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PATO BRANCO
2017
EDUARDO ENDERLI BODANESE
PATO BRANCO
2017
TERMO DE APROVAÇÃO
Andrei Bordignon
Henry Ford
AGRADECIMENTOS
This work addresses the concept of class D amplifiers (switching amplifiers), indicating
it as a substitute for other classes of audio amplifiers in some specific applications,
because it is more efficient and it is possible to obtain a satisfactory audio quality.
In this paper it is discussed the classes of audio amplifiers, the topologies of class
D amplifiers, the main modulations used and the differences between an analog and
a digital class D. Once the complete bridge topology, digital modulation and 3-level
pulse width modulation (PWM) are chosen, each step is analyzed to ultimately be
designed based on theory. Computational numerical simulations are developed in the
PSIM
R and LTspice
R softwares to validate the projected steps of the circuit and the
project as a whole. A prototype is developed for the acquisition of experimental results
to determine the parameters that characterize the amplifier and compose its table of
technical specifications. Finally, simulation and experimental results of the designed
and implemented amplifier are presented, compared and discussed.
LC Indutivo-capacitivo
Vo (s) Tensão de saı́da do filtro
Vin (s) Tensão de entrada do filtro
L Indutância do filtro
R Resistência da carga
C Capacitância do filtro
ωc Frequência de corte do filtro de saı́da em rad
A0 Ganho de um filtro
fc Frequência de corte do filtro de saı́da em Hz
fr Frequência de ressonância do filtro de saı́da
RDS(on) Static Drain-to-Source On-Resistance
k Parâmetro constante relacionado ao RDS(on) de um MOSFET
BVDSS Drain Source Breakdown Voltage
Pcond Perdas de condução
IDef Corrente eficaz no MOSFET
Qg Carga do Gate
Pgate Potência dissipada na porta do MOSFET
VGS Tensão entre a porta e a fonte
fsw Frequência de chaveamento
Qrr Base Diode Reverse Recovery Charge
Pcom Perdas de comutação
Coss Capacitância entre dreno e fonte
E Tensão de barramento
tf Tempo de descida da corrente
tr Tempo de subida da corrente
Ptotal Perdas totais
S2 Chave inferior do braço 1
Cboot Capacitor de bootstrap
VDboot Queda de tensão no capacitor de bootstrap
S1 Chave superior do braço 1
Rsn Resistor do snubber
Csn Capacitor do snubber
D Razão cı́clica
RG Resistor de ganho do amplificador de instrumentação
Acl Ganho de malha fechada
Rdc Resistência do fio que forma a bobina do alto-falante
Ls Indutância do enrolamento da bobiba do alto-falante
Cr Capacitância que representa o cone do alto-falante
Lr Indutância que representa a suspensão do alto-falante
Rr Resistência que representa as perdas de suspensão no alto-falante
VCA Tensão de Alimentação
POU T Potência de Saı́da
η Rendimento
Vpp Tensão de pico a pico
m Índice de Modulação
Zo Impedância da Carga
Vruido,% Percentual de ruı́do que o filtro deixa passar
VDS Tensão entre o dreno e a fonte
VB Saı́da de referência do driver para o MOSFET superior
Pin Potência de entrada na fonte CC
f Frequência da rede
Vmax Tensão de pico da saı́da da fonte CC
Vmin Tensão mı́nima da saı́da da fonte CC
0
Uo,n Tensão do componente harmônico analisado no cálculo da THD
Uo Tensão da saı́da do amplificador para cálculo da THD
Pmed Potência de saı́da do amplificador
VRM S Tensão de saı́da para potência nominal
IRM S Corrente de saı́da para potência nominal
S Sinal
N Ruı́do
A Amplitude das componentes de frequência para cálculo do THD
T HD + N Distroção harmônica total + ruı́do
Kw Fator de utilização da janela do carretal
Bmax Densidade máxima de fluxo
Jmax Densidade máxima de corrent
µo Permeabilidade magnética do ar
Iorms Corrente eficaz no indutor
Iopk Corrente de pico no indutor
Ae Aw Produto das áreas
N Número de espiras do indutor
Aw Área da janela
Ae Área do entreferro
Lt Comprimento médio de uma espira
Ve Volume do núcleo
a Distância entre janelas
b Largura da janela
h Altura da janela
d Profundidade do núcleo
δcu Profundidade de penetração no cobre
Amax Área máxima da seção transversal de um condutor
Acond Área necessária para conduzir a corrente eficar do indutor
ncondutores Número de condutores
Acarretel Área do carretel
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3 PROJETO DO AMPLIFICADOR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
4 ANÁLISE DE RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
5 CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
APÊNDICE A - DEFINIÇÕES DE PARÂMETROS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
1 INTRODUÇÃO
O som é gerado quando um objeto vibra, fazendo com que o ar que está
ao seu redor seja deslocado (PIRES, 2010). Isto permite que o som seja criado por
uma infinidade de diferentes vibrações. Todavia, o que permite que algum tipo de
som emitido tenha importância é o fato do ouvido humano ter capacidade de captá-lo
e interpretá-lo. Biologicamente, o conceito da frequência tem papel importantı́ssimo,
pois o ser humano não é capaz de ouvir todas as frequências. A faixa audı́vel do ser
humano restringe-se, em média, entre 20 Hz e 20 kHz (RODRIGUES; COLLINO, 2008).
No decorrer do tempo, sinais de áudio passaram a ser amplificados para
suprir a necessidade de transmitir uma mensagem sonora para um maior número de
pessoas em um mesmo lugar (RODRIGUES; COLLINO, 2008). Com isso, o desenvolvi-
mento de amplificadores de áudio passou a ganhar espaço.
