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PANCREATITE AGUDA
É um processo inflamatório agudo do pâncreas. Pode envolver também outros tecidos, órgãos ou sistemas que estão a
distância. O pâncreas se localiza ao nível do arco duodenal.
A pancreatite aguda, segundo a Classificação de Atlanta 1992, é dividida
em 2 grupos:
Pancreatite Aguda Leve/Intersticial:
▪ Até 90% dos casos, com 2% de mortalidade - baixa
▪ Doença restrita ao pâncreas, é auto-limitada, voltando
completamente a função normal do pâncreas.
▪ Evolução clínica e laboratorial favorável
Pancreatite Aguda Grave/Necrosante:
▪ Doença sistêmica grave
▪ Necrose pancreática ou peripancreática
▪ Ocorre disseminação generalizada das enzimas
▪ Evolui frequentemente para falência do órgão
▪ Complicações locais como necrose infectada, pseudocisto e abcesso pancreático
Diagnóstico de Pancreatite Aguda:
O diagnostico deve ser estabelecido dentro das 48 horas de admissão do paciente, sendo:
Abcesso Pancreático:
✓ Pseudocisto de pâncreas infectado
✓ É uma coleção intra-abdominal de pus circunscrita, geralmente próxima ao pâncreas, com pouca ou nenhuma
necrose
✓ Decorre de uma pancreatite aguda ou de um trauma
✓ Surge normalmente 4 semanas após o inicio da pancreatite aguda.
Ultrassom:
• Melhor exame radiológico para o diagnóstico de Pancreatite Aguda, sendo que as carcterísticas visualizadas
são: Aumento do volume pancreático, Heterogeneidade do parênquima, Borramento dos tecidos
peripancreáticos e Coleções liquidas peripancreáticas.
• Contraste venoso é capaz de identificar a necrose do pâncreas
• Consegue esclarecer a natureza da pancreatite
• A realização da TC é recomendada em casos de diagnóstico questionável, insuficiência orgânica persistente,
sinais de sepse ou deterioração clínica 48h após a admissão do paciente.
Colangiopancreatografia endoscópica por Ressonência Magnética:
• Contraste injetado de baixo para cima, consegue desenhar a via biliar e o ducto pancreático/Wirsung.
• Permite papilotomia e retirada de cálculo, ou seja, a Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada é
um método diagnóstico e terapêutico.
Infecções e Parasitoses:
✓ Parotidite epidêmica / caxumba: benigna, com dor abdominal, náuseas, vômitos, hiperamilasemia pode ser
por decorrência da parotidite.
✓ Febre tifoide, escarlatina (ascaris lumbricoides), varicela
✓ Hepatite A
✓ AIDS: pior prognóstico se tiver associação com Citomegalovírus
Traumas:
✓ Principalmente trauma abdominal fechado, como acidente automobilísticos.
Pâncreas Divisum:
✓ É um erro no desenvolvimento embrionário caracterizado por falha de fusão dos brotos pancreáticos dorsal
e ventral, causando inversão dos fluxos entre os ductos, presente em 3 a 10% da população
✓ O ducto pancreático principal drena pela papila duodenal maior apenas pequena porção inferior e posterior
da glândula pancreática
✓ O ducto pancreático secundário drena todo o restante do órgão pela papila duodenal menor.
✓ O que ocorre é uma inversão de papeis do ducto pancreático principal e do secundário, já que naturalmente
o ducto pancreático principal que é o responsável por drenar a maior parte da secreção pancreática, e no
ducto secundário que é menor, drena uma pequena porção de secreção.
✓ A identificação dessa troca de funções entre os ductos pode ser vista através da Colangiopancreatografia
endoscópica retrógrada e Colangiopancreatografia endoscópica por RM.
PCER e Papilotomias:
✓ Procedimentos com alta manipulação das papilas podem desencadear processos inflamatórios.
Tumores:
✓ Câncer de papila pode obstruir e causar pancreatite aguda.
Alterações metabólicas:
✓ Dislipidemia, hipertrigliceridemia, síndrome metabólica.
✓ O aumento significativo do triglicerídeo sérico pode causar um processo inflamatório do pâncreas.
✓ Pode ocorrer a situação inversa também, em que o paciente com perfil lipídico normal, em decorrência da
gravidade da inflamação do pâncreas, sofre elevação dos triglicerídeos séricos, sendo essa situação um
diagnóstico diferencial de pancreatite causada por dislipidemia, onde é identificado quadro de pancreatite,
porém o paciente apresentava perfil lipídico normal.
Թ Escore de Ranson:
Mais tradicional, tem como desvantagem necessitar de 48h de observação para que seja definida a pontuação
final do paciente.
A desvantagem do escore de Ranson é a necessidade de se esperar 48h para fechar a pontuação exata.
Caso a soma dos dados de admissão + próximas 48 horas, for maior que 6, o paciente é considerado grave.
Próximas 48 horas:
Admissão:
Queda do Hematócrito maior de 10%
Idade maior de 55 anos
Aumento do BNU maior de 5%
Leucocitose maior de 16.000
Calcemia menor de 8mg %
Glicemia maior de 200mg
PO2 menor de 60mmHg
DLH maior de 350 UI/I
Déficit de base maior de 4mEq/l
TGO maior de 250 U
Sequestro líquido maior de 6000ml
Թ APACHE II:
Equivalente aos demais escores prognósticos, com a vantagem de permitir a avaliação seriada dos pacientes,
embora seja mais trabalhoso para fazer seu calculado.
