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MATEMÁTICA

3º Ano Pré-secundário

Autores
Claudete Kiss
Gilvan Ribeiro Aragão
Jaime Pereira Reis

Colaboradores
João Reis da Cruz
Sérgio de Carvalho

Dili – Timor-Leste
2007
Revisor
Everaldo José Freire
Capa
Daniel Clós Cesar
Coordenador Geral da Cooperação – CAPES
Fernando Spagnolo
Coordenação PROCAPES
Luiz Fernando Ferreira da Silva

__________ 2 __________
Agradecimento

Aos professores João Reis da Cruz, da Escola Pública


Hera, e Sérgio de Carvalho, da Escola Paulo VI, do
distrito de Dili, representantes dos professores de Timor-
Leste. Ambos acreditaram na proposta e trabalharam
conosco em todo o processo de elaboração desse material,
com muito profissionalismo e dedicação.

__________ 3 __________
Apresentação

“A educação é um ato de amor e,


portanto, um ato de coragem. Não
pode temer o debate, a análise da
realidade; não pode fugir à discussão
criadora, sob pena de ser uma farsa.”

Paulo Freire

O material didático Matemática para o 3º ano do Ensino Pré-


secundário é produto do trabalho realizado em parceria entre os professores
Jaime Pereira Reis, Claudete Kiss e Gilvan Ribeiro Aragão - da cooperação
brasileira, e os professores João Reis da Cruz e Sérgio de Carvalho,
representantes dos professores do Timor-Leste.
Os tópicos aqui apresentados, definidos e discutidos atendem ao
currículo transitório, de acordo com as linhas orientadoras de matérias para o
ensino pré-secundário, cabendo ressaltar que consistem numa referência comum
a todos os professores e não uma referência única para o exercício da docência,
pois é papel do professor consultar mais de uma obra para o planejamento e
execução de suas aulas.
O presente material didático está organizado em capítulos que abordam
conceitos, definições, exemplos resolvidos e exercícios, resultantes de pesquisa,
discussão e análise entre professores brasileiros e timorenses.
Por fim, cabe ressaltar o quão significativos foram os grupos de estudos
realizados pelos professores brasileiros e timorenses para se evidenciar
peculiaridades da matemática do 3º ano do ensino pré-secundário, pois somente
a interação de ambos permitiu a elaboração de um material o mais próximo
possível da realidade de Timor-Leste.

__________ 4 __________
Daí a importância de um agradecimento especial aos professores João e
Sergio que acompanharam e colaboraram no processo de elaboração do material
Matemática para o 3º ano do Ensino Pré-secundário, viabilizando, assim, se
pensar num material que viesse a atender aos anseios dos educadores de
matemática do Timor-Leste.
Aos demais educadores do país, fica o desejo de êxito no exercício da
docência e a expectativa de se ter contribuído da melhor forma possível com a
educação, mola mestre do desenvolvimento de uma Nação.

Os autores

__________ 5 __________
SUMÁRIO

1. ÁREA E VOLUME DE SÓLIDOS 10

1.1 Estudo do cubo .................................................................................. 11


1.2 Estudo do paralelepípedo ................................................................. 13
1.3 Estudo do prisma .............................................................................. 16
1.4 Estudo do cilindro ............................................................................. 18
1.5 Estudo do cone .................................................................................. 21
1.6 Estudo da Pirâmide .......................................................................... 24
1.7 Estudo da esfera ................................................................................ 26

2. TRANSFORMAÇÕES 29

2.1 Reflexão ............................................................................................. 30


a) Reflexão pelo eixo x ............................................................................. 30
b) Reflexão pelo eixo y ............................................................................ 31
c) Reflexão pelo eixo x = h ...................................................................... 32
d) Reflexão pelo eixo y = k ...................................................................... 33
e) Reflexão pelo eixo x = y ...................................................................... 35
f) Reflexão pelo eixo y = – x .................................................................... 36
2.2 Translação de pontos no plano cartesiano pela soma de vetores .. 37
2.3 Rotação .............................................................................................. 38
2.4 Dilatação ............................................................................................ 40

3. ESCALA 41

3.1 Ampliação e redução ....................................................................... 43


3.2 Proporção em triângulos ................................................................. 44
3.2.1 Características de dois triângulos congruentes ............................... 47

__________ 6 __________
3.2.2 Critérios de congruência de dois triângulos ................................... 47

4. CÍRCULO E CIRCUNFERÊNCIA 50

4.1 Algumas relações entre arco, setor circular, ângulo central e 52


área do segmento circular ......................................................................
4.2 Ângulo central e ângulo inscrito em uma circunferência ............ 54
4.3 Ângulos entre dois arcos ................................................................. 60
4.3.1 Ângulos opostos pelo vértice, internos à circunferência ................ 60
4.3.2 Ângulos opostos pelo vértice, externos à circunferência ............... 62
4.4 Relação entre segmentos de retas tangentes à circunferência ..... 65
4.5 Posição relativa entre dois círculos ................................................ 65
4.5.1 Posição relativa entre retas e circunferências ................................. 66
4.5.1.1 Retas tangentes e externas à circunferência ............................... 66
4.5.1.2 Retas tangentes e internas às circunferências ............................. 67
4.6 Polígono circunscrito à circunferência .......................................... 69
4.7 Polígono inscrito à circunferência .................................................. 71

5. OPERAÇÕES ALGÉBRICAS 73

5.1 Adição e subtração com termos semelhantes .................... 75

5.1.1 Adição de termos algébricos ........................................................... 75


5.1.2 Subtração de termos algébricos ...................................................... 75
5.2 Multiplicação de termos algébricos ...................................... 76

5.3 Fatoração ...................................................................................... 77

5.3.1 Primeiro caso: ax + ay = a.( x + y ) .................................................... 78

5.3.2 Segundo caso: x 2 + 2.x. y + y 2 = ( x + y ).( x + y ) = ( x + y ) 2

x 2 − 2.x. y + y 2 = ( x − y ).( x − y ) = ( x − y ) 2 .................. 78

5.3.3 Terceiro caso: x 2 − y 2 = ( x − y ).( x + y ) ............................................ 79

__________ 7 __________
5.3.4 Quarto caso: ax 2 + bx + c = a.( x − x1).( x − x2 ) ..................................... 80

5.4 Frações algébricas ...................................................................... 84


5.4.1 Operações entre frações algébricas ................................................. 84
5.4.1.1 Adição .......................................................................................... 84
5.4.1.2 Subtração ..................................................................................... 85
5.4.1.3 Multiplicação ............................................................................... 86
5.4.1.4 Divisão ......................................................................................... 87

6. SEQUÊNCIAS 89

6.1 Triângulo de Pascal ........................................................................ 90


6.2 Seqüência .......................................................................................... 92
6.2.1 Definições: Lei de formação, seqüência e termo de uma 92
seqüência ..................................................................................................

7. RELAÇÕES MÉTRICAS NO TRIÂNGULO RETÂNGULO 95

7.1 Introdução à trigonometria ............................................................. 96


7.1.1 Teorema de Pitágoras …………………………………………….. 96
7.2 Estudo do seno, cosseno e tangente no triângulo retângulo ......... 99
7.2.1 Seno ……………………………………………............................ 99
7.2.2 Cosseno ……………………………………………....................... 100
7.2.3 Tangente do ângulo agudo ………………….................................. 101
7.3 Seno, cosseno e tangente de ângulos fundamentais ....................... 102
7.3.1 Cálculo do seno, cosseno e tangente de 30º e 60º .......................... 102
7.3.2 Cálculo do seno, cosseno e tangente de 45º ................................... 103

REFERÊNCIAS ..................................................................................... 107

__________ 8 __________
Mudanças

O tempo pôs a mão na tua cabeça e ensinou três


coisas. Primeiro: você pode crer em mudanças
quando duvida de tudo, quando procura a luz dentro
das pilhas, o caroço nas pedras, a causa das coisas,
seu sangue bruto. Segundo: você não pode mudar o
mundo conforme o coração. Tua pressa não apressa
a História. Melhor que teu heroísmo, tua disciplina na
multidão. Terceiro: é preciso trabalhar todo dia, toda
madrugada para mudar um pedaço de horta, uma
paisagem, um homem.
Mas mudam, essa é a verdade.
Domingos Pellegrini Jr.

__________ 9 __________
Capítulo 1

ÁREA E VOLUME
DE SÓLIDOS

“Por que nos torna tão pouco felizes esta maravilhosa


ciência aplicada, que economiza trabalho e torna a
vida mais fácil? A resposta é simples: porque ainda
não aprendemos a nos servir dela com bom senso.”
Einstein

__________ 10 __________
1. ÁREA E VOLUME DE SÓLIDOS

1.1 ESTUDO DO CUBO

Definição: O cubo é uma figura espacial, cujas faces são seis quadrados
congruentes, ou seja, com as mesmas medidas.

H G

F
E

D C

A B

Características:
As faces ABCD e EFGH são paralelas e se chamam bases.
As faces BCGF , ADHE , ABFE e DCGH são paralelas duas a duas e
chamam-se faces laterais do cubo.
Os pontos A, B, C , D, E , F , G e H são os vértices do cubo.
Os segmentos AB , BC , CD , DA e os segmentos paralelos a eles são
chamados arestas da base.
Os segmentos EA , FB , GC , HD

__________ 11 __________
Planificação:
H G

D C G H D

A
B F E A

E F

Área do cubo:
A área total do cubo pode ser calculada através da soma da área da base
com a área lateral, ou se fazendo seis vezes o quadrado da medida da aresta,
visto que o cubo possui seis faces com arestas de mesma medida.
AT = Ab + Al ou AT = 6.l 2

Volume do cubo:
O volume do cubo pode ser obtido multiplicando-se a área da base pela
sua altura, onde h = 1 , pois a altura coincide com uma aresta, ou elevando-se a
medida da aresta ao cubo.
V = Ab .h ⇒ V = Ab .l ou V = l 3

Exemplo:
Sabendo que a aresta de um cubo mede 5,7cm , calcule a área total e o volume
desse cubo.
Resolução:
V = l3
l = 5,7cm AT = 6.l 2
V = (5,7cm)3
AT = 6.(5,7cm) 2
V = 185,19cm3
AT = 6.(32,49cm 2 )

AT = 194,94cm 2

__________ 12 __________
Exercícios:

1) Calcule a área total e volume de um cubo cuja aresta tenha comprimento de


8cm .

2) Qual o volume em cm3 de um cubo cuja aresta seja de 0,5m ?

3) Sabendo que o volume de um cubo é igual a 27m3 , qual o comprimento de


sua aresta em cm ?

4) Se a área total de um cubo é de 216cm 2 , calcule o seu volume.

1.2 ESTUDO DO PARALELEPÍPEDO

Definição: O paralelepípedo é uma figura espacial, cujas faces são


retangulares e paralelas duas a duas.

H
G

E F

D C
A B

Características:
A base do paralelepípedo é um retângulo ou um quadrado.
As faces ABCD e EFGH são paralelas e se chamam bases,
respectivamente, inferior e superior.
As faces BCGF , ADHE , ABFE e DCGH são paralelas duas a duas e
chamam-se faces laterais.
Os pontos A, B, C , D, E , F , G e H são os vértices do paralelepípedo.
Os segmentos AB , BC , CD , DA e os segmentos paralelos a eles são
chamados arestas da base.
__________ 13 __________
Os segmentos EA , FB , GC , HD são chamados arestas laterais.

