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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

APRESENTAÇÃO

Fundada em 2008 em Campos dos Goytacazes/RJ, a FOX Treinamentos dedicava-se exclusivamente


ao setor de manutenção. Alcançando uma base técnica e uma aguda visão de mercado, a identificação
e aproveitamento de novas demandas foram passos naturais que estenderam suas atividades em
Consultoria de Segurança do Trabalho e Treinamentos Industriais em QSMS praticados no nosso
CT, In Company e a Bordo de Plataformas.

Pelo seu dinamismo e versatilidade de suas ações, a FOX Treinamentos e Serviços On &Offshore
atualmente entrega serviços e pessoas ao talento criativo de sua organização e continua na busca
constante da excelência na prestação de seus serviços.

Dedica-se ao público alvo não exclusivamente, as empresas que necessitam formar ou atualizar seu
quadro operacional visando maior segurança e rendimento, além de profissionais individuais atuantes no
mercado de trabalho On e Offshore.

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nas áreas de QSMS e Petróleo e Gás.

www.foxtreinamentos.com

CBSP
CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE PLATAFORMA

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA DE PLATAFORMA


CBSP

MANUAL DO PARTICIPANTE

Edição: 01

FOX Treinamentos e Serviços On & Offshore


Rua Teixeira de Gouveia, nº 1980 - Cajueiros – Macaé – RJ - CNPJ: 09.505.602/0001-75
Telefones: (22) 2770-6725 // 3051-2114 // ID 125*77220

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

APRESENTAÇÃO DO CURSO

Este Manual do Participante é aplicado ao treinamento de CBSP – CURSO BÁSICO DE


SEGURANÇA DE PLATAFORMA.O curso atende as exigências da NORMAM-24/DPC. Este
manual do participante é aplicado aos profissionais da área offshore e destina-se a capacitar
os mesmos a responder de forma objetiva à uma situação de emergência, tomando medidas
de segurança e proteção a bordo das unidades que irão trabalhar, avaliando o cenário,
desenvolvendo e aplicando procedimentos e técnicas básicas de resposta a emergência, de
acordo com as recomendações contidas nos itens 5.3, 5.4 e 5.5 e com as Tabelas 5.5.1 a
5.5.6 da Resolução A.1079 (28) de 04/12/2013, da Organização Marítima Internacional.

Acreditamos que o seu aproveitamento neste curso seja eficaz para o enfrentamento dos
problemas do dia-a-dia e possa contribuir efetivamente para o seu crescimento individual e
profissional.

Seja bem vindo!

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

1.DISCIPLINAS E CARGAS HORÁRIAS DO CURSO

1.0 PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO................................................ 10 HORAS


1.1 PRIMEIROS SOCORROS ELEMENTARES............................................. 06 HORAS
1.2 SEGURANÇA PESSOAL E RESPONSÁBILIDADE SOCIAL.................. 08 HORAS
1.3 TÉCNICA DE SOBREVIVÊNCIA PESSOAL E PROCEDIMENTOS DE 09 HORAS
EMERGÊNCIA............................................................................................
1.4 CONSCIENTIZAÇÃO DE PROTEÇÃO...................................................... 03 HORAS
1.5 AVALIAÇÃO............................................................................................... 02 HORAS
1.6 TEMPO RESERVA..................................................................................... 02 HORAS
1.7 CARGA HORÁRIA TOTAL........................................................................ 40 HORAS

2. QUANTO À AFERIÇÃO DO APROVEITAMENTO E À HABILITAÇÃO DO ALUNO.

2.1- A aprendizagem do aluno será aferida por meio de uma avaliação teórica versando sobre
os conteúdos de todas as disciplinas.
2.2- Na avaliação teórica será utilizada uma escala de zero(0,0) a dez (10), com aproximação
a décimos.
2.3- O instrutor deverá fazer avaliações da aprendizagem dos alunos no desempenho das
atividades práticas realizadas no decorrer dos treinamentos.
2.4- Na avaliação das atividades práticas será atribuído conceito satisfatório ou insatisfatório

3. QUANTO À APROVAÇÃO NO CURSO

3.1- Será considerado aprovado o aluno que:


3.1.1- obtiver nota igual ou superior a seis (6,0) em uma escala de zero(0,0) a dez (10) na
avaliação teórica e alcançar o conceito satisfatório nas atividades práticas.
3.1.2- tiver a frequência igual ou maior que a mínima exigida para o curso.
3.2- Caso o aluno não cumpra as condições descritas nas alíneas acima, será considerado
reprovado.

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

INDICE

SUMARIO

CAPÍTULO 1 – PREVENÇÃO DE INCÊNDIO ........................................................................................... 9


1.1 - TEORIA DA COMBUSTÃO ............................................................................................................ 9
1.2 - FENÔMENOS DA COMBUSTÃO ................................................................................................ 13
1.3 - PRINCÍPIOS DA PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS A BORDO ..................................................... 15
1.4 - PROPAGAÇÃO DE INCÊNDIO – CAUSAS EMÉTODOS DE PROPAGAÇÃO ........................ 16
1.5 - MÉTODOS PREVENTIVOS CONTRA INCÊDIOS ...................................................................... 18
1.6 - VIGILÂNCIA E SISTEMA DE PATRULHA .................................................................................. 19
1.7 - SISTEMA DE DETECÇÃO DE FOGO, FUMAÇA E ALARME AUTOMÁTICO A BORDO. ...... 20
1.8 - AÇÕES AO SER DETECTADO FUMAÇA OU FOGO A BORDO ............................................. 20
1.9 - PREVENÇÃO NO TRABALHO A QUENTE ................................................................................ 21
CAPÍTULO 2 – COMBATE A INCÊNDIO ................................................................................................ 24
2.1 - CLASSIFICAÇÕES DOS INCÊNDIOS ........................................................................................ 24
2.2 - MÉTODOS DE COMBATE A INCÊNDIO .................................................................................... 25
2.3 - AGENTES EXTINTORES ............................................................................................................. 26
2.4 - EXTINTORES PORTÁTEIS ......................................................................................................... 27
CAPÍTULO 3 – ORGANIZAÇÃO DE COMBATE A INCÊNDIO ............................................................. 31
3.1 - COMBATE A INCÊNDIO A BORDO E FUNÇÕES DA TABELA MESTRA .............................. 31
3.2 - SISTEMAS FIXOS DE COMBATE A INCÊNDIO ........................................................................ 33
3.3 - AÇÕES DA BRIGADA DE INCÊNDIO ........................................................................................ 42
ANEXO DE EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ............................................................................................. 43
CAPITULO 4 – INTRODUÇÃO A PRIMEIROS SOCORROS................................................................. 46
4.1 - REGRAS BÁSICAS PARA SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA .................................................... 46
4.2 - COMO ACIONAR O ALARME OU COMUNICAR UMA SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA ......... 46
4.3 - TÉCNICAS DE RESGATE E TRANSPORTE.............................................................................. 47
4.4 - ASSISTENCIA MÉDICA NA UNIDADE OFFSHORE E NAS PROXIMIDADES ........................ 51
4.5 - A IMPORTÂNCIA DA HIGIENE E DA SAÚDE PESSOAL A BORDO ...................................... 52
Figura 65: Filtro de Água ........................................................................................................................ 53
CAPÍTULO 5 – CORPO HUMANO .......................................................................................................... 54
5.1- ESTRUTURA ÓSSEA E MUSCULAR .......................................................................................... 54

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5.2 - PRINCIPAIS ÓRGÃOS E FUNÇÕES .......................................................................................... 56


5.3 - SISTEMAS .................................................................................................................................... 56
CAPÍTULO 6 – PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS....................................................... 60
6.1 -SUPORTE BÁSICO DE VIDA ....................................................................................................... 60
6.2 - ESTADO DE CHOQUE ................................................................................................................ 63
6.3 - HEMORRAGIAS ........................................................................................................................... 64
6.4 - QUEIMADURAS ........................................................................................................................... 67
6.5 - TIPOS DE TRAUMATISMO ......................................................................................................... 70
6.6 - PROCEDIMENTOS ESPECIAIS .................................................................................................. 76
6.7 - IÇAMENTO E ARRIAMENTO DE VÍTIMAS POR EMBARCAÇÕES E HELICÓPTEROS ....... 82
ANEXO DE EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ............................................................................................. 84
CAPITULO 7 – RESPONSABILIDADE SOCIAL E RELAÇÕES HUMANAS A BORDO ..................... 86
7.1 - ELEMENTOS BÁSICOS DA COMUNICAÇÃO ........................................................................... 86
7.2 - BARREIRAS DA COMUNICAÇÃO ............................................................................................. 87
7.3 - IMPORTÂNCIA DO BOM RELACIONAMENTO NO AMBIENTE OFFSHORE ......................... 88
7.4 - PRÁTICA DE LIDERANÇA .......................................................................................................... 89
7.5 - COESÃO DO GRUPO PARA ATINGIR AS METAS ................................................................... 89
7.6 - RESPONSABILIDADES SOCIAIS E TRABALHISTAS ............................................................. 91
7.7 - REFLEXOS NEGATIVOS DE BEBIDAS ALCOÓLICAS E OUTRAS DROGAS ....................... 91
7.8 - COMO O ESTRESSE E AS DIVERGÊNCIAS INTERPESSOAIS CRIAM CONDIÇÕES
ADVERSAS AO BEM-ESTAR E À SEGURANÇA .............................................................................. 94
7.9 - AS DIFERENÇAS NATURAIS ENTRE OS INDIVÍDUOS E A NECESSIDADE DE SER
TOLERANTE NO RELACIONAMENTO COM OS COLEGAS DE TRABALHO................................ 98
CAPÍTULO 8 – SEGURANÇA NO TRABALHO A BORDO ................................................................... 98
8.1 - PROPÓSITO DA NORMA REGULAMENTADORA – NR-30 ..................................................... 98
8.2 - SEGURANÇA A BORDO – RESPONSABILIDADE DE TODOS ............................................... 99
8.3 - ACIDENTE DE TRABALHO, QUASE ACIDENTE E INCIDENTE ........................................... 100
8.4 - PRINCIPAIS CAUSAS DE ACIDENTES DE TRABALHO E O PAPEL DA CIPA ................... 100
8.5 - FATORES DE RISCO QUE INFLUENCIAM NAS ATITUDES E RESPOSTAS ...................... 101
8.6 - CONCEITO DE PERIGO E RISCO ............................................................................................ 102
8.7 - RISCO, FREQUÊNCIA E CONSEQUÊNCIAS .......................................................................... 105
8.8 - MEDIDAS DE PRECAUÇÕES PARA EVITAR ATOS INSEGUROS E CONDIÇÕES
INSEGURAS NAS OPERAÇÕES DE BORDO ................................................................................. 106
8.9 - EPI E NORMAS DE SEGURANÇA ........................................................................................... 110
8.10 - LOCALIZAÇÃO E A NECESSIDADE DA PROTEÇÃO DO TRABALHADOR ..................... 111
8.11 - EFEITOS E PRECAUÇÕES CONTRA A PRESENÇA DE GASES TÓXICOS ...................... 112
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8.12 - TRABALHO EM ESPAÇO CONFINADO ................................................................................ 113


8.13 - A IMPORTÂNCIA PREVENTIVA DA DISCIPLINA OPERACIONAL ..................................... 116
CAPÍTULO 9 – PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO E FISCALIZAÇÃO ..................................................... 117
9.1 - EFEITO DA POLUIÇÃO NO AMBIENTE MARINHO ................................................................ 117
9.2 - PROPÓSITO DA LEI E NORMAS AMBIENTAIS ..................................................................... 117
9.3 - FONTES POLUIDORAS............................................................................................................. 118
9.4 - PROCEDIMENTOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO .................................................................... 118
9.5 - ÁGUAS JURISDICIONAIS BRASILEIRAS E A COMPETÊNCIA DA AUTORIDADE
MARÍTIMA ........................................................................................................................................... 119
9.6 - ORGANIZAÇÃO DISTRITAL DA MARINHA ............................................................................ 120
9.7 - PORT STANTE CONTROL (CONTROLE DE ESTADO SOBRE EMBARCAÇÕES DE
BANDEIRA ESTRANGEIRA) ............................................................................................................. 121
9.8 - PASSAGEIRO CLANDESTINO E TERRORISMO .................................................................... 122
9.9 - PIRATARIA NO MAR E ATOS ILÍCITOS COMO ASSALTO OU ROUBO .............................. 123
ANEXO DE EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ........................................................................................... 124
CAPÍTULO 10 – SITUAÇÕES E PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA ........................................... 126
10.1 - CONCEITO DE EMERGÊNCIA................................................................................................ 126
10.2 - SINAIS DE ALARME ................................................................................................................ 127
10.3 - TABELA MESTRA, ORIENTAÇÕES DE SEGURANÇA E PLANOS DE CONTINGÊNCIA . 128
10.4 - EMPREGO DOS EQUIPAMENTOS DE SOBREVIVÊNCIA ................................................... 131
10.5 - SISTEMAS DE COMUNICAÇÕES INTERIORES DE BORDO .............................................. 138
10.6 - ORDENS E INSTRUÇÕES DA CADEIA DE COMANDO ....................................................... 138
10.7 - PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE OPERAÇÕES COMBINADAS ..................................... 139
CAPÍTULO 11 – ORIENTAÇÃO SOBRE SEGURANÇA A BORDO ................................................... 140
11.1 - PRINCIPAIS COMPARTIMENTOS E EQUIPAMENTOS DE UMA PLATAFORMA ............. 140
11.2 - ESTRUTURA FUNCIONAL E HIERÁRQUICA E OS PROCESSOS PRODUTIVOS DA
PLATAFORMA.................................................................................................................................... 141
11.3 - ELEMENTOS DE ESTABILIDADE E ESTANQUEIDADE ...................................................... 142
11.4 - PROCEDIMENTOS BÁSICOS PARA EVACUAÇÃO / ABANDONO .................................... 144
11.5 - PROCEDIMENTO DE ABANDONO – PREPARAÇÃO PESSOAL: ...................................... 144
11.6 - PROCEDIMENTOS PARA EMBARQUE E DESEMBARQUE COM SEGURANÇA EM
HELICÓPTEROS ................................................................................................................................ 148
CAPÍTULO 12 – TÉCNICAS DE SOBREVIVÊNCIA NO MAR ......................................................... 149
12.1 – EQUIPAMENTOS PARA SALVATAGEM E SOBREVIVÊNCIA ........................................... 149
12.2 - TIPOS DE EMBARCAÇÕES UTILIZADAS PARA ABANDONO E SOBREVIVENCIA ........ 152
12.3 – PONTOS DE REUNAIÃO E ABANDONO DE ACORDO COM A TABELA MESTRA ......... 159

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12.4 - PROCEDIMENTOS DO NÁUFRAGO NA ÁGUA.................................................................... 160


12.5 - AUTOCONTROLE E OS CUIDADOS PARA A SOBREVIVÊNCIA ....................................... 162
12.6 - MEIOS DE ALERTA E SINALIZAÇÃO.................................................................................... 165
ANEXO DE EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ........................................................................................... 169
CAPÍTULO 13 – CONSCIENTIZAÇÃO DE PROTEÇÃO ..................................................................... 176
13.1 A IMPORTÂNCIA DA COSCIENTIZAÇÃO DE TODOS A BORDO EM RELAÇÃO À
PROTEÇÃO ........................................................................................................................................ 176
13.2 - COMO INFORMAR UM INCIDENTE DE PROTEÇÃO,INCLUINDO PIRATARIA E ROUBO
ARMADO. ............................................................................................................................................ 177
13.3 - DEFINIÇÕES E TERMOS DE ELEMENTOS RELATIVOS À PROTEÇÃO MARÍTIMA........ 178
13.4 - LEGISLAÇÃO NACIONAL E INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO MARÍTIMA. ................... 183
13.5 - NÍVEIS DE PROTEÇÃO MARÍTIMA E PROCEDIMENTOS A BORDO EM CADA UM
DELES: ................................................................................................................................................ 184
13.6 - PLANOS DE PROTEÇÃO E PLANOS DE CONTIGÊNCIA ................................................... 186
13.7 - RESPONSABILIDADES DO GOVERNO, DA COMPANHIA E DAS PESSOAS ENVOLVIDAS
NA PROTEÇÃO. ................................................................................................................................. 189
14.1 – ATUAIS AMEAÇAS E TÉCNICAS USADAS PARA CONTORNAR AS MEDIDAS DE
PROTEÇÃO: ....................................................................................................................................... 190
14.2 - RECONHECIMENTO DE POSSÍVEIS AMEAÇAS MATERIAIS À PROTEÇÃO DA
PLATAFORMA COMO ARMAS, BOMBAS, SUBSTÂNCIAS E DISPOSITIVOS PERIGOSOS .... 191
14.3 - RECONHECIMENTO DE PESSOAS QUE APRESENTAM POTENCIAIS AMEAÇAS À
PROTEÇÃO, INCLUINDO ELEMENTOS QUE SE RELACIONAM COM A PIRATARIA E ROUBO
ARMADO ............................................................................................................................................. 194
14.4 - PROCEDIMENTOS QUE DEVEM SER SEGUIDOS QUANDO RECONHECER UMA
AMEAÇA À PROTEÇÃO. ................................................................................................................... 195
14.5 - FORMA CORRETA DE LIDAR COM INFORMAÇÕES SENSÍVEIS E COM AS
COMUNICAÇÕES RELATIVAS À PROTEÇÃO ............................................................................... 196
14.6 - EXIGÊNCIAS RELATIVAS ÀS INSTRUÇÕES E AOS EXERCÍCIOS PERIÓDICOS DE
ADESTRAMENTO PREVISTO PELAS CONVENÇÕES, CÓDIGOS E CIRCULARES DA IMO. ... 196
ANEXO DE EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ........................................................................................... 198
GLOSSÁRIO ........................................................................................................................................... 200
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................................... 201

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PCI - PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO


APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A filosofia empresarial da FOX Consultoria e Treinamentos On & Offshore Ltda pode ser
sintetizada no reconhecimento do valor das pessoas e na capacidade em lhes acrescentar
novas competências, objetivando seu reconhecimento não só profissional, mas sobre tudo
como ser humano integral.
Deste modo estamos habilitados a oferecer e desenvolver soluções que atendam às
necessidades de consultoria e treinamento empresarial focando a preservação da vida, em
sua acepção mais ampla, contribuindo de forma significativa para o alcance dos objetivos de
excelência empresarial dos nossos clientes.
O curso atende as exigências da NORMAM-24/DPC
Esta disciplina visa proporcionar ao aluno noções de prevenção e combate a incêndio,
seguindo procedimentos de segurança, afim de eliminar ou minimizar os riscos de incêndios a
bordo das unidades offshore.
O aluno ao final da disciplina será capaz de identificar as classes de incêndios, reconhecer e
aplicar os métodos de combate, como utilizar os meios e equipamentos disponíveis em suas
unidades.
Acreditamos que o seu aproveitamento neste curso seja eficaz para o enfrentamento dos
problemas do dia-a-dia e possa contribuir efetivamente para o seu crescimento individual e
profissional.

Seja bem vindo!

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CAPÍTULO 1 – PREVENÇÃO DE INCÊNDIO

1.1 - TEORIA DA COMBUSTÃO

Combustão é uma reação química de oxidação na qual poderá se desprender ou não uma
energia na forma de luz e calor.

O fogo é uma reação química das mais elementares, chamada COMBUSTÃO ou queima
entre três elementos: COMBUSTÍVEL, COMBURENTE e TEMPERATURA DE IGNIÇÃO OU
ENERGIA DE ATIVAÇÃO. A existência do fogo está condicionada à presença desses três
elementos em condições favoráveis. Durante a reação, isto é, durante a queima, há
desprendimento de calor e luz, continuamente.

Para efeito didático foi criada uma abstração geométrica, denominada TRIÂNGULO DO
FOGO para facilitar a compreensão do processo de combustão.

Figura 1 : Triangulo do Fogo

QUADRILÁTERO DO FOGO

Quadrilátero é uma evolução do conceito do triângulo do fogo onde foi descoberto um novo
elemento (reação em cadeia).

Figura 2 : Quadrilátero do Fogo

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ELEMENTOS DA COMBUSTÃO

Como vimos atualmente são considerados quatro elementos da combustão:

COMBUSTÍVEL, COMBURENTE, TEMPERATURA DE IGNIÇÃO E REAÇÃO EM CADEIA.

COMBUSTÍVEL

É tudo que queima. Na natureza teoricamente nenhum material é incombustível, mas para
efeito prático, dividimos os corpos em combustíveis e incombustíveis.
Onde temos como combustíveis aqueles que entram em combustão abaixo de 1000C° e
incombustíveis os que entram acima dessa temperatura.
Apresentam-se nos três estados físicos da matéria: sólido, líquido e gasoso.

SÓLIDO, combustível que queima em superfície e profundidade, deixando resíduos, como


cinzas e fuligens.
Ex: madeira, papel, borracha, tecidos e etc.

LÍQUIDOS, combustíveis que queima em superfície com desprendimento de gases.


Ex: álcool, gasolina, querosene, solventes e etc.

GASOSO, combustível de queima rápida e em toda sua totalidade.


Ex: butano, propano, acetileno, gás natural e etc.

COMBURENTE

Comburente, ou agente oxidante, é o elemento que possibilita vida as chamas e intensifica a


combustão. O mais comum na natureza é o oxigênio, encontrado na atmosfera em uma
proporção de 21%.

O AR ATMOSFÉRICO É COMPOSTO DE:

 78,06% de nitrogênio;
 21% de oxigênio;
 0,03%de gás carbônico;
 0,91% de gases raros e nobres.

Figura 3 : Composição Atmosférica

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Em relação ao nível de concentração de oxigênio em um determinado ambiente a combustão


apresenta-se sob diferentes formas, conforme o quadro abaixo:

PORCENTAGEM DE OXIGÊNIO CARACTERÍSTICA DA COMBUSTÃO

Predomínio de chamas ambiente rico em oxigênio. (Combustão


16 a 21
Completa)apresenta água na forma de vapor e presença de CO2
Fumaça ou brasas (Combustão Incompleta)com presença de
6 a 15
CO monóxido de carbono
Não haverá combustão (exceção para os materiais com o
Abaixo de 6
comburente incorporados em sua própria estrutura).

CALOR (ENERGIA DE ATIVAÇÃO ou TEMPERATURA DE IGNIÇÃO)

É a forma de energia que se transfere de um corpo para o outro, quando há entre eles
diferença de temperatura. O calor faz com que os combustíveis desprendam gases ou
vapores suficientes para fazê-los entrar em combustão.

REAÇÃO EM CADEIA

A combustão é um fenômeno que se processa em cadeia, que uma vez iniciada é mantida
pelo calor produzido durante a reação. Neste fenômeno são produzidos, radicais livres
instáveis e esses por sua vez transmitem energia química gerada pela reação, que se
transformará em energia calorífica.

A REAÇÃO EM CADEIA PROPICIA A AUTO-SUSTENTAÇÃO DA QUEIMA

PONTOS NOTÁVEIS DA COMBUSTÃO

De acordo com a temperatura aplicada a cada material, divide-se em três etapas:

Ponto de fulgor - Temperatura “T1” na qual o combustível começa a desprender vapores que
em contato com uma fonte de ignição produzem um lampejo (flash), que por não estar na
proporção ideal, esta concentração de vapores é insuficiente para manter a queima;

Ponto de combustão -Temperatura “T2”na qual o combustível desprende vapores na relação


ideal, que na presença de uma fonte de ignição com concentração de O2 maior que 16% em
volume; provoca a combustão plena;

Ponto de auto-ignição- Temperatura “T3” na qual o combustível sem a presença de uma


fonte de ignição, mas com a presença de O2 em concentração maior que 16% em volume;
provoca a combustão completa.

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Figura 4: Pontos Notáveis

LIMITE DE INFLAMABILIDADE (LII E LSI) OU LIMITE DE EXPLOSIVIDADE (LIE E LSE)

Para que os gases ou vapores que formam a mistura inflamável com o ar entram em
combustão é necessária uma concentração mínima de gases ou vapores.

Figura 5: Tabela de Explosão


NOTAS:

A faixa compreendida entre os dois limites é chamada de faixa de inflamabilidade ou


explosividade.
A queima só ocorre quando a mistura de ar gases ou vapores inflamáveis estiverem em
proporções ideais.

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CARACTERÍSTICAS DE ALGUMAS SUBSTÂNCIAS

LIMITE DE INFLAMABILIDADE
PONTO DE FULGOR PONTO DE IGNIÇÃO
SUBSTÂNCIAS (%VOLUME NO AR)
°C °C
INFERIOR SUPERIOR
Acetona -17 465 2,6 12,8
Acetileno Gás 305 2,5 80
Amônia Gás 651 16 25
Benzeno 11 560 1,3 7,1
Butano Gás 405 1,9 8,5
Etano Gás 515 3,0 12,5
Gasolina -43 280 1,4 7,6
H2S Gás 260 4,3 4,6
Metano Gás 528 5,0 15
Nafta -17 288 1,1 5,9
Propano Gás 466 2,2 9,5

Figura 6: Tabela de Combustiveis

1.2 - FENÔMENOS DA COMBUSTÃO

Toda combustão provoca a modificação dos aspectos físicos e químicos dos corpos, e tem
como resultado uma mistura de gases altamente aquecidos, que varia de acordo com a sua
composição química: vapor d’água, CO, CO2, etc. Esses aspectos foram denominados de
fenômenos da combustão e destacamos alguns dos principais:

PRESSÃO

Ocorre quando a combustão tem lugar em compartimentos confinados, originando a produção


de gases em alta temperatura que, como consequência, redundará no aumento de pressão. O
escapamento desses gases poderá causar queimaduras graves ou até mesmo explosão com
o rompimento das paredes ou anteparas dos compartimentos.

EXPLOSÃO

Há combustíveis que, por sua altíssima velocidade de queima e enorme produção de gases,
quando inflamados dentro de um compartimento confinado, devido à velocidade com que os
gases se expandem, geram o fenômeno da explosão. Exemplo: pólvora, nitroglicerina, etc.

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

ROOLOVER

Este fenômeno ocorre normalmente na fase inicial de um incêndio que se desenvolve em um


compartilhamento confinado. Os gases da combustão não queimados no incêndio misturam-
se ao ar e se inflamam na parte superior do compartilhamento devido à alta temperatura
naquela área.

FLASH OVER

Assim como o “Roolover”, este fenômeno ocorre durante a fase inicial do desenvolvimento em
um incêndio, geralmente, quando a temperatura da camada superior de fumaça atinge a
temperatura de cerca de 600°C (1.100°F).
A característica principal desde fenômeno é o repentino espalhamento das chamas a todo o
material combustível existente no compartilhamento, sendo praticamente impossível à
sobrevivência do pessoal que não abandonar o local.

Figura 7:Roolover

CLASSIFICAÇÃO DE INCÊNDIO PELA INTENCIDADE E PROPORÇÃO.

A proporção de evento engloba as suas dimensões, a sua intensidade e os meios


empregados para a sua extinção.

PRINCÍPIO DE INCÊNDIO OU INCIPIENTE.

Evento de mínimas proporções para o qual é suficiente a utilização de um extintor portátil

PEQUENO INCÊNDIO.

Evento cujas proporções exigem emprego de material especializado, sendo extinto com
facilidade e sem apresentar perigo iminente de propagação.

MÉDIO INCÊNDIO.

Evento em que a área atingida e a sua intensidade exigem a utilização de meios e materiais
equivalentes a um socorro básico de incêndio (uma ou mais brigadas de incêndio),
apresentando perigo iminente de propagação.

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GRANDE INCÊNDIO.

Evento cujas proporções apresentam uma propagação crescente, necessitando para sua
extinção, do emprego efetivo de mais de uma brigada.

1.3 - PRINCÍPIOS DA PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS A BORDO

Incêndios e explosões podem ser os grandes riscos potenciais em navios e plataformas, já


que podem destruir instalações, equipamentos e em casos extremos causar a perda de
navios e plataformas.

O Combate a Incêndio na área offshore é difícil e pode ser um desafio de alto risco para as
Brigadas de Incêndio, considerando que seus componentes não são bombeiros em tempo
integral. Com bons sistemas de prevenção de incêndios, treinamentos e exercícios, esses
riscos e dificuldades podem ser enormemente reduzidos e quase eliminados.

PARA PREVENIR INCÊNDIOS DEVE-SE:

 Ter habilidade de reconhecer riscos de incêndio e agir para eliminá-los;


 Fumar apenas em áreas seguras;
 Fazer manutenção correta das instalações;
 Deixar rotas de fugas livres;
 Manter portas corta-fogo fechadas;
 Fechar bem e separar os líquidos inflamáveis;
 Certificar-se de que os extintores nas respectivas áreas são do tipo indicado;
 Fazer treinamento de reação em emergência e saber usar o equipamento é essencial
para a segurança do pessoal.

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FONTES DE IGNIÇÃO

As fontes de calor podem ser:

 Elétrica: equipamentos elétricos (curtos e arcos voltaicos), cabos com emendas mal
feitas sobrecarga, etc.;
 Mecânica: esmeril, atritos, aquecimento de motores, etc.;
 Química: reações químicas exotérmicas.

1.4 - PROPAGAÇÃO DE INCÊNDIO – CAUSAS EMÉTODOS DE PROPAGAÇÃO

A principal causa da propagação de incêndio é a falta de prevenção. Por isso alguns


cuidados simples são fundamentais, como não acumular lixos ou trapos sujos ou embebidos
em óleo ou graxa, observar a manutenção preventiva e manter os equipamentos isolados
termicamente.

O calor propaga-se através de três maneiras distintas:

- Condução;
- Irradiação;
- Convecção.

CONDUÇÃO
É a transferência de calor feita no próprio material ou matéria, molécula a molécula
aquecendo-a por um todo.

Figura 8: Condução de Calor

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IRRADIAÇÃO
É a forma de transmissão de calor por meio de ondas caloríficas que atravessam o ar,
irradiadas do corpo em chamas.
O calor se processa sem a necessidade de continuidade molecular, entra a fonte calorífica e o
corpo que a recebe.

Figura 9: Irradiação de Calor

CONVECÇÃO
Consiste no deslocamento de energia térmica de uma região para outra, através do transporte
de matéria.

Figura 10: Convecção de Calor

PROPAGAÇÃO DOS INCÊNDIOS EM NAVIOS E PLATAFORMA

A propagação de incêndios a bordo de navios e plataforma acontece da seguinte forma:

Figura 11: Efeito Chaminé

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1.5 - MÉTODOS PREVENTIVOS CONTRA INCÊDIOS

TÉCNICAS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Para que haja combustão, é essencial a presença dos três elementos do triângulo do fogo: o
combustível, o comburente e energia de ativação ou temperatura de ignição. Não
existindo um desses elementos, não se processará o fogo.

Em ambientes industriais, tais como a bordo de uma Plataforma, FPSO, FSO e ou um navio-
sonda temos materiais combustíveis (roupa, madeira, papel, gasolina, graxa, óleo, etc.),
comburente (oxigênio presente no ar atmosférico), fontes de calor (soldagem e corte a
quente, cigarros, fósforos, lâmpadas elétricas, tubulações de vapor, solda elétrica, etc.). A
prevenção consistirá em evitar que esses três elementos se combinem em condições
propícias que possibilitem a ignição. Para tanto, é importante conhecer as principais causas
de incêndios e as características dos processos e matérias utilizados nas instalações que se
quer proteger. Segundo estatísticas da “Naticional Fire Protection Associaton” (NFPA),
entidade americana que desenvolve estudos nessa área, as fontes de incêndios mais comuns
são:

 Atrito = 14%;
 Centelhas = 12%;
 Ignição espontânea = 8%;
 Cigarros e phosphorus = 8%;
 Superfícies aquecidas = 7%
 Chamas abertas = 5%;
 Solda e corte = 4%

O conhecimento das causas de incêndio consagrou certas práticas como recomendáveis para
maior segurança do trabalhador e das instalações. Por exemplo:

ARMAZENAGEM DE MATERIAL
É fato comum nas plataformas manusear e trabalhar com materiais inflamáveis.

Exemplos: pintura corte em oxi-acetileno, solventes, produtos químicos, etc. Algumas


providências simples e práticas podem evitar a ocorrência do fogo:

 Manter sempre, se possível, a substância inflamável longe de fonte de calor e de


comburente, como no caso de operações de solda e oxi-corte. As operações de solda estarão
muito mais seguras se as ampolas de acetileno estiverem separadas ou isoladas das ampolas
de oxigênio;
 A armazenagem em locais separados contribui muito para aumentar a segurança;
 Manter sempre, no local de trabalho, a mínima quantidade de inflamável para uso,
como no caso, por exemplo, de operações de pintura, nas quais o solvente armazenado deve
ser apenas o suficiente para um dia de trabalho;
 Possuir um depósito com boas condições de ventilação para o armazenamento de
inflamável e o mais longe possível da área de trabalho, de operações;
 Proibir o fumo nas áreas onde existem combustíveis ou inflamáveis estocados. Não se
deve esquecer que todo fumante é um incendiário em potencial. (Ele conduz um dos
elementos essenciais do fogo: o calor.) Uma ponta de cigarro acesa poderá causar incêndio
de graves proporções.
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MANUTENÇÃO ADEQUADA

Além da preocupação com combustíveis é preciso saber como se pode evitar a presença do
terceiro elemento essencial do fogo: a energia de ativação. Como evitar a sua ação?

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM CONDIÇÕES PRECÁRIAS

Fios expostos ou desencapados podem ocasionar curtos circuitos, que serão origem de focos
de incêndio; se encontrarem condições favoráveis à formação de chamas.

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS MAL PROJETADAS

Poderão provocar aquecimentos nos fios e podem ser origem de incêndios. A carga excessiva
em circuitos elétricos pode e deve ser evitada.

PISOS ANTIFAÍSCA

Em locais onde há estoque de líquidos ou gases inflamáveis, os pisos devem ser antifaísca,
porque, um simples parafuso no sapato poderá ocasionar um incêndio.

INSTALAÇÃO MECÂNICA

Falta de manutenção e lubrificação em equipamentos mecânicos pode ocasionar


aquecimento por atrito em partes móveis, criando a perigosa fonte de calor.

ORDEM LIMPEZA

Os corredores com papéis e estopas sujos de óleo e graxa pelo chão, são lugares onde o
fogo pode começar e se propagar rapidamente, sendo mais difícil a sua extinção. Isto é
extremamente importante no caso de escadas, porque as consequências podem ser mais
graves.

1.6 - VIGILÂNCIA E SISTEMA DE PATRULHA

Nos navios e plataformas marítimas as pessoas estão expostas e perigos e riscos e, por isso,
há necessidade de vigilância constante no dia a dia, visando prevenir a ocorrência indesejada
de acidente envolvendo incêndio a bordo.

As inspeções diárias feitas por um ou mais brigadista, servem para buscar possíveis
impropriedades que devem ser corrigidas imediatamente, consistindo num sistema de
patrulha.

AS MEDIDAS ABAIXO TAMBÉM DEVEM SER ADOTADAS COMO FORMAS DE


PRECAUÇÃO:

 Treinamentos periódicos, para capacitação profissional;


 Treinamentos básicos de segurança offshore e exercícios internos através de
simulações de emergência;

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 Instalação de sistemas de detecção de incêndio e alarmes em toda a Unidade;


 Inspeções realizadas no local de trabalho, visando corrigir possíveis falhas nos
equipamentos que possam contribuir para ocorrência de incêndio (vazamento,
armazenamento inadequado de produtos, não atendimento aos padrões de segurança, etc.).

O objetivo dessas medidas é fazer com que todos os residentes tenham a responsabilidade
de reduzir os riscos, evitando possíveis focos de incêndio.

1.7 - SISTEMA DE DETECÇÃO DE FOGO, FUMAÇA E ALARME AUTOMÁTICO A BORDO.

SISTEMAS DE DETECÇÃO DE ALARME

São sistemas criados para a detecção automática da presença de focos de incêndio.

Detectores de Incêndio podem ser de quatro tipos, conforme o fenômeno que detectam:
Térmico – que é sensível a aumentos de temperatura;
De fumaça – que é sensível a produtos de combustíveis suspensos na atmosfera;
De gás – que é sensível a produtos gasosos da combustão;
De chama – que responde a radiações emitidas por chamas.

Acionador manual - que se constitui na parte do equipamento destinada ao acionamento do


sistema de detecção;
Central de controle – através da qual o sistema é alimentado eletricamente e é responsável
por receber os sinais dos detectores e transmitir para o sistema de alarme;
Alarme Sonoro e/ou Visual – cuja função é fazer soar o alarme de incêndio, por comando
manual do operador;
Fonte de Energia – cuja finalidade é garantir o funcionamento do sistema em quaisquer
circunstâncias.

1.8 - AÇÕES AO SER DETECTADO FUMAÇA OU FOGO A BORDO

AO SER DEPARAR COM UM INCÊNDIO DEVE-SE TOMAR AS SEGUINTES AÇÕES:

 Localizar o foco de incêndio e determinar sua extensão;


 Identificar a classe de incêndio;
 Informar a sala de controle (Intercom) (Que tipo? E Onde?);
 Providenciar o desligamento dos circuitos elétricos do local incendiado;
 Disponibilizar equipamento para o combate;
 Evitar a propagação para os compartilhamentos periféricos;
 Interromper a ventilação para a área de incêndio;
 Promover a retirada da fumaça do local de incêndio;
 Caso não seja possível tomar as ações anteriores, abandonar o local.

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1.9 - PREVENÇÃO NO TRABALHO A QUENTE

De acordo com a NR 34, considera-se trabalho a quente as atividades de soldagem,


goivagem,esmerilhamento, corte ou outras que possam gerar fontes de ignição tais como
aquecimento, centelhas ou chama.