É a escala usada em UTI
Թ Escore de Balthazar Ranson:
Baseia-se nos achados de tomografia para que se determinar a gravidade. A pontuação total é maior ou igual
a 6, definindo pancreatite aguda grave, sendo que a pontuação maior é de 10.
Controle da dor
• Cloridrato de tramadol 50 a 100mg de 6 / 6 horas EV
• Cloridrato de buprenorfina 0,3mg de 6 / 6 horas IM
• Evitar morfina por causar espasmo do esfíncter de Oddi
Reposição de volume
Suporte nutricional - com diminuição de lipase, amilase e dor, pode começar a nutrição sem gordura.
OBS: existem situações de pancreatite necrotizante extensa e grave, onde o paciente precisa de repouso prolongado
da glândula, com jejum de uma ou duas semanas, assim pode usar de sonda nasoenteral com dieta enteral hidrolisada,
a qual não estimula a secreção pancreática, nutrindo o paciente e repousando o pâncreas em recuperação. A
manutenção da nutrição é importante para manter a flora correta no local correto do intestino, sem que haja migração
das bactérias da flora para outros locais, como por exemplo na região da necrose pancreática, agravando o quadro.
A nutrição parenteral na pancreatite aguda grave é feita quando o intestino não pode ser usado, como íleo distendido,
sem trânsito intestinal, sendo necessário nutrição por veia / parenteral, sendo os componentes como proteínas em
forma de AA, e outros macronutrientes já digeridos.
PANCREATITE CRÔNICA
Consiste em uma reação inflamatória crônica do pâncreas com degeneração fibrótica irreversível que acaba
mitigando a função pancreática endócrina e exócrina. É comum pacientes que apresentam pancreatite crônica
passarem por estágios de agudização da doença. É mais predominante em homens na faixa dos 30-40 anos. Ocorre
substituição progressiva e irreversível do parênquima pancreático normal por tecido fibroso.
Pancreatite calcificante crônica – típica do etilista – cerca de 5-10% dos etilistas desenvolvem pancreatite crônica. É
caracterizada por tampões de proteína que se depositam no ducto de Wirsung e obstruem a passagem do suco
pancreático.
Ocorre fibrose e dilatação dos ductos pelo álcool e seus metabólitos produzirem estresse oxidativo e metabólico que
provoca lesões acinares e fibrose. Acredita-se que o álcool tenha um efeito litogênico por redução da litostina, ao
induzir o pâncreas a produzir uma secreção mais concentrada em proteínas como a tripsina, e menos concentrada
de bicarbonato, contribuindo para que ocorra formação de precipitados de proteínas que calcificam e formam
cálculos, lesionando parênquima e ductos. Ocorre deposição de cálcio e rolhas proteicas dentro dos ductos, o que
se traduz em dilatação ou estenose.
Pode cursar com uma isquemia tissular gerada pela dilatação do tecido, assim como o próprio efeito tóxico e oxidante
do álcool. Outro efeito do álcool é o estimulo das células estreladas do pâncreas, provocando uma cascata
inflamatória oxidativa que auxilia na progressão da fibrose. É comum em pacientes alcoólatras a desnutrição proteica,
em especial de vitaminas antioxidantes como hipovitaminose A e C, o que agrava o curso da doença.
Pancreatite obstrutiva crônica – é mais rara, estando vinculada ao adenocarcinoma de pâncreas e ao pâncreas
divisum (falha na fusão dos brotos ventral e dorsal que resulta numa drenagem de uma pequena parte do pâncreas
pelo ducto de Wirsung / principal e uma grande parte do pâncreas pelo ducto acessório.
Pancreatite inflamatória crônica – decorre de estados inflamatórios sistêmicos crônicos, como na doença de Sjogren.
Pancreatite crônica autoimune – mais frequente na população oriental, está associada ao aumento da quantidade
de IgG4, FAN, anticorpo antilactoferrina, alguns HLAs específicos. Existe uma associação com outras doenças
autoimunes do trato gastrointestinal.
Pancreatite crônica hereditária – causa rara de pancreatite, ocorre em pacientes geralmente sem fatores de risco –
exceto história familiar positiva. Há um risco aumentado de adenocarcinoma de pâncreas.
Pancreatite crônica idiopática – Engloba cerca de 10-30% que não conseguem ter uma causa definida para sua
pancreatite. Acomete pacientes na faixa dos 10-20 e 50-60 anos. Acredita-se que possa decorrer de uma
hipersensibilidade ao etanol, mutações oligossintomáticas do gene CRTF (causador da fibrose cística) ou disfunção
do esfíncter de Oddi.
A tríade clássica de esteatorréia, diabetes mellitus e calcificações ocorrem em apenas 30% dos pacientes. A dor
abdominal é o sintoma mais prevalente da doença, geralmente em epigastro com irradiação para quadrante superior
direito ou esquerdo. Geralmente tem caráter intermitente com períodos de acalma – o paciente pode adotar posturas
antálgicas como sentado, inclinação do tronco para anterior ou cócoras. A alimentação pode precipitar a dor, com
um quadro semelhante à angina mesentérica. Acredita-se que durante a secreção pancreática ocorra um aumento
da secreção pancreática e como há um grau de comprometimento do ducto, ocorre um aumento da pressão
intersticial. Esses pacientes também possuem um comprometimento nervoso do perineuro, exacerbando ainda mais
a dor.
