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RESUMO DE CRIMINOLOGIA

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PRODUZIDO POR GÉSSICA DE SOUSA OLIVEIRA
CRIMINOLOGIA DIREITO PENAL

INDUTIVA – PARTE-SE DO CASO CONCRETO PARA NORMATIVO


O GERAL
EMPÍRICA JURÍDICA
INTERDISCIPLINAR OU MULTIDISCIPLINAR DOGMÁTICA
BIOLÓGIA E SOCIOLOGICA DEDUTIVO – PARTE DO GERAL PARA O
PARTICULAR
ANALÍTICA METAFÍSICA
CIÊNCIA DO SER CIÊNCIA DO DEVER SER
CRIME - FATO CRIME - NORMA

OBJETOS DA CRIMINOLOGIA:
 O CRIME;
 O CRIMINOSO;
 A VÍTIMA; E
 O CONTROLE SOCIAL

 ESCOLA CLÁSSICA ESCOLA POSITIVISTA


ORIGEM Iluminismo no século XVIII Criminologia científica dos séculos XIX e XX
CRIME É um ente jurídico. Decorre da violação de É um fato natural. Decorre da vida em
um delito sociedade.
CRIMINOSO Ser livre que pratica o delito por escolha Ser anormal sob as óticas biológicas e
moral alheia a fatores externos. psíquicas (sem livre arbítrio).
Considera o livre-arbítrio e o Leva em conta o determinismo.
indeterminismo.
PENA Tem função de retribuição e não deve ser Pena tem função de prevenção.
cruel ou desumana.
MÉTODO Abstrato e dedutivo Empírico e indutivo
AUTORES CESARE BONESANA (CESAR BECCARIA), LFG
FRANCESCO CARRARA, GIANDOMENICO
ROMAGNOSI, BENTHAM E LUDWIG
FEURBACH
L – LOMBROSO (ANTROPOLÓGICO)
F – FERRI (SOCIOLÓGICO)
G – GARÓFALO (JURÍDICO)
CBF
CESARE LOMBROSO (FASE
ANTROPOLÓGICA):

C – CARRARA  Criminoso nato – ser selvagem que já


B – BECCARIA nasce delinquente;
F – FEUERBACH  Atavismo – o criminoso é um ser atávico
em relação ao não criminoso;
 Determinismo biológico – analisa as
características físicas / endógenas;
 Principal contribuição – método
empírico.
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ENRICO FERRI (FASE SOCIOLÓGICA):

 Considerado o pai da sociologia


criminal;
 Dimensão teórica: amplia o conceito
de criminoso nato, pois afirma que a
criminalidade decorre de fatores
antropológicos, físicos e sociais
(multifatorialíssimo);
 Dimensão aplicada: há 5 tipos de
delinquentes:
 Criminoso nato;
 Criminoso louco;
 Criminoso habitual;
 Criminoso ocasional;
 Criminoso passional
 Pena não é apenas repressiva, deve
ser curativa e reeducativa.

RAFFAELLE GARÓFALO (FASE JURÍDICA):


 Jusnaturalista;
 Adotou o termo temibilidade;
 Buscava conceito natural de crime;
 Quem comete crime é desprovido de
piedade e probidade;
 Propõe um estudo do direito penal sem
as influências ideológicas ou políticas,
pautado apenas pelas normas jurídicas;
 Penas severas / penas de morte

TEORIA DA PENA
TEORIA ABSOLUTA (RETRIBUTIVA) TEORIA RELATIVA (PREVENTIVA)
A pena é aplicada como forma de retribuição pelo A pena é aplicada como forma de prevenir futuros
crime praticado. Não há aqui preocupação com a delitos.
prevenção delitiva. PREVENÇÃO GERAL (destina-se à sociedade):
NEGATIVA: contraestimular potenciais criminosos
– intimidação.
POSITIVA: demonstrar a vigência da lei penal.
PREVENÇÃO ESPECIAL (destina-se ao condenado):
NEGATIVA: evitar a reincidência.
POSITIVA: ressocializar.