Planificação:
H G
E F

D C
A B

A B

E F

H G

Área do paralelepípedo:
A área total do paralelepípedo pode ser obtida somando-se a área lateral
com o dobro da área da base.
AT = AL + 2. Ab

Tanto a área da base quanto a área lateral do paralelepípedo são obtidas


calculando a área de retângulos.
Como a base é um retângulo, tem-se que Ab = l1 . l2 ( Ab = l 2 caso a base
seja um quadrado).
As faces laterais do paralelepípedo são iguais duas a duas. Portanto, para
calcular a área lateral de um paralelepípedo, basta calcular a área dos retângulos
na figura planificada.

__________ 14 __________
Volume do paralelepípedo:
Para calcular o volume do paralelepípedo, multiplica-se a área da base
pela altura, observando-se o quadrilátero que corresponda à base.
V = Ab .h

Exemplo:
Qual a área total e o volume de um paralelepípedo cujas medidas são 25cm ,
12cm e 10cm ?

Resolução:

10 cm

12 cm
25 cm

AT = AL + 2. Ab

AT = 2.(25cm.10cm) + 2.(12cm.10cm) + 2.(25cm.12cm)

AT = 2.(250cm 2 ) + 2.(120cm 2 ) + 2.(300cm 2 )


AT = 500cm 2 + 240cm 2 + 600cm 2

AT = 1.340cm 2
Ou:
AT = 2.(25cm.10cm + 12cm.10cm + 25cm.12cm)

AT = 2.(250cm 2 + 120cm 2 + 300cm 2 )

AT = 2.(670cm 2 )

AT = 1.340cm 2

V = Ab. h
V = 300cm . 10cm
V = 3.000cm3

__________ 15 __________
Exercícios:

1) Calcule a área total e o volume de um paralelepípedo sendo suas medidas


iguais a 2m , 3m e 4m .

2) Sabendo que a área total de um paralelepípedo é 208cm 2 , que seu


comprimento é igual a 8cm e largura igual a 6cm , qual o valor de sua altura?

3) Sabendo que o volume de um paralelepípedo é igual a 60cm3 , seu


comprimento vale 5cm e largura 4cm , calcule sua altura.

1.3 ESTUDO DO PRISMA

Definição: O prisma é uma figura espacial de bases paralelas e


congruentes. Suas arestas laterais também são paralelas e congruentes.

Exemplos de alguns prismas e suas bases:

base
triangular base base
quadrangular pentagonal

As bases do prisma podem ser triangular, retangular, pentagonal,


hexagonal etc.
Quando o ângulo formado entre a aresta lateral e a aresta da base for
igual a 90° , o prisma é chamado de prisma reto e quando o ângulo formado

__________ 16 __________
entre a aresta lateral e a aresta da base for diferente de 90° , ele será um prisma
oblíquo.

Área do prisma:
A área do prisma é calculada fazendo-se a soma da área das duas bases
com a área lateral.
AT = 2. Ab + Al

É preciso considerar que:


Ab : A área da base de um prisma está relacionada à figura plana que

forma sua base, podendo ser triângulo, retângulo, pentágono, hexágono etc.
Al : A área lateral do prisma será sempre a soma da área de retângulos.

Sendo assim, a quantidade de retângulos será igual à quantidade de arestas da


base que o prisma possui.

Volume do prisma:
O volume do prisma é igual ao produto da área da base pela altura do
prisma.
V = Ab .h

Exemplo:
Um prisma de base retangular medindo 4,5cm por 6,3cm tem uma altura de
5,7cm . Calcule a área total e o volume desse prisma.

Resolução:
AT = 2. Ab + Al

AT = 2.(4,5cm.6,3cm) + 2.(4,5cm.5,7cm) + 2.(6,3cm.5,7cm)

AT = 2.(28,35cm 2 ) + 2.(25,65cm 2 ) + 2.(35,91cm 2 )

AT = 56,7cm 2 + 51,3cm 2 + 71,82cm 2 )

AT = 179,82cm 2

__________ 17 __________
V = Ab .h

V = 28,35cm 2 .5,7cm 2

V = 161,59cm 2

Exercícios:

1) Um prisma possui como base um triângulo retângulo. Seus catetos valem


6cm e 8cm . Qual o volume do prisma se sua altura é igual a 10cm ?

2) O volume de um prisma de base quadrangular é igual a 1.000cm3 . A altura


desse prisma é igual a 10cm . Uma aresta da base desse prisma com
comprimento de 20cm . Calcule a área total do prisma.

3) A área de um hexágono regular pode ser calculada com a ajuda da fórmula


3.a 2 . 3
A= , onde a é igual à aresta da base. Qual deve ser a altura de um
2
prisma de base hexagonal, cujos aresta da base e o volume valem
respectivamente 10cm e 150cm3 ?

1.4 ESTUDO DO CILINDRO

Definição: Cilindro circular reto é o sólido gerado pela rotação de 360°


de um retângulo em torno de um eixo que contém um de seus lados.

__________ 18 __________
r

lado b
h = lado b

r
lado a

Observe que as bases do cilindro são círculos cujos raios possuem a


mesma dimensão do lado que não estava apoiado no eixo de rotação. Na figura
acima, a altura do cilindro possui a mesma dimensão do lado apoiado no eixo de
rotação.

Planificação:

raio

altura

comprimento da circunferência

raio

Área lateral:
A área lateral do cilindro corresponde ao produto do comprimento da
circunferência (2.π .r ) pela altura.
Al = 2πr.h

__________ 19 __________
Área da base:
A base do cilindro é uma circunferência, cuja área é calculada
multiplicando-se π pelo quadrado da medida do raio.
Ab = π .r 2

Área total:
A área total do cilindro abrange a soma da área lateral com o dobro da
área da base, visto que são duas bases que compõem o cilindro.
AT = Al + 2. Ab

Volume do cilindro:
O volume do cilindro corresponde ao produto da área da base pela altura
do cilindro.
V = Ab .h

Observação: Lembre-se que o valor de π (pi), que é aproximadamente


3,1415926536 , é obtido quando se divide o comprimento da circunferência pelo

diâmetro do círculo.
22
Uma aproximação do valor de pi pode ser obtida pela fração . Essa
7
fração se aproxima de pi até a segunda casa decimal.

Exemplo:
Num cilindro reto, o raio da base mede 4cm e a altura, 10cm. Qual é a área total
e o volume desse cilindro?
Resolução:
Ab = π .r 2 ⇒ Ab = π .(4cm) 2 ⇒ Ab = 16πcm 2

Al = 2.π .r.h ⇒ Al = 2.π .4cm.10cm ⇒ Al = 80πcm 2

AT = Al + 2. Ab ⇒ AT = 80πcm 2 + 2.16πcm 2 ⇒ AT = 112πcm 2

V = Ab .h ⇒ V = 16πcm 2 .10cm ⇒ V = 160πcm3

__________ 20 __________
Exercícios:

1) Calcule o volume de um cilindro cujo raio é igual a 1m e a altura é igual a


2m .

2) Calcule a área total de um cilindro cujo diâmetro vale 8cm e a altura é igual
ao dobro do raio.

3) Sabendo que o volume de um cilindro é igual a 1.848cm3 e a altura é igual a


12cm , calcule a área total desse cilindro.

4) A área total de um cilindro é 3.872cm 2 . Se o seu raio é igual a 14cm , calcule a


altura do cilindro.

1.5 ESTUDO DO CONE

Definição: O cone circular reto é um sólido gerado pela rotação de 360 º


de um triângulo retângulo em torno de um eixo que contém um de seus catetos.

g
h g
h

r
r

Na figura, g é chamada de geratriz do cone. Ela coincide com a


hipotenusa do triângulo retângulo que gera o cone.

__________ 21 __________
Planificação:

Volume do cone:
Para calcular o volume do cone, utiliza-se o mesmo procedimento do
cálculo do volume do cilindro, considerando que ambos têm as mesmas medidas
em relação ao raio da base e à altura. Porém, como o volume do cone é um
terço do volume do cilindro, temos:
Ab . h π .r 2 .h
V= =
3 3

Área da base do cone:


Considerando que a base do cone tem a forma de um círculo, o valor Ab
é obtido fazendo-se o produto entre π e o quadrado do raio.
Ab = π .r 2

Área lateral do cone:


A área lateral do cone é obtida fazendo-se o produto entre π , raio da
base e geratriz. Cabe ressaltar que π e raio da base são conhecidos e a geratriz

pode ser calculada pela relação g = h 2 + r 2 .


Al = π .r.g

__________ 22 __________
Área total do cone:
A área total do cone consiste na soma da área da base com a área lateral.
AT = Ab + Al

Exemplo:
Qual é a área total e o volume de um cone reto que tem geratriz g com 5cm e
raio da base medindo 3cm?
Resolução:
Al = π .r.g Ab = π .r 2 AT = Ab + Al

Al = π .3cm.5cm Ab = π .(3cm) 2 AT = 15πcm 2 + 9πcm 2

Al = 15πcm 2 Ab = 9πcm 2 AT = 24cm 2

2 2 πr 2 .h
g = r +h V=
3
1
g 2 = r 2 + h2 V = .π .32.4
3

h2 = g 2 − r 2 V = 12π cm 3

h = g2 − r2

h = 52 − 32

h = 16

h = 4cm

Exercícios:

1) Calcule o volume de um cone cujo raio é igual a 3m e a altura é igual a 4m .

2) Sabendo que o raio de um cone mede 5cm e que o comprimento da geratriz é


igual a 13cm , calcule a área lateral desse cone.

__________ 23 __________
3) Os catetos de um triângulo retângulo medem b e c e a sua área mede 2m 2 . O
cone obtido pela rotação do triângulo em torno do cateto b (observe a figura
abaixo) tem volume 16πm3 . Determine o comprimento do raio da base.

g
h h d

c
r

1.6 ESTUDO DA PIRÂMIDE

Definição: Pirâmide regular é uma figura espacial, cuja base é um


polígono regular com centro coincidente com a projeção do vértice.

base
triangular base base
quadrangular pentagonal

__________ 24 __________
Planificação de uma pirâmide de base quadrangular:

aresta da
base

aresta
lateral

Volume da pirâmide:
Assim como o volume do cone está relacionado com o volume do
cilindro, o cálculo do volume da pirâmide está relacionad0 com o volume do
paralelepípedo, sendo igual a um terço do volume desse, com as mesmas
medidas da área da base e da altura.
1
V = . Ab .h
3

Área total:
A área total da pirâmide é obtida fazendo-se a adição entre a área da
base e a área lateral. A área da base deve ser calculada considerando a
respectiva figura plana que forma sua base, podendo ser triângulo, retângulo,
pentágono, hexágono etc. A área lateral será sempre a soma da área dos
triângulos que compõem cada face da figura. Sendo assim, a quantidade de
triângulos será igual à quantidade de arestas da base que o prisma possui.
AT = Ab + Al

Exemplo:
Uma pirâmide tem como base um triângulo equilátero medindo 4cm de lado e
sua altura corresponde a 6cm. Calcule o volume dessa pirâmide.

__________ 25 __________
Resolução:
b.h 1
h2 = c2 + c2 Ab = V = . Ab .h
2 3
4.3,46cm 1
4 2 = 22 + c 2 Ab = V = .6,92.5
2 3
c 2 = 12 Ab = 6,92cm 2 V = 11,53cm3

c = 3,46cm (altura do triângulo que forma a base)

Exercícios:

1) Calcule o volume de uma pirâmide, cuja base é um quadrado com lado 6m e


a altura da pirâmide é 5m .

2) Qual a área da pirâmide cuja base é um quadrado com lado 10cm e


altura12cm ?