A dor que esses pacientes sentem podem levar a quadros de desnutrição pela impossibilidade de adequada
alimentação. Como existe a chance desses pacientes cursarem com dano à função endócrina, esses pacientes podem
cursar com diabetes mellitus quando comprometimento funcional do pâncreas endócrino acima dos 80%. A
esteatorréia decorre em estágios tardios da doença causada pela insuficiência exócrina do pâncreas – o paciente
perde a atividade da lipase, fazendo com que os triglicerídeos sejam perdidos nas fezes sem que haja digestão e
absorção. Vale lembrar que a reserva funcional do pâncreas é muito grande, logo para o paciente apresentar
esteatorréia o comprometimento deve ser muito grande. Esses pacientes frequentemente cursam com
hipovitaminose A,D,E e K.
Achados laboratoriais
Os exames laboratoriais clássicos da pancreatite aguda como elevação da amilase e lipase não ocorrem na fase crônica
da doença. Somente em cerca de 30% dos quadros crônico-agudizados ocorre elevação dessas enzimas. À medida que
a doença avança, ocorre uma diminuição dos níveis séricos dessas enzimas, uma vez que a função pancreática vai se
deteriorando.
Tomografia computadorizada
A TC é um exame bastante eficiente na detecção de calcificação e avaliação da integridade pancreática. Consegue-se
visualizar o ducto pancreático, assim como possíveis dilatações, tortuosidades.
Teste da secretina
É o teste mais sensível e específico para avaliar a função pancreática nesses pacientes. Consiste numa prova
estimuladora da função exócrina onde o suco pancreático é coletado e analisado bioquimicamente. Com base na
quantidade das enzimas presentes, consegue-se “estadiar” o quão avançado está a doença.
Colangiopancreatografia por RM
Casos que não possuem expectativa de tratamento endoscópico podem ser
beneficiar do diagnóstico “menos invasivo” por meio da RM. É útil para
avaliar a via biliar, tendo maior aplicabilidade na investigação de litíase biliar
e planejamento operatório de colecistectomias.
Tratamento da pancreatite crônica
Classificação de diarreia :
✓ Diarreia Aguda: até 14 dias
✓ Diarreia Crônica: após 30 dias, a qual pode ser subdividida em crônica contínua e crônica recorrente.
✓ Diarreia Alta: da boca ao íleo terminal, apresenta grande volume, pequeno número de evacuações, e com
restos alimentares. Lembrando que pode ser pré epitelial- epitelial ou pós epitelial.
✓ Diarreia Baixa: cólons, reto e ânus, pequeno volume, número grande de evacuações. O paciente relata urgência
em evacuar = puxo, e vontade de ir constantemente ao banheiro = tenesmo. Assim paciente que possui puxo e
tenesmo é característico de diarreia baixa.
✓ Diarreia osmótica: solutos não absorvíveis na luz intestinal, como carboidratos fermentáveis, lactose, sendo
hiperosmolar, dessa maneira o liquido se dirige para a luz intestinal e provoca diarreia.
✓ Diarreia exsudativa: exsudação de proteínas, sangue, muco ou pus de áreas inflamadas para a luz do intestino,
considerada uma diarreia inflamatória.
✓ Diarreia motora: resulta da aceleração do trânsito intestinal ou diminuição da peristalse, alterando a motilidade
e a microbiota. Tem como exemplo a Síndrome do Intestino Irritável, a qual é relacionada a mudança na
motilidade.
Fezes aquosas
Aspectos das Fezes Fezes Gordurosas
Fezes Sanguinolentas
Investigação da Diarreia:
▪ Diagnóstico Sindrômico: aguda, crônica e prolongada
▪ Diagnóstico Topográfico: alta, baixa, pré epitelial, epitelial (com lesão de enterócito) ou pós epitelial
▪ Diagnóstico Etiológico
Pâncreas= insuficiência pancreática causada por pancreatite crônica. Outras causas como calcificações pancreáticas
as quais são vistas por RX simples de abdome. Por falta de enzima ocorre esteatorréia com gordura nas fezes.
Os mecanismos para elucidação da diarreia alta pré epitelial de origem pancreática podem ser feitos por:
determinação da gordura fecal, RX simples de abdome com calcificações, colangiopancreatografia endoscópica, US
de abdômen, TC de abdômen, RM de abdome e dosagem de eletrólitos no suor para a mucovisidose, doença que
causa insuficiência pancreática.
Alça estagnante, como em alteração de supercrescimento bacteriano intestinal dentro de uma alça que não possui
motilidade normal, causando disbiose, fermentação e diarreia com gordura, mal absorção de vitamina B12. É comum
também na síndrome do intestino irritável.
Esclerodermia: relacionada às pré epiteliais, causa dilatação das alças intestinais, com atonia de alças e distensão
abdominal. Essa atonia e dilatação da alça provoca disbiose, com alteração da microbiota, provocando diarreia
crônica. O tratamento deve enfocar a doença de base, uso de Antibióticos e Probióticos para melhora da disbiose
e distensão abdominal.
֍ Defeitos não seletivos: parasitoses, doença celíaca, enteropatia nutricional e defeitos imunes. É não seletivo com
relação a absorção dos nutrientes, ou seja, ocorre lesão epitelial que prejudica a absorção de proteínas,
carboidratos, lipídeos, já que a lesão epitelial causa atrofia da vilosidade, provocando desnutrição de macro e
micronutrientes.