INSPEÇÃO PRELIMINAR

Nos locais onde realizam trabalhosa quente deve ser efetuada inspeção preliminar de modo
assegurar que:
a) O local de trabalho e áreas adjacentes estejam limpas, secas e isentas de agentes
combustíveis, inflamáveis, tóxicos e contaminantes.
b) O trabalho a quente seja executado por trabalhador qualificado.

PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E ACIDENTES


SINALIZAÇÃO / ISOLAMENTO

Tem por finalidade garantir a distância e o isolamento adequado na execução de serviços(Ex:


movimentação de cargas, abertura de piso, trabalhos a quente etc.), impedindo a
permanência de pessoas não autorizadas no local.

Figura 12:Sinalização

SISTEMA DE EXAUSTÃO

Os fumos e gases envolvidos na soldagem podem contaminar rápida e perigosamente um


local confinado. Assim, faz-se necessária a captação e/ou diluição destes poluentes através
de um exaustor com uma mangueira flexível e um bocal que possa ser posicionado próximo
ao ponto de soldagem.

Figura 13: Sistema de Exaustão

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EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

O (EPI) é um equipamento de proteção individual que tem por finalidade proteger o usuário na
prevenção de acidentes.

Figura 14:EPI Figura 15: EPI

MÁSCARA DE FUGA

Para os trabalhadores em geral escaparem de situações de emergência, um tipo diferente de


respirador é necessário: um que possa ser usado e esteja funcionando em questão de
segundos e um que requer pouco treinamento para usar.

Há dois tipos em geral: uma máscara com capuz com cartuchos purificadores de ar e um
capuz com um ajuste no pescoço e fonte autônoma de ar. Ambos devem ser usados apenas
para fins de fuga.

Figura 16: Mascara De Fuga


MANTA

As mantas de proteção são produzidas com tecidos resistentes ao calor e ao fogo.


Proporcionam proteção contra fagulhas e respingos provenientes da soldagem e
esmerilhamento. A manta mais utilizada é do tecido de aramida.

Figura 17: Manta

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BIOMBO

Tem por finalidade bloquear as fagulhas e chamas, provenientes de trabalhos a quente


(exemplo - corte, solda e esmerilhamento), impedindo que as mesmas atinjam materiais
combustíveis, evitando, assim, o início de um incêndio.

Figura 18: Biombo

CONTROLE DE FUMOS E CONTAMINATES

Devemos limpar adequadamente a superfície e remover os produtos de limpeza utilizado,


providenciar renovação do ar afim de eliminar gases, vapores e fumos gerados durante o
trabalho, através de sistema de ventilação e exaustão.
Caso seja necessário de acordo com a inspeção prévia, utilizar equipamento de proteção
respiratória conforme o previsto no programa de proteção respiratória.

Figura 19: controle de contaminantes

VIGIA DE FOGO (OBSERVADOR)

Quando definido na APR, o observador deve permanecer no local, em contato permanente


com as frentes de trabalho, até a conclusão do serviço.
O observador deve receber treinamento ministrado por trabalhador capacitado em prevenção
e combate a incêndio, com conteúdo programático e carga horária mínima conforme o item 1
do Anexo I da NR 34.5.

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Figura 20: Vigia do Fogo

LEMBRE-SE: TODA ÁREA A SER REALIZADO UM TRABALHO A QUENTE DEVE ESTAR


ISOLADA E SINALIZADA, APÓS A EMISSÃO DA PERMISSÃO DE TRABALHO A
QUENTE.

CAPÍTULO 2 – COMBATE A INCÊNDIO

2.1 - CLASSIFICAÇÕES DOS INCÊNDIOS

Para facilitar a seleção dos melhores métodos para o combate de cada tipo de incêndio, são
usualmente divididos em quatro classes principais, a saber.

Figura 21: Classe A

São os que se verificam em materiais fibrosos ou sólidos, que formam brasas e deixam
resíduos após sua queima.

Figura 22: Classe B

São os que se verificam em combustíveis líquidos, graxas e gases inflamáveis.

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Figura 23: Classe C

São os que se verificam em equipamento e instalações elétricas depois de energizados.

Figura 24: Classe D

São os que se verificam em metais pirofóricos como sódio, titânio, potássio e magnésio.

As duas primeiras classes, “A” e “B”, caracterizam-se pelo modo como queimam.

O incêndio tipo classe “A” apresenta como resíduos cinza e brasas, queimando em superfície
e profundidade; já os de classe “B” queimam na superfície, não deixando resíduos.

Para a terceira classe “C”, o fator relevante é o risco de morte do operador no momento de
executar os trabalhos de extinção, já que muitos dos principais agentes extintores de incêndio
são bons condutores de eletricidade.

A classe “D”, em razão das características dos metais em combustão, requer o uso de
agentes extintores especiais, a base de cloreto de sódio, bem como métodos especiais de
aplicação desses agentes.

2.2 - MÉTODOS DE COMBATE A INCÊNDIO

O fogo, em seu início, é muito fácil de controlar e de extinguir. Quando mais rápido o ataque
às chamas, maiores serão as possibilidades de reduzi-las e eliminá-las.
As ações para extinguir o fogo são voltadas para desfazer ou romper o tetraedro do fogo.

Assim, temos basicamente quatro métodos de extinção de incêndios:

RESFRIAMENTO

É o método mais antigo de se apagar incêndios, sendo ser agente universal a água. Consiste
na redução da temperatura dos corpos incendiados, abaixo da temperatura de ignição ou da
região onde seus gases estão concentrados extinguindo o fogo.
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ABAFAMENTO

Esse método consiste em reduzir a quantidade de oxigênio para abaixo do limite de 6% na


atmosfera que envolve o fogo.

ISOLAMENTO

É o método mais simples quanto a sua realização, pois na maioria das vezes, é executado
com o emprego apenas da força física, não exigindo aparelhagem especial.
Sua eficiência está mais para o controle de um incêndio do que sua extinção propriamente
dita. Às vezes, com o simples fechamento de uma válvula ou a limpeza de uma área,
conseguimos debelar um incêndio.

QUEBRA DA REAÇÃO EM CADEIA

Ocorre a partir da introdução de determinadas substâncias na reação química da combustão


com o propósito de inibi-la. Neste caso, não há resfriamento, apenas é criada uma condição
favorável por um agente que atua a nível molecular, de forma que o combustível e o
comburente percam ou tenham reduzida a capacidade de manter a cadeia da reação.

2.3 - AGENTES EXTINTORES

Agente extintor é tudo aquilo que é ou pode ser usado no combate ao fogo. Os principais
agentes extintores são:

ÁGUA

É o agente extintor mais antigo e devido à sua abundância é o agente mais utilizado, por
excelência. Utilizado em incêndios da classe “A”,e empregado sob a forma líquida, nas
formas básicas de jato sólido e jato neblina. Em seu estado gasoso (vapor) é utilizado para
combater incêndios em espaços confinados. Extingue principalmente, por resfriamento e
secundariamente por abafamento.

CONTRA INDICAÇÃO:

Por ser boa condutora de eletricidade não deve ser usada na classe C;
Por reagir violentamente com os metais combustíveis não deve ser usada na classe D.

PROPRIEDADES FÍSICO/QUÍMICAS DA ÁGUA

Na passagem do estado líquido para o gasoso líquido para o gasoso, ocorre um aumento
volumétrico na proporção de 1m² de H2O para 1700m³ de vapor.

Figura 25: Propriedades da Água

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A água possui uma excelente estabilidade química, entretanto pode ser decomposta pela
ação da corrente elétrica e por temperaturas acima de 1200°C produzindo o perigoso gás
hidrogênio (combustível) e o comburente oxigênio.

ESPUMA

A espuma é um agente indicado para extinção de incêndio classe “B”, em especial os de


grande vulto. Em função do método de produção há dois tipos básicos de espuma: a química
e a mecânica.
A primeira é a mais comumente encontrada em extintores portáteis, embora possa também
ser gerada em instalações fixas. Resulta da reação entra soluções químicas para produção de
um agente espumante. É o único agente extintor que flutua sobre os combustíveis
inflamáveis. Em ambiente aberto, permanece isolando o combustível por períodos
prolongados. Pelas características anteriores. É o único agente extintor capaz de extinguir
incêndios de classe “B” em grandes áreas abertas.

AGENTES EM PÓ

São compostos químicos que variam em sua composição de acordo com o seu emprego. Os
agentes a base de bicarbonato de sódio ou bicarbonato de potássio, conhecidos como “pó
químico”, foram desenvolvidos para extinguir incêndios em líquidos e equipamentos elétricos.
Há também o pó químico ABC à base de monofosfato de amônia siliconizado, e ainda temos
os agentes denominados de “pó seco especial”, que foram desenvolvidos especialmente para
incêndios em metais brancos (classe “D”), a base de cloreto de sódioe extinguem,
principalmente por abafamento.

GÁS CARBÔNICO (CO2)

É um gás inerte mais pesado que o ar, incolor, sem cheiro e não condutor de eletricidade. É
indicado para os incêndios das classes “B” e “C”, extinguindo-os primariamente por
abafamento e secundariamente por resfriamento.

HALON

Agente extintor de compostos químicos formados por elementos halogênios (flúor, cloro,
bromo e iodo). O uso do gás HALON está proibido, pois, afeta gravemente a camada de
ozônio de nosso planeta, devido CFC (CLOROFLUORCARBONETO), que faz parte da sua
composição química.

2.4 - EXTINTORES PORTÁTEIS

São equipamentos destinados ao combate a princípios deincêndio. Os extintores portáteis são


marcados com símbolos e letras, conforme a classe de incêndio contra a qual devem ser
utilizados.
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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

TIPOS DE EXTINTORES PORTÁTEIS

Os principais extintores em uso são:


 Água pressurizada;
 CO2;
 Agentes em pó químico seco;
 Espuma

EXTINTOR DE ÁGUA PRESSURIZADA:

São extintores que utilizam a água como agente extintor. São de dois tipos, a saber: com
pressão no próprio cilindro e com ampola de propelente, ambos utilizam como propelente o ar
comprimido ou nitrogênio.

Figura 26: Extintor de Água

EXTINTOR DE ESPUMA

Não se esqueça de observar a direção do vento. Direcione o jato da espuma para


umaantepara, não diretamente para o fogo. Não havendo antepara, próximo ao faço,
direcione o jato para o alto e deixe cair sobre o foco.

Figura 27: Extintor De Espuma Mecânica

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

EXTINTOR DE CO2

São extintores que utilizam o CO2 como agente extintor. São recomendados para incêndio
das classes “B “e “C”, não podendo ser usados em incêndios da classe “D”.

Figura 28: Extintor De CO2

EXTINTORES DE PÓ QUÍMICO SECO

Os extintores de pó químico a base de bicarbonato de sódio ou bicarbonato de potássio são


recomendados para incêndios das classes “B” e “C”, não podendo ser usado nos da
classe “D”.

Os extintores de pó químico podem ser:

COM AMPOLA DE CO2 OU COM PRESSÃO NO PRÓPRIO CILINDRO – EMPREGA O


NITROGÊNIO COMO PROPELENTE.

Figura 29: Extintor de Pó Químico Figura 30: Extintor de Pó Químico

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EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO A BASE DE MONOFOSFATO DE AMÔNIA SILICONIZADO –


PÓ ABC

São extintores de grande valia no combate aos princípios de incêndios, pois o mesmo atua
nas três principais classes de incêndio, que são: A B C

Figura 31: Extintor de Pó Químico ABC

EXTINTORES A PÓ SECO ESPECIAL

São Utilizados em incêndios de classe “D”, são a base de cloreto de sódio seguindo
técnicas especiais e recomendações dos fabricantes. O agente e o método de aplicação
dependem do tipo e qualidade do metal.

Figura 32: Extintor de Pó Químico Especial

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

UTILIZAÇÃO DOS EXTINTORES

ÁGUA, CO2 E PQS

Observe a direção do vento e ataque o fogo, dirigindo o jato para a base do mesmo. Com
exceção do aparelho extintor de água para fogo de classe B.

Figura 33: Utilização do Extintor

CAPÍTULO 3 – ORGANIZAÇÃO DE COMBATE A INCÊNDIO

3.1 - COMBATE A INCÊNDIO A BORDO E FUNÇÕES DA TABELA MESTRA

Toda Unidade Marítima possui uma sala de Controle que monitora 24 horas as áreas da
embarcação através de sensores, botoeiras de alarmes e sistema de vídeos.
Dessa forma, no caso de uma emergência ou qualquer anormalidade, o sistema de detecção
localiza, aciona o alarme sonoro e o operador da sala de controle informa a localização do
sinistro para ação imediata por parte do Coordenador Local da Emergência.

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ORGANOGRAMA DA ESTRUTURA DE RESPOSTA

Nas unidades Offshore a ação de Combate a Incêndios é Coordenada pelo gerente de


Plataforma (GEPLAT) ou pelo Com andante /OIM, no caso de navio-sonda.

Cabe ao GEPLAT ou Comandante as seguintes atribuições:

 Centralizar as informações, decidir e orientar as ações a serem tomadas para o controle da


emergência;
 Comunicar as ações de controle de emergência para a estrutura de resposta terra;
 Certificar-se sobre as providências adotadas para parada operacional de emergência de
forma segura;
 Decidir sobre a evacuação ou abandono da Unidade Marítima;
 Solicitar os recursos necessários ao Coordenador Geral do Plano de Contingência, que é
responsável maior pela coordenação de emergência;
 Coordenar a elaboração dos relatórios que buscam investigar as causas básicas que deram
origem à emergência, para que tomem medidas corretivas e preventivas;
 Aplicar o Plano de Contingência da Unidade para Controle do Incêndio;
 Solicitar apoio externo, conforme Plano de Contingência Central, sempre que as proporções
do incêndio indicarem a necessidade de sua adoção.
A resposta de emergência envolvendo incêndio a bordo de uma plataforma ou navio, será
acionada pelo Coordenador Local,utilizando-se inicialmente dos tripulantes que compõem a
Brigada de Incêndio

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

TABELA MESTRA

Figura 34: Tabela Mestra

3.2 - SISTEMAS FIXOS DE COMBATE A INCÊNDIO

Os SISTEMAS FIXOS DE COMBATE A INCÊNDIO são aqueles cujo propósito é a supressão


de um incêndio local, num dado sistema ou equipamento, através de uma instalação fixa,
geralmente de atuação automática. A maioria dos sistemas fixos a um sistema de detecção
automática de fogo, como detectores de fumaça ou calor, por exemplo:

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

Tabela 4: Sistema Fixo de Combate a Incêndio

SISTEMAS DE SUPRESSÃO POR GÁS (CO2)

 Os sistemas de CO2 suprimem o fogo por inundação total ou aplicações locais;


 Os sistemas de CO2 são recomendados para a proteção de áreas não ocupadas, em
função do risco potencial de asfixia;
 O sistema é composto por baterias de cilindros com suas respectivas válvulas,
mangueiras flexíveis, válvulas solenoides para liberação do agente do cilindro através da
tubulação, painéis e dispositivos de campo;
 O Sistema de Supressão é interligado a painéis de controle que monitorizam a
detecção e comandam eventuais descargas.

Figura 35: Bateria de CO2

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

SISTEMA DE SUPRESSÃO POR GÁS FM 200

 O FM-200 é armazenado na fase líquida, minimizando o espaço de armazenagem e


usando como propelente o nitrogênio (N2);
 É um agente não condutor de eletricidade, não deixa resíduos nos equipamentos mais
sensíveis;
 A descarga do agente supressor ocorre em no máximo 10 segundos após o comando
de disparo, minimizando os riscos de maiores danos;
 Age por abafamento e resfriamento físico-químico, isto é, as moléculas do agente
entram em contato com a frente da chama e absorvem o calor, por intermédio de reações
químicas e físicas, quebrando a estrutura molecular do fogo.

Figura 36: Sistema de Supressão

EQUIPAMENTOS QUE EMPREGAM ÁGUA NO COMBATE A INCÊNDIO

Grande parte dos equipamentos de combate a incêndio é projetada para utilização de água e
espuma. Entretanto, alguns, devido às características de emprego, utilizam exclusivamente a
água como agente extintor para fins específicos. Dentre, eles temos:

BOMBAS E REDES DE INCÊNDIO

A rede de Incêndio consiste em um sistema de canalizações que alimentam tomadas de


incêndio e sistema de borrifo, através de bombas que constantemente as mantêm
pressurizadas.
A pressão da Rede de Incêndio é da ordem de 150 libras/pol², sendo que é necessária, uma
pressão mínima de 70 libras/pol² no terminal das mangueiras para operação de quase todos
os equipamentos produtores de espuma.

Figura 37: Bomba de Incêndio


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SISTEMAS FIXOS A ÁGUA - (REDE DE SPRINKLER)

Esses dispositivos são dotados de um elemento termo-sensível, que se rompe por ação do
calor proveniente do foco de incêndio, permitindo a descarga da água sobre o ambiente.
Esse sistema possui grande confiabilidade e pode ser aplicado em ambientes onde não
existam equipamentos que se danifiquem pela ação da água. Possui as seguintes
características:

1. Rapidez na atuação;
2. Possibilidade de extinção do incêndio em seu início;
3. Confinamento do incêndio no ambiente onde se originou, facilitando a extinção do fogo.

Figura 38: Rede de Sprinkler

SISTEMA FIXOS A ÁGUA – (REDE DE DILÚVIO)

Sistema dotado de tubulação seca e ramais com projetores abertos. O sistema funciona da
seguinte forma: a partir do acionamento de um ou mais elementos de detecção é emitido um
sinal de abertura para a válvula de dilúvio, permitindo a passagem do agente extintor pela
rede, sendo este, descarregado simultaneamente por todos os projetores.

São utilizados para proteger equipamentos e áreas classificadas, tais como:

 Cabeças de poços;
 Equipamentos de separação óleo/gás;
 Compressores de gás;
 Tanques pressurizados;
 Bombas de transferência de óleo;
 Manifolds de oléo e gás;
 CellarDeck.

Figura 39: Sistema de Diluvio

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

TOMADAS DE INCÊNDIO

As tomadas de incêndio são dispositivos colocados na rede para captação da água, para o
combate de incêndio e a bordo são instaladas nas canalizações ou nas extremidades das
derivações verticais.

Figura 40: Tomada de Incêndio

NOTA: Nas plataformas e navios as tomadas de incêndio são posicionadas de modo que
qualquer ponto possa ser alcançado com no máximo duas seções de mangueiras.

MANGUEIRAS E REDUÇÕES

“Atualmente encontramos a bordo dos navios e plataformas, mangueiras de incêndios nos


diâmetros de 1 ½ e 2 ½”.
Cada seção mede cerca de 15,25m (50 pés) de comprimento e suas extremidades são
adaptadas com conexões tipo engate-rápido.

Figura 41: Mangueira e Reduções

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

ADUCHAMENTO DE MANGUEIRAS

Visando o seu pronto emprego, as mangueiras são acondicionadas devidamente e enroladas


em “caixas de Incêndio”, localizadas próximas das tomadas de incêndios. O procedimento
de enrolarmos as mangueiras para facilitar o seu uso, chama-se ADUCHAR. As mangueiras
podem ser aduchadas das seguintes formas:

Figura 42: Aduchamento

I – Aduchada pelo centro – Center Rolled (Método Marinha)

Figura 43: Aduchamento pelo Centro

II -Aduchada pela extremidade – Dutch Rolled (Método Alemão)

Figura 44: Aduchamento pela Extremidade

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

III- Aduchada em camadas – Flaked (Método ziguezague)

Figura 45: Aduchada em Camadas

Nota: Existem outros métodos de aduchamento, que por não serem usados em navios e
plataformas deixaremos de mencioná-los.

CUIDADOS BÁSICOS COM AS MANGUEIRAS:

 Nunca pressioná-las com equipamentos pesados;


 Limpa-las após uso;
 Guardá-las em local seco e limpo;
 Não arrastá-las pelo chão;
 Secá-las antes de guardar;
 As conexões não devem ser atiradas ou jogadas no chão.

DIVISOR OU DERIVANTE

Aparelho metálico dotado de uma boca de admissão de 2 ½ e três ou duas bocas de


descarga de 1 ½,providas de registro e todas com juntas storz.

Figura 45: Derivantes

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

ESGUICHOS

Esguicho é o termo aplicado ao componente montado na saída da mangueira. Os esguichos


apresentam diversos detalhes que, dependendo do fabricante, se diferenciam uns dos outros.
As principais diferenças dizem respeito à existência de punho ou não. Todos têm o mesmo
princípio: o difusor dispõe de um movimento de aproximação e afastamento do corpo do
esguicho pela rotação de uma luva roscada na extremidade de saída.

ESGUICHOS VARIÁVEIS

Figura 46:Esguichos

 REGULAGEM DO ESGUICHO

O movimento do difusor permite uma variação da forma dada ao jato de água, em


dois modos:

JATO PLENO NEBLINA

Figura 47: Regulagem De Esguicho

 REAÇÃO DO JATO

Quando a água é projetada através de um esguicho, uma reação igual e oposta à força do
jato acontecem, causando o recuo do esguicho no sentido oposto ao do jato.
A pessoa encarregada de segurar o esguicho deve aplicar esforço suficiente para compensar
essa força.

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

 GOLPE DE ARÍETE

Quando o fluxo de água é estancado subitamente pelo fechamento rápido do esguicho, ondas
de choque são transmitidas ao longo da extensão da mangueira ou tubo. Isso pode resultar
no enfraquecimento ou ruptura das mangueiras. A abertura rápida do hidrante para
pressurização, também,provoca chicoteamento.

OUTROS TIPOS DE ESGUICHOS:

 ESGUICHO PROPORCIONADOR DE ESPUMA

Consiste num tubo metálico tendo externamente, uma cobertura sanfonada de lona e na parte
inferior um pequeno tubo de borracha, (tubo aspirante). Internamente, possui aletas tendo na
extremidade de entrada junta storz. Produz espuma com a passagem de água no seu interior,
com a pressão mínima de 5Kg/cm2. Esta passagem provoca fisicamente, o arrasto do agente
espumígemo contido em galões através do tubo de borracha. A mistura água e saponina, ao
sofrer ação mecânica do choque com as aletas, provocam uma turbulência que se transforma
em espuma mecânica.

Figura 48: Esguichos Proporcionador de Espuma

 ESGUICHO MONITOR OU CANHÃO

Tem proporções bem maiores, dotado de pés e garras para fixação, possui um sistema para
movimentos rotativos e direcionamento do jato. Utilizado no Helideck para lançamento do jato
compacto a grandes distâncias.

Figura 49: Canhão de Espuma

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EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA (EPR)

Tem como finalidade impedir que o usuário respire em uma atmosfera imediatamente
perigosa à vida e saúde (IPVS), devido à deficiência de oxigênio ou presença de gases
tóxicos.

Figura 50: Proteção Respiratória

NOTA: O EPR só pode usado após o treinamento específico para utilização.

SINAIS DE CONTROLE

De acordo com a situação em que se possa encontrar, o uso dos sinais de controle é
imprescindível para a realização segura de manobra à distância.

3.3 - AÇÕES DA BRIGADA DE INCÊNDIO

A Brigada de Incêndio é uma equipe treinada para agir em incêndio em qualquer parte da
Unidade Marítima.
Após o alarme de emergência, a Brigada se reúne na Estação de Incêndio e sob a
coordenação do Técnico de Segurança e/ou do Líder, que se equipam e se informam sobre o
tipo de emergência. Fazem a aproximação até o local do sinistro, utilizando e/ou acionando os
recursos necessários para combatê-lo deforma eficiente e utilizando as técnicas conforme
treinamento desenvolvido nos simuladores de controle de emergência, de acordo com o Plano
de Contingência da Unidade Marítima.

Figura 51: Equipe de MCIA

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

AÇÃO DA BRIGADA DE INCÊNDIO EM CRASH NO HELIDECK

Conforme previsto na NORMAM-01, a ocorrência de emergência envolvendo aeronave no


Helideck (CRASH) cabe inicialmente à equipe de Manobra e Combate a Incêndio em
Aeronave (EMCIA), dar o primeiro combate sobre a coordenação do ALPH (Agente de
Lançamento e Pouso de Helicóptero).nesses casos, a Brigada de Incêndio será acionada
para complementar os recursos necessários ao controle da emergência.

Acionada a Brigada de Incêndio, deverá observar os seguintes procedimentos:

 Ao soar o alarme - a brigada deverá dirigir-se ao Ponto de Incêndio e aguardar


orientação;
 Após receber as orientações necessárias – deverá dirigir-se ao local da emergência.
 Logo que chegar ao local – o Coordenador da Brigada deverá buscar orientação com o
ALPH (Agente de Lançamento e Pouso de Helicóptero), quanto aos riscos existentes;
 Ao constatar a existência de vítimas – resgatar possíveis vítimas e prestar primeiros
socorros;
 Após o resgate das vítimas – combater o Incêndio e resfriar os equipamentos.

ANEXO DE EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO


1. O que é fogo?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

2. Quais são as classes de Incêndio?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

3. Marque Verdadeiro ou Falso.


V F

Um só homem é suficiente para operar a mangueira.

O Esguicho é um equipamento para controlar a água.

Para manter uma mangueira, não arraste, não deixe cair e não puxe em cantos vivos.

A configuração e material de uma determinada estrutura podem influenciar na propagação do


fogo.

Para incêndios em material elétrico deve-se utilizar sempre um extintor de água.

As unidades Marítimas possuem uma Sala de Controle que monitora 24 horas as áreas da
embarcação, através de sensores, botoeiras de alarmes e sistema de vídeos.

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

4. Quais tipos de Extintores poderão ser usados em um painel elétrico?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

5. Quais os meios de propagação dos incêndios?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

6. Quais são as responsabilidades de uma brigada de incêndio?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

7. Cite os pontos notáveis da combustão?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

8. Explique a função dos Sprinklers:


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

9. Por que o agente extintor HALON foi proibido?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

10. No esquema a seguir são apresentadas duas situações:

(A) (B)

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(A) Transmissão de calor por____________________.


(B) A_______________________ transportando o ar aquecido, gases e fumaça através do
navio.

Assinale as palavras corretas que fazem parte das respectivas lacunas:

a) Irradiação e Condução;
b) Condução e Contato Direto;
c) Convecção e Contato Direto;
d) Irradiação e Convecção.

IMPORTANTE:

“Mais importante que saber apagar o fogo, é ter conhecimento de como ele pode ser
prevenido, prevenir ainda é a melhor solução!”
Os grandes incêndios quase sempre iniciam em pequenas proporções. “Um bom sistema de
detecção, avaliação dos riscos e pessoas qualificadas, pode fazer o local de trabalho mais
seguro.”
Luciano Barros.

PSE – PRIMEIROS SOCORROS ELEMENTAR

APRESENTAÇÃO DO CURSO

A filosofia empresarial da FOX Consultoria e Treinamentos On& Offshore Ltda pode ser
sintetizada no reconhecimento do valor das pessoas e na capacidade em lhes acrescentar
novas competências, objetivando seu reconhecimento não só profissional, mas sobre tudo
como ser humano integral.
Deste modo estamos habilitados a oferecer e desenvolver soluções que atendam às
necessidades de consultoria e treinamento empresarial focando a preservação da vida, em
sua acepção mais ampla, contribuindo de forma significativa para o alcance dos objetivos de
excelência empresarial dos nossos clientes.
O curso atende as exigências da NORMAM-24/DPC. Este manual do participante é aplicado
ao treinamento de primeiros socorros para capacitar os profissionais a identificar e avaliar um
cenário de emergência médica; desenvolvendo e aplicando procedimentos e técnicas básicas
de socorrista para garantir um melhor atendimento a um acidentado, analisando os
problemas, determinando a gravidade de suas lesões, e encaminhando-o, o mais breve
possível, aos profissionais de saúde.
Acreditamos que o seu aproveitamento neste curso seja eficaz para o enfrentamento dos
problemas do dia-a-dia e possa contribuir efetivamente para o seu crescimento individual e
profissional.

Seja bem vindo!

45
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

CAPITULO 4 – INTRODUÇÃO A PRIMEIROS SOCORROS

4.1 - REGRAS BÁSICAS PARA SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA

Os primeiros socorros são as atenções imediatas prestadas a uma pessoa cujo estado físico
coloca em perigo a sua vida, com o propósito de manter suas funções vitais e evitar
agravamento de suas condições, até que receba assistência qualificada (médico, paramédico
ou enfermeiro).

APTIDÕES DO SOCORRISTA

O socorrista deve ter habilidade e capacidade para identificar e avaliar com precisão o que
deve ser feito, com bom senso e eficiência.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

 Manter a calma;
 Avaliar a cena quando à presença de situações de risco, a fim de preservar sua
segurança e da equipe, incluindo os transeuntes;
 Solicitar apoio;
 Atentar para a segurança e biossegurança, item considerado de suma importância na
manipulação do paciente;
 Verificar o número de vítimas.

4.2 - COMO ACIONAR O ALARME OU COMUNICAR UMA SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA

Uma emergência pequena pode transformar-se em uma situação sem controle. Detectada a
emergência, a atitude inicial adequada pode fazer a diferença entre a vida e a morte.

COMO FAZER? UTILIZAR:

 Telefone;
 Botoeira de emergência (em casos de incêndios);
 Interfone;
 Gritos.

SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIAS QUE PODEM OCORRER EM UMA PLATAFORMA,


COMO:

 Incêndio;
 Explosão;
 Mau tempo;
 Vazamento de gases;
 Colisão;
 Queda de aeronave;
 Homem ao mar;
 Alarmes.

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ALARMES DE EMERGÊNCIA

Os alarmes de emergência são acionados a bordo para indiciar algum tipo de emergência.
Estes alarmes podem ser acionados pelo alarme geral e são escutados no interior de toda
unidade.

Em caso de abandono, as instruções são passadas verbalmente pelo comandante, através do


sistema de autofalante, seguindo de toque contínuo da sirene.

PROCEDIMENTO DE EMERGÊNCIA

Estando em seu camarote, pegue o Equipamento de Proteção Individual (EPI) e seu colete
salva-vidas e se dirija para o seu ponto de reunião. Fora do camarote, pare o serviço
imediatamente, deixe seu local e trabalho seguro (desligue os equipamentos) e siga para seu
Ponto de Reunião. Dependendo da unidade, os coletes salva-vidas podem estar nos
camarotes ou no convés, próximos às baleeiras.

4.3 - TÉCNICAS DE RESGATE E TRANSPORTE

TRANSPORTE DA VÍTIMA

A remoção da vítima do local do acidente é uma tarefa que requer da pessoa prestadora de
primeiros socorros o MÁXIMO DE CUIDADO E CORRETO DESEMPENHO.

PROCEDIMENTO ANTES DA REMOÇÃO

O que fazer?

 CAB;
 Controlar a hemorragia;
 Imobilizar membros com suspeita de fratura.
Para o transporte da vítima podemos utilizar os meios habitualmente empregados – maca ou
padiola, helicóptero ou RECURSOS IMPROVISADOS:
 Ajuda dos tripulantes;
 Maca (Offshore, Prancha longa e rígida, STR);
 Helicóptero;
 Embarcação;
 Ambulância.

ROLAMENTO

São utilizados dois tipos rolamento: 90⁰ e 180⁰.

a) ROLAMENTO 90⁰

Indicados para vítimas que estão em decúbito dorsal (barriga para cima):

 Um dos socorristas estabiliza a cabeça do paciente por trás (líder);


 Rola-se a vítima em bloco ao comando do líder, até a posição de decúbito lateral;

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 Após o comando do socorrista líder, a vítima é devolvida em bloco ao decúbito dorsal


sobre a prancha;
 Fixar o tronco e extremidades com os cintos;
 Aplicar e fixar a cabeça da vítima ao imobilizador lateral.

Figura 52: Rolamento 90°

b) ROLAMENTO 180⁰

Indicado para vítimas encontradas em decúbito ventral (barriga para baixo).

PROCEDIMENTO DE CONDUÇÃO

Após realizar o rolamento de 90⁰ ou 180⁰ graus para colocação da vítima na maca, deve-se:

 Cada um dos carregadores fica junto a um dos quatro pegadores da maca;


 Cada carregador se agacha e segura o pegador com firmeza, quando for dada a ordem
todos se erguem ao mesmo tempo, mantendo a maca nivelada;
 A uma segunda ordem, os carregadores saem com pé que está mais perto da maca
dando passos curtos;
 Para pousar a vítima, os carregadores param, obedecendo a um comando, a outro
comando, eles se agacham e abaixam a maca até que ela pouse suavemente no chão.

Figura 53: Rolamento 180°

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

TRANSPORTE DE VÍTIMAS SEM EQUIPAMENTOS

Figura 54: Transporte De Vitima Figura 55: Transporte De Vitima

VITIMA INCONSCIENTE

 Como levantar a vítima do chão sem auxílio de outra pessoa:

Figura 56: Transporte de Vitima Inconsciente

 Como levantar a vítima do chão com a ajuda de uma ou mais pessoas:

Figura 57: Transporte de Vitima Com Mais Pessoas

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VÍTIMA CONSCIENTE OU INCONSCIENTE

 Como remover a vítima, utilizando-se de cobertor ou material semelhante:

Figura 58: Transporte de Vitima com Cobertor

 Como remover vítimas acidentadas com suspeita de fraturas de coluna e pelve: Utilize
uma superfície dura – porta ou tábua (maca improvisada).
Solicite ajuda de pelo menos cinco pessoas transferir o acidentado do localencontrado até a
maca.
Movimente o acidentado COMO UM BLOCO, isto é, deslocando todo o corpo ao mesmo
tempo, evitando mexer separadamente a cabeça, o pescoço, o tronco, os braços e as pernas.

Figura 59: Maca Improvisada

 Como remover acidentado grave não suspeito de fratura de coluna vertebral ou pelve,
em decúbito dorsal;
Utilize macas improvisadas como: portas, cobertores, cordas, roupas, etc.

OBSERVAÇÃO:

 Previna-se contra o aparecimento de danos irreparáveis ao acidentado, movendo-os o


menos possível;
 Solicite, sempre que possível, a assistência de um médico na remoção de acidentado
grave.

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

BUSCA E RESGATE ATRAVÉS DO BOTE DE RESGATE

Qualquer que seja o Bote de resgate é necessárioque a tripulação, esteja atenta e preparada
para realizar o resgate. Seguem abaixo ações importantes:
 Realizar uma comunicação eficaz com a embarcação, através do rádio;
 Desembarcar separadamente cada tripulante, sempre mantendo a calma e a ordem;
 Utilizar os EPIs necessários no momento da transferência, principalmente o colete
salva-vidas.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:

Manter sempre a coluna ereta antes de elevar um peso;

 Dobrar os joelhos;
 Posicionar-se com um dos joelhos ao chão (posição de 3 pontos), para elevar a vítima
do solo;
 Ficar bem próximo à vítima;
 Se estiver em dois, sempre se movimentar em conjunto com o outro.

4.4 - ASSISTENCIA MÉDICA NA UNIDADE OFFSHORE E NAS PROXIMIDADES

Cada unidade tem os profissionais da área de saúde responsáveis pelo atendimento aos
tripulantes: técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos e equipes de socorristas.

Assistência Médica:

 Marinha: Serviço de busca e Salvamento Marítimo e Evacuação Aero-Médica;


 Unidade próxima do local do acidente: unidades capazes de oferecer apoio rápido em
situações de emergência (Embarcações de apoio);
 Base da empresa (Plano de Saúde).

Figura 60: Assistência Medica

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

4.5 - A IMPORTÂNCIA DA HIGIENE E DA SAÚDE PESSOAL A BORDO

ROTINA DE HIGIENE

É um conjunto de hábitos de limpeza e asseio com que cuidemos do nosso corpo. Estes
hábitos devem estar presentes no nosso dia-a-dia, pois acabam por influenciar no
relacionamento intersocial e devem virar normas de vida em caráter individual, como:

 Manter roupas limpas;


 Escovar os dentes e usar fio dental;
 Esfregar-se bem durante o banho;
 Lavar os cabelos;
 Lavar as mãos antes das refeições e antes e após usar o banheiro;
 Unhas aparadas.
 Usar anti-séptico;
 Levar e secar áreas de contato, como virilha, axila, entre os dedos e orelhas.

Figura 61: Higiene Bucal

SAÚDE FÍSICA E MENTAL

Durante a folga, faz-se necessária a manutenção do sono para descanso do corpo, durante a
jornada de trabalho, praticar esportes ou exercícios físicos, leitura, jogos para entretenimento
e o convívio social para equilibrar a saúde física e mental.

Figura 62:Saúde Física e Mental

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ROTINA DE LIMPEZA DO AMBIENTE E CONTROLE DE INFECÇÃO

Infecção é a entrada de micro-organismo no organismo humano e sua multiplicação causando


uma resposta imunológica.
É possível evitar e controlar as infecções com hábitos, coleta seletiva, lavando alimentos
antes do consumo, mantendo ambientes limpos e arejados, lavando as mãos quando
necessário, não jogando objetos no vaso sanitário evitando entupimentos na filtragem da
água.

Figura 63: Placa de Alerta

Figura 64: Coleta Seletiva

Figura 65: Filtro de Água

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

CAPÍTULO 5 – CORPO HUMANO

5.1- ESTRUTURA ÓSSEA E MUSCULAR

A estrutura óssea e muscular são formadas pelo sistema músculo esquelético. Esse sistema é
formado por ossos, músculos e articulações. O esqueleto desempenha várias funções
importantes: sustentação, movimentação, proteção e modelagem.