3) Encontre a área e o volume de uma pirâmide com base hexagonal, aresta da


base igual a 5cm e 10cm de altura. Lembre-se que a área do hexágono pode ser
3a 2 . 3
calculada pela fórmula A = , na qual a é igual à aresta da base.
2

4) Calcule o volume de uma pirâmide, cuja base é um quadrado de lado 6cm e o


comprimento da aresta lateral é 8cm .

1.7 ESTUDO DA ESFERA

Definição: A esfera é uma figura espacial gerada a partir da rotação de


360 º de um semicírculo em torno de um eixo que contenha seu diâmetro.

__________ 26 __________
raio r raio r

Volume da esfera:
O volume da esfera consiste em quatro terços do produto entre π e o
cubo do raio.
4.π .r 3
V=
3

Área da esfera:
A área da esfera é o produto entre π e o quadrado do raio, multiplicado-
o por quatro.
Ae = 4.π .r 2

Exemplo:
O volume de uma esfera é de 32 dm3. Considerando π ≅ 3 , determinemos a área
da superfície esférica.
Resolução:
4.π .r 3 4.3.r 3
V = ⇒ 32dm 3 = ⇒ r 3 = 8dm3 ⇒ r = 3 8dm3 ⇒ r = 2dm
3 3
Ae = 4.π .r 2 ⇒ Ae = 4.3.(2dm) 2 ⇒ Ae = 48dm 2

__________ 27 __________
Exercícios:

1) Calcule o volume de uma esfera de raio igual a 7cm .

2) O diâmetro de uma esfera é igual a 28cm . Qual é o volume e a área dessa


esfera?

3) Calcule o raio de uma esfera, cuja área é igual a 1.256cm 2 .

__________ 28 __________
Capítulo 2

TRANSFORMAÇÕES

“Creio que o principal objetivo da educação deve ser


encorajar os jovens a duvidarem de tudo aquilo que se
considera estabelecido. O importante é a
independência de espírito.”
Bertrand Russel

__________ 29 __________
2. TRANSFORMAÇÕES

2.1 REFLEXÃO

a) Reflexão pelo eixo x

Definição: O ponto P(a, b) refletido pelo eixo x assume coordenadas


P′(a,−b) .

P ( a, b)

0 x

P′(a,−b)

Exemplo:
Quais as coordenadas do ponto P′( x, y ) , sabendo que ele é uma reflexão do
ponto P(2,5) pelo eixo x ?
Resolução:
Refletir o ponto P pelo eixo x , implica em manter a coordenada x e
inverter o sinal da coordenada y . Assim, P′(2,−5) .

__________ 30 __________
Exercícios:

1) Quais as coordenadas de P( x, y ) que dão origem ao ponto P′(−2,−3) refletido


pelo eixo x ?

2) Um ponto Q(−2,−5) sofreu uma reflexão pelo eixo x e passou a se chamar


Q′ (Q linha). Quais as coordenadas do novo ponto?

3) Um triângulo possui os vértices apoiados nos pontos P(2,4), Q(0,5) e R(−5,2) .


Fazendo uma reflexão destes vértices pelo eixo x , quais as coordenadas dos
vértices do novo triângulo?

b) Reflexão pelo eixo y

Definição: O ponto P(a, b) refletido pelo eixo y assume coordenadas


P′(− a, b) .

P′(− a, b) P ( a, b)

0 x

Exemplo:
Quais as coordenadas do ponto P′ que é resultante de uma reflexão do ponto
P(1,0) pelo eixo y ?

__________ 31 __________
Resolução:
Refletir o ponto P pelo eixo y , implica em manter a coordenada y e
inverter o sinal da coordenada x . Assim, P′(−1,0) .

Exercícios:

1) O ponto Q′ de abscissa − 4 e ordenada 6 é resultante de uma reflexão pelo


eixo y do ponto Q( x, y ) . Quais as coordenadas desse ponto?

2) Quais as coordenadas dos vértices de um triângulo que é resultante de uma


reflexão, em torno de y , dos pontos P(0,1), Q(0.5) e R(3,1) ?

3) Qual o ponto resultante da reflexão de P(0,0) em torno do eixo y ?

c) Reflexão pelo eixo x = h

Definição: O ponto P(a, b) refletido pelo eixo x = h assume coordenadas


P′(2.h − a, b) .

x=h
y
P ( a, b) P′(2.h − a, b)

0 x

__________ 32 __________
Exemplo:
Um ponto R(3,2;4) sofre reflexão no eixo x = 1,5 . Quais as coordenadas do ponto
resultante dessa reflexão?
Resolução:
Refletir o ponto R pelo eixo x = 1,5 , implica em manter a coordenada y e
fazer a coordenada x igual a 2h − a , onde h = 1,5 . Assim, R′(−0,2;4) .

Exercícios:

1) O ponto P(−4,6) sofreu uma reflexão pelo eixo x = 3 . Quais as coordenadas do


ponto resultante dessa reflexão?

2) O eixo x = −4 é responsável pela reflexão do ponto P(−2,3) . Quais as


coordenadas do novo ponto?

3) Ponto P(2,4) sofreu duas reflexões. Primeiro pelo eixo x = 3 e depois pelo
eixo x = 6 . Quais as coordenadas do ponto resultante destas duas reflexões?

d) Reflexão pelo eixo y = k

Definição: O ponto P(a, b) refletido pelo eixo x = k assume


coordenadas P′(a,2.k − b) .

__________ 33 __________
y
P ( a, b)

y=k

P′(a,2.k − b)

0 x

Exemplo:
O centro de um círculo sofreu uma reflexão pelo eixo y = 4 . Sabendo-se que a
coordenada desse círculo é C (−2,−4) , encontre o centro do círculo refletido.
Resolução:
Fazer a reflexão do centro do círculo C (−2,−4) pelo eixo y = 4 é o mesmo
que manter a coordenada x e fazer a coordenada y assumir o valor 2.k − b , onde
k = 4 e b = −4 . Logo, C ′(−2,12) .

Exercícios:

1) O ponto P(1,3) sofreu uma reflexão pelo eixo y = 5 . Quais as coordenadas do


ponto resultante dessa reflexão?

2) Verifique que a reflexão de um ponto P(3,5) feita pelo eixo y = 0 coincide


com a reflexão do mesmo ponto feita pelo eixo x .

3) Qual deve ser a abscissa do ponto P′(4, y ) de forma que ele seja resultante de
uma reflexão do ponto P(4,10) pelo eixo y = 3 ?

__________ 34 __________
e) Reflexão pelo eixo x = y

Definição: O ponto P(a, b) refletido pelo eixo x = y assume


coordenadas P′(b, a ) .

y
y=x
P ( a, b)

P′(b, a )

0 x

Exemplo:
Quais as coordenadas de Q′ que é resultante da reflexão de Q(1,3) pelo eixo
x = y?

Resolução:
Fazer a reflexão do ponto Q pelo eixo x = y , significa fazer a ordenada
de Q′ assumir o valor da abscissa de Q , e a abscissa de Q′ assumir o valor da
ordenada de Q . Logo, Q′(3,1) .

Exercícios:

1) O ponto Q′(231,143) é um vértice de um quadrado que foi refletido no eixo


x = y . Quais as coordenadas de Q( x, y ) que dão origem ao ponto Q′ ?

2) Encontre as coordenadas do ponto B′ resultante da reflexão do ponto B(−3,−4)


em torno do eixo y = x .

__________ 35 __________
3) Um triângulo tem seus vértices apoiados sobre os pontos A(1,3) , B(3,1) e
C (6,6) . Encontre as coordenadas de um triângulo que possui os vértices
apoiados sobre A′, B′ e C ′ sabendo que estes três pontos são resultantes da

reflexão de A, B e C em relação ao eixo y = x .

f) Reflexão pelo eixo y = – x

Definição: O ponto P(a, b) refletido pelo eixo y = − x assume coordenadas


P′(−b,− a ) .

y = −x P ( a, b) y

P′(− a,−b)

0 x

Exemplo:
Após uma reflexão no eixo y = − x , quais serão as coordenadas do ponto S ′ ,
sabendo que S (12,−7) ?
Resolução:
Para se obter a reflexão do ponto S pelo eixo y = − x , é necessário fazer
com que a ordenada de S ′ assuma o valor da abscissa de S , com sinal invertido,
e a abscissa de S ′ assuma o valor da ordenada de S , também com sinal
invertido.
Logo, S ′(7,−12) .

__________ 36 __________
Exercícios:

1) Fazendo a reflexão do ponto R(8,−3) em torno do eixo y = − x , quais as


coordenadas do ponto R′ ?

2) Represente graficamente a reflexão do ponto T (−2,4) feita pelo eixo y = − x .

3) Um círculo possui centro apoiado no ponto C (−3,6) . O raio desse círculo é


igual a 1 . Encontre o centro do círculo que resulta da reflexão pelo eixo y = − x .

2.2 TRANSLAÇÃO DE PONTOS NO PLANO CARTESIANO


PELA SOMA DE VETORES

x 
Definição: Ao transladar o ponto P  1  uma quantidade x2 no eixo x e
 y1 

x + x  x 
uma quantidade y2 no eixo y , obtém-se o ponto P′  1 2  ,  2  correspondente
 y1 + y2   y2 

à distância percorrida pelo ponto P na translação efetuada. Isso equivale à


x  x  x + x 
operação entre vetores  1  +  2  =  1 2  .
y  1 y  2 y +y
  1 2 

x  − x 
Observação: O inverso do ponto P  1  é dado pelo ponto P′  1  .
 y1   − y1 

Exemplo:
 3
Sabendo que o ponto T (7,−2) é transladado pelo vetor   , determine T ′ .
5  

__________ 37 __________
Resolução:
 7   3  10 
 
 − 2  +  5  =  3 
     

Exercícios:

 x  1   − 2
1) Determine os valores de x e y que satisfaça a condição   +   =   .
2  y  1 

2) Determine a translação dos pontos P(−1,3), Q(−2,−5) e R(3,2) feita pelo vetor
 − 3
T   .
 4

3) Qual deve ser o resultado da translação do ponto T (11,−2) feito pelo vetor
 − 3  − 5
H   e, em seguida, pelo vetor R   ?
 2  5 

2.3 ROTAÇÃO

Definição: Uma rotação consiste no deslocamento de um ponto,


tomando como referência três elementos:
i) O centro de rotação,
ii) O ângulo de rotação,
iii) O vetor de rotação.

Observação: Quando a rotação é no sentido anti-horário, o ângulo de rotação é


positivo; quando a rotação é no sentido horário, o ângulo de rotação é negativo.
Dependendo do ângulo de rotação de um ponto, suas coordenadas
alteram-se da seguinte forma:

__________ 38 __________
 Um ponto P(a, b) , ao sofrer uma rotação de + 90 º passa a ter as
coordenadas P′(−b, a) ;
 Um ponto P(a, b) , ao sofrer uma rotação de − 90 º passa a ter as

coordenadas P′(b,−a) ;
 Um ponto P(a, b) , ao sofrer uma rotação de ± 180 º passa a ter as
coordenadas P′(−a,−b) .

Exemplo:
1) Represente graficamente e indique as novas coordenadas do ponto Q(−3,1) ,
após sofrer uma rotação de 90 º.
Resolução:
2
Q
1

−4 −3 −2 −1 1 2

−1

−2
Q'
−3

Logo, Q′(−1,−3) .

Exercícios:

1) Represente graficamente e indique as novas coordenadas dos pontos abaixo


após sofrerem as rotações indicadas:

a) T (2,4) rotação de − 90° .

b) M (5,−3) rotação de 180° .

