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INTRODUÇÃO.
Neste trabalho procuramos enfocar os efeitos dos incêndios e explosões que acontecem com
poeiras em suspensão ou acumuladas ao longo das jornadas de trabalho. Inicialmente, daremos
um enfoque técnico, abrangendo os materiais objeto de nosso trabalho.
Como nossa atividade está bastante vinculada à agroindústria e à indústria de MDF e MDP,
nossos exemplos são destas áreas. Porém, lembramos que situações tão ou mais graves com
poeiras explosivas acontecem também nas indústrias química, farmacêutica e metal mecânica,
dentre outras.
Eng. Ary de Sá
Especialista em controle de poeiras explosivas, higiene ocupacional e ventilação industrial
End. arysa@cpovo.net.
Fones 51 3212 3427 / 9982 6564
Atualmente, com a implementação da NR 33, bem como das áreas classificadas, temos sido
consultados com frequência sobre os efeitos das poeiras explosivas nos ”Espaços Confinados”, e
nas áreas classificadas” bem como sobre os efeitos das substâncias tóxicas ali presentes ou
formadas durante trabalhos realizados nestes espaços. Resolvemos incrementar nosso trabalho,
destacando o item 12 para abordar estes temas sob nosso ponto de vista na segurança e saúde
do trabalho.
Temas por demais importantes, pois, em função das dificuldades existentes para uma
evacuação rápida, a ocorrência de situações de risco provocadas podem redundar em
eventos fatais para os ocupantes, como tem sido noticiado na mídia nos últimos tempos.
Ainda sobre os questionamentos, podemos asseverar, sem sombra de dúvidas, que estes
episódios, quando ocorrem em espaços confinados, têm efeitos largamente ampliados, em face
da resistência oferecida ao crescimento dos fenômenos causados pelo aumento das pressões
internas geradas pela expansão gasosa dos combustíveis na forma de poeiras, gases ou vapores
combustíveis. Isto ocorre em virtude da resistência oferecida pelos materiais usados em sua
construção, culminando em destruições que podem inviabilizar o empreendimento. Ver imagens
abaixo referentes a acidente em uma agroindústria no item 4.3. destrutividade de explosões
com poeiras deste trabalho.
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ambiente, os três elementos necessários para a explosão, esta ocorrerá inicialmente como uma
micro explosão, de pequena proporção, mas suficiente para provocar agitação nas cercanias,
onde mais material depositado é colocado em suspensão. Então, ocorrerão explosões sucessivas
e que percorrerão os elementos de transferência e movimentação da carga, efetuando
explosões cada vez mais rigorosas, com um crescimento passível de provocar a destruição das
construções através dos elementos de interligação das instalações (transportadores de esteiras,
redlers, roscas transportadoras e tubulações de ventilação).
Abaixo, gráficos de sinistros com poeiras ocorridos em todo o mundo e sua principais causas.
Trabalho elaborado por empresa especializada nesta área.
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Neste gráfico, podemos verificar os fatores responsáveis pelos eventos, que têm sua
predominância nas situações de faíscas mecânicas, isto é, faíscas provocadas nas ocorrências
de paradas de manutenção onde o uso de ferramentas de corte, solda, esmerilhamento, etc.,
são comuns. Os demais fatores são de menor proporção, porém, compõem o cenário atual no
planeta.
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DEFINIÇÕES.
Em um complexo industrial, no qual se processam produtos na forma de grãos, durante os
processamentos podem ser geradas finas poeiras pelo atrito entre eles. Se os grãos tiverem
propriedades combustíveis, estas poeiras podem ser explosivas. Um teste prático exposto neste
trabalho, no Item 3., poderá ajudar a definir suas propriedades.
Caso estas poeiras produzidas entrem em suspensão ou fiquem depositadas sobre estruturas ou
locais de difícil acesso, elas poderão se transformar em elementos combustíveis, isto é, que
podem entrar em combustão quando atendido o triângulo do fogo: material combustível,
oxigênio e foco calorífico.
1. INCÊNDIOS
Os incêndios ocorrem com quaisquer materiais combustíveis; porém, para que isso aconteça, é
necessário que a quantidade de material combustível seja muito grande e que as partículas
tenham pouco espaço entre si, impedindo um contato direto e abundante com o oxigênio do
ar. As partículas devem, entretanto, estar afastadas entre si, de maneira que, apesar da
existência da fonte de ignição e da consequente combustão local, não seja permitida a
propagação instantânea do calor de combustão às partículas localizadas nas camadas mais
internas, devido à insuficiência de ar. Desta forma, a queima se dá por camadas, em locais
onde as poeiras estejam depositadas ao longo das jornadas de trabalho, ou em uma das
seguintes formas:
Empilhadas.
Armazenadas em tulha.
Depósitos.
Outros.
A ignição que ocorre em camadas deve ser controlada com cuidado, para evitar que o
material depositado em estruturas, tubulações e locais de difícil visualização e limpeza seja
colocado em suspensão, formando a nuvem de poeira, que evoluirá para explosão, pois há, no
ambiente, os fatores de deflagração da mesma, isto é, fogo e energia. O incêndio por
camadas, outrossim, é de difícil extinção, podendo se prolongar por várias horas após sua
extinção.