Nas décadas passadas, os amplificadores de áudio restringiam-se a apare-
lhos de rádio e equipamentos profissionais de sonorização para grandes espetáculos
musicais. Na atualidade, por outro lado, os equipamentos de áudio são utilizados
amplamente em outras aplicações, tais como: sonorização doméstica, reprodução de
mı́dias digitais, telefonia móvel, sonorização automotiva, dentre outras. Os amplifi-
cadores de áudio estão embutidos em diversos aparelhos eletrônicos. Grande parte
destes dispositivos é móvel, e isso leva à necessidade de transformar o amplificador
em um componente pequeno, leve e eficiente (RUMSEY; MCCORMICK, 2009).
A evolução da eletrônica analógica e digital, aumentou a demanda por am-
plificadores, uma vez que reduziu o custo dos equipamentos, tornou-os mais compac-
tos, mais eficientes e com maior densidade de potência. A topologia do circuito ampli-
ficador depende das caracterı́sticas desejadas para o equipamento. Caso o principal
parâmetro desejado seja alto rendimento, então um amplificador Classe D pode ser a
melhor opção. Em contrapartida, caso busque-se a melhor fidelidade de reprodução
de áudio, o amplificador Classe A torna-se mais atrativo (SELF, 2002). Nas seções
2.1 e 2.2 serão abordadas as principais topologias e aplicações dos amplificadores de
áudio de potência.
1.1 Motivação do Trabalho 20
1.2 OBJETIVOS
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1.1 CLASSE A
VCC
R1 RL
VOUT
C1
IN+
R2 RE C2
IN- 0V
2.1.2 CLASSE B
+Vcc
-Vcc
Vout
2.1.3 CLASSE AB
+Vcc
Vbias
Vbias
-Vcc
100
Classe D
90
80
(%)
Classe B
70
✁
60
Rendimento -
50
40
30
Classe A
20
10
0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Po/Po(MAX)
Onda Triangular
gias: a half bridge (meia ponte) e a full bridge (ponte completa) (PIRES, 2010). A Figura
8 apresenta o conceito da topologia de meia ponte e a Figura 9 apresenta o conceito
da topologia de ponte completa.
+Vcc
Q1
Filtro
Driver Superior L
Entrada Modulador de Q
Largura de Pulso
Q C
Driver Inferior
Q2
-Vcc
+Vcc
Q1 Q3
Filtro Filtro
C C Driver Inferior
Driver Inferior
Q2 Q4
Entrada Modulador de Q
Largura de Pulso
Q
lante). Esse fenômeno pode levar ao incremento da tensão sobre a carga, podendo
causar danos ao alto falante, ao conversor e à própria fonte de alimentação (RODRI-
GUES, 2008).
A topologia ponte completa é melhor em termos de qualidade de áudio. É
constituı́da por dois braços. Em cada braço estão dispostas duas chaves operando em
modo complementar. Os amplificadores de ponte completa apresentam a desvanta-
gem de possuirem mais componentes envolvidos na sua construção. Em contraponto,
com apenas metade da tensão de alimentação, fornece a mesma potência que um
conversor meia ponte. Essa caracterı́stica é extremamente importante pelo fato que
chaves semicondutoras com as caracterı́sitcas de chaveamento desejadas, são mais
fáceis de serem encontradas com limites de tensão de até 150 V. Devido a isso os
amplificadores de alta potência usam essa topologia (CORDEL, 2011).
Outra vantagem da topologia ponte completa é que ela não está susceptı́vel
ao fenômeno de bus pumping. Também funciona com alimentação unipolar, não re-
querendo uma fonte simétrica. A configuração ponte completa possui conveniente-
mente um estado off (desligado), durante o qual os dois lados da ponte estão em
nı́vel alto ou baixo, criando uma diferença de potencial nula sobre a carga. Isso possi-
bilita melhores técnicas de modulação, como por exemplo o PWM de três nı́veis (será
discutido na sequência) que resulta em um menor filtro de saı́da (SCHWAAB, 2012).
• Modulação Auto-Oscilante
✁ 1 Entrada
Triangular
✁ 2
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
6
5
4
3
2
1
0
PWM
1
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
Pode ser visto na Figura 10 que quando o sinal de áudio possui uma am-
plitude maior do que o sinal de referência, a saı́da é um nı́vel lógico alto e a razão
cı́clica do PWM é maior por mais tempo. Na situação oposta, a saı́da é um nı́vel
lógico baixo. Isso cria um sinal que representa instantaneamente a amplitude do sinal
de entrada analógico, através da largura do pulso no sinal da saı́da. Para aplicação
2.2 Amplificadores Classe D 32
−1 Entrada
Triangular
−2
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
−2
−4
PWM 3 Níveis
−6
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
Vcc
R1
D Q
Sinal Saída
de Áudio R2 Vee CLK Q Modulada
Sinal de Clock
são gerados os pulsos que posteriormente irão acionar as chaves com a modulação
que for implementada. O sistema digital não necessita da geração da onda portadora
(triangular) para referência, o que é uma das etapas mais trabalhosas de serem ajusta-
das em um amplificador analógico. Porém, dependendo da velocidade do processador
e da resolução do conversor A/D, a precisão na hora de realizar a conversão do sinal
analógico para digital pode ser baixa, levando a distorções no estágio de saı́da do
amplificador (STARK, 2007).
Os estágios de acionamento das chaves, etapas de potência e de filtra-
gem continuam iguais para os dois modelos, visto que não é possı́vel encontrar um
conversor D/A (digital para analógico) para potência além de nı́veis de sinal.