2) Abaixo são apresentados pontos rotacionados e seus respectivos ângulos de


rotação. Represente-os graficamente e indique seus pontos de origem.

__________ 39 __________
a) P`(-2, -4), rotação de 180º,

b) Q`(5, -2), rotação de 90º,

c) M`(3, 2), rotação de -90º.

2.4 DILATAÇÃO

Definição: Um ponto P(a, b) ao sofrer uma dilatação pelo fator escala k


assume as coordenadas P′(ka, kb) .

Exemplo:
Se o ponto S (6,−4) está sujeito a uma dilatação pelo fator escala k = 2 , quais
serão as coordenadas de S ′ após essa dilatação?
Resolução:
A dilatação do ponto S (6,−4) é obtida efetuando o produto do fator
escala k pela abscissa e pela ordenada. Considerando k = 2 , temos S ′(12,−8) .

Exercícios:

1) Sendo ∆ABC onde A(2,−1), B(4,2) e C (1,3) determine sua dilatação pelo fator
escala k=2.

1
2) Sendo o fator de dilatação k = , encontre a resultante da dilatação do ponto
3
T (6,−9) .

1
3) Considerando que o fator de dilatação k = − , encontre a sombra do ponto
2
R(−4,8) .

__________ 40 __________
Capítulo 3

ESCALA

“A dúvida permite extrair um núcleo de certeza, que


cresce à medida que ela se radicaliza: é indubitável
que, se duvido, penso.”
René Descartes

__________ 41 __________
3. ESCALA

A representação gráfica de determinado objeto, na maioria das vezes,


não é feita preservando as mesmas dimensões do objeto real.
Na TV, por exemplo, um comercial apresentando um carro mostra esse
objeto com dimensões bem menores das que ele realmente possui. Apesar disso,
sempre existirá uma relação entre as dimensões reais do objeto e as dimensões
de sua representação gráfica.
Essa relação entre as dimensões reais e as dimensões apresentadas é
chamada de escala. A partir disso, é possível definir escala.

Definição: Escala é um valor numérico que indica em qual proporção


as dimensões do objeto estudado foram reduzidas, ou ampliadas, quando foi
feita sua representação gráfica.

tamanho da representação gráfica


Escala =
tamanho real

Um fato importante a ser observado é que a escala é adimensional, isto


é, o valor encontrado para a escala não possui unidade de medida.
Notação: A escala escrita na forma a : b indica que para cada unidade
de a tem-se uma quantidade de b .

__________ 42 __________
3.1 AMPLIAÇÃO E REDUÇÃO

Definição: Ampliar ou reduzir determinado objeto é o ato de


representá-lo em tamanho maior ou menor, preservando as proporções entre
seus elementos através de uma escala.

Exemplo:
1) A distância entre Díli e Baucau representada no mapa é de 6cm . A distância
real entre os dois distritos é de 90km . Qual foi a escala utilizada na construção
desse mapa?
Resolução:
Para encontrar a escala utilizada na construção desse mapa faz-se o
quociente entre a distância representada e a distância real. No entanto,
considerando que as unidades de medidas são diferentes, é preciso antes
transformar 90km em cm .
Assim, temos:
6cm 2cm 1
= = ⇒ 1 : 150.000
900.000cm 300.000cm 150.000
Isso indica que 1cm representado no mapa corresponde a 150.000cm do
tamanho real do objeto estudado.
.

Exercícios:

1) Qual escala deverá ser utilizada na representação gráfica da planta de uma


indústria sabendo que uma sala desta indústria possuirá um lado igual a 15m e
que na representação gráfica esta mesma parede mede 3cm ?

2) Um estádio tem forma circular. Encontre o tamanho real de seu diâmetro


sabendo que na representação gráfica ele mede 10cm e que foi utilizada uma
escala de 1 : 5.000.

__________ 43 __________
3) A altura real de João é de 1,60m . Qual será a altura dele numa foto que utiliza
uma escala de 1 : 16 ?

3.2 PROPORÇÃO EM TRIÂNGULOS

Definição: Dois triângulos ABC e DEF são proporcionais ou


semelhantes quando for satisfeita uma das três condições a seguir:
i) Sempre existirá um lado do ∆ABC paralelo a algum lado do ∆DEF .
Na figura AB // DE , BC // EF e CA // FD .
F
C

B E
A D

ii) Os ângulos do ∆ABC forem congruentes aos ângulos de ∆DEF .


Na figura Aˆ ≡ Dˆ , Bˆ ≡ Eˆ e Cˆ ≡ Fˆ .
D

F
B
A
E

iii) Dois lados e dois ângulos são congruentes.


Na figura AB ≡ DE e BC ≡ EF ; Bˆ ≡ Eˆ e Aˆ ≡ Cˆ .
A F

B
E

D
C

__________ 44 __________
Observação: Sabendo que dois triângulos são semelhantes, pode-se
calcular a proporção entre seus lados.

a c
e
b d

f
a c e
= =
a+b c+d f

Exemplos:
1) Os triângulos ABC e DEF apresentados abaixo são semelhantes. Descubra o
valor do lado DF .

C
F
20cm

x x
A 16cm B D 12cm E

Resolução:
AC AB 20cm 16cm
= , logo =
DF DE DF 12cm

240cm 2
16cm.DF = 20cm.12cm ⇒ DF = = 15cm
16cm

__________ 45 __________
2) Na figura abaixo, determine o valor de x.

Resolução:
6 9
= , logo 9 x = 6.( x + 12 ⇒ 9 x = 6 x + 12 ⇒ 9 x − 6 x = 12
x x+2

3x = 12 ⇒ x = 4 cm

Exercícios:
1) Descubra o valor de x na figura:

x
6m

9m 6m

2) Qual o valor de x na figura abaixo, sabendo que DE e AB são paralelas.


C

x
D 6 E
3

A B
9

__________ 46 __________
3) Observe a figura abaixo e encontre os valores de x e y.

3.2.1 Características de dois triângulos congruentes


Dois triângulos ABC e DEF congruentes possuem as seguintes
características:
i) Os lados do ∆ABC são congruentes aos lados do ∆DEF .
ii) Os ângulos internos do ∆ABC são congruentes aos ângulos internos do
∆DEF .

3.2.2 Critérios de congruência de dois triângulos


Diz-se que dois triângulos, ∆ABC e ∆DEF , são congruentes quando for
atendido um dos três critérios abaixo.
i) Tomando-se um lado l qualquer do ∆ABC é possível encontrar um
lado l ′ do ∆DEF de forma que l ≡ l ′ .
ii) Tomando-se dois lados l1 e l 2 do ∆ABC e o ângulo α por eles
formado, é possível encontrar dois lados l 4 e l5 no triângulo ∆DEF e o ângulo β
por eles formado de forma que l1 ≡ l 2 , l 2 ≡ l5 e α ≡ β .

__________ 47 __________
iii) Tomando-se dois ângulos α1 e α 2 do triângulo ∆ABC e o lado l1
entre eles, é possível encontrar dois ângulos β1 e β 2 do triângulo ∆DEF e o lado
l 2 entre eles de forma que α1 ≡ β1 , α 2 ≡ β 2 e l1 ≡ l 2 .

Utilizando congruência de triângulos podemos calcular valores de lados


e ângulos de determinado triângulo.

Exemplo:
Nas figuras a e b , considere que ∆ABC e ∆DEF são congruentes e Ê = 37° .
Sabendo disso, determine:
a) Os comprimentos AC , AB , ED e EF ,
b) Os valores ∠ABC , ∠ACB e ∠DFE .

C D

6cm
10cm

F
E
A B

figura a figura b

Resolução:
a) AC = DF = 6cm e AB = BC 2 − AC 2 = 102 − 62 = 8cm = ED
EF = BC = 10cm

b) ∠ABC = ∠DFE = 37°


∠ACB = 180° − (90° + ∠ABC ) = 180° − (90° + 37°) = 53°

∠DFE = ∠ACB = 53°

__________ 48 __________
Exercícios:

1) Na figura a seguir, determine o comprimento do lado CD e os ∠CBD e ∠ACD .

10cm

60°
A B
6cm D

2) Na figura a seguir, é possível observar que um triângulo pode ser "rodado"


sobre o outro para gerar dois triângulos semelhantes. Calcule o valor de x.

6
D 4 x
C
3

3) Sabendo que os dois triângulos têm os três lados correspondentes


proporcionais, calcule o valor de y.

C T

3 4 1,5 2

A 5 B R y S

__________ 49 __________
Capítulo 4

CIRCUNFERÊNCIA

“É possível reconhecer a utilidade de uma idéia sem,


contudo, compreender como usá-la adequadamente.”

Johann Wolfgang Goethe

__________ 50 __________
4. CÍRCULO E CIRCUNFERÊNCIA

Ao iniciar o estudo do círculo e da circunferência, é necessário distinguir


dois conceitos fundamentais que são círculo e circunferência. É importante
ressaltar que as informações abordadas neste capítulo não esgotam o estudo da
circunferência. Elas servem como diretivas iniciais para que o professor
aprofunde o estudo desses conceitos.

Definição: Considerando que r∈ R+* , onde r é chamado raio;


circunferência é o conjunto de pontos que distam r de um ponto chamado
centro do círculo, frequentemente representado por O .

Definição: Círculo é o conjunto de todos os pontos P onde OP < r .

Os elementos do círculo estudados neste capítulo podem ser


identificados na figura a seguir. O segmento BC corresponde ao diâmetro,
OB = OD = OC é o raio, AOB caracteriza o setor circular, AD é a corda e AB

identifica o arco.
A

C B
O

__________ 51 __________
4.1 ALGUMAS RELAÇÕES ENTRE ARCO, SETOR CIRCULAR,
ÂNGULO CENTRAL E ÁREA DO SEGMENTO CIRCULAR

Algumas relações podem ser estabelecidas entre os elementos do


círculo. Dentre elas, destacam-se:
aˆngulo central AÔB
Comprimento do arco AB = .2π .r
360°
aˆngulo central AÔB
Área do setor circular AOB = .π .r 2
360°

Área do segmento circular = área do setor circular AOD − área de ∆AOD

Exemplo:
Na figura a seguir, calcule o comprimento do arco PQ e a área do setor circular
POQ , sabendo que o raio é igual a 2cm .

Resolução:
Ângulo central PÔQ 45°
O comprimento do arco PQ = o
.2π .r = .2π .2
360 360°
180°π π
O comprimento do arco PQ = = cm
360° 2

__________ 52 __________
Ângulo central PÔQ
A área do setor circular POQ = .π .r 2
360°
45° 180°π π
A área do setor circular POQ = .π .2 2 = = cm 2
360° 360° 2

Exercícios:

1) Calcule o comprimento do arco AB e a área do setor circular AOB sabendo


que o diâmetro do círculo é igual a 42cm e que ∠AOB = 60° .

2) Na figura abaixo, sabendo que o raio é igual a 13cm e o comprimento da


corda AB é igual a 24cm . Calcule:

C
O

a) O comprimento do arco AB .

b) A área do setor circular AOB .

c) A área do segmento circular AOB .


__________ 53 __________
4.2 ÂNGULO CENTRAL E ÂNGULO INSCRITO EM UMA
CIRCUNFERÊNCIA

Definição: Ângulo central é o ângulo cujo vértice está apoiado no


centro do círculo.

Na figura abaixo, ∠COB é o ângulo central. O arco CB é chamado arco


menor e o arco CAB é chamado arco maior.
A

Definição: Ângulo inscrito é o ângulo cujo vértice está apoiado na


circunferência e seus lados são secantes a ela.