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VITIMIZAÇÃO PRIMÁRIA VITIMIZAÇÃO SECUNDÁRIA / VITIMIZAÇÃO TERCIÁRIA
REVETIMIZAÇÃO /
SOBREVITIMIZAÇÃO
Indivíduo sofre direta ou Sofrimento adicional da vítima Custo adicional sofrido pela
indiretamente os efeitos derivado do contato com as vítima pelo contato com as
materiais ou psíquicos do crime instâncias formais de controle instâncias informais de controle
social (Polícia, MP e Judiciário) social (familiares e integrantes da
sociedade)

VITIMIZAÇÃO INDIRETA HETEROVITIMIZAÇÃO


Trata-se ao sofrimento suportado por pessoas Corresponde à autorecriminação da vítima pelo
relacionadas intimamente à vítima do delito, que, crime, que busca razões que poderiam
embora não sejam diretamente lesadas pela responsabilizá-la pela prática delituosa.
conduta criminosa, partilham do sofrimento em
razão da relação de afeto mantida com a vítima. Ex.: vítima se culpa por ter deixado a porta do carro
Ex.: sofrimento suportado por amigos e familiares. destrancada.

MEDIDAS DE PREVENIR
DIRETAS INDIRETAS
Incidem de forma imediata sobre o próprio delito. Atuam de maneira mediata sobre o crime, ao incidir
Ex.: pena e regime prisional. em relação às causas do delito.
Ex.: melhoria nas condições de vida da população.

CONTROLE FORMAL CONTROLE INFORMAL


Manifesta-se pela atuação oficial do sistema de É exercido pela sociedade.
justiça criminal. Ex.: família, escola, mídia, opinião pública, vizinhos,
Ex.: Polícia (1ª seleção), MP (2ª seleção), Judiciário igreja, etc.
(3ª seleção) e administração penitenciária.

PREVENÇÃO PRIMÁRIA PREVENÇÃO SECUNDÁRIA PREVENÇÃO TERCIÁRIA


Consiste na conscientização da Consiste em conjunto de ações Consiste em políticas de
sociedade como um todo através policiais e políticas públicas execução penal voltadas à
de políticas públicas, dirigidas aos grupos da sociedade população carcerária, com
especialmente educação, saúde, (e não a indivíduo determinado) caráter punitivo e com
moradia, emprego e lazer que apresentam o maior risco de desiderato na recuperação do
(enfoque etiológico), formando sofrer ou praticar o delito. Destina- recluso para evitar sua
cidadãos para que não se a setores da sociedade que reincidência por meio da
compactuem com tentações que podem vir a padecer do problema ressocialização.
levam a uma vida desregrada. criminal, e não ao indivíduo Incide de maneira individual e
Está relacionada com questões isoladamente considerado. não coletiva, direcionada ao
sociais, para afastar as pessoas da atua no momento posterior ao próprio infrator condenado,
criminalidade. crime ou em sua iminência. para que o mesmo não volte a
Atua na origem da criminalidade, Refere-se a instrumento delinquir, evitando a
neutralizando o delito antes que preventivos de curto a médio reincidência.
aconteça. prazo. Atua após a prática delitiva.
Diz respeito a instrumentos de Refere-se a instrumentos
médio a longo prazo. preventivos de curto a médio
prazo.
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TEORIAS DO CONSENSO
 Contexto: início da década de 60, no pós-guerra, com a ascensão dos EUA como potência mundial
econômica (sonho americano) e a expansão do fluxo migratório para os EUA em busca de melhores
condições de vida, com destaque na qual o estado não consegue acompanhar o ritmo expansionista.
 Parte da ideia de um conjunto de valores e ideais comuns a todos os membros da sociedade, que
baseia e fundamenta a ordem social;
 Cunho funcionalista;
 Teoria conservadorista; e
 Caráter ontológico da criminalidade, a partir da ideia de que o crime existe por si só, em razão de
valores homogêneos que necessitam de tutela.
ESCOLA DE CHICAGO: A principal tese para a explicação do crime reside na
 ROBERT PARK; ideia de zonas de delinquência, espaços geográficos
 ERNEST BURGESS; que explicam o crime e também sua distribuição pela
 CLIFFORD SHAW; E área. Em termos gerais, explica o crime por meio da
 HENRY MACKAY. ecologia da cidade.