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2. EXPLOSÕES
Ocorrem frequentemente em unidades processadoras em referência, onde as poeiras tenham
propriedades combustíveis; é necessário, porém, que as mesmas estejam dispersas no ar e em
concentrações adequadas. Isto ocorre em pontos das instalações onde haja moagem,
descarga, movimentação, transporte, etc., desde que sem controle de exaustão e que,
obviamente, existam os fatores desencadeantes.
Ainda particulados: açúcar, arroz, chá, cacau, couro, carvão, madeira, enxofre, magnésio,
eletro metal (ligas).
Gases: inflamáveis, dentro dos limites preconizados na NR.16. – LIE (limite inferior de
explosividade) e LSE (limite superior de explosividade). Devem merecer cuidados semelhantes
aos das poeiras, observando-se que as suas reações são mais rápidas e devastadoras do que as
das poeiras.
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ainda, para incêndios após a destruição dos elementos resistentes, das maquinarias e dos
condutos de movimentação do grão.
Fruto de nosso trabalho, durante um levantamento em que ocorreu explosão com poeiras, onde
fomos contratados para investigar as causas, efetuamos o ensaio abaixo, a fim de averiguar a
quantidade de poeira gerada durante o processo, uma vez que, nestas condições, houve o
acidente com grande destruição.
A amostra tomada à esquerda, em quantidade de 500 gr., foi passada por peneiras, resultando
na quantidade de 70 gr. Portanto, a geração de poeira corresponde a (70/500)x 100=14%.
Posteriormente, testamos sua combustividade, no que obtivemos êxito. Portanto, trata-se de uma
poeira explosiva e com quantidade significativa de pó gerada na movimentação.
O exemplo ilustrado foi obtido em uma de nossas avaliações. Em um caso de explosão de silos
de armazenagem de malte, ocorrida longe de centros tecnológicos, precisávamos conferir se o
pó teria propriedades inflamáveis, pois, se tivesse, seria o elemento responsável pela explosão, o
que se confirmou.
O material no prato à esquerda, com 500g de grãos de malte, após passar por uma
peneira resultou em 70g de pó (à direita), poeira esta de propriedades inflamáveis,
obtida em laboratório para ensaio, para fins de testes de explosividade.
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O ensaio acima serve como parâmetro para quantificação do material que é gerado em uma
planta, durante sua movimentação e processamento. As imagens foram feitas durante uma
análise que efetuamos em indústria que sofreu processos de explosão. Assim, pudemos definir as
concentrações de poeiras passíveis de se formar e, no caso das explosões, quantificar seus
efeitos destruidores, como se fosse uma carga explosiva previamente definida para implodir um
prédio, uma ponte, etc.
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As explosões de pó se produzem frequentemente em série. Muitas vezes, a deflagração inicial é
muito pequena em quantidade; porém, possui suficiente intensidade para colocar o pó das
cercanias em suspensão ou romper peças de máquinas ou instalações dentro do edifício, como
os coletores de pó, com o que se criam nuvens cada vez maiores, através das quais podem se
propagar explosões secundárias e terciárias, cada qual mais devastadora do que a anterior.
Não é raro produzir-se uma série de explosões, as quais se propaguem de um edifício a outro,
desde que haja comunicação por elementos de transporte entre eles, como esteiras,
tubulações, elevadores de canecas, roscas transportadoras, dentre outros.
O perigo de uma classe determinada de poeira está relacionado com sua facilidade de ignição
e com a gravidade da explosão resultante. Para tal, foi desenvolvido nos EUA um equipamento
experimental para testar poeiras explosivas, com sensores diversos que permitem conhecer as
características das poeiras explosivas. A sensibilidade de ignição se dá em função da
temperatura de ignição e da energia necessária, enquanto que a gravidade da explosão vem
determinada pela pressão máxima de explosão e pela máxima velocidade de crescimento da
pressão. Para facilitar as comparações dos dados de explosividade derivados dos ensaios
mencionados, todos os resultados se relacionam com uma poeira de carvão conhecida como
“Pittsburg”, tomando-se uma amostra com concentração de 0,5 kg/m3 (kg de pó de carvão por
m3 de ar), exceto nos pós metálicos.
A dimensão da partícula faz aumentar também a capacidade elétrica das nuvens de pó, ou
seja, o tamanho das cargas elétricas que podem se acumular na partícula da nuvem. Como a
capacidade elétrica dos sólidos se dá em função de sua superfície, a possibilidade que se
produzam descargas eletrostáticas de suficiente intensidade para colocar em ignição a nuvem
de pó aumenta ao se reduzir a dimensão média da partícula. Porém, para que se produzam
descargas eletrostáticas, são requeridas, dentre outros, consideráveis quantidades de pó em
grandes volumes, com forças dielétricas relativamente altas, e, consequentemente, longos
períodos de relaxação. A causa de uma explosão de pó também pode ser atribuída a outros
fatores, a não ser que existam provas definitivas a demonstrar ter sido esta a causa provável.
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3.1.2. CONCENTRAÇÃO.
Como acontece com os vapores e os gases inflamáveis, existe uma margem específica de
concentração de pó dentro da qual pode ocorrer a explosão.