Na figura abaixo, ∠CAB é o ângulo inscrito. Da mesma forma que o


ângulo central visto anteriormente, o ângulo inscrito determina na circunferência
o arco CB e o arco CAB , respectivamente arco menor e arco maior.

__________ 54 __________
A

Na figura abaixo, o ângulo central e o ângulo inscrito determinam os


mesmos arcos na circunferência. Assim, CB é o arco menor e CAB o arco maior.

Neste caso, tem-se a seguinte relação entre o ângulo central e o ângulo


∠COB
inscrito: ∠COB = 2∠CAB ou ∠CAB = .
2

Exemplo:
O ângulo inscrito (∠CAB ) na figura abaixo é igual a 35° . Sabendo disso, calcule
o valor do ângulo central (∠COB ) .

__________ 55 __________
Resolução:
Sabe-se que ∠CAB = 35° . Pela relação entre ângulos inscrito e central,
tem-se que ∠COB = 2.∠CAB .
Logo, ∠COB = 2.35° ⇒ ∠COB = 70° .

Observação: Quando o ângulo inscrito compreender todo o diâmetro do círculo


seu valor será igual a 90° .
Na figura abaixo, ∠ABC é um ângulo reto, ou seja, ∠ABC = 90° .

Exemplo:
Calcule o valor dos ângulos α e β na próxima figura.

__________ 56 __________
Resolução:
Os ângulos α e β são inscritos e compreendem o diâmetro da
circunferência. Logo α = β = 90° .
Veja que esta conclusão não depende dos valores dos ângulos 40° e 20°
indicados na figura.

Observação: Se dois ângulos inscritos α e β determinam o mesmo arco, tem-


se que α = β .
Isto acontece, por exemplo, com os ângulos α e β da figura seguinte,
uma vez que eles determinam o mesmo arco menor AD .

Observação: A soma dos ângulos opostos α e β de um quadrilátero inscrito,


que possui todos os ângulos apoiados na circunferência, é igual a 180° . A figura
a seguir exemplifica essa situação.
__________ 57 __________
Exercícios:
1) Na figura abaixo, sabe-se que ∠CAB = 45° . Encontre um valor para x,
sabendo que ∠COB = x + 15° .

2) Encontre um valor para x, sabendo que ∠CAB = x + 30° e o valor do ângulo


central é 110° .

__________ 58 __________
3) Qual o valor do ângulo inscrito ∠ABC na figura abaixo?

4) Calcule o valor de ∠BAD (α ) na figura abaixo.

__________ 59 __________
5) Calcule o valor de ∠BDC na figura abaixo.

4.3 ÂNGULOS ENTRE DOIS ARCOS

A seguir, faz-se o estudo de alguns ângulos e suas posições em relação à


circunferência.

4.3.1 Ângulos opostos pelo vértice, internos à circunferência

O valor do ângulo interno, determinado pela intersecção de duas cordas,


é igual à metade da soma dos respectivos ângulos centrais.

Essa informação fica melhor entendida observando-se a figura a seguir.

1
∠PTS = .(∠POS + ∠QOR )
2
__________ 60 __________
Exemplo:
Pela figura abaixo, tem-se que ∠SOR = 60° e ∠TOB = 70° . Calcule o valor de
∠THB .

Resolução:
∠SOR + ∠TOB 60° + 70° 130°
∠THB = ⇒ ∠THB = ⇒ ∠THB = ⇒ ∠THB = 65°
2 2 2
Exercícios:
1) Na figura a seguir, tem-se que ∠TOB = 50° e ∠SOR = 30° . Encontre o valor de
∠THB .

2) Na figura abaixo, conhecem-se os valores dos ângulos ∠THB = 35° e


∠SOR = 27° , calcule o valor de ∠TOB .

__________ 61 __________
3) Calcule o valor de ∠AOB conhecendo ∠DOC = 20° e ∠DEC = 25° .

4.3.2 Ângulos opostos pelo vértice, externos à circunferência

O ângulo T apresentado na figura a seguir é um ângulo externo à


circunferência. Ele se relaciona com os outros ângulos identificados na figura
da seguinte forma:
1
∠STQ = .(∠ROP − ∠SOQ )
2

__________ 62 __________
Exemplo:
Na figura a seguir o ângulo central POR mede 60° . Calcule o valor do ângulo
central QOS .

Resolução:
1
Pela relação entre os ângulos, tem-se que ∠QTS = .(∠ROP − ∠SOQ )
2
1
⇒ 20° = .(60° − ∠QOS ) ⇒ 40° = 60° − ∠QOS
2
Logo, ∠QOS = 20° .

__________ 63 __________
Exercícios:
1) Calcule o valor de ∠BAE sabendo que ∠COD = 100° , ∠BOE = 30° .

2) Conhecendo os valores ∠ACB = 15° e ∠TOU = 95° , Calcule o valor de ∠AOB .

3) Sabe-se que ∠BAE = 70° e ∠BOE = 10° , calcule ∠COD .

__________ 64 __________
4.4 RELAÇÃO ENTRE SEGMENTOS DE RETAS TANGENTES À
CIRCUNFERÊNCIA

Na figura adiante, os segmentos de reta RT e ST possuem o mesmo


tamanho, ou seja, RT = ST .

4.5 POSIÇÃO RELATIVA ENTRE DOIS CÍRCULOS

Dois círculos C1 e C2 podem assumir cinco posições diferentes, as quais


são representadas na seqüência.

__________ 65 __________
C1 C1 C1
C2 C2 C2

C1 e C2 são interiores C1 e C2 são tangentes interiores C1 e C2 são secantes


(1) (2) (3)

C1 C1
C2 C2

C1 e C2 são tangentes exteriores C1 e C2 são exteriores


(4) (5)

4.5.1 Posição relativa entre retas e circunferências


Ao se abordar a posição relativa entre retas e circunferência, tem-se dois
casos distintos: retas tangentes e externas à circunferência e retas tangentes e
internas à circunferência. Em ambos os casos, as circunferências são exteriores.

4.5.1.1 Retas tangentes e externas à circunferência

A relação entre os segmentos de retas tangentes ( HT e RS ), os raios


( LH = LR e MS = MT ) e a distância entre os centros dos círculos ( LM ) é dada

por HT = RS = LM 2 − ( LH − MT ) 2 . Observe a figura:

__________ 66 __________
Exemplo:
Encontre a distância entre os centros dos círculos conhecendo as
medidas LR = 8cm , SM = 3cm e HT = 20cm .

Resolução:

HT = RS = LM 2 − ( LH − MT ) 2 ⇒ 20 = LM 2 − (8 − 3) 2 ⇒ 20 = LM 2 − (5) 2
⇒ 20 = LM 2 − 25 ⇒ 20 2 = LM 2 − 25 ⇒ 400 = LM 2 − 25 ⇒ 400 + 25 = LM 2

⇒ 425 = LM 2 ⇒ LM = 425 ⇒ LM = 425cm

4.5.1.2 Retas tangentes e internas às circunferências

Na figura abaixo, TS e RM possuem medidas iguais. A relação entre os


segmentos de retas tangentes internas ( TS e RM ), os raios ( LT = LR e MQ = QS )
e a distância entre os centros dos círculos ( LQ ) é dada por

TS = RM = LQ 2 − ( LT + MQ) 2

__________ 67 __________
Exemplo:
Na figura abaixo, os raios HM e QL medem, respectivamente, 10cm e 8cm .
Calcule o valor do comprimento do segmento SP sabendo que a distância entre
os centros das circunferências é de 20cm .

Resolução:
A relação entre as medidas apresentadas na figura é:
2
(
SP = MQ − MH + QP )2 ⇒ SP = 20 2 − (10 + 8)2 ⇒ SP = 400 2 − (18)2 ⇒
SP = 400 − 324 ⇒ SP = 76cm

Exercícios:

1) Sabendo que C1 e C 2 são dois círculos exteriores com raios respectivamente


iguais a 7cm e 1cm , enquanto a distância entre os dois centros é igual a 10cm ,
calcule o comprimento da reta tangente interna às circunferências.

__________ 68 __________
2) Sabendo que o círculo P possui raio igual a 3cm e o círculo Q possui raio
igual a 2cm , enquanto a distância entre os dois centros é de 13cm , calcule o
comprimento da reta tangente interna à circunferência.

4.6 POLÍGONO CIRCUNSCRITO À CIRCUNFERÊNCIA

Definição: Um polígono está circunscrito à circunferência quando


todos os lados do polígono são tangentes à circunferência.

Na figura apresentada, o polígono ABCDE está circunscrito à


circunferência.

Observação: A relação métrica entre o triângulo circunscrito e a circunferência


A
é representada por r = ,
s
onde:
 r : Raio da circunferência
 A : Área do triângulo
 s : Semi-perímetro do triângulo

__________ 69 __________
Exemplo:
O triângulo ∆ABC da figura possui comprimento AB = BC = 10cm e AC = 8cm .
Calcule o raio da circunferência.

Resolução:
A 8. 21
A área de ∆ABC é igual a 8. 21cm 2 . Pela relação r = , tem-se que r = ,
s 14

4 21 2
logo r = cm .
7
Observação: É possível encontrar a área de um triângulo qualquer conhecendo
apenas os valores de seus lados, através da fórmula: A = s( s − a).( s − b).( s − c) ,
onde a , b e c são os lados do triângulo e s é o semi-perímetro do triângulo.

Exemplo:
O triângulo ABC possui lados de valores 3cm, 4cm e 5cm . Ele está circunscrito à
uma circunferência. Calcule o raio desta circunferência.
Resolução:
A = 6.(6 − 5).(6 − 3).(6 − 4) = 36 = 6cm

__________ 70 __________
4.7 POLÍGONO INSCRITO À CIRCUNFERÊNCIA

Definição: Um polígono está inscrito à circunferência quando todos os


seus vértices estão apoiados na circunferência.

Observação: Um triângulo com lados a , b , c e área A inscrito em uma


a.b.c
circunferência possui raio r , que pode ser calculado por: r = . Assim, tem-
4. A
se a relação entre o raio, os lados e a área de um triângulo inscrito.

Exemplo:
Um triângulo isósceles está inscrito a uma circunferência. Seus lados medem
6cm, 5cm e 5cm . Calcule o raio da circunferência.

Resolução:
De acordo com as informações do problema, tem-se a figura abaixo.

__________ 71 __________
Considerando os valores dos lados como a = 5cm , b = 5cm e c = 6cm , a
a.b.c
área do triângulo será A = 12cm 2 . Pela ralação r = , o raio será calculado da
4. A

a.b.c 5cm.5cm.6cm 150cm 3 25


seguinte forma: r = ⇒r= 2
⇒ r = 2
⇒r= cm .
4. A 4.(12cm ) 48cm 8

__________ 72 __________
Capítulo 5

OPERAÇÕES
OPERAÇÕES
ALGÉBRICAS

“Erros são, no final das contas, fundamentos da


verdade. Se um homem não sabe o que uma coisa é,
já é um avanço do conhecimento saber o que ela não
é.”
Carl Jung

__________ 73 __________
5. OPERAÇÕES ALGÉBRICAS

Para a realização de operações algébricas, faz-se necessária a definição


de termo algébrico.

Definição: Termo algébrico é todo termo matemático que pode ser


caracterizado por dois elementos ou partes, conhecidos como parte numérica ou
coeficiente e parte literal do termo algébrico.