TEORIA DA ANOMIA/TEORIA ESTRUTURAL Caracteriza-se por ser teoria estrutural, pelo


FUNCIONALISTA DO DESVIO: determinismo sociológico, pela normalidade e
 ÉMILE DURKHEIM; E funcionalidade do crime e pela ideia de que a perda
 ROBERT MERTON. das referências coletivas normativas que orientam a
vida em sociedade leva ao enfraquecimento da
solidariedade social.

TEORIA DA SUBCULTURA DO DELINQUENTE: Desenvolvida a partir da obra “delinquent boys” de


ALBERT COHEN em 1955;
 ALBERT COHEN. Para COHEN, toda sociedade é internamente
diferenciada em numerosos subgrupos. Esses
subgrupos possuem maneiras de pensar e agir: que
lhe são peculiares; que as pessoas somente podem
adquirir se for um participante verdadeiro do grupo.
Essas culturas dentro das culturas são as subculturas;
Essas subculturas valorizam:
 NÃO-UTILITARISMO;
 MALÍCIA;
 NEGATIVISMO;
 VERSATILIDADE;
 HEDONISMO DE CURTO PRAZO; E
 AUTONOMIA DE GRUPO
TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL/TEORIA Segundo SUTHERLAND, as pessoas de qualquer classe
DO REFORÇO DIFERENCIAL/DA IDENTIFICAÇÃO social aprendem a conduta desviada e se associam
DIFERENCIAL/ DA NEUTRALIZAÇÃO/DO com outras pessoas tendo por base essa conduta
APRENDIZADO: desviada e se associam com outras pessoas tendo por
base essa conduta. Logo, as pessoas não interagem
 EDWIN SUTHERLAND. para aprender umas com as outras, se associam, mas
não para seguir os padrões da sociedade, e sim para
agir de modo diferente (praticando delitos). Por isso,
é associação diferencial.

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TEORIAS DO CONFLITO
 Contexto: Fim da década de 60, com os movimentos de ruptura (raciais, feministas, políticos, sociais
e greves);
 A coesão se funda na coação que alguns membros exercem sobre os outros. Com isto se determina
por meio de normas penais, a criação de dispositivos que assegurem tal ordem e, por conseguinte, o
triunfo da classe dominante;
 Cunho argumentativas ou explicativas;
 Teoria progressista; e
 Caráter definitorial da criminalidade, visto que os crimes são uns status social atribuído por meio de
processos de definição e mecanismos de reação, daqueles que tem competência para estabelece-los.
TEORIA DO ETIQUETAMENTO / LABELING Para essa teoria, para cada uma das ações desviadas
APPROACH / ROTULAÇÃO / ETIQUETAMENTO é possível encontrar inúmeras ações similares que
SOCIAL / REAÇÃO SOCIAL / INTERACIONISTA / não são rotuladas de criminosas, por não serem
INTERACIONISMO SIMBÓLICO: levadas em consideração ou por não se apresentarem
de maneira evidente como desviadas. Diante de cada
 HOWARD BECKER. fato, as instituições atuam como filtros, definindo sua
natureza. Frente às condutas humanas, portanto, as
agências formais de controle social atuam como uma
grande peneira, a separar quais devem ser
etiquetadas como criminosas e quais não merecem o
rótulo;
O controle formal é um instrumento seletivo e
discriminatório;
Abandona o paradigma etiológico (busca da causa do
crime), substituindo a procura das causas da
criminalidade por uma análise das reações das
instâncias oficiais de controle social.

TEORIA CRÍTICA: Segundo os autores críticos, há relação direta entre o


modo de produção capitalista e o funcionamento dos
 KARL MARX; modos punitivos;
 IAN TAYLOR; Para os marxistas, o crime é produto histórico,
 PAUL WALTON; patológico e contingente da sociedade capitalista. Na
 JOCK YOUNG; E ordem social, classes antagônicas se confrontam.
 ALESSANDRO BARATTA. Umas dessas classes se sobrepõem e explora a outra,
utilizando, para isso, o direito penal e a justiça. Logo,
o sistema legal é um instrumento a serviço da classe
dominante para oprimir a classe trabalhadora.