Figura 66: Estrutura Muscula

OSSOS

Os ossos são formas de tecido, endurecidas pela decomposição de cálcios. Cerca de 206
ossos com tamanhos variáveis compõe o esqueleto humano.
Podemos citar como exemplos, crânio, coluna vertebral, esterno, clavícula, osso ilíaco (osso
da bacia), membros superiores (úmero, radio, ulna) e membros inferiores (fêmur, tíbia, fíbula).

Figura 67: Esqueleto

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

MÚSCULO

Os músculos são tecidos ativos do movimento. Eles possuem a capacidade de contrair-se e


de relaxar-se, em consequência, transmitem movimentos aos ossos sobre os quais se
inserem. Os músculos têm uma variedade grande de tamanho e formato, de acordo com a
sua disposição, local de origem e de inserção. Existem cerca de 600 músculos no corpo
humano.

Figura 68: Musculo

ARTICULAÇÕES

A função das articulações é reduzir o atrito e amortecer os choques, promovendo o


movimento. Para reduzir ainda mais o atrito, toda a articulação é cercada por uma resistente
bolsa de um tecido especial que produz um líquido sinovial que age como óleo, lubrificando as
juntas.

Figura 69: Articulações


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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

5.2 - PRINCIPAIS ÓRGÃOS E FUNÇÕES

Os agrupamentos de células podem formar tecidos diferentes, e estes, por sua vez, formam
órgãos diferentes que interagem para desempenhar uma determinada função no organismo.

 Encéfalo: é o principal órgão do nosso corpo, composto pelo cérebro, bulbo e tronco
encefálico. É responsável por todas as funções biológicas do nosso corpo;
 Coração: órgão oco e muscular que tem a função de uma bomba contrátil propulsora
possibilitando que o sangue circule por todo o corpo;
 Pulmões: órgão do sistema respiratório e tem funções variáveis, porém, a mais
importante delas é realizar a hematose (troca gasosa);
 Rins: responsável pela filtração do sangue. Local onde são retiradas as substâncias
que são consideradas tóxicas ao organismo humano.

5.3 - SISTEMAS

SISTEMA CIRCULATÓRIO

É um sistema que tem a função de fazer com que o sangue circule por todo o corpo. É
composto pelo coração, pelos vasos sanguíneos e pelo sangue, que é o fluido movimentado
sobre pressão.
O sangue transporta o oxigênio e os nutrientes para fornecer subsídios para o corpo e
também recolhe as excretas do metabolismo.

Figura 70: Coração

Figura 71: Hemoglobinas

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Figura 72: Artérias E Veias

SISTEMA RESPIRATÓRIO

O sistema respiratório é composto pelo nariz, cavidade nasal, faringe, laringe, traqueia,
brônquios, bronquíolos e alvéolos. Nos pulmões, os glóbulos vermelhos descarregam seu
dióxido de carbono no ar e dele tomam sua nova carga de oxigênio. O processo se chama
hematose.

Figura 73:Sistema Respiratório

Figura 74: Sistema Respiratório

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

O diafragma é o músculo responsável pelos movimentos respiratórios: inspiração e expiração.

Figura 75: Diafragma

Figura 76: Pulmão

A respiração é a função mediante a qual as células vivas no corpo tomam oxigênio (O2) e
eliminam o dióxido de carbono (CO2).
É um intercâmbio gasoso (O2 e CO2) entre o ar da atmosfera e o organismo.

Figura 78: Transporte De Oxigênio

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

SISTEMA DIGESTÓRIO

O sistema digestório humano é formado por um longo tubo musculoso, ao qual estão
associados órgãos e glândulas que participam de digestão, com a finalidade de transformar o
alimento ingerido em partículas bem pequenas para que elas sejam absorvidas.
O sistema apresenta como componentes principais: boca, faringe, esôfago, estômago,
intestino delgado, intestino grosso e ânus.

Figura 79: Sistema Digestório


SISTEMA URINÁRIO

O sistema urinário participa da manutenção do organismo através da eliminação de restos do


metabolismo, de água e outras substâncias pela urina. O sistema urinário é formado por 2
rins, 2 ureteres, 1 bexiga, 1 uretra. A urina é composta de aproximadamente 95% de água. As
principais excretas da urina humana são a uréia, o cloreto de sódio e o ácido úrico.

Figura 80: Sistema Urinário

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

CAPÍTULO 6 – PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS

6.1 -SUPORTE BÁSICO DE VIDA

São procedimentos feitos para se manter as condições mínimas de uma vítima, para que se
tenha uma chance de sobrevivência após um evento traumático, que traga riscos diretos para
sua vida.

MEDIDAS QUE ANTECEDEM A ABORDAGEM DA VÍTIMA

 Acionar apoio especializado;


 Avaliar o local para identificar possíveis riscos;
 Isolar ou sinalizar a área para facilitar a atuação dos socorristas;
 Providenciar proteção individual à equipe, a fim de evitar contaminação.

AVALIAÇÃO DA VÍTIMA

 Vítima não responsiva;


 Sem respiração ou respiração anormal.

Suporte básico de vida (CAB)

C = COMPRESSÃO
A = ABRIR VIAS AÉREAS
B = BOA VENTILAÇÃO

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OBS: O exame primário (CAB) não deve ser interrompido exceto em caso de obstrução de
vias aéreas ou utilização DESA/DEA.

REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR

 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA

É a cessação repentina dos batimentos cardíacos ou quando o músculo cardíaco, em


condições de extrema debilidade, distende com dificuldade para demanda da quantidade de
sangue na circulação.

 SINAIS E SINTOMAS

 A pessoa fica muito pálida, com lábios descoradas, devido a seu sangue não estar
circulando e sua respiração estar fraca ou mesmo imperceptível;
 A respiração pode não ser constatada quando os batimentos cardíacos e a pulsação
em artérias, como a carótida, femoral ou radial, são imperceptíveis;
 A pupila fica dilatada e ela não consegue piscar os olhos.

 PRIMEIROS SOCORROS

 Comprovar ausência de respostas;


 Colocar essa vítima em decúbito dorsal em uma superfície plana e rígida;
 Atentar para um possível trauma na cervical;
 Iniciar a RCP.

OBSERVAÇÃO: Fica determinado que as manobras de RCP (Ressuscitação


Cardiopulmonar) devam ser realizadas com compressões.

 Compressão esternal – 5cm;


 Comprimir 100/min;
 Socorristas leigos sem treinamento em RCP deverão aplicar RCP somente com as
compressões torácicas;
 Socorristas treinados em RCP iniciarão o quanto antes as compressões torácicas e
mantendo uma relação de 30 compreensões para 02 ventilações.

PARAR RCP:

 Ordem médica ou interferência do socorro avançado;


 Se houver algum sinal de vida;
 Extremo desgaste físico.

INTERROMPER:
 Quando precisar desobstruir as vias aéreas;
 Para usar o DEsA (Desfibrilador Externo semiautomático) ou DEA(Desfibrilador Externo
Automático).

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

Figura81: Massagem Cardíaca

Figura82: Massagem Cardíaca

Figura83: Posicionamento Para Massagem

62
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

Figura84: Umbu

Figura85: Pocket Mask

6.2 - ESTADO DE CHOQUE

É o quadro clínico que resulta da incapacidade do sistema cardiovascular de prover circulação


suficiente para os órgãos. A chegada de sangue rico em O2 aos órgãos é denominada
PERFUSÃO.

 CAUSAS:

 Hemorragias e/ou fraturas graves;


 Queimaduras graves;
 Esmagamentos ou amputações;
 Exposições prolongadas a frio ou calor extremos;
 Acidente por choque elétrico;
 Ferimentos extensos ou graves;
 PCR (Parada Cardiorrespiratória).
 Infecções graves;
 Intoxicações alimentares ou envenenamento.
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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

 SINAIS E SINTOMAS DO ESTADO DE CHOQUE:

 Palidez;
 Sudorese;
 Taquicardia;
 Taquipneia;
 Cianose;
 Pulso rápido e fino (fraco);
 Pressão arterial baixa;
 Sede;
 Tontura;
 Perda da consciência.

CONDUTA DO SOCORRISTA:

Em uma situação de emergência devemos tomar as seguintes atitudes:

1. Posicionar a paciente em decúbito dorsal com os membros inferiores elevados (na


ausência de fraturas), para aumentar o retorno venoso e a volemia efetiva;
2. Verificar se vias aéreas superiores estão pérvias e administrar oxigênio, se necessário;
3. Na presença de hemorragias, utilizar técnicas para controle do sangramento;
4. Não administrar líquidos, alimentos ou medicamentos;
5. Reduzir perda de calor corporal com cobertores;
6. Reavaliação constante.

6.3 - HEMORRAGIAS

CONCEITO

A hemorragia é uma perda de sangue devido à ruptura de vasos sanguíneos. A hemorragia


pode ser interna ou externa, implicando atitudes diferentes por parte do socorrista.

 SINAIS E SINTOMAS DE UMA HEMORRAGIA INTERNA:

 Pulso fraco;
 Pele fria e pegajosa;
 Suor frio e abundante;
 Palidez intensa;
 Sede;
 Tontura;
 Perda da consciência;
 Taquicardia;
 Cianose.

 PRIMEIROS SOCORROS DE UMA HEMORRAGIA INTERNA:

 Manter a vítima calma;


 Manter a vítima deitada;
 Remover a vítima para o hospital.

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

Se não houver suspeita de lesão de medula ou membros inferiores, elevar as pernas da


vítima num ângulo de 45⁰.

Figura86: Hemorragia Interna

 PRIMEIROS SOCORROS DE UMA HEMORRAGIA EXTERNA:

 Manter a vítima deitada;


 Compressão direta;
 Aplicar ataduras e gaze com leve pressão;
 Não remover ataduras encharcadas de sangue (aplicar uma nova por cima);
 Procure manter o local que sangra em plano mais elevado que o coração.

Figura87: Hemorragia Externa

Observação: Na hemorragia não se deve dar água ao indivíduo.

TORNIQUETE

São utilizados somente para controlar hemorragias nos casos em que a vítima teve a perna
ou o braço amputado e onde procedimentos normais de estancamento não obtiveram êxito.

Figura88: Torniquete

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

APLICAÇÃO DE TORNIQUETE

Siga estes passos:

1. Envolva o local da aplicação com uma bandagem de proteção;


2. O torniquete deve ser feito com uma bandagem de pelo menos 3cm de largura. Se não
a tiver, use uma gravata, um cinto largo, um lenço dobrado ou mesmo tiras de pano rasgadas
de uma camisa. Nunca use barbantes, cordas, arames ou quaisquer materiais que possam
agredir os vasos sanguíneos, os músculos ou os nervos;
3. Mantenha o membro ferido em elevação se possível e, em seguida, o envolva com
bandagem ou pano limpo que vai servir de torniquete sobre a bandagem de proteção. Dê um
nó unindo as duas pontas, coloque um material rígido sob esse nó;
4. Gire o material rígido com rapidez, de forma a ir apertando progressivamente o pano e
em consequência, o próprio membro;
5. Quando a hemorragia cessar, pare de girar o torniquete e deixe-o fixo. Para fixá-lo,
basta pegar as duas pontas da bandagem ou pano limpo que ficam sobrando acima do nó,
passar cada uma delas por um dos lados do graveto e amarrá-las do outro lado do membro,
impedindo assim que o material rígido gire em sentido contrário e afrouxe o aperto;
6. Nunca aperte o torniquete além do necessário para estancar o sangramento;
7. Deve-se afrouxar a cada cinco minutos.

AMPUTAÇÃO TRAUMÁTICA

São lesões em que há separação de um membro ou de uma estrutura protuberante do corpo,


podem ser causadas por objetos cortantes, por esmagamento ou por forças de tração.

Figura 89: Amputação do Dedo

 CUIDADOS:

 Limpeza, sem imersão em líquido;


 Envolvê-lo com gaze estéril ou compressa limpa;
 Proteger o membro amputado com dois sacos plásticos fechados;
 Colocar o saco plástico em recipiente de isopor com gelo ou água gelada;
 Jamais colocar o segmento amputado em contato direto com o gelo.

HEMOSTASIA

Resposta fisiológica normal, que previne a perda significativa de sangue após um dano
vascular, com intuito de controlar a hemorragia, estancar um sangramento.

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6.4 - QUEIMADURAS

Queimaduras são ferimentos produzidos por inúmeras causas:

Queimaduras térmicas: Fogo, vapor, líquidos superaquecidos (óleos, água fervente, fluidos,
etc.), gelo.

O QUE FAZER:

 Resfriar com água fria corrente;


 Proteger a área com gaze, pano limpo e seco ou manta aluminizada;
 Elevar o membro afetado para evitar inchaço.

O QUE NÃO FAZER:

 Não retirar roupas grudadas;


 Não aplicar gelo no local da queimadura devido à vasoconstrição e diminuição da
irrigação sanguínea;
 Não aplicar produtos como: pasta de dente, óleo, margarina, café, açúcar, água
sanitária, vinagre, etc., ou pomada sem orientação médica.

Figura 90: Queimadura

Queimaduras por gazes (inalação): A inalação de gases superaquecidos pode causar


obstrução de vias aéreas por edema da hipofaringe.

SINAIS E SINTOMAS:

 Queimaduras da face ou da boca;


 Chamuscamento de pelos faciais;
 Escarro enegrecido;
 Rouquidão ou estridor;
 Tosse ou dispneia;
 História de inconsciência;
 Exposição a fogo em ambiente fechado.

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O QUE FAZER:

 Proteja-se da exposição;
 Avaliar e manter suporte básico de vida (CAB);
 Transportar rapidamente a vítima para cuidados avançados.

Figura91: Raio X do Torax

Queimaduras elétricas: Choque elétrico é o conjunto de perturbações de natureza e efeito


diversos, que se manifestam no organismo humano quando este é percorrido por corrente
elétrica. Na pele, podem aparecer duas pequenas áreas de queimaduras (geralmente de 3⁰
grau) – a de entrada e de saída da corrente elétrica.

O QUE FAZER:

 Desligue a chave geral;

Afaste a vítima para longe da fonte de eletricidade ou a fonte da vítima, com material
adequado (bastão isolante).

Figura 92: Bastão

Figura 93: Procedimento Para Desligar Chuva Geral

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 Se houver parada cardiorrespiratória, aplique a ressuscitação (CAB);


 Cubra as queimaduras com gaze, pano bem limpo ou manta aluminizada;
 Se a pessoa estiver consciente, deite-a de costas, com as pernas elevadas;
 Em caso de suspeita de fratura, imobilize;
 Se necessário, cubra a pessoa com um cobertor térmico e mantenha-a calma;
 Procure ajuda médica imediata;

OBS: Nunca confiar em luvas de borracha, pedaços de madeira, pano, botas de borracha,
cordas ou golpear bruscamente a vítima.
As consequências são sempre as mesmas: maior ou menor destruição dos tecidos.
A gravidade de uma queimadura depende da localização, extensão e profundidade.

2⁰ grau > 25% de Superfície do Corpo Queimada (SCQ) em adultos.


3⁰ grau > 10% de SCQ qualquer faixa etária.

Observação: Roupas em chamas procurar abafar as chamas na vítima com qualquer pano
que encontrar como cobertor, chalé, toalha, lençol, etc.
A vítima em chamas, não deve correr e sim rolar no chão de um lado para o outro Corte ou
rasgue com cuidado a roupa queimada (se a roupa estiver colada não retire), tratar da
queimadura de acordo com as condições da vítima.

GRAU DE QUEIMADURAS

1⁰ grau: envolve a epiderme. Pele vermelha, inchaço, dor discreta.

Figura94: Queimadura De Primeiro Grau

2⁰ grau: envolve a epiderme e derme. Bolhas sobre a pele vermelha, dor mais intensa.

Figura95: Queimadura De Segundo Grau

3⁰ grau: envolve derme e tecido subcutâneo ou hipoderme. Apresenta pele escura ou


carbonizada, com pouca ou nenhuma dor na área afetada.

Figura96: Queimadura De Terceiro Grau

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.
PORCENTAGEM DA QUEIMADURA

Para queimaduras maiores e mais espalhadas, usa-se a REGRA DOS 9% (vide figura
abaixo):
Um adulto de frente:

9% = cabeça e pescoço;
9% =tórax;
9% = abdômen;
9% = perna direita;
9% = perna esquerda;
9% = os dois braços;
1% = órgãos genitais;
55% = subtotal.

Agora, de costas:

9% = costas;
9% = abdômen;
9% = perna direita;
9% = perna esquerda;
9% = os dois braços;
45% = subtotal;
55% (frente) + 45% (costas) = 100% da área do corpo.

PRIMEIROS SOCORROS PARA ALGUNS CASOS ESPECIAIS

 Queimadura por produtos químicos deve-se seguir a orientação da FISPQ (Ficha de


Informações de Segurança de Produto Químico);
 Queimaduras nos olhos: não perder tempo, deitar a vítima, levantando-lhe suavemente
as pálpebras, banhar os olhos abundantemente com água pura, por uns trinta minutos no
mínimo.

6.5 - TIPOS DE TRAUMATISMO

TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO (T.C.E.)

As lesões cranianas são potencialmente perigosas, acompanhadas ou não de inconsciência


imediata. Para a recuperação e retorno satisfatório das funções normais, o tratamento
apropriado é a etapa inicial básica, sobretudo se o paciente estiver inconsciente.
Sinais possíveis de fratura craniana, observados durante 48 horas da ocorrência do acidente:

 Perda da consciência, sonolência ou desorientação;


 Uma depressão no couro cabeludo;
 Drenagem de sangue ou líquido claro pelo nariz, ouvido ou mesmo boca;
 Paralisia de um lado do corpo;
 Perda da visão, convulsões, vômitos;
 Perda da memória recente;
 Dor de cabeça severa e/ou persistente;
70
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 Variações da frequência respiratória e do pulso.

PRIMEIROS SOCORROS:

 Mantenha a pessoa deitada. Use uma das seguintes posições;

 Se a pessoa tiver suspeita de lesão na coluna, mantenha a cabeça no mesmo nível do


corpo;
 Se a pessoa não tiver suspeita de lesão na coluna, eleve sua cabeça no mesmo nível
do corpo;
 Se a pessoa não tiver suspeita de lesão na coluna, eleve sua cabeça e seus ombros
um pouco, colocando por baixo um travesseiro. Colocá-lana posição lateral de segurança.

 Se houver corte no couro cabeludo, controle o sangramento até chegar assistência


qualificada;
 Faça compressão sobre o ferimento com gaze ou pedaço de pano;
 Mantenha a pessoa aquecida, se houver suspeita de lesão nas costas ou pescoço,
imobilize-os e transporte a vítima até o pronto socorro mais próximo.

TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR (T.R.M.)

São ferimentos penetrantes como tiros, facas, que produzem lesão na medula espinhal que
ocorre por penetração ou mesmo por compressão e às vezes combinada com hemorragia da
medula.
Deslocamento e fraturas de vértebras podem produzir contusões, lacerações e a
consequência geralmente é a invalidez permanente.
A coluna vertebral tem 33 ossos, chamados vértebras, que se estendem da base do crânio
até o topo cóccix. Existem 7 vértebras cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 vértebras sacrais
e 4 vertebrais coccígeas.
As lesões podem ser incompletas e completas. As completas resultam em perda total da
função, paciente não responde a movimentação ou sensação abaixo do nível da lesão. Nas
incompletas há preservação de algumas funções.

SUSPEITA DE TRM (TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR)

a) Se a vítima estiver consciente, pergunte se o pescoço e as costas doem; se um braço


ou uma perna estão paralisados, fracos e se sente formigamento ou entorpecimento
em um braço ou em uma perna. Nesse momento observe se há edema, hematoma ou
mesmo deformidade na região das vértebras;

b) Se a vítima estiver inconsciente e você não souber o que houve, considere-a como
tendo lesões no pescoço ou nas costas (TRM).

Observação: É importante ter em mente que a vítima, principalmente com sinais de lesão
medular deve ser transportada com todo cuidado, para não provocar um segundo trauma ou
agravar a lesão prévia, uma vez que esta lesão poderia ser irreversível.

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PRIMEIROS SOCORROS

 O socorrista deve sempre que possível identificar-se;


 Quando houver suspeita de TRM, a vítima deve ser corretamente imobilizada e
transportada até o pronto-socorro mais próximo.
CONTUSÃO

É uma lesão traumática aguda, sem corte, decorrente de trauma direto aos tecidos moles e
que provoca dor e edema.

Figura97: Hematoma

RASGAMENTO MUSCULAR

O rasgamento muscular é a ruptura propriamente dita das fibras musculares, com lesão
transversal ao corpo muscular.

ENTORSES

É a perda transitória de contato entre duas extremidades ósseas, podendo causar distensão
dos ligamentos. A entorse pode ser causada por movimentos exagerados e em falso.
Podemos citar como exemplos, chutar uma bola de mau jeito, pisar em falso, etc. a entorse é
mais comum nas articulações do tornozelo, joelho, punho e quadril.

 Sinais e sintomas:
 Dor ao movimentar a articulação;
 Inchaço local.

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Primeiros socorros:
 Aplicar gelo no local;
 Evitar movimentos da articulação;
 Imobilizar a articulação;
 Encaminhar para a assistência qualificada.

Figura98: Entorse

LUXAÇÕES

É a perda de contato entre duas extremidades ósseas, podendo ser causada por acidentes ou
movimentos articulares muito violentos; as mais comuns ocorrem nas articulações do ombro,
cotovelo, dedos das mãos, mandíbula e quadris.

Figura 99: Raio X Ombro Luxado

Sinais e sintomas

 Dor intensa no local irradiando por todo membro afetado;


 Edema local;
 Deformidade da articulação;
 Impotência funcional da articulação.
 Primeiros socorros:
 Aplicar gelo no local, não diretamente sobre a pele;
 Não tentar colocar o osso no lugar;
 Imobilizar a região afetada;
 Providenciar assistência qualificada.

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FRATURAS

Uma fratura é qualquer interrupção da continuidade de um osso.

Figura 100: Fratura

CLASSIFICAÇÃO DA FRATURA

 Fechada: É facilmente identificada quando há uma massa localizada, dor, havendo


deformidade no local;
 Aberta: Quando o osso atravessa a pele. Estas são as mais graves devido a sua maior
perda sanguínea.

Figura101: Fratura Fechada

Figura102: Fratura Aberta

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FRATURAS DE COSTELAS

 Causa dor intensa;


 Podem ocasionar pneumotórax ou hemotórax;
 Podem ser isoladas ou múltiplas;
 As primeiras de 1 a 3 ossos dos membros superiores (clavícula, escápula);
 As intermediárias de 4 a 9: risco de lesão intratorácica;
 E as últimas de 10 a 12: suspeita de trauma e hepatoesplênico.

SINAIS E SINTOMAS:

 Edema no local;
 Dor aguda e localizada;
 Dificuldade de movimentar a parte afetada;
 Ponta de osso exposto, no caso de fratura aberta;
 Mancha de coloração avermelhada ou azulada no local da lesão.

PRIMEIROS SOCORROS:

 Inspecione todo o corpo da vítima em busca de fraturas em outros locais;


 Não tente colocar o osso no lugar;
 Deixe o membro fraturado o mais natural possível, procurando aliviar a dor;
 Imobilizar a parte fraturada incluindo as articulações que ficam acima e abaixo da
fratura;
 Procure assistência qualificada.

Observação 1: No caso de fratura aberta, deve-se conter a hemorragia, proteger o ferimento


com gaze ou pano limpo, fazer imobilização e observar constantemente, pois poderá surgir
nova hemorragia.

Observação 2: Chamamos de fraturas graves aquelas que ocorrem na coluna, no crânio, na


bacia, nas costelas e no fêmur. Para esse tipo de fratura é necessário cuidado especial, ou
seja, são situações em que se deve imobilizar a vítima e remover ao hospital rapidamente.

CUIDADOS QUE O SOCORRISTA DEVE TER:

 Em feridas onde existe a transfixação e permanência do objeto causador, o socorrista


deve protegê-lo, com uma gaze ou mesmo um copo descartável e controlar sinais vitais,
acalmar a vítima e transportá-la para o hospital;
 Nas eviscerações, o socorrista deve proteger as vísceras com pano limpo embebido
em soro fisiológico.

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6.6 - PROCEDIMENTOS ESPECIAIS

BANDAGEM

Com o objetivo de manter um curativo, uma imobilização de fratura ou conter provisoriamente


uma parte do corpo, empregam-se ataduras. Na falta de ataduras, use tiras limpas de um
lençol, de uma saia, um lenço, um guardanapo ou uma toalha. Na aplicação de uma
bandagem tome os seguintes cuidados:

1. A região deve estar limpa;


2. Os músculos relaxados;
3. Enfaixe no sentido da extremidade para o centro, ex: nos membros superiores no
sentido da mão para o braço;
4. Não imprima uma pressão excessiva ao enfaixar. A circulação deve ser mantida;
5. Deixe sempre as extremidades (dedos) livres, para observar arroxeamento e frio na
pele local.

CURATIVO

É um procedimento que consiste na limpeza e aplicação de uma cobertura estéril em uma


ferida, quando necessário, com finalidade de promover a rápida cicatrização e prevenir
contaminação e infecção.

OBJETIVOS:

Tratar e prevenir infecções, eliminar os fatores desfavoráveis que retardam a cicatrização e


prolongam a convalescência, aumentando os custos do tratamento, diminuir infecções
cruzadas, através de técnicas e procedimentos corretos.

Figura103: Kit Primeiro Socorros

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COMO PROCEDER:

 Lave as mãos antes de manipular a ferida e começar o curativo;


 Limpe o local do ferimento com soro fisiológico ou água corrente;
 Segue a área em volta do machucado. Cuidado para não esfregar;
 Passe pomada no local. Muita atenção neste momento, pois é necessário saber qual o
medicamento específico a ser colocado a depender do tipo de ferimento. Na dúvida, consulte
um médico;
 Fixe o esparadrapo no local de acordo com o tamanho da ferida. Em certos locais, o
esparadrapo não deve ser utilizado, como nas articulações, por exemplo. Nestes casos, utilize
ataduras ou gaze. Estas devem ser colocadas de maneira que não afrouxem ou comprimam
muito o machucado;
 Troque seu curativo a cada 12 horas. Assim, ele ficará sempre limpo e permitirá que o
ferimento respire melhor.

1- Com um chumaço de gaze, é feita compressão sobre o ferimento;

Figura 104: Compressão Em Ferimento

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2- A bandagem triangular é usada para fixar as gazes no local da ferida;

Figura105: Bandagem

3- Um nó duplo, feito sobre o ferimento, permite controlar a pressão para ajudar a


estancar a hemorragia.

Figura 106: Compressão Com Atadura

FERIMENTOS NA CABEÇA

Exceto os de menor gravidade, os ferimentos na cabeça requerem sempre pronta atenção de


um profissional de saúde.

Faça o seguinte:

1. Em caso de inconsciência ou de inquietação, deite a vítima de costas e afrouxe suas


roupas, principalmente em volta do pescoço. Agasalhe a vítima;
2. Havendo hemorragia em ferimento no couro cabeludo, coloque uma compressa ou um
pano limpo sobre o ferimento. Pressione levemente e prenda com ataduras ou esparadrapo;
3. Se o sangramento for no nariz, na boca ou num ouvido, vire a cabeça da vítima para o
lado que está sangrando;

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4. Se escoar pelo ouvido um líquido límpido incolor deixe sair naturalmente, virando a
cabeça de lado.

IMOBILIZAÇÃO

A imobilização mantém os ossos quebrados no devido lugar, impossibilitando sua


movimentação até que eles se curem. Os equipamentos para imobilização têm a função de
proteção da coluna vertebral e extremidades da vítima no momento do seu transporte.
 Colar cervical (imobilizadores de coluna cervical): existem vários tamanhos P, M,
G.

Figura 107: Colar Cervical

 Talas: imobilizadores de membros “braços e pernas”.

Figura 108: Talas

 Macas: existem vários modelos de macas. Deverá ser usada em conjunto com o
imobilizador lateral de cabeça, colar cervical e tirantes de fixação.

Figura 109: Maca Rígida

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Figura 110: Maca Offshore

Figura 111: Maca

SINAIS VITAIS

Sinais vitais são indicativos do funcionamento normal do organismo e dizem respeito a: Pulso
e Respiração.

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a) PULSO

O que se chama comumente de “pulso” está associado às pulsações ou às batidas do


coração, impulsionando o sangue pelas artérias e que podem ser sentidas ao posicionarmos
as pontas dos dedos em locais estratégicos do corpo.

Figura 112: Procedimento Para Verificação De Pulso

As pulsações devem ser contadas durante 30 segundo e o resultado multiplicado por 2, para
se determinar o número de batidas por minuto. Ou, como mostra o texto da figura acima,
contam-se os batimentos durante 15 segundos e multiplica-se por 4. A interpretação deste
resultado, nos adultos, é mostrada no quadro a seguir:

Quadro 1: interpretação do número de pulsações

NÚMERO INTERPRETAÇÃO
60 A 80 Normal
>60 Lento (Bradicardia)
>=100 Rápido (Taquicardia)
100 – 150 Emergência (Acidentado)
>150 Procurar Médico Rápido

Como regra geral, sempre que os batimentos cardíacos forem menores que 50 ou maiores
que 120 por minuto, algo seriamente errado está acontecendo com o paciente.

É possível que haja a necessidade de se proceder à massagem cardiorrespiratória e à


respiração boca a boca.

b) Respiração

A respiração na prática é o conjunto de 2 movimentos normais dos pulmões e músculos do


peito:

1. Inspiração (entrada de ar pela boca/nariz);


2. Expiração (saída de ar pelas mesmas vias respiratórias).

Nota-se a respiração pelo arfar (movimento de sobre e desce do peito) ritmado do indivíduo.

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Quadro 2: Interpretação do número de arfadas

NÚMERO INTERPRETAÇÃO

16 – 22 Um indivíduo eupneico (respiração normal)

Figura 113: Inspiração E Respiração

6.7 - IÇAMENTO E ARRIAMENTO DE VÍTIMAS POR EMBARCAÇÕES E HELICÓPTEROS


Este procedimento deve ser feito por pessoas especializadas, com toda atenção para as
amarrações e o tipo de corda que será utilizada.
A estabilização, tanto para içamento ou arreamento, deve ser controlada por no mínimo 2
socorristas:

 A aproximação da equipe de socorro deverá ser realizada pelas laterais da aeronave.


No caso da vítima estar no mar, o socorrista deve tomar certa distância para ir de encontro à
vítima e depois se aproximar a nado;
 Observe o contato prévio do cabo de içamento da aeronave ao solo ou água para a
descarga da eletricidade estática;
 A vítima deve estar ciente, se possível, dos procedimentos que estão sendo feitos;
 Certifique-se do afivelamento correto dos cintos da maca;
 Ice a maca preferencialmente na horizontal;
 No momento do arreamento da vítima, observe a liberação da área;
 Antes da decolagem, verifique se a vítima está confortável e segura. Todos os
equipamentos devem estar fixados;
 Na aeronave, a vítima deverá ser posicionada, preferencialmente com a cabeça voltada
para a cabine do piloto;
 Mantenha o material de primeiros socorros por perto;
 Em vítimas com fraturas de membros, não utilize dispositivo de imobilização com
pesos, que podem oscilar durante o transporte;
 Proteja o ouvido da vítima e caso ela esteja lúcida, utilize fones para comunicação;

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 A vítima deverá estar envolvida em um cobertor e preferencialmente as roupas


molhadas devem ser tiradas;
 Em caso de atendimento prévio da equipe médica, não tente apressá-la para
evacuação. Esta equipe tem procedimentos a serem adotados antes da evacuação;
 Encaminhe preferencialmente junto à vítima, a ficha de identificação, os procedimentos
realizados a bordo, as informações sobre os medicamentos administrados e possíveis
alergias, carteira do plano de saúde e histórico de doenças prévias.
Em caso de acidentes com vítimas que precisam de remoção, existem dois meios de
transporte a uma unidade offshore: por embarcação ou aeronave.

Figura114: Helicóptero De Resgate Figura115: Bote De Regate

O resgate de vítimas será definido pelo recurso que melhor e mais rápido possa atender.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:

 Permita que a eletricidade estática descarregue na água;


 Não sente na cinta;
 Mantenha o balancim e o cabo do guincho na sua frente;
 Não tente ajudar a tripulação durante o embarque no helicóptero, poderá resultar em
sua queda.

RESGATE POR EMBARÇÃO

As instalações offshore possuem equipes e embarcações de resgate rápido que estarão


prontas para serem acionadas podendo promover :

 Resgate de um homem ao mar;


 Resgate de pessoal que caiu de uma embarcação;
 Reboque de balsa inflável;
 Tarefas múltiplas de resgate;
 Resgate de pessoal de um helicóptero que sofreu queda.

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ANEXO DE EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Quais são as quatro medidas que devem ser tomadas antes da abordagem da
vítima?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

2. Você é enviado a uma cena de uma cena de um “homem caído próximo há uma
escada”. Ao se aproximar percebe que a vítima está inconsciente. O que fazer?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

3. A Ressuscitação Cardiorrespiratória (RCP) é um conjunto de intervenções que


objetiva a circulação efetiva e as chances de sobrevida. Qual é a atual sequencia
que deve ser realizada?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

4. Em que momento deve-se interromper a RPC?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

5. Cite cinco sinais e sintomas de uma hemorragia interna?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

6. O que é Hemostasia? Cite dois procedimentos?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

7. Quais são os graus de queimadura e como elas se apresentam?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

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___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

8. Como podem ser classificadas as Fraturas?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

9. Ao depararmos com alguém que foi acometido por choque elétrico, o que fazer:

a) Desenrolar a língua da pessoa;


b) Colocar a pessoa na cama ou cadeira;
c) Afrouxar as roupas da pessoa;
d) Desligar a fonte alimentação e realizar suporte básico de vida.

10. Quando deve ser utilizado o torniquete:

a) Quando houver corte superficial;


b) Quando houver amputação e todos os procedimentos de hemostasia forem ineficazes;
c) Nenhuma das alternativas;
d) Quando houver fratura com sangramento.

SPR – SEGURANÇA PESSOA E RESPONSABILIDADE SOCIAL

APRESENTAÇÃO DO CURSO

A filosofia empresarial da FOX Consultoria e Treinamentos On e Offshore Ltda pode ser


sintetizada no reconhecimento do valor das pessoas e na capacidade em lhes acrescentar
novas competências, objetivando seu reconhecimento não só profissional, mas sobre tudo
como ser humano integral.
Deste modo estamos habilitados a oferecer e desenvolver soluções que atendam às
necessidades de consultoria e treinamento empresarial focando a preservação da vida, em
sua acepção mais ampla, contribuindo de forma significativa para o alcancedos objetivos de
excelência empresarial dos nossos clientes.
Esta disciplina atende as exigências da NORMAM-24/DPC, proporcionando conhecimento ao
aluno, visando capacitá-lo a identificar e seguir instruções em situações de emergência,
praticar as regras de prevenção de acidentes e manter um bom relacionamento a bordo das
unidades offshore.

Acreditamos que o seu aproveitamento neste curso seja eficaz para o enfrentamento dos
problemas do dia-a-dia e possa contribuir efetivamente para o seu crescimento individual e
profissional.

Seja bem vindo!


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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

CAPITULO 7 – RESPONSABILIDADE SOCIAL E RELAÇÕES HUMANAS A BORDO

7.1 - ELEMENTOS BÁSICOS DA COMUNICAÇÃO

O DESAFIO DE COMUNICAR O QUE SE QUER FALAR

Nos primórdios da comunicação o homem se expressava por gestos, imagens, e sons. Só


muito mais tarde é que o homem aprendeu a usar sinais gráficos para se referir aos objetivos
que conhecia pelos sentidos e que comunicava através dos gestos.
A linguagem é uma construção da razão, uma invenção para poder aproximar-se da
realidade. A palavra é apenas uma representação simbólica do objeto.

ELEMENTOS BÁSICOS DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO

Para se comunicar o homem usa sinais devidamente organizados, emitindo-os a outra


pessoa. A mensagem é emitida a partir de diversos códigos de comunicação (palavras,
gestos, desenhos, sinais, etc.) Qualquer mensagem precisa de um meio transmissor, o qual
chama-se de canal de comunicação e refere-se a um contexto, a uma situação.

OS ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO SÃO:

 Emissor;
 Receptor;
 Canal;
 Mensagem;
 Codificação e decodificação;
 Signos ou sinais.

Emissor é quem produz codifica e transmitea mensagem. Pode ser uma pessoa ou grupo de
pessoas que desejam exprimir seus propósitos em forma de mensagem.

Receptor é quem recebe a mensagem, decodifica e coloca em ação, isto é, emite uma
resposta.

Canal é o meio pelo qual a mensagem é transmitida ao receptor, a via de transmissão, seja
através de gestos, códigos, expressões faciais, linguagem oral ou escrita.

Mensagem é o conteúdo da comunicação. É a informação transmitida devendo ser


estruturada de forma que o significado represente a expressão concreta de nossas ideias e
experiências e seja comum para o emissor e receptor. Para isto, é necessário que a
mensagem seja codificada, expressando de forma clara a mensagem enviada;

Codificaçãoé a transposição das ideias e pensamentos para a mensagem a ser comunicada,


pois a mensagem necessita ser composta de palavras e signos para ser enviada ao receptor.
É fundamental que emissor considere as características do receptor para codificar a
mensagem, de forma que seja compreendida por ele;
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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

Decodificação é o processo de tradução das palavras e signos que é feito pelo receptor para
compreender a mensagem;
Signos ou sinais estão presentes no nosso dia a dia e compõem a comunicação verbal.