A parte numérica do termo algébrico é qualquer número real, enquanto


que a parte literal é composta por variáveis reais que se relacionam através de
operações matemáticas. Sendo assim, o termo algébrico 5x 6 possui parte
numérica igual a 5 e a parte literal igual a x 6 . A parte numérica e a parte literal
do termo algébrico − 10a3b5 são respectivamente − 10 e a3b5 .
Dois termos algébricos são ditos de mesma família quando suas partes
5a 5 x 3
literais são exatamente iguais. Logo, os termos algébricos − 4a5 x3 e são
6
de mesma família.
Os termos algébricos 0,6 y 4 .( x + a3 )5 e 2 y 4 .( x + a 2 )5 não são de mesma
família, pois o expoente 3 da variável a do primeiro termo é diferente do
expoente 2 da variável a do segundo termo.

__________ 74 __________
5.1 ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO COM TERMOS
SEMELHANTES

5.1.1 Adição de termos algébricos

Somente é possível efetuar a adição de dois termos algébricos se eles


pertencerem à mesma família.

Exemplo:
(
Indicar a soma dos termos algébricos: 2 x 3 + 5 x 2 − 3x + 8 + 5 x 4 + 3xy − 8 x . ) ( )
Resolução:
(2 x 3
+ 5 x 2 − 3x + 8) + (5 x 4 + 3xy − 8 x ) = 5 x 4 + 2 x 3 + 5 x 2 − 3 x − 8 x + 3 xy

5 x 4 + 2 x 3 + 5 x 2 − 11x + 3xy

Exercício:

Efetue a soma dos termos algébricos seguintes:

1) (4 x 2 + 3x − 6 y 2 ) + (−2 x 2 + 3x − y 2 )

2) ( x 2 + 3x + 1) + ( x 2 + x + 16)

3) (b 2 + b + 5) + (b 2 − b − 6)

4) ( x 2 + 6 x + 5) + (−2 x 2 + 3x − 6)

5) ( x 2 + 5 xy + 4 x) + (3 y + 3xy − 5 x − 7 y + y 2 )

5.1.2 Subtração de termos algébricos

Assim como na adição, somente é possível efetuar a subtração de dois


termos algébricos se eles pertencerem à mesma família.

__________ 75 __________
Exemplo:
Indicar a diferença dos termos algébricos: ( x 2 + 3 xy − y 3 ) − (3x 2 + 2 xy + 7 y 3 ) .
Resolução:
x 2 + 3xy − y 3 − 3x 2 − 2 xy − 7 y 3 =

− 2 x 2 + xy − 8 y 3

Exercício:

Efetue a subtração dos termos algébricos:

1) ( x + 4 y − y 3 ) − (3x 2 + 2 xy + 7 y 3 )

2) ( x 2 + 3xy − y 3 ) − ( x 4 + xy + y 3 )

3) ( x 2 − 4 xy + 5 y ) − (3x + 2 x 2 y + 7)

4) ( p 2 + 3qa − p 3 ) − (3 p 2 − 2qa + 7 p 3 )

 z 2 2 z 2 y   4z 2 + 5z 2 y 
5)  + − 
 2 3   6 

5.2 MULTIPLICAÇÃO DE TERMOS ALGÉBRICOS

Para se obter o produto de dois termos algébricos faz-se a multiplicação


de cada termo de um deles por todos os termos do outro. Ao multiplicar a parte
literal, é preciso considerar que quando as bases são iguais, somam-se os
expoentes e, quando essas são diferentes, conservam-se as bases e os expoentes.
Em seguida, adicionam-se os resultados.

Exemplo:
Indicar o produto de 3a.(2 x 2 − x 2 y 2 + 4a) .

__________ 76 __________
Resolução:
Multiplicando o termo algébrico 3a pelos demais termos, obtém-se:
6ax 2 − 3ax 2 y 2 + 12a 2

Exercício:

Efetue a multiplicação dos termos algébricos:

( )(
1) 3x 2 − 1 . x 2 − 2 x − 1 )
( )(
2) x 3 + 2b 4 + 2 x . 4 x 2 − 1 )
( )(
3) 3x 2 − 1 . x 2 − 2 x − 1 )
4) (4 x 3 + 1)(. − x 2 + 2 x − 2)

( )(
5) 5b 2 . 3b 2 + 2 . b 2 + 4 )

5.3 FATORAÇÃO

Definição: Efetuar a fatoração ou fatorar um termo algébrico consiste


no ato de transformar em produto suas adições ou subtrações existentes entre
seus termos algébricos.

O produto ax.( x 2 + 5a3 x3 − 6) é considerado como a forma fatorada da


expressão ax3 + 5a 4 x 4 − 6ax .
Abaixo estão apresentados quatro casos estruturais de fatoração de
expressões algébricas. Observe com atenção cada um deles, pois a partir desses
casos é possível fatorar expressões mais complexas.

__________ 77 __________
5.3.1 Primeiro caso: ax + ay = a.( x + y )
Nesse caso a é um número real e x e y são variáveis reais.
Para efetuar a fatoração, o fator comum é evidenciado de modo que
multiplique os termos que não são comuns a toda expressão algébrica.

Exemplo:
Fatore a expressão: x 2 + 2 x .
Resolução:
Na expressão x 2 + 2 x , o fator comum aos dois termos algébricos é x .
Logo, temos que x 2 + 2 x = x.( x + 2) .

Exercício:

Fatore as expressões:

1) 4b3 + 2 y 4

2) x. y 2 + 5 x 2 .b

3) 2 x. y 2 + 5 x 2 . y

4) 16 p 2 − 8q 2

5) p 2qr + pq 2r − pqr 2

5.3.2 Segundo caso: x 2 + 2.x. y + y 2 = ( x + y ).( x + y ) = ( x + y ) 2


x 2 − 2.x. y + y 2 = ( x − y ).( x − y ) = ( x − y ) 2

O segundo caso consiste na fatoração do quadrado da soma e quadrado


da diferença entre dois termos, onde x e y são variáveis reais.

Exemplo:
Fatore as expressões:
__________ 78 __________
a) x 2 + 6 x + 9 =
Resolução:
x 2 + 2.x.(3) + (3) 2 = ( x + 3)2

b) 9 x 2 − 12 xy + 4 y 2 =
Resolução:
(3 x) 2 − 2.(3x).(2 y ) + (2 y ) 2 = (3 x − 2 y ) 2

Exercício:

Fatore as expressões algébricas abaixo:

1) y 2 + 10 y + 25

2) x 2 − 6 x + 9

3) 4a 2 + 4a + 1

4) 100 x 2 − 20 x + 1

5) 16 x 2 − 8 xy + y 2

5.3.3 Terceiro caso: x 2 − y 2 = ( x − y ).( x + y )


O terceiro caso trata-se do produto da soma pela diferença de dois
termos. Assim, como nos casos anteriores, x e y são variáveis reais

Exemplo:
Fatore a expressão: a 2 − 4
Resolução:
a 2 − 4 = a 2 − 2 2 = (a − 2).(a + 2)

__________ 79 __________
Exercício:

Fatore as expressões:

1) a 2 − 1

2) 9 x 2 − 36

3) a 4 − 1

4) 100a 2 − 25 =

5) 3x 2 − 12 y 2 =

5.3.4 Quarto caso: ax 2 + bx + c = a.( x − x1).( x − x2 )


A forma fatorada de uma expressão do tipo ax 2 + bx + c , onde a, b e c são
números reais e a ≠ 0 , é a.( x − x1).( x − x2 ) .
O problema, então, será encontrar x1 e x2 para substituir na forma
fatorada a.( x − x1).( x − x2 ) , uma vez que a é o mesmo valor apresentado na
expressão ax 2 + bx + c .
Para tanto faz-se uma breve introdução à resolução de equações do
segundo grau com o único objetivo de encontrar os valores x1 e x2 . Um estudo
mais aprofundado da resolução de equações do segundo grau será feito no
ensino secundário.
Para encontrar x1 e x2 serão necessárias duas fórmulas, também
conhecidas como fórmulas de Bhaskara.
−b± ∆
As fórmulas são: ∆ = b 2 − 4.a.c e x = . O símbolo ∆ é uma letra
2.a
grega chamada delta.

__________ 80 __________
Exemplos:
1) Fatore a expressão: 4 x 2 − 9 x + 2 .
Resolução:
Observando a expressão 4 x 2 − 9 x + 2 , temos que os valores de a, b e c
são respectivamente 4 , − 9 e 2 .
Primeiro será necessário calcular o valor de ∆ = b 2 − 4.a.c .
∆ = (−9) 2 − 4.(4).(2) ⇒ ∆ = 81 − 16.(2) ⇒ ∆ = 81 − 32 ⇒ ∆ = 49

Em seguida, calcula-se x1 e x2 .
−b+ ∆ − (−9) + 49 9+7 16
x1 = ⇒ x1 = ⇒ x1 = ⇒ x1 = ⇒ x1 = 2
2.a 2.(4) 8 8

−b− ∆ − (−9) − 49 9−7 2 1


x2 = ⇒ x2 = ⇒ x2 = ⇒ x2 = ⇒ x2 =
2.a 2.(4) 8 8 4

Sabendo que a expressão 4 x 2 − 9 x + 2 pode ser fatorada da forma


1
a.( x − x1 ).( x − x2 ) onde a = 4 , x1 = 2 e x2 = podemos escrever:
4

 1  1
4 x 2 − 9 x + 2 = 4.( x − 2 ). x −  ou (4 x − 8). x − 
 4  4

2) Fatore a expressão: x 2 + 7 x + 10 .
Resolução:
a = 1, b = 7 e c = 10

∆ = (7 )2 − 4.(1).(10) ⇒ ∆ = 49 − 4.(10) ⇒ ∆ = 49 − 40 ⇒ ∆ = 9

−b+ ∆ − ( 7) + 9 −7+3 −4
x1 = ⇒ x1 = ⇒ x1 = ⇒ x1 = ⇒ x1 = −2
2.a 2.(1) 2 2

−b− ∆ − (9) − 9 −9−3 − 12


x2 = ⇒ x2 = ⇒ x2 = ⇒ x2 = ⇒ x2 = −6
2.a 2.(1) 2 2

Partindo do pressuposto que a expressão x 2 + 7 x + 10 pode ser fatorada da


forma a.( x − x1).( x − x2 ) onde a = 1 , x1 = −2 e x2 = −6 , podemos escrever:
x 2 + 7 x + 10 = 1.( x − (−2) )(
. x − (−6) ) ou ( x + 2)(
. x + 6) .

__________ 81 __________
Exercício 1:

Fatore as expressões:

1) 2 y 2 + 9 y + 4

2) 6m 2 − 7m + 2

3) 9 x 2 + 6 x + 3

4) 9 + 12 z + 4 z 2

4 x2 x
5) − +1
3 2

Observação: Em relação ao quarto caso de fatoração apresentado, quando


a = 1 , existem quatro situações distintas: ax 2 + bx + c , ax 2 − bx + c , ax 2 − bx − c e

ax 2 + bx − c .

Sempre que a = 1 , a fatoração ficará x 2 + Sx + P = ( x + p).( x + q) , onde


p + q = S e p.q = P .

Exemplos:
1) Fatore a expressão x 2 + 7 x + 10 .
Resolução:
Fatorar a expressão x 2 + 7 x + 10 implica em encontrar dois valores p e q
de forma que p + q = 7 e p.q = 10 . Logo, tem-se que p = 2 e q = 5 . Então
x 2 + 7 x + 10 = ( x + 2).( x + 5) .