Parasitoses: como Giardíase, compromete a absorção intestinal quando em infecções maciças. O diagnóstico pode
ser feito por exames parasitológicos de fezes, suco duodenal, biopsia peroral do intestino delgado, exame fragmento
lâmina e dosagem de anticorpos.
Doença Celíaca: diarreia crônica alta (intestino delgado) com grande número de fezes com pequeno volume de
evacuação, é uma lesão epitelial pela lesão acometer o enterócito, ocorre atrofia das vilosidades causando má
absorção, com esteatorreia, já que a gordura não é absorvida, diferente da pancreatite crônica, onde a gordura não
é digerida. No caso da doença celíaca o problema está na não absorção dessa gordura em razão do defeito na
vilosidade intestinal que está atrofiada. No diagnóstico, deve ser feita a dosagem dos Anticorpos Antigliadina,
Antiendomísio IgA e Anti Transglutaminase tecidual IgA, e outra maneira é a biópsia intestinal, na 2ª porção do
duodeno, a qual demonstra atrofia das vilosidades.
Desnutrição: mais comum a do tipo Marasmo, a qual tem perda de todos os grupos nutricionais. A escassez de
alimento provoca atrofia das vilosidades intestinais.
֍ Defeitos seletivos: intolerância a dissacarídeos, má absorção de B12. A falta de uma enzima da mucosa
intestinal, como por exemplo a deficiência de lactase que impossibilita a absorção de lactose, porém os outros
nutrientes são absorvidos normalmente como gorduras e proteínas, sendo por isso um defeito seletivo. Outro
exemplo é a deficiência do fator intrínseco, não havendo absorção de vitamina B12 no íleo terminal. O defeito
nesse tipo é bioquímico, já que a vilosidade está integra.
Intolerância a hidratos de carbono: costuma provocar diarreias osmóticas, com gases, diarreias fermentativas. pH
fecal torna-se ácido, não há absorção de lactose. Pode ser investigada através de dosagens enzimáticas, testes
respiratórios e biópsia peroral de intestino delgado.
֍ Déficit de área absorvente: enterectomias, fístulas e intestino curto. Quando ocorre ressecção de determinado
segmento do intestino, diminuindo a área de superfície para absorção. As fistulas desviam o alimento de
segmentos altos já para segmentos mais baixos, diminuindo o trajeto e o tempo de absorção que deveria acontecer
normalmente. Para diagnóstico, é feito RX do transito intestinal e exames laboratoriais para carências.
֍ Defeitos na lâmina própria: tuberculose intestinal, linfoma, doença de Crohn (transmural), colagenoses, doença
de Whipple
֍ Com comprometimento sistêmico: Doenças inflamatórias intestinais, endocrinopatias, DM, Doença de Crohn.
É causada por doença orgânica, a qual causa emagrecimento, desnutrição, atividade inflamatória aumentada,
sendo evidenciada em exames como PCR.
֍ Sem comprometimento sistêmico: pólipos, doença diverticular do cólon, parasitoses, pós irradiação.
HEMORRAGIA DIGESTIVA
A hemorragia digestiva pode ser dividida em:
Alta: esôfago, estômago, duodeno até o ângulo de Treitz. Pode apresentar Hematêmese, Melena ou Oculta.
Baixa: intestino delgado a partir do ângulo de Treitz, cólon, reto e anus. Apresenta Enterorragia ou
Hematoquesia, e também pode ser Oculta.
• Pequena
• Moderada
• Severa
Manejo Clínico Inicial da Hemorragia Digestiva:
É fundamental um correto acesso venoso, de preferência calibroso. Deve-se verificar a necessidade de reposição
volêmica, drogas vasoativas. O paciente deve permanecer em jejum pela chance de necessitar de endoscopia,
colonoscopia.
Anamnese, exames laboratoriais com Volume Globular, Hemoglobina, Endoscopia são fundamentais no
atendimento do paciente com hemorragia digestiva, porém a manutenção do volume desse paciente através de um
acesso venoso calibroso com solução salina deve ser feito já na entrada do paciente ao atendimento, para equilibrar
a hemodinâmica através da reposição volêmica.
A sonda nasogástrica é usada quando o paciente perde a consciência e tem alto risco de broncoaspiração, e quando
necessário deve-se fazer um preparo intestinal para facilitar exames endoscópicos.
O sangue na luz do tubo digestivo funciona como laxante, assim o paciente que possui hematêmese, comumente
também apresenta melena, já que o sangue no intestino, ativa o movimento intestinal, apresentando melena. Nesse
caso, é importante fazer o diagnóstico diferencial com hemoptise.
Ulcerosa
Varicosa – hipertensão portal
Úlcera duodenal
Varizes esofágicas
Ulcera gástrica
Lesão aguda de mucosa
Mallory Weiss – vômitos normais e frequentes, os quais pelo esforço, causam laceração da junção esôfago
gástrica, causando hematêmese, comum com excesso de bebida alcoólica.
Neoplasias
Esofagite
Ulcera de anastomose
Obs:
O sangramento causado por úlcera, nos últimos tempos, tem caído de frequência, isso porque a principal causa de
úlcera que é o H.pylori, é bastante erradicada e com tratamento difundido atualmente, assim com a eliminação do
patógeno, não existe mais úlcera, sem recidivas ou complicações, e assim menos sangramentos por úlcera.