CRIMINALIDADE REAL CRIMINALIDADE CIFRAS NEGRAS/OCULTA


REVELADA/REGISTRADA/APARENTE
É a quantidade efetiva de É o percentual que chega ao A porcentagem não
crimes perpetrados pelos conhecimento do estado. comunicada ou elucidada.
delinquentes.

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CIFRAS DA CRIMINALIDADE
NEGRA: REFERE-SE À PORCENTAGEM DE CRIMES NÃO SOLUCIONADOS OU PUNIDOS, À EXISTÊNCIA DE UM
SIGNIFICATIVO NÚMERO DE INFRAÇÕES PENAIS DESCONHECIDAS OFICIALMENTE.
DOURADA: TRATA-SE DA CRIMINALIDADE COMETIDA PELAS CLASSES PRIVILEGIADAS, REFERINDO-SE
TAMBÉM A EXPRESSÃO “CRIMES DE COLARINHO BRANCO”. É UM SUBTIPO DA CIFRA NEGRA.
EX.: CRIMES DE SONEGAÇÃO FISCAL, LAVAGEM DE DINHEIRO, CRIMES ELEITORAIS, ETC.
CINZA: TRATA-SE DOS CRIMES QUE CHEGAM AO CONHECIMENTO DA AUTORIDADE POLICIAL, ENTRETANTO,
NÃO PROSPERAM NA FASE PROCESSUAL.
AMARELA: SÃO OS CRIMES COMETIDOS POR FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS, ONDE GERALMENTE A VÍTIMA
DEIXA DE DENUNCIAR O FATO ÀS AUTORIDADES COMPETENTES POR MEDO DE REPRESÁLIAS.
VERDE: DIZEM RESPEITO AOS CRIMES AMBIENTAIS QUE NÃO CHEGAM AO CONHECIMENTO DAS
AUTORIDADES.
AZUL: DIZEM RESPEITO AOS PEQUENOS CRIMES COMUNS PRATICADOS POR PESSOAS ECONOMICAMENTE
DESABASTADAS E SE VERIFICA COMO UMA ALUSÃO AOS MACACÕES AZUIS UTILIZADOS NAS FÁBRICAS DOS
EUA.
ROSA: TRATAM-SE DE CRIMES COM VIÉS HOMOFÓBICOS

MODELOS DE REAÇÃO AO DELITO


RETRIBUTIVO RESSOCIALIZADOR CONSENSUAL
Prioriza a punição do De índole humanista, enxerga a É um modelo que visa a restaurar
delinquente. A pena, além de sua pena como instrumento para a vida dos envolvidos em um fato
função retributiva, também tem ressocialização social do criminoso: vítima, infrator e
caráter preventivo, para dissuadir criminoso. Busca ir além do sociedade. Pode empregar
o agente e demais membros da caráter retributivo e preventivo mecanismos que busquem a
sociedade de seguir o caminho do das penas, a fim de reintegrar o reparação dos danos das vítimas
crime. delinquente na sociedade, (modelo restaurador) ou a
intervindo efetiva e confissão do delinquente
positivamente na vida do (modelo negociado).
condenado.

JUSTIÇA RETRIBUTIVA JUSTIÇA CONSENSUAL


O crime é ato conta a sociedade. O crime é ato que afeta o autor, vítima e a
sociedade.
O interesse na punição é público. O interesse maior é reparar o dano.
Predomina a indisponibilidade da ação penal. Predomina a disponibilidade da ação penal.
O foco é punir o infrator. O foco é reparar o dano.
Predominam as penas privativas de liberdade. Predomina a reparação do dano e das penas
alternativas à privativa de liberdade.

