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O docente explica que Guimarães Rosa recusa a escrita fácil, para ele, a
escrita tem que ser saboreada, como uma fruta. É um momento de gosto,
reflexão e descobertas. Nesse sentido, para integrar o estudante na literatura
de Guimarães, Roncari faz uma breve síntese de outras estórias. “É possível
ver no livro um movimento que reproduz o ciclo de um dia, da manhã à
noite. Campo Geral faria parte das estórias matinais, que teriam seu ápice com
outras mais solares, como A Estória de Lélio e Lina, que seria o pico do meio-
dia, e fecharia com a noturna, Buriti. Os fios tênues que amarram o conjunto
delas são algumas personagens de Campo Geral que voltam a aparecer em
outras, como a principal delas, o menino Miguilim, que ressurge na
última, Buriti, agora já adulto, como Miguel”.
Terra Sonâmbula
Vilto Reis, autor do livro “Um gato chamado Borges”, professor de escrita
criativa e dono do blog “Homo Literatus”, afirma que: “Mia Couto é um
português que não é nosso, mas que também não é de Portugal, é o que logo
se nota ao pegar nas mãos o livro Terra Sonâmbula”. De acordo com o
professor, as palavras parecem pertencer a um outro local, que não poderia ser
o urbano brasileiro ou português; é algo mais profundo e arcaico, mas ao
mesmo tempo atual, como se o autor tivesse encontrado no português uma
maneira de transparecer a alma e as lendas africanas.