Figura 116: Código Fonético Internacional

7.2 - BARREIRAS DA COMUNICAÇÃO

Existem muitas barreiras que podem distorcer a comunicação daquilo que transmitimos ou
recebemos, ela pode ser mais efetiva se tomarmos consciência das falhas que podem
ocorrer, ou seja:

 O uso indevido das palavras;


 O medo;
 A pressuposição da compreensão da mensagem;
 A sobrecarga de informações;
 A falta de capacidade, de concentração e atenção e o não saber ouvir.

CONTRIBUIÇÃO DA BOA COMUNICAÇÃO NO AMBIENTEDE TRABALHO

A eficácia da comunicação no ambiente de trabalho depende do grau em que as pessoas se


empenham para manter um diálogo aberto, honesto e abrangente. A eficácia resultante da
boa comunicação tornar-se-á um importante fator para o fortalecimento dos procedimentos de
seguranças adotados em uma Unidade marítima. Uma informação somente pode ser passada
quando ocorrer recepção e emissão.
Observar, ouvir e ler são tão essenciais à Supervisão de Equipe de trabalhos quanto
demonstrar, falar e escrever.
Embora o intercâmbio de informações seja altamente influenciado por fatores não verbais
como ansiedades e apreensões, atitudes e emoções, personalidade e tom de voz. Grande
parte da informação assume inevitavelmente uma forma de tirania das palavras.
As pessoas reagem ao que ouvem e pensam (interpretam), ou seja, nem sempre elas
entendem exatamente o que emissor diz de fato.
Comunicações pobres devido a fatores como: barreiras de língua, terminologia estranha e os
ruídos de fundo, conduzem ao engano, erros e finalmente, acidentes.
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7.3 - IMPORTÂNCIA DO BOM RELACIONAMENTO NO AMBIENTE OFFSHORE

PECULIARIDADE DO TRABALHO A BORDO DE UMA PLATAFORMA OU NAVI SONDA

Plataformas de petróleo são instalações bastante complexas e algumas principalmente as


grandes plataformas, podem incluir a produção e armazenagem de óleo e gás à alta pressão,
a perfuração de poços e obras de construção e manutenção. Por operarem distantes da costa
e de socorros imediatos, necessitam de certo grau de autonomia.
Exigindo-se um conjunto de serviços tais como: alimentação e alojamento das tripulações,
fornecimento de energia elétrica, compressores e bombas, água, transporte para a costa
(barcos ou helicópteros), meios para cargas e descargas, telecomunicações, serviços
médicos e botes salva-vidas, além de outros meios de salvamento, o que requer um elevado
nível de coordenação.

O trabalho em unidades de processo como as plataformas de petróleo pode ser


compreendido por quatro aspectos que se inter-relacionam e o caracterizam como:

 Contínuo – já que a produção flui durante as 24 horas do dia ao longo do ano, exigindo
o revezamento de vários grupos de trabalhadores para acompanhamento da mesma;

 Complexo – porque as diversas partes do sistema tecnológico se encontram


interligadas numa estrutura de rede que impede que se possua um controle total do sistema,
sempre sujeito a certo grau de imprevisibilidade e de desencadeamento de efeitos do tipo
dominó em caso de incidentes e acidentes;

 Coletivo – porque o funcionamento da unidade só é possível pelo trabalho de equipes


em que as atividades são altamente interdependentes;

 Perigoso – porque está relacionado ao processamento de hidrocarbonetos que


evaporam, incendeiam ou explodem, ao uso de compostos químicos tóxicos para os homens
e para o ambiente e à operação de máquinas e equipamentos que podem desencadear
acidentes poderosos, com o potencial de causar múltiplos óbitos e lesões.

Figura 117: Plataforma

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Assim sendo, para que se compreenda a natureza das condições de trabalho nas
plataformas, devemos levar em considerações aspectos mencionados e associados ao
confinamento imposto aos profissionais que nelas trabalham; e o longo período de ausência
do convívio de origem, tudo isso, é um desafio ao convívio e ao entendimento entre os
integrantes de sua tripulação.

7.4 - PRÁTICA DE LIDERANÇA

Os movimentos de mudança que atingem a humanidade e em particular, as organizações


empresariais, reforçam a necessidade de cada ser humano assuma o papel de agente
transformador do ambiente em que vive. A capacidade de transformação pode ser
multiplicada por meio da liderança, relação de influência e poder entre indivíduos como forma
de integrar procedimentos individuais, obtendo-se, consequentemente, a sinergia (efeito ativo
e retroativo do trabalho ou esforço coordenado de várias subsistemas na realização de uma
tarefa complexa ou função) no comportamento coletivo.

A palavra “Líder”, em sua origem significa “aquele que guia o grupo”.

Definição moderna:Líder é a pessoa que se destaca, influência e consegue dos outros a


adesão espontânea às suas atitudes e ideias.
Liderar não é somente ter controle ou autoridade, mas é um papel assumido por pessoas,
tendo consciência disto ou não.

A IMPORTÂNCIA DO LÍDER NA MOTIVAÇÃO DE SUA EQUIPE DE TRABALHO

As equipes de trabalho aumentam a unidade e o sentimento de luta por um objetivo comum.


O trabalho em equipe lhes dá um senso maior de identidade e um orgulho coletivo e
contagiante em relação a seu desempenho. As pessoas se sentem gratificadas e
recompensadas quando são membros de uma equipe. O papel do líder é ajudá-las a
alcançarem o melhor que elas podem.

MOTIVANDO AS PESSOAS A DAREM O MELHOR DE SI

As pessoas motivadas não apenas fazem as coisas corretamente; elas fazem as coisas
certas e espontaneamente. Os empregados tendem a refletir as características, valores,
padrões e hábitos de trabalho de seu líder. Ou seja, eles não fazem o que você diz, mas o
que você faz. Só se pode cobrar compromisso da equipe quando se está comprometido
também. Exemplo é fundamental.

7.5 - COESÃO DO GRUPO PARA ATINGIR AS METAS

Os líderes agregam valor obtendo mais do que o necessário a partir do que têm para
trabalhar: os recursos humanos e físicos existentes. Os líderes projetam a energia, a
motivação, o espírito e o estímulo para a tarefa.

Os lideres estão envolvidos e investem nos demais um desejo de melhorar sempre,


continuamente. Os lideres auxiliam na evolução e na mudança, orientando, facilitando e
ajudando os outros a esquematizar e a explorar os caminhos. Eles sabem que quando o
medo do desconhecido é a doença, o conhecimento e a comunicação são os remédios.

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Os líderes usam de persuasão e perseverança, identificando os obstáculos, trazendo para si


as pessoas que serviam de obstáculos, abrindo caminho, defendendo seu pessoal.
Barganham, negociam, trocam e mostram os benefícios óbvios, usam influência de terceiros
encontrando apoio naqueles que têm força. São pessoas de “AÇÃO”.

TIPOS DE LIDERANÇAS

Liderança Autocrática: é um estilo de liderança em que o líder é focado apenas nas tarefas,
e suas decisões costumam ser tomadas isoladamente, sem a participação dos colaboradores.
É também chamada de Liderança Diretiva ou Liderança Autoritária.
Liderança Democrática: é um estilo de liderança voltada para a participação das pessoas nos
processos decisórios. Também chamada de Liderança Participativa ou Liderança Consultiva.
Liderança Liberal: é um estilo de liderança que deixa as pessoas à vontade para realizar as
tarefas e projetos por acreditar que a equipe já é madura o suficiente e não precisa de
supervisão constante. Pode acarretar em uma liderança negligente e fraca, onde o líder deixa
passar falhas e erros sem perceber e, consequentemente, sem corrigi-los.
Liderança Paternalista: esta linha de liderança é muito perigosa, porque a relação entre o
líder e os liderados é algo similar à relação de pai para filho. As relações interpessoais são
muito fortes, e isso pode até ser muito confortável para os liderados, mas pode trazer sérios
riscos à estabilidade e ao desempenho da empresa num sentido mais corporativo, visto que
em uma relação profissional o equilíbrio deve sempre prevalecer.
Passamos agora a considerar três tipos distintos de líderes:
Líder Técnico: é o tipo de líder em que as pessoas depositam grande confiança e segurança
devido a ele ser muito bom no que faz e ter um alto nível de conhecimento técnico e científico
nos assuntos do dia a dia do trabalho. É o tipo de pessoa que sabe os caminhos para
executar os processos e atingir metas e objetivos que foram planejados. Na hora dos
momentos mais complicados, chame-o que ele resolve.
Líder Carismático: é o tipo de pessoa que consolida uma liderança no grupo por estar
sempre colocando um semblante de alegria e bom humor nos demais membros da equipe, na
hora certa, no lugar certo, nas pessoas certas, e por deixar o ambiente mais leve. Todos (ou
quase todos) na empresa têm apreço por ele. Não precisa ter um cargo da alta hierarquia.
Pode ser um porteiro, um motorista, um digitador, um cozinheiro ou qualquer outro cargo sem
necessariamente ser da alta corte da empresa. Este tipo de líder possui grande influência,
mesmo que a empresa como um todo não perceba, mas ele traz um ambiente agradável que
faz as pessoas trabalharem com mais entusiasmo e mais descontraídas, gerando assim
resultados mais elevados.
Líder Motivador: é o tipo de líder que consegue estimular os colegas a seguir em frente na
busca pelos resultados almejados pela empresa. Pode ser qualquer pessoa da organização.
Quando as coisas estão desandando, ele consegue atrair a atenção dos colegas e levar uma
mensagem positiva e de confiança que o trabalho vai dar certo, mesmo em momentos
tempestuosos. Nunca deixa "a peteca cair" e isso é um fator muito importante em tempos de
crise. Além disto, muitas vezes, consegue "achar uma brecha, uma saída" para os problemas,
pois costuma ser muito perspicaz.

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7.6 - RESPONSABILIDADES SOCIAIS E TRABALHISTAS

No Brasil as relações trabalhistas são regulamentadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego


que estabelece regras gerais que devem ser observadas em um contrato de trabalho tais
como:

POR PARTE DO EMPREGADOR

 Cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre e medicina do


trabalho;
 Elaborar ordens de serviço sobre segurança e medicina do trabalho, dando ciência aos
empregados, com os seguintes objetivos:

1. Prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho;


2. Divulgar as obrigações e proibições que os empregados devem conhecer e cumprir;
3. Dar conhecimento aos empregados de que serão passíveis de punição, pelo
descumprimento das ordens de serviço expedidas;
4. Determinar os procedimentos que deverão ser adotados em caso de acidente do
trabalho e doenças profissionais ou do trabalho;
5. Adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as condições inseguras
de trabalho;
6. Informar aos trabalhadores os riscos profissionais que podem originar-se nos locais de
trabalho;
7. Orientar os meios para prevenir e limitar tais riscos e utilizar medidas adotadas pela
empresa;
8. Permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos
preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho.

POR PARTE DO EMPREGADO

 Cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do


trabalho, inclusive as ordens de serviços expedidas pelo empregador;
 Usar o EPI fornecido pelo empregador;
 Submeter-se aos exames médicos previstos na Normas Regulamentadoras (NRs);
 Colaborar com a empresa na aplicação das NRs.

7.7 - REFLEXOS NEGATIVOS DE BEBIDAS ALCOÓLICAS E OUTRAS DROGAS

ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS

O álcool e outras drogas são terminantemente proibidos em todos os locais de trabalho. É


importante lembrar que para quem busca qualidade de vida estassubstâncias são
desaconselháveis.
O uso de drogas e/ou álcool afeta a maneira como você executa suas tarefas. A emergência
ocorre geralmente sem aviso prévio e de forma inesperada, uma pessoa funcionalmente
comprometida seria mais um obstáculo do que uma ajuda. Os perigos do abuso de álcool e
drogas é que elas afetam a todos, você, cônjuges, amigos, colegas de trabalho, empresa,
nação, etc.

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Reconhecer, entender e reagir positivamente ao problema é importante para evitar


determinadas tragédias para amigos, família e carreira.

EFEITOS DAS DROGAS

No Brasil as drogas são divididas em lícitas (legais) e ilícitas (ilegais). O uso indevido dessas
substâncias no local de trabalho ou sinais do uso indevido das mesmas também é proibido
pelos vários fatores que elas ocasionam:

 Fazem mal a saúde: maconha provoca câncer, cocaína aumenta as chances de


isquemia e ataque cardíaco, diminuem a autoestima e causam depressão;

Figura 118: Simbologia De Proibição De Drogas

 Causam dependência: mostram até 10% dos usuários de maconha ficam


dependentes;
 Incitam a violência: Não apenas quando está sobre o efeito, mas também quando
deseja consumir a droga;
 A mais leve, leva até a mais pesada: todos os usuários de drogas pesadas já usaram
maconha;
 Causam prejuízos a sociedade: usuários de drogas consomem mais recursos do
sistema público de saúde;
 Corrompem os valores de quem as usa: o uso de drogas pode levar pessoas
produtivas a terem comportamentos indolentes e inconsequentes.

EFEITOS DO ÁLCOOL:

 Diminui reflexos;
 Debilita o sistema nervoso;
 Provoca tontura;
 Provoca vômitos.

 Fatores que contribuem para o alcoolismo:

1. O ambiente de trabalho;
2. Hábitos pessoais;
3. Problemas pessoais.

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 Sinais de advertência do alcoolismo:

1. Violência;
2. Perda de memória;
3. Depressão;
4. Desorientação;
5. Inchaço;

 Os perigos do abuso de álcool:

1. Inconsciência;
2. Aumento de peso;
3. Desnutrição;
4. Doenças hepáticas e renais;
5. Úlceras;
6. Alteração do juízo e da razão;
7. Acidentes;
8. Danos cerebrais.

Quando um indivíduo está bêbado ou comprometido, há uma chance maior de cair ao mar,
cair de uma escada, escorregar em um deck molhado, etc.
Algumas prescrições e medicamentos sem receita médica (automedicação) têm efeitos
colaterais que podem prejudicar o julgamento e a capacidade de reação do tripulante.

TABAGISMO

O cigarro pode causar cerca de 50 doenças diferentes, especialmente problemas ligados ao


coração e à circulação, cânceres de vários tipos e doenças respiratórias. "A fumaça do cigarro
é absorvida por combustão, o que aumenta ainda mais os males da sua composição,parece
papo de exfumante, mas é a pura verdade: em cada tragada são inaladas 4 700 substâncias
tóxicas. Entre elas, três são consideradas as piores.

A primeira é a nicotina, que provoca dependência e chega ao cérebro mais rápido que a
temida cocaína, estando associada aos problemas cardíacos e vasculares (de circulação
sanguínea). A segunda é o monóxido de carbono (CO), aquele mesmo que sai do cano de
escapamento dos carros. Ele combina com a hemoglobina do sangue (responsável pelo
transporte de oxigênio) e acaba reduzindo a oxigenação sanguínea no corpo. É por causa da
ação do CO que alguns fumantes ficam com dores de cabeça após passar várias horas longe
do cigarro. Nesse período de abstinência, o nível de oxigênio circulando pelo corpo volta ao
normal e o organismo da pessoa, que não está mais acostumado a esse "excesso", reclama
por meio das dores de cabeça. A terceira substância tida como grande vilã é o alcatrão, que
reúne vários produtos cancerígenos, como polônio, chumbo e arsênio.

Todo câncer relacionado ao fumo - como na boca, laringe ou estômago - tem alguma ligação
com o alcatrão. A união desse poderoso trio de substâncias na composição do cigarro só
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poderia tornar o produto extremamente nocivo à saúde. Para se ter uma ideia, 90% dos casos
de câncer de pulmão - a principal causa de morte por câncer entre os homens brasileiros -
estão ligados ao fumo.

Figura 119: Malefícios Do Tabaco

7.8 - COMO O ESTRESSE E AS DIVERGÊNCIAS INTERPESSOAIS CRIAM CONDIÇÕES


ADVERSAS AO BEM-ESTAR E À SEGURANÇA

Usando uma linguagem bastante popular: “O que seria do verde se todos gostassem do
amarelo?”. As pessoas têm buscado soluções competentes para as diferentes opiniões e
ideias.

Os principais fatores que contribuem para relacionamentos amigáveis no local de trabalho


são:

 Saber ouvir;
 Saber compreender e aceitar os outros pontos de vista;
 Respeitar as competências;
 Aceitar a diferença;
 Saber definir papéis e funções;
 Saber ver e fazer ver o lado bom das situações;
 Saber motivar as pessoas e a sua equipe;
 Saber agradecer e felicitar as pessoas;
 Procurar não manipular as pessoas ou as situações;
 Não colocar seus colaboradores uns contra os outros;
 Saber defender seus colaboradores junto aos seus superiores e demais colegas;
 Saber partilhar as dificuldades dos outros;
 Saber dizer a verdade, sem brutalidade;
 Saber colocar-se com firmeza;
 Não se deixar envolver pelas pessoas maldosas ou preguiçosas.

As peculiaridades do trabalho offshore influenciam negativamente na manutenção de um


ambiente seguro e saudável, visando amenizar essas dificuldades é primordial que seja
cultivado por todos a bordo o respeito necessário para garantir um convívio harmonioso.

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Para consecução desse objetivo é importante que observemos as seguintes regras de


convívio coletivo:

DISCRIMINAÇÃO RACIAL, DE COR, ETNIA OU DE PROCEDÊNCIA NACIONAL

O preconceito e/ou discriminação de raça, de cor, etnia, ou procedência nacional é crime. Não
importa a cor da pele ou o porte físico, somos todos pertencentes à raça humana.

Figura 120: União Racial

VISTA-SE ADEQUADAMENTE

É importante estar atento ao que vestir. Não se esqueça: em muitos casos traje apropriado
contribui para a redução de acidentes e suas consequências.

Figura121: Equipamento De Proteção Individual

HIGIENE PESSOAL

A higiene pessoal também é outro fator que causa sérios problemas no nosso dia a dia, em
especial a bordo.

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A falta de higiene pessoal é sem dúvida a principal responsável pela maioria das doenças
sérias e graves por conta disso devemos sempre estar alertas.

É preciso sempre usar sabão ou sabonetes para lavarmos as mãos, principalmente antes das
refeições e depois de usar os sanitários.

Figura 122: higiene pessoal

ÉTICA PROFISSIONAL

Ação “reguladora” da ética no desempenho das profissões faz com que o profissional respeite
seu semelhante quando no exercício da sua profissão.

 RELIGIÃO/BLASFÊMIAS

A crença e religiões devem ser respeitadas, mesmo que suas convicções não estejam de
acordo com as doutrinas praticadas por outros colegas de trabalho.

Figura123: Religião

DISCRIMINAÇÃO SEXUAL

Todas as pessoas têm o direito de buscar a sua felicidade e o livre arbítrio de seus parceiros
sexuais. Rotular uma pessoa como capaz ou incapaz simplesmente pela orientação sexual,
também é discriminação.

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Figura124: Descriminação Sexual

BRINCADEIRAS INADEQUADAS

Cada um de nós tem o seu jeito de ser e de reagir de forma diferente a certos tipos de
brincadeiras. Pregar peças e deve ser sempre evitado, pois pode causar acidentes ou
desentendimentos dependendo da reação de cada pessoa.

Figura125: Brincadeira Inadequada

 BARULHO EXCESSIVO NAS ÁREAS DOS CAMAROTES

Controle de níveis de ruído e barulho. Lembre-se de que, em áreas de camarotes, deve-se


respeitar o sono dos colegas e evitar fazer ruídos. O excesso de ruídos em alguns casos
chega a desestruturar o equilíbrio emocional de um colega, causando estresse.

 PRIVACIDADE

Respeitar a privacidade e os direitos individuais de seu colega de trabalho é fundamental para


o bom relacionamento humano. Às vezes necessitamos ficar sozinhos e contemplativos com
nossos pensamentos. É importante que se saiba respeitar o colega nesses momentos.

Figura126: Câmeras De Segurança

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7.9 - AS DIFERENÇAS NATURAIS ENTRE OS INDIVÍDUOS E A NECESSIDADE DE SER


TOLERANTE NO RELACIONAMENTO COM OS COLEGAS DE TRABALHO

Diferenças entre as pessoas, sempre existirão. No entanto, estas não podem ser tão fortes a
ponto de desestabilizar a estrutura do grupo. Se por um lado a mistura de ideias,
pensamentos e culturas podem alimentas atritos e intrigas, por outro deve servir de
combustível a debates e discussões que ampliem o conhecimento comum a todos e sobre
todos.

O ser humano de uma forma geral tem grandes dificuldades de aceitar e de conviver com as
diversidades, o melhor exemplo disso são as guerras que existem e os conflitos dentro das
organizações e família.

Mas como já falamos, nossa espécie se desenvolve por tratar de forma competente as
diferentes opiniões e ideias. Identificar a natureza das diferenças e usar algumas regras para
contorná-la, permitirá canalizar esforços para um objetivo comum. Todos somos resultados de
nossas experiências pessoais, processadas pela nossa capacidade intelectual e física.
Segundo psicólogos, são fatores indispensáveis para o bom relacionamento entre
profissionais no ambiente trabalho:

Auto conhecimento: é a capacidade de reconhecer e compreender estados de


espírito,emoções e sentimentos em si mesmo, bem como efeito desses aspectos sobre as
outras pessoas.

Autocontrole: é a capacidade de controlar ou redirecionar impulsos e estados de espíritos


perturbadores. Propensão a pensar antes de agir.

Motivação: é a paixão pelo seu trabalho por motivos que não sejam o dinheiro e o status.
Propensão a perseguir objetivos com energia e persistência.

Empatia: é a capacidade de compreender a constituição emocional dos outros. Habilidade


para tratar as pessoas de acordo com suas reações emocionais. Esta habilidade permite as
pessoas reconhecerem necessidades e desejos dos outros, permitindo-lhes relacionamentos
mais eficazes.

Sociabilidade: é a competência para administrar relacionamentos e criar redes. Capacidade


de encontrar pontos em comum e cultivar afinidades. Tem como características: eficácia para
liderar a mudança, persuasão, experiência em construir equipes e liderá-las.

CAPÍTULO 8 – SEGURANÇA NO TRABALHO A BORDO

8.1 - PROPÓSITO DA NORMA REGULAMENTADORA – NR-30

A NR-30 tem como propósito proteger e regulamentar as condições de segurança e saúde


dos trabalhadores aquaviários.

Aplica-se aos trabalhadores das embarcações comerciais de bandeira nacional e


estrangeiras, no limite do disposto na Convenção da OIT (Organização Internacional do
Trabalho).

Esta norma estabelece, entre outras obrigações:


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CABE AOS ARMADORES E SEUS PREPOSTOS:

 Cumprir e fazer cumprir o disposto nesta NR, bem como a observância do contido no
item 1.7 da NR 01 – Disposições Gerais e das demais disposições legais de segurança e
saúde no trabalho.

Figura127: Trabalhadores Offshore

 Disponibilizar aos trabalhadores as normas vigentes de segurança e saúde no trabalho,


publicações e material instrucional em matéria de segurança e saúde, bem estar e vida de
bordo.

CABE AOS TRABALHADORES:

 Cumprir as disposições da presente NR, bem como a observância do contido no item


1.8 da NR – 01 – Dispositivos Gerais e das demais disposições legais de segurança e saúde
no trabalho;

 Informar ao oficial de serviço ou a qualquer membro do GSSTB (Grupo de Segurança e


Saúde no Trabalho a Bordo de Embarcações), conforme estabelecido no item 30.4, as avarias
ou deficiências observadas que possam constituir risco para o trabalhador ou para a
embarcação;

 Utilizar corretamente os dispositivos e equipamentos de segurança e estar familiarizado


com as instalações, sistemas de segurança e compartilhamentos de bordo.

O estabelecimento de um GSSTB é de responsabilidade do comandante da embarcação.

8.2 - SEGURANÇA A BORDO – RESPONSABILIDADE DE TODOS

A política de prevenção de acidentes de uma empresa não depende somente de um conjunto


de normas, padrões e atividades, mas, sobretudo das atitudes individuais e proativas de seus
empregados, independentemente do cargo ou função que exerçam.
O comportamento proativo dos empregados é de fundamental importância para que se
atinjam objetivos prevencionistas no local de trabalho e fora dele, de maneira socialmente
responsável, buscando sempre garantir um ambiente seguro e saudável.

Em resumo, é necessário que todos se conscientizem que literalmente estão “TODOS NO


MESMO BARCO”.

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8.3 - ACIDENTE DE TRABALHO, QUASE ACIDENTE E INCIDENTE

CONCEITO DE ACIDENTE DE TRABALHO

Segundo o conceito legal, acidente de trabalho é aquele que ocorre no exercício do trabalho,
a serviço da empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional, perda ou redução da
capacidade para o trabalho, permanentemente ou temporária (Lei 8.213/91).

Figura128: Acidentes

 Acidente é a ocorrência anormal que contem evento danoso. Perdas, ainda que
desprezíveis, sempre ocorrem; evento indesejável e imprevisto no decorrer do trabalho que
causou danos ao trabalhador ou ao patrimônio e ou ao meio ambiente.
 Incidente é a ocorrência anormal que contém evento perigoso ou indesejado, porem
fatores aleatórios ou ação de sistemas de controle impedem que evolua para sequencia
danosa; evento indesejável e imprevisto no decorrer do trabalho que não causou danos ao
trabalhador, patrimônio ou ao meio ambiente

A diferença fundamental entre acidente e incidente é a ocorrência do evento danoso e


não a dimensão das perdas.

Alguns exemplos de incidentes ajudarão a esclarecer:

 A válvula de controle de injeção de gás inerte num reator fecha indevidamente. O


sistema de corte de combustível atua prontamente evitando a explosão, mas acarreta perdas
de produção;
 Um maquinista equipado com luvas e protetor facial faz amostragem de óleo pesado na
sonda. O produto respinga e é projetado sobre o protetor facial. O maquinista não sofre
danos, mas o equipamento fica sem condições de uso;
 Quase-acidente é o evento real ou virtual que “por pouco” não se transforma em
acidente.

8.4 - PRINCIPAIS CAUSAS DE ACIDENTES DE TRABALHO E O PAPEL DA CIPA

PRINCIPAIS CAUSAS DE ACIDENTES DE TRABALHO

Os acidentes geralmente resultam de interações inadequadas entre o homem, a tarefa e o


seu ambiente. Estamos sujeitos a acidentes no trabalho por diversos e diferentes fatores. As
dicas a seguir podem ajudá-lo a minimizar a probabilidade da ocorrência de acidentes:
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 Planeje o trabalho;
 Se o trabalho foi alterado PARE! Replaneje-o de acordo com a alteração;
 Atenha-se aos procedimentos aprovados;
 Mantenha-se vigilante quanto aos eventos inesperados;
 Aumente a concentração durante prazos apertados;
 Evite atalhos;
 PARE e PENSE antes que dê errado;
 Concentre-se na tarefa em execução;
 Termine um trabalho antes de começar outro;
 Verifique possíveis riscos;
 Evite gírias, fale em linguagem clara;
 Leia os procedimentos, instruções e siga-os;
 Pergunte se tiver dúvida.

PAPEL DA CIPA

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) – Tem como objetivo a prevenção


de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível
permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do
trabalhador.

Essa Comissão é composta de representantes do empregador e dos empregados. O seu


papel consiste entre outro:

 Identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o Mapa de Riscos;


 Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas
de segurança e saúde no trabalho;
 Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;
 Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO – Programa de Controle
Médico e Saúde Ocupacional e PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais e de
outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;
 Participar, em conjunto com o SESMT – Serviço Especializado em Engenharia de
Segurança e Medicina do Trabalho, onde houver, ou com empregador da análise das causas
das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas
identificados;
 Promover, anualmente em conjunto com o SESMT, a Semana Interna de Prevenção de
Acidentes do Trabalho – SIPAT.

8.5 - FATORES DE RISCO QUE INFLUENCIAM NAS ATITUDES E RESPOSTAS

Existem alguns fatores que influenciam na percepção do risco. O que percebemos ou


deixamos de perceber depende do estímulo que recebemos (por exemplo: tamanho, brilho,
intensidade, frequência, movimento, etc.) de nossas experiências passadas e de nossa saúde
física e mental.

Os problemas surgem quando as percepções não correspondem à realidade, o que induz a


tomada de decisões incorretas.

Entre estes fatores podemos citar:

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 Ruído;
 Stress/fadiga;
 Iluminação;
 Treinamento deficiente;
 Desinformação;
 Desmotivação;
 Uso de drogas;
 Fixação ou preocupação;
 Falta de atenção;
 Doença em geral;
 Falta de participação;
 Cansaço;
 Insônia.

A forma para controlar a influência destes fatores é identificá-los para tomar as medidas
necessárias para evitar dano.

8.6 - CONCEITO DE PERIGO E RISCO

Perigo: Fonte ou situação com potencial de provocar prejuízos em termos de lesão, doença,
dano a propriedade, ao meio ambiente ou uma combinação deles.

O perigo é inerente a uma atividade, sistema, processo, equipamentos e no ambiente offshore


podemos considerar como principais atividades perigosas, aquelas que envolvem trabalhos
em altura, movimentação de cargas, espaços confinados, operações de serviços a quente,
sistemas pressurizados, sistemas energizados, etc;

Risco: Probabilidade de ocorrência e dos danos consequentes dos eventos indesejáveis. O


risco é variável e pode ser avaliado de forma qualitativa ou quantitativa. É importante saber
que não existe risco zero e, portanto todo o trabalho deve ser analisado cuidadosamente e
aplicados os mecanismos de controle buscando a sua tolerabilidade. Um exemplo prático
sobre este assunto é uma atividade que envolve a movimentação de cargas com um
guindaste, que é considerada uma operação perigosa. Se o operador não for qualificado ou o
local não estiver devidamente isolado e sinalizado, este trabalho pode ser considerado de alto
risco.

Frequência / Probabilidade: No quadro abaixo são apresentados os critérios para pontuação


da FREQUÊNCIA / PROBABILIDADE de ocorrência do evento perigoso / exposição, real ou
potencial.

Deverá ser considerada na avaliação a frequência/probabilidade:

 A frequência / probabilidade de ocorrência dos perigos;


 O número de pessoas sob perigo;
 A frequência e duração ao perigo;
 A falha nos equipamentos de proteção;
 A proteção proporcionada pelos EPI´s e a taxa de uso desses equipamentos;
 A falha humana.

102
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

NOTA: Para determinação da Frequência / Probabilidade de ocorrência do evento perigoso,


são considerados todos os controles definidos e implementados.

Quadro 01: Frequência / Probabilidade

FREQUÊNCIA / PROBABILIDADE DESCRIÇÃO

Evento perigoso / exposição que ocorre ou pode ocorrer eventualmente.


OBS: Geralmente estão relacionados aos perigos com baixa frequência /
1 Baixa
probabilidade, mas também podem ser provenientes de outros que possuem
média ou alta frequência / probabilidade de ocorrência.
Evento perigoso que ocorre ou pode ocorrer frequentemente.
2 Média OBS: Geralmente estão relacionados a perigos com media ou alta
frequência/probabilidade.
Evento perigoso que ocorre ou pode ocorrer em continuamente.
3 Alta OBS: Geralmente estão relacionados aos perigos com alta frequência /
probabilidade.

DOENÇA PROFISSIONAL

A doença profissional, assim entendida é aquela produzida ou desencadeada pelo exercício


do trabalho peculiar a determinada atividade, constante da respectiva relação elaborada pelo
Ministério do Trabalho e Emprego e da Previdência Social.

Para que se caracterize uma doença profissional é necessário estabelecer o nexo causal, ou
seja, devem ser analisadas as condições do trabalho, com relação à exposição dos
trabalhadores agentes de riscos químicos, físicos e biológicos, elaborarem laudos
ergonômicos das condições do trabalho etc. no trabalho offshore encontramos agentes de
riscos que podem causar doenças do trabalho se não forem identificados, reconhecidos,
avaliados e controlados e, portanto todos os trabalhadores devem conhecer os riscos

103
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

presentes nos ambientes de trabalho e adotarem as medidas de prevenção recomendadas


para evitar as doenças.

Ex: Ruídos, calor, vibração, radiações ionizantes e não ionizantes temperaturas extremas,
manuseio de produtos químicos, etc.

Ex: O trabalho contínuo de solda elétrica sem o cumprimento das normas de segurança pode
causar doenças pulmonares, provocada pela exposição aos fumos metálicos, inalados pelo
trabalhador, podendo caracterizar uma doença profissional se este trabalho for realizado em
um ambiente ruidoso, acima dos limites de tolerância estabelecido pela norma
regulamentadora NR-15 do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) e assim o trabalhador
também poderá sofrer uma perda auditiva (ex: surdez) adquirida em trabalho realizado em
local extremamente ruidoso. Uma vez comprovado o nexo causal, poderá se configurar uma
doença do trabalho.

DOENÇA DO TRABALHO

A doença do trabalho é aquela adquirida ou desencadeada em função de condições especiais


do ambiente em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, desde que
constante da relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e da Previdência
Social.

Exemplo: surdez (tendo em conta o serviço executado em local extremamente ruidoso) e


estresse.
NOTA: A diferença entre a Doença Profissional e a Doença do Trabalho é o nexo causal da
doença.

CONTROLE DE RISCO

A função de controle de risco tem por objetivo manter os riscos abaixo dos valores tolerados.
Os riscos existentes no local de trabalho são identificados pelo Mapa de Risco e se
classificam em cinco grupos:

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Figura 129: Mapa de Risco do Helideck

8.7 - RISCO, FREQUÊNCIA E CONSEQUÊNCIAS

Quando acidentes acontecem, fatores humanos como falha na implantação correta de


procedimentos são frequentemente uma das causas. Estas falhas podem ser atribuídas a
uma falta de treinamento, a uma falha no entendimento do propósito de uma instrução ou uma
falha na aplicação prática de Sistemas de Permissão para Trabalho.

Principais riscos encontrados no trabalho a bordo de uma plataforma de petróleo:

 Tropeções e quedas – devido a pisos escorregadios (óleo, graxa, detrito, água do mar,
tampas de inspeções de tanques abertas, etc.) ou obstruções (tubulações, cabos de solda,
cabos e espias, etc.);
 Ferimentos na cabeça – devido à entrada em vãos baixos, cargas sobre a cabeça,
queda de equipamentos ou material, etc;
 Roupas, dedos, etc. – prendendo nas máquinas em movimento, trabalho com
engrenagens, bancadas, etc;
 Amputação de membros – em trabalhos com serras, esmeril, furadeira de bancada,
disco de corte, etc.;
 Queimaduras – ocasionadas pela maquinaria quente, faísca de solda, trabalho em
cozinha, incêndios, etc.;
 Ferimentos dos olhos – através de lascamento, solda, produtos químicos, etc.;
 Deficiência de ventilação – em espaços confinados;
 Risco químico – relacionados aos produtos químicos utilizados nas atividades de
trabalho.

105
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

ATOS E CONDIÇÕES INSEGURAS

ATITUDES ABAIXO DO PADRÃO (ATOS INSEGUROS)

São os atos ou ações que o trabalhador executa, de forma voluntária ou não, e que podem
provocar ou contribuir para a ocorrência de um acidente.

Normalmente são decorrentes de:

 Excesso de confiança;
 Imperícia;
 Ideias preconcebidas;
 Exibicionismo;
 Excesso de coragem.

CONDIÇÕES INSEGURAS

São consideradas condições de trabalho inseguras as deficiências, defeitos ou irregularidades


técnicas existentes no ambiente de trabalho, que constituam riscos para a integridade física
ou a saúde do trabalhador, ou para os bens materiais da empresa.

FATORES PESSOAIS DE INSEGURANÇA

Quando o trabalhador não está em suas condições fisiológicas ou psicológicas normais, os


riscos de acidentes de trabalho aumentam consideravelmente. É o que podemos chamar de
“Problemas Pessoais”, que podem atuar sobre o indivíduo como agentes provocadores de
acidentes, como por exemplo:

 Problemas de saúde não tratados;


 Conflitos familiares;
 Falta de interesse pela atividade que desempenha;
 Dificuldades financeiras;
 Alcoolismo;
 Uso de substâncias tóxicas;
 Desajuste social;
 Desequilíbrio psíquico.

8.8 - MEDIDAS DE PRECAUÇÕES PARA EVITAR ATOS INSEGUROS E CONDIÇÕES


INSEGURAS NAS OPERAÇÕES DE BORDO

MANOBRAS DE MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS

Para as manobras de cargas e descarga de materiais na Unidade devemos observar:

 Vistoriar todo material de içamento, lingadas e container antes da movimentação;


 Programar previamente a estivagem da carga no convés. Áreas do convés que não
possam ser utilizadas para estivagem devem ser claramente marcadas e indicadas;
 Garantir especial atenção às cargas perigosas no tocante à embalagem, estiva e
segregação.

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Figura 130: Cesta De Transbordo

Tensionamento de Cabos e Espias: As fainas que envolvem cabos tensionados apresentam


riscos de acidentes, podendo causar grandes danos. Portanto são necessários que sejam
observados os seguintes itens:

 Evitar a presença de pessoas não envolvidas diretamente na faina;


 Deve ser precedida de uma avaliação quanto à integridade de cabos e equipamentos.

Figura 131: Tensionamento De Cabo

MANOBRA DE BOMBEAMENTO

 Somente permitir a execução de manobras de bombeamento se os sistemas de


segurança envolvidos estiverem funcionando;
 Observar as condições de vento e mar. A operação só poderá ocorrer quando tais
condições forem favoráveis.

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

Figura 132: Navio FPSO

MÁQUINAS OPERANDO

 Obedecer ao plano de manutenção;


 Delimitar, quando aplicável, um raio de segurança;
 Manter o local limpo e organizado.