VITIMOLOGIA
 Idade do ouro: era de protagonismo da vítima, pois está tinha em suas mãos o comando do sistema
de vingança.
 Neutralização da vítima: a marginalização da vítima com o monopólio para aplicação da lei nas
mãos do estado.
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 Redescobrimento da vítima: a figura da vítima que volta a ser objeto de preocupação do sistema
penal, quando a vitimologia conquista a atenção dos criminólogos.
 Teoria clássica ou tradicional:
 A responsabilidade pela origem da infração penal é transferida para a vítima;
 Ocorre o fenômeno da revitimização: a vítima será duplamente vitimizada;
 Será sujeito passivo do crime;
 Terá a responsabilidade atribuída a si pela origem da infração.
 Teoria solidarista ou humanista:
 Reparte com a vítima o trauma do crime;
 Reafirma todos os direitos e garantias da vítima
 Justiça retributiva:
 O crime é ato contra a sociedade;
 O interesse na punição é público;
 Predomina a indisponibilidade da ação penal;
 O foco é punir o infrator;
 Predominam as penas privativas de liberdade
 Justiça restaurativa:
 O crime é ato que afeta:
 Autor;
 Vítima;
 Sociedade
 O interesse maior é reparar o dano;
 Predomina a disponibilidade da ação penal;
 O foco é reparar o dano; e
 Predomina a reparação do dano e das penas alternativas à privativa de liberdade.
Classificação das vítimas
BENJAMIN MENDELSOHN:
 Vítima completamente inocente ou vítima ideal: tratam-se das vítimas completamente inocentes,
que não apresentam participação ou sua participação é insignificante na produção do resultado.
 Vítima menos culpada do que o delinquente ou vítima por ignorância: consistem na vítima ex
igno-rantia, que, por negligência, colaboram para a ocorrência do crime.
 Vítima tão culpada quanto o delinquente: tratam-se de vítimas cuja participação é essencial para
a prática do crime. Ex.: torpeza bilateral no crime de estelionato.
 Vítima mais culpada que o delinquente ou vítima provocadora: tratam-se de vítimas
provocadoras que dão causa à infração penal.
 Vítima como única culpada ou pseudo: tratam-se de vítimas agressoras, simuladas ou imaginárias.
SINTETIZADA:
 Vítima inocente;
 Vítima provocadora;
 Vítima agressora
HANS VON HENTIG:
 Indivíduo sucessivamente criminoso-vítima-criminoso;
 Indivíduo simultaneamente criminoso-vítima-criminoso;
 Criminoso-vítima
LUIZ JIMÉNEZ DE ASÚA:
 vítima indiferente ou indeterminada;
 Vítima determinada;
GUGLIELMO GULOTTA:
 vítimas falsas:
 Simulada;
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 Imaginária
 vítimas reais:
 Fungíveis:
 Acidentais;
 Indiscriminadas
 Não fungíveis:
 Imprudentes;
 Alternativas;
 Provocadoras;
 Voluntárias
ELIAS NEUMAN:
 Vítimas individuais:
 Sem atitude vitimal;
 Com atitude culposa;
 Com atitude vitimal dolosa
 Vítimas familiares;
 Vítimas coletivas:
 A comunidade como nação;
 A comunidade social;
 Grupos comunitários atingidos pelo sistema penal;
 Da sociedade ou do sistema social;
Processos de vitimização
 Primária: indivíduo sofre direta ou indiretamente os efeitos materiais ou psíquicos do crime.
 Secundária: sofrimento adicional da vítima derivado do contato com as instâncias formais de
controle social:
 Polícia;
 Mp; e
 Judiciário.
 Terciária: custo adicional sofrido pela vítima pelo contato com as instâncias informais de controle
social:
 Familiares;
 Integrantes da sociedade
Vitimização
 Indireta: consiste no sofrimento de pessoas ligadas à vítima do delito.
 Difusa: inexistência de vítima determinada, sendo a própria coletividade atingida pelo delito.
 Heterovitimização: corresponde à “autorecriminação da vítima” pelo crime, que busca razões que
poderiam responsabilizá-la pela prática delituosa.
 Vitimodogmática: é o estudo da contribuição da vítima na ocorrência do crime de modo que essa
influência no evento delitivo possa repercutir na dosimetria da pena.