C2
L R R1 R2
Vin Vout Vin
Vout
C C1
Figura 13: Filtro passivo de segunda ordem e filtro ativo de segunda ordem.
Fonte: Adaptado de (KUGELSTADT, 2008).
L L
Vin C R Vin C R
L
(a) (b)
pela entrada que representa o bloco filtro + carga, que é apresentada na Equação 1.
A função de transferência já encontra-se normalizada, conforme apresenta a Equação
1
Vo (s) 1
= L
. (1)
Vin (s) 1 + R s + LCs2
onde: Vo (s) representa a tensão de saı́da do circuito; Vin (s) representa a tensão de
entrada do circuito; L é o indutor; C é o capacitor e R representa o resistor.
Usando a metodolodia de projeto de filtros Butterworth apresentada por
Kugelstadt (2008), chega-se à equação gabarito de um filtro passa baixa de segunda
ordem, Butterworth, apresentada na Equação 2
s A0
A = √ . (2)
ωc 2 s2
1+ ωc
s+ ωc2
na qual A0 é o ganho que o filtro introduz no sistema, que neste caso, deseja-se que
seja unitário (maior ganho possı́vel para um filtro passivo) e ωc é a frequência de corte
do filtro, em radianos.
Igualando-se as Equações 1 e 2 termo a termo, obtêm-se as equações
para cálculo da indutância e da capacitância para obtenção do filtro desse amplifica-
dor. As Equações 3 e 4 são as equações que determinam indutância e capacitância,
respectivamente:
√
2·R
L= , (3)
2 · π · fc
1
C= . (4)
4· π2 · fc2 · L
Os coeficientes utilizados para obtenção do gabarito de Butterworth são
equivalentes a ter-se escolhido um fator de amortecimento de 0,7, o que garante uma
resposta mais próxima do comportamento assintótico de um filtro passa baixa de se-
gunda ordem, no qual não haja elevação de amplitude na frequência de ressonância
(fr ) do filtro, determinada por
1
fr = √ . (5)
2 · π · LC
Tendo em vista que foi adotada a topologia de filtro balanceada para este
2.4 Topologia Escolhida 41
√
2·R
L= . (6)
4 · π · fc
Um fator importante que deve ser levado em conta na hora do dimensiona-
mento dos componentes é que quanto maior a frequência de corte, mais ruı́do chega
à saı́da do amplificador, aumentando a taxa de distorção harmônica; quanto menor a
frequência de corte, maior o indutor necessário para filtragem.
Como o filtro é conectado em série com a carga, nota-se que a função de
transferência do amplificador é dependente da carga. Isso faz com que o amplificador
tenha menor controle sobre o alto-falante, principalmente em altas frequências (KULKA,
2007).
deve ser injetada incessantemente na base do transistor todo o tempo em que ele
estiver conduzindo. Essa corrente pode apresentar valores elevados, dependendo do
modelo do dispositivo, o que passa a ser um problema no quesito rendimento devido
as grandes perdas causadas. Também torna-se mais complexo o circuito de aciona-
mento, visto que necessita fornecer nı́veis maiores de corrente e também os drenar,
para que o transistor BJT entre no modo de corte de forma rápida (BARKHORDARIAN,
2011).
Já o transistor de efeito de campo (MOSFET), funciona como uma chave
que é controlada por tensão. Portanto, o driver deve fornecer tensão ao terminal gate
do MOSFET, com referência ao terminal source. Também deve ser capaz de fornecer
e retirar a corrente necessária para carregar e descarregar a capacitância de gate
do MOSFET, para que ele entre em modo de condução e em modo de corte. Sua
velocidade de comutação é muito superior por não haver recombinação de portadores
minoritários, como é o caso do BJT (SCHWAAB, 2012).
Sendo o MOSFET um dispositivo que pode ser controlado por tensão, ca-
paz de chavear em frequências elevadas, além de ter uma alta impedância de entrada
e exigir um circuito de acionamento mais simples comparado aos BJTs, escolhe-se
ele para implementação da ponte conversora do amplificador.
• BVDSS (Tensão de Avalanche entre Dreno e Fonte): que é a tensão máxima que
pode ser aplicada entre o dreno e a fonte, sem que o dispositivo entre em ruptura
por avalanche (BARKHORDARIAN, 2011).
2
Pcond = IDef · RDS(on) (8)
onde:
Coss : capacitância interna entre dreno e fonte
2.4 Topologia Escolhida 44
E: tensão de barramento
IDef : corrente que circula pelo MOSFET
tf : tempo de descida da corrente
tr : tempo de subida da corrente
fsw : frequência de chaveamento
Portanto, as perdas totais em cada MOSFET de saı́da podem ser represen-
tadas como
Conclui-se então que deve ser escolhido um MOSFET que tenha BVDSS
maior que o valor máximo de tensão que será aplicado a seus terminais, mas não
muito elevado para não resultar em maiores perdas de condução devido à sua
relação com RDS(on) . Qg não deve ser grande para ter-se uma elevada frequência
de comutação, assim como Qrr deve ser pequena para reduzir EMI (CEREZO, 2009).
Vgate
Dboot
Cboot
S1
PWM_1 Driver
Vcc
S2
PWM_2 Driver
2.4.4 OPTOACOPLADOR
1 8
2 7
3 6
4 5
comando (modulador) fica totalmente imune aos esforços de potência que ocorrem na
outra referência do circuito.
driver que não possui essa função acoplada, a inserção de tempo morto é mais
elaborada, requerendo o uso de circuitos eletrônicos para tal fim.