2) Fatore a expressão x 2 − 7 x + 10
Fatorar a expressão x 2 − 7 x + 10 corresponde a encontrar dois valores p e
q de forma que p + q = −7 e p.q = 10 . Como o produto é positivo e a soma é

__________ 82 __________
negativa, implica que os dois números procurados ( p e q ) são negativos.
Então, p = −2 e q = −5 . Assim x 2 − 7 x + 10 = ( x − 2).( x − 5) .

3) Fatore a expressão x 2 − 3x − 10
A expressão x 2 − 3x − 10 fatorada é igual a ( x − 5).( x + 2) , uma vez que
p + q = −3 e p.q = −10 . Como o produto e a soma são negativos, implica em dizer

que os dois números procurados ( p e q ) possuem sinais contrários. Observe


que o número de maior valor absoluto, no caso o valor 5 , é negativo. Então,
p = −2 e q = 5 .

4) Fatore a expressão x 2 + 3x − 10
Fatorar a expressão x 2 + 3x − 10 implica em encontrar dois valores p e q
de forma que p + q = 3 e p.q = −10 . Como o produto é negativo e a soma é
positiva, implica em dizer que os dois números procurados ( p e q ) possuem
sinais contrários. Observe que o número de maior valor absoluto, no caso o
valor 5 , é positivo. Logo, p = −2 e q = 5 . Assim, x 2 + 3x − 10 = ( x − 2).( x + 5) .

Exercício 2:

Fatore as expressões seguintes:

a) x 2 + 6 x + 8

b) x 2 − 8 x + 15

c) x 2 − 4 x − 12

d) x 2 + 2 x − 8

__________ 83 __________
5.4 FRAÇÕES ALGÉBRICAS

p ( x)
Definição: Considera-se fração algébrica toda expressão do tipo ,
q( x)

onde p(x) e q(x) são polinômios e o grau de q(x) não é inferior a 1 .

Como ilustração da definição acima, apresentam-se as seguintes frações


x3 + 4 x 2 x2 x x2 + 1 x −3
algébricas: , 2 , . Sendo assim, e não são frações
x x +3 x−4 2 10

algébricas, pois o grau do denominador no polinômio é menor que 1 .

5.4.1 Operações entre frações algébricas

5.4.1.1 Adição

Na adição entre frações algébricas, é importante lembrar da necessidade


de calcular o menor múltiplo comum (mmc) entre os denominadores envolvidos.
A partir disso, efetua-se a adição de frações algébricas da mesma forma que a
adição de frações numéricas.

Exemplo:
1 2
Resolva a adição +
2a 3b

Resolução:
O mmc entre 2a e 3b é 6ab .
1 2 3b + 4a
Logo a adição ficará + = .
2a 3b 6ab

__________ 84 __________
Exercício:

Resolva as adições entre as frações algébricas.

3 3x
1) + 2
2 x 3x

1 1
2) +
x x. y

2 x+3
3) +
3x 6x

5x − 2 7 − x
4) +
6x 2x

1 1
5) 1 + +
x x2

5.4.1.2 Subtração

Assim como na adição, a subtração entre frações algébricas também


exige o cálculo do m.m.c por tratar-se de uma subtração entre frações.

Exemplo:
10 5
Calcule − .
x x +1
Resolução:
O mmc entre x e x + 1 é x.( x + 1) .
10 5 10.( x + 1) − 5.x 10 x + 10 − 5 x 5 x + 10
Logo a subtração ficará − = = = .
x x +1 x.( x + 1) x.( x + 1) x.( x + 1)

Exercício:

Resolva as subtrações entre as frações algébricas.

1 1
1) −
x 2x
__________ 85 __________
x +1 x − y
2) −
x −1 x + 1

3 2
3) −
x + 2 x +1

x+ y x− y
4) −
x y

3 5
5) −
x− y x+ y

5.4.1.3 Multiplicação

Efetuar a multiplicação ou produto entre frações algébricas, é similar a


efetuar o produto entre frações numéricas. Basta indicar o resultado do produto
entre os numeradores e entre os denominadores e expressar o resultado final da
forma mais simplificada possível.

Exemplo:
a b
Resolva o produto . .
2b 3a
Resolução:
Efetuando-se a multiplicação entre os numeradores e os denominadores,
a b a.b 1
temos . = , cuja forma mais simplificada do produto final é .
2b 3a 6a.b 6

Exercício:

Resolva as multiplicações entre as frações algébricas.

2x a
1) .
3 y 6x

pq 4r
2) .
2r 2 pq

__________ 86 __________
12a − 21b 4
3) .
6 4 a − 7b

x2 − 1 x2 − 9
4) .
x + 3 x +1

x2 + 4x + 3 x+2
5) 2
. 2
x −4 x + 7 x + 12

5.4.1.4 Divisão

Na divisão envolvendo frações algébricas, a similaridade com a divisão


entre frações numéricas também é muito forte. Para encontrar o resultado basta
multiplicar a primeira fração pelo inverso da segunda fração. Sempre que
possível, será necessário simplificar o resultado utilizando os casos de fatoração
estudadas.

Exemplo:
2 2q + 6
Calcule : .
q q−3

Resolução:
Fazendo-se a multiplicação da primeira fração pelo inverso da segunda,
2 2q + 6 2 q − 3 2.(q − 3) 2q − 6
temos: : = . = = 2
q q − 3 q 2q + 6 q.(2q + 6) 2q + 6q

Esse é um resultado aceitável, porém sua forma mais simplificada é a


2q − 6 2(q − 3) q −3
que segue: 2
= 2
= 2
2q + 6q 2(q + 3q) q + 3q

Exercício:

Resolva as divisões envolvendo frações algébricas.

3a 6a 2
1) :
5 10
__________ 87 __________
2 a +1
2) :
a a−3

6a 2 − 1 x2 + 2
3) 2 :
x − 4 x2 + 4x + 4

( x − 1).( x + 1) x − 1
4) :
( x + 2) 3x + 6

a2 − 1 a + 1
5) :
a + 3 a2 − 9

__________ 88 __________
Capítulo 6

SEQUÊNCIAS

“A verdadeira eloqüência zomba da eloqüência, a


verdadeira moral zomba da moral; quer dizer que a
moral do juízo zomba da moral do espírito, que não
tem regras. Pois é ao juízo que pertence o
sentimento, como as ciências pertencem ao espírito.
A finura é a parte do juízo, a geometria, a do espírito.
Zombar da filosofia, é, em verdade filosofar.”

Blaise Pascal

__________ 89 __________
6. SEQUÊNCIAS

6.1 TRIÂNGULO DE PASCAL

Definição: Conjunto de valores, dispostos na forma de um triângulo


equilátero, originados de operações elementares obedecendo aos passos
descritos abaixo, o que constitui sua lei de formação.
1. Inicia-se a construção do Triângulo de Pascal colocando-se o valor 1
numa posição que será um vértice de um triângulo equilátero.
2. O valor a ser colocado na linha imediatamente inferior será o resultado
da soma dos valores antecedente e conseqüente da linha
imediatamente acima. Caso não exista o antecedente ou conseqüente,
o mesmo será considerado zero.

De acordo com os passos descritos acima o triângulo de Pascal será:

1
1 1
1 2 1
1 3 3 1
1 4 6 4 1
1 5 10 10 5 1

Em seguida, estão apresentadas algumas relações estabelecidas entre os


elementos do triângulo de Pascal.
( )
i) Seqüência de valores 20 ,21,2 2 ,23 ,24... . É possível encontrar esta
seqüência de valores efetuando a adição dos valores constantes em cada
linha do triângulo de Pascal.
__________ 90 __________
1--------------------------------------------------- = 20
1 + 1 ---------------------------------------- = 21
1 + 2 + 1 ----------------------------- = 22
1 + 3 + 3 + 1 ------------------- = 23
1 + 4 + 6 + 4 + 1 -------- = 24
1 + 5 + 10 + 10 + 5 + 1 -- = 25

Pode-se escrever esta seqüência de duas formas: (20 , 21 , 22 ,..., 2n −1 ,... ) ou

a1 = 20 , a2 = 21, a3 = 22 , ..., an = 2n −1 , onde an = 2n −1 indica o valor do n-ésimo

elemento da seqüência.
Assim, para encontrar o primeiro elemento, basta fazer n = 1 .e tem-se
a1 = 21−1 = 20 . Da mesma forma, o quarto elemento pode ser encontrado por
a4 = 24 −1 = 23 .

ii) Seqüência de valores (3,4,5,6,...) . É possível encontrar esta seqüência,


partindo do vértice do triângulo e percorrendo um de seus lados,
efetuando a soma do número colocado sobre o lado do triângulo com o
valor imediatamente abaixo dele.
1
+
1 ↓ 1

+
1 ↓ 2 1

+
1 ↓ 3 3 3 1

+
1 ↓ 4 4 6 4 1

1 5 5 10 10 5 1
6
O estudo do triângulo de Pascal possibilita também encontrar de forma
eficiente os coeficientes de desenvolvimento de expressões do tipo (a + b )n , onde
n ∈ N* .

__________ 91 __________
Observe a relação existente entre os coeficientes da expressão (a + b )n e
os valores que aparecem no triângulo de Pascal.

(a + b)0 = 1 ----------------------------------------------- 1

(a + b)1 = 1.a1 + 1.b1 ----------------------------------1 1

(a + b) 2 = 1.a 2 + 2.a.b + 1.b 2 --------------------1 2 1

(a + b)3 = 1.a3 + 3.a 2 .b + 3.a.b 2 + 1.b3 ------1 3 3 1

6.2 SEQÜÊNCIA

6.2.1 Definições: Lei de formação, seqüência e termo de uma seqüência

Definição: A lei de formação de um conjunto numérico é uma


condição estabelecida para que um elemento pertença a esse conjunto.

Para que um elemento x pertença a um conjunto formado somente por


números pares positivos, por exemplo, é necessário que ele possua a forma
x = 2.n + 2 (onde n é inteiro não-negativo).

Definição: Seqüência é todo conjunto, cujos elementos obedeçam a


uma lei de formação e se apresentem em determinada ordem.

Definição: Termo de uma seqüência é o elemento de uma seqüência.

Para representar uma seqüência, escreve-se entre parênteses os seus


elementos separados um a um por vírgula, de modo que da esquerda para a
direita se tenha (primeiro elemento, segundo elemento, terceiro elemento, ....).

__________ 92 __________
Observação: O termo de uma seqüência que ocupa a posição de número n é
indicado pelo símbolo a n .
Isto é:
 a1 indica o primeiro termo da seqüência,
 a 2 indica o segundo termo da seqüência,
 a3 indica o terceiro termo da seqüência,
 : :
 : :
 : :
 a n indica o enésimo termo da seqüência.

Uma seqüência (a1 , a2 , a3 ,......an .....) pode ser representada abreviadamente


por (an ).n ∈ N *

Exemplos:
1) Observe a seqüência (4,7,12,19,...) e procure identificar sua lei de formação.
Resolução:
a1 = 4 , a2 = 7 , a3 = 12

A lei de formação da seqüência é: a n = n 2 + 3 .

2) Encontre a lei de formação e o elemento a7 da seqüência (2,7,12,17,22,...)


Resolução:
an = 5.n − 3

a7 = 32

__________ 93 __________
Exercícios:

n 2 .(n + 1) 2
1) Uma seqüência é formada pela lei an = . Indique os cinco primeiros
4
termos da seqüência.

2) O oitavo termo de uma seqüência é 270 . Sabendo que a seqüência é formada


pela lei an = x.(n + 1) , encontre o valor de x e o valor do primeiro termo da
seqüência.

3) an = 2.n.(n − 1) é a lei de formação de uma seqüência. Mostre que a1 + a10 = a10 .

