso-vítima
LUIZ JIMÉNEZ DE ASÚA:
vítima indiferente ou indeterminada;
Vítima determinada;
GUGLIELMO GULOTTA:
vítimas falsas:
Simulada;
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Imaginária
vítimas reais:
Fungíveis:
Acidentais;
Indiscriminadas
Não fungíveis:
Imprudentes;
Alternativas;
Provocadoras;
Voluntárias
ELIAS NEUMAN:
Vítimas individuais:
Sem atitude vitimal;
Com atitude culposa;
Com atitude vitimal dolosa
Vítimas familiares;
Vítimas coletivas:
A comunidade como nação;
A comunidade social;
Grupos comunitários atingidos pelo sistema penal;
Da sociedade ou do sistema social;
Processos de vitimização
Primária: indivíduo sofre direta ou indiretamente os efeitos materiais ou psíquicos do crime.
Secundária: sofrimento adicional da vítima derivado do contato com as instâncias formais de
controle social:
Polícia;
Mp; e
Judiciário.
Terciária: custo adicional sofrido pela vítima pelo contato com as instâncias informais de controle
social:
Familiares;
Integrantes da sociedade
Vitimização
Indireta: consiste no sofrimento de pessoas ligadas à vítima do delito.
Difusa: inexistência de vítima determinada, sendo a própria coletividade atingida pelo delito.
Heterovitimização: corresponde à “autorecriminação da vítima” pelo crime, que busca razões que
poderiam responsabilizá-la pela prática delituosa.
Vitimodogmática: é o estudo da contribuição da vítima na ocorrência do crime de modo que essa
influência no evento delitivo possa repercutir na dosimetria da pena.
SÍNDROMES
DA MULHER DE POTIFAR: a mulher que, rejeitada afetivamente, imputa falsamente a quem a ignorou o
delito de estupro ou outra conduta ofensiva à dignidade sexual
DE ESTOCOLMO: fenômeno em que a vítima de um sequestro passa a ter uma relação de afinidade com
o criminoso, seu algoz.
DE LONDRES: a vítima, geralmente em posição de refém, passa a discordar do se algoz e a discutir com
ele.
DE OTELO: fenômeno em que a pessoa sofre com delírio de que a parceira é infiel, podendo levar à prática
de atos graves como o homicídio.
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DE DOM CASMURRO: fenômeno em que a pessoa sofre com um quadro mental paranoico, em que
acredita naquilo que desconfia mesmo sem evidências, e passa a procurar provas para confirmar sua
suspeita descabida.
CRMINOLOGIA CULTURAL
É uma abordagem teórica desenvolvida nos estados unidos e no reino unido na década de 90;
Iniciou-se com os estudos de JEFF FERREL, CLINTON SANDEM, KEITH HAYWARD, MIKE PRESDEE E
JOCK YOUNG;
Compreende o crime e as agências de controle como produtos culturais;
A cultura é fluída, logo, sujeita a constantes transformações, de modo que o crime e a repressão ao
delito são processos culturais, cujo significado é construído a partir de um simbolismo compartilhado
e de uma interpretação coletiva;
sustenta a doção de uma metodologia de aproximação do pesquisador com o crime e com o controle
social, tendo por principais métodos a etnografia e a observação participante;
Abordagem interdisciplinar;
Mídia e redes sociais ostentam grande impacto na construção da imagem do crime;
De acordo com SHECAIRA, essa vertente sustenta ser necessária uma consciência crítica da dinâmica
cultural das sociedades modernas, buscando entender as formas pelas quais o poder é exercido e
resistido entre a interação de criação de regras, violação de regras e representação;
a criminologia cultural não está restrita à análise do crime e da justiça criminal, abarcando também o
que o crime representa na mídia, desvios não criminalizados de políticos, da elite financeira, exploração
pela mídia de desvios emocionais de vítimas de crime, etc.
CRIMINOLOGIA FEMINISTA
Surge na década de 70, no reino unido, como forma de reação ao funcionamento sexista do sistema
penal e das violências sofridas por mulheres, sobretudo no ambiente doméstico e familiar.;
As proposições para uma criminologia feminista têm como ponto de partida as mulheres e as teorias
de gênero, incluindo a relação com indicadores de raça, classe idade, dentre outros, situando o estudo
do crime e da justiça criminal em uma complexa compreensão de que o corpo social é formado por
relações de gênero;
Violência simbólica ou cultura homofóbica: construção social de discursos de inferiorização da
diversidade sexual e orientação de gênero;
A criminologia nasceu como um discurso de homens e para homens, sendo que essa perspectiva
feminista muda a forma de pensar sobre os processos de criminalização e vitimização, abordando
aspectos atrelados ao gênero;
Para a criminologia feminista:
O gênero é um produto histórico, social e cultural que estrutura a vida e as instituições sociais;
As relações de gênero e as construções de masculinidade e feminilidade se baseiam na
superioridade masculina e na dominação econômica, social e política das mulheres;
Produção de conhecimento é reflexo da visão masculina do mundo;
Defende a centralização das mulheres nas pesquisas intelectuais;
A perspectiva feminista da criminologia contempla duas vertentes:
Epistemológica: questiona a definição do objeto de estudo e as formas de inquirição da realidade.
Analítica: apresenta proposições analíticas sobre os temas centrais da criminologia, formando a
introdução de novas questões em sua agenda teórica e política.
CRIMINOLOGIA QUEER
Nasce nos EUA, no fim da década de 80, como uma vertente da criminologia crítica;
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Tem por intuito mapear as formas de controle a que estão sujeitos os indivíduos, notadamente no que
diz respeito ao gênero e à sexualidade;
A noção de sexualidade seria uma construção social e histórica, em contraposição aos estudos
sociológicos sobre as minorias sexuais. Sustenta a instabilidade e a indeterminação de as identidades
“generificadas” e sexuadas;
Visam desconstruir a hierarquia estabelecida entre hetero e homossexualidade;
De acordo com essa vertente criminológica, as culturas heteromoralizadoras e heteronormalizadoras
dão ensejo a três formas de violência homofóbica:
Violência simbólica ou cultura homofóbica: construção social de discursos de inferiorização da
diversidade sexual e orientação de gênero;
Violência institucional ou homofobia de estado: controle social formal sobre o comportamento
desviante a partir dos processos de criminalização e patologização (psiquiatra);
Violência interpessoal ou homofobia individual: tentativa de anulação da diversidade por meio de
atos de violência.
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