O limite superior de explosividade (LSE) das nuvens de pó não foi determinado devido a
dificuldades experimentais; também se questiona se ele existe para poeiras e, do ponto de vista
prático, sua utilidade é duvidosa. As curvas que se obtêm ao relacionar graficamente a Pmp. e
a Vmp. com a concentração demonstram que estes valores são mínimos no limite inferior de
explosividade e que, depois, aumentam até seu valor máximo, ao dar-se a concentração ótima,
em cujo ponto começam a diminuir lentamente. Igualmente se verifica que a Pmp. e a Vmp.
não se dão precisamente em igual concentração. O efeito destrutivo se determina em primeiro
lugar pela Vmp.
Observa-se que as explosões mais violentas se produzem com uma concentração ligeiramente
superior à necessária para que se tenha a reação com todo o oxigênio existente na atmosfera.
As concentrações menores geram menos calor e criam menores pressões de ponta. Com
concentrações maiores das que causam explosões violentas, a absorção do calor pela poeira
não queimada devido ao excesso presente no ambiente, bem como seu grau de umidade,
podem ser as razões para que se produzam pressões menores de explosão do que as indicadas
nas tabelas em referência (item 6.5.4).
3.1.3. UMIDADE
A umidade contida nas partículas de pó faz com que seja necessário aumentar a temperatura
de ignição, devido ao calor absorvido, para a vaporização da água contida nelas. A umidade
do ar tem pouco efeito sobre a deflagração. Depois que se produz a ignição, existe, porém,
uma relação direta entre o conteúdo de umidade, a energia mínima necessária para a ignição,
a concentração de explosão mínima, a Pmp. e a Vmp. Por exemplo, a temperatura de ignição
do amido de milho pode aumentar até 50 º C. com um aumento de umidade de 1,6 a 12,5%. Do
ponto de vista prático, a umidade não pode ser considerada como meio efetivo de prevenção
contra explosões, pois a maior parte das fontes de ignição proporciona energia suficiente para
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aquecer e evaporar a umidade que pode estar presente no pó. Para que a umidade seja um
meio de proteção provisório, ela deve ser extremamente alta (a partícula deverá estar
encharcada), a fim de que o a energia convencional não seja suficiente para a evaporação,
volatilização e inflamação da mesma.
O gás inerte é eficaz na prevenção das explosões de pós, uma vez que dilui o O2 a uma
concentração muito baixa. Ao selecionar o gás inerte mais adequado, deve-se cuidar para que
este não reacione com o pó; é o caso de certas poeiras metálicas que reacionam com o CO2
ou com o N2. Neste caso, deve se usar o Hélio(He) ou Argônio (A).
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medidas de proteção especial, tal como a diluição com gás inerte, utilização de supressores de
explosão, instalação de elementos de ventilação de grandes dimensões e adoção de métodos
cuidadosamente estudados de eliminação da eletricidade estática (aterramento).
Comparando-se estes dados com as energias de ignição necessárias para inflamar vapores, que
são de 0,2 a 10 milijoules, verifica-se que as poeiras necessitam de 20 a 50 vezes mais energia do
que os gases.
Como a temperatura e a fonte de ignição necessárias para explodir poeiras são muito mais
baixas do que as produzidas pela maior parte das fontes de ignição comuns, a eliminação de
todas as fontes é um principio básico na prevenção de acidentes por explosão. Estas fontes
estão identificadas e descritas nas normas NFPA.
Também é importante como dado para calcular as dimensões dos elementos de ventilação
para casos de explosão. Uma Vmp. (velocidade máxima de aumento de pressão)
demasiadamente alta indica, com frequência, que a instalação dos elementos de ventilação
são ineficientes. Os dados empíricos de ge. (gravidade de explosão) tabelados acima são
indicadores de grande valor na análise do projeto. Índices entre 2 e 4 demonstram a
necessidade de elementos de ventilação muito grandes, além de cuidado da resistência do
edifício e dos equipamentos das máquinas. Um índice maior do que 4 exclui, na maioria dos
casos, a possibilidade de projetar-se um sistema de alívio de explosões e exige o emprego de
dispositivos de proteção com o uso de gases inertes e outros sistemas de supressão de explosões.
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Uma das razões pelas quais o grau de destruição de muitas explosões de pó não chega a ser
maior reside no fato de que o pó não se encontra dispersado uniformemente através do volume
circundante. Raras vezes se incendeia uma nuvem de pó em condições ideais para a formação
de pressões observadas empiricamente.
4. DEFLAGRAÇÃO E DETONAÇÃO
4.1. DEFLAGRAÇÃO
É o fenômeno de explosão que ocorre com velocidade de chama de 1 a 100 m/s e é o que
acontece com maior freqüência nas indústrias.
4.2. DETONAÇÃO
É o fenômeno de explosão em que a velocidade da chama é igual ou superior à velocidade do
som, chegando aos 1000 m/s. No caso das explosões em cadeia, a deflagração inicial evolui
para detonação nas fases posteriores.
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Explosões recentes causadas por poeiras de cereais. Neste caso, os danos provocados
foram aos pavilhões, aos equipamentos de beneficiamento e aos elementos
transportadores, o que evidencia que a explosão iniciou dentro, internamente, ganhando
propagação e aumentando seus efeitos até atingir os pavilhões, que foram os últimos
atingidos pela explosão.
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5. GASES TÓXICOS.
As chamas e os efeitos do aumento de pressão numa explosão não são os únicos problemas a
enfrentar.