Período
S1
Ton Toff
S2
t
Tempo Morto
Csn Csn
Rsn D Rsn D
S2 S3
Csn Csn
IDef · (1 − D)
Csn = , (12)
4 · E · fsw
D
Rsn = . (13)
5 · Csn · fsw
O diodo escolhido além de suportar a corrente de pico e média necessárias,
e a tensão de bloqueio, deve ser de rápida recuperação, pois operará na frequência
de chaveamento do circuito.
• 90 MHz de clock;
na Figura 21.
2R
Acl = 1 + (14)
RG
onde:
Acl : ganho de malha fechada;
R: resistores R1 e R2 ;
RG : resistor de ajuste do ganho.
• Fonte chaveada
Torna-se óbvio que a primeira e mais simples opção é a que possui melhor
relação de custo, porém, pode-se ponderar que ela fornecerá ripple e ruı́do o que
prejudicará a qualidade final do amplificador (SELF, 2002).
Discorrendo brevemente sobre cada uma, tem-se os seus prós e contras.
A fonte linear não-regulada é barata, confiável e simples, além de não sofrer inter-
ferência dos chaveamentos de alta frequência e ter a capacidade de fornecimento de
corrente durante os picos de potência, caracterı́stica fundamental para boa qualidade
de áudio. Como desvantagens, essas fontes apresentam um ripple significativo na
saı́da CC, além de ser volumosa e pesada, principalmente pelo transformador. De
acordo com Self (2002), as fontes lineares reguladas conseguem eliminar o ripple da
saı́da, sua mais importante vantagem. Porém o circuito torna-se mais complexo, a
eficiência é reduzida, ela passa a não ser tão confiável, principalmente durante os pi-
cos de corrente, que o regulador pode não conseguir suprir. Também torna-se mais
cara e maior. Por sua vez, as fontes chaveadas tem suas principais vantagens pelo
controle da tensão da saı́da, seu tamanho e peso reduzidos e pelo seu altı́ssimo rendi-
mento. No entanto, possui um circuito muito mais complexo, o que acarreta em menor
confiabilidade. Bastante susceptı́vel a ruı́dos devido ao chaveamento e também a
interferência de alta frequência (ZHANG, 2013).
Se bem projetadas, qualquer topologia adotada da fonte pode fornecer uma
excelente performance para a saı́da de áudio do amplificador. Portanto, faz sentido
adotar a solução mais simples, ou seja, a fonte linear não-regulada. As fontes regula-
das vão exigir um trabalho maior tanto na busca por componentes compatı́veis, como
no projeto e construção. As fontes chaveadas de alto desempenho já são assunto pra-
ticamente pra especialistas, o que exigiria dedicação redobrada. O principal desafio
para a fonte não-regulada é manter o ripple pequeno e fora da saı́da de áudio, o que
pode ser resolvido facilmente seguindo uma boa metodologia de projeto (SELF, 2002).
2.4 Topologia Escolhida 56
Cr
Rdc Ls Rr
ALTO-FALANTE_+ ALTO-FALANTE_-
Lr
Parte Elétrica
Parte Mecânica
Na parte mecânica:
!
1
Z(ω) = Rdc + jωLs + 1 1 . (15)
Rr
+ j(ωCr − ωLr
)
Ressonância
Indutivo Capacitivo
Indutivo
Resistivo
Frequência [Hertz]
3 PROJETO DO AMPLIFICADOR
+Vcc
Opto
1
IR2110
Q1 Q3
Instrumentação Filtro
Opto
Microcontrolador
2
L L
Anti
Entrada Aliasing
de Áudio
Opto
3 C
IR2110
Buffer
Q2 Q4
Opto
4
√
2·R
L= = 36, 01 µH. (16)
4 · π · fc
Com o valor de 36,01 uH para cada indutor do filtro é possı́vel calcular o
valor dos capacitores através da resolução da Equação (4)
1
C= = 563 nF. (17)
8 · π 2 · fc 2 · L
Tendo-se determinado o valor dos componentes do filtro, realiza-se uma
validação deste filtro no software matemático MatLab
.
R Para aproximar-se do circuito
−31,2
Vruido,% = 10( 20 ) = 2, 75% (18)
3.2 Escolha das Chaves (MOSFETs) 60
Diagrama de Bode
20
Magnitude (dB)
System: x
System: x Frequency (kHz): 150
−20 Frequency (kHz): 25 Magnitude (dB): −31.2
Magnitude (dB): −3
−40
−60
−80
0
System: x
−45
Fase (deg)
Frequency (kHz): 25
Phase (deg): −90.4
−90
−135
−180
0 1 2 3
10 10 10 10
Frequência (kHz)
A primeira etapa da escolha das chaves, que é qual semicondutor deve ser
usado, já foi previamente realizada, sendo definido que o MOSFET apresenta algumas
vantagens em relação aos outros modelos para a aplicação em um amplificador de
áudio chaveado.
Há uma infinidade de MOSFETs disponı́veis no mercado, cada qual com
3.2 Escolha das Chaves (MOSFETs) 61
de subida e descida. Mesmo assim, possui as menores perdas totais dos 3 MOSFETs,
totalizando 1,2626 W. A carga de corpo do diodo Qrr é a menor dentre todas, o que
o caracteriza como menos susceptı́vel a EMI e, portanto, a melhor escolha dentre os
modelos avaliados.
Como duas chaves sempre conduzem simultaneamente, a perda total nas
chaves é 2 vezes o valor encontrado. Assim, a perda total é de 2,5252 W, ou seja,
5,05% da potência nominal do amplificador.