Antinflamatórios:
Endoscopia – permite diagnóstico e também terapêutica. Casos onde não foi encontrada a causa do
sangramento na endoscopia normal, pode se tratar de um sangramento em intestino delgado, dessa
maneira, como o endoscópio não chega facilmente às ultimas porções do intestino delgado, mais
posteriormente ao íleo terminal, deve ser usada a Cápsula Endoscópica.
Existem soluções que são usadas na terapia através de injeção nas úlceras hemorrágicas:
Cápsula Endoscópica: usada quando a origem do sangramento é posterior ao íleo terminal, no intestino
delgado, onde o endoscópio possui dificuldade para visualizar. É feita em casos de pacientes com anemia,
sangramento oculto em fezes e com endoscopia alta e baixa/colonoscopia normais.
A cápsula endoscópica tem melhor resultado em sangramentos ativos, não é terapêutica, faz diagnóstico em
até 70% dos casos. É contraindicada em: pseudo obstrução, obstrução, gastroparesia e gestação.
Enteroscopia de duplo balão: o exame completo precisa das vias anterógrada e retrógrada. Possui tempo
médio de 78 minutos, consegue identificar o foco de sangramento em até 80% dos casos. É considerado
um procedimento agressivo, em que é necessário anestesia geral do paciente. É restrito a indicações, como
pacientes com endoscopia e colonoscopia normais, e é necessário exame para avaliar intestino delgado,
sendo que quando não é possível usar a capsula endoscópica ou necessitando de uma visualização mais
próxima, é feita a enteroscopia de duplo balão.
Cintilografia: as hemácias são marcadas com tecnécio 99, identificando o ponto onde estão sendo liberadas
no trato gastrintestinal. Consegue identificar sangramento ativo com vasão de até 0,1ml/min. Sua
sensibilidade para sangramento ativo chega a 90%, pode apresentar falsa localização do problema em 60%
dos casos. A cintilografia consegue localizar a região, porém não o local específico do sangramento. Não é
um exame terapêutico, apenas para visualização diagnóstica.
Angiografia: permite observação de tronco celíaco, mesentérica superior e inferior, identificando o ponto
do sangramento, podendo fazer embolização ou outros mecanismos para cessar o sangramento. Usada em
pacientes chocados de pronto socorro. A angiografia consegue localizar o sangramento e fazer o
tratamento terapêutico. A angiografia é menos sensível que a cintilografia, sendo também mais invasiva e
com complicações. É usada em sangramentos maiores de 0,5ml/min.
Na terapêutica, é feito infusão de Inibidor de Bomba de Próton, o qual eleva o pH do estomago, o tornando alcalino
e diminuindo a acidez. A 1ª fase da formação do coágulo é a agregação plaquetária, assim pH elevado facilita a
agregação plaquetária. Esse IBP pode ser colocado no soro de forma continua nas primeiras 24 a 48horas para que o
sangramento da seja controlado. Posteriormente, o IBP passa para uso intermitente e depois via oral.
Tratamento Endoscópico Mecânico – Endoclips: faz o clipe do coto sangrante, o clip é colocado
internamente ao endoscópio, e durante a endoscopia, é possível fazer a terapêutica que cesse o
sangramento. Feito em casos de Forrest IA – jato, e também funciona para diminuir o ressangramento do
coto vascular.
֍ Esclerose: nos cordões varicosos, injeta-se Etamolim que é esclerosante. É um procedimento que pode causar
sangramento após punção, ulcerações pós esclerose, assim possuía muitas complicações.
Pacientes que estejam fazendo uso de Beta Bloqueadores como propranolol e Nadolol, é fundamental que se
pause o tratamento em caso de varizes de esôfago ou úlceras que causaram hemorragia digestiva, deve ser
parado o tratamento com esses medicamentos, sendo que retorna somente depois de parado o sangramento.
֍ TIPS – Schunt trans jugular porto sistêmico intra hepático. É um método de radiologia intervencionista,
diminuindo o volume de sangue do sistema porta.
Etiopatiopatogenia:
De ambas doenças, é multifatorial. Possui relação com sistema imunológico, fatores microbianos, ambientais e
genéticos.
Acomete
até o Ceco.