Figura 133: Equipamento Offshore

DESCARGA DE MOTORES

 Fazer a manutenção da proteção térmica de dutos de descarga visando evitar


queimaduras de contato com água aquecida;
 Projetar a descarga de motores considerando a permanência de pessoas, sem expô-
las à agentes asfixiantes;
 Verificar a ventilação de motores estacionários, instalados em lugares fechados ou
insuficiente ventilados.

ATIVIDADES DE MERGULHADORES NAS PROXIMIDADES

 Proibir a realização de atividade que ofereça perigo para mergulhadores na água.


Realizar reunião de planejamento das operações antes do início da atividade de mergulho;
 Garantir que nenhuma outra manobra seja realizada, se oferecer para perigo para os
mergulhadores em operação (Obrigatória à emissão de PT – Permissão de Trabalho).

Figura 134: Mergulhador


COMPARTIMENTOS CONFINADOS
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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

 Programar a gestão de segurança e saúde no trabalho em espaços confinados, por


medidas técnicas de prevenção, administrativas, pessoais e de emergência e salvamento de
forma a garantir permanentemente ambientes com condições seguras de trabalho;
 Garantir a capacitação continuada dos trabalhadores sobre os riscos, as medidas de
controle, de emergência e salvamento em espaços confinados.

Figura 135: Trabalhador Autorizado

SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO A BORDO

Rota de Fuga é o trajeto a ser seguido pelo tripulante da Unidade Marítima no caso de
necessidade urgente de evacuação do local, em função de uma emergência. A falta de
sinalização de trânsito a bordo poderá ocasionar situações de pânico em emergências, onde
o fator tranquilamente é preponderante para a prevenção de acidentes graves.

Figura 136: Rota De Fuga

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

8.9 - EPI E NORMAS DE SEGURANÇA

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

Baseado na Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho (NR – 6) o EPI é todo


dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a
saúde e a integridade física do trabalhador. A empresa é obrigada a fornecer aos
empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e
funcionamento.

CABE AO EMPREGADOR

Fornecer aos empregados, gratuitamente, Equipamentos de Proteção Individual aprovado


pelo Ministério do Trabalho – MTE, adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e
funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção
contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados.

CABE AO EMPREGADO

1. Usá-lo apenas para a finalidade a que se destina;


2. Responsabilizar-se por sua guarda, conservação e higienização;
3. Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso;
4. Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada do uso do E.P.I.

Tabela 1: Uso correto do EPI


TIPO DE PROTEÇÃO FINALIDADE EQUIPAMENTO INDICADO

Contra riscos de impacto de partículas, Óculos de segurança (para maçariqueiros,


PROTEÇÃO PARA A respingos de produtos químicos, ação rebarbadores, esmerilhadores, soldadores,
FACE de radiação calorífica ou luminosa torneiros);
(infravermelho ultravioleta e calor). Máscaras e escudos (para soldadores).
Contra riscos de queda de objetos,
PROTEÇÃO PARA O
batidas, batidas por choque elétrico, Capacete de segurança
CRÂNIO
cabelos arrancados, etc.
Contra níveis de ruído que ultrapassem Protetores de inserção (moldáveis ou não);
PROTEÇÃO AUDITIVA
os limites de tolerância. Protetores externos (tipo concha).
Contra gases ou outras substâncias
Respiradores com filtros mecânicos,
PROTEÇÃO nocivas ao organismo que tenham por
químicos ou com a combinação dos dois
RESPIRATÓRIA veículo de contaminação as vias
tipos, etc.
respiratórias.
Macacão;
PROTEÇÃO DO Contra os mais variados tipos de
Aventais de napa ou couro, de PVC, de lona
TRONCO agentes agressores.
e de plástico, conforme o tipo de agente.
Contra materiais cortantes, abrasivos,
escoriantes, perfurantes, térmicos, Macacão;
PROTEÇÃO DOS
elétricos, químicos, biológicos e Luvas de malhas de aço, de borracha, de
MEMBROS
radiantes que podem provocar lesões neoprene e vinil, de couro, de raspa, de lona
SUPERIORES
nas mãos ou provocar doenças por e algodão, luvas Kevlar, etc.
intermédio delas.

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

Macacão;
Contra impactos, eletricidade, metais Sapatos de segurança;
PROTEÇÃO DOS em fusão, umidade, produtos químicos, Perneiras;
MEMBROS objetos cortantes ou pontiagudos, Polainas;
INFERIORES agentes biológicos, etc. Botas (com biqueiras de aço, isolantes, etc.,
fabricados em couro, lona, borracha, etc).

8.10 - LOCALIZAÇÃO E A NECESSIDADE DA PROTEÇÃO DO TRABALHADOR

MÁSCARA DE FUGA

Para os trabalhadores em geral escaparem de situações de emergência, um tipo diferente de


respirador é necessário: um que possa ser usado e esteja funcionando em questão de
segundos e um que requer pouco treinamento para usar.

Há dois tipos em geral: uma máscara com capuz com cartuchos purificadores de ar e um
capuz com um ajuste no pescoço e fonte autônoma de ar. Ambos devem ser usados apenas
para fins de fuga.

Este necessita de treinamento mínimo e leva apenas alguns segundos para ser
colocado.

Figura 137: ELSA

CHUVEIRO LAVA OLHOS E CHUVEIRO DE SEGURANÇA

 Estes equipamentos devem existir em locais de manuseio de produtos químicos, em


situações de maior risco de projeção ou onde houver risco maior de queimaduras por
calor, como por exemplo:
 laboratórios com manuseio de produtos químicos.
 oficinas ou áreas de manuseio de produtos químicos.
 É recomendável que o chuveiro fique a 2,13m do piso e o lava-olhos a 1,10m
facilitando seu uso por qualquer trabalhador.

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 Os Lava-olhos são equipamentos projetados de forma semelhante aos chuveiros de


segurança, só que com o objetivo específico de livrar os olhos de contaminantes.

Figura 138: Chuveiro Lava Olhos

8.11 - EFEITOS E PRECAUÇÕES CONTRA A PRESENÇA DE GASES TÓXICOS


Nos diversos trabalhos realizados em plataforma de petróleo, como por exemplo, produção,
há possibilidade da presença de gases tóxicos e/ou asfixiantes, associado ainda a outras
fainas rotineiras executadas em Unidades Marítimas, como drenagem, limpeza, lavagem e
purga de um tanque. Gases nocivos aparecem tornando a vida insustentável no ambiente.

EFEITOS DA DEFICIÊNCIA DO OXIGÊNIO

Como sabemos, o mínimo permissível para a respiração segura gira em torno de 19,5% de
O2, abaixo dessa concentração de O2, pode ocorrer os seguintes sintomas:

 Descoordenação (15 a 19%);


 Respiração difícil (12 a 14%);
 Respiração bem fraca (10 a 12%);
 Falhas, mentais, náuseas, vômitos e inconsciência (8 a 10%);
 Morte após 8 minutos (6 a 8%);
 Coma em 40 segundos (4 a 6%).

EFEITOS DO MONÓXIDO DE CARBONO:

Por não possuir odor e cor o monóxido de carbono pode permanecer por muito tempo em
ambientes confinados sem que se perceba sua presença e tomem providencias de ventilar ou
exaurir o local e consequentemente, em caso de entrada nestes locais, poderemos ter
consequências danosas à saúde. Em concentrações superiores ao seu limite de tolerância
(39 PPM), o exposto poderá sentir:

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

 Dor de cabeça (200 PPM);


 Palpitação (1000 a 2000 PPM);
 Inconsciência (2000 a 2500 PPM);
 Morte (4000 PPM).

EFEITOS DO H2S

Este é um dos piores agentes ambientais agressivos ao ser humano, justamente pelo fato de
que em concentrações médias e acima, o nosso sistema olfativo não consegue detectar a sua
presença.

Em concentrações superiores a 8,0 PPM (partes do gás por milhões de partes de ar) que é o
seu limite de tolerância, o gás sulfídrico causa:

 Inibição do sistema olfativo (a partir de 8,0 PPM);


 Irritação (50 a 100 PPM);
 Problemas respiratórios (100 – 200 PPM);
 Inconsciência (500 a 700 PPM).

8.12 - TRABALHO EM ESPAÇO CONFINADO

Segundo a Norma Regulamentadora (NR-33), espaço confinado é “qualquer área ou


ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de
entrada e saída, cuja ventilação existente seja insuficiente para remover contaminantes ou
onde possa existir deficiência ou enriquecimento de oxigênio”.

Figura 139: Sinalização De Espaço Confinado

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

PRECAUÇÕES PARA A ENTRADA

Os espaços confinados são diferentes uns dos outros, mas seus perigos são muito parecidos.
Antes da entrada em um espaço confinado, é necessário que se avalie cada risco em
particular, para que sejam identificados os perigos existentes e os potenciais.

Figura 140: Multi Gás Figura 141: Trabalhador Espaço Confinado

Os principais riscos oferecidos por um espaço confinado são os atmosféricos e os físicos.


Assim, as seguintes precauções devem ser tomadas, antes de entrar em um espaço
confinado:

 Verificar o teor de oxigênio presente na atmosfera local, considerando que, segundo as


Normas Regulamentadoras NR-6 e 15, concentrações inferiores a 18% em volume
caracterizam uma atmosfera “deficiente de oxigênio”;
 Verificar a presença de vapores inflamáveis ou gases tóxicos, que podem ser causados
pela evaporação de líquidos inflamáveis ou pela reação química de substâncias tóxicas ou
inflamáveis;
 Verificar com instrumentos medidores de níveis de fontes radioativas a presença de
radiações que podem ser provenientes da luz ultravioleta emitida pelo arco elétrico, quando
dos trabalhos de soldagem;
 Medição das condições atmosféricas;
 Verificar a temperatura do ambiente e utilizar roupas adequadas, caso esteja muito alta
ou muito baixa;
 Verificar a necessidade de desligar circuitos ou equipamentos ali localizados;
 Assegurar-se de que há superfície sólida e firme onde se possa pisar, lembrando que
grãos, talco, areia, lama e outros materiais podem ceder ao peso do corpo e provocar
afundamento e asfixia do trabalhador;
 Verificar o novel de ruído, levando em consideração que as características do espaço
confinado podem provocar um efeito de ampliação acústica.

De acordo com a NR – 33, os serviços em locais identificados como espaço confinado só


podem ser executados após a liberação de uma Permissão de Trabalho e Entrada (PTE).

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Tabela 2: PTE – Permissão de trabalho e entrada.

115
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

USO ADEQUADO DE EPI

A segurança pessoal requer conscientização, conhecimento e habilidade no uso dos


dispositivos de proteção individual, que são empregados no ambiente de trabalho. Podemos
exemplificar com o caso do trabalhador que em suas atividades do dia a dia utiliza EPI
requerido para execução da sua tarefa diária, mas recebeu a incumbência de executar uma
nova tarefa que requer medidas extras de segurança em local com risco de queda. Para
controlar o risco existente em sua nova tarefa, é necessário que ele use cinto de segurança,
por exemplo.

8.13 - A IMPORTÂNCIA PREVENTIVA DA DISCIPLINA OPERACIONAL

PERMISSÃO PARA TRABALHO (PT)

Uma Unidade Offshore (MODU) é um complexo local de trabalho multidisciplinado, onde


condições de acidentes podem existir. Certas precauções deverão ser tomadas para
assegurar a segurança de todo o pessoal e da própria sonda e ou plataforma, sendo levado
em conta durante o planejamento ou a execução de quaisquer trabalhos a bordo.
 SISTEMA DE PERMISSÃO PARA TRABALHO (PT):
O sistema de Permissão para Trabalho é o método pelo qual pessoas autorizadas revisam
tarefas que tem elementos de risco, para certificar que o trabalho será feito com a devida
segurança.
A adesão ao sistema de Permissão para Trabalho é um aspecto essencial para manter
operações seguras e cumprir com as legislações trabalhistas, como também para a
segurança de todo o pessoal que trabalha a bordo de uma Plataforma e ou Sonda.
O uso de Análise de Segurança do Trabalho (JSA) e as reuniões de segurança de pré-
trabalho realizadas antes de cada trabalho são ferramentas de segurança muito importantes
que são usadas com o Sistema de Permissão para Trabalho.

 PROPÓSITO DO SISTEMA DE PERMISSÃO PARA TRABALHO (PT):


O propósito do sistema é garantir a segurança das pessoas que estejam realizando
determinado trabalho, que a segurança de outras pessoas não seja ameaçada e que a
segurança total e a integridade da instalação sejam preservadas.
Abaixo alguns exemplos de atividades que necessitam da emissão de uma ordem de serviço
ou PT para execução:
 Serviços a quente (corte e solda);
 Serviços a frio (montagem e desmontagem de andaimes);
 Trabalho com equipamentos elétricos;
 Operações em espaços confinados;
 Manutenção e reparos em redes elétricas, válvulas, equipamentos e acessórios em
zonas perigosas;
116
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

 Trabalho em Altura;
 Trabalho sobre o mar;
 Atividades de mergulho.
NOTA: Toda PT possui, explicitamente, seu período de execução ou validade, caso haja
necessidade de estender este período para complemento da relativa tarefa, deverá ser
emitida uma nova PT.

CAPÍTULO 9 – PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO E FISCALIZAÇÃO

9.1 - EFEITO DA POLUIÇÃO NO AMBIENTE MARINHO

A presença de poluentes no ambiente marinho causa impactos negativos na conservação da


vida marinha, podendo até exterminar certas espécies por completo, caso o tempo e a
diluição desses poluentes não forem suficientes para sua biodegradação. Em muitos casos, a
poluição marítima é causada por embarcações, sobretudo pelas que operam com exploração
de petróleo.

Um acidente envolvendo derramamento de óleo no mar tem consequências desastrosas para


o meio ambiente marinho. A fim de impor barreiras para proteger os mares, a IMO –
Organização marítima Internacional, estabeleceu uma convenção, conhecida como MARPOL
73/78 que regula a descarga de óleo e produtos químicos no mar.

9.2 - PROPÓSITO DA LEI E NORMAS AMBIENTAIS


Lei nº 9.985 - Esta Lei institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza –
(SNUC), estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de
conservação.
Unidade de Conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas
jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder
Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de
administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção;

No Brasil a lei 9.966/2000, mas conhecida como “LEI DO ÓLEO”, dispõe sobre a preservação,
o controle e a fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias
nocivas ou perigosas em água sobre jurisdição nacional.

De forma mais restritiva o Decreto n⁰ 4.136/2002 dispõe sobre a especificação das sanções
aplicáveis às infrações, às regras de prevenção, (ao) controle e fiscalização da poluição
causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob
jurisdição nacional, prevista na Lei n⁰ 9.966. de 28 de abril de 2000.

O decreto tipifica quem responde pela infração ambiental, na medida de sua ação ou
omissão:

 O proprietário do navio, pessoa física ou jurídica, ou quem legalmente o represente;


 O armador ou operador do navio, caso este não esteja sendo armado ou operado pelo
proprietário;
 O concessionário ou a empresa autorizado a exercer atividades pertinentes à industria
do petróleo;
 O comandante ou tripulante do navio;
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 A pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que legalmente represente o


porto organizado, a instalação portuária, a plataforma e suas instalações de apoio, o estaleiro,
a marina, o clube náutico ou instalação similar;
 O proprietário da carga.

9.3 - FONTES POLUIDORAS

Nas atividades de exploração e produção de petróleo, algumas das principais fontes


poluidoras e seus agentes são:

FONTE HITÓTESE AGENTE

Produção, transporte e armazenagem


Derramamento Óleo
de hidrocarbonetos.
Operações de perfuração Vazamento de fluído Fluído de perfuração
Transporte de carga Descarte Água de lastro
Instalações offshore Descarte Lixo e esgoto

9.4 - PROCEDIMENTOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO

Para prevenir e controlar a poluição no ambiente marinho é necessário observar os


procedimentos específicos para tratamentos dos resíduos gerados a bordo das plataformas.

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS

Todos os resíduos gerados são tratados e coletados. Por exemplo: os recicláveis como
papal/papelão, plástico, alumínio, metais, cartuchos de impressoras, lâmpadas fluorescente,
etc.

De uma forma geral, os seguintes procedimentos devem ser observados:

POLUENTE FORMA DE CONTROLE

Todo resíduo deve ser desembarcado ou, quando


Lixo doméstico e industrial aplicável, triturado para lançamento no mar. A
queima de lixo é terminantemente proibida.
Deve, sempre que possível, ser tratado previamente.
Esgoto sanitário
É proibido o lançamento em águas costeiras.
Derramamento acidental de hidrocarbonetos Acionar o Plano de Emergência Individual (PEI).

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Em áreas demarcadas e apropriadas estão as coletas recicláveis que normalmente são os


coletores nas cores definidas pelas normas (Ex.: Plástico – Vermelho, Metais – amarelo,
Verde – vidros, Azul – papel).

Figura 142: Coleta Seletiva

Após recolhidos, estes materiais são desembarcados e acompanhados poruma ficha de


controle.

Figura 143: Meio Ambiente

9.5 - ÁGUAS JURISDICIONAIS BRASILEIRAS E A COMPETÊNCIA DA AUTORIDADE


MARÍTIMA

De acordo com a Norma da Autoridade Marítima – NORMAM-08 são consideradas águas


jurisdicionais brasileiras (AJB):

ÁGUAS JURISDICIONAIS BRASILEIRAS (AJB), compreendem as águas interiores e os


espaços marítimos, nos quais o Brasil exerce jurisdição, em algum grau, sobre atividades,
pessoas, instalações, embarcações e recursos naturais vivos e não vivos, encontrados na
massa líquida, no leito ou no subsolo marinho, para os fins de controle e fiscalização, dentro
dos limites da legislação internacional e nacional. Esses espaços marítimos compreendem a
faixa de duzentas milhas marítimas contadas a partir das linhas de base, acrescida das águas
sobrejacentes à extensão da Plataforma Continental além das duzentas milhas marítimas,
onde ela ocorrer.

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

COMPETÊNCIA DA AUTORIDADE MARÍTIMA BRASILEIRA

A lei de segurança do tráfego Aquaviário estabelece que compete a Autoridade Marítima


assegurar:
 A salvaguarda da vida humana e a segurança da navegação no mar aberto e hidrovias
interiores;
 A prevenção da poluição ambiental por parte de embarcações, plataformas ou suas
instalações de apoio.

Figura 144: Marinha Brasileira

9.6 - ORGANIZAÇÃO DISTRITAL DA MARINHA

Devido a nossa grande extensão territorial e marítima e para melhor cumprir a sua missão, a
Marinha está organizada administrativamente em Distritos Navais, a quem cabem as
seguintes atribuições principais:

 Controlar o tráfego e permanência das embarcações nas águas sobre jurisdição


nacional, bem como a entrada e saída de portos, atracadouros, fundeadouros e marinas;
 Realizar inspeções navais e vistorias;
 Registro e certificação de helipontos das embarcações e plataformas, com vistas à
homologação por parte de órgãos competentes.
Atualmente o Brasil está dividido em 9 Distritos Navais, conforme apresentado no mapa
abaixo:

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Figura 145: Distritos Navais

9.7 - PORT STANTE CONTROL (CONTROLE DE ESTADO SOBRE EMBARCAÇÕES DE


BANDEIRA ESTRANGEIRA)

Port State Control (PSC) é a inspeção de navios estrangeiros em outros portos nacionais por
agentes PSC com a finalidade de verificar as competências dos comandantes e oficiais a
bordo, a condição do navio, se seus equipamentos cumprem os requisitos das convenções
Internacionais (por exemplo, SOLAS, MARPOL, STCW, etc.) e se o navio é tripulado e
operado em conformidade com o direito internacional aplicável.
As inspeções de “Port State Control” serão realizadas pelos “inspetores Navais” lotados nas
Capitanias, devidamente qualificados e credenciados pela DPC.

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

Muitas das importantes convenções da IMO contêm disposições para os navios a serem
inspecionados quando visitam portos estrangeiros para assegurar que eles atendam aos
requisitos da IMO. A IMO tem incentivado as criações regionais de organizações de controle
do Estado e os acordos sobre o controle pelo Estado do porto – Memorandos de
Entendimentos, foram assinados cobrindo todos os oceanos do mundo.

Figura 146: Agente PSC

FLAG STATE CONTROL

São inspeções realizadas pela Autoridade Marítima em navios e plataformas de bandeiras


brasileiras e navios e plataformas estrangeiras para obtenção do Atestado de Inscrição
Temporária (AIT): para operar em águas jurisdicionais brasileiras.

Os regulamentos sobre os navios registrados sob sua bandeira, incluindo as inspeções, os


certificados relativos à emissão de segurança e poluição e documentos de prevenção. Um
navio opera de acordo com as leis de seu Estado de pavilhão. Como tudo neste mundo, o
navio é geralmente registrado em um porto importante do pais. Isso é conhecido como porto
de registro.
Geralmente, o aspecto da segurança, da Lei Marinha de qualquer pais em particular, está em
consonância com a Convenção SOLAS que tem seus navios inspecionados periodicamente
em intervalos regulares e verifica se os navios estão em conformidade com a legislação
marítima desse país e com as normas de segurança do mesmo.
As inspeções de Port State como as de Flag State visam verificar a situação da embarcação
quanto a:

 Segurança da navegação;
 Salvaguarda da vida humana no mar;
 Meio ambiente;
 Certificações obrigatórias.

9.8 - PASSAGEIRO CLANDESTINO E TERRORISMO

Considera-se passageiro clandestino, a pessoa a bordo do navio ou plataforma sem o


conhecimento do comandante da embarcação. Normalmente o passageiro clandestino burlou
intencionalmente as normas de segurança para o embarque não autorizado a bordo.

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TERRORISMO

Os atos de terrorismo são aqueles que movidos por uma série de motivos tem como objetivo
atingir o sistema marítimo em seu elo mais fragilizado, a Marinha Mercante.
A missão dos terroristas pode variar da obtenção de recompensas criminosas até a ameaça
de estabilidade de governos.

9.9 - PIRATARIA NO MAR E ATOS ILÍCITOS COMO ASSALTO OU ROUBO

FIGURA 147: ISPS Code

O atentado no World Trade Center em 11 de Setembro de 2001nos Estados Unidos


despertou a urgente necessidade de se desenvolver novas medidas relativas à proteção de
navios e instalações portuárias contra atos de terrorismo.Em dezembro de 2002 a
Organização Marítima Internacional (IMO) adotou o Código Internacional pa Proteção de
Navios e Instalações Portuárias – ISPS CODE com o propósito de aumentar a segurança e
a proteção de navios e instalações portuárias.

PIRATARIA

A legislação que regula o Direito do Mar, definindo e codificando conceitos, herdados do


Direito Internacional costumeiro, referentes aos assuntos marítimos, é a CNUDM(Convenção
das Nações Unidas Sobre o Direito do Mar),que, em seu artigo 101, assim definiu Pirataria:

Constituem pirataria quaisquer dos seguintes atos:

a) Todo ato ilícito de violência ou de detenção ou todo ato de depredação cometidos, para fins
privados, pela tripulação ou pelos passageiros de um navio ou de uma aeronave privados, e
dirigidos contra:
i) um navio ou uma aeronave em alto mar ou pessoas ou bens a bordo dos mesmos;
ii) um navio ou uma aeronave, pessoas ou bens em lugar não submetido à jurisdição de
algum Estado;
b) todo ato de participação voluntária na utilização de um navio ou de uma aeronave, quando
aquele que o pratica tenha conhecimento de fatos que dêem a esse navio ou a essa aeronave
o caráter de navio ou aeronave pirata; e
c)toda a ação que tenha por fim incitar ou ajudar intencionalmente a cometer um dos atos
enunciados nas alíneas a) ou b).

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

ASSALTO OU ROUBO ARMADO

O Roubo Armado Contra Navios aparece definido no Code of Practice for the Investigation of
the Crimes of Piracy and Armed Robbery Against Ships, adotado pela Assembléia da IMO
pela Resolução A. 1025(26), de 2 de dezembro de 2009, como:

Roubo armado contra navios significa qualquer dos seguintes atos:

1. qualquer ato ilegal de violência ou de detenção ou qualquer ato de depredação, ou


ameaça, que não seja um ato de pirataria, para fins privados, e dirigidos contra um navio
ou contra pessoas ou bens a bordo desses navios, dentro de águas interiores de um
Estado, águas arquipelágicas e no mar territorial.

2. qualquer ato de incitar ou facilitar intencionalmente a um ato descrito acima.

Analisando esta definição, identifica-se o locus do crime como águas interiores,


arquipelágicas ou no mar territorial; o objeto da ação é dirigido a um navio ou às pessoas
embarcadas nesse navio, para fins privados. Neste desiderato, verificam-se dois pontos que
diferenciam a pirataria do roubo armado contra navios.

O primeiro é a localização em relação ao espaço marítimo, ou seja, se o ato for além do mar
territorial será característico da pirataria; e o segundo, é que no roubo armado contra navios
não há menção quanto ao meio utilizado pelo agressor. Assim, o agressor não precisa ser
necessariamente um tripulante de outro navio, podendo ter acesso ao navio pelo cais, pela
espia ou amarra ou por vias aéreas.

ANEXO DE EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1) Cite três fatores que geram atitudes abaixo do padrão.


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

2) O que significa comunicação não verbal?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

3) Nos coletores de resíduos das plataformas os materiais são divididos por cores.
Relacione o tipo de material e a cor:
(1) Verde ( ) Papel
(2) Azul ( ) Vidro
(3) Amarelo ( ) Metal
(4) Vermelho ( ) Plástico

124
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

4) Cite o procedimento que devemos adotar com os resíduos domésticos e


industriais gerados nas plataformas:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

5) Qual a diferença das vistorias chamadas de Port State Control e Flag State
Control?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

6) O que significa NR e qual é a que trata sobre o Equipamento de Proteção


Individual – EPI?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

7) Cite duas Barreiras da comunicação.


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

8) Qual o nome da norma regulamentadora que trata sobre CIPA?


a) NR 01;
b) NR 06;
c) NR 11;
d) NR 05.

9) Para que o trabalhador tenha um bom relacionamento na plataforma ou em


qualquer local ele deve ter:

a) Atitude proativa;
b) Falta de comunicação;
c) Temperamento explosivo;
d) Falta de companheirismo.

10) O que é acidente de trabalho?

125
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

TSP/P TÉCNICAS DE SOBREVIVÊNCIA PESSOAL E PROCEDIMENTOS DE


EMERGÊNCIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A filosofia empresarial da FOX Consultoria e Treinamentos On & Offshore Ltda pode ser
sintetizada no reconhecimento do valor das pessoas e na capacidade em lhes acrescentar
novas competências, objetivando seu reconhecimento não só profissional, mas sobre tudo
como ser humano integral.
A disciplina atende as exigências da NORMAM-24/DPC, visando proporcionar ao aluno
noções elementares sobre os procedimentos de emergência a bordo, utilização do material de
salvatagem em unidades offshore e sobrevivência em qualquer condição de mar.

Acreditamos que o seu aproveitamento neste curso seja eficaz para o enfrentamento dos
problemas do dia-a-dia e possa contribuir efetivamente para o seu crescimento individual e
profissional.

Seja bem vindo!

TSP – TÉCNICAS DE SOBREVIVÊNCIA PESSOAL E PROCEDIMENTOS DE


EMERGÊNCIA

CAPÍTULO 10 – SITUAÇÕES E PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA

10.1 - CONCEITO DE EMERGÊNCIA

Emergência é a situação anormal que coloca em perigo a segurança da unidade, dos


residentes ou de ambos e pode gerar sérios danos ao meio ambiente.
Para fins didáticos usaremos o termo “RESIDENTES”, para identificar os profissionais
aquaviários que fazem parte da tripulação de segurança do navio ou da plataforma e os
profissionais não tripulantes (PNT) embarcados na Unidade Marítima por período superior a
72 horas.

126
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

TIPOS DE EMERGÊNCIAS

 Ferimento/lesões graves;
 Homem ao mar;
 Acidente com mergulhadores;
 Colisão;
 Abalroamento;
 Queda/pouso de aeronave no mar;
 Incêndio/explosão;
 Mau tempo;
 Vazamento de gás;
 Água aberta;
 Derramamento de óleo;
 Naufrágio;
 Blow-out.

10.2 - SINAIS DE ALARME

Os alarmes de emergência são sinais sonoros e visuais, distribuídos por pontos estratégicos
em toda a plataforma, com a finalidade de alertar a todos os residentes e visitantes sobre o
estado de anormalidade.

Figura 148: Sinal Luminoso Figura 149: Sinal Sonoro

Quadro 1: Tipo de Alarmes

ALARMES SONOROS
ESTADOS

EMERGÊNCIA ...................intermitente.....................
PREPARAR PARA ABANDONO __________contínuo____________

NOTAS:

 Nos locais com ruído intenso, tais como oficinas, casas de bombas, casas de
geradores ou de compressores e praças de máquinas é obrigatória a instalação de alarmes
visuais, representados por lâmpadas estroboscópicas ou giroflex;
 A ordem de ABANDONO é dada verbalmente pelo GEPLAT / COMANDANTE / OIM.

127
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

10.3 - TABELA MESTRA, ORIENTAÇÕES DE SEGURANÇA E PLANOS DE


CONTINGÊNCIA

TABELA MESTRA OU TABELA DE FAINAS DE EMERGÊNCIA

Todo tripulante ao embarcar recebe um cartão de identificação, chamado de “cartão T”, onde
constam algumas informações, tais como: o n⁰ do camarote e leito que foi designado, suas
funções em caso de emergência, além do número de sua baleeira e da sua balsa salva-vidas,
caso ocorra uma evacuação ou abandono.

Essas informações são extraídas da TABELA MESTRA, também conhecida como “Tabela
Mestra para Postos de Emergência”. Documento padronizado que todas e quaisquer
embarcações precisam ter, onde encontramos ainda os tipos de sinais sonoros produzidos
poralarmes de emergência e toque de sino que indicam as fainas de emergência. O sino são
utilizados apenas nos navios-sondas e plataformas do tipo FPSO (Floating Production
Storage and Offloading).

A Tabela Mestra deverá especificar também como será dada a ordem de abandonar a
Unidade e indicar as tarefas designadas aos diversos membros da tripulação, tais como:

 Fechamento das portas estanques, portas de incêndio, válvulas, embornais,


portinholas, gaiutas, vigias e outras aberturas semelhantes existentes;
 Equipamento das embarcações de sobrevivência e outros equipamentos salva-vidas;
 Preparação e lançamento das embarcações de sobrevivência;
 Preparativos gerais de outros equipamentos de comunicação;
 Reunião dos tripulantes e visitantes;
 Utilização dos equipamentos de comunicação;
 Tomada de ação das brigadas de incêndio;
 Tarefas especiais relativas à utilização dos equipamentos e instalações de combate a
incêndio;
 Estabelecer quais os profissionais designados para assegurar que os equipamentos
salva-vidas e de combate a incêndio sejam mantidos em boas condições e prontos para
utilização imediata;
 Quais são os substitutos das pessoas chaves, no caso destas ficarem impossibilitadas
e/ou inválidas.

ROTA DE FUGA

É o trajeto a ser seguido pelo tripulante da Unidade Marítima no caso de necessidade urgente
de evacuação do local, em função de uma emergência.
É sinalizada de forma a indicar o caminho mais curto e seguro para se chegar às áreas
externas, aos Pontos de Reuniões e aos Postos de Abandono.
A falta de sinalização de trânsito a bordo poderá ocasionar situações de pânico em
emergências, onde o fator tranquilidade é preponderante para a prevenção de acidentes
graves.

128
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

Figura 150: Rota De Fuga

As Rotas de Fugas devem ser mantidas limpas e de livre acesso para evitar que, no momento
da utilização, não sejam causadoras de algum tipo de acidente.

PONTO DE REUNIÃO (MUSTER POINT)

Os Pontos de Reuniões, também chamados de Ponto de Encontro, são locais


predeterminados onde se reúnem as pessoas não envolvidas nas fainas de emergências.

Figura 151: Ponto De Encontro

POSTO DE ABANDONO

São os locais previamente definidos para a concentração das pessoas que abandonarão a
unidade. Normalmente está localizado o mais próximo possível das embarcações de
sobrevivência (baleeiras e balsas).

129
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA

O modo e a maneira de como agir em uma emergência é um fator crucial na vida das pessoas
que estão em uma determina situação de perigo. Quando se escuta o alarme de emergência,
deve-se proceder da seguinte maneira:

ESTANDO NO CAMAROTE:

 Vista o Equipamento de Proteção Individual (EPI);


 Pegue o colete salva-vidas;
 Siga as rotas de fuga;
 Vá para o seu Ponto de Reunião;
 Conforme procedimento da unidade, faça o uso do cartão “T”
 Responda a chamada de POB
 Aguarde instruções.

ESTANDO NO TURNO DE TRABALHO:

 Pare imediatamente o que estiver fazendo;


 Desligue os equipamentos e desenergise se possível.
 Vá ao camarote e pegue seu colete salva-vidas (se possível);
 Siga as rotas de fuga;
 Vá para seu ponto de reunião;
 Conforme procedimento da unidade, faça o uso do cartão “T”
 Responda a chamada de POB;
 Aguarde instruções.

LEMBRE-SE, ANTES DE QUALQUER AÇÃO, OUÇA O QUE ESTA SENDO ANUNCIADO


NO SISTEMA DE COMUNICAÇÃO (INTERCOM), QUAL É A EMERGÊNCIA, ONDE É E
PARA ONDE DEVEMOS IR.

COORDENAÇÃO DE EMERGÊNCIA

Na ocorrência de uma emergência na unidade offshore, imediatamente se instala uma


COORDENAÇÃO DE EMERGÊNCIA. Fica a cargo do Gerente da Plataforma – CEPLAT e/ou
Gerente de Instalação Offshore – OIM a função de Coordenador Local da Emergência. As
Equipes de Emergências de bordo são formadas por tripulantes preparados para o combate à
emergência, normalmente são compostas de um líder, um substituto direto do líder e pelos
membros da equipe. As Equipes de Emergência de uma plataforma compõem-se de:

Incêndio
 BRIGADA DE INCÊNDIO: Explosão
Vazamento de gás

130
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

Controle da planta de processo,


 Equipe de PARADA DE EMERGÊNCIA: estabilidade e segurança do poço.

 Equipe de ABANDONO;
 Equipe de RESGATE;
 Equipe de SOCORRISTA;
 Equipe SOPEP. (Shipboard Oil Pollution Emergency Plan / Plano de Emergência contra
Poluição a Bordo).

NOTA: Podemos encontrar em plataformas outras designações de equipes de emergências,


tais como: Equipe de Controle de Avarias (CAVO). Equipe de Manobra e Combate a Incêndio
em Aeronaves (EMCIA) e outras.

SIMULADORES

É de vital importância realizar treinamentos sobre as diversas situações de emergência que


podemos ter em uma Unidade Marítima.

Para obtermos sucesso e evitarmos o pânico que normalmente acontece nos momentos de
crise, devemos participar dos treinamentos e exercícios simulados ministrados
obrigatoriamente a todos os residentes para que sejam capacitados para enfrentar uma
situação real de emergência.

IMPORTÂNCIA DOS EXERCÍCIOS DE TREINAMENTO

a) Procedimentos do pessoal;
b) Exigências de frequência / treinamento;
c) Responsabilidades dos membros da tripulação;
d) Realismo nos exercícios;
e) Disponibilidade dos manuais de treinamento.

10.4 - EMPREGO DOS EQUIPAMENTOS DE SOBREVIVÊNCIA

COLETES SALVA-VIDAS

Segundo as regras internacionais, das quais o Brasil é signatário, toda pessoa a bordo de
uma embarcação deve possuir um colete salva-vidas individual.

Classe I – Navegação Oceânica / Plataforma

Figura 152: Colete Classe 1 Inflável Figura 153: Colete Classe 1

131
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

Coletes infláveis automaticamente: Nos coletes infláveis, automaticamente o dispositivo


usado para o acionamento automático funciona devido à existência de um tablete (carbureto)
que dissolve em contato com a água, ativando o cilindro de CO2, enchendo o colete salva-
vidas.

NOTA: Este tipo de colete não poderá ser inflado dentro da aeronave, pelo fato de dificultar o
abandono pelas saídas de emergência.

Classe II – Navegação de Mar Aberto (costeira) – Entre portos nacionais (cabotagem).

Figura 154: Colete Classe 2

Classe III – Destinado ao uso nas embarcações empregadas na navegação interior, (rios,
lagos, lagoas, baias e angras)

Figura 155: Colete Classe 3

Classe IV – destinado ao uso por pessoas envolvidas em trabalhos realizados próximos à


borda da Unidade Marítima com o risco de cair no mar acidentalmente.

Figura 156: Colete Classe 4


132
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

Classe V – material fabricado para emprego em atividades esportivas e recreativas, tipo “Jet-
Ski”, “Banana-Boat”, esqui aquático, “windsurf”, “parasail”, pesca esportiva, canoagem,
embarcações miúdas classificadas como esporte e/ou recreio, embarcações de esporte e/ou
recreio de médio porte empregada na navegação interior e outras.

Figura 157: Colete Classe 5

COMO VESTIR O COLETE SALVA-VIDAS

O Código LSA (Life Saving Appliance) do SOLAS estabelece que, pelo menos, 75% das
pessoas sem qualquer familiarização com o colete salva vidas sejam capazes de vesti-lo
corretamente em menos de um minuto, sem ajuda, orientação ou demonstração prévia.