A simulação para validar a escolha das chaves será realizada junto à
simulação completa do circuito, pois não há propósito em fazê-la separadamente.
necer até 2 A de corrente em cada saı́da, além de suportar até 500 V de tensão de
barramento, o que garante que ele atenda os requisitos do sistema e das chaves.
Assim, a Figura 26 apresenta o circuito montado para um dos drivers, que
consiste de capacitores de desacoplamento, circuito de bootstrap e de resistores para
limitar a corrente fornecida.
+12V
R1
1 14
2 13
D1
3 IR2110 12 PWM_2 R3
4 11
C1 C2 Vcc
5 10 PWM_1
R2
6 9
Cboot Dboot
7 8
D2 R4
conectados em paralelo.
Por fim, definem-se os resistores conectados entre a saı́da do driver
e a chave. A malha DR (diodo-resistor) é inserida para que quando o sinal de
saı́da seja alto e a corrente esteja carregando a capacitância da porta do MOSFET,
o diodo polarize-se reversamente e bloqueie. Assim, o sinal percorre o resistor,
que limitará o valor da corrente máxima fornecida pela saı́da do CI. Sabe-se que
quanto maior o valor da corrente, maior pode ser a frequência de chaveamento.
Como o valor da capacitância de porta é baixo nesta chave e o driver trabalha bem
abaixo do seu limite máximo de frequência, escolhe-se o valor de 47 Ω para o resis-
tor, levando-se em conta o gráfico fornecido pelo fabricante, apresentado na Figura 27.
+5V
R1 1 8
R2
6N137
3,3 V 2 7
C1 C2
PWM 3 6 Saída
4 5
IDef · (1 − D)
Csn = = 18, 4 nF. (19)
4 · E · fsw
O resistor do snubber Rsn é escolhido de acordo com a Equação 13
D
Rsn = = 61, 59 Ω. (20)
5 · Csn · fsw
Utilizam-se componentes com valores comerciais mais próximos aos defi-
nidos, sendo o capacitor de 18 nF e 2 resistores de 33 Ω em série.
sente no sinal analógico deve ser removida antes da conversão; do contrário, será
quantizada junto com o sinal, tornando-se impossı́vel distinguir um do outro.
Com este objetivo, projetou-se um circuito de condicionamento formado por
um amplificador de instrumentação, um filtro anti-aliasing e um buffer, os quais tratam
o sinal de áudio vindo da fonte sonora e o tornam apto a ser utilizado pelo conversor
A/D do microncontrolador.
100 kΩ
RG = . (21)
(G − 1)
3.6 Projeto do Condicionamento de Sinais 68
R1 R2
+5V
1 8
AD623
Entrada_+ 2 7
Entrada_- 3 6 Saída
-5V 4 5
R3
C1 C2
C3 C4
A função de ganho só será utilizada caso a fonte de áudio possua tensão de
saı́da menor do que a sensibilidade do amplificador, o que causaria perda de resolução
na conversão A/D e aumento na distorção de saı́da. Desta forma opta-se por um
ganho mı́nimo de 1 e máximo de 2.
Para isso, conectou-se entre os pinos 1 e 8 um resistor de 100 kΩ e um
potenciômetro de 5 MΩ em série. Desta forma, quando o potenciômetro estiver em seu
valor máximo de resistência (5 MΩ), o ganho será aproximadamente 1. Quando ele
estiver com o valor mı́nimo de resistência (0 Ω), o ganho será 2, conforme o rearranjo
da Equação 21 é mostrado na Equação 22.
100 kΩ
G=1+ . (22)
RG
Para controle de offset, conectou-se um trimpot de 100 kΩ no pino 5, con-
forme a Figura 29. Dessa forma obtém-se um deslocamento tanto positivo como ne-
gativo, dependendo da condição de utilização.
C2
R1 R2
Vin
Vout
C1
Vo (s) Ao
= , (23)
Vin (s) 1 + ωc ·[C1 ·(R1 + R2 ) + (1 − Ao )·R1 ·C2 ]·s + ωc 2 ·R1 ·R2 ·C1 ·C2 ·s2
onde Ao é o ganho que o filtro introduz no sistema, que neste caso, deseja-se que seja
unitário.
Existem coeficientes que são inseridos na função de transferência do filtro
para determinar qual a aproximação que o filtro seguirá. Para simplificar, a Equação
24 traz a forma geral de um filtro de segunda ordem para qualquer aproximação, com
os coeficientes a e b, os quais determinam a aproximação
3.6 Projeto do Condicionamento de Sinais 70
s Ao
A = . (24)
ωc a1 b1
1 + s + 2 s2
ωc ωc
Os coeficientes a serem utilizados são para dois blocos de 2a ordem, que
juntos formam um filtro de 4a ordem, Butterworth. Para o 1o bloco (filtro passa baixa
Sallen-Key de 2a ordem), os coeficientes são a1 = 1,8478 e b1 = 1. Para o 2o bloco, os
coeficientes são a2 = 0,7654 e b2 = 1.