Manifestações Clínicas da Retocolite Ulcerativa:
✓ Atinge mucosa e submucosa
✓ Acomete as porções de maneira contínua
✓ Afeta reto e cólon, somente intestino grosso
✓ Diarreia mucopiosanguinolenta
✓ Dor abdominal
✓ Anemia
✓ Inapetência
✓ Emagrecimento Classificação da RCU quanto à extensão - Montreal
✓ Febre CLASSIFICAÇÃO EXTENSÃO
E1: proctite ulcerativa Envolvimento limitado ao reto
E2: colite ulcerativa (colite distal) Envolve até a flexura esplênica
E3: colite ulcerativa Envolve próximo à flexura esplênica
As manifestações clínicas da RCU variam conforme:
✓ Gravidade do surto
✓ Evolução clinica, se é fulminante, crônica continua ou crônica intermitente
✓ Extensão da doença
✓ Perfuração
Mortalidade de 50%
O tratamento é ressecção, colectomia total ou ileostomia terminal
✓ Câncer colorretal
✓ Enterorragia grave
Tratamento Cirúrgico da Retocolite Ulcerativa:
Indicações de:
Urgência:
✓ Hemorragia maciça
✓ Obstrução
✓ Perfuração
✓ Megacolon tóxico
Eletiva:
✓ Instabilidade clínica
✓ Risco de câncer colorretal
✓ Retardo no crescimento
▪ Desvantagens:
✓ É uma técnica complexa
✓ Precisa de bolsite
✓ Perfurações
Ressecções
✓ Estenoses
Dor, distenção, vômitos, emagrecimento
Ressecções, enteroplastia, tratamento endoscópico, os medicamentos não funcionam em fibrose
✓ Fistulas
Externas , deve-se fazer ressecção + curetagem
Internas, deve-se usar imunobiológicos ou observação
✓ Obstrução intestinal
Intestino delgado
Jejum + hidratação + antibiótico
Cirurgia em casos de não resposta ao tratamento medicamentoso
Indicações: 80% dos pacientes precisam de tratamento cirúrgico, sendo que podem ser:
Urgência:
Obstrução intestinal
Perfuração intestinal
Hemorragia maciça
Abcesso abdominal
Colite aguda
Megacólon tóxico
Ileíte aguda
Eletiva:
Instabilidade clinica
Retardo no crescimento
Doença fistulizante
Massa abdominal palpável
Malignização
OBS:De 5 a 15 % dos pacientes, por apresentarem sinais de inflamação intestinal em cólon, o diagnóstico diferencial
entre Doença de Crohn e Retocolite é difícil, sendo que essa porcentagem de pacientes apresentam colite
indeterminada, não sabendo se é de origem da doença de crohn ou da retocolite. Nesses casos, deve-se tentar
estabelecer o diagnóstico baseado numa conjunção de dados como biópsia, anamnese.
Diagnóstico Endoscópico:
É importante saber que a colonoscopia não é capaz de fazer sozinha o diagnóstico do tipo de doença inflamatória
intestinal.
Indicações: Avaliação da extensão da lesão
Diagnóstico diferencial entre Retocolite Ulcerativa e Doença de Crohn ou outros tipos de colite
Evolução e acompanhamento do paciente
Endoscópicos:
✓ Além da tradicional Colonoscopia, também existe Cápsula Endoscópica e Enteroscopia com Duplo Balão.
✓ Devemos lembrar que a principal contraindicação para o uso da Capsula endoscópica é estenose, com
suboclusão intestinal, já que dessa maneira, tem chance de impactar no local. A capsula endoscópica é usada
comumente em lesões do intestino delgado, onde nem a endoscopia ou colonoscopia, conseguem alcançar
facilmente.
Radiológicos:
✓ Rx simples
✓ Trânsito intestinal
✓ Enema opaco
✓ Enterografia por tomografia ou ressonância – consegue avaliar parede e mucosa, principalmente da porção
do intestino delgado.
Laboratoriais:
✓ ANCA: anticorpo anticitoplasma de neutrófilos. Positivo em até 70 % dos pacientes com RCU. É
desencadeado por antígenos bacterianos. Porem ainda é bastante incerto na prática clínica
✓ ASCA: anticorpo contra Saccharomyces cerevisiae. Positivo em até 70% dos pacinentes com Crohn. Auxilia
no diagnóstico e acompanhamento do paciente.
Manifestações
Clínicas
Achados
Endoscópicos
Tratamento Clínico:
Os objetivos do tratamento são:
Gravidade da doença – Classificações
Induzir remissão
Manutenção A terapia escolhida depende:
Evitar complicações Extensão da doença - Colonoscopia
Aminosalicilatos:
Derivados 5 ASA – Mesalazina e Sulfasalazina(não usada atualmente)
Doença aguda e em manutenção
70 % dos pacientes em RCU leve a moderada, respondem a Mesalazina
Não é recomendado em casos de colites graves
Corticoesteroides
Apenas recomendados em fase aguda
É um tratamento de resgate, transforma a forma moderada a grave em leve, causando remissão
Não cicatriza a mucosa, então não deve ser usado continuamente, só em momentos rápidos para
regredir a doença, porém não consegue mudar o histórico natural da patologia
Causa efeitos colaterais
Imunossupressores
Tiopurinas como Azatioprina (2,5mg/kg), 6-Mercaptopurina, Metotrexato (não muito eficaz),
Ciclosporina (em colites graves)
Possuem ação lenta, devem ser usados apenas para manutenção, não sendo usados em agudização
Azatioprina: os efeitos adversos são = leucopenia, pancreatites, hepatotoxicidade. Pode ser avaliada a enzima
metabolizadora de Azatioprina=TPMT, sendo que em caso de deficiência dessa enzima, não deve ser prescrito o
medicamento. Na prescrição da Azatioprina, deve-se ter controle através de hemograma e função de enzima hepática.
Antibióticos
Metronidazol e Quinolonas
Usados quando ocorre infecção associada
Usados nos casos de complicações e em doença fulminante
Agentes biológicos
Atuam na cascata inflamatória.
Consegue resgatar o paciente que não teve resposta a nenhum tratamento, mas apenas 60% dos
pacientes respondem ao tratamento com agentes biológicos.