SÍNDROMES
DA MULHER DE POTIFAR: a mulher que, rejeitada afetivamente, imputa falsamente a quem a ignorou o
delito de estupro ou outra conduta ofensiva à dignidade sexual
DE ESTOCOLMO: fenômeno em que a vítima de um sequestro passa a ter uma relação de afinidade com
o criminoso, seu algoz.
DE LONDRES: a vítima, geralmente em posição de refém, passa a discordar do se algoz e a discutir com
ele.
DE OTELO: fenômeno em que a pessoa sofre com delírio de que a parceira é infiel, podendo levar à prática
de atos graves como o homicídio.

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DE DOM CASMURRO: fenômeno em que a pessoa sofre com um quadro mental paranoico, em que
acredita naquilo que desconfia mesmo sem evidências, e passa a procurar provas para confirmar sua
suspeita descabida.

CRMINOLOGIA CULTURAL
 É uma abordagem teórica desenvolvida nos estados unidos e no reino unido na década de 90;
 Iniciou-se com os estudos de JEFF FERREL, CLINTON SANDEM, KEITH HAYWARD, MIKE PRESDEE E
JOCK YOUNG;
 Compreende o crime e as agências de controle como produtos culturais;
 A cultura é fluída, logo, sujeita a constantes transformações, de modo que o crime e a repressão ao
delito são processos culturais, cujo significado é construído a partir de um simbolismo compartilhado
e de uma interpretação coletiva;
 sustenta a doção de uma metodologia de aproximação do pesquisador com o crime e com o controle
social, tendo por principais métodos a etnografia e a observação participante;
 Abordagem interdisciplinar;
 Mídia e redes sociais ostentam grande impacto na construção da imagem do crime;
 De acordo com SHECAIRA, essa vertente sustenta ser necessária uma consciência crítica da dinâmica
cultural das sociedades modernas, buscando entender as formas pelas quais o poder é exercido e
resistido entre a interação de criação de regras, violação de regras e representação;
 a criminologia cultural não está restrita à análise do crime e da justiça criminal, abarcando também o
que o crime representa na mídia, desvios não criminalizados de políticos, da elite financeira, exploração
pela mídia de desvios emocionais de vítimas de crime, etc.

CRIMINOLOGIA FEMINISTA
 Surge na década de 70, no reino unido, como forma de reação ao funcionamento sexista do sistema
penal e das violências sofridas por mulheres, sobretudo no ambiente doméstico e familiar.;
 As proposições para uma criminologia feminista têm como ponto de partida as mulheres e as teorias
de gênero, incluindo a relação com indicadores de raça, classe idade, dentre outros, situando o estudo
do crime e da justiça criminal em uma complexa compreensão de que o corpo social é formado por
relações de gênero;
 Violência simbólica ou cultura homofóbica: construção social de discursos de inferiorização da
diversidade sexual e orientação de gênero;
 A criminologia nasceu como um discurso de homens e para homens, sendo que essa perspectiva
feminista muda a forma de pensar sobre os processos de criminalização e vitimização, abordando
aspectos atrelados ao gênero;
 Para a criminologia feminista:
 O gênero é um produto histórico, social e cultural que estrutura a vida e as instituições sociais;
 As relações de gênero e as construções de masculinidade e feminilidade se baseiam na
superioridade masculina e na dominação econômica, social e política das mulheres;
 Produção de conhecimento é reflexo da visão masculina do mundo;
 Defende a centralização das mulheres nas pesquisas intelectuais;
 A perspectiva feminista da criminologia contempla duas vertentes:
 Epistemológica: questiona a definição do objeto de estudo e as formas de inquirição da realidade.
 Analítica: apresenta proposições analíticas sobre os temas centrais da criminologia, formando a
introdução de novas questões em sua agenda teórica e política.