Assim, igualando as equações e seus respectivos coeficientes com a
função de transferência da topologia Sallen-Key apresentada na Equação 23, obtêm-
se as seguintes equações:
4·b1,2
C2,4 ≥ C1,3 · . (29)
a1,2 2
Assim, atribui-se os valores dos capacitores como sendo C1,3 = 1 nF e C2,4
= 47 nF. Os resistores podem ser definidos pelas Equações 30 e 31,
p
a1 ·C2 ± a1 2 ·C2 2 − 4·b1 ·C1 ·C2
R1,2 = (30)
4·π·fc ·C1 ·C2
p
a2 ·C4 ± a2 2 ·C4 2 − 4·b2 ·C3 ·C4
R3,4 = , (31)
4·π·fc ·C3 ·C4
3.6 Projeto do Condicionamento de Sinais 71
C2
C4
R1 R2
Vin R3 R4
C1 Vout
C3
V(n004)
5dB 0°
0dB -40°
Magnitude
-5dB -80°
-10dB -120°
Fase
-15dB -160°
-20dB -200°
-25dB -240°
-30dB -280°
-35dB -320°
-40dB -360°
-45dB -400°
-50dB -440°
10Hz 100Hz 1KHz 10KHz 100KHz
começa a atenuar a magnitude do sinal logo após 19 kHz. Isso faz com que o agudo
mais alto sofra uma pequena atenuação, o que pode resultar em um desvio na res-
posta de frequência do amplificador, nessa região.
A resposta de fase mostra um desvio de 180o na região da frequência de
corte, como esperado. Pode-se dizer então que o filtro Anti-Aliasing está validado
como foi projetado.
3.6.3 BUFFER
√
20· 2
E= = 33, 85 V. (32)
0, 85
A Figura 33 apresenta o circuito completo utilizado para a fonte.
D1 D3
1S Cbar 34 V
D2 D4
Ponte 1
C1 C3 LM7805 C5 5V
127 Vrms 2S
C2 C4 C6 -5 V
LM7905
Ponte 2
Pin
Cbar = 2 2
= 9, 058 mF (33)
f (Vmax− Vmin )
onde, f é a frequência do ripple, que para um retificador de onda completa é 120 Hz;
Pin é a potência de entrada da fonte e Vmax − Vmin é a variação máxima aceitável para
a fonte. Assumiu-se um ripple máximo de 2% para essa fonte, ou seja, Vmax − Vmin =
0, 68 V.
Utilizou-se 2 capacitores em paralelo de 4,7 mF cada, resultando numa
capacitância total de 9,4 mF, e, portanto, um ripple ainda menor do que os 2% máximos
determinados no projeto.
4 ANÁLISE DE RESULTADOS
4.1.1 MODULAÇÃO
nı́veis. Por fim, os 4 sinais são negados (invertidos) para compensar a caracterı́stica
inversora do optoacoplador. Assim, à entrada do driver eles estarão novamente com
sua polaridade inicial. A Figura 34 contém os sinais de PWM oriundos do PSIM
R
e inseridos nas fontes do LTspice, que são ondas quadradas de 0 a 3,3 V (nı́vel de
saı́da do microcontrolador).
V(pwm1) V(pwm2)
3.2V
2.4V
1.6V
0.8V
0.0V
V(pwm3) V(pwm4)
3.2V
2.4V
1.6V
0.8V
0.0V
2.144ms 2.146ms 2.148ms 2.150ms 2.152ms 2.154ms 2.156ms 2.158ms 2.160ms 2.162ms 2.164ms 2.166ms
V(out1) V(out2)
5.0V
4.0V
3.0V
2.0V
1.0V
0.0V V(out3) V(out4)
5.0V
4.0V
3.0V
2.0V
1.0V
0.0V
2.144ms 2.146ms 2.148ms 2.150ms 2.152ms 2.154ms 2.156ms 2.158ms 2.160ms 2.162ms 2.164ms 2.166ms
V(SW1,MID1) V(sw2)
12V
10V
8V
6V
4V
2V
0V
V(sw3) V(SW4,MID2)
12V
10V
8V
6V
4V
2V
0V
564µs 570µs 576µs 582µs 588µs 594µs 600µs 606µs 612µs 618µs
V(sg1) V(sg2)
40V
30V
20V
10V
0V
V(sg3) V(sg4)
50V
40V
30V
20V
10V
0V
2.144ms 2.146ms 2.148ms 2.150ms 2.152ms 2.154ms 2.156ms 2.158ms 2.160ms 2.162ms 2.164ms 2.166ms
V(N006,N007)
30V
18V
6V
-6V
-18V
-30V0.0ms 0.1ms 0.2ms 0.3ms 0.4ms 0.5ms 0.6ms 0.7ms 0.8ms 0.9ms 1.0ms 1.1ms 1.2ms 1.3ms 1.4ms 1.5ms 1.6ms 1.7ms 1.8ms 1.9ms 2.0ms
21V
7V
-7V
-21V
-29,13 V
-35V0.0ms 0.5ms 1.0ms 1.5ms 2.0ms 2.5ms 3.0ms 3.5ms 4.0ms 4.5ms 5.0ms
Como pode ser visto, com os valores de pico de 29,11 V e -29,13 V, a tensão
de pico a pico da senóide fica em 58,24 V, o que resultaria em uma potência pouco
maior que os 50 W projetados. Isso deve-se também ao sinal de entrada que possui
amplitude de 1,65 V, quando o ideal para a sensibilidade projetada desse amplificador
seria 1,55 V ou 4 dB.
Observa-se também, algumas distorções no cruzamento por zero, o que
4.1 Resultados de Simulação 79
não era esperado por não ser caracterı́stica do amplificador chaveado. Analisando
as ondas de PWM sobre a carga pode-se concluir que quando o sinal senoidal está
fazendo a transição em zero, a lógica da modulação de 3 nı́veis troca de um sinal
positivo para um sinal negativo. Como a simulação utiliza componentes reais, até o
PWM chegar nas chaves, ruı́do é inserido e o amplificador comuta em torno de zero
alguns pulsos até o valor do sinal negativo aumentar e ele voltar ao curso da senóide.
No circuito implementado não haverá esse problema, já que essa lógica é criada com
o microcontrolador.