Anti Alfa TNF – bloqueia a citocina final alfa TNF, melhorando a inflamação, como Infliximab,
Adalimumabe
Anti Interleucinas 12 e 23
Anti integrinas – diminuem a diapedese dos leucócitos do sangue para a mucosa intestinal,
diminuindo o poder da inflamação GRAVE
Inibidores da JAK
Ciclo
Biológico
6 MP
Corticoesteroides
SSZ, 5-ASA
LEVE
Corticoeste-
roides
Agentes Biológicos:
֍ Vantagens:
Remissão sustentada com cicatrização de mucosa
Interrompe o histórico da doença, impedindo sua progressão
Reduz o número de cirurgias necessárias
֍ Desvantagens:
Riscos da imunossupressão
Riscos de linfoma
A partir de 8 anos da doença, é obrigatória fazer colonoscopia periódica, de 1 a 2 anos de intervalo. + biópsias
seriadas.
O câncer colorretal é o 3º tipo de câncer mais comum nos EUA, sendo a 2º maior causa de óbito
No Brasil é o 3º tipo de câncer mais comum e o 5º que causa mais mortes
90 % dos pacientes possuem maias de 50 anos
75% dos casos não é possível se identificar o fator de risco que está associado à doença
Em 15% está associado a histórico familiar
5% está relacionado ao câncer colorretal hereditário, sendo causado por mutação genética familiar
Histórico de Polipose Adenomatosa familiar é um fator de risco
Mais de 8 anos de persistência de doença inflamatória intestinal pode ser fator de risco
Mesma incidência entre homens e mulheres
Câncer Colorretal – fatores relacionados à dieta:
Menor risco: dieta rica em fibras, vitaminas C , D e E, dieta rica em cálcio e selênio
Maior risco: dietas ricas em gordura, a qual causa alteração no metabolismo da microflora bacteriana
colônica em relação aos sais biliares, elevando a quantia de substratos carcinogênicos
Pólipos:
✓ São estruturas teciduais que se projetam acima da camada mucosa do trato digestivo, sendo sua forma
regular e circunscrita, causando proeminência no lúmen. Existem diferentes formas macroscópicas como o
pedicular e séssil.
✓ Variam de 1mm a 10 cm
✓ Pode se apresentar como lesão única ou múltipla
✓ A prevalência aumenta com a idade, sendo maior na 5ª década
✓ Consumo de fibras e antioxidantes na dieta
✓ Localizam-se principalmente em cólon distal 70% dos casos, sendo que 80% desses pólipos em colon distal
são do tipo adenomatosos
✓ Macroscopicamente podem ser: séssil, subpediculado, pediculado.
Adenoma Carcinoma
✓ A transformação do adenoma para o carcinoma pode levar de 5 a 10 anos.
✓ As etapas são:
Clone celular – displasia e distorção na arquitetura da glândula – carcinoma in situ – carcinoma
invasor – metástases
✓ O risco de um adenoma se transformar em carcinoma aumenta quando existe:
Pólipos com diâmetro maior de 1 cm
Existência de componente viloso
Presença de displasia de alto grau
✓ Existem diferentes vias que levam a transformação do adenoma em carcinoma colorretal:
• Instabilidade microssatélite
• Instabilidade cromossômica – perda do gene APC, que causa mutação do K-RAS, com perda do gene
P53.
Paciente com Câncer Colorretal de origem genética, desde o nascimento, não possuem um cólon normal, e
sim um cólon de risco, com maior predisposição a formação de adenoma e por consequência de carcinoma
Síndromes Polipóides:
▪ Apresentam tendência genética para a formação de pólipos, os quais chegam ao número de mais de 100
pólipos no intestino.
▪ As afecções hereditárias que compõem as Síndromes Polipóides são:
✓ Polipose Adenomatoda Familiar (PAF) –causa câncer colorretal em 100% quando não tratada
✓ Síndrome de Gardner – polipose adenomatosa com tumores ósseos
✓ Síndrome de Turcot – polipose adenomatosa com tumores em SNC
✓ Síndrome de Peutz Jeghers – polipose adenomatosa com melanose em mucosas
✓ Síndrome de Lynch – câncer colorretal não polipóide hereditário (HNPCC)
Testes Fecais:
▪ Serve para diagnóstico
▪ Sangue oculto
▪ Imunoistoquimica fecal
▪ DNA fecal
Testes Estruturais
▪ Serve para diagnóstico e rastreamento
▪ Sigmoidoscopia flexível
▪ Colonoscopia - padrão ouro
▪ Colonografia tomográfica computadorizada
▪ Enema baritado duplo contraste
֍ Colonoscopia:
▪ Considerada padrão ouro
▪ Seu intervalo de rastreamento é de 10 anos
▪ Permite procedimentos como polipectomia
▪ Por anestesia geral com propofol
▪ É diagnóstica e terapêutica, com remoção do pólipo
▪ Necessita de limpeza intestinal
▪ Retosigmoidoscopia: destinada a porção final do intestino, até 60 cm
֍ Rastreamento:
▪ Pacientes acima dos 50 anos
Quando normal, refaz de 10 em 10 anos
Quando alterada, pode ser por câncer, ou por pólipos. Quando por pólipos, faz-se a
polipectomia, sendo eles pediculados ou sésseis, número de pólipos- quando maior de 10 é
suspeito da síndrome polipoide hereditária, histologicamente hiperplásico ou adenoma.
▪ Histórico de pólipos
Pequenos pólipos retais hiperplásicos – 10 anos
Paciente com parente de 1º grau com câncer colorretal de inicio antes dos 60 anos ou 2
parentes ou mais de 1º grau com câncer colorretal de inicio em qualquer idade – faz o
rastreamento a partir dos 40 anos ou 10 anos antes da idade de aparecimento do câncer no
familiar, sendo também a colonoscopia seriada de 5 anos.