__________ 94 __________
Capítulo 7

RELAÇÕES MÉTRICAS
NO TRIÂNGULO
RETÂNGULO

“Deus de fato joga dados. E o problema é que muitas


vezes os lança em lugares que não enxergamos.”

Stephen W. Hawking

__________ 95 __________
7. RELAÇÕES MÉTRICAS NO TRIÂNGULO
RETÂNGULO

7.1 INTRODUÇÃO À TRIGONOMETRIA

A palavra trigonometria vem da língua grega e significa


trigono=triangular e metria=medida. Acredita-se que, como ciência, a
Trigonometria nasceu com o astrônomo grego Hiparco de Nicéia (190-125 a.C.).
Esse grande astrônomo criou uma matemática aplicada para prever os eclipses e
os movimentos dos astros, permitindo a elaboração de calendários mais precisos
e maior segurança na navegação. Hiparco ficou conhecido como pai da
Trigonometria por ter estudado e sistematizado algumas relações entre os
elementos de um triângulo.
A trigonometria, que relaciona as medidas dos lados de um triângulo
com as medidas de seus ângulos, é de grande utilidade na medição de distâncias
inacessíveis ao ser humano, como a altura de montanhas, torres e árvores, ou a
largura de rios e lagos. Por esse motivo, a Trigonometria foi considerada em sua
origem como uma extensão da Geometria.

7.1.1 Teorema de Pitágoras1

Definição: O teorema de Pitágoras diz que num triângulo retângulo, o


quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos.

1
Ver referências biográficas no GUIA DO PROFESSOR.
__________ 96 __________
Se construirmos quadrados sobre os lados a , b e c do triângulo
retângulo, esses quadrados terão área a 2 , b 2 e c 2 , onde:
 a representa simultaneamente o lado do quadrado A e a hipotenusa
do triângulo;
 b e c representam, simultânea e respectivamente, o lado do
quadrado B e C e os catetos do triângulo.
Sendo assim temos que:

a 2 = b2 + c 2

Observação: Três números inteiros que satisfazem a relação a 2 = b 2 + c 2 são


denominados ternos Pitagóricos.

Exemplo:
Sabendo que a altura máxima que Lucas e Pedro podem subir enquanto brincam
no balanço é de 60cm , calcule o comprimento do balanço.

Resolução:
É possível aplicar o Teorema de Pitágoras para encontrar o comprimento
do balanço porque a linha tracejada forma um ângulo de 90 º com a “linha” do
chão.
__________ 97 __________
Como as unidades de medidas apresentadas são diferentes, é preciso
considerar que 1,8m = 180cm .
Aplicando o teorema de Pitágoras, temos:
a 2 = b2 + c 2

a 2 = (180cm) 2 + (60cm) 2

a 2 = (32.400cm) 2 + (3.600cm) 2

a 2 = 36.000cm 2

a = 36.000cm 2

a ≅ 190cm
Logo, o comprimento do balanço é de aproximadamente 190cm , isto é,
1,9m .

Exercícios:

1. Calcule o valor de x em cada um dos triângulos.

xcm
5cm

12cm

7,5cm
xcm

4,5cm

2. Uma escada de 5m de comprimento está apoiada numa parede. O pé da


escada está afastado 3m da base da parede. Qual é a altura, na parede, que a
escada alcança?

__________ 98 __________
3. Uma sala de aula tem 6m de largura e 8m de comprimento. Calcule a
medida da diagonal dessa sala.

7.2 ESTUDO DO SENO, COSSENO E TANGENTE NO


TRIÂNGULO RETÂNGULO

Um triângulo é retângulo quando um de seus ângulos internos é reto, ou


seja, mede 90 º.

A partir do triângulo ABC da figura com  = 90° (reto) e seus ângulos α


e β , cabe considerar que:
 Em relação ao ângulo α , c é o cateto oposto e b é o cateto adjacente;
 Em relação ao ângulo β , b é o cateto oposto e c é o cateto adjacente;
A partir de um triângulo retângulo dado, é possível estabelecer razões
entre as medidas dos seus lados: catetos (que formam o ângulo reto) e
hipotenusa (que se opõe ao ângulo reto).

7.2.1 Seno

Definição: Seno de um ângulo é a razão entre a medida do cateto


oposto a esse ângulo e a medida da hipotenusa.

b b
Então, sen Bˆ = (seno de B̂ ); ou senβ = (seno do ângulo de medida
a a
β ).
__________ 99 __________
medida do cateto oposto a β
seno de β =
medida da hipotenusa

Exemplo:
Considerando o triângulo ABC ,
retângulo em A , calcule o seno
de α e β .

Resolução:
Ao calcular o seno de α temos que o cateto oposto a esse ângulo mede
12 e a hipotenusa mede 20 .
12
Logo, seno de α = = 0,6
20
Ao calcular o seno de β temos que o cateto oposto a esse ângulo mede
16 e a hipotenusa mede 20 .
16
Logo, seno de β = = 0,8 .
20

7.2.2 Cosseno

Definição: Cosseno de um ângulo é a razão entre a medida do cateto


adjacente a esse ângulo e a medida da hipotenusa.

c c
Então, cos Bˆ = (cosseno de B̂ ); ou cos β = (cosseno do ângulo de
a a
medida β ).
medida do cateto adjacente a β
cosseno de β =
medida da hipotenusa

__________ 100 __________


Exemplo:
Tomando como referência o triângulo ABC , apresentado anteriormente,
retângulo em A , calcule o cosseno de α e β .

Resolução:
Para calcular o cosseno de α , temos
que o cateto adjacente a esse ângulo mede 16 e
a hipotenusa mede 20 .

16
Logo, seno de α = = 0,8
20
Para calcular o seno de β , temos que o cateto adjacente a esse ângulo
mede 12 e a hipotenusa mede 20 .
12
Logo, seno de β = = 0,6 .
20

7.2.3 Tangente do ângulo agudo

Definição: Tangente de um ângulo é a razão entre a medida do cateto


oposto a esse ângulo e a medida do cateto adjacente.

b c
Então, tg Bˆ = (tangente de B̂ ); ou tg β = (tangente do ângulo de
c a
medida β ).
medida do cateto oposto a β
tangente de β =
medida do cateto adjacente a β

Exemplo:
Considerando ainda o triângulo ABC , retângulo em A , calcule a tangente de α e
β.

__________ 101 __________


Resolução:
O cálculo da tangente de α consiste na razão entre o cateto oposto a esse
ângulo, que mede 12 e o cateto adjacente, que mede 16 .
12
Logo, tangente de α = = 0,75 .
16
Em contrapartida, o cálculo da tangente de β corresponde à razão entre o
cateto oposto a esse ângulo, que mede 16 e o cateto adjacente que mede 12 .
16 4
Logo, seno de β = =
12 3

7.3 SENO, COSSENO E TANGENTE DE ÂNGULOS FUNDAMENTAIS

Os ângulos fundamentais são apresentados em função de seu uso


constante.

7.3.1 Cálculo do seno, cosseno e tangente de 30º e 60º

Para calcular o seno, cosseno e


tangente de 30° e 60° , vamos tomar
como referência um triângulo
equilátero, cujos lados medem l , as
alturas medem h e a mediana, a altura
e a bissetriz, relativas a um mesmo
ângulo interno, coincidem.

__________ 102 __________


Para calcular a altura no triângulo AMC , aplica-se o teorema de
Pitágoras, onde:
2
l
h +   = l2
2

2

l2
h2 = l 2 −
4

2 l2
h =3
4

l 3
h=
2

A partir da altura do triângulo AMC e das definições apresentadas, é


possível calcular o valor do seno, cosseno e tangente dos ângulos de 30° e 60° .

Ângulo de 30º Ângulo de 60º


l 3
1 l
sen 30° = 2 = 2 = 3
sen 60° =
l 2 l 2
3 l
l
2 = 3 1
cos 30° = cos 60° = 2 =
l 2 l 2

l l 3
1. 3 3
tg 30° = 2 = = tg 60° = 2 = 3
l 3 3. 3 3 l
2 2

7.3.2 Cálculo do seno, cosseno e tangente de 45º

O cálculo do seno, cosseno e


tangente de 45° parte de um triângulo
retângulo e isósceles ABC , cujos catetos
medem l e a hipotenusa mede x .

__________ 103 __________


Para calcular a hipotenusa x aplica-se o teorema de Pitágoras no
triângulo ABC . Assim temos:
x2 = l 2 + l 2

x 2 = 2l 2

x = 2l 2

x=l 2
A partir da medida da hipotenusa do triângulo ABC , é possível calcular
o seno, cosseno e tangente de 45° , onde:
1 1 2 2
sen 45° = sen = . =
l 2 2 2 2

l 2
cos 45° = =
l 2 2

l
tg 45° = = 1
l
A partir das demonstrações apresentadas e dos resultados encontrados,
construímos a tabela:
30° 45° 60°

seno 1 2 3
2 2 2

cosseno 3 2 1
2 2 2

tangente 3 1 3
3

Exercícios:

1. Considere o triângulo retângulo representado a seguir e determine:

__________ 104 __________


a) sen α
b) cos α
c) tg α
d) sen β
e) cos β
f) tg β

2. Determinar o valor do seno, cosseno e tangente de α e de β no triângulo


PQR .

a) sen α b) cos α
c) tg α d) sen β
e) cos β f) tg β

3. Determine os valores de x e y representados na figura.

4. Considere o triângulo equilátero, cujo lado mede 2cm e determine:

__________ 105 __________


a) sen 30° b) cos 30°
c) tg 30° d) sen 60°
e) cos 60° f) tg 60°

5. Uma escada faz um ângulo de 45° com a parede vertical de um prédio, ao


tocar o topo distante 6m do solo. Determine o comprimento da escada.

6. Num campeonato de asa-delta, um participante se encontra a uma altura de


160m e vê o ponto de chegada a um ângulo de 60° conforme a figura. Calcular a

componente horizontal x da distância aproximada em que ele está desse ponto


de chegada.

__________ 106 __________


Referências

ABRANTES, Paulo; CARVALHO, Raul Fernando. A aventura Matemática –


8º ano. Portugal: Porto, 1994.

BIANCHINI, Edwaldo. Matemática, 7º série. 5ed. São Paulo: Moderna,


2002.

BIANCHINI, Edwaldo. Matemática, 8º série. 5ed. São Paulo: Moderna,


2002.

FILHO, Benigno Barreto; SILVA, Cláudio Xavier da. Matemática aula por
aula: volume único, ensino médio. São Paulo: FTD, 2000.

http://www.colegiocatanduvas.com.br/desgeo/trigonometria/index.htm

NEVES, Maria Augusta Ferreira; GUERREIRO, Amélia Maria Melo.


Matemática – 8º ano. Portugal: Porto Editora, 1999.

PASSOS; Iolanda Centeno; CORREIA, Olga Flora; SOUSA, Ana Paula.


Matemática em ação – a teoria e a prática – 8º ano. Portugal: Lisboa Editora,
2002.

SUDJATMIKO, Ponco. Pelajaram Matematika 3A - 9º ano do ensino pré-


secundário. Editora: PT Tiga Serangkai, 1999.

SUDJATMIKO, Ponco. Pelajaram Matematika 3B - 9º ano do ensino pré-


secundário. Editora: PT Tiga Serangkai, 1999.

VIEIRA, Maria Teresa Coutinho; VENTURA, Maria Teresa Vieira; VIEIRA,


Maria Isabel Coutinho. Matemática 11º: Teoria – Exercícios. Porto: Porto
Editora LDA, 1994.

__________ 107 __________

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