Os mais simples são vestidos pela cabeça e amarrados na altura da cintura. É importante que
o equipamento fique bem ajustado ao corpo, não deixando que fique frouxo, tendo em vista
que, quando a pessoa entrar na água, a tendência do colete é flutuar, ficando desconfortável
para o náufrago ou, até mesmo, podendo sair pela cabeça.

A colocação do colete no corpo deve ser feita segundo a sequência abaixo:


 Vista o colete salva-vidas sobre as próprias roupas;
 Ajuste o colete salva-vidas na altura dos ombros;
 Assegure-se de que as tiras não fiquem torcidas;
 Amarre o colete salva-vidas na altura da cintura;
 Não dê um “nó cego” que dificulte a retirada do coleto dentro d’água;
 Complete o ajustamento do colete salva-vidas atando as tiras superiores;
 Finalmente, verifique se o colete está bem ajustado ao corpo.

Figura 158: Como Vestir O Colete

133
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

SALTANDO NA ÁGUA COM O COLETE SALVA-VIDAS

Saltar na água é sempre o último recurso. Vista o colete corretamente, ajuste-o e observe o
seguinte:

a) Remova todo objeto agudo (óculos, canetas, ferramentas, capacete, etc);


b) Aproxime-se o máximo do nível do mar (utilizando para isso as Escadas de Fuga
instaladas nas colunas da plataforma ou ainda as Escadas de Quebra Peito nos
Navios-Sondas e FPSO, preferencialmente na proa ou popa à barlavento);
c) Proteja o nariz e a boca com uma das mãos. Coloque o outro braço sobre o primeiro e
agarre firmemente a parte do ombro do colete, pressionando o colete contra o peito;
d) Verifique se está tudo livre embaixo, fique de pé e aprumado, olhando diretamente para
frente;
e) Dê um bom passo a frente olhando sempre para o horizonte e cruze as pernas na
descida (não pule, pois isso aumenta a chance de lesões, caso não entre na água de
pé e ereto).

COLETE DE IÇAMENTO (SLING RESCUE)

É o equipamento fixado ao guincho do helicóptero, para a retirada de vítimas conscientes no


mar.

Figura 159: Colete De Içamento

CESTA DE TRANSBORDO

Equipamento considerado como parte da equipagem de salvatagem dos navios-sonda e


plataformas; é empregada nas emergências para evacuação das pessoas não envolvidas
com a estrutura de resposta às emergências.

134
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

Figura 160: Cesta De Trasbordo

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI

De acordo com a Norma Regulamentadora – NR 06, que regulamenta o assunto considera-se


Equipamento de Proteção Individual – EPI – todo dispositivo de uso individual, de fabricação
nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador.
Na atividade offshore o trabalhador para se proteger do risco de acidentes, deve utilizar os
seguintes Equipamentos de Proteção Individual.

CALÇADOS DE SEGURANÇA

Protegem contra cortes, perfurações, escoriações, queda de objetos pesados, calor,


penetração de objetos, umidade, produtos químicos e outros.

Figura 161: Bota De Segurança

CAPACETE

Capacete de segurança tipo frontal injetado em plástico polietileno para proteção da cabeça
contra impactos e penetrações.

Figura 162: Capacete De Segurança

135
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

ÓCULOS DE SEGURANÇA

Óculos de segurança constituído de arco de nylon flexível e resistente, regulagem no


comprimento para ajuste do tamanho, lente e a proteção lateral são confeccionados numa só
peça de policarbonato, lente incolor. Protege contra estilhaços, respingos de metais fundidos,
radiação e luminosidade.

Figura 163: Óculos De Segurança

LUVAS

Existem diversos modelos de luvas de segurança, usados para proteger o trabalhador,


encontramos, por exemplo:
Luva de malha pigmentada, vaqueta, lona, mista, PVC, Látex, Nitrifica, Alta Tensão, etc. Elas
servem para evitar problemas de pele, queimaduras, cortes e raspões.

Figura 164: Luva De Segurança

CINTO DE SEGURANÇA

Em situações em que o trabalho estiver sendo realizado sobre o mar, ou em uma posição em
que seja possível prever risco de queda ou que haja a possibilidade de a pessoa ser
arrastada para o mar pelas ondas, deve ser utilizado o cinto de segurança e o colete salva-
vidas.

136
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

Figura 165: Cinto Tipo Paraquedista

PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

Asseguram o funcionamento do aparelho respiratório contra gases, poeiras, vapores e fumos


metálicos.

Figura 166:Mascaras De Proteção Respiratórias

BALACLAVA

É um gorro confeccionado normalmente com malha de lã(misturada com tecidos elásticos)


que se veste de forma ajustada na cabeça até o pescoço. Sua função tradicional é a proteção
contra o frio.

Figura 167: Balaclava

137
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

PROTEÇÃO AUDITIVA

Recomendados em ambientes onde o ruído está acima dos limites de tolerância, ou seja, 85
de para oito horas de exposição.

Figura 168: Plugs E Abafador

10.5 - SISTEMAS DE COMUNICAÇÕES INTERIORES DE BORDO

Nas Unidades Offshore, contamos com os seguintes equipamentos para difusão de uma
situação de emergência:

 Telefone de antepara (circuito interno);


 Radio walk talk;
 Botoeira de emergência (em caso de incêndio a bordo);
 Intercom (“Boca de Ferro)”.

Aquele que PRIMEIRO tomar conhecimento de uma ocorrência perigosa a bordo, deverá
rapidamente utilizar um dos meios acima para comunicar a SALA DE CONTROLE. O pessoal
da sala de controle aciona os alarmes de emergência, após ser dado conhecimento ao
Coordenador Local Emergência.

10.6 - ORDENS E INSTRUÇÕES DA CADEIA DE COMANDO

Numa cadeia de comando ao invés da troca de mensagens o que está em “jogo” são ordens
de um lado e obediência do outro. Para que isso seja possível é necessário definir-se as
diferentes posições numa equipe de trabalho. Dois indivíduos, absolutamente iguais entre si,
não podem ter entre eles relação de mando e de obediência, pelo menos não uma relação
que esteja estável ao longo do tempo. Percebe-se assim que a hierarquia é uma condição
necessária para o cumprimento dos comandos.
A bordo das unidades marítimas também existe uma hierarquia e uma cadeia de comando
que deve ser respeitada por todos. Apesar de existir vários setores ou departamentos a
bordo, cada um com seus respectivos supervisores, o comandante ou gerente da plataforma
são as autoridades máximas à bordo.
Quando queremos solicitar alguma coisa, fazer alguma reclamação etc, devemos nos dirigir
ao nosso superior hierárquico. Este, caso não tenha autonomia para solucionar o problema,
se dirige ao seu superior hierárquico e assim sucessivamente, até chegar ao comandante ou
Gerente de Plataforma que dará a resposta final.

138
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

Um local onde não são respeitadas as ordens e instruções superiores seria um caos, uma
bagunça total, onde cada um tomaria a decisão que quisesse, fazendo o serviço que
quisesse, podendo acarretar acidentes graves, brigas, conflitos e com certeza, grande
quantidade de retrabalho por falta de comunicação e planejamento.

10.7 - PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE OPERAÇÕES COMBINADAS

As operações combinadas que envolvem ações coordenadas entre Unidades Marítimas, a


exemplo: Operação entre FPSO e Navio Aliviador, Flotel e Rebocadores de Stand-By. Como
também fainas especiais tais como: construção e reparos a bordo, operações de mergulho,
movimentação de carga etc., devem ser planejadas de forma que as suas ações não
interfiram nas atividades da Plataforma ou Navio-Sonda. Nenhuma operação pode começar
sem antes serem feitas as avaliações pertinentes de risco, caso venha ocorrer uma
emergência, a unidade sinistrada comunica imediatamente aquela que lhe estiver ligada em
operação, desencadeando ambas, procedimentos para diminuir ou eliminar seus efeitos.

EXEMPLO DE OPERAÇÕES COMBINADAS:

 Offloading: FPSO (FLOATING PRODUCTION, STORAGE AND OFFLOADING são


unidades flutuantes de produção, armazenamento e descarga) com navio aliviador, ou seja,
todo óleo produzido deverá ser descarregado através de mangotes (mangueira de alta
pressão);
 Construção e reparo à bordo: avaliação prévia de riscos (ex: solda, cortes, etc.);
 Embarque e desembarque flotel e adjacente: avaliação prévia de riscos (vento,
correnteza, etc.);
 Operações de mergulho: avaliação prévia de riscos (correnteza, profundidade, bloqueio
de bombas, drenos, limites de operações de embarcações na área, etc.);
 Jaqueta: operações de revestimento (“encamizamento” de pernas da plataforma,
cabeça de poço etc.). Uma estrutura tubular de suporte cujas pernas servem de gabarito para
a cravação das estacas e de contraventamento lateral das mesmas. As estacas que são
cravadas no fundo do mar, ancorando a jaqueta são projetadas para resistir aos esforços
provenientes das ondas, vento, etc. esta estrutura pode ser metálica, ou de concreto;
 A profundidade no local de posicionamento da plataforma não supera de 100 a 120
metros. O Brasil possui diversas plataformas fixas, com jaqueta metálica, como Enchova e
Garoupa;
 Combate a incêndio: avaliação prévia de riscos (classes de incêndio, agentes
extintores, assim como procedimentos);
 Evacuação: recursos disponíveis e avaliação prévia para utilização de cada um deles;
 Supplay-boat (Backloading): Embarcação de suprimentos, navio especialmente
projetado para fornecimento as plataformas de petróleo. A principal função de um navio de
suprimentos é o transporte destes e outras cargas de retorno para terra, tanques de carga de
lama de perfuração, cimento em pó, óleo diesel, água potável e produtos químicos utilizados
no processo de perfuração que ocupam a maior parte dos espaços de carga. Combustível,
água e produtos químicos devem ser desenvolvidos a terra para reciclagem ou eliminação;
 Movimentação da plataforma: mobilização total ( envolve a todos).

139
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

Figura 169: Operações Combinadas Figura 170: Operações Combinadas

CAPÍTULO 11 – ORIENTAÇÃO SOBRE SEGURANÇA A BORDO

11.1 - PRINCIPAIS COMPARTIMENTOS E EQUIPAMENTOS DE UMA PLATAFORMA

 Convés (Decks) – divisões horizontais que formam os pisos das plataformas;


 Sala de controle – é o compartimento onde é feito todo o controle e monitoramento da
Unidade Marítima;
 Sala de geradores – é o compartimento onde ficam todos os Geradores de Energia da
Unidade Marítima;
 Casario – estrutura da plataforma onde encontramos os camarotes, refeitório e toda a
parte administrativa;
 Heliponto/Helideck – local de pouso e decolagem das aeronaves;
 Sonda – estrutura no formato de torre utilizada para perfuração. Sua principal função é
sustentar a coluna de perfuração;
 Queimadores (Flare) – usados para queimar o gás em excesso proveniente dos poços
de petróleo;
 Área de produção – local onde ficam instalados os equipamentos utilizados na
exploração e bombeamento do petróleo;
 Área de facilidade – local onde ficam instalados os equipamentos e materiais para
operação diária da plataforma;
 Risers – tubos pelos quais são transportados o óleo e outros materiais extraídos do
fundo do mar.

140
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

11.2 - ESTRUTURA FUNCIONAL E HIERÁRQUICA E OS PROCESSOS PRODUTIVOS DA


PLATAFORMA

Estrutura Funcional:

 Gerenciamento;
 Produção;
 Estocagem;
 Facilidades;
 Exportação.

Estrutura Hierárquica

Tabela 02: Estrutura Hierárquica

FIXA SS FPSO ESTRANGEIRAS


GEPLAT GEPLAT GEPLAT MASTER / OIM
COPROD COEMB COPROD / COEMB CHIEF MATE / BARGE MASTER
COMAN COMAN COMAN OFICIAIS DE NÁUTICA / DPO
TOOL - PUSHER

TIPOS DE PLATAFORMAS:

Figura 171: Tipos De Platafomas

141
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

11.3 - ELEMENTOS DE ESTABILIDADE E ESTANQUEIDADE

O conhecimento da tripulação acerca dos conceitos a seguir é de essencial importância para


a preservação da estabilidade e navegação das embarcações, a segurança da tripulação e a
preservação dos equipamentos:

 Estabilidade – é a tendência que tem uma embarcação de voltar à sua posição inicial
e de equilíbrio quando cessa a força que a fa mudar de posição;
 Estanqueidade – é a capacidade do navio não permitir a entrada de água em seus
compartimentos. Todo o navio é dividido em compartimentos estanques, situados acima e
abaixo da linha de flutuação;
 Linha d’água – faixa pintada no casco dos navios, de proa a popa
 Linha de flutuação -- consiste na linha que separa a parte imersa do casco de um
navio (obras vivas) da sua parte emersa (obras mortas);
 Obras vivas – parte do casco que fica abaixo da linha d’água em plena carga;
 Obras mortas – é a parte do casco que fica fora d’água em plena carga;
 Calado – é a distância vertical entre a superfície da água (linha de flutuação) e a parte
mais baixa da embarcação (Quilha);
 Trim – é a diferença entre os calados e a vante e a ré. Quando o calado a ré é maior
que o calado a vante, o navio ou plataforma está derrabado. A Unidade está apoiada,
derrabada, ou terá trim pela popa, quando estiver inclinado para ré.

Figura 172: Navio EmTrim

Quando o calado da vante é maior que o calado a ré, dizemos que o navio ou plataforma está
embicado ou abicado.

Figura 173: Navio Embicado

Se os calados são iguais, dizemos que o navio está compassado ou em águas parelhas.

Figura 174: Navio Compassado

142
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

 Banda – é o nome dado a inclinação que a embarcação assume para um dos bordos.
Banda permanente: é a situação em que a embarcação permanece inclinada, devido a
qualquer situação que tenha afetado a sua condição de estabilidade, a exemplo: má
distribuição de pesos a bordo.

Figura 175: Navio De Banda

 Sistema de lastro – é responsável por manter a estabilidade da embarcação, definir o


calado e manipular a distribuição de peso a bordo;
 Portas estanques – portas de fechamento estanque, que estabelecem ou interceptam
as comunicações através das anteparas estanques.
 Disco de PLIMSOLL – a marca Plimsoll é uma estrutura pintada nos cascos dos
navios mercantes, que indica o limite de carga a ser carregado em segurança.

Figura 176: Tipos De Água

 TF Tropical Fresh –água trópicos doce;


 F Fresca – água fresca em outros lugares;
 Tropical T sal – água do mar tropical;
 S/Verão – a água do mar no verão;
 W de Inverno – a água do mar no inverno;
 WNA inverno do Atlântico Norte – invernos no Atlântico Norte

143
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

11.4 - PROCEDIMENTOS BÁSICOS PARA EVACUAÇÃO / ABANDONO

EVACUAÇÃO

Ato de retirar da Unidade de forma ordenada todo pessoal não envolvido na faina de
emergência, após a verificação do Coordenador Local da Emergência de que há
probabilidade de se perder o controle da situação e para tal, usa-se preferencialmente, os
meios externos se as condições assim permitirem.

NOTA: cessando a emergência, todos os tripulantes poderão retornar para a plataforma.

ABANDONO

Abandono é o ato de retirar de forma ordenada todo pessoal envolvido nas fainas de
emergências, após o esgotamento dos recursos para o controle, utilizando-se para transporte
os recursos disponíveis conforme as circunstâncias recomendarem e permitirem.
É feito quando não há mais esperança de se controlar a emergência. Para retirada do pessoal
que se encontra ainda à bordo estarão disponíveis baleeiras, balsa salva-vidas e como última
opção o salta na água.

11.5 - PROCEDIMENTO DE ABANDONO – PREPARAÇÃO PESSOAL:

 Reunir passageiros / residentes nos Pontos de Reuniões;


 Manter a calma;
 Mover-se rápido sem correr (observar as regras de tráfego de bordo);
 Vestir-se de acordo com o clima;
 Vestir o colete salva-vidas ajustando-o seguramente (quando já estiver no Ponto de
Reunião).

Causas das complicações no abandono da unidade:


 Falha no lançamento da embarcação de sobrevivência;
 Adernamento;
 Fumaça e chamas;
 Ausência de iluminação;
 Descontrole emocional;
 Ausência de pessoal encarregado de certos deveres;
 Ausência de pessoal na lista de chamada;
 Ferimentos a pessoal-chave;
 Ferimentos ao restante do pessoal.

144
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

MEIOS DE EVACUAÇÃO / ABANDONO

Esses meios de evacuação são definidos pela Coordenação Local de Emergência, conforme
a situação exigir.

NA EVACUAÇÃO

GANGWAY

São utilizadas como passarelas de uma Unidade para outra.

Figura 177: Plataforma Com Gangway

HELICÓPTEROS

Figura 178: Helicoptero

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

EMBARCAÇÕES DE APOIO /CESTA DE TRANSBORDO

Figura 179: Cesta De Transbordo

PROCEDIMENTOS A SEREM OBSERVADOS PARA ABANDONO ATRAVÉS DE


BALEEIRA.

Responsabilidade dos passageiro-residentes:

 Embarcar orientados pelo Coordenador do Posto de Abandono;


 Ocupar o seu assento na baleeira (preferencialmente devem ser ocupados os bancos
no sentido popa-proa-popa);
 Colocar o cinto de segurança e permanecer sentado e em silencio.

BALEEIRAS DO TIPO TOTALMENTE FECHADA

Figura 180: Baleeira Totalmente Fechada

PROCEDIMENTOS NA BALSA SALVA-VIDAS.

AÇÕES PRIMÁRIAS:
 Cortar o cabo de disparo e remar se afastando (observar corrente e vento);
 Acionar o SART (“SearchAnd Recue Transponder”) ;
 Lançar âncora flutuante;
 Distribuir pílulas para enjoo, se necessário;
 Fechar/abrir sanefas do toldo da balsa conforme a necessidade;
 Manter em boas condições a si próprio (mantenha o seu macacão o mais seco
possível) e a balsa.

146
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

BALSAS SALVA-VIDA

Figura 181: Balsa Salva Vidas

ESCADAS DE QUEBRA PEITO

Figura 182: Escada Quebra Peito

SALTO NA ÁGUA (ÚLTIMA OPÇÃO)

Figura 183: Salto Na Água

147
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

Para o salto na água poderão ser utilizados como opção para os passageiros / residentes
saltarem na água em segurança, o emprego de Escada de Fuga ou ainda escada de quebra
peito para que possam saltar mais próxima possível do nível do mar.

11.6 - PROCEDIMENTOS PARA EMBARQUE E DESEMBARQUE COM SEGURANÇA EM


HELICÓPTEROS

Embarques e desembarques de helicópteros a bordo de plataformas; deverão ser feitos


seguindo orientações de um dos despachantes ou um dos membros da equipe de vôo, deverá
ser feito sempre pelas laterais da aeronave em um ângulo de 90⁰; em relação ao eixo
longitudinal do helicóptero, no campo de visual dos pilotos e sempre olhando atentamente
para eles ou para a segurança do heliponto (Sempre siga as faixas de segurança para o
deslocamento até a aeronave).

TENHA SEMPRE ATENÇÃO:

 Use sempre o abafador de ruído e os óculos de proteção, obedeça às instruções


visuais do helideck no embarque e desembarque, use corretamente o colete salva-vidas;
 Tenha sempre cuidado para não tropeçar na Rede de Proteção que se encontra sobre
o heliponto;
 Pontos perigosos dentro e fora do helicóptero;
 Coletes salva-vidas;
 Equipamentos de emergência;
 Aproxime-se ou afaste-se do heliponto somente quando autorizado pela equipe de
apoio;
 Aproxime-se ou afaste-se sempre ligeiramente abaixado;
 Não se aproxime do rotor de cauda;
 Mova-se pelas laterais dentro da área de segurança;
 Não se aproxime dos rotores / áreas de exaustão;
 Não toque nas antenas e tubo pitot estático (tubo de pitot serve para detectar a
velocidade relativa do vento que vem de encontro ao avião) e dessa forma indica a
velocidade do aparelho no ar;
 Não se locomova com objetos soltos (boné, cachecóis, etc.).

O perigo na aproximação da aeronave encontra-se no rotor principal nas partidas e paradas,


rotor de cauda em função da altura e invisibilidade com a rotação e descarga da turbina que
emite gases aquecidos.

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

Figura 184: Pontos Perigosos E Seguros Para Aproximação De Pessoas

CAPÍTULO 12 – TÉCNICAS DE SOBREVIVÊNCIA NO MAR

INTRODUÇÃO

O tempo de sobrevivência na água vai depender da localização, estação do ano, da


temperatura da água e de outros fatores com que o individuo pode aumentar seu tempo de
sobrevivência e consequentemente, ser salvo. Lembre-se, ninguém é um sobrevivente até
que seja resgato e para ser resgatado seu tempo de sobrevivência deve maior que o tempo
que as equipes de busca levarão para encontrá-lo.

12.1 – EQUIPAMENTOS PARA SALVATAGEM E SOBREVIVÊNCIA

Bóias salva-vidas

Especificações das bóias salva-vidas Todas as bóias salva-vidas deverão:

 1 ter um diâmetro externo não superior a 800 mm e um diâmetro interno não inferior a
400 mm; .
 2 ser confeccionadas de um material com flutuabilidade própria; para flutuar, não
deverão depender de junco, aparas de cortiça, cortiça granulada ou qualquer outro
material granulado solto, ou qualquer compartimento de ar que dependa de ser inflado
para obter flutuabilidade;
 3 ser capazes de suportar não menos do que 14,5 kg de ferro, em água doce, por um
período de 24 horas; .
 4 ter uma massa não inferior a 2,5 kg; .
 5 não continuar a queimar ou a fundir após ter ficado totalmente envolvida em chamas
por um período de 2 segundos;
 6 ser confeccionadas para resistir a uma queda n'água da altura em que estiverem
estivadas até a linha de flutuação com o navio na condição de viagem mais leve, ou de
uma altura de 30 m, a que for maior, sem prejudicar a capacidade de funcionamento
dos seus componentes;
 7 se forem destinadas a acionar os dispositivos de liberação rápida dos sinais
fumígenos auto-ativados e das lâmpadas de acendimento automático, ter uma massa
não inferior a 4 kg; e
 8 ser dotadas de uma linha salva-vidas com um diâmetro não inferior a 9,5 mm e com
um comprimento não inferior a 4 vezes o diâmetro externo do seu corpo. A linha salva-
vidas deverá ser fixada em quatro pontos eqüidistantes em tomo da circunferência da
bóia, de modo a formar quatro alças iguais.

149
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

Figura 185: Boia Salva Vidas

Classe I – Navegação Oceânica / Plataforma.


Os coletes salva-vidas devem ser dotados dos seguintes acessórios obrigatórios:

 Luz de sinalização de emergência;


 Fitas retro refletivas;
 Apito;
 Cor contrastante com mar e
 Ser auto adriçável.

Figura 186: Colete Classe 1

Roupas de imersão

Prescrições gerais para roupas de imersão.


Uma roupa de imersão deverá ser confeccionada com materiais à prova d'água que:

 possa ser retirada do seu invólucro e vestida sem ajuda em até 2 minutos, levando em
conta o ato de vestir qualquer roupa relacionada com ela, vestir um colete salva-vidas
se a roupa de imersão for para ser usada juntamente com um colete salva-vidas.
 não continuem a queimar ou fundir após haverem estado inteiramente envolvidos por
chamas durante 2 segundos;

150
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

 cubra todo o corpo, com exceção do rosto, exceto que a proteção para as mãos possa
ser proporcionada por luvas separadas, que deverão estar permanentemente presas à
roupa;”
 minimizem ou reduzam a entrada de ar nas pernas daroupa, por meio de dispositivos
especiais; e5 não permitam a entrada de uma quantidade excessiva de água na
roupa, após o seu utilizador pular n'água de uma altura não inferior a 4,5 m.

Figura 187: Roupa De Imersão

ROUPA DE PROTEÇÃO TÉRMICA (TPA)

As roupas de proteção térmica servem para proteger o corpo do frio intenso, normalmente
suas cores variam entre laranja, amarelo ou vermelho, são formadas para cobrir grande parte
do corpo. São de material à prova d’água, reduzem a perda de calor do corpo, são de fácil
utilização. Essas roupas são projetadas para suportar temperaturas entre -30⁰C a +20⁰C.

Figura 188: Roupa De Proteção Térmica

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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

12.2 - TIPOS DE EMBARCAÇÕES UTILIZADAS PARA ABANDONO E SOBREVIVENCIA

BALEEIRAS TIPOTOTALMENTE FECHADA


Embarcação construída e equipada conforme especificações do SOLAS para o abandono das
Unidades Offshore.

Figura 189: Baleeira Totalmente Fechada

CARACTERÍSTICAS DA BALEEIRAS DO TIPO TOTALMENTE FECHADA

 Autoadriçável / Autoaprumante;
 Retardante a chamas;
 A baleeira deverá suportar um impacto lateral contra o costado, com uma velocidade
de pelo menos 3,5 m/s e uma queda na água de uma altura não superior a 3 metros;
 Nenhuma baleeira poderá ser construída para acomodar mais que 150 pessoas;
 A baleeira deverá permitir o embarque de toda a sua tripulação, em no máximo 3
minutos;
 Deverá possuir uma escada de embarque;
 A entrada deverá permitir que uma pessoa carregada em uma maca, seja levada para
bordo;
 O motor deverá ser capaz de funcionar durante pelo menos 5 minutos fora d’água;
 A baleeira deverá ter uma autonomia não inferior a 24 horas à velocidade de 6 nós;
152
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

 O número de pessoas que a baleeira está autorizada a transportar deverá estar inscrito
na sua cobertura;
 Sistema de ar próprio, no mínimo de (10min);
 Sistema de arrefecimento do casco (sprinklers);
 Todos os assentos com cinto de segurança de cores alternadas e contrastantes;

LANÇAMENTO DE BALEEIRAS:

 O lançamento pode ser realizado pelo Timoneiro e/ou pela Equipe do Posto de
Abandono;
 Ao embarcar nas baleeiras todos deverão estar usando coletes salva-vidas;
 O embarque só é feito quando a Baleeira estiver corretamente posicionada;
 Todos deverão estar sentados e afivelados;
 Todas as escotilhas fechadas, lançar operando o freio hidráulico;
 Não ultrapassar a lotação da embarcação.

Tipos de lançamentos:

 TURCO DE REBATER

Figura 190: Baleeira Totalmente Fechada No Turco De Rebater

 TURCO FIXO

Figura 191: Baleeira Totalmente Fechada No Turco Fixo

153
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

 FREE FALL

Figura 192: Baleeira Totalmente Fechada Lançamento Free Fall

PROCEDIMENTOS A SEREM OBSERVADOS PARA ABANDONO ATRAVÉS DE


BALEEIRA:

a) Responsabilidade do Timoneiro e sua equipe de apoio (proeiro/popeiro), após


realizar procedimentos pré embarque.

 Coordenar a distribuição interna dos passageiros


 Dar o pronto a coordenação geral, pedindo autorização para arriar;
 Dar a partida no motor;
 Liberar sistema de freio;
 Na água, soltar sistemas de engates;
 Se afastar no mínimo 1,5 milha próximo da unidade em posição segura;
 Operar o rádio VHF no canal 16
 Lançar âncora flutuante, se necessário;
 Oferecer pílulas antienjoo;
 Fazer primeiros socorros em feridos;
 Preparar o refletor radar para ser posicionado em cima da baleeira;
 Utilizar os pirotécnicos quando necessário.
 Após 24h distribuir água e ração( exceto para feridos e doentes, nas primeiras 24h
dependendo da lesão ou ferimento distribui-se água)

b) responsabilidade dos passageiro-residentes:

 Embarcar orientados pelo Coordenador do Posto de Abandono;


 Ocupar o seu assento na baleeira (preferencialmente devem ser ocupados os bancos
no sentido popa-proa-popa);
 Colocar o cinto de segurança e permanecer sentado e em silencio.
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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

BALSAS SALVA-VIDAS

CARACTERÍSTICAS DAS BALSAS SALVA-VIDAS INFLÁVEIS:

 Ter resistência para repetidos saltos de uma altura de 4,5 metros;


 Isolamento térmico (piso inflável);
 Vigia de observação;
 Duas entradas diametralmente dispostas;
 O número de pessoas que a balsa está autorizada a transportar deverá estar inscrita
na sua cobertura.
 Cobertura na cor contrastante com o mar;
 Luzes de sinalização;
 Linhas de vida ao entorno da mesma;
 Coletores de água de chuva;
 Flutuadores duplos.

BALSA SALVA-VIDAS SUA LOCALIZAÇÃO A BORDO:

 Nos decks das unidades (preferencialmente próximo das Estações de Abandono);


 Armazenadas em casulos de fibra de vidro;
 Presas por cintas a berços fixos ou rampas individuais ou multiplas no deck;
 Equipadas com válvulas hidrostáticas.

LANÇAMENTO DAS BALSAS:

As balsas podem ser lançadas por 02 (duas) maneiras bem distintas. Lançamento manual e
Lançamento por Turco.

LANÇAMENTO MANUAL

NO LANÇAMENTO MANUAL OBSERVE OS SEGUINTES PROCEDIMENTOS:


 Observe as condições do mar;
 Amarre o cabo de disparo em um ponto fixo da plataforma;
 Libere a balsa do berço, desfazendo o dispositivo do mecanismo de escape rápido
(válvula hidrostática);
 Não jogue a balsa em locais onde há presença de fogo;
 Jogue a balsa na água.

155
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

Figura 193: Casulo Da Balsa Salva Vidas No Berço

NOTA: Nunca role o casulo, pois poderá prejudicar o arranjo original da balsa.

LANÇAMENTO POR TURCO

Figura 194: Balsa Salva Vidas Lançamento Por Turco

PROCEDIMENTOS NA BALSA SALVA-VIDAS:

AÇÕES PRIMÁRIAS:

 Cortar o cabo de disparo e remar se afastando (observar corrente e vento);


 Lançar âncora flutuante;
 Distribuir pílulas para enjoo, se necessário
 Fechar/abrir sanefas do toldo da balsa conforme a necessidade;
 Manter em boas condições a si próprio (mantenha o seu macacão o mais seco
possível) e a balsa.

Figura 195: Entrada Na Balsa Salva Vidas

AÇÕES SECUNDÁRIAS:
156
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

 Recolher os náufragos que ainda estão na água;


 Realizar os primeiros socorros se necessário;
 Designar vigias e explicar as suas funções;
 Fazer a distribuição de pesos, para não desestabilizar a balsa;
 Ativar o SART;
 Retirar o excesso de água e secar a balsa com a esponja, existente na palamenta;
 Se estiver num clima frio, manter as sanefas fechadas, inflar o piso duplo e ficar juntos
uns dos outros;
 Se estiver num clima quente, deixe as sanefas abertas e o piso vazio;
 Tentar ficar junto de outras embarcações de sobrevivência, no mínimo 10m de
distância. O bote de resgate fará o reboque juntando as balsas pelo cabo de disparo;
 Se as condições do tempo permitirem, transfira os sobreviventes e equipamento para
garantir uma distribuição em partes iguais;
 Tentar manter o moral delegando trabalhos aos colegas e leia o Manual de
Sobrevivência existente na palamenta da balsa.

FUNCIONAMENTO DA VÁLVULA HIDROSTÁTICA:

Caso a Unidade Marítima vá ao fundo, as balsas salva-vidas que não foram lançadas pelos
métodos tradicionais de lançamento, serão liberadas mediante ao funcionamento da
VÁLVULA HIDROSTÁTICA, Entre 1.5 e 4m de profundidade a válvula é acionada e corta o
cabo que prende a válvula a cinta no berço ; liberando o casulo para chegar até a superfície.
A cerca de 25 metros de profundidade o cabo de ativação estica-se e aciona o cilindro de
CO2 inflando a balsa; o cabo de ativação se rompe no ponto mais fraco, assim impedindo que
a balsa seja arrastada para o fundo.

Figura 196: Válvula Hidrostática

157
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

DESVIRANDO UMA BALSA EMBORCADA

Se a sequência para inflar a balsa, ou as condições de mar fizerem com que ela emborque, é
essencial que a manobra para desemborcá-la seja executada rapidamente, permitindo assim
que, a balsa seja ocupada e impedindo que ela derive rapidamente com o vento e o mar.

Figura 196: Desemborcamento Da Balsa

NOTA: Tenha cuidado para não se prender em nenhum dos cabos da parte de baixo da
balsa. Outros sobreviventes devem manter vigia para a segurança do pessoal que efetuar a
manobra.

PALAMENTA (BALEEIRA X BALSA)

Palamenta é um conjunto de acessórios e utensílios existentes nas embarcações de


sobrevivência, que visam salvaguardar a vida do náufrago.

Quadro 04 – Palamenta da balsa / baleeira

DESCRIÇÃO QUANTIDADE
Âncora flutuante 02
Aro flutuante, preso a um cabo flutuante não inferior a 30 metros 01
Faca com fiel flutuante 02
Cuia flutuante 02
Esponja 02
Remo flutuante 02
Abridor de latas 03
Caixa de primeiros socorros 01
Apito 01
Foguete iluminativo com paraquedas 04
Facha manual 06
Fumígeno flutuante 02
Lanterna à prova d’água com pilhas e lâmpadas sobressalentes 01
Refletor radar 01
Espelho de sinalização diurna (espelhoheliográfico) 01
Cópia da tabela de sinais de salvamento 01
Conjunto de apetrechos de pesca 01
Ração sólida 120 envelopes
Ração líquida 30 litros
Vaso inoxidável graduado 01
Medicamento contra enjoo 6 doses/pessoa
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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

Saco para enjoo 1 por pessoa


Instruções de sobrevivência 01
Instruções sobre as ações imediatas 01
Roupa de proteção térmica 02
01
Conjunto para reparos de emergência
Bomba de enchimento manual 01

12.3 – PONTOS DE REUNAIÃO E ABANDONO DE ACORDO COM A TABELA MESTRA

Alarme de Incêndio Alarme de Colisão Alarme de Abandono Grupos Incêndio/Colisão

Sinais curtos Um sinal longo Sete ou mais sinais curto e um Grupo 01 – baleeira (BE)
longo
Apito/Sino/Campainha Apito/Sino/Campainha Apito/Sino/Campainha Grupo 02 – Baleeira (BB)

BALEEIRA
N⁰ FUNÇÃO FAINAS
INCÊNDIO COLISÃO ABANDONO
Às ordens do Às ordens do
Armador Às ordens do Comandante 01/02
Comandante Comandante
Às ordens do Às ordens do
Passageiros Às ordens do Comandante 01/02
Comandante Comandante
01 CMT Dirige a faina geral Dirige a faina geral Dirige a faina geral 01/02
02 IMT Dirige a faina geral Dirige a faina geral Comanda a Baleeira 01
Sondagem geral do Comanda a Baleeira/
03 1 ON Dirige a faina geral 02
navio EPIRB
Compartimento
04 2 ON Auxilia o Comandante Conduz SART 01
CO2
Conecta Auxilia sondagem
05 CTR Arria a Baleeira 01
mangueira convés
Esguicho e
06 MNC Auxilia o Imediato Verifica bujão e andorinho 01
mangueira
Transporta Distribui material no Safa boça e desce na
07 MNC 02
extintores paiol baleeira
Eq. Respiração Auxilia controle de Safa pino do turco e safa
08 MOC 02
autônoma avarias balsa
Dirige faina praça Dirige faina praça
09 OSM Condução motor baleeira 01
maq. maq.
Dirige serviço de Dirige serviço de Dirige a faina de safar a
10 1OM 02
bombas bombas balsa
Dirige a faina de safar a
11 2OM Auxilia o OSM Auxilia o OSM 01
balsa

159
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

PONTO DE REUNIÃO E ESTAÇÃO DE ABANDONO

Figura 197: Ponto De Reunião Figura 198: Estação De Abandono

12.4 - PROCEDIMENTOS DO NÁUFRAGO NA ÁGUA

O QUE FAZER?

 Após o salto na água, nade apenas se for possível chegar a uma embarcação de
sobrevivência ou a algum objeto que esteja flutuando;
 Enquanto estiver sozinho na água aguardando resgate permaneça na posição HELP;
 Uma vez em grupo, adote a POSIÇÃO HUDDLE ou o Círculo de Sobrevivência e
procure trazer para o círculo todos os que estiverem na água;
 Se existirem feridos, os mesmos deverão estar dispostos no centro do círculo;
 Mantenha a busca por qualquer objeto que possa flutuar e possa ser usado pelo grupo;
 Mantenha-se a uma distância segura da embarcação sinistrada (não se afastando
muito do local do sinistro).

POSIÇÃO HELP ( HEAT ESCAPE LESSENING POSTURE)

A água corrente retira calor do corpo muito mais rápido do que a água parada. A perda do
calor em contato com a água é 26 vezes mais rápido do que com o ar. O corpo humano perde
calor mais rápido na parte interna das coxas (área da virilha), laterais do tronco e abdômen e
na cabeça (em volta da nuca).

Figura 199: Posição Help

160
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

A posição HELP ajuda a manter o calor do corpo e conserva a energia. Mantenha as pernas
cruzadas, os braços rentes ao tórax, as mãos nos bolsos de aquecimento do traje de
sobrevivência, se houve, ou simplesmente cruze mãos e braços sobre a região abdominal.
Essa posição deverá ser assumida após o afastamento da área de perigo, assim
permanecendo até a chegada do resgate. Mantida essa posição o náufrago estará retardando
os efeitos da hipotermia.