Desta feita, o ingresso nestes locais só deve acontecer por pessoas treinadas e com
equipamento autônomo de ar mandado.
Para caracterizar bem nosso exemplo e suas conseqüências, adotaremos quatro tipos de
poeiras, comuns nestas plantas da agroindústria: arroz, milho, soja e trigo.
Os dados informados na tabela N.º I, em negrito, foram retirados das tabelas anexas a este
trabalho, da NFPA no item 6.5.4. tabela de poeiras explosivas.
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Dados:
Túnel de descarga da moega com: 2 x 1,5 x 30 m.
Volume interno do túnel = 90 m3
Área interna das paredes do túnel = 210 m2
Peso de Mat. = Material necessário para uma explosão =Conc. x v.
arroz = 50,3 x 90 = 4527grs. ou 5,57 kg. de pó por explosão.
milho = 25 x 90 = 2250 grs. ou 2,25 kg. de pó por explosão.
soja = 35,5 x 90 = 3195grs. ou 3,195 kg. de pó por explosão.
trigo = 65 x 90 = 5850grs. ou 5,87 kg. de pó por explosão.
6.4. Conclusões:
6.4.1. Ordem de grandeza dos produtos.
Comparando os nossos valores com os índices da tabela parâmetro, temos que:
“ie” (índice de explosividade) seqüência em ordem crescente: arroz, soja, trigo e milho.
“si” (sensibilidade de ignição) seqüência em ordem crescente: arroz, soja, trigo e milho.
“ge” (grau de explosividade) seqüência em ordem crescente: arroz, soja, trigo e milho.
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Concluindo que o pó de milho é o que produz efeitos mais catastróficos no túnel analisado,
seguido pelo trigo, pela soja e pelo arroz (menor índice), os quais também provocam resultados
danosos.
A tabela I apresenta a compilação dos dados conforme as tabelas de propriedades dos cereais,
anexas a este trabalho (item 6.5.4); a tabela II retrata nosso exemplo para as situações
adotadas; e a tabela III compara os dados e indica, para cada produto, seu grau de segurança,
a ser observado na proteção.
6.5. Conseqüências.
Em nosso exemplo, com pressões internas de até 3,3 kg/cm² ou 30000 mmCa, teríamos a morte
de 50% dos envolvido na planta de arroz; nas demais, todos morreriam.
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6.5.2. Processos e origens de acidentes recentes.
PROCESSO % FONTE %
Armazenagem 21,3 Faísca metálica 29,6
Moagem 13,1 Ptos. incandescentes 9,3
Transport. mecânicos 11 Desc. eletrostática 9,3
Filtragem 11 Fricção 8,9
Secagem 8,6 Chama aberta 8,2
Combustão 6,2 Superfícies aquecidas 6,5
Mistura 5,2 Autocombustão 5,8
Polimento, Revto. 5,2 Soldagem, equt. ele. 8,2
Outros 18,6 Outros 14,1
Total 100% total 100%
6.5.3. Da Simulação.
No nosso exemplo prático, todos os materiais analisados seriam catastróficos para as
edificações, equipamentos e participantes do evento.
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6.5.4.2. POEIRAS CARBONÍFERAS
Poeira Ie. Si. Ge. Pmp Vmp T1 T2 E C P
Alcatrão 4 2,8 1,4 5,8 266 630 - 0,03 46,7 -
Alcatrão carvão 10 4 2,8 6,2 420 710 - 0,02 36,3 -
betuminoso
Asfalto de petróleo 6,2 2,8 2,2 6 350 510 550 0,04 36,3 -
Carvão antracita 0,1 0,1 - - - 730 - 0,1 67,4 -
Carvão betuminoso 4,1 2,2 1,8 7,1 280 610 180 0,03 51,9 -
Carvão de Pittsburgh 1 1 1 6,3 161 610 170 0,06 57 -
(mina experimental)
Carvão vegetal lignito 0,1(4) 0,1(4) - 2,9 7 670 370 - 2074 -
ativado
Carvão de mistura de 1,3 1,4 0,9 5,8 91 530 180 0,02 145 -
madeiras
Carvão ativado de 0,1(4) 0,1(4) - - - 760 490 - - -
lodos ácidos de
petróleo
Coque de petróleo 0,1(4) 0,1(4) - - 14 670 - - 1037 -
Eletrodo de carbono 0,1(4) 0,1(4) 2,2 - - - 710 - - -
Clisolita de Utah 1,1 6,9 1,5 5,5 315 580 500 0,03 20,7 -
Grafite 0,1(4) 0,1 - - - (5) 580 - - -
Lignito da Califórnia 10 5 3,8 6,6 560 450 200 0,03 31,1 -
Negro de fumo 0,1(4) 0,1 - - - 730 - - - -
(1) Os valores desta coluna indicam a porcentagem de oxigênio, enquanto que o prefixo lateral indica o
gás diluente. Ex.: C13 = diluição de até 13% de O2 com CO2. Os prefixos são: C= CO2, N= N2, A= Argônio,
H= Hélio.
(2) Não se produz ignição a 8,3 J.
(3) A ignição sobrevém com chama.
(4) Designação de riscos por incêndio.
