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ÒKÒTÓ

 Òkòtó é uma espécie de caracol e aparece nos motivos das esculturas e como
emblema entre os que fazem parte do culto de Èsú. Ele consiste em uma
concha cônica cuja base é aberta, utilizado como um pião. O Òkòtó representa
a história ossificada do desenvolvimento do caracol e reflete a regra segundo a
qual se deu o processo de crescimento; um crescimento constante e
proporcional, uma continuidade evolutiva de ritmo regular. O Òkòtó simboliza
um processo de crescimento. O Òkòtó é o pião que apoiado na ponta do cone-
um só pé, um único ponto de apoio- rola espiraladamente” abrindo-se a cada
revolução, mais e mais, até converter-se numa circunferência aberta para o
infinito (cume oco). É Ifá quem diz; ” ò ni, òkòtó, ò ni, Agbegbe lójú bèè ló si n fi
esè kan gogogo pòòyi rányinrányin kálè” trad; Ele diz; òkòtó (pião-caracol), Ele
diz; ele tem um amplo cume oco.
Assim òkòtó com uma só perna rola por toda a superfície do solo. Esse odù foi
recitado pelo Babálawo Ifátoogun para ilustrar as múltiplas variedades de Èsú-
orísírisí Èsú– para explicar seu papel como fator de expansão e de crescimento
a partir de um único Èsú_ o pé do òkòtó, Àgbá Èsú_ de cuja natureza as
múltiplas unidades participam. Òkòtó ilustra não só que os Èsú, “apesar de
numerosos, sua natureza e sua origem é única “, mas também ele explica o
significado dinâmico, sua maneira de crescer e de se multiplicar “em espiral “.
Èsú é Um multiplicado ao infinito. Em numerosos textos e cantigas encontra-se
essa relação de Èsú com o número 1. Assim, numa parte do itan que ilustra
esse Odù, conta-se que, quando Èsú acabou de se preparar para vir do òrun
ao àiyé já que “queria abençoar aqueles que não eram numerosos na terra, e
porque ele percebia claramente que as cidadezinhas se lastimavam
amargamente por não crescer “, ele convocou todos os seus descendentes no

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òrun, “os filhos de seus filhos, de geração a geração”, e os contou durante
longo tempo; “eram mil e duzentos, Àgbà Èsú, ele próprio, o rei de todos,
acrescentou UM a seu número, o que fez 1201”. Assim interpretasse que “a
adição de uma unidade ao número redondo evoca a continuação… o número
redondo, ao contrário, … marca uma paralisação na numeração, logo, por
analogia, uma paralisação das relações sociais das partes, um limite. ” Essa
capacidade dinâmica de Èsú que tanto permite a Sàngo lançar suas pedras de
raio como a Òsányìn preparar seus remédios, esse poder neutro que permite a
cada ser mobilizar e desenvolver suas funções e seus destinos, é conhecido
sob o nome de Agbára. Èsú é o senhor-do-poder, Elegbára, ele é ao mesmo
tempo seu controlador e sua representação. Olórun delegou esse poder a Èsú
ao entregar-lhe o Àdó-irán, a cabaça que contém a força que se propaga. O
Àdó-irán constitui um de seus principais emblemas e está presente nos
“assentos” e em numerosas esculturas sob a forma de uma cabaça de longo
pescoço apontando para o alto que Èsú carrega em sua mão. Princípio
dinâmico e símbolo complexo que participa de tudo o que existe, em sua força
abstrata, Èsú só precisa apontar seu àdó para transmitir a força inesgotável
que tem. Èsú, como Ifá, possui um culto e sacerdotes, mas por causa de seu
significado está ligado a todos os cultos dos ìrúnmolè, tanto òrisà como
ancestrais, participando de todos eles. Èsú o primogênito do universo. “ORERE
TI NDU ORI ELEMERE, BABÁ MI TA MI L’ORE OLA MO SIRE AGBE RODE O
” . Trad; Èsú o bondoso, que se preocupa, em melhorar a qualidade de vida, de
todos os seres. Oh! meu pai, me presenteie com a prosperidade, fui propagar a
sua sabedoria à todas as pessoas.
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Èsù Okoto

O Senhor da evolução, representado pelo caracol.