POSIÇÃO HUDDLE E CÍRCULO DE SOBREVIVÊNCIA

A posição Huddle nada mais é do que a aglomeração dos náufragos, visando à união do
grupo para que não haja deslocamentos ou desaparecimentos e minimizar a perda de calor
do corpo dos sobreviventes.
Círculo de Sobrevivência é formada pela união dos náufragos de braços trançados num
reforço de permaneceram juntos estando todos no círculo na posição Help compactada,
visando o seguinte:

a) Retardar a perda de calor (aquecimento coletivo);


b) Formar um alvo maior, facilitando assim o trabalho das equipes de busca e salvamento,
principalmente as equipes de resgate aéreo;
c) Aumentar a autoestima do grupo, mantendo o espírito de equipe e espírito de corpo tão
necessários na busca da sobrevivência.
Compactados para retardar a perda de calor e formar um alvo bastante visível, pois o
contraste de cor com a água o torna de fácil visualização para o resgate aéreo, além de elevar
a autoestima de seus integrantes e proporcionar uma sensação de segurança.

Figura 200: Circulo De Sobrevivência E Posição Huddle

NADO DE SOBREVIVÊNCIA

Mesmo usando coletes salva-vidas, é possível se utilizar dos métodos tradicionais de


natação. Entretanto, devido às restrições funcionais do colete, as condições de vento e
corrente, habilidade natatória ou condições físicas do náufrago, poderá ser difícil o
afastamento da área de perigo. Para superar essas condições aplica-se o NADO DE
SOBREVIVÊNCIA, realizando a partir da posição HELP, cuja técnica ainda resguarda a
temperatura do corpo além de permitir fácil deslocamento a qualquer pessoa, o principio e o

161
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

mesmo adotado no nado em comboio ou coletivo, mante-se o rosto fora da água voltado para
cima, com as pernas cruzadas usa-se o braços para a remada, caso queira virar para a direita
coloque a mão direita no peito e reme com a esquerda, caso queira ir para esquerda coloque
a mão esquerda no peito e reme com a direita.

NADO DE COMBOIO

O uso do colete garante a flutuação do náufrago, porém não basta flutuar, ainda pode ser
necessário o afastamento ou aproximação de um lugar seguro ou de apoio.
Todavia há pessoas que por estarem feridas ou não possuírem coordenação motora, não
conseguem executar os movimentos do Nado de Sobrevivência, impossibilitando seu
deslocamento na água.

Para ajudar pessoas nessas condições utilizados o NADO DE COMBOIO OU COLETIVO.


Duas ou mais pessoas unidas umas a outra pelos pés e posicionadas nas respectivas axilas
nadam com braçadas coordenadas promovendo o deslocamento da pessoa com dificuldade e
de todo o grupo.

Figura 201: Nado Em Comboio

Esse tipo de Nado não é eficaz em condições de mar revolto, correntezas e ventos fortes,
porém em condições de tempo bom, permite que o grupo se movimente unido, protegendo-
se, ajudando-se e de forma mais rápida.

12.5 - AUTOCONTROLE E OS CUIDADOS PARA A SOBREVIVÊNCIA

O controle emocional na hora do acidente e durante os procedimentos de abandono é


fundamental para o sucesso do mesmo. O mais importante é rever os procedimentos e não
deixar que, em uma situação crítica de abandono, o medo junte-se aos obstáculos e
dificuldades a vencer. A melhor forma para se evitar o pânico é estar preparado para a
emergência e isso só se consegue com o treinamento constante.

FATORES QUE AFETAM O TEMPO DE SOBREVIVÊNCIA

 Peso do corpo – pessoas pesadas e obesas sobreviverão mais tempo que as magras;
 Roupas – prolongarão o tempo de sobrevivência;
 Posição do corpo – ao adotar a posição HELP ou de agrupamento, você estará se
protegendo da hipotermia – maior causa de óbito entre os náufragos;
162
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

 Existência de auxílios – o colete salva-vidas conserva energia e as balsas infláveis


mantêm os sobreviventes fora da água, aliviando o processo de Hipotermia.

EXPOSIÇÃO EXCESSIVA AO SOL

A insolação é uma situação resultante da exposição prolongada ao calor e um local fechado e


sobreaquecido.

SINAIS E SINTOMAS:

Deve-se pensar na possibilidade de insolação sempre que haja um ou mais dos seguintes
sintomas:

 Dores de cabeça;
 Esgotamento;
 Queimadura solar;
 Tonturas;
 Vômitos;
 Excitação;
 Inconsciência.

TRATAMENTO:

 Deitar a vítima em local arejado e à sombra;


 Elevar-lhe a cabeça;
 Desapertar-lhe a roupa;
 Colocar-lhe compressas frias na cabeça;
 Dar de beber água fresca, se a vítima estiver consciente;
 Se estive inconsciente, colocá-la em PLS (Posição Lateral de Segurança).

DESIDRATAÇÃO E SEDE

Indivíduos desidratados apresentam um volume de sangue menor que o normal, o que força o
coração a aumentar o ritmo de seus batimentos, quadro chamado pelos médicos de
taquicardia. Com menos água, a pele se torna áspera e as mucosas perdem o turgor, ficando
com aspecto enrugado e pouco viçoso. Os olhos podem ficar fundos. Quando a falta de água
prejudica o funcionamento dos músculos, podem ocorrer fraqueza e sensação de corpo
pesado. Se a falta de água chegar ao cérebro, uma pessoa pode até entrar em coma ou
morrer.

Casos graves de desidratação prejudicam o funcionamento dos rins, cuja função é excretar a
urina. Quando isso ocorre, o volume urinário pode ficar perigosamente baixo ou simplesmente
chegar a zero. Não se aconselha a ingestão de água salgada, pois essa água não é potável,
devido a sua alta concentração de sais, que podem desidratar uma pessoa. Com isso
diminuindo as chances de sobrevivência de 7 – 8 vezes.

163
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

COMO OBTER ÁGUA?

Numa situação de náufrago a obtenção de água doce é difícil, mas não impossível. Podemos
obter água através de:

 Do orvalho: condensação direta da umidade atmosférica. Fenômenos frequentes nas


noites frias, quando a temperatura fica abaixo do ponto de orvalho é possível notarem a
formação de gotículas no toldo da balsa;
 Chuva: é importante manter um vigia no grupo para perceber as condições climáticas
quando as nuvens se aproximarem e começarem a chover. É importante lavar o objeto de
coleta (toldo do bote ou um funil improvisado) antes da coleta propriamente dita;
 Destilador solar.

ALIMENTAÇÃO

Pode-se obter comida através do kit de rações ou da caça e da pesca utilizando-se de algum
instrumento improvisado para a prática das mesmas.

HIPOTERMIA

Ocorre quando a temperatura corporal cai abaixo de 35 graus centígrados, geralmente após
exposição ao frio, não necessariamente a temperaturas extremamente baixas. A queda na
temperatura corporal leva as respostas compensatórias como vasoconstrição cutânea
(palidez), calafrios e em temperaturas abaixo de 32 graus, rigidez muscular. Nessa
temperatura, ocorre diminuição da frequência cardíaca, da pressão arterial e a respiração
torna-se lenta e superficial. Em temperaturas ainda mais baixas, ocorre perda de consciência.

SINTOMAS:

 Tremor;
 Palavras indistintas;
 Insensibilidade;
 Cianose;
 Amnésia;
 Alucinação.
TRATAMENTO:

O tratamento da hipotermia envolve aumentar a temperatura corporal da vítima. Porém, os


primeiros socorros a alguém com hipotermia devem ser feitos com cuidado:

 Não massageie ou esfregue a vítima;


 Não dê álcool;
 Não trata qualquer ulceração causada pelo frio;
 Não deixe que o corpo fique na vertical;
 Mantenha o corpo aquecido;
 Monitore os sinais vitais.

164
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

FERIMENTOS / ÚLCERAS

No caso de naufrágio em navio, plataforma, etc., geralmente ocorre o derramamento de


petróleo ou algum derivado na água.

Se o náufrago sofrer algum ferimento ou úlcera no momento de deixar a embarcação e estiver


com algum tipo de ferimento exposto, o mesmo será contaminado podendo ter:

 Intoxicação;
 Vômito;
 Irritação nos olhos e na pele;
 Ingestão de combustíveis;
 Poros entupidos.

ATAQUES DE TUBARÕES

Uma coisa que preocupa muitos sobreviventes, além de todos os outros fatores, são os
ataques de tubarões. Algumas atitudes são recomendas para evitar um ataque de tubarão:
Como por exemplo:

 Manter-se com poucos movimentos;


 Não fazer movimentos repentinos;
 Não fazer barulho;
 Usar repelente (se possível).

Figura 202: Tubarão

12.6 - MEIOS DE ALERTA E SINALIZAÇÃO

É necessário que os náufragos tenham algum meio de sinalizar para as equipes de resgate.
Existem diversos equipamento para indicar a localização dos náufragos para as equipes de
resgate, dentre os quais os dispositivos de sinalização de emergência visuais, tais como o
foguete iluminativo com paraquedas, o facho manual, o fumígeno, o espelho heliográfico, a
lanterna e o apito, este último, obviamente, com alcance mais restrito.

165
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

ESPELHO HELIOGRÁFICO

O espelho heliográfico é um equipamento de sinalização para uso diurno. A experiência tem


demonstrado que o espelho pode ser um meio eficiente de sinalização em dias ensolarados,
propiciando que os observadores de uma aeronave de busca avistem as embarcações de
sobrevivência a uma certa distância.
Assim, ao ouvir um ruído de motor de aeronave, é interessante que os náufragos sinalizem
com o espelho na sua direção, mesmo que não estejam avistando a aeronave.

Figura 203: Espelho Heliográfico

RADIO VHF PORTÁTIL

Os rádios portáteis, são utilizados normalmente para comunicação em instalações ou navios.


Nas emergências, os rádios deverão ser levados para as baleeiras ou balsas a fim de manter
contato. Em caso de emergência, o canal 16 pode ser usado para transmitir uma chamada de
emergência utilizando a expressão “MAYDAY” repetida três (3) vezes.

Figura 204: Radio VHF Portátil

166
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

SART

O Transponder de Busca e Salvamento, cuja sigla, SART é oriunda das iniciais de “Search
And Recue Transponder” – é um equipamento capaz de oferecer um eco-radar de fácil
detecção para emissões de radar na banda X. É a faixa de frequência de operação da maior
parte dos radares de navegação. Normalmente, um radar da banda X detecta a emissão de
um equipamento SART a cerca de oito milhas náuticas.

Figura 205: Trasponder De Busca SART

EPIRB

A Radiobaliza indicadora de Posição de Emergência conhecida pela sigla EPIRB, proveniente


do seu nome em inglês – “Emergency Position Indicatig Radio Beacon”.
Equipamento obrigatório a bordo de qualquer navio e instalações offshore móveis transmitem
sinais para satélites do sistema COSPAS/SARSAT, que fazem parte do sistema marítimo
GMDSS. A EPIRB, quando acionada, transmite um sinal que será reconhecido pelo satélite
como uma chamada de emergência. Dado o sinal, é iniciada a operação pelas Equipes de
Busca e Salvamento.

Figura 206: Radio Baliza EPIRB

167
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

Figura 207: Funcionamento Do EPIRB

REFLETOR DE RADAR

Aumenta a reflexão das ondas emitidas pelos radares das embarcações e aeronaves,
melhorando a qualidade de captação.

Figura 208: Refletor Radar L

NOTA: Não deve ser usado junto com o SART.

PIROTÉCNICOS

São dispositivos de sinalização noturna e diurna utilizados para localização de náufragos. Os


tipos são:

 Fumígeno fumaça laranja; mínimo 3 minutos de emissão de fumaça


 Facho manual; mínimo de 1 minuto de queima, pode ser visto a uma distância de 5
milhas.

168
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

 Foguete tipo paraquedas, pode ser visto a uma distância de 40 milhas e queima por 1
minuto.

Figura 209: Fumígenos, Facho Manual E Foguete Tipo Paraquedas

Os pirotécnicos devem ser manuseador com muito cuidado, pois são perigosos. Leia sempre
as instruções cuidadosamente.

APITO

Tem seu uso bastante restrito. Sua utilização geralmente está ligada ao momento que se
segue o acidente, na reunião de embarcações de sobrevivência, na indicação de direção a
ser tomada pelos náufragos, principalmente no período da noite onde a visibilidade é quase
zero. Também poderá ser usado para sinalização a curta distância para um navio ou para
pessoas localizadas em terra. Em condições favoráveis do tempo, o apito poderá ser ouvido a
distâncias de 700 a 1000 metros.

Figura 210: Apito

ANEXO DE EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1- Qual a diferença entre EPIRB e SART?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

2- Em quanto tempo os Coletes Salva-vidas devem ser colocados?

a) 30 segundos;
b) 2 minutos;
c) 1 minuto;
d) 10 segundos.

169
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

3- Cite 4 (quatro) perigos a que os náufragos estão sujeitos.


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Liste os cuidados que devemos adotar no tratamento da Hipotermia.

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

4- O que é desidratação?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Caso a pessoa beba água do mar, sua sobrevivência é reduzida em:

a) 20-26 vezes;
b) 7-8 vezes;
c) 16-20 vezes;
d) 4-12 vezes.

5- Mencione três dificuldades que podem ocorrer durante o abandono?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

6- Quais são os meios existentes nas plataformas utilizados em situações que


requerem o abandono da Unidade?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

7- Cite 4 (quatro) tipo de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) usados pelo


trabalhador offshore.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

8- Cite 4 (quatro) tipos de emergências:


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
____________________________________________________________
170
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

CDP/P—CONSCIENTIZAÇÃO DE PROTEÇÃO
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A filosofia empresarial da FOX Consultoria e Treinamentos On & Offshore Ltda pode ser
sintetizada no reconhecimento do valor das pessoas e na capacidade em lhes acrescentar
novas competências, objetivando seu reconhecimento não só profissional, mas sobre tudo
como ser humano integral.
A disciplina atende as exigências da NORMAM-24/DPC, proporcionando ao aluno
conhecimentos mínimos de familiarização sobre proteção da unidade offshore e navios, que
deverão ser aplicados a bordo em situações de emergência incluindo, pirataria, roubo armado
e terrorismo.

Acreditamos que o seu aproveitamento neste curso seja eficaz para o enfrentamento dos
problemas do dia-a-dia e possa contribuir efetivamente para o seu crescimento individual e
profissional.

Seja bem vindo!

171
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

HISTÓRIA DA PIRATARIA

O primeiro a usar o termo pirata para descrever aqueles que pilhavam os navios e cidades
costeiras foi Homero, na Grécia antiga, na sua Odisseia. Os piratas são aqueles que pilham
no mar por conta própria, embora hoje em dia este termo já seja aplicado a qualquer pessoa
que viola alguma coisa (como por exemplo os piratas do ar ou os piratas informáticos).
Eles navegavam nas rotas comerciais com o objetivo de apoderarem-se das riquezas, que
pertencessem a mercadores, navios do estado ou povoações e mesmo cidades costeiras,
capturando tudo o que tivesse valor (desde metais e pedras preciosa a bens) e fazendo
reféns, para extorquir resgates. Normalmente esses reféns eram as pessoas mais importantes
e ricas para que, assim, o valor do pedido de resgate pudesse ser mais elevado.
Primeiramente a pirataria marítima foi praticada por gregos que roubavam
mercadores fenícios e assírios desde pelo menos 735 a.C. A pirataria continuou a causar
problemas, atingindo proporções alarmantes no século I d.C., quando uma frota de mil navios
pirata atacou e destruiu uma frota romana e pilhou aldeias no sul da Turquia.
São considerados uns dos precursores dos conhecimentos de navegação marítima.
Na Idade Média, a pirataria passou a ser praticada pelos normandos, (que atuavam
principalmente nas ilhas britânicas, França e império germânico, embora chegassem mesmo
ao Mediterrâneo e ao Mar morto), pelos Mulçumanos (Mediterrâneo) e piratas locais. Mais
tarde essa história pirata difundiu-se pelas colônias europeias e no Japão, nomeadamente
nas Caraíbas, onde os piratas existiam em grande quantidade, procurando uma boa presa
que levasse riquezas das colônias americanas para a Europa, atingindo a sua época áurea no
século XVIII.

Figura 211: Animação De Pirata


172
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

Do fim do século XVI até o século XVII, o Mar do Caribe era um terreno de caça para piratas
que atacavam primeiramente os navios espanhóis, mas posteriormente aqueles de todas as
nações com colônias e postos avançados de comércio na área. Os grandes tesouros de ouro
e prata que a Espanha começou a enviar do Novo Mundo para a Europa logo chamaram
atenção destes piratas. Muitos deles eram oficialmente sancionados por nações em guerra
com a Espanha, mas diante de uma lenta comunicação e da falta de um patrulhamento
internacional eficaz, a linha entre a pirataria oficial e a criminosa era indefinida.
As tripulações de piratas eram formadas por todos os tipos de pessoas, mas a maioria deles
era de homens do mar que desejavam obter riquezas e liberdades reais. Muitos
eram escravos fugitivos ou servos sem rumo. As tripulações eram normalmente
muito democráticas. O capitão era eleito por ela e podia ser removido a qualquer momento.
Eles preferiam navios pequenos e rápidos, que pudessem lutar ou fugir de acordo com a
ocasião. Preferiam o método de ataque que consistia em embarcar e realizar o ataque corpo
a corpo. Saqueavam navios de mercadores levemente armados, mas ocasionalmente
atacavam uma cidade ou um navio de guerra, caso o risco valesse a pena. Normalmente, não
tinham qualquer tipo de disciplina, bebiam muito e sempre terminavam mortos no mar,
doentes ou enforcados, depois de uma carreira curta, mas transgressora.
No auge, os piratas controlavam cidades insulares que eram paraísos para recrutar
tripulações, vender mercadorias capturadas, consertar navios e gastar o que saqueavam.
Várias nações faziam vista grossa à pirataria, desde que seus próprios navios não fossem
atacados. Quando a colonização do Caribe tornou-se mais efetiva e a região se
tornou economicamente mais importante, os piratas gradualmente desapareceram, após
terem sido caçados por navios de guerra e suas bases terem sido tomadas.
Desde aí a pirataria vem perdendo importância, embora em 1920 ainda tivesse a sua
importância nos mares da China.
Atualmente, a pirataria revela-se mais incidente no Sudeste Asiático e ainda no Caribe, sendo
os locais de ataque espaços entre as ilhas, onde os piratas atacam de surpresa
com lanchas muito rápidas.
A pirataria na costa da Somália tem sido uma ameaça à marinha mercante internacional
desde o início da guerra civil daquele país, na década de 1990. Desde 1998 há relatos deste
tipo de atividade, reportado por diversas organizações internacionais, incluindo a Organização
Marítima Internacional e o Programa alimentar Mundial expressaram sua preocupação com o
aumento nos atos de pirataria, a atividade contribuiu para um aumento nos custos do
transporte marítimo, e impediram a entrega de remessas assistenciais de alimentos. Noventa
por cento das remessas do Programa Alimentar Mundial são enviados pelo mar, e os navios
passaram a precisar de escolta militar.

173
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

Os atos de pirataria foram interrompidos temporariamente com a ascensão ao poder da União


das Cortes Islâmicas, em 2006, quando a Lei Islâmica foi implantada no pais. As atividades de
pirataria foram, no entanto, retomadas depois da invasão da Somália por tropas da Etiópia.
Alguns piratas são antigos pescadores, que argumentam que os navios estrangeiros estão
ameaçando seu sustento pescando nas águas somalis. Após ver o lucro potencial que a
atividade oferecia, já que os resgates costumam ser pagos, os chefes militarescomeçaram a
facilitar e até mesmo patrocinar estas atividades, dividindo os lucros com os próprios
piratas. Na maioria dos sequestros realizados as vítimas não são machucadas, para que o
pagamento dos resgates sejam realizados. Pelo contrário, os sequestradores tratam bem
seus reféns, na esperança de receberem os resgates, a ponto de contratar empresas na costa
da Somália que lhes cozinhem pratos que agradem gostos mais "ocidentalizados", e manter
um fornecimento constante de cigarro e bebidas alcoólicas das lojas no litoral.
O Governo Federal de transição fez alguns esforços para combater a pirataria permitindo
ocasionalmente que navios estrangeiros entrem em território somali. No entanto, na maioria
das vezes os navios estrangeiros que perseguiam piratas eram obrigados a interromper a
perseguição sempre que os piratas entravam em águas territoriais somalis. O governo
da Puntlândia fez algum progresso no combate à pirataria, evidente por algumas intervenções
recentes
Em junho de 2008, logo após o envio de uma carta do Governo Federal de Transição para o
presidente do Conselho de Segurança das Nações Unidas pedindo por ajuda da comunidade
internacional em seus esforços para lidar com os atos de pirataria e assaltos armados
cometidos contra navios na costa da Somália, uma declaração foi aprovada por unanimidade
autorizando as nações que fizerem acordos com o Governo Federal de Transição a entrar em
águas territoriais somalis para lidar com os piratas. A medida, promulgada pela França,
pelos Estados Unidos e pelo Panamá, tem duração de seis meses. A França, inicialmente,
desejava que a resolução abrangesse outras regiões que sofram com problemas de pirataria,
como a África Ocidental, porém enfrentou a oposição do Vietnã, da Líbia e, mais importante,
da China, que tem poder de veto e desejava que esta autorização de violação de soberania
fosse limitada à Somália.
Na Definição do Crime e sua Imprecisão a pirataria é o mais antigo e talvez o único crime
sobre o qual haja uma jurisdição universal reconhecida nos termos do direito internacional
consuetudinário (customary international law). A Convenção das Nações Unidas sobre o
Direito do Mar (1982), conhecida como Convenção da Jamaica, em seu artigo 101 define
pirataria como sendo:
Atos ilegais de violência e detenção ou atos de depredação cometidos para fins privados pela
tripulação ou passageiros de um navio privado ou aeronave dirigidos contra:
- No alto mar contra outro navio, aeronave, contra pessoas ou propriedade a bordo deste
navio ou aeronave.
- Contra navio, aeronave, pessoas ou propriedade em lugar em que não haja a jurisdição de
um estado.
174
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

Qualquer ato de participação voluntária na operação de navio ou aeronave de que se saiba


praticar atos de pirataria.

Qualquer ato que incite ou facilite os atos definidos anteriormente (Grifo nosso)
De acordo com esta definição, para tipificar os atos de pirataria há necessidade que os crimes
tenham três critérios: objeto, localização geográfica e finalidade.
O objeto do ato deve ser um navio, aeronave ou passageiros/tripulantes destes veículos.
O critério geográfico, por sua vez, estipula que o crime tem que ser perpetrado em alto mar ou
em lugar onde não haja a jurisdição de um estado.
Por este critério, deixariam de ser considerados todos os atos cometidos nas águas
interiores, mar territorial e zona econômica exclusiva (ZEE). Os dois primeiros critérios —
objeto e localização — são objetivos.
Entretanto, a finalidade é subjetiva por natureza, podendo comportar diferentes
interpretações. Por exemplo, não há consenso entre os juristas se o animus furandi, a
intenção de roubar, é elemento necessário ou se atos de insurgentes procurando derrubar
seu governo devem ficar fora da definição.
A jurisprudência das cortes nos Estados Unidos da América e Reino Unido têm adotado que
qualquer ato não autorizado de violência cometido no alto mar é pirataria.
A fim de evitar as imprecisões conceituais, a IMO utiliza, para fins práticos, uma definição que
inclui, além dos atos compreendidos pelo artigo 10125, os atos de roubo armado, ainda que
praticados em águas que não o alto mar, incluindo aí as águas interiores, mar territorial e
ZEE.
O Roubo Armado Contra Navios aparece definido no Code of Practice for the Investigation of
the Crimes of Piracy and Armed Robbery Against Ships, adotado pela Assembléia da IMO
pela Resolução A. 1025(26), de 2 de dezembro de 2009, como:
Roubo armado contra navios significa qualquer dos seguintes atos:
1.Qualquer ato ilegal de violência ou de detenção ou qualquer ato de depredação, ou ameaça,
que não seja um ato de pirataria, para fins privados, e dirigidos contra um navio ou contra
pessoas ou bens a bordo desses navios, dentro de águas interiores de um Estado, águas
arquipelágicas e no mar territorial;
2.Verificam-se dois pontos que diferenciam pirataria do roubo armado contra navios. O
primeiro é a localização em relação ao espaço marítimo, ou seja, se o ato for além do mar
territorial será característico da pirataria; e o segundo, é que no roubo armado contra navios
não há menção quanto ao meio utilizado pelo agressor. Assim, o agressor não precisa ser
necessariamente um tripulante de outro navio, podendo ter acesso ao navio pelo cais, pela
espia ou amarra ou por vias aéreas.

175
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

CAPÍTULO 13 – CONSCIENTIZAÇÃO DE PROTEÇÃO

13.1 A IMPORTÂNCIA DA COSCIENTIZAÇÃO DE TODOS A BORDO EM RELAÇÃO À


PROTEÇÃO

Através da história vimos que o assuntopirataria e roubo no mar não vem de hoje e assim
cabe a nós tomarmos as medidas de proteção de nossas unidades e navios através de
procedimentos descritos por autoridades marítimas, visando deste modo a nossa segurança
como também a segurança do patrimônio do nosso local de trabalho.

Caso tenhamos uma ocorrência indesejada a bordo com relação a este assunto, o problema
será de todos não cabendo o ônus da proteção a uma pessoa apenas, afinal de contas
“estamos todos no mesmo barco”.

Cabe a nós uma percepção grandiosa diante dessa situação, assim sendo devemos todos a
bordo nos capacitar e realizarmos treinamentos de proteção a bordo, garantindo mais
segurança nos navio e unidades offshore pelo mundo, contribuindo com a redução das
ocorrências de pirataria, roubo armado, terrorismo, sequestros e crimes ambientais

Figura 212: Piratas

176
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

13.2 - COMO INFORMAR UM INCIDENTE DE PROTEÇÃO,INCLUINDO PIRATARIA E


ROUBO ARMADO.

O cenário mundial não é nada animador. As estatísticas apresentaram um crescimento do


número de casos de pirataria, roubo armado, contrabandos em geral e bandidagem, no mar e
nos portos.O ataque ao World Trade Center em 11 de Setembro de 2001 pode ser
considerado como o acontecimento no qual a comunidade internacional se deu conta,
principalmente os Estados Unidos da América, da necessidade de serem tomadas ações
eficazes e conjuntas para deter não só o terrorismo, mas qualquer ameaça, no nosso caso em
particular, aos navios e aos portos
Dessa forma surgiu a necessidade da criação do Código Internacional de Proteção de
Naviose Instalações Portuárias (Código ISPS), com o objetivo de padronizar e tornar
rotineiras as ações de proteção a serem tomadas na interação envolvendo navio/porto
e navio/navio.Vários ataques realizados contra navios mercantes reforçaram ainda mais
a necessidade deserem estabelecidas medidas de proteção como o código ISPS.

E assim, é através do plano de proteção de cada unidade, que deverá constar os


procedimentos de informação imediata a Autoridade Marítima do Brasil (Marinha do Brasil) e
a companhia, por meio de acionamento do SSAS (Sistema de Alerta de Proteção do
Navio).

Figura 213: Navio Sobre Proteção Da Marinha

O equipamento SSAS, independente da marca, modelo ou fabricante, deverá permitir que os


sinais de alerta enviados de um navio, de qualquer lugar onde ele estiver, sejam capazes de
serem recebidos diretamente no SALVAMAR BRASIL (Comando de Operações Navais),
localizado na cidade do Rio de Janeiro. As empresas e/ou navios deverão adquirir somente
equipamentos cujas características técnicas tenham sido aprovadas pela Organização
Marítima Internacional (IMO) e que atendam aos requisitos técnicos estabelecidos por
aquela Organização Marítima

177
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

Os sinais de alerta de proteção eventualmente recebidos serão transmitidos pelo SALVAMAR


BRASIL para o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e para o
Departamento de Polícia Federal, para as providências cabíveis.

Figura 214: Plataforma Sobre Proteção Da Marinha

13.3 - DEFINIÇÕES E TERMOS DE ELEMENTOS RELATIVOS À PROTEÇÃO MARÍTIMA

PIRATARIA:

a) Todo ato ilícito de violência ou de detenção ou todo ato de depredação cometidos, para fins
privados, pela tripulação ou pelos passageiros de um navio ou de uma aeronave privados, e
dirigidos contra:
i) um navio ou uma aeronave em alto mar ou pessoas ou bens a bordo dos mesmos;
ii) um navio ou uma aeronave, pessoas ou bens em lugar não submetido à jurisdição de
algum Estado;
b) todo ato de participação voluntária na utilização de um navio ou de uma aeronave, quando
aquele que o pratica tenha conhecimento de fatos que dêem a esse navio ou a essa aeronave
o caráter de navio ou aeronave pirata; e
c) toda a ação que tenha por fim incitar ou ajudar intencionalmente a cometer um dos atos
enunciados nas alíneas a) ou b).

ROUBO ARMADO contra navios significa qualquer dos seguintes atos:


1. Qualquer ato ilegal de violência ou de detenção ou qualquer ato de depredação, ou
ameaça, que não seja um ato de pirataria, para fins privados, e dirigidos contra um navio ou
contra pessoas ou bens a bordo desses navios, dentro de águas interiores de um Estado,
águas arquipelágicas e no mar territorial;
2. Qualquer ato de incitar ou facilitar intencionalmente a um ato descrito acima

AÇÕES ANTITERRORISMO E CONTRA TERRORISMO:

É um conjunto de práticas, táticas e estratégicas, que governos, militares e outros grupos


adotam para se defender do terrorismo.São ações planejadas para o combate das atividades
terroristas. Não é específico a um campo ou organização, contudo envolve entidades e
sistemas de informações de todos os níveis da sociedade. Modernamente, a prevenção e o
combate à lavagem de dinheiro têm sido integradas à essas estratégias.

178
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

ALARME DE PROTEÇÃO DO NAVIO – SSAS (Ship Security Alert System):

Alarme silencioso no navio mercante,que alerta a Autoridade Marítima por sinal via satélite,
quando ocorrer qualquer ameaça ou incidente de proteção contra o referido navio.

AIS (AUTOMATIC IDENTIFICATION SYSTEM):


– Sistema de Identificação Automática.

ÁREA DO PORTO ORGANIZADO:

É um espaço compreendido por instalações portuárias como ancoradouros, docas, cais,


pontes e píeres de atracação e acostagem, terrenos, armazéns, edificações e vias de
circulação interna, bem como pela infraestrutura de proteção e acesso aquaviário a um
determinado porto: guias-corrente, quebra mares, eclusas, canais, bacias de evolução e área
de fundeio que devam ser mantidas pela Administração do Porto(lei 12.815/2013).

AUTORIDADE MARÍTIMA:

Representante do Governo contratante nos assuntos relacionados ao Tráfego Marítimo do


país.

AUTORIDADE PORTUÁRIA:

Autoridade responsável pela administração do porto organizado, competindo-lhe fiscalizar as


operações portuárias e zelar para que os serviços se realizem com regularidades, eficiência,
segurança e respeito ao meio ambiente (lei 12.815/2013).

CERTIFICADO ISSC – (INTERNATIONAL SHIP SECURITY CERTIFICATE).

Certificado internacional de proteção do navio, documento emitido por uma sociedade


classificadora em nome de um governo contratante, certificando que um determinado navio
cumpre com todos os requisitos mandatórios estabelecidos no código ISPS.

CÓDIGO ISPS:

Código internacional de proteção de navios e instalações portuárias (International Ship and


Port Facility Code) é um conjunto amplo de medidas para aumentar a segurança de navios e
instalações portuárias, desenvolvido em resposta às ameaças percebidas aos navios e
instalações portuárias, como armazenagem e logística, após os ataques de 11 de Setembro
nos Estados Unidos.

179
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

CÓDIGO ISM:

Código de gerenciamento de segurança (Safety Management Code)

COMANDO DA MARINHA:

Órgão subordinado ao Ministério da Defesa, responsável pela soberania nacional dentre


outras atribuições, pelo ordenamento e regulamentação das atividades da marinha mercante,
através da Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário – LESTA, a fim de assegurar a
salvaguarda da vida humana e segurança da navegação, no mar aberto e hidrovias interiores,
e a prevenção da poluição ambiental por parte das embarcações, plataformas ou suas
instalações de apoio.

CON – COMANDO DE OPERAÇÕES NAVAIS:


Órgão de direção operacional dos meios combatentes da Autoridade Marítima no Brasil

CONVENÇÃO SOLAS:

Convenção Internacional sobre a Salvaguarda da Vida Humana no Mar(Safety of Life at Sea)

CONPORTOS:

Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis


(Ministério da Justiça, Defesa, Relações exteriores, Fazenda e dos Transportes).

CESPORTOS:

Comissão Estadual de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis


(Policia Federal, Capitania dos Portos, Receita Federal, Autoridade Portuária e Governo do
Estado).

CSO – (COMPANY SECURITY OFFICER):

Coordenador de proteção da companhia responsável pelo ISPS na companhias de


navegação.

SSO – (SHIP SECURITY OFFICER):

Pessoa responsável pela proteção do navio/ unidade offshore, incluindo a implementação e


manutenção do plano de proteção do navio/ unidade offshore e pela ligação com o funcionário
de proteção da companhia e os funcionários de proteção das instalações portuárias.
DECLARAÇÃO DE CUMPRIMENTO:

Documento emitido pela CONPORTOS para um porto brasileiro, certificando que aquele porto
cumpre com todos os requisitos mandatórios estabelecidos no código ISPS.

180
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

DECLARAÇÃO DE PROTEÇÃO:

Acordo celebrado entre dois navios ou entre um navio e um porto, quando houver qualquer
desnível de proteção entre eles, estabelecendo medidas que serão tomadas de comum
acordo para fortalecer essa interface contra ilícitos previstos pelo código ISPS.

DECLARAÇÃO DE CIÊNCIA:

Documentos assinado pelos comandantes de navios estrangeiros, antes de sair de um porto


brasileiro, declarando estarem cientes da legislação de segurança pública portuária do país e
assumindo compromisso de registrarem, perante as autoridades legais, quaisquer ilícitos que
tenha ocorrido seus navios, tripulantes e cargas.

GRUMEC -- GRUPAMENTO DE MERGULHADORES DE COMBATE:

Organização Militar sediada no Estado do Rio de Janeiro, subordinados ao Comando da


Força de Submarinos, que poderá ser empregado numa intervenção armada em um navio,
porto ou plataforma.

INCIDENTE DE PROTEÇÃO:

Significa qualquer ato suspeito ou circunstância que ameace ou resulte propositalmente em


prejuízo para a instalação portuária, navio ou a interface navio – porto (SOLAS, cap XI – 2).

LRIT: Sistema de identificação de navios á longa distancia.

NEPOM – NÚCLEO ESPECIAL DE POLICIA MARÍTIMA:

Núcleos da Policia Federal existentes nos principais portos brasileiros para atuarem contra
ilícitos nos navios, portos e vias navegáveis até o limite do mar territorial.

NÍVEL DE PROTEÇÃO:

Significa a qualificação do grau de risco de que um incidente de proteção será tentado ou irá
ocorrer. São três os níveis a serem estabelecidos:NÍVEL UMNORMAL-NÍVEL
DOISELEVADO - NÍVEL TRÊSEXCEPCIONAL

PNSP – PLANO NACIONAL DE SEGURANÇA PORTUÁRIA:

Plano elaborado pela CONPORTOS para aperfeiçoar o sistema de segurança pública nos
portos, terminais e vias navegáveis, visando reprimir e prevenir o crime

PLANODE SEGURANÇA DAS INSTALACÕES PORTUARIAS:

É o plano elaborado para garantir a aplicação de medidas criadas para proteger instalações
portuárias e navios, pessoas, cargas, unidades de transporte de cargas e provisões do navio
dentro da instalação portuária dos riscos de incidente de proteção, conforme definido no
Código ISPS.
181
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

REGISTRO CONTINUO DE DADOS:

Este registro aplica-se às embarcações SOLAS de bandeira brasileira, que efetuem viagens
internacionais e deverá ser mantido a bordo e estar disponível para ser inspecionado a
qualquer momento.

SOCIEDADES CLASSIFICADORAS:

São empresas, entidades ou organismos reconhecidos para atuarem em nome da Autoridade


Marítima Brasileira na regularização, controle e certificação de embarcações nos aspectos
relativos à segurança da navegação, salvaguarda da vida humana e da prevenção da
poluição ambiental. As normas e procedimentos previstos na presente norma complementam
os dispositivos legais em vigor, não desobrigando os utilizadores de conhecer esses
dispositivos, em especial a Lei no 9537 de 11/12/97 que dispõe sobre a segurança do tráfego
aquaviário (LESTA) e o Decreto no 2.596 de 18/05/98 (RLESTA). Além dos Representantes
da Autoridade Marítima devidamente designados, somente as Sociedades Classificadoras
formalmente reconhecidas por meio de Acordo de Reconhecimento poderão realizar, em
nome da Autoridade Marítima Brasileira, as auditorias, inspeções, vistorias e emissões de
certificados e demais documentos previstos nas Convenções e Códigos Internacionais das
quais o país é signatário e/ou na legislação nacional aplicável.

PLANO DE PROTEÇÃO DO NAVIO:

É o plano elaborado com vistas a garantir a aplicação de medidas a bordo do navio, criadas
para proteger pessoas a bordo, cargas, unidades de transporte de cargas, provisões do navio
ou o próprio navio dos riscos de incidente de proteção, conforme definido no Código ISPS

MCC – CENTRO DE CONTROLE DE MISSÕES:

Órgão responsável por centralizar as informações recebidas e retransmiti-las para órgãos


competentes.