Portanto, conclui-se que não pode ser feita uma generalização de métodos de proteção em
relação ao risco de explosão, porque tais métodos dependerão das propriedades da poeira,
tipo de projeto, planta industrial, equipamentos existentes, risco de instalações vizinhas e valor do
equipamento em risco.
Por estes motivos, os métodos são agrupados em seis categorias, mas os mesmos não são todos
alternativos: alguns, se usados em conjunto, podem conferir mais segurança à indústria foco.
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7.1.1. CONFINAMENTO.
Quando se produz uma explosão de pó, se formam produtos gasosos e se libera calor, que faz
aumentar a temperatura do ar contido no recinto. Como os gases expandem-se ao aquecerem,
exercem pressões destrutivas no espaço circundante, a não ser que se proporcionem áreas de
alívio suficientes para evacuar os gases quentes antes que atinjam níveis de pressão perigosos.
Desta forma, um sistema de alívio adequado deve ser previsto, para aliviar os gases formados no
início, evitando danos maiores. Em algumas situações, estas medidas não são práticas, sendo
aconselhado processar estas operações em ambientes abertos, atmosferas inertes ou
supressores automáticos. Os supressores consistem em um sistema formado por detectores de
pressão ou de chamas e um agente extintor, que deve atuar rapidamente na fase incipiente de
explosão.
7.1.2. INERTIZAÇÃO.
Uma das medidas adotadas para reduzir os efeitos das explosões é a inertização, isto é, redução
da quantidade de oxigênio no espaço.
Quando há formação de depósitos de poeira, a limpeza deve ser feita tanto mais cedo quanto
possível. Quando pós se acumulam – com exceção das unidades previstas para o seu
armazenamento, tais como silos –, os depósitos destes pós devem ser removidos regularmente.
Esta exigência se aplica também para unidades de despoeiramento como: filtros, ciclones,
precipitadores, câmaras inerciais, etc., que recebem e acumulam as poeiras coletadas. Estas
devem ser retiradas nos intervalos definidos para não causarem entupimento e consequente
vazamento das poeiras para o ambiente.
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7.1.4. SUPERDIMENSIONAMENTO
Face ao alto custo inicial e às periódicas manutenções exigidas por um superdimensionamento
estrutural e dos equipamentos, esse método somente é recomendável em situações onde outros
métodos alternativos não são interessantes, pela localização particular de certas unidades.
7.1.5. ESTANQUEIDADE.
Uma explosão de pó pode gerar pressões na ordem de até 7 kg/cm2 em recintos fechados,
como em linhas de transporte pneumático, redlers, silos, roscas transportadoras, etc. Portanto,
para evitar danos maiores, estes elementos devem prover válvulas de alívio contra aumento de
pressões. Um recinto fabril raramente resistiria a tal pressão; as máximas de edificações são da
ordem de 0,07 kg/cm2, portanto, devem ter telhados, aberturas, portas e outros itens de
resistência inferior aos da construção, sob pena de haver perdas totais em tais eventos.
8. EQUIPAMENTOS DE CONTROLE.
8.1. SUPRESSÃO AUTOMÁTICA
Existem no mercado empresas especializadas em sistemas de controle de riscos por poeiras
explosivas. Estes sistemas possuem um sensor de chama em um ponto localizado em regiões de
risco, que, quando identifica uma chama ou faísca, aciona um dispositivo que libera substâncias
adequadas ou água na linha ou equipamento, interferindo na propagação do foco.
O mecanismo de dispersão do agente supressor deve funcionar a alta velocidade, para chegar
a milésimos de segundos ao recinto. A atuação do equipamento deve ser inicializada pelo
próprio sensor, para evitar defasamento.
O agente supressor deve ser disperso em forma de neblina ou pó muito fino, com grande
rapidez, aproveitando a própria força da explosão inicial. Dois tipos são conhecidos:
8.1.1. FRÁGEIS.
São constituídos por depósitos de fina parede, nos quais se introduz uma carga explosiva, que é
detonada por um sensor. Como o recipiente não é pressurizado, a carga explosiva rompe as
paredes do depósito, liberando substâncias adequadas à interrupção do processo.
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8.1.2. PRESSURIZADOS.
Extintores de grande velocidade de descarga contêm agente supressor sob pressão de
nitrogênio. A abertura é por carga explosiva e mais lenta do que o agente frágil, porém,
adequada para pressões médias ou lentas.
9. VENTILAÇÃO
INTRODUÇÃO.
A ventilação de operações, processos e equipamentos dos quais emanam contaminantes tem
se tornado, mais modernamente, uma importante ferramenta no campo de controle da
poluição do ar e da segurança patrimonial. O controle adequado da poluição do ar tem início
com uma adequada ventilação das operações e dos processos poluidores da atmosfera, que
também concorrem com os riscos de explosividade, no caso das poeiras. Segue-se a escolha
adequada de um equipamento para a coleta dos poluentes captados pelo sistema de
ventilação.
A ventilação tem sido utilizada tradicionalmente no campo da higiene do trabalho, não só para
evitar a dispersão de contaminantes no ambiente industrial, como também para promover a
diluição das concentrações de poluentes e para a manutenção e promoção do conforto
térmico. Em qualquer dos campos de utilização, a importância da ventilação industrial é de
grande amplitude, e seus conceitos básicos devem ser bem conhecidos e sedimentados para
possibilitar sua adequada utilização.