Polipose Adenomatosa Familiar (PAF): a partir dos 10 anos deve ser feita sigmoidoscopia
anual e colectomia. Ocorre mutação no gene APC;
Câncer colorretal hereditário não polipóide/ HNPCC: Síndrome de Lynch, a partir dos 20 a
25 anos, deve ser feita colonoscopia anual e também testes familiares
DOENÇA CELÍACA
É uma doença por sensibilidade ao glúten, sendo um estado de elevada resposta imunológica, tanto celular – células
T, como humoral – células B, à ingestão de proteínas do glúten em pacientes geneticamente predispostos
Interação entre sistema imune e glúten pode ser expressa em diferentes níveis, resultando num espectro de
manifestações.
Epidemiologia:
Diagnóstico:
Anamnese
Exame físico
Testes sorológicos:
• Anticorpos antigliadina – AGA (IgA e IgG)
• Anticorpos antiendomísio – EMA (IgA)
• Anticorpos antitransglutaminase – anti tTG (IgA)
Endoscopia e biópsia
• É considerada o padrão ouro, evidencia atrofia de vilosidades na mucosa,
Outros exames:
• Provas de absorção intestinal - D xilose e gordura fecal
• Exames de imagem – avaliam o transito intestinal
• Tipagem HLA – DQ2 e DQ8
Manifestações Clinicas:
Para se ter doença celíaca, é necessário que existe um fator genético pré disponente, como DQ2, DQ8 ou
ambos, com HLA +.
A doença celíaca pode ser latente/ em potencial, onde a mucosa ainda é normal, porém a sorologia para
doença celíaca já é positiva.
A doença celíaca silenciosa já, além da sorologia positiva, alteração da mucosa, com atrofia de epitélio.
A doença celíaca clássica é quando o paciente apresenta além de sorologia e alteração da mucosa, diarreia
crônica, estearorréia, má absorção
Grupos de Risco e Comorbidades relacionadas à Doença Celíaca:
Alergia alimentar
Artrite reumatóide
Atopia e asma
Deficiência de IgA
Depressão
DM
Doenças da tireóide – hipotireoidismo
Epilepsia e calcificações cerebrais
Fibrose cística
Síndrome de Down
Linfoma
Lúpus eritematoso sistêmico
Psoríase
Dermatite herpetiforme
Tratamento:
Dieta livre de glúten como trigo, cevada, centeio e aveia, para toda a vida
• Fibrose cística Deve-se atentar para doença celíaca quando houver: hiperplasia
• Doença de Whipple de criptas e quanto ao número de linfócitos intra epteliais
• Desnutrições
• Terapia Nutricional:
Otimizar oferta de vitaminas e micronutrientes
Repor zinco, cobre, vitamina B12 e ácido fólico
Tratar doença metabólica óssea
• Nutrição Parenteral:
Perda de peso severa
Desnutrição
Deficiência nutricionais múltiplas
Hiponatremia severa
Esteatorréia severa
• Tipo II:
Fenótipo linfocítico intraepitelial anormal ou monoclonal
Associação com EATL = Linfoma de Celulas T com Enteropatia
Quimioterapia
Pior prognóstico
Segundo Roma III, Síndrome do Intestino Irritável é uma dor abdominal recorrente ou desconforto.
Pode ser associada a dois ou mais aspectos como:
Fatores psicossociais
Comportamento do paciente
Hipersensibilidade Visceral e Alteração Motora são as bases da SII, responsáveis pela dor, diarreia, constipação e
distensão, sendo que, conforme o comportamento e os fatores psicossociais, são mais ou menos frequentes.
Interação SNC e SNEntérico:
Normalmente ocorre um controle dos estímulos que vão do intestino ao cérebro através de um filtro.
Nos casos da SII, ainda que existe estimulo fisiológico, como gases e distensão, esses estímulos vão de forma muito
ampliada para o cérebro, sendo que a razão possível seja a falta do filtro. Dessa maneira ocorre resposta bastante
intensa do intestino, provocando dismotilidade, cólica, dor e distensão.
Somente 1% dos pacientes procuram ajuda de especialistas, sendo que até 80% não vão ao medico por acreditarem
ser um problema de família e uma característica, mas não uma doença.
Qualidade de vida menor na SII:
A qualidade de vida funcional dos pacientes com Síndrome do Intestino Irritável pode ser comparada a baixa
qualidade de vida de pacientes com doenças orgânicas, como no caso da insuficiência cardíaca.
Laxantes:
✓ Antidiarreicos:
• Lorepamida: útil no diarreia, já que ela não é de etiologia infecciosa, mas sim decorrente de alteração
na motilidade. Porem não possui eficácia comprovada no alivio global da SII.
✓ Antidepressivos: útil em pacientes com ansiedade ou depressão, os quais intensificam os sintomas da SII
• Indicados em pacientes com SII e sintomas moderados a graves
• Inicia com doses baixas
• Possuem recomendação grau B
✓ Agonistas 5HT-4:
• Tegaserode, usado em pacientes com constipação intestinal, porém é relacionado a complicações
cardiovasculares
✓ Antagonistas 5HT-3:
• Granisetrón, Ondansetrón, Alosentrón. São indicados para a SII do subtipo diarreica
• Alosentrón não é muito usado por ser relacionado a colite isquêmica e constipação grave