INCIDENTE DE PROTEÇÃO:

significa qualquer ato suspeito ou situação que ameace a segurança de um navio, inclusive de
uma unidade móvel de perfuração “offshore”, de uma embarcação de alta velocidade, de uma
instalação portuária, de qualquer interface navio/porto, ou de qualquer atividade de navio para
navio, conforme definido na Convenção SOLAS (Salvaguarda da Vida Humana no Mar);

Figura 215: Invasão De Piratas Em Navio

182
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

13.4 - LEGISLAÇÃO NACIONAL E INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO MARÍTIMA.

DECRETO N° 6.869, DE 04 DE JUNHO DE 2009.

Dispõe sobre a coordenação e articulação dos órgãos federais, bem como sobre os níveis de
proteção dos navios e das instalações portuárias, da adoção de medidas de proteção aos
navios e instalações portuárias, e institui a Rede de Alarme e Controle dos Níveis de Proteção
de Navios e Instalações Portuárias, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI,
alínea “a”, da Constituição,

DECRETA:

Art. 1o Este Decreto estabelece a coordenação dos órgãos federais e a articulação com os
demais órgãos intervenientes e define os níveis de proteção dos navios e das instalações
portuárias, na adoção de medidas de prevenção e de resposta contra possíveis incidentes de
proteção, conforme previsto nos itens 8.9 e 15.11 da Parte B do Código Internacional para
a Proteção de Navios e Instalações Portuárias (Código ISPS), e institui a Rede de Alarme
e Controle dos Níveis de Proteção de Navios e Instalações Portuárias.

A definição de “Pirataria” que ganhou notoriedade pública à luz da legislação internacional


foi definida na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, realizada em Dezembro
de 1982, na Jamaica através do art 101. Não obstante, a primeira definição para o termo no
ordenamento internacional, ocorreu na Convenção do Mar Alto, realizada em Genebra, em
1958. A conceituação era semelhante em ambos os Estatutos e era precária porque não
abrangia os atos praticados no mar territorial, o que permitia que os piratas que atuassem
nessa área ficassem numa situação de impunidade perante as leis internacionais.

Nessa Convenção também foram definidos outros conceitos importantes para o Direito
Internacional, como por exemplo, mar territorial. Esse, segundo define o ilustre professor Dr.
Jônatas Machado, corresponde à faixa de “12 milhas marítimas a partir do ponto mais baixo
da baixa-mar, devidamente reconhecido pelo Estado costeiro”, sobre o qual se estende a sua
soberania. Segundo a Convenção, os navios estrangeiros estão sujeitos à jurisdição do
Estado em cujas águas se encontrem, excetuados os navios militares e os de Estado, que
gozam de imunidade de jurisdição.

Em Abril de 1984, devido à importância do assunto, o Comitê de Segurança Marítima, que é


um comitê integrante da Organização Marítima Internacional, passou a considerar os ataques
dos piratas como um elemento separado e permanente do seu programa de trabalho. Cabe
aqui ressaltar que a Organização Marítima Internacional (IMO), é uma agência das Nações
Unidas que ajuda a desenvolver uma legislação que regulamenta a segurança marítima e os
assuntos ambientais.

Não obstante a crescente preocupação dos organismos internacionais marítimos com o


assunto, somente em Novembro de 2001, com uma Assembléia da IMO, surgiu a Resolução
A.922(22) que supriu o vazio legislativo no tocante a atos de pirataria praticados em águas
territoriais. Tal resolução passou a classificar como “Assaltos à Mão Armada Contra Navios”,
os atos ilícitos cometidos no mar territorial, nas águas arquipelágicas, nos portos e também
em águas interiores.

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13.5 - NÍVEIS DE PROTEÇÃO MARÍTIMA E PROCEDIMENTOS A BORDO EM CADA UM


DELES:

NÍVEL UM DE PROTEÇÃO -- significa o nível para o qual medidas mínimas adequadas de


proteção deverão ser mantidas durante todo o tempo;

Para o nível 1 de proteção o oficial de proteção do navio deve:

- Orientar os tripulantes de serviço em qualquer condição de proteção

- Realizar treinamento de proteção com os tripulantes, indicando a atribuição de cada um.

- Equipar o oficial de serviço e o oficial de serviço na praça de máquinas com dispositivos


portáteis de comunicação

- Proteger todos os pontos de acesso identificados.

- Controlar estritamente o acesso para dentro e fora do navio e verificar a identificação de


todas as pessoas.

- Observar a bagagem e todos os pertences de mão antes do embarque.

- Limitar e/ou restringir o acesso às áreas críticas do navio permitidas somente ao pessoal
autorizado.

- Levantar e/ou proteger todas as escadas, rampas e escada de portaló quando fora no uso;

- Iluminar o convés principal, todos os pontos de acesso e os bordos dentro e fora durante
períodos da escuridão.

- Verificar a carga e as provisões do navio de acordo com o manifesto

- Verificar a integridade da carga e das provisões do navio para assegurar-se de que não
foram violadas

- Restringir o acesso à área da carga no mar.

- Manter as áreas não tripuladas, tais como o paiol de mantimentos, trancadas.

- Proteger todos os acessos às áreas controladas.

- Conduzir verificações locais para assegurar a proteção nos pontos de acesso

NÍVEL DOIS DE PROTEÇÃO --significa o nível para o qual medidas adicionais adequadas de
proteção deverão ser mantidas por período de tempo como resultado de um risco mais
elevado de um incidente de proteção.

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Para o Nível 2 de Proteção, o Oficial de Proteção do Navio deve:

- Colocar pessoal adicional para proteger os pontos de acesso;

- Colocar pessoal para proteger as áreas restritas;

- Aumentar a frequência e o detalhe de patrulhas da proteção;

- Coordenar patrulhamento de barco ao redor do navio com a instalação portuária;

- Limitar o número de pontos de acesso; identifique e proteja os pontos de acesso trancados;

- Recomendar passageiros e tripulantes a não deixar pacotes / bagagens desacompanhadas;

- Fornecer instruções de proteção a toda tripulação e passageiros em todas as


ameaçasespecíficas eda necessidade de vigilância;

- Manter comunicações exclusivas com as autoridades de proteção;

- Fornecer iluminação adicional ao costado em acordo com a instalação portuária;

- Restringir o acesso ao passadiço, a praça de máquinas e a outras áreas restritas permitindo


o acesso somente de tripulantes específicos;

- Escoltar e controlar estritamente todos os visitantes;

- Informar as autoridades costeiras se um visitante não aceitar as medidas de proteção;

- Aumentar a vigilância e observadores no passadiço;

- Aumentar a verificação e checagem da carga e do paiol de mantimentos

NIVEL TRÊS DE PROTEÇÃO -- significa o nível para o qual medidas adicionais específicas
de proteção deverão ser mantidas por período limitado de tempo quando um incidente de
proteção for provável ou iminente, embora possa não ser possível identificar o alvo específico.

Para o Nível 3 de Proteção o Oficial de Proteção do Navio deve:

- Limitar o acesso a uma única localização;


- Restringir o acesso dos visitantes; continuamente escoltar todos os visitantes;
- Colocar pessoal adicional para assegurar que o perímetro do navio está constantemente sob
vigilância;
- Intensificar patrulhas, especialmente no convés;
- Colocar um oficial de serviço em todas as escadas, rampas e escadas de portaló em uso;
- Considerar suspensa a entrega de todas as provisões;

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- Proibir todos os veículos, barcos de trabalho e barcaças de se aproximar quando no porto ou


fundeado
;- Colocar luz adicional no convés principal, nas áreas do acesso e nos lados de dentro e fora
durante a noite;
- Posicionar as mangueiras de incêndio nas áreas do acesso e assegure-se de que elas
possam ser utilizadas rapidamente;

- Verificar se todas as cabines dos tripulantes e locais de armazenamento estão trancadas;


- Inspecionar o casco quando no porto ou fundeado;
- Travar todas as portas pelo lado de dentro para controlar o acesso; e
- Instruir todo o pessoal sobre as ameaças potenciais, procedimentos e da necessidade
de permanecer em vigilância.

13.6 - PLANOS DE PROTEÇÃO E PLANOS DE CONTIGÊNCIA

No mar, os navios são os mais vulneráveis ao ataque quando navegando perto da terra
e ao passar através dos canais estreitos onde a sua manobrabilidade é limitada. Os piratas
procuram roubar todos os artigos valiosos em um navio ou mesmo o próprio navio.

Deve-se evitar o transporte de grandes somas de dinheiro a bordo ou artigos de valor. Se


os piratas tiverem conhecimento sobre tais valores, poderão ser motivados a realizar um ataq
ue.
Os piratas são conhecidos por monitorar as comunicações, de forma que discutir informações
sobre a carga ou artigos de valor a bordo do navio deve sempre ser evitado. Os Tripulantes
que vão para terra devem também ser recomendados a não discutir detalhes sobre a carga,
horários de manobras, equipamentos de proteção existentes ou o itinerário do navio.

PLANOS DE CONTINGÊNCIA:
Um plano de contingência é um plano concebido para uma determinada situação quando as
coisas poderiam dar errado. Os planos de contingência são geralmente produzidos pelas
empresas para estarem preparadas para qualquer emergência que possa acontecer e visam
complementar um plano de proteção do navio. Os planos de contingência incluem estratégias
e ações definidas para lidar com variações específicas de pressupostos, resultando em um
problema particular, de emergência ou estado de coisas.
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Eles também incluem um processo de acompanhamento e um roteiro para iniciar as


ações planejadas. Eles são necessários para ajudar as companhias, navios ou indivíduos par
a se recuperarem de incidentes graves no menor tempo e com as menores consequências
possíveis.

Figura 216: Piratas Armados

Os navios menores e os navios com poucos tripulantes são os mais vulneráveis aos ataques,
então nesses navios, a atenção deve ser redobrada. A detecção antecipada fornece a
oportunidade de soar os alarmes, executar procedimentos
de proteção, contatar autoridades legais para pedir auxílio, iluminar o barco suspeito e/ou
fazer manobras evasivas para afastar-se dele.
Manter uma constante vigilância e aplicar as medidas e procedimentos de proteção são os
melhores meios de se evitar um ataque. Os piratas podem simular uma situação de socorro
como um truque para tomar conta de um navio. Como consequência, qualquer barco ou
navio, como barcos de pesca, por exemplo, deverão ser considerados como ameaças
potenciais.
Em áreas de risco, se o Comandante considerar trazer pessoas a bordo, somente uma
pessoa de cada vez deverá ser embarcada.
A proteção deve estar em um nível elevado de alerta com os vigias mantidos em todos os
bordos do navio.

Em caso de Terrorismo e Sequestro.


O terrorismo torna-se uma ameaça potencial aos navios e ao transporte marítimo porque um
navio pode ser usado:
- para infiltrar terroristas e/ou armas em determinados países, visando a realização de um
ataque;
- como uma arma potencialmente destruidora;
- para atacar outro navio diretamente;
- para fazer reféns em um determinado navio;
- para fazer refém em um determinado porto.
Sequestro é a apreensão forçosa de um navio por terroristas ou por piratas. Em regra geral,
durante um sequestro, quanto mais tempo passar sem ocorrer um incidente melhor. Alguns
procedimentos deverão ser observados em situações de terrorismo ou sequestro:

-O Comandante e o SSO deverão permanecer calmos e orientar os passageiros, visitantes e


demais tripulantes a fazer o mesmo;
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- Nunca resistir aos terroristas ou sequestradores a menos se houver uma situação


clara de ameaça de vida;

-Não tentar negociar com os atacantes a menos que dirigidos por ajuda externa;-

-Oferecer cooperação razoável;

-Tentar estabelecer uma aproximação básica;

-Tentar identificar o número de terroristas ou de criminosos;

-Tentar aumentar o número de pontos de acesso ao navio;

-Tentar determinar os objetivos dos sequestradores e o período de tempo que eles


pretendem permanecer a bordo;

-Usar comunicações seguras, se disponível, para todas as discussões com


os sequestradores;

-Se as autoridades tentarem recuperar o controle do navio através da força, o pessoal deve
seguir todos as ordens das forças militares; e

-Durante e após um sequestro, somente os membros da tripulação estão autorizados a falar


com os meios de comunicação, a menos que instruídos de outra forma.

Ameaça de bomba ou alarmes falsos

.As seguintes recomendações devem ser observadas no caso de uma potencial ameaça de bomba ao
navio:

- Qualquer tripulante ao receber uma ameaça da bomba deve imediatamente comunicar ao


Comandante, o SSO ou o Oficial de Serviço;

- Os oficiais do navio deverão informar a Companhia, ao CSO e as autoridades apropriadas; e

- Se a ameaça for real, o informante pode ter o conhecimento específico sobre a localização
da bomba. Se for um trote, o informante estará provavelmente procurando interromper as ope
raçõesnormais do navio.

Ameaça de bomba por telefone.

Os seguintes procedimentos devem ser observados no caso de receber uma ameaça de


bomba por telefone:
- Permanecer calmo;
- Se possível, fazer com que mais de uma pessoa escute a chamada;
- Manter o autor da ameaça na linha o maior tempo possível;
- Pedir que o autor da ameaça repita a mensagem e procurar gravar todas as palavras que
foramditas por ele;
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- Aguardar até escutar vozes ou particularidades;


- Estar alerta para as palavras ou frases que possam ser repetidas
- Tentar distinguir os ruídos no fundo que poderão ajudar na identificação ou localização do
autor da ameaça;
- Gravar a conversação se possível;
- Notificar imediatamente ao SSO;
- Se disponível, obter informação sobre a localização da bomba e do possível horário da
detonação;
- Não desligar o telefone se a chamada tiver sido realizada a partir de telefone interno do
navio

13.7 - RESPONSABILIDADES DO GOVERNO, DA COMPANHIA E DAS PESSOAS


ENVOLVIDAS NA PROTEÇÃO.

É de responsabilidade dos governos contratantes estipular os níveis de proteção indicada:


NÍVEL I – NORMAL
NÍVEL II – ELEVADO
NÍVEL III – EXCEPCIONAL
E criar, avaliar planos de proteção para as instalações portuárias, navios e unidades offshore,
executa medidas para controle e cumprimento do código ISPS, resoluções e normas
estabelecidas, avalia os planos aprovados e informa as organizações marítimas e
internacionais.

ORGANIZAÇÕES DE PROTEÇÃO RECONHECIDAS (RSO).


Os governos também poderão autorizar companhias conhecidas como organização de
proteção reconhecidas para realizar em favor da administração certas atividades relacionadas
a proteção, tais como:
 Verificação e certificação do cumprimento pelos navios dos requisitos do código
ISPS.
 Confecção aprovação de planos de proteção avaliados.
COMPANHIA
A companhia deverá assegurar que seus navios e unidades offshore possuam um plano de
proteção que deverá incluir uma declaração explicita dando ênfase a autoridade do
comandante, GEPLAT e OIM. A companhia deverá assegurar que o coordenador de
proteção da companhia (CSO), o comandante e o oficial de proteção do navio (SSO) tem um
apoio para cumprir as suas obrigações.

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UNIDADES MARÍTIMAS
As Unidades Marítimas deverão cumprir os requisitos aos níveis de proteção
estabelecidos, para prevenir incidentes de proteção, exemplo:
 Garantir o cumprimento de todas as medidas relacionadas à proteção das Unidades
Marítimas;
 Controlar o acesso ao interior da embarcação;
 Controla o embarque e desembarque de pessoas e objetos;
 Monitorar a área de acesso restrito;
 Assegurar a entrada exclusiva de pessoas autorizadas que tenham acesso a
respectiva áreas;
 Monitorar o convés e ao entorna do navio;
 Roubo armado e entrada não autorizada;
 Pirataria, bombas, e documentação falsificada;
 Terrorismo e acidente ambiental.

CAPÍTULO 14 - AMEAÇAS À PROTEÇÃO

14.1 – ATUAIS AMEAÇAS E TÉCNICAS USADAS PARA CONTORNAR AS MEDIDAS DE


PROTEÇÃO:

As atuais ameaças à proteção de navios são:

 Pirataria e assaltos
 Terrorismo
 Sabotagem
 Contrabando de drogas e armas
 Clandestinos

Técnicas utilizadas para burlar as medidas de proteção

Para burlar ou contornar as medidas de proteção de um navio poderão ser utilizadas diversas
técnicas como algumas a seguir descritas:

Documentos falsos.

As fotografias das identidades devem ser comparadas


como portador, pode haver corte e cola e as maquinas copiadorasmodernas reproduzem com
perfeição qualquer tipo de documento, inclusive papel moeda), conhecimentos de embarque,
ordens de serviço, passagens, autorizações, etc., todo cuidado é pouco, no caso de suspeita
de adulteração, chamar as autoridades policiais locais.

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Tentativa ilegal de embarque de pessoas

Em contêineres, na carga, em embarcação de apoio para transporte de pessoal, provisões, óleo,


remoção de lixo, de pesca, esportiva, pedalinhos, caíques, objetos flutuantes ou mesmo
nadando, para se aproximar e subir pela amarra, espias de amarração do navio, borda livre
utilizando ganchos, escadas, bambus, cordas ou apêndices existentes. Através do guindaste
que está operando com o navio, e outras formas engenhosas que poderão ser improvisadas
em função do momento e o local que se está operando.

Disfarces

Usando capuzes, uniformes, roupas, perucas, bigodes, ou equipamentos eletrônicos


para bloquear ou burlar sistemas de monitoramento de áreas restritas do navio (câmeras,
escutas, transmissores)

Inserção de bombas, produtos tóxicos, armamento e/ou drogas

Na carga, na água, no material de rancho, em encomendas destinadas ao navio ou tripulantes.


Embarcações diversas, objetos flutuantes à deriva ou mesmo nadadores podem se aproximar
portando artefatos explosivos deforma suicida ou furtiva. Qualquer carga ou encomenda para
o navio deve ser minuciosamente verificada confrontando o que foi pedido ou esperado com o
que se está recebendo. Verificar a autenticidade da documentação pertinente e a sua
procedência.

14.2 - RECONHECIMENTO DE POSSÍVEIS AMEAÇAS MATERIAIS À PROTEÇÃO DA


PLATAFORMA COMO ARMAS, BOMBAS, SUBSTÂNCIAS E DISPOSITIVOS PERIGOSOS

Armas de Fogo

Uma arma de fogo é um artefato que lança um ou muitos projéteis , geralmente sólidos, em
alta velocidade através da queima de um propelente confinado. Este processo de queima
subsônica é tecnicamente conhecido como deflagração, em oposição a combustão supersônica
conhecida como detonação.

Figura 217. 1 Revolve calibre 38 Figura 217. 2 Pistola Glock 9mm

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Figura 218 .1 Fuzil AR-15 Figura 218 .1 Fuzil AK - 47

Bombas ou Artefatos Explosivos Improvisados (IED) e/ou ameaças,

Tem sido os mais comuns e mortíferos métodos de ataque terrorista na atualidade. Terroristas
comumente se utilizam de artefatos montados de itens comuns difíceis de serem rastreados e
de custo relativamente baixo. Podem ser montados facilmente momentos antes de sua
detonação e utilizam componentes facilmente obtidos no comércio.

Uma bomba ou ameaça de bomba a bordo terá um efeito imediato como a imobilização do
navio e do porto, se atracado, até a completa certeza de sua desativação ou remoção. Uma
ameaça poderá ser feita através de telefone, e-mail, gravação, MSN ou internet e muitas
vezes o objetivo principal é criar uma situação de pânico a bordo.

Figura 219: Artefato Explosivo

Bomba comandada por celular

Um artefato explosivo improvisado (IED) é um dispositivo capaz de produzir danos materiais,


ferimentos e morte quando detonados ou iniciados e são dos seguintes tipos:

Figura 220: Bomba Acionada Por Celular

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Explosivos

– Causam danos por fragmentação, calor e onda de sopro, normalmente causando em


decorrência um incêndio secundário.

Incendiários

– Geram fogo, produzindo calor sem nenhuma explosão significativa.

Artefatos dispersores

– São improvisados para dispersarem agentes químicos, biológicos, radiológicos ou


nucleares para causar morte ou contaminações letais, sendo conhecidos também como
“bombas sujas”.

Os IEDs poderão ser preparados e acondicionados de várias formas tais como: Mochilas,
maletas, caixas, sapatos, roupas, lanternas, embalagens de cervejas, extintores de incêndio,
veículos, correio, equipamentos eletrônicos, latas de lixos, galões, caixas de ferramentas,
gêneros, canos, brinquedos, no próprio corpo ou qualquer lugar.

Sapatos, dispositivos diversos, automóveis Artefatos Explosivos Improvisados


(IED) Fonte: site Inert Products, LLC

Poderão ser despachados ao navio através de entregas em mãos, correio, veículos diversos
(carros, caminhões, barcos, aeroplanos), lançadores á distancia, dispositivos flutuantes,
minas, escondido em víveres, cargas ou homens bomba. Sua preparação poderá ser
realizada a a partir de explosivos militares furtados ou obtidos no mercado negro, altos
explosivos removidos de material bélico, minas, granadas, explosivos comerciais roubados ou
misturas explosivas improvisadas tais como: explosivos plásticos (C-4 ou Semtex), TNT,
solução de nitrato de amônia e óleo combustível (ANFOS), pólvora negra, pólvora sem
fumaça, cloreto de sódio/potássio (mistura incendiária).

Figura 221: Artefato Explosivo Improvisado

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14.3 - RECONHECIMENTO DE PESSOAS QUE APRESENTAM POTENCIAIS AMEAÇAS À


PROTEÇÃO, INCLUINDO ELEMENTOS QUE SE RELACIONAM COM A PIRATARIA E
ROUBO ARMADO

A proteção do navio requer que todos sem exceção estejamos atentos ao cenário que nos
envolve. A proteção contra atos de terrorismo requer muito mais conhecimento do que o
possível de ser passado em nosso curso. Por outro lado não temos a intenção de formar
especialistas em segurança e sim conscientizar os futuros tripulantes para o exercício de suas
funções de proteção a bordo dos navios. Assim, nesta seção descreveremos alguns perfis
característicos de determinados tipos de malfeitores, que podem possibilitar o reconhecimento
de um criminoso em potencial. Elementos do crime comum ou do crime organizado:

 Ladrões, a sua motivação é o lucro financeiro. Nesse sentido, tenderão a evitar


confrontos e a priorizar sua segurança pessoal.

 Assassinos e sabotadores sem motivação ideológica, são movidos normalmente pelo


desejo de vingança.

 Os mentalmente perturbados, podendo ser neuróticos, psicóticos ou psicopatas.

 Os neuróticos sofrem de depressão e conflitos, ficam ainda ligados na realidade e não


chegam aser insanos. Com este tipo de malfeitor é possível conduzir uma negociação.

 Os psicóticos podem sofrer delírios. Por momentos podem vivenciar a realidade e


sentir culpa,nesse momento podem agir com alguma racionalidade.

Os psicopatas, sem sentimentos de culpa, com certezas absolutas e convicção que podem
vencer o sistema, dificilmente cederão. Ativistas radicais, o que os distingue dos demais é
agirem em nome de um ideal. Tem, tipicamente, as seguintes motivações: Os apenas
ideologicamente motivados visam com a ação, um resultado diferente da ação em si. Pode
ser apenas propaganda de sua causa, ou a libertação de prisioneiros ou a desmoralização
decertas autoridades. Estes, normalmente, procurarão sobreviver. Os radicais propriamente
ditos querem “dar o troco”, agem em nome de uma causa. Estes nem sempre procurarão
sobreviver, e podem se tornar terroristas suicidas.

Quando dispuser de detector de metais e até de raios X, é claro, sua revista será muito
facilitada. Atenção às características e padrões de comportamento de pessoas que podem
representar ameaças à proteção:

 Vestimenta inadequada para as condições climáticas.

 Bagagens, pacotes, malas de tamanho e peso desproporcionais.

 Comportamento incomum - cabeça baixa, desvio do olhar, suor excessivo, olhos


avermelhados, nervosismo.

 Volumes na cintura, sob a camisa.

 Pessoas em veículo ou a bordo de pequenas embarcações, fotografando ou desenhando sem


nenhuma autorização.

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 Pescadores se aproximando em pequenas embarcações solicitando auxílio.

 Indivíduos suspeitos com comércio ambulante nas proximidades do porto.

 Aeronaves operando de forma suspeita nas proximidades do navio ou do porto.

 Vendedores suspeitos.

 Trabalhadores desconhecidos tentando acessar o navio sem prévia autorização, ou


tentandoinstalar equipamentos sem nenhuma programação estabelecida.

 Acidentes ou incidentes em embarcações de recreio (ou veículos), criados para atrair a


atenção da vigilância do porto.

 Pessoa querendo vir a bordo sem autorização.

 Sentimentos antinacionalistas sendo expressos verbalmente ou por panfletagem,


por funcionários ou pessoas estranhas ao porto e ao navio.

Figura 222: Pirata Armado

14.4 - PROCEDIMENTOS QUE DEVEM SER SEGUIDOS QUANDO RECONHECER UMA


AMEAÇA À PROTEÇÃO.

Independente de função ou cargo é responsabilidade de todos a bordo das unidades offshore,


informar imediatamente ao Comandante, Geplat ou OIM da unidade marítima uma ameaça à
proteção como a aproximação de uma embarcação não identificada ou qualquer outro fato
relevante para a segurança do navio ou plataforma. E cabe ao Comandante, Geplat ou OIM
tomar as medidas cabíveis dentro do plano de contingência, junto com a equipe autorizada
por ele, quando classificado o risco de aproximação de uma embarcação e não havendo
contato via radio e nem definição visual, entrar em contato com as autoridades competentes (
meio mais eficaz) informando os dados obtidos no Brasil, ao SALVA-MAR BRASIL. Cabe ao
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comandante ou pessoa a sua escolha, quando não houver tempo hábil para retornar a
ligação, à autoridade competente através de telefone, utilizando o sistema SSAS.

14.5 - FORMA CORRETA DE LIDAR COM INFORMAÇÕES SENSÍVEIS E COM AS


COMUNICAÇÕES RELATIVAS À PROTEÇÃO

Nos dias de hoje os nossos meios de informações estão cada vez mais eficientes e através
disso é de conhecimento de todos, a facilidade de quebra de informações sigilosas por
hackers e espiões para obtenção de informações de empresas, procedimentos ou pessoas e
causando danos devastadores as vítimas. Todo e qualquer ataque a unidade deverá ser
precedido do máximo de informações possíveis.
Para que informações privilegiadas caiam em mãos erradas, é de suma importância que os
tripulantes mantenham sigilo total sobre as informações de proteção e não comentar, enviar
mensagens escritas ou ditas que possam ser utilizadas contra a proteção da unidade
marítima.

Os equipamentos que fazem parte do sistema de proteção são todos que existem a bordo e
possibilitam a comunicação entre os compartimentos e camarotes da unidade, entre eles ou
deles para o meio externo da unidade.

Temos como exemplo:

 Sistema Global de Socorro e Segurança (GMDSS) engloba todos os recursos de


transmissão rádio disponíveis na unidade.
 Telefones celulares do navio, telefones via satélite, auto excitados, intercom e
telefones de ramais internos.

Os botões de acionamento do SSAS ficam no passadiço e outro em local de conhecimento


somente de pessoas devidamente autorizadas pelo comandante.

14.6 - EXIGÊNCIAS RELATIVAS ÀS INSTRUÇÕES E AOS EXERCÍCIOS PERIÓDICOS DE


ADESTRAMENTO PREVISTO PELAS CONVENÇÕES, CÓDIGOS E CIRCULARES DA
IMO.

O código ISPS estabelece que o CSO, SSO e PFSO tenham uma formação de proteção
ministrada sobre o currículo aprovado pelo governo contratante. Os treinamentos e exercícios
deverão ser conduzidos com a presença de um inspetor de segurança/SSO pelo menos uma
vez a cada três meses ou quando houver uma substituição de tripulantes envolvendo parte
significante ( 25%) dos embarcados no intuito de assegurar a realização do plano de proteção
de Unidade Marítima.

Esta orientação é oferecida para ajudar na elaboração de um programa eficaz de


adestramento e exercício para o treinamento e a avaliação da reação básica a emergência ao
largo. Os adestramentos e os exercícios são os principais que dispõem a unidade offshore
móvel (UOM) para testar e manter as medidas de reação às emergências. Constituem
também parte integrante do sistema de proporcionar as pessoas um adestramento básico e
de avaliar as suas qualificações e conhecimentos nestas áreas. Seguindo as orientações da
resolução A 1079 da IMO em seu apêndice no item 3.1.3.

O treinamento deverá incluir:

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Inspeção, controle e monitoramento das tarefas exigidas pelos pertinentes regulamentos,


política da companhia e legislação marítima;

- Detecção e identificação de armas e outros dispositivos e substâncias perigosas;

- Operação, calibração, manutenção e teste dos sistemas e equipamentos de proteção;

- Métodos de vistoria física de pessoas, bagagens, carga, e provisões;

- Conhecimento dos procedimentos de emergência e do Plano de Contingência;

- Reconhecimento das características e comportamentos suspeitos de pessoas com a


intenção de ameaçar a proteção do navio;

- Técnicas para manter o comportamento calmo no caso de uma ameaça de proteção;

- Técnicas utilizadas para assegurar as medidas de proteção;

- Conhecimento de ameaças e padrões atuais de proteção; e

- Comunicações relacionadas a proteção.

A tripulação deverá também estar envolvida em um exercício com a presença do CSO pelo
menos uma vez por ano. Registros de todos os treinamentos deverão ser feitos no Livro de
Proteção do Navio. Um Programa de Treinamento, elaborado pelo SSO em conjunto com o
CSO, contendo todas as tarefas indicadas acima e os períodos em que os exercícios deverão
ser realizados deverá ser desenvolvida anexado no Plano de Proteção do Navio.

CENÁRIO DOS EXERCÍCIOS

Os exercícios realizados devem ser variados e desafiadores. Os detalhes relativos ao cenário


devem ser adequados para permitir que o exercício seja realista, mas não devem ser tão
impositivo que impeça variações e a introdução de ocorrências inesperadas nos exercícios.

PLANEJAMENTO DOS EXERCÍCIOS.

Os exercícios devem ser realizados no momento que não prejudique as operações.

Deve haver elementos surpresa durante a realização do exercício, entretanto balanceada com
segurança e com as demais necessidades operacionais.

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ANEXO DE EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. COMO INFORMAR UM INCIDENTE DE PROTEÇÃO ?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

2. CITAR OS NÍVEIS DE PROTEÇÃO MARITIMA DE UM GOVERNO CONTRATANTE.


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

3. DESCREVA O QUE É PLANO DE CONTINGÊNCIA.

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

4. QUEM É O REPRESENTANTE DO COMANDO DA MARINHA DO BRASIL NA


INTERFACE COM A MARINHA MERCANTE ?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

5. O QUE É GOVERNO CONTRATANTE ?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

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6. DEFINA PIRATARIA.
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7. DEFINA ROUBO ARMADO.


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8. CITE TRÊS TIPOS DE AMEAÇAS A PROTEÇÃO.

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9. QUE ORGÃO É RESPONSÁVEL POR CENTRALIZAR AS INFORMAÇÕES RECEBIDAS


E TRANSMITI-LAS PARA ORGÃOS COMPETENTES ?
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10. QUEM É A AUTORIDADE MARÍTIMA NO BRASIL ?

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GLOSSÁRIO

AIT Atestado de inscrição temporária;


AJB Águas jurisdicionais brasileiras;
ALPH Agente de lançamento e pouso de helicóptero;
AP Água pressurizada;
CAB Equipe de controle de avarias;
CAVO Compressão; Abrir vias aéreas; Boa ventilação;
CIPA Comissão interna de prevenção de acidentes;
COSPAS/SARSAT Sistema de satélites russos e americanos;
DEA Desfibrilador externo automático;
DESA Desfribilador externo semi-automático
DPC Diretoria de portos e costas;
EMCIA Emergency Position Indicating Radio Beacon;
EPI Equipamento de proteção individual;
EPIRB Equipe de manobra de combate a incêndio em aeronave;
EPR Equipamentos de proteção respiratória;
FISPQ Ficha de informações de segurança de produto químico;
FPSO Floating Production Storage and Off-loading;
FSO Floating Storage and Offloading;
GEPLAT Gerente da plataforma;
GMDSS Global maritime distress & safety system;
GSSTB Grupo de segurança e saúde no trabalho a bordo de navios mercantes;
HELP Heat escape lessening posture;
IMO International maritime organization / Organiação Marítima Internacional;
Sistema de satélite geoestacionário que recebe informação de um
INMARSAT
EPIRB;
IPVS Imediatamente perigosa à vida e saúde;
ISPS CODE Código internacional para proteção de navios e instalações portuárias;
JSA Job safety analysis / análise de segurança do trabalho;
LIE Limite inferior de explosividade;
LII Limite inferior de inflamabilidade;
LSA Life saving appliance;
LSE Limite superior de explosividade;
LSI Limite superior de inflamabilidade;
Maritime pollution convention (convenção internacional para prevenção
MARPOL
da poluição por navios;
MODU Mobile offshore drilling unit;
MTE Ministério do trabalho e emprego;
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CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

NFPA National fire protection association;


NR Norma regulamentadora;
OIM Gerente de instalção offshore;
OIT Organização internacional do trabalho;
PCMSO Programa de controle médico e saúde ocupacional;
PCR Parada cardiorrespiratória;
PEI Plano de emergência individual;
PLS Posição lateral de segurança;
PNT Profissional não tripulante;
PPM Partes por milhões;
PPRA Programa de prevenção de riscos ambientais;
Port state control (controle do Estado sobre embarcações de bandeira
PSC
estrangeira;
PSE Primeiros socorros elementar;
PT Permissão para trabalho;
PTE Permissão de trabalho e entrada;
ECP Ressuscitação cardiopulmonar;
SART Search an rescue transponder;
SCQ Superfície do corpo queimada;
Serviço especializado em engenharia de segurança e medicina do
SESMT
trabalho;
SIPAT Semana interna de prevenção de acidentes do trabalho;
SNC Sistema nervoso central;
SOLAS International convention for the safety of life at sea;
Shipboard oil pollution emergency plan / plano de emergência contra
SOPEP
poluição a bordo;
SPR Segurança social e responsabilidade social;
Internacional convention on standards os training, Certification and
STCW
watchkeeping for seafarers;
TCE Traumatismo cranioencefálico;
TEMPSC Totally enclosed motor propelled survival craft;
TF Tropical fresh;
TPA Roupa de proteção térmica;
TRM Traumatismo raquimedular;
VHF Very high frequency;
WNA Winter north atlantic / Inverno do atlânticonorte;
ZEE Zona econômica exclusiva.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

a) Brasil. Marinha do Brasil. Manual de Sobrevivência – Imprensa Naval. Rio de Janeiro. 1990.

b) REZENDE, Celso Antônio Junqueira. Manual de Sobrevivência no mar. Rio de Janeiro. 1992.

c) Wright, C. H. Survival at Sea: The Lifeboat and Liferaft. Liverpool: The James Laver Printing
Co. Ltd., 1986.

d) Lee, E. C. B. and Lee, K. Safety and Survival at Sea. London: W. W. Norton, 1980.
201
CBSP – Curso Básico de Segurança de Plataforma

e) International Maritime Organization. Código Internacional para Proteção de Navios e


Instalações Portuárias – ISPS Code, London, 2003.

f) Recomendações para o Treinamento e Certificação de Pessoal em Unidades Offshore


Móveis (MOU). Resolução A. 1079(28). Adotada em 04 de dezembro de 2013.

g) BRASIL. Marinha do Brasil. Centro de Adestramento Almirante Marques de Leão - CAAML-206


Manual de Primeiros Socorros. Niterói, RJ: 2006.

h) Instituto Nacional de Emergências Médicas – Organização Mundial de Saúde – Guia Médico


Internacional para Barcos. Tradução da Organização Mundial da Saúde. Genéve: 1988.

i) BERGERON, J. David e Gloria Bizjak. Primeiros Socorros. Editora Atheneu, São Paulo, SP: 2004.

j) CAMPBELL, John Emory. Basic Trauma Life Support – BTLS. CAME, Alabama, EUA: 1999.

k) SANTOS, Raimundo Rodrigues et al, Manual de Socorro de Emergência. Editora Atheneu, 2000.

l) BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho. NORMA


REGULAMENTADORA (NR-30).

m) CARDELLA, Benedito. Segurança no Trabalho e Prevenção de Acidentes. Uma abordagem holística.


Ed. Atlas, 1999.

n) NOGUEIRA, Nildo Ribeiro. Desenvolvendo as competências profissionais. 1ª ed. São Paulo: Érica,
2001.

o) OLIVEIRA, Sebastião Mauro. Apostila de Segurança do Trabalho. CIAGA. RJ. 2006.

p) BRASIL. Marinha do Brasil. Diretoria de Portos e Costas. Manual do Curso Especial Básico de
Combate a Incêndio. Rio de Janeiro, 2002.

q) Centro de Adestramento "Almirante Marques de Leão". Manual de Combate a Incêndio. Rio de


Janeiro, 1998.

r) Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho. Norma


Regulamentadora NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e
Reparação Naval. Portaria SIT No 200, de 20/01/2011.

s) DUARTE, Moacyr. Riscos Industriais, Etapas para a Investigação e a Prevenção de Acidentes. Rio de
Janeiro, Funenseg, 2002.

t) FALCÃO, Roberto José Kassab. Tecnologia de Proteção Contra Incêndio. Edição 1995. 3

u) JORDÃO, Dácio de Miranda. Manual de Instalações Elétricas em Indústrias Químicas, Petroquímicas


e de Petróleo. 3ª edição. Rio de Janeiro, Qualitymark. Edição 2002.

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