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9.1. VGL, VENTILAÇÃO GERAL DILUIDORA.
A ventilação geral diluidora é o método de insuflar ou exaurir ar em um ambiente ocupacional,
a fim de promover uma redução na concentração de poluentes nocivos. Essa redução ocorre
uma vez que, ao introduzirmos ar limpo, e não poluído, em um ambiente contendo certa massa
de um determinado poluente, faremos com que essa massa seja dispersa ou diluída em um
volume maior de ar, reduzindo, portanto, a concentração desses poluentes. A primeira
observação a ser feita é a de que esse método de ventilação não impede a emissão dos
poluentes para o ambiente de trabalho, mas simplesmente os dilui a valores adequados.
Existem empresas que, na busca de uma solução de menor custo, executam sistemas de injeção
de ar nos locais poeirentos. Porém, esta medida não é efetiva no aspecto segurança, uma vez
que locais de difícil acesso não são ventiladas e ali poderá ocorrer um evento danoso. Ainda,
por serem sistemas a baixas velocidades, em função de áreas grandes para a passagem do ar,
acabam não arrastando as poeiras que sedimentam em locais diversos e que, se acionadas,
podem evoluir para as indesejáveis explosões.
Desta forma, medidas devem ser observadas no sentido de se adequar um eficiente sistema
exaustor para os locais onde haja formação de pó. Estas medidas, quando tomadas na fase
projeto, são as que melhor satisfazem, além de minimizar o custo de implantação, pois evitam
arranjos improvisados e pouco eficientes. Entretanto, em uma planta existente, um bom
projetista poderá, com bom senso, conciliar sistemas seguros.
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9.3.1.1. GRAU DE LIMPEZA DESEJADO
A eficiência de coleta a ser atendida pelo elemento de separação do ar carreador é definido
pelos órgãos controladores dos estados e da união, e devem ser observados quando da
definição do equipamento pois, se as emissões aéreas estiverem acima do limites, poderão
ocorrer interdições em face do aumento das emissões interferindo na qualidade do ar.
9.3.1.3. TEMPERATURA
As principais influências da temperatura são sobre o volume do gás carreador e sobre os
materiais de construção do coletor. O volume tem consequências sobre o tamanho do coletor
que, dessa forma, provocará alterações no custo do equipamento. A temperatura também
afetará a viscosidade e a umidade da poeira.
9.3.1.4. VISCOSIDADE
As principais influências da viscosidade se relacionam com o aumento da potência requerida
para ignição e com a alteração que provocará na eficiência em coletar o material particulado,
empastando o equipamento e tornando difícil sua manutenção.
9.3.1.5. UMIDADE
A alta umidade contribui para o empastamento das partículas sobre o coletor, principalmente
nos coletores inerciais, centrífugos e filtros, provocando seu entupimento. Pode, ainda, agravar
os problemas de corrosão, além de ter grande influência sobre a resistividade elétrica das
partículas e, portanto, em sua precipitação eletrostática. Em adsorsão, pode agir como fator
limitante da capacidade do leito, se este absorver vapor de água.
9.3.1.6. COMBUSTIVIDADE
Quando um gás carreador é inflamável ou explosivo, algumas precauções especiais devem ser
tomadas. A principal é assegurar que se esteja acima do limite superior de explosividade ou
abaixo do limite inferior de explosividade da mistura. Nesses casos, lavadores são preferidos para
a captura e separação dos poluentes, e precipitadores eletrostáticos raramente são usados.
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Importante, também, é existir a possibilidade de se eliminar os poluentes por incineração, sendo,
portanto, mais um fator a considerar a fim de serem evitados os riscos de explosão.
9.3.1.8. CARGA
A carga elétrica, ou a concentração do poluente no gás carreador, afetam diferentemente os
diversos tipos de coletor. Assim é que a eficiência de coleta de ciclones aumenta com a carga,
mas cresce também a possibilidade de entupimento daqueles. Alguns equipamentos exigem
até mesmo a presença de pré-separadores, para evitar a sobrecarga na operação.
9.3.1.9. HIGROSCOPICIDADE
É importante por influir na possibilidade de entupimento (principalmente em coletores inerciais,
centrífugos e filtros) por formação de pasta devido à absorção de umidade pelas partículas.
9.4. CAPTADORES
Um bom captador é aquele que consegue aspirar o máximo de substâncias com a menor vazão
de ar. Isto depende do porte do equipamento, da potência absorvida e do tamanho dos dutos
de transporte, sendo, entretanto, indispensável que capture o máximo de substâncias
indesejáveis. Deve também ser projetado para não prejudicar a operação, manutenção e
visibilidade do operador, observando-se, porém, que as concentrações fiquem fora dos limites
de explosividade.
Os captores podem ser:
9.4.1. Enclausurantes: este tipo possui todos os lados fechados, inclusive o teto, tendo apenas a
saída dos poluentes por duto. O ambiente é vedado por uma cabine ampla.
9.4.2. Cabinas fechadas: semelhantes aos enclausurantes, porém, nestas o operário trabalha
confinado dentro da cabina. É o caso de cabines de jatos de areia e granalha de aço, onde o
trabalhador fica confinado dentro delas.
9.4.3. Captores locais: situados em locais onde as emissões sejam fortes. Podem ser envolventes
(rebolos) ou externos, onde a captação é por frestas.