A Figura 40 mostra o PWM apresentado na Figura 39, porém com um
intervalo de tempo menor. Nele, é possı́vel perceber que o valor máximo fica em torno
de 32 V, sendo que a fonte CC é de 33,85 V. Assim é possı́vel ver a queda de tensão
provocada pela resistência de condução das chaves (RDS(on) ). O ponto inferior, que
deveria ser zero, apresenta valor negativo. Aqui percebe-se mais uma peculiaridade
do circuito de bootstrap já discutida. O pico de corrente exigido para acionar o
MOSFET faz a tensão do pino VS , que seria o meio do braço, ficar negativa. Se o
resistor série fosse menor, consequentemente a corrente direcionada ao acionamento
do MOSFET seria maior e ocasionaria um pico ainda mais negativo.
V(MID1,MID2)
32V
24V
16V
8V
0V
2.068ms 2.072ms 2.076ms 2.080ms 2.084ms 2.088ms 2.092ms 2.096ms 2.100ms 2.104ms 2.108ms 2.112ms
115W Potência
95W
75W
55W
Tensão
30V
35W
18V Corrente
4A
15W
6V
0A
-5W -6V
-4A
18V
-
-30V
0.0ms 0.1ms 0.2ms 0.3ms 0.4ms 0.5ms 0.6ms 0.7ms 0.8ms 0.9ms 1.0ms 1.1ms 1.2ms 1.3ms 1.4ms 1.5ms 1.6ms 1.7ms 1.8ms 1.9ms 2.0ms
4.2.1 SENSIBILIDADE
forma de onda é apresentada com valor de tensão que leva o amplificador à máxima
potência com sua carga nominal: 20 V. Como o resistor utilizado tem valor menor que
o nominal, a potência fornecida é um pouco maior. Nota-se pequenos desvios nas
tensões de pico, devido à presença das componentes harmônicas no sinal de saı́da.
Vo 20
Gv = = = 35, 15. (34)
Vin 0, 569
A Figura 47 apresenta a forma de onda da saı́da, para o mesmo sinal de en-
trada, porém com a saı́da em aberto (amplificador sem carga). Há uma distorção mais
acentuada na saı́da quando ela está em aberto; isso se deve ao fato de o amplificador
não estar fornecendo corrente na sua saı́da, condição que tira o filtro de seu ponto de
operação, pois ele é projetado para que seus indutores filtrem o sinal de corrente da
saı́da.
4.2 Resultados Experimentais do Protótipo 84
4.2.2 POTÊNCIA
VRM S 2 202
Pmed = = = 50 W. (35)
Ro 8
4.2.3 EFICIÊNCIA
Potência de saı́da [W] Potência da fonte [W] Rendimento [%] Perda relativa [%]
50 55,18 90,62 10,36
40 45,37 88,16 10,74
30 34,07 88,05 8,14
20 22,89 87,38 5,78
10 11,43 87,45 2,86
Fonte: Autoria própria.
95
90
Eficiência [%]
85
80
10 15 20 25 30 35 40 45 50
Potência de Saída [W]
potência de saı́da. Essas perdas são o valor da perda absoluta dividido pela potência
nominal do amplificador; ou seja, é a perda em p.u. É importante ressaltar que as
baixas perdas relativas são um indicador positivo do aproveitamento de energia do
amplificador, tanto quanto o indicador de eficiência é. Mostram que em qualquer
ponto de operação ele pode ter um bom rendimento, muito maior que a maioria dos
amplificadores lineares.
12
11
10
Perdas Relativas [%]
2
10 15 20 25 30 35 40 45 50
Potência de Saída [W]
Vê-se que a diferença entre esses sinais é de 39,2 dB, que é a relação
sinal/ruı́do. Amplificadores de alta fidelidade possuem relações sinal/ruı́do maiores
que essa, porém este valor ainda é considerável. Quanto maior a potência de saı́da
aplicada, menor torna-se o ruı́do em relação ao sinal. No teste audı́vel, não foi
possı́vel notar ruı́dos que interferissem na qualidade do som.
Vo
G(dB) = 20 log (36)
Vi
30
29
28
27
26
Ganho [dB]
25
24
23
22
21
20
1 2 3 4 5
10 10 10 10 10
Frequência [Hz]
1
[ ∞ 0 2 2
P
n=2 Uo,n ] · 100%
T HD = , (37)
Uo
onde:
0
Uo,n é o valor de tensão do componente harmônico analisado;
Uo é o valor de tensão da saı́da total do amplificador; n é a ordem do harmônico.
A norma determina essa somatória até ∞ quando usa-se o filtro na saı́da,
atenuando uma única componente como declara o procedimento. O valor de tensão
resultante será a somatória de todo o espectro. Entretanto, quando utiliza-se analisa-
dor de espectro, a norma recomenda a avaliação do 2o ao 5o harmônico.
Para obtenção da distorção real no amplificador de áudio implementado,
decidiu-se incrementar essa somatória até a 20a harmônica, para o caso que o sinal
de áudio é uma onda de 1 kHz. Assim, é possı́vel analisar toda a distorção que possa
ser identificada pelo ouvido humano.
A Tabela 5 apresenta os valores de THD obtidos pelo método descrito,
para uma onda senoidal de 1 kHz e o amplificador trabalhando em 1 W, 25 W (meia
potência) e 50 W (potência nominal).
4.2 Resultados Experimentais do Protótipo 90
1W 25W 50W
1,717% 1,943% 2,096%
Fonte: Autoria própria.