Diferentes origens de Èsù são narradas em diversos itan de Ifá. Uma delas,
que determina a ligação existente entre Èsù e Òrúnmìlá, contida no Odù Ogbè
‘Òkánrán, conta que:
Quando Olódùmarè e Obàtálá estavam começando a criar o ser humano,
criaram, antes, a Èsù. Tendo visto Èsù na casa de Obàtálá, Òrúnmìlá
demonstrou o desejo de possuir um, mas foi-lhe recomendado que voltasse um

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mês mais tarde porque tudo o que vira estava ainda em fase experimental.
Inconformado, Òrúnmìlá insistiu tanto que Obàtálá resolveu atender à sua
vontade, orientando-o para que pusesse as mãos sobre a cabeça de Èsù e
que, voltando para casa, fizesse sexo com sua mulher. Tudo foi feito de acordo
com a orientação de Obàtálá e, doze meses depois, Yebìirú, mulher de
Òrúnmìlá, deu à luz um filho do sexo masculino e porque Obàtálá dissera que a
criança seria Alágbára (Senhor do Poder), Òrúnmìlá resolveu chamá-lo de
Elégbára. Logo que seu pai pronunciou seu nome, a criança começou a chorar
e a dizer: Iyá, iyá, ng o je eku – (Mãe, mãe, eu quero comer preás). Ouvindo os
apelos de seu filho, a mãe respondeu de imediato: Omo naa jeé! – Filho, come,
come! Omo l’okun, – Um filho é como contas de coral vermelho, Omo ni de –
Um filho é como cobre, Omo ni jìngìndìnrìngìn, Um filho é como uma alegria
inextinguível, A mu se yì, mù s’òrun – Uma honra apresentável, que nos Ara
eni. – nos representará depois da morte. O relato se estende mostrando como
Esù, servido por sua mãe, devorou todos os quadrúpedes, aves e peixes e, não
tendo mais nenhum animal sobre a face da terra, engoliu a própria mãe.
Assustado com o ocorrido, Òrúnmìlá consultou o oráculo e lhe foi recomendado
fazer um ebó composto de uma espada, um bode e quatorze mil cawuries
(búzios).

Feita a oferenda, Òrúnmìlá aproximou-se de Èsù, que não parava de chorar e


de gritar.

“Bàbá, bàbá, ng ò je ó ó!”

(Pai, pai, eu quero comê-lo!)

Berrou o menino.

Òrúnmìlá, então, cantou a canção da mãe de Èsù e quando este se aproximou


para devorá-lo, atacou-o com a espada do ebó. Èsù foi então cortado em
duzentos pedaços e cada pedaço transformava-se num novo Yangi, num novo
Èsù. A perseguição se estendeu pelos nove òrun e, em cada um deles, Èsù era
seccionado em duzentas partes e cada uma delas se transformava num novo
Yangi. No último òrun, depois de ser novamente retalhado, Èsù propôs um
pacto a Òrúnmìlá: Cada Yangi seria uma representação sua e Òrúnmìlá
poderia consultá-los e mandá-los executar trabalhos sempre que fosse

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necessário. Òrúnmìlá, então, perguntou-lhe por tudo o que havia devorado,
inclusive sua mãe, e Èsù respondeu:

“Òrúnmìlá kí o maa kési oun bí ó bá féé gba gbogbo àwon nkan bi eran ati eye
tí òun ó máà ràn án lówó láti gbà padà fún láti owo àwon Omo aràyé”.

(Òrúnmìlá deveria chamá-lo se ele quisesse recuperar a todos e cada um dos


animais e aves que ele tinha comido sobre a terra; ele, Èsù os assistiria para
reavê-los nas mãos dos seres humanos).