CRIMINOLOGIA QUEER
 Nasce nos EUA, no fim da década de 80, como uma vertente da criminologia crítica;
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 Tem por intuito mapear as formas de controle a que estão sujeitos os indivíduos, notadamente no que
diz respeito ao gênero e à sexualidade;
 A noção de sexualidade seria uma construção social e histórica, em contraposição aos estudos
sociológicos sobre as minorias sexuais. Sustenta a instabilidade e a indeterminação de as identidades
“generificadas” e sexuadas;
 Visam desconstruir a hierarquia estabelecida entre hetero e homossexualidade;
 De acordo com essa vertente criminológica, as culturas heteromoralizadoras e heteronormalizadoras
dão ensejo a três formas de violência homofóbica:
 Violência simbólica ou cultura homofóbica: construção social de discursos de inferiorização da
diversidade sexual e orientação de gênero;
 Violência institucional ou homofobia de estado: controle social formal sobre o comportamento
desviante a partir dos processos de criminalização e patologização (psiquiatra);
 Violência interpessoal ou homofobia individual: tentativa de anulação da diversidade por meio de
atos de violência.

MOVIMENTOS IDEOLÓGICOS E TEMAS ESPECIAIS


TERCEIRA ESCOLA
 Tentou conciliar preceitos da escola clássica e da escola positiva;
 Principais autores:
 GIUSEPPE IMPALLOMENI;
 MANUEL CARNEVALE; E
 BERNARDINO ALIMENA
 Luta contra a criminalidade por meio de reforma social do estado;
 Pena com caráter aflitivo e função de defesa social;
 Distinção entre imputáveis e inimputáveis;
 Crime como fenômeno social e individual
NOVA DEFESA SOCIAL
 Principais autores:
 MARC ANCEL;
 FILIPPO GRAMATICA; E
 ADOLPHE PRINS
 O delinquente deveria ser educado para assumir sua responsabilidade com a sociedade,
possibilitando assim o convívio pacífico de todos;
 Deve-se proteger a sociedade das ações delituosas em vez de punir o criminoso. O principal é
neutralizar a periculosidade do delinquente.
GARANTISMO PENAL
 Autor:
 LUIGI FERRAJOLI
 Teoria: deve-se proteger a sociedade das ações delituosas em vez de punir o criminoso, o principal é
neutralizar a periculosidade do delinquente. Ele criou um modelo que busca a mínima intervenção
penal com as máximas garantias. Logo, visa ao máximo grau de racionalidade e de limitação do poder
punitivo do estado, tutelando a pessoa humana contra arbitrariedades.
DIREITO PENAL DE EMERGÊNCIA OU DIREITO PENAL SIMBÓLICO:
 Autor:
 LUIGI FERRAJOLI
 Teoria: a atuação estatal tem cunho populista e considera exclusivamente o medo da população. Dá
guarida a anseios imediatistas, oferecendo falsas soluções e atuando em conformidade com as
pressões sociais sem nem mesmo se ater à verificação de sua eficácia como meio de prevenção do
crime.
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 Direito penal do autor e direito penal do fato: em razão do princípio da materialização do fato ou
princípio da responsabilidade pelo fato, o estado só pode incriminar condutas humanas voluntárias,
ou seja, fatos, e nunca pensamentos ou estilos de vida. Esse postulado consagra o direito penal do
fato, o oposto de direito penal do autor.
DIREITO PENAL DO INIMIGO
 Autor:
 GÜNTHER JAKOBS
 Teoria: defende a flexibilização ou eliminação de direitos e garantias individuais para aqueles que
reiteradamente praticam crimes. Logo, preocupa-se com o perfil do criminoso e não com o ato por ele
praticado. A pena visa a eliminação ou inutilização do criminoso.
 Cenário da bomba-relógio: quando os criminosos são capturados e ficam em poder das autoridades,
questiona-se a possibilidade e utilização de tortura para que se possa descobrir onde as bombas teriam
sido colocadas.
 Teoria dos testículos despedaçados: decorre da maior repressão estatal das infrações de menor
potencial ofensivo. Baseia-se na experiência policial e sustenta que os autores de delitos de menor
gravidade, quando perseguidos com eficácia pelos policiais, em regra se dão por derrotados e migram
para locais distintos a fim de continuar violando a lei penal sem serem incomodados pelos agentes
estatais.

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