4.2.8 ESPECIFICAÇÃO
ESPECIFICAÇÕES GERAIS:
Classificação Classe D
Impedância Mı́nima da Carga 8Ω
Potência Máxima (RMS) 50 W
Resposta de Frequência 20 Hz - 20 khz (± 2 dB)
Distorção Harmônica (THD+N) ≤ 2% @ 1/2 potência @ 1kHz
Relação Sinal/Ruı́do ≥ 39 dB
Sensibilidade 1,62 Vpp
Impedância de Entrada 2 GΩ
Conectores RCA
Refrigeração Forçada
Alimentação 127 V @ 60 Hz
Dimensões (L x H x P) 371mm x 105mm x 217mm
Peso 4,0 kg
Fonte: Autoria própria.
95
5 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
BARBI, Ivo; FONTE, Carlos Henrique Illa; ALVES, Ricardo Luiz. Projeto Fı́sico de
Indutores e Transformadores. 2002. Universidade Federal de Santa Catarina.
BASCOPé, René Pastor Torrico; GOMES, Ícaro Silvestre Freitas; FONTENELE, Nes-
tor Rocha Monte; OLIVEIRA, Túlio Naamã Guimarães. Circuitos de Comando para
MOSFETs e IGBTs de Potência. 2013.
BOURGEOIS, J. M. An Isolated Gate Drive for Power Mosfet’s and IGBT’s. [S.l.],
1999.
CALKINS, R. For the unwary, aliasing generates problems in unexpected areas. Per-
sonal Engineering & Instrumentation News, 1992.
CHEN, C.T. System and Signal Analysis. [S.l.]: Saunders College Publishing, 1989.
DUNCAN, Ben. High Performance Audio Power Amplifiers. [S.l.]: Newnes, 1996.
GAALAAS, Eric. Class D Audio Amplifiers: What, Why, and How. [S.l.], 2006.
MOHAN, Ned; UNDELAND, Tore M.; ROBBINS, William P. Power Electronics: Con-
verters, Application, and Design. [S.l.]: John Wiley & Son, INC, 2002.
RUMSEY, Francis; MCCORMICK, Tim. Sound and Recording. [S.l.: s.n.], 2009.
Referências 99
SELF, Douglas. Audio Power Amplifier Design Handbook. [S.l.]: Newnes, 2002.
STARK, Stefan. Direct Digital Pulse Width Modulation for Class D Amplifiers.
Dissertação (Mestrado) — Linköping University, 2007.
TI, Texas Instruments. Class-D Output Snubber Design Guide. [S.l.], 2015.
XI, Zhang. How to Calculate and Minimize the Deadtime Requirement for IGBTs
Properly. [S.l.], 2008.
ZHANG, Henry J. Basic Concepts of Linear Regulator and Switching Mode Power
Supplies. [S.l.], 2013.
100
A.1 POTÊNCIA
VRM S 2
Pmed = VRM S · IRM S = (38)
Ro
A.2 SENSIBILIDADE
se S e N estão em W.
É comum ver a relação S/N especificada para a potência nominal do ampli-
ficador, pois assim a relação será a maior possı́vel de ser obtida.
sua resposta em frequência nessa faixa audı́vel, com atenuações de no máximo 3 dB.
A Figura 57 mostra uma curva tı́pica da magnitude de resposta em
frequência para um amplificador.
A.5 DISTORÇÃO
qP
n
Ai 2
p
i=2 A2 2 + A3 2 + ... + An 2
T HD = = (41)
A1 A1
onde, A é a amplitude de cada componente de frequência (podendo ser tensão, cor-
rente ou potência) e n é o número de harmônicos que serão considerados, conforme
o método de medição. Para obter a THD em percentual, basta multiplicar o valor
A.5 Distorção 103
r
Po
Iorms = = 2, 5 A. (42)
Zo
A corrente de pico no indutor é encontrada com a tensão máxima sobre a
carga e a impedância nominal. Dessa forma,
Vmax
Iopk = = 3, 536 A. (43)
Zo
Por fim, o valor da indutância para cada indutor, conforme projetado no
Capı́tulo 3.1, é L = 36,01 µH.
Conhecidos todos os parâmetros necessários, dá-se inı́cio ao projeto fı́sico
do indutor. Como apresentado em Barbi, Fonte e Alves (2002), a escolha do tamanho
do núcleo é definida pelo produto das áreas Ae Aw , encontrado na Equação 44
L · Iopk · 104
N= = 7, 07 espiras. (45)
Bmax · Ae
Arredonda-se então para o primeiro inteiro maior, ou seja, 8 espiras serão
enroladas em cada indutor.
O entreferro é determinado por
Apêndice B - Projeto dos Indutores 106
N 2 · µo · A e
le = = 1, 34 mm. (46)
L
Para núcleos EE, pode-se dividir esse valor por 2 e inserı́-los nos dois braços laterais
do núcleo.
7, 5
δcu = √ = 0, 01936 cm2 (47)
fsw
e a área máxima da seção transversal de um condutor é
Iorms
Acond = = 0, 00625 cm2 . (49)
Jmax
Como a área necessária para a corrente eficaz é maior que a área do con-
dutor, é necessário associar condutores em parelelo para evitar o sobreaquecimento
dos fios. Assim, o número de condutores é determinado por
Acond
ncondutores = = 4, 856 condutores. (50)
AAW G26
Arredondando para o maior inteiro, serão associados 5 condutores em paralelo.
Para finalizar o projeto, é recomendado verificar se ele é executável ou não.
Este cálculo pode ser realizado analisando-se qual o percentual da área do carretel
será utilizada. Se passar de 100%, intuitivamente sabe-se que não será possı́vel
realizá-lo, através da Equação 51