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A vazão do ar exaurida pelo captor deve ser capaz de arrastar todos os poluentes gerados pela
fonte, mas não tão elevada a ponto de arrastar a matéria prima do processo.
A coleta do poluente pode ser feita por uma série de equipamentos projetados especificamente
para este fim. A escolha do equipamento de controle que melhor atenda ao processo
dependerá das propriedades do poluente (ver item 9.3.1), e tradicionalmente é definido pelo
bom senso do projetista, que verificará se tal equipamento se adequa não só a realidade
econômico-financeira da empresa, mas também se é compatível com o momento em que o
país vive, sem esquecer das emissões, que são controladas por órgãos ambientais.
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9.6.2. Via mista:
Materiais de fina granulometria e de baixa densidade apresentam dificuldade de separação nos
equipamentos tradicionais, deixando passar à atmosfera externa grandes quantidades de
particulados finos, causando indesejáveis emissões. Nestes casos, nossa recomendação é abater
o máximo via seca, que será recuperado para o processo. O resíduo final é tratado via úmida
para atender aos padrões de emissão dos órgãos ambientais.
No ambiente interno, onde estão os trabalhadores expostos, devem ser observadas as Normas
Regulamentadoras, especificamente a NR 15, que define os limites máximos aos quais podem
estar expostos os trabalhadores do posto de trabalho.
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geração de gás combustível, limpo e impoluível, que é queimado nas caldeiras de geração de
vapor.
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deficiência ou enriquecimento de oxigênio”.
Nesta imagem, vê-se um túnel de movimentação de grãos em uma agroindústria, com uma
esteira transportadora a granel, recebendo o material de bicas de descarga. Observe-se a
gaveta de abertura da moega: este elemento pode ser de acionamento manual ou
pneumático, com controle remoto ou com comando manual.
Esta gaveta é movimentada pelo operador que acessa o túnel, em um tempo máximo de cinco
minutos. Seria uma incoerência considerar este local como um Espaço Confinado, pois ele tem
espaço amplo de movimentação, iluminação, sistemas de exaustão de particulados e sistema
de ventilação geral. Portanto, o ingresso do operário não deve ser considerado como em um
Espaço Confinado, para o qual é necessário, além da permissão de entrada, todo um conjunto
de equipamentos de salvamento e proteção dos trabalhadores.
Temos, ainda, na definição dos EC, os meios de acesso, que são amplos e formados por escadas
de acesso também amplas. A ventilação existente deve ser adequada, em trocas por hora,
conforme normas vigentes e seguras, para que a renovação atenda às necessidades humanas
e, ainda, elimine gases tóxicos formados por decomposição bacteriana.
No caso deste item, os riscos presentes, quando bem equacionados e eliminados, por sistemas
adequados de controle ambiental, estaremos eliminando os riscos presentes e quando isto
ocorrer de forma segura e continua, estaremos eliminando os mesmos e conseqüente,mente
mudando a gradação do risco presente, podendo usar equipamentos adequados a classe.
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No item 16.4, apresentamos alguns aspectos desta área ainda pouco conhecida dos projetistas
e de grande responsabilidade na segurança patrimonial.
Dois elementos comuns nestes espaços merecem atenção especial, em função de seu risco
invisível, aos quais nos deteremos adiante, que são os SH 2. (sulfeto de hidrogênio)e o Co
(monóxido de carbono), Ambas fatalmente perigosos e letais.
Em curtumes, nas ETE, os tanques de homogeneização se tornam espaços confinados, uma vez
que geram estes gases, os quais são mais pesados do que o ar, e, assim, ficam no fundo dos
tanques. Caso, inadvertidamente, se adentre nestes espaços, em face da elevada
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concentração e de não haver odor característico de ovo podre, como ocorre em baixas
concentrações, a parada respiratória é imediata, caso em que os socorristas somente poderão
acessar o local com respirador artificial, senão, haverá outras mortes.
Na agroindústria, temos duas circunstâncias atenuadoras. A primeira é a VGD, ou seja, a
renovação de ar constante, nos locais abaixo do nível de movimentação, onde são comuns os
pés de elevadores de canecas. Caso haja, ali, a formação do gás, este não será renovado,
devido à sua densidade ser maior do que o ar. Neste local, quando em trabalhos de
manutenção, a atmosfera deverá ser monitorada antes do acesso. Em nossos sistemas, dotamos
os elevadores de canecas, cuja exaustão é feita no corpo e cria uma pressão negativa.
Previmos uma entrada de ar no fundo deste elevador, retirando continuamente quaisquer gases
ali formados, na medida em que são gerados.
Observamos que este gás é apenas um dos mais perigosamente fatais. Porém, muitos outros
podem intervir na ocupação dos EC. Sugerimos a leitura de nosso trabalho, publicado no site
da ANEST (Associação Nacional dos Engenheiros de Segurança do Trabalho) e intitulado “MEIO
AMBIENTE DO TRABALHO, CONCEITUAÇÃO E PREVENÇÃO DE RISCOS”.
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12.6. Monóxido de carbono.
Tão critico como o sulfeto de hidrogênio nos espaços confinados ou de acesso restrito, temos o
monóxido de carbono, que sendo inodoro não é percebido no acesso e que também pode ser
rapidamente fatal, e ao qual dedicamos este espaço para a conscientização do leitor.