O que a lenda ensina é que Èsù é um só subdividido em incontáveis partes e


desta forma, todos os seres humanos, animais e vegetais, assim como os
próprios òrìsà possuem os seus Èsù individuais. Èsù é o comunicador, o
intermediário, o policial, o juiz e o carrasco e, da mesma forma que castiga os
malfeitores, premia aqueles que agem corretamente. Èsù é, portanto, a
divindade de maior atuação no contexto religioso da religião dos òrìsà. Èsù
resulta da interação de Obàtálá e Odùdúwà e como o primeiro elemento
procriado seria a personalização da energia que reúne os átomos,
possibilitando a diferenciação da matéria a partir de uma essência única. Ele é
o grande transformador, o comunicador, o intermediário entre os homens e as
divindades e entre estas e o supremo criador. O exposto acima é uma
compilação do livro Èsù a Pedra Fundamental. Àsè.

O Astral do Inovador, Èṣù Òkòtó


Èṣù Òkòtó
O habilidoso inovador influenciará na sedução e ajudará no dinheiro. Cautela
com a impulsividade.
SIMBOLOGIA:
Òkòtó ìtànkálẹ́ (caracol da evolução), Dia: segunda-feira, bom para contratos.
OFERENDA:
Ẹran epo dídùn (carne acebolada no azeite doce).
CORES:
Branco, vermelho e preto que simbolizam legalidade e atraem progresso.
CARACTERÍSTICAS DO ORIXÁ:

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Òkòtó é uma das denominações de Èsù (Orixá da comunicação). Òkòtó é
responsável pelo progresso humano. É ele que através da sua força evolutiva
concede ou não, segundo a determinação de Olódùmarè, que o homem
possua bens materiais. É Òkòtó que impulsiona o movimento de todo o
comércio do mundo.
AXÉS & MAGIAS:
As energias de Òkòtó contribuirão no sentimento. No trabalho, o momento é
para pedir aquele tão desejado aumento. No amor, com a sensualidade
potencializada por Òkótó, o casal pode caprichar no prazer.

Para abertura de caminhos:


Lave um dado com folhas de amendoeira, e leve-o numa encruzilhada dizendo:
Exu Òkòtó tu és forte, então me traga boa sorte! Guarde esse dado em casa,
no meio de muitas moedas.
TEMAS CULTURAIS:
Irin Mímọ́ (as ferramentas sagradas), simbolizam atributos e áreas da natureza
dominada por cada Orixá. Elas são consagradas em rituais próprios, que as
nutrem com o Àsè do Òrìsà.
CANTINHO DO INTERNAUTA:
E-mail de Edu Lírio: O desequilíbrio da natureza com os crimes ambientais,
desencadeia a cólera das Ìyámì Ajẹ́.
SIMPATIA PARA SEDUÇÃO:
Desfaça numa vasilha com água, duas balas de coco e adicione cinco gotas de
essência de anis. Coe, e tome banho do pescoço para baixo. Coloque uma
roupa íntima vermelha. Faça com fé, e se torne irresistível!
Para fortalecer a libido:

Enrole num rolete de cana de açúcar, o nome da pessoa escrito sete vezes a
lápis vermelho. Depois, enrole por cima uma roupa íntima sua, e enterre aos
pés de uma bananeira.

SIMPATIA PARA TER SUCESSO EM ENTREVISTA:

Na noite anterior a entrevista de emprego, coloque debaixo do travesseiro uma


moeda qualquer dizendo: "Noite de Deus traga-me trabalho!" No dia seguinte,
coloque a moeda na carteira e vá na entrevista! Faça com fé e tenha sucesso!
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Corredeira: Usada nos assentamentos de Exu. Sua ótima fazer pó para afastar
pessoas indesejadas. Misture pó de chifre de veado ou de bode ou cabrito com
pimenta da costa, raiz de corredeira (peça permissão a Omolu para colher a
raiz). Misture tudo com pó de pemba e jogue na pessoa sem que ela perceba.
Pode jogar nos sapatos meias ou roupas.

10/12/2021

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