Este produto quando em local fechado, sem ventilação, no qual o oxigênio é exaurido, é um
produto perigoso e em altas concentrações, fatal, nos espaços confinados como o sulfeto de
hidrogênio pode ser formado pelo processo de respiração de animais presentes o após
incêndios e devem ser bem caracterizados em face de suas conseqüências para o ser humano.
O dimensionamento destas medidas deve ser objeto de estudo pormenorizado em função dos
elementos presentes ou gerados nos procedimentos. Para tal, devem ser consultadas as normas
da ACGIH, ASRAE e outras normas em vigor.
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12.7.1. VGE Ventilação geral exaustora.
O túnel serve como conduto de ar, com o exaustor de um lado e a entrada do ar do lado
oposto. Desta forma, em função da capacidade de ar exaurido pelo exaustor, é criada uma
renovação constante do ar interior dos túneis, onde são eliminados os componentes de risco
respiratório à presença humana.
Inspeção: verificar, em plano específico, o estado geral dos equipamentos, com cronogramas
previamente definidos, substituindo peças sujeitas a desgaste antes do término de sua vida útil.
Desta forma, em paradas programadas, este trabalho antecede problemas que possam ocorrer,
comprometendo o equipamento e gerando riscos desnecessários.
Lembramos que grande parte dos eventos envolvendo poeiras ocorreu em períodos de
manutenção, conforme pode ser verificado nas tabelas anexas, no início deste trabalho,
quando eram utilizadas ferramentas de corte, desbaste ou soldagem elétrica, confirmando a
necessidade de se optar pela preventiva.
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14. INCÊNDIOS
Pequenos focos eventuais de fogo, iniciando em locais de atrito eventual, esteiras, redlers, etc.,
quando em locais de muita poeira, não devem ser extintos com água ou extintores
convencionais, nem abafados. Sempre usar gases inertes, pois a movimentação, em atmosfera
normal, pode causar turbulência, levantar nuvem e iniciar explosões.
Pequenos incêndios, como vimos, podem gerar grandes explosões. Portanto, a verificação
constante das instalações, os atritos de partes móveis e principalmente a ausência de poeiras
em suspensão são medidas que podem evitar tragédias, e todos que operam com estes
elementos devem estar avisados e sempre alertas enquanto nas instalações.
15.1.3. Gases muito inflamáveis e materiais que emitem vapores extremamente inflamáveis.
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15.1.4 Materiais extremamente tóxicos, tão venenosos que não devem, em nenhum momento,
entrar em contato com o corpo, por exemplo, o cianureto de hidrogênio.
15.1.5. Materiais extremamente corrosivos para os tecidos vivos, como o bromo, que pode
causar lesões instantaneamente, e o ácido hidrofluorídrico, que pode penetrar na pele e causar
queimaduras de recuperação muito lenta nos tecidos mais profundos. Também se incluem nesta
classificação os materiais que podem causar graves lesões nos olhos.
15.2.2. Materiais muito tóxicos que podem causar lesões e enfermidades, mas não causam a
morte, se houver uma exposição moderada a eles.
15.2.3. Materiais que podem causar a destruição de tecidos, especialmente dos olhos, se não
eliminados do corpo em prazo muito breve.
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16. RECOMENDAÇÕES.
Segundo nossas conclusões e vivência em relação a estes fenômenos, colocamos aqui nossas
recomendações para que sejam evitados futuros acidentes com poeiras explosivas. São
recomendações genéricas, que devem ser observadas quando não existirem.
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16.1.6 Amperímetros com alarme de sobrecarga.
16.1.7. Proibição de fumar.
16.1.7. Manutenção preventiva dos rolamentos/ máquinas/ correias/ etc.
16.1.8. Instalação elétrica classe II – divisão I.
16.1.9. Correias transportadoras resistentes a fogo e antiestática.
16.1.10. Inibição de combustão espontânea.
16.1.11. Pressurização de painéis/ cabine de força.
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16.4.3. Conclusão.
Quanto às áreas classificadas, devem merecer os mesmos cuidados em relação aos
equipamentos elétricos em espaços confinados. O projetista deve especificar apenas os
equipamentos, conforme item 16.4, quanto aos riscos inerentes. Porém, aqui também se pode
errar por excesso, quando se definirem equipamentos de alta complexibilidade e de difícil
aquisição no país, caso os locais confinados sejam considerados como áreas classificadas.
Se o complexo possuir todo o controle inerente à formação dos itens que possam comprometer
a segurança do local (isto é, se não houver a formação de atmosferas com deficiência ou
enriquecimento de oxigênio e não houver particulados em suspensão, faltará, no triângulo do
fogo, o elemento combustível, sem o qual não haverá o risco. Da mesma forma, equipamentos
bem mantidos não apresentarão os locais de aquecimento e os riscos elétricos, eliminando
também o segundo agente do triângulo de fogo (foco calorífico) e dispensando os
equipamentos citados. Porém, esta situação é válida para as poeiras explosivas. Outros
elementos, como os gases inflamáveis, devem ser bem observados quanto aos elementos
eletroeletrônicos, quando de sua definição, pois os riscos são mais severos e de difícil
qualificação